Ano I - Número 02 28 de fevereiro a 13 de março/2005 Entrevista Dom Bruno denuncia injustiça social No mês em que foi lançada a Campanha da Fraternidade de 2005, o arcebispo metropolitano de Campinas e grão-chanceler da Universidade, Dom Bruno Gamberini, fala sobre a violência e a impunidade no País e a expectativa de participação da comunidade universitária na campanha. Página 06 O 'bixo' da Faculdade de Psicologia, Arthur Eduardo Elias Ricardi, recebeu o Trote Solidário na Casa da Criança Meimei; cerca de seis mil alunos lotaram as ruas do Bairro Botafogo Universitários 'invadem' Campinas Cerca de 65 mil estudantes movimentam a economia da cidade, representando 4,5 % no faturamento do comércio e serviços Festas, confraternizações e pedágios nos semáforos alteraram a rotina da cidade nas duas últimas semanas. Os campineiros divergem quanto à chegada dos estudantes, mas dados da Associação Comercial de Campinas (ACIC) revelam o impacto positivo na economia desencadeado por eles. Na PUC-Campinas cerca de 20 mil alunos de graduação participaram também de diversas atividades de integração. Entre elas, o Trote Solidário que deu um banho de cidadania e civilidade. O início das aulas teve ainda um tom de celebridade, garantido pela cantora Sandy, aluna da Faculdade de Letras. Páginas 04 e 05 ALUNOS DO PROUNI - O ano letivo começa hoje para os alunos contemplados pelo Programa Universidade para Todos (ProUni). Eles foram aprovados na primeira seleção, que aconteceu no último dia 19 no prédio de Letras (Campus Central) e contou com 209 inscritos. A PUC-Campinas oferece ao todo 513 bolsas integrais dentro desse programa. Destas, 103 foram destinadas aos calouros aprovados no Vestibular-2005 e alunos do 2º e 3º anos. Todos atendem às exigências definidas pelo Ministério da Educação (MEC). As demais bolsas serão preenchidas a partir de uma segunda seleção ainda não agendada. Dom Bruno Gamberini Opinião "...o ProUni é a porta que se abre para um contingente populacional desfavorecido. Iniciativa dessa natureza tem de ser aplaudida, porque, apesar de ser incipiente, abre horizontes para jovens que não teriam outra chance de fazer curso superior". Por Clemente Ivo Juliatto, reitor da PUCPR. Página 03 A cantora Sandy saindo do prédio de Letras no último dia 22 MURAL Ding-Dong (acima) é um dos mais expressivos percussionistas de Campinas. Na contramão da chiadeira da classe musical, ele garante que não faltam espaços na cidade para apresentações. Opinião compartilhada pelo funcionário da Universidade, Henrique Daniel Moraes, que encontrou na música o motivo para sua reabilitação. Página 07 02 28 de fevereiro a 13 de março/2005 Jornal da PUC-Campinas Editorial Universidade é diversidade C ampinas recebe um novo impulso no início de cada ano, com a chegada dos universitários. Num piscar de olhos, toda a cidade começa a se transformar. Por toda parte se faz notada a alegria festiva dos jovens. Inclusive nas entidades assistenciais, nas quais são cada vez mais freqüentes as ações do Trote Solidário, quando os calouros são recepcionados com exercícios de cidadania. A programação cultural da cidade também tem novo impulso nesta época, já que os estudantes se constituem em um dos seus públicos mais importantes. Outros segmentos da economia são igualmente aquecidos por esses jovens ávidos por vários serviços. Nossos alunos têm origens cada vez mais diversas - o que muito nos felicita, pois comprova a nossa crescente contribuição para reduzir as diferenças sociais. Duas reportagens desta edição são exemplares sob esse aspecto: uma se refere aos nossos primeiros alunos bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a outra, à caloura de Letras, Sandy, que é também uma das mais populares cantoras do País. Estejam certos de que para ambos os casos ofereceremos oportunidades de desenvolvimento e crescimento pessoal iguais. Ao contemplar jovens com diferentes habilidades e talentos, com novos estilos de vida, a Universidade ganha também vida nova. É por meio da diversidade que reconhecemos e contemplamos o conjunto de diferenças latentes na sociedade. Formar pessoas diferentes é promover um mundo mais criativo, humano e aberto. Só promovendo a aproximação entre pessoas diversas poderemos reduzir as diferenças sociais. Em outras palavras: se somos um povo diverso, é imprescindível que tenhamos uma compreensão da diversidade enquanto valor. E tudo que for motivo de desigualdade e exclusão estará em sentido oposto às características do nosso povo. Em nossas salas de aula e em nossos programas de pesquisa e extensão, todo aluno decidido a encontrar seu espaço na Universidade compreenderá que nossas ações estão norteadas pelo desejo de corrigir as distorções, para que a diversidade seja valorizada. Sob essa compreensão da pluralidade social e cultural que caracteriza nossa sociedade, empenhamo-nos em promover o talento de cada aluno, procurando ajudá-lo a explorar suas possibilidades, potencialidades e, sobretudo, a riqueza de ser diferente. Reitor da PUC-Campinas Padre José Benedito de Almeida David Notas GAS cadastra doadores de sangue O Grupo de Ação Solidária (GAS), constituído por funcionários e docentes da Universidade, inicia a partir de amanhã o cadastramento de doadores de sangue, primeira iniciativa do gênero na PUC-Campinas. De acordo com Otávio Campos Pinheiro, gerente de Recursos Humanos, "todos os funcionários devem receber em março um formulário anexado ao holerite. Depois de preenchido, ele deve ser enviado para a Gerência de Recursos Humanos ou para a Pastoral Universitária". Todos os cadastros ficarão à disposição do Hospital e Maternidade Celso Pierro, que terá um valioso instrumento para contatar potenciais doadores em ocasiões críticas, quando o estoque de sangue baixa. Os doadores devem pesar no mínimo 60 quilos e ter entre 18 e 65 anos. >> Serviços Informações: (19) 3756 7229 e [email protected] Seminário debate expansão do agronegócio A agroindústria é o principal setor de exportação do País. Em 2004, o segmento foi responsável pelo superávit de 33,7 bilhões de dólares na balança comercial. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam um crescimento recorde de 5,3% do agronegócio no ano passado. Atenta ao crescimento desse setor, a PUC-Campinas realiza no próximo dia 4 o seminário O Agronegócio Brasileiro no início do Século XXI, que abordará temas sobre gestão e tendências do setor. O evento é uma iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Proext) com apoio da Fundação Fórum Campinas. O Ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, deve ministrar a conferência de abertura do seminário. De acordo com o diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC- Campinas, Cândido Ferreira da Silva, a expectativa para 2005 é que o agronegócio continue em expansão. "Esse seminário marca a entrada da Universidade na área ", ressalta o professor. O evento acontece no Auditório Dom Gilberto e na Sala 900 do Prédio H2 (Campus I), das 8h às 17h, e é aberto à participação de produtores, empresas, cooperativas, alunos, professores e outros profissionais ligados ao setor agrícola. >> Serviços Inscrições: www.puc-campinas.edu.br/extensao/agronegocio Matrícula on-line tem 80% de adesão Campus II inaugura Biblioteca Setorial A Universidade inovou em sua matrícula acadêmica. Neste ano, os veteranos tiveram a possibilidade de fazer os requerimentos de inclusão/exclusão das disciplinas pela Internet. Durante o processo, que acorreu no final de janeiro, os pedidos foram remetidos aos diretores de faculdade. A iniciativa teve a adesão de 80% dos alunos. Pelo processo anterior, os alunos tinham somente a possibilidade de confirmar a grade horária sugerida pela Universidade. Caso quisessem fazer alguma alteração, tinham de encaminhar pessoalmente os requerimentos às secretarias acadêmicas, procedimento feito por apenas 20% dos veteranos que perderam o prazo este ano. De acordo com a Pró-Reitoria de Graduação, os diretores acompanharam em tempo real os requerimentos, o que possibilitou a abertura de novas turmas para as disciplinas mais demandadas. Os pedidos puderam ser feitos de qualquer computador conectado à Internet. Para aqueles que não tinham computadores, a Universidade disponibilizou os laboratórios dos Centros. A inauguração do novo prédio da Biblioteca Setorial do Campus II deve acontecer no dia 1º de março. O prédio tem cerca de 3.500 m² de construção, em quatro pisos, e abriga o acervo das faculdades que integram o Centro de Ciências da Vida (CCV). As chuvas atrasaram as obras em janeiro. "Nós tivemos 36 dias de chuva seguidos, o que acabou atrasando a entrega da obra por parte da engenharia", explicou a diretora Sistema de Bibliotecas e Informação (SBI), professora Rosa Maria Vivona Bertolini Oliveira. A transferência do acervo, que envolve o trabalho de higiene, empacotamento e transporte de mais de 130 mil documentos, vem sendo feita desde o dia 10 de fevereiro. Os alunos ficaram desde o fim de janeiro sem utilizar os serviços das bibliotecas do Campus II. Aqueles que deveriam ter devolvido algum material após o dia 21 de janeiro deverão comparecer à biblioteca no dia 1º de março para regularizar a situação com isenção de multas. >> Serviços Informações: (19) 3729-8550 e [email protected] Expediente Reitor- Padre José Benedito de Almeida David; Vice-rreitor - Padre Wilson Denadai; Conselho Editorial - Ciça Toledo, Wagner José de Mello e Domenico Feliciello; Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390); Redatores - Du Paulino, Eunice Gomes, Aderval Borges, Marcelo Sacrini e Fábio Guzzo; Revisão - Luiz Antonio Razera; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de fotos Marcelo de Toni Adorno e Ricardo Lima; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, mail: [email protected] Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3756-7147 e 3756-7674. E-m 03 Jornal da PUC-Campinas 28 de fevereiro a 13 de março/2005 Opinião As Comunitárias e o ProUni A Clemente Ivo Juliatto iniciativa do Ministério da Educação de instituir o Programa Universidade para Todos (ProUni) é projeto louvável de inclusão social. Apesar de existirem aspectos que podem ser discutidos e aperfeiçoados, tem méritos, porque abre a possibilidade de estudo para muitos