G.7.13 – Ensino-Aprendizagem VALORIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS DOS ALUNOS PARA A INSERÇÃO DE CONTEÚDOS QUÍMICOS 1 2 Alex de Oliveira , Rosebelly N. Marques . 1. Mestrando em Ensino de Química - UFSCar; * [email protected] 2. Pesquisadora do Depto.de Economia, Administração e Sociologia - ESALQ/USP, Piracicaba/SP. Palavras Chave: conhecimentos prévios, horta, construtivismo. Introdução Profissionais da educação buscam opções para tornar aulas um ambiente de aprendizagem atrativo ao aluno. Assim em todas as áreas, não é diferente na Química, ciência tida difícil e pouco atrativa para muitos, conforme reforçam documentos oficiais que regem a educação 1,2 3 brasileira. POZO (2009) diz que “os alunos não aprendem porque não estão motivados, mas, por sua vez, não estão motivados porque não aprendem.” (pág. 41). Dessas opções, a educação construtivista, embasada nos pressupostos piagetianos, reforça a necessidade de se levar em conta o aparato de conhecimento que o aluno carrega consigo antes de se iniciar qualquer assunto. Sendo assim, o levantamento dos conhecimentos prévios no início das atividades é de grande auxílio ao professor, 4 como afirma MIRAS (2009) “...além de lhe permitirem realizar este contato inicial com o novo conteúdo, esses conhecimentos (...) são os fundamentos da construção dos novos significados. Uma aprendizagem é tanto mais significativa quanto mais relações com sentido o aluno for capaz de estabelecer entre o que já conhece.” (pág. 61). Durante os levantamentos prévios, costumam-se aparecer sensos comuns como também saberes populares nas 5 respostas. CHASSOT (2011) ressalta a importância da valorização desses conhecimentos, afirmando que há “...uma necessidade de se buscar uma valorização dos saberes populares e uma conscientização do respeito que os mesmos merecem e de como estão inseridos nos distintos contextos sociais” (pág.216). Assim, os objetivos deste trabalho foram identificar conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema “horta”; criando um ambiente de aprendizagem em que houvesse motivação por parte deles para conteúdos da Química. Resultados e Discussão Este trabalho desenvolveu-se com turma matutina de 1° ano do Ensino Médio, na escola privada Instituto Educacional Ativa, na cidade de Itapira/SP, com alunos de 15 a 17 anos, realizado em seis etapas. Primeiro, aplicou-se questionário individual sobre elementos necessários para horta(s). Em seguida, em grupo, os estudantes discutiram as respostas e elencaram novos elementos. Depois disso, cada um levou o mesmo questionário à família, com intuito de trazer à escola aspectos familiares. A quarta etapa envolveu a troca de informações entre os grupos com o fornecido pelas famílias. Para a elaboração final do roteiro, todos os grupos, com a assistência do professor, realizaram pesquisa sobre tipos de cultura para horta, tempo de germinação, ferramentas necessárias, local adequado, técnicas de plantio, tipos de solo, fatores que afetam o solo, luz solar e água. Finalizando, realizou-se debate para sistematização do conhecimento adquirido até então. Concluídas as etapas, levaram-se em conta as respostas dos alunos, as pesquisas em casa e na escola, mas principalmente as considerações durante os debates e socializações, em acordo com a proposta pedagógica construtivista que norteia a escola. Interessante ressaltar que 100% dos alunos responderam já ter visto uma horta, e que nas categorias feitas para análise dessa questão do questionário 1 nenhum dos alunos citou a mídia como meio de conhecimento do tema, sendo os mais citados a escola, família/amigos, própria residência e outros lugares na cidade. Foi possível confrontar as respostas individuais com as coletivas e, após, com os relatos orais em que muitos comentaram o esquecimento de algumas coisas nas respostas, ou que a partir do contato com o colega constataram que ele ainda não havia pensado daquela forma, demonstrando quanto a troca de conhecimento entre os pares é de suma importância na construção do conhecimento. Os alunos relataram as etapas por que passaram, e o que foi feito para se chegar a estudar tópicos futuros da Química (acidez, basicidade e neutralização). A fuga do tradicional (como aula expositiva) foi algo descrito como valoroso pelos alunos. Também se somou a isso a fala da satisfação de conversar com a família acerca do que se aprendia. Conclusões Mediante o ambiente de aprendizagem criado, e ao levantamento e investigação dos conhecimentos prévios, verificou-se o tamanho envolvimento para a aprendizagem da disciplina. Recursos como esses contribuem para a valorização dos alunos resultando em aprendizagem dos conteúdos com sentido e significados. Agradecimentos À coordenação e direção do Instituto Educacional Ativa de Itapira/SP; e, especialmente, àqueles e àquelas que foram a razão, a trajetória e o acabamento deste meu trabalho: os alunos e as alunas. ____________________ 1. São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Currículo do Estado de São Paulo: Ciências da Natureza e suas tecnologias/Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; coordenação de área, Luís Carlos de Menezes. – 1. ed. atual. – São Paulo: SE, 2011.152 p. 2. BRASIL, PCN+ Ensino Médio: Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/ SEMTEC, 2002. 3. POZO, J.I; CRESPO, M.A.G. A aprendizagem e o ensino de ciências: do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico. Tradução de Naila Freitas. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 296 p. 4. MIRAS, M. Um ponto de partida para a aprendizagem de novos conteúdos: os conhecimentos prévios. In: COLL, C. et al. O construtivismo na sala de aula. Tradução de Cláudia Schilling. 6.ed. São Paulo: Ática, 2009. p.57-77. 5. CHASSOT, A. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. 5.ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011.368 p. 67ª Reunião Anual da SBPC