A SITUAÇÃO DOS EGRESSOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA FACULDADE JOSÉ AUGUSTO VIEIRA NO MERCADO DE TRABALHO Ademário Alves dos Santos1 Daniele Félix da Silva Pimentel2 Edjane Souza Vieira Santos3 Gilson de Melo Ramos4 RESUMO A convergência para as Normas Internacionais de Contabilidade tem contribuído com reconhecimento e expansão das Ciências Contábeis no Brasil e no mundo. Em consonância com as novas exigências de mercado e os novos moldes impostos pela globalização, o contabilista ganhou destaque e se tornou inerente ao mundo dos negócios. O presente trabalho almeja elucidar a situação dos egressos do curso de Ciências Contábeis da FJAV no mercado de trabalho, trazendo a lume a formação adquirida e suas perspectivas pessoais e profissionais frente à profissão e à sociedade. Palavras-Chave: Ciências Contábeis. Globalização. Mercado de Trabalho. ABSTRACT The convergence to international accounting standards has contributed to expanding and recognition the accounting sciences in Brazil and in world. In line with the new market demands and new molds imposed by globalization, the accountant has gained prominence and became inherent in the business world. This study aims to elucidate the situation of students who graduation from accounting sciences of college FJAV in the labor market, bringing to light the training received and their personal and professional perspectives facing the profession and society. Keywords: Accounting Sciences. Globalization. Labor Market. 1 INTRODUÇÃO Hoje, na economia global, o Profissional Contábil tem uma posição bem clara, um campo de trabalho diversificado e amplo, objetivos bem definidos de onde ele pretende chegar, com boas perspectivas acerca da profissão e do estudo das ciências contábeis. 1 Professor Mestre/FJAV, Ciências Contábeis, [email protected] FJAV, Ciências Contábeis, [email protected] 3 FJAV, Ciências Contábeis, [email protected] 4 FJAV, Ciências Contábeis, [email protected] 2 103 Entretanto, esta notória estabilidade profissional e horizontes bem definidos que hoje se enxergam, têm uma longa história (IUDÍCIBUS, 2009). De acordo com Iudícibus (2009, p. 10), “a contabilidade não é uma ciência exata. Ela é uma ciência social aplicada, pois é a ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial. Todavia, a Contabilidade utiliza os métodos quantitativos (matemática e estatística) como sua principal ferramenta”. O autor ainda fala que “pode-se afirmar, com certa segurança, que a origem do campo de conhecimento do que mais tarde se consubstanciaria como Contabilidade (Accounting em inglês, Ragioneria em italiano) situa-se em torno de 4.000 anos a.C.”. Logo, evidencia-se que as Ciências Contábeis é uma das áreas do conhecimento mais antigas da humanidade. Inclusive, alguns historiadores fazem remontar por volta do sexto milênio a.C. o seu surgimento para o mundo. Daí tornou-se necessário e imprescindível realizar esta pesquisa, que relata e evidencia um pouco dos moldes atuais que a profissão contábil vem tomando, mostrando a situação atual do mercado de trabalho e a formação acadêmica e profissional que estes profissionais vêm recebendo, tanto em nível nacional ou internacional, quanto no Estado de Sergipe. Este trabalho foi realizado através de pesquisa de campo por meio de aplicação de questionários socioeconômicos respondidos pelos egressos do curso de Ciências Contábeis da Faculdade José Augusto Vieira. O universo de pesquisa possui um quantitativo de 93 profissionais formados, mas com o intuito de viabilizar a execução da mesma e também pelo certo grau de homogeneidade apresentado entre os egressos, realizou-se a pesquisa com um grupo de amostragem de 25 destes egressos, que representa cerca de 27% do total. No primeiro momento o presente trabalho ressalta e evidencia a formação, a prática e a expansão do ensino contábil no Brasil. Posteriormente se fala no mercado de trabalho e nas expectativas profissionais do contabilista, e por fim a pesquisa apresenta o contexto do Estado de Sergipe, particularmente a Faculdade José Augusto Vieira (FJAV), frente às Ciências Contábeis, além de trazer a lume a inserção dos egressos do curso de ciências contábeis da FJAV no mercado de trabalho e o perfil socioeconômico destes profissionais. Portanto, este trabalho vem dar suporte e servir como incentivo para futuras pesquisas nesta área, além de servir como pilar para a execução de possíveis melhorias por parte das instituições de ensino que ofertam o curso de ciências contábeis. Além do 104 mais, esta pesquisa visa elucidar a situação dos egressos do curso de Ciências Contábeis da Faculdade José Augusto Vieira (FJAV) no mercado de trabalho e sua visão quanto à formação, o ensino e a prática contábil. 