jovens que não têm condições de ingressar em uma universidade pública, que é gratuita, mas muito competitiva. Em face de as vagas serem reduzidas nas universidades públicas, muitos estudantes não têm outra alternativa a não ser buscar a instituição particular, que é paga. Temos consciência de que a educação faz a diferença na vida dos cidadãos, seja na dimensão pessoal, seja em âmbito profissional. Para formados em curso superior, abrem-se mais perspectivas de trabalho e, com isso, elevam-se os níveis social e econômico. Mas este não é o único benefício. Pelo próprio privilégio de ter cursado universidade, o cidadão formado deve ser mais solidário, dinâmico e colaborativo para o desenvolvimento do País e da sociedade. Como se vê, a educação proporciona uma série de benefícios pessoais, familiares, sociais e profissionais. Quem não tem acesso à educação, fatalmente tem menos possibi- ...as universidades comunitárias e filantrópicas se desdobram para que nenhum aluno abandone os estudos... lidade de ascender na escala social. Nesse sentido, o ProUni é a porta que se abre para um contingente populacional desfavorecido. Iniciativa dessa natureza tem de ser aplaudida, porque, apesar de ser incipiente, abre horizontes para jovens que não teriam outra chance de fazer curso superior. Como as demais comunitárias, a PUCPR aderiu ao ProUni, abrindo mais de 600 vagas com bolsas integrais em todos os seus cursos de graduação. Participamos, porque temos essa mesma filosofia do ProUni. Atualmente, mais de 50% dos discentes recebem algum benefício para estudar. A bem da verdade, as universidades comunitárias e filantrópicas se desdobram para que nenhum aluno abandone os estudos por falta de recursos financeiros, oferecendo bolsas parciais e integrais. As instituições comunitárias e filantrópicas têm um diferencial em relação às instituições de natureza mais lucrativa. As orga- Espaço leitor ÁLBUM DA GALERA "Gostaria de saber se teria espaço para divulgar algumas fotos da primeira semana de aula na Faculdade de Educação Física (Faefi) e um pequeno texto sobre elas? É que de 14 a 18 de fevereiro a FAEFI inovou na primeira semana de aula, e realizou atividades entre veteranos e calouros. Dessa maneira, a FAEFI espera ter contribuído para um melhor ingresso dos novos estudantes, e a partir da interação destes com os demais, estar tornando o meio propício à convivência social cordial". Thaís Helena Moura da Silva, estudante da Faculdade de Educação Física NOTA DA REDAÇÃO - Thaís, agradecemos sua sugestão. Você e sua galera ganham espaço nesta edição na seção Imagens (abaixo) , destinada à cenas antigas e atuais da Universidade aberta à participação de toda a comunidade. ESTÁGIOS "Estive na faculdade na primeira semana de aulas e tive o privilégio de ler este jor- nizações com fins lucrativos são empreendimentos de uma pessoa ou corporação; cobram mensalidade e pagam impostos. Aderindo ao ProUni, essas instituições podem trocar impostos pela concessão de bolsas. As filantrópicas e as comunitárias têm imunidade tributária por sua própria condição e natureza. Por isso, elas têm obrigação de praticar filantropia, concedendo 20% da sua receita em forma de auxílio à população carente. Essa filantropia pode ser de natureza variada, que vai de bolsas de estudo a projetos sociais. A adesão das instituições filantrópicas ao ProUni direciona para bolsas de estudo um volume maior de recursos do que aquele que vinha sendo praticado. Como o ProUni só vale para estudantes que estão ingressando no primeiro ano, os demais acadêmicos carentes que estão na PUCPR não serão prejudicados. Obrigatoriamente, estamos destinando um reforço de verba para programas de assistência ao estudante. Isso implica que teremos de reduzir algumas atividades sociais, comunitárias e ambientais para poder beneficiar estudantes carentes. É fundamental entender que a inclusão social não é só via educação, mas também por meio da assistência à saúde e projetos sociais de múltiplas naturezas. Como ilustração, por conhecer a realidade e ser professor universitário, em recente visita à PUCPR, o ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso manifestou, textualmente: "As universidades comunitárias são grande contribuição do desenvolvimento no Brasil e as PUCs fazem parte desse processo. Algumas universidades privadas são criticadas, porque cobram muito e não têm resultados. As comunitárias são demonstrações vivas de sua complementaridade. Não há qualquer oposição entre universidade pública e comunitária. Há certas áreas em que as universidades devem investir com atenção, não só nas ciências naturais, físicas e em laboratório, mas também nas ciências humanas e na cultura." Clemente Ivo Juliatto é reitor da PUCPR, presidente do Círculo de Estudos Bandeirantes, provedor da Santa Casa de Curitiba e integrante da Academia Paranaense de Letras Galeria nal. Vocês estão de parabéns! Achei muito criativa a idéia de transformar as informações num único jornal, pois todos terão acesso às notícias. Seria possível anunciar alguns estágios ?" Eloisa Aparecida Silva, estudante da Faculdade de Serviço Social NOTA DA REDAÇÃO - Agradecemos sua participação. Esclarecemos que os estágios oferecidos pela Universidade constam do site do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE). Por questões de espaço não podemos publicálos. Mas estaremos considerando sua sugestão para adequações futuras. No site do CIEE você poderá encontrar a lista de estágios. Informações: www.ciee.org.br e [email protected] e (19) 3756-7030/7009. ENTREVISTA COM O REITOR "Estou escrevendo para parabenizá-los pela entrevista com o padre David, achei muito completa e clara." Mônica Michele de Souza, estudante da Faculdade de Direito Bruno Momesso Bertolo, aluno Faculdade de Direito "Apesar de aparentemente a revista Antena ter matérias mais profundas, prefiro este formato de jornal. Como estou no último ano da faculdade, tenho meu tempo comprometido com os estudos. Para mim, quanto mais informações diretas e objetivas, melhor". Luiz Carlos de Freitas, motorista da Universidade "A publicação tem uma abordagem mais jornalística do que a revista Antena. Gosto de iniciativas inovadoras como esta. Além disso, a periodicidade quinzenal vai trazer mais dinamismo para o jornal". Fernando Mattos, professor do Centro de Economia e Administração (CEA) e da Pós-graduação em Ciência da Informação "Gostei muito do jornal, não só por estar muito bem escrito, mas pela abordagem de temas de interesse dos vários segmentos da Universidade. Achei muito interessante a entrevista com o reitor porque estamos em um momento de muitas mudanças, que estão sendo conduzidas com cuidado pelo padre David. Aprovo também o espaço dado aos alunos. Vocês estão de parabéns!". Imagens A vida, que aguçando NOSSA curiosidade, nos leva AO conhecimento; nos faz solidários; nos torna ÉTICOS . MERGULHO NA HISTÓRIA A foto à esquerda é de maio de 1972, quando a piscina da Faculdade de Educação Física (Faefi) estava sendo construída. Ao fundo, a terraplanagem para a construção das quadras de tênis, campo de futebol e pista de atletismo. À direita, os calouros da Faefi posaram para a aluna Thaís Moura da Silva antes da partida de pólo aquático promovida durante as atividades de boas-vindas de 2005. Paulo Freire (1921-1997). Um dos mais expressivos educadores do século XX 04 28 de fevereiro a 13 de março/2005 Jornal da P Alavanca Os estudantes garantem o incremento de 4,5% no faturamento do comércio e serviços; cada aluno gasta em média R$ 960,00 mensais na cidade Universitários aquecem A Fábio Guzzo [email protected] demilton José da Silva vende artesanato. Fernando Freitas tem um restaurante. Laércio Assoni administra prédios e Júlio Creatto é motorista. Apesar de cada um atuar em ramos diferentes da economia, a clientela é a mesma: estudantes universitários. Atualmente, este é um dos filões mais promissores da economia de Campinas. Em dez anos o número de universitários aumentou em 69% na cidade, chegando a 64,2 mil alunos de graduação, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Dados da Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC) indicam que os universitários são responsáveis por 4,5% do faturamento do comércio e serviços da cidade. O levantamento aponta ainda que cada aluno gasta em média R$ 960,00 mensais. De acordo com o economista da ACIC, Laerte Martins, responsável pela pesquisa realizada no ano passado, o setor imobiliário é o mais favorecido com o início do semestre letivo. Somente na PUC-Campinas, 48,5% dos estudantes são 'forasteiros'. Ou seja, as imobiliárias da cidade têm quase dez mil potenciais locatários. É fácil comprovar o aquecimento no setor imobiliário quando se analisam os bairros localizados na regiões dos campi. Segundo o administrador de prédios, Laércio Assoni, nos últimos três anos foram construídos cerca de 40 novos prédios no Parque das Universidades, bairro onde está localizado o Campus I . "Fiquei uns quatro anos sozinho nesta região. Não tinha nada; só mato. Mas hoje o pessoal está percebendo a potencialidade do bairro", comenta Assoni, que administra há sete anos prédios no Parque das Universidades e no distrito de Barão Geraldo. Apesar de o ramo imobiliário ser o setor mais aquecido com a volta às aulas, outros segmentos também lucram com os estudantes. Ademilton José da Silva, o Tom, há 25 anos vende artesanato ao lado do portão do Pátio dos Leões, no Campos Central. Tom acredita que cerca de 80% de seus clientes sejam universitários. "Na época das férias, como diminui o movimento, desço para trabalhar no Guarujá", revela. Próximo à banca do Tom está outro empreendimento que tem 50 % de seu rendimento atrelado aos estudantes. O Restaurante Palatus está aberto há 13 anos. "Quando não tem aulas, nem abro à noite", afirma o proprietário Fernando Freitas. O setor de transporte também deve boa parte de suas viagens às universidades campineiras. Júlio César Creatto transportava os trabalhadores da Singer quando, com a diminuição das atividades da empresa, decidiu circular na região do Campus I. "Trabalhar com o público universitário é mais confortável. Durante as férias posso faturar com outras viagens, levando o pessoal para praias ou para o circuito das malhas e das águas", esclarece. Festa Mesmo aquecendo a economia campineira, o retorno das aulas, marcado por festas e confraternizações, incomoda algumas pessoas. A professora aposentada Lourdes Baracat, moradora da região central da cidade, reclama do trote nos semáforos. Ademilton José da Silva (no alto, à e artesanato próximo ao Campus Ce Laércio Assoni (acima) assistiu à 'ex mercado imobiliário na região do C Festa da cidadania ofusca trote antigo "Eu estava em dúvida quanto à profissão que havia escolhido. Mas vindo aqui, tendo contato com estas crianças, percebi que acertei ao escolher Psicologia", desabafa a caloura Maíra Fernanda Marcatti. Ela participou no último dia 17 do Trote Solidário da Psicologia promovido na Casa da Criança Meimei, creche que há 40 anos atende de forma gratuita 165 crianças de três meses a seis anos. O Trote Solidário promove a integração entre os universitários, 'bixos' e veteranos, e a sociedade. Com raras exceções, o Trote Solidário tingiu as primeiras semanas de aula com civilidade, harmonia, alegria, descontração, responsabilidade social e cidadania. Segundo o coordenador do Centro Acadêmico de Psicologia, Leonardo Bastos, a atividade do trote despertou para a realidade profissional. "Trouxemos nossos 'bixos' para conhecer uma proposta de entidade que desenvolve um trabalho interdisciplinar. Porque esta é a tendência no setor de saúde: tratar do paciente de uma forma integrada, lançando mão de todas as áreas do saber". Além da Psicologia, o Trote Solidário contagiou boa parte do segmento estudantil da Universidade. A Faculdade de Estudantes de Arquitetura foram à Il Maíra Fernanda Marcatti distribui ca 05 PUC-Campinas 28 de fevereiro a 13 de março/20 economia de Campinas esq.) vende ntral há 25 anos; plosão' do ampus I ha do Lago e a aluna rinhos na creche Meimei "É feio eles ficarem esmolando dinheiro para comprar cerveja. Campinas já está cheia de mendigos". Alguns motoristas reclamaram também da Festa do Trote 2005, promovida no primeiro dia de aulas ao redor do Bar Furlan, localizado no Bairro Botafogo. Segundo estimativa da Comissão Organizadora, constituída por Diretórios Acadêmicos (DAs) e Centros Acadêmicos (CAs) da PUC-Campinas, cerca de 6 mil estudantes participaram do Carnaval fora de época. Alegria de muitos, dor-de-cabeça de alguns. "Faz uma hora e meia que tento andar 200 metros. Todo início de ano é esta bagunça. É um absurdo", protestou o motorista Edgard Rodrigo dos Campos. Parada no engarrafamento atrás de Campos, porém menos irritada, estava a administradora Eliana Violin. "É a fase deles. Acho que tem de aproveitar mesmo. Fazer faculdade é somente uma vez na vida". A Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) informou que foi interditada parte das ruas da região a pedido dos estudantes. Perfil socioeconômico dos matriculados em 2005 Restaurante Palatus, localizado em frente do Campus Central, fecha à noite no período de férias 'BIXETE' FAMOSA - Cercada por fãs e fotografada exaustivamente. Assim foi o primeiro dia de aulas da cantora Sandy, da dupla Sandy & Júnior, no último dia 22 na PUC-Campinas. Sandy é caloura do curso de Letras. Diferente do que ocorreu em 2000, quando entrou em Psicologia na Universidade, ela pretende conciliar carreira e estudo. "Naquela época, eu trabalhava demais: fazia novela, programa e tinha muitos shows. Agora, não estou fazendo novela. Só tenho shows e outros programas de televisão para fazer, o que normalmente faz parte da minha agenda", afirma. A cantora comenta que nos últimos anos reavaliou seus planos e decidiu trocar de curso. "Letras vai ser mais útil para as minhas composições do que Psicologia", comenta. Durante o intervalo de aulas de seu primeiro dia, em meio a pedidos de autógrafos, ela fez um apelo. "Eu só espero mesmo que esta história de fotógrafos não continue todos os dias. Eu sempre estudei sem qualquer problema em Campinas e espero que desta vez não seja diferente. Aqui dentro eu sou aluna e não artista", ponderou. 56.89 % cursaram o Ensino Médio na rede particular 35.21 % cursaram o Ensino Médio na rede pública 39.32 % fizeram cursinho pré-vestibular 31.73 % estudaram por conta própria 54.91% não trabalham 27.86% trabalham em tempo integral 59.54 % dependem da família 41.42 % dos pais têm grau superior 39.81 % das mães têm grau superior 24.71 % dos pais são autônomos 35.97 % das mães são donas-de-casa 29.73 % têm renda familiar de até R$ 3.120,00 23.54 % têm renda familiar até R$ 6.240,00 16.75 % têm renda familiar acima de R$ 6.240,00 68% têm computador com acesso à Internet Fonte: Coordenadoria de Ingresso Discente (CID) Recepção de calouros do Centro de Linguagem e Comunicação (CLC), no Auditório Dom Gilberto Arquitetura e Urbanismo (FAU) levou nos último dia 16 cerca de uma centena de alunos à Ilha do Lago, bairro localizado às margens da Rodovia Santos Dumont, onde construíram uma escada e pavimentaram um trecho de acesso à passarela de pedestres. "Muitos alunos nunca pisaram em uma região carente como esta. Vai servir para o pessoal se tocar que o mundo não é só cor-de-rosa e conhecer um pouco mais de perto a pobreza", dispara a caloura da