2 A FORMAÇÃO CONTÁBIL NO BRASIL No Brasil, uma das primeiras manifestações contábeis, que se tem relato, ocorreu durante o primeiro reinado de D. João VI, por volta de 1808, quando em instalação de seu governo provisório. Nesta época, foi publicado o primeiro alvará que obrigava a utilização do método das partidas dobradas (consolidado pelo italiano Frei Luca Pacioli em 1494), na escrituração mercantil por parte dos contadores da Real Fazenda. A educação em nosso país vem passando por transformações significantes quanto à formação profissional e acadêmica em diversas áreas de conhecimento, sendo as Ciências Contábeis inerentes a esse processo de transformação. Visto isso, pode-se dizer que a formação contábil vem evoluindo gradativamente, principalmente pelas recentes mudanças no contexto internacional quanto à convergência das normas contábeis (IUDÍCIBUS, 2009). A formação profissional, de forma geral, conceitua-se em um conjunto de atividades que almejam aquisição de conhecimento, técnicas, capacidades e atitudes comportamentais exigidas no exercício de uma profissão ou grupo de profissões em qualquer ramo de atividade. A formação profissional é um processo árduo e longínquo, que requer esforço, dedicação e, acima de tudo, discernimento quanto ao desempenho de seu papel junto à sociedade (SILVA, 2002). No entanto, não há que se falar de formação profissional sem relacioná-la com a formação acadêmica (SILVA, 2002). Urge trazer a lume que as faculdades brasileiras cada vez mais têm tentado investir na formação do profissional contábil, principalmente por ser uma profissão de suma importância frente aos desafios do mundo globalizado e, além disso, frente à relevância que o governo brasileiro tem dado à atuação deste profissional em prol, não exclusivamente, da arrecadação aos cofres públicos. Em se falando do profissional contabilista, urge salientar que este profissional vem ganhando mercado e conquistando um importante espaço tanto em nível nacional quanto internacional. Mas, sabe-se que, muito deste espaço conquistado se dá ao fato de que a 105 formação acadêmica deste profissional tem ganhado destaque entre os cursos universitários no Brasil. Contudo, apesar desse contexto de mudança que hoje vive as Ciências Contábeis, ainda se carece de incentivo por meio das entidades educacionais e também pelo governo na formação de pesquisadores e cientistas desta área (IUDÍCIBUS, 2009). Está se tornando evidente em nosso país, infelizmente, a falta de profissionais que se dediquem à pesquisa e que a utilizem para almejar ganhos futuros que seriam incomensuráveis nesta profissão. Consequentemente, o contabilista tem tido sua formação voltada, quase que exclusivamente, àquilo que o fisco tem exigido deste profissional no mercado de trabalho, sem se pensar em perspectivas futuras ou ascensão da ciência contábil (IUDÍCIBUS, 2009). Portanto, é necessário que esta “barreira” imposta aos estudantes de contabilidade quanto à sua formação seja quebrada, para que profissão e ciência caminhem lado a lado neste ramo do conhecimento. 2.1 O Ensino e a Prática Contábil Segundo Sérgio de Iudícibus, na décima edição de seu livro “Teoria da Contabilidade”, 2010, p. 14, “o objetivo principal da contabilidade (e dos relatórios dela emanados) é fornecer informação econômica, física, de produtividade e social relevante para que cada usuário possa tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança”. Tomando por base Iudícibus, pode-se dizer que a contabilidade tem como objeto de estudo o patrimônio das entidades, mas tem como principal objetivo fornecer informações aos usuários e à sociedade. Daí, o ensino da contabilidade é voltado, não exclusivamente, ao estudo de legislações, normas e técnicas aplicadas a fim de “controlar” o patrimônio das entidades e fornecer informações, acerca desse patrimônio, aos usuários e sociedade em geral. Oliveira (2003, p. 30) traz a lume que o “o ensino da contabilidade deve ter como propósito prover a tomada de decisão considerando os recursos escassos”. Fala ainda que esse ensino deve acrescentar a “identificação de decisões das áreas e a determinação de objetivos e metas; fornecer subsídios à direção e controle efetivo de recursos humanos, e materiais”. 