Arquitetura, Isabela Pereira Fanton. AFaculdade de Medicina visitou o Centro Corsini, que atende crianças infectadas pelo vírus da Aids, e o centenário Lar dos Velhinhos. As >> Serviços faculdades de Direito, Educação Física e Farmácia também realizaram atividades dentro do Trote Solidário. O trote antigo ainda sobrevive na Universidade. Pinturas, corte de cabelo e venda de tênis e palitinhos são algumas destas ações que levam a nada. A Universidade proíbe o trote violento e o calouro que se sentir constrangido deve denunciar o caso à direção de faculdade ou à Coordenadoria de Atenção à Comunidade Interna (Caci). Informações: [email protected] e (19) 3756 7216 28 de fevereiro a 13 de março/2005 06 Jornal da PUC-Campinas Entrevista O O grão-chanceler e arcebispo metropolitano de Campinas, Dom Bruno Gamberini, se diz assustado com os rumos da política no País. No mês em que foi lançada a Campanha da Fraternidade de 2005 com o lema Solidariedade e Paz -Felizes os que Promovem a Paz, Dom Bruno fala sobre a violência que eclode na Região Metropolitana de Campinas (RMC) e na disputa pela terra no campo. O arcebispo afirmou que a Universidade está no coração da Campanha da Fraternidade e espera encontrar muitos "bem-aventurados que promovem a paz". Eunice Gomes [email protected] Dom Bruno abre os braços para os que promovem a paz; ao fundo,o cartaz produzido pelos alunos da Faculdade de Publicidade e Propaganda: Elaine de Carvalho, Fausto Alves, Marina Alves e Thaiz Tartari "O Brasil é um País sem justiça social", diz Dom Bruno JP - A Campanha da Fraternidade 2005 é ecumênica. Na edição de 2000 ela também contou com apoio de outras religiões? Por que só pontualmente são convidadas outras igrejas? Dom Bruno - A Campanha da Fraternidade é sempre promovida pela Igreja Católica Apostólica Romana, há 41 anos. No ano 2000, em vista do grande jubileu, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convidou as outras igrejas e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) para que viessem participar da Campanha da Fraternidade de 2000, cujo tema foi a Dignidade Humana e Paz, sob o lema Novo Milênio sem Exclusões. Então a campanha continua sendo promovida pela Igreja Católica. E agora, cinco anos depois, a Conic achou por bem convidar as outras igrejas. A campanha não é sobre ecumenismo, mas sobre Solidariedade e Paz. JP - Como o senhor define as palavras fraternidade e solidariedade tão presentes na campanha? Dom Bruno Umas das condiDom Bruno se indigna quando ções para existir a fala da morte da irmã Dorothy fraternidade é que haja a solidariedade. A solidariedade é anterior à fraternidade, porque se não somos solidários deixamos de ser irmão. Por ser uma campanha ecumênica, solidariedade é a primeira intenção para conseguirmos a paz. JP - Como o senhor avalia a violência urbana que acomete a Região Metropolitana de Campinas (RMC) ? Dom Bruno - Em primeiro lugar está Sumaré, depois Hortolândia e Cam- pinas ocupa a 10ª posição no ranking das cidades mais violentas do Estado de São Paulo. É uma situação muito séria. São Tiago na sua carta diz assim: O fruto da paz é colhido na justiça. Por que não existe paz e existe violência? Porque não há justiça. O Brasil é um País sem justiça social. O Brasil é um País onde os conluios políticos, onde aqueles que têm mais, aqueles que podem mais pisam nos outros. Ou seja, falta justiça social, falta justiça política e se não há justiça, não há paz. JP- Como o senhor avalia os conflitos pelas disputas de terra no Pará? E a impunidade? Dom Bruno - A impunidade é a alegria do safado, ou seja, sabe que o aparato na justiça do Brasil é lento, sabe que se fizer alguma coisa não será punido. Veja o exemplo do caso da irmã Dorothy (Dorothy Stang), lá no Pará. Ela estava avisando o governo, tinha conversado com o ministro, tinha apresentado cartas e o que se fez? Nada. Aí então mataram a cidadã do outro país (EUA), aí decidiram correr atrás. Este é o nosso problema, não nos precavemos contra as dificuldades que a violência vem trazendo ao novo Brasil. JP - Qual a expectativa do senhor em relação à Campanha da Fraternidade? O Senhor considera efetiva a repercussão dos temas escolhidos na sociedade? Dom Bruno - O primeiro efeito é a mudança de mentalidade. Quem hoje não pensa duas vezes sobre a água, sobre a ecologia! A primeira campanha sobre este tema foi da Igreja Católica, por volta de 76 e 77. Ou seja, nós temos mudado sim a mentalidade da sociedade. Mudanças de atitudes, como o desarmamento, a doação de órgãos e tecidos, o aleitamento mater- no são projetos muito definidos. JP - Qual a expectativa da participação da comunidade universitária na campanha? Dom Bruno - A Universidade é o local que produz ciência e saber e que ilumina nossa sociedade pelo brilho da fé e da ciência. Este é o lema da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Portanto minha expectativa é sempre dentro daquilo que a Universidade se propôs. A Universidade é católica, o que significa que é de Jesus Cristo que disse: Bem-aventurados os que promovem a paz.... A Universidade está no coração da campanha. Basta ver que o cartaz, graças a Deus, pelo nono ano consecutivo, é da Faculdade de Publicidade e Propaganda. JP - Como o senhor avalia o uso de imagens de políticos com o papa João Paulo II como ocorreu no dia seguinte à eleição do deputado Severino Cavalcanti à presidência da Câmara dos Deputados? Dom Bruno - O papa recebeu o Putin (Vladimir Putin), recebeu o Yasser Arafat, recebeu a mim e ao deputado Severino Cavalcanti. Mas isto não significa que o papa está dando aval à política brasileira. Este é o nosso problema, o nosso erro está aí, a falta de tato. Me parece que o PT tomou partida das grandes esperanças e agora ele entra no fisiologismo, que sempre condenou, em busca de votos por uma necessidade política premente e de última hora. O Greenhalgh (deputado petista Eduardo Greenhalgh) falou que foi o Lula quem perdeu (a eleição à Câmara dos Deputados). O Lula falou que foi o PT. Como disse o padre Vieira (padre Antonio Vieira): Eu não condeno, nem aprovo. Apenas, como a multidão, me assusto. Pastoral Universitária: de 7 a 10 de março realiza um ciclo de palestras sobre a Cultura da Paz: um novo paradigma para a Universidade. Veja a programação no Portal PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br) Agenda 01/03 Inscrições abertas para o processo seletivo de alunos interessados ao Programa Integrado de Iniciação Científica (PIC). Inscrições dos professores pesquisadores para o Fundo de Apoio à Pesquisa (FAP). 02/03 Lançamento do livro Gestão de RH por Competências e a Empregabilidade, com palestras dos autores (quatro são professores da PUC-Campinas), na rua José Paulino, 1.369, Centro. O evento ocorrerá a partir das 9h. Inscrições: (19) 3272-4500. 04/03 Data-limite para os docentes em Regime de Dedicação e Regime Especial de Pesquisa entregarem ao Núcleo de Pesquisa e Extensão os relatórios técnicos dos projetos de 2005. Data-limite para o aluno requerer correção dos resultados escolares do período anterior e do Informativo Acadêmico. Último prazo para se inscrever ao Projeto Bolsa Estímulo ao Atleta, na direção da Faculdade de Educação Física (Campus I). Informações: (19) 3756-7141. 05/03 Início das atividades de Práticas de Formação. 07 a 11/03 Inscrição para o Programa de Bolsa de Estudos Restituível (Aplub). Prazo para os alunos dos cursos de Pós-Graduação (Stricto Sensu) solicitarem eventuais alterações na grade de matrícula na Secretaria Acadêmica do Centro. 10/03 Reunião das câmaras e comissão do Conselho Universitário (Consun). 11/03 Data-limite para que os bolsistas do Financiamento Estudantil (Fies) compareçam ao Departamento de Contas a Receber (Campus I Bloco A-02, de 2ª a 6ª feira, das 9h às 18h30) para realização do aditamento. 11 e 12/03 I Encontro de Ex-Alunos do Curso de Educação Especial da PUC-Campinas. Auditório Nobrão, no Campus Central (rua Marechal Deodoro, 1099, Centro). Informações: [email protected] 07 Jornal da PUC-Campinas 28 de fevereiro a 13 de março/2005 ança air na do está c a r p Esta é Dança Imprasocts e u de A Cia ferecendo ce hip hop eair o c br o s s p quiser ho works ance. Quemnhecer as o d ) streetritmo deve eclefones (19. no s pelos t s as 14h) opçõe -6439 (apó 3253 Irmãos Coen nunca estão lá Nem tudo que vem da indústria cinematográfica norte-americana está nas salas de cinema dos shoppings. As melhores produções de Joel e Irma Coen, por exemplo, nunca passam por elas. Mas é possível resgatá-las nas locadoras. Assistam ao filme O Homem que não Estava Lá, de 2001, rodado em preto-e-branco e na certa você vai ficar ligado nesta dupla. Barraca nas costas e pé na estrada Acampar é a alternativa mais barata de curtir uma viagem de lazer. Dá mão-de-obra, mas tem gente que prefere, inclusive pelo gostinho de aventura. Existem várias opções nos municípios de Itu e Cabreúva. Uma delas é o Camping do Alemão. Oferece piscina, sauna, banhos de cachoeiras, caminhadas, passeios de bicicleta, entre outros serviços. O acesso é pelo quilômetro 90 da Rodovia dos Romeiros. Informações: (11) 4022-2588. Livros para download LIVROS A Rede de Comunicação Ambiental EcoTerra Brasil tem uma série de livros para download ou acesso gratuito. Todos sobre temas ambientais, lógico. A rede também aceita trabalhos científicos para disponibilizar, desde que estejam dentro do seu enfoque temático. Confira no endereço www.ecoterrabrasil.com.br. classificados Do popular ao erudito Em 1992, Frank Zappa, roqueiro do métier da música eletrônica de vanguarda, gravou suas peças eruditas com a orquestra alemã Ensemble Modern no CD The Yellow Shark. Zappa, que morreu um ano depois, estava corroído pelo câncer, mas produziu, ao vivo, uma obra marcante. O CD vem acompanhado de encarte que inclui um livreto, cópias de partituras, fotos, textos sobre a gravação e relatos sobre cada uma das músicas. Na Amazon, o CD vai de U$10 (usado) a U$18 (novo). O problema é a taxa dos Correios. Algumas lojas de CDs importados, como a Compact Blue, no Promocenter, de São Paulo, também o vendem. Ciência nas cabeças Pulga na Idéia é o nome de um site que coloca a ciência no dia-a-dia da criançada. Traz adaptações das principais notícias divulgadas na mídia. A meninada aprende brincando, com truques de animação, dicas de passeios e exposições. É um grande barato, inclusive para adultos. Clique para ver: www.pulganaideia.com.br. MURAL Aderval Borges [email protected] sabem quem é Vinícius P oucos Geribello, formado em Educação Física pela PUCCampinas em 1975. Geribello é mais conhecido pelo apelido artístico Ding-Dong, um dos melhores percussionistas da cidade. Dedicado pesquisador, sua última descoberta é o cajon, instrumento importado da Espanha. A aparência é de uma simples caixa de madeira, mas em suas mãos multiplica-se nos mais variados timbres. Com 30 anos de carreira, Ding garante que Campinas é repleta de casas noturnas, com melhores oportunidades para os músicos que Rio de Janeiro e São Paulo, e aposta no surgimento de um mercado de CDs local. O início Batuco desde o sete anos, estimulado por meu pai, que tinha grande habilidade manual e construiu meus primeiros instrumentos. A partir de 1975, quando me formei, optei pela música como profissão. Músico percussionista Atua na retaguarda de outros músicos, mas é um dos que mais inspiram o surgimento de novas tendências. A evolução da música popular está toda baseada nos instrumentos de percussão. Em qualquer lugar do mundo, a percussão é a base da música popular. A influência da percussão é marcante inclusive na música erudita contemporânea. Sob a batuta do ritmo Existem nove batidas básicas nas quais todos os gêneros de música popular. Não teria existido bossa-nova sem a batida rítmica de João Gilberto ao violão. O ritmo é o espírito da música. Mas não tenho dúvida de que a era da canção popular está no fim. Vem ocorrendo uma inevitável ruptura de uma tradição harmônica de séculos, para prevalecer o influência do ritmo. Cajon Estou sempre pesquisando novos instrumentos. Gosto de tocar com as mãos, sem usar baquetas, e descobri que o cajon é perfeito para o meu estilo. Música à noite Campinas tem casas noturnas especializadas em música ao vivo para todos os gostos. Não falta trabalho para músicos de todos os gêneros e paga-se bem para os bons profissionais. Eu, que sempre vivi de música ao vivo, não tenho do que me queixar. Evidente que é preciso ter o bom senso de não se afundar em drogas e em álcool. Reprodução dos músicos locais Estamos montando um estúdio de gravação com os melhores recursos técnicos disponíveis. A idéia é inserir os músicos da cidade no mercado nacional de CDs. Temos bons compositores, instrumentistas de primeira e arranjadores competentes. O projeto tem tudo para dar certo. Uma das nossas primeiras gravações será a do meu próprio trio, o Cyber Tones, formado por percussão, baixo e banjo. Tocamos world music. O homem do cajon MORADIA Vendo Kitnet sem garagem Área central de Campinas. (19) 3258-2477 ou (19) 9796-3566 AULAS PARTICULARES Professores de Inglês com experiência no exterior. (19) 3231-0027 ou 3231-8765 L&G VANS Piracicaba a Campinas. (19) 3426-9548 ou 9754-5541 KITNET MOBILIADA Próximo à PUC - Campus I. [email protected] (19) 3256-4604 ou 9113-1118 SERVIÇOS Serviços de informática em domicílio Vendas, peças e assistência técnica. [email protected] (19) 3781-8976 ou 9702-6474 TRANSPORTE Ricci Transporte Campinas - Campus II. (19) 3227-4518 ou 8126-8803 As ofertas acima são de responsabilidade dos anunciantes Botânica ao alcance de todos Os livros do Instituto Plantarum vêm popularizando importantes conhecimentos sobre a flora nacional e podem ser adquiridos por preços bem mais acessíveis do que os praticados pelas livrarias. Peça-os pelo telefone (19) 3466-5587 ou pelo e-mail [email protected]. O infante finalmente é defunto Cabrera Infante sobreviveu a dois atentados e acabou falecendo no último dia 21, aos 75 anos, em Londres, de causa natural. Dois de seus romances estão entre os melhores do nosso tempo: Três Tristes Tigres e Havana para um Infante Defunto. Foi ministro da Cultura do regime de Fidel Castro, com quem se desentendeu. Vítima de perseguições políticas, acabou se exilando. Como crítico de música e cinema, foi grande divulgador da arte brasileira nos jornais londrinos. Perfil Alegria de viver Henrique Daniel Moraes (ao centro), 24 anos, entrou na Universidade como patrulheiro, em 1997. Sua história seria similar a de dezenas de garotos e garotas que encontraram na PUC-Campinas as oportunidades de efetivação no mercado de trabalho e de cursar uma faculdade, mas a violência urbana alterou sua vida. Em 7 de junho de 1999 foi contratado pela Universidade, completou 18 anos no dia 16 e no dia 28 foi vítima de um assalto, quando levou dois tiros. Depois de um mês de internação veio a notícia, que ninguém queria ouvir, de que ficaria paraplégico. "Revolta. Desespero. Descrença. Desânimo. O fim". Na ocasião, foram estes os sentimentos de Moraes que podem ser traduzidos em palavras. Afastado há cinco anos de seu trabalho, Moraes retomou suas funções no Departamento de Cobrança da Universidade há três meses. A família e a música foram determinantes para sua recuperação. Reabilitado, Moraes planeja agora o futuro. "Este ano vou fazer cursinho e lançar um CD com composições da minha banda, a Perfil do Pagode. Só alegria", afirmou.