106 Evidencia-se que o ensino e a prática contábil têm que caminhar em convergência rumo às mudanças ocorridas no mercado. Em consonância com esta afirmação, Oliveira (2003, p. 30) destaca que “mudanças no ambiente econômico e na tecnologia têm superado a educação contábil e levado ao aumento da lacuna entre as necessidades atuais e o ensinamento contábil”, pois os profissionais que lecionam e atuam no mercado da contabilidade têm mostrado aversão à mudança e inovação. Frente a este problema, poder-se-ia supor que o ensino em contabilidade possui danos irreparáveis, mas este cenário está mudando, devido principalmente à inserção de novos profissionais no mercado com uma visão holística acerca do ramo contábil. Além do mais, o ensino universitário no curso de ciências contábeis já vem mostrando significativas mudanças frente a este impasse, mas ainda existe um longo caminho a percorrer. Diante deste fato, deve-se atentar a outro problema recorrente em nosso país, principalmente no ensino superior, que é o fato dos poucos investimentos em laboratórios, excetuando-se os cursos de engenharia, tornando os cursos um tanto quanto excessivamente teóricos, com um pouco de prática somente em nosso “famoso” quadro negro. Como consequência, tem-se um índice elevado de desistência e de trancamento de cursos, fazendo com que os alunos se mostrem desmotivados a atuar no mercado, ou simplesmente a concluir o curso de graduação. Serra Negra (2004, p. 6-14) cita que “segundo inúmeras pesquisas do ensino contábil, o perfil do discente do Curso Superior de Ciências Contábeis no Brasil aponta, em sua maioria absoluta, para adultos na faixa de 23 anos que estudam no turno noturno em virtude de trabalharem durante o dia”. Ainda segundo o autor “dessa forma, o processo de formação dos alunos de Ciências Contábeis pressupõe a utilização de metodologias ativas de ensino-aprendizagem que coloquem o professor como facilitador e orientador do processo”. Portanto, é cediço que o ensino de contabilidade carece de melhorias, apesar de já demonstrar grande evolução. É necessário levar a Ciências Contábeis adotada no Brasil a um patamar de reconhecimento internacional, visto que países menos desenvolvidos já atuam com grande perspicácia, zelo, comprometimento e dedicação ao ensino e à formação do profissional contábil frente à sua relevante importância no cenário da globalização e do mercado internacional. 107 2.2 A Expansão do Ensino Contábil no Brasil Atualmente o Brasil possui 1.322 cursos de Ciências Contábeis5, 292.933 contadores registrados no CFC (Conselho Federal de Contabilidade), além de 191.701 técnicos com registro no CFC e também 81.105 escritórios ativos registrados. Em 2004 o número de profissionais graduados e técnicos contabilistas eram de 359.019 pessoas, incluindo sexo masculino e feminino, sendo que em 2011 esse número era de 487.727, e hoje temos cerca de 484.6346. Logo, observando os dados acima, se vê uma considerável elevação no número de contadores registrados no CFC, infere-se então um aumento proporcional nos profissionais graduados em ciências contábeis e também nos técnicos em contabilidade, curso atualmente extinto, além de um acentuado crescimento nos cursos de ciências contábeis ofertados pelas faculdades do país, devido principalmente ao crescimento econômico do Brasil e às novas exigências da economia global. Além do mais, em 2004 existiam 68.007 escritórios ativos registrados, em 2011 esse número já era de 78.970, e hoje temos 81.1057. Então, infere-se a importância e, de certa forma, a afinidade que os profissionais de contabilidade têm na formação de escritórios contábeis, sendo por meio de sociedades ou como empresários individuais. Além disso, como já observado anteriormente, teve-se também um acentuado crescimento nos cursos de ciências contábeis oferecidos no Brasil, tendo em vista os profissionais inseridos no mercado. Além de ser uma profissão promissora, a contabilidade vem tomando status de um dos cursos mais procurados na atualidade pelos ingressantes no ensino superior. Infelizmente, apesar de apresentar um crescimento significativo e de se esperar uma acentuada expansão no ensino das ciências contábeis, o Brasil ainda está muito aquém em comparação aos países desenvolvidos, como a Inglaterra e os Estados Unidos da América (EUA). Só para se ter ideia, os EUA formam cerca de 50.000 contadores a cada ano, ou seja, o Brasil tem de caminhar a passos largos e investir seriamente se quiser chegar perto de um país de primeiro mundo. 5 Disponível em http://www.emec.mec.gov.br, acesso em 03 de mar. 2013. Disponível em http://www.cfc.org.br, acesso em 03 de mar. 2013. 7 Disponível em http://www.cfc.org.br, acesso em 03 de mar. 2013. 6 108 Levando em consideração os dados acima, entre 2004 e 2013 o Brasil teve um aumento 125.615 profissionais registrados no conselho, cerca de 14.000 registros por ano. Supondo que os profissionais registrados reflitam os alunos que conseguiram concluir a graduação, por ano teríamos cerca de 14.000 profissionais formados, enquanto que os EUA formam em torno de 50.000, ou seja, o Brasil forma aproximadamente quatro vezes menos que os EUA. Realmente o Brasil não apresenta dados que agradem aos olhos de quem está inserido no contexto do ensino das Ciências Contábeis, mas para um curso de graduação que só tem cerca de 70 anos de existência, pode-se esperar um futuro promissor, ao menos é o que o governo mostra à sociedade. Além do que, por se tratar de uma área do conhecimento que vive passando por transformações, espera-se que em determinado período de estabilidade de normas e legislações se possa encontrar uma metodologia de ensino adequada a fim de promover a expansão e crescimento desta profissão em nosso país (IUDÍCIBUS, 2009). No entanto, apesar dos dados apresentados, e considerando que o Brasil deixou de ser um país subdesenvolvido para se tonar um país em desenvolvimento, pode-se esperar que em um futuro não tão distante possamos vislumbrar patamares bem próximos aos países desenvolvidos. Logo, é plausível esperar e aguardar uma reviravolta neste cenário em que está inserido o ensino da contabilidade no Brasil. 3 O MERCADO DE TRABALHO CONTÁBIL NO BRASIL O mercado de trabalho para o profissional contabilista no Brasil é muito promissor, é um mercado em contínua ascensão, que absorve os profissionais e que, segundo dados de pesquisas efetuadas no exame do ENADE, pode-se considera-lo um mercado com patamares a nível zero de desemprego até mesmo para alunos que ainda cursam a graduação. Para ter uma ideia da imensidão que é o mercado de trabalho do contador, uma pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com o Dieese, entre 2000 e 2011, divulgada em meados de fevereiro de 2012, o Brasil possui mais de 6 milhões de micro e pequenas empresas, que totalizam 99% dos negócios do país. Agora, levando em consideração que para cada grupo de 10 destas micro e pequenas empresas necessite de um contador, 109 tem-se uma necessidade de 600.000 contadores no país, mas em 2011 só existiam 290.208 contadores registrados no CFC. Ainda tomando por base os dados acima, em 2011 só existiam 78.970 escritórios ativos com registro no CFC8, ou seja, cada escritório deveria comportar em torno de 76 destas empresas, que já é um número expressivo. Além do mais, a pesquisa feita pelo Sebrae retrata somente as micro e pequenas empresas, não levando em consideração as empresas de grande porte, as companhias abertas e fechadas, as sociedades, as empresas públicas, as autarquias, entre outras. Iudícibus (2009, p.23) relata que: [...] diante de um leque diversificado de atividades, podemos dizer que a tarefa básica do Contador é produzir e/ou gerenciar informações úteis aos usuários da Contabilidade para a tomada de decisões. Ressalta-se, entretanto, que em nosso país, em alguns segmentos da nossa economia, principalmente na pequena empresa, a função do contador foi distorcida (infelizmente), estando voltada quase que exclusivamente para satisfazer às exigências do fisco. Daí, de acordo com o renomado autor, apesar de a contabilidade possuir um campo diversificado de atuação, no Brasil o papel do contador é distorcido, principalmente em função da elevada carga tributária existente em nosso país e disso impulsionar a atuação do contador nas empresas simplesmente para satisfazer as exigências do fisco, enquanto que o profissional poderia atuar de forma ímpar no auxílio da tomada de decisões ou até mesmo no gerenciamento destas decisões. O estudante que opte por ingressar em curso de Ciências Contábeis terá inúmeras alternativas e oportunidades que talvez não lhe tivesse ao alcance em outras áreas. Consoante Iudícibus (2009, p. 26-27), o contabilista pode atuar como, além de outros que aqui não estejam elencados, Contador, Auditor, Analista Econômico-Financeiro, Perito Contábil, Consultor Contábil, Professor de Contabilidade, Pesquisador Contábil, além de Cargos Públicos e Cargos Administrativos. Portanto, além deste vasto campo de atuação, o profissional contábil recebe remunerações muito gratificantes, principalmente aqueles que exercem cargos públicos. A Receita Federal do Brasil abriu edital no ano de 2012 com vagas destinadas ao cargo de Auditor-Fiscal com remuneração inicial de R$ 13.067,00. Já a Secretaria do Tesouro 8 Disponível em http://www.cfc.org.br, acesso em 03 de mar. 2013. 110 Nacional abriu edital neste ano com vagas destinadas ao cargo de Analista de Finanças e Controles com remuneração inicial deR$12.961,009. Logo, infere-se que o mercado de trabalho do contabilista está em franca evolução e ainda carece de profissionais qualificados que exerçam algumas das funções anteriormente citadas. É um mercado amplo, que possui uma incomensurável perspectiva de crescimento e que tem um poder de absorção muito grande frente à necessidade deste profissional nos atuais moldes do mundo globalizado. 3.1 As Expectativas Profissionais Nos últimos anos o mundo tem passado por mudanças significativas em decorrência principalmente da globalização. A economia global tem se tornado cada vez mais instável depois da Crise do Subprime nos EUA em 2008 e logo depois a desastrosa crise europeia, deixando países como Grécia, Portugal e Espanha em situações econômicas catastróficas. Novos desafios estão sendo impostos em decorrência do avanço tecnológico, do avanço nos meios de comunicação e também nesse incessante processo de inovação que parece nunca ter esgotamento. O mercado muda a cada instante, profissionais são inseridos e profissionais são excluídos, empresas abrem e as mesmas empresas entram em falência. No entanto, em consonância com essa “metamorfose ambulante” que vive a economia mundial, a imagem do contabilista tem ganhado relevo em nível mundial, visto que esse constante processo de mudança e esta tendência de crescimento do fluxo de negócios entre países e sistemas econômicos totalmente diferentes faz crescer a necessidade de uniformização e convergência do processo contábil. Nesse contexto de uniformização e convergência, Neves (2011, p. 33) fala que: A convergência para as normas internacionais de contabilidade objetiva facilitar a análise dos investidores internacionais, pois a necessidade de manusear diversas demonstrações financeiras com várias normas distintas e diferenciadas dificultava sobremaneira a comparação das mesmas e, consequentemente, a aplicação dos recursos pelos investidores residentes ou domiciliados em outros países. 9 Disponível em http://www.esaf.fazenda.gov.br, acesso em 03 de mar. 2013. 111 Ainda em consonância com a convergência das normas internacionais de contabilidade, Neves (2011, p. 33) ressalta que “a convergência é uma contribuição da classe contábil ao crescimento da economia global, pois viabiliza o fluxo de capitais e os investimentos oriundos do exterior”. Esta convergência nos diz que está em curso a consolidação de uma linguagem única, global, para a apresentação da contabilidade das empresas. Atualmente os profissionais de contabilidade têm que expandir sua visão para além de números e de legislação nacional, devem, além de tudo, observar para o cenário internacional e atuar de acordo em como os problemas são solucionados além das fronteiras. Neste novo contexto o profissional contábil deixa de exercer o papel de analista patrimonial, ou simplesmente o tão famoso guarda-livros, para se tornar um dos gestores do patrimônio das entidades. Em se falando do ponto de vista financeiro, já se pode dizer a que as perspectivas para a profissão contábil são excelentes. Entretanto, Iudícibus (2010, p. 24) ressalta que “ainda estamos no limiar de uma era em que será reconhecida toda a importância da função contábil dentro das entidades”. Logo, é evidente que o contabilista se conscientize dessa nova perspectiva e que se adeque aos novos moldes exigidos pelo mercado. Diante destes fatos pode-se esperar um estrondoso progresso da profissão contábil tanto no Brasil quanto em cenário mundial. A contabilidade tem se tornado cada vez mais intrínseca à globalização, podendo-se inclusive dizer que as duas têm caminhado lado a lado e em crescimento diretamente proporcional, uma vez que à medida que a globalização aumenta, leva a contabilidade consigo. Entretanto, Iudícibus (2010, p. 24-25) fala que um progresso constante, duradouro e equilibrado e que dependa de meras adaptações e convergências a princípios internacionais somente acontecerá se ocorrerem as seguintes circunstâncias: 1. nossas entidades representativas de contadores necessitarão realmente continuar um trabalho de profundidade sobre pesquisa de princípios contábeis; 2. será necessário que nossos técnicos de contabilidade se dirijam, em massa, para os bons cursos de Ciências Contábeis, a fim de obterem uma formação realmente completa; 3. nossas instituições de pesquisa, principalmente as universidades, precisam dedicar fundos e esforços à pesquisa contábil, no sentido de treinar, manter e 112 atualizar seu corpo docente, com boa participação de docentes que se dediquem integralmente à universidade. Assim, observa-se que a contabilidade possui todas as possibilidades de progredir, sendo que o contabilista deve estar apto a mudanças e a inovações, deve permanecer sempre atento, deve procurar capacitação, agir com ética e zelo pela profissão, e além de tudo, é evidente a necessidade de apoio governamental a fim de que as instituições de ensino apliquem recursos e obtenham melhorias na formação acadêmica, pessoal e profissional dos estudantes de Ciências Contábeis. 4 AS CIÊNCIAS CONTÁBEIS EM SERGIPE O curso de Ciências Contábeis em Sergipe teve origem em meados dos anos 50, mais precisamente em 1956, sob a diretriz de uma instituição mantida pelo governo do Estado de Sergipe, a antiga “Faculdade de Ciências Econômicas de Sergipe”. Em 1968 surgiu a Universidade Federal de Sergipe, incorporando a Faculdade de Ciências Econômicas de Sergipe, e com isso revigorando o curso de Ciências Contábeis cujo primeiro vestibular ocorreu em 197110. Atualmente Sergipe possui 121 cursos de graduação oferecidos em todo o Estado11, desde faculdades e universidades privadas à Universidade Federal de Sergipe. O estado possui 3.461profissionais registrados no CFC, sendo que 2.047 são profissionais com nível de graduação e os 1.414 restantes são os técnicos em contabilidade. Se levarmos em consideração que o estado de São Paulo possui 134.520 profissionais com registro, sendo 74.761 graduados e 59.759 técnicos em contabilidade, poder-se-ia dizer que Sergipe está muito aquém do ideal, apesar de ser um estado menos desenvolvido que a metrópole São Paulo12. Em Sergipe, os profissionais registrados, incluindo técnicos e graduados, representam 4,5929 % da região nordestina e 0,1741 % do país, ficando em paridade com estados como Tocantins (0,7397% dos profissionais do país) e Alagoas (0,7668 % dos profissionais do país). Além do mais, dos 2.047 profissionais com nível de graduação, 10 Disponível em http://dcc.ufs.br/pagina/hist-rico-8672.html, acesso em 03 de mar. 2013. Disponível em http://www.emec.mec.gov.br, acesso em 03 de mar. 2013. 12 Disponível em http://www.cfc.org.br, acesso em 03 de mar. 2013. 11 113 1.106 são homens e 941 são mulheres13, ou seja, já se observa um mercado equilibrado em gênero, onde o público feminino encontra-se bem inserido. Por conseguinte, temos em Sergipe 460 organizações contábeis com registro no conselho, sendo que se incluem sociedades, empresários e firmas individuais que em somatório representam 0,5672 das organizações registradas em todo o país. Não é um número muito expressivo, mas já é uma boa evolução em comparação a 2004, que eram apenas 68.007 registradas em todo o país, o que, por analogia aos dias atuais, poder-seia dizer que Sergipe representava cerca 385 organizações. O panorama da profissão contábil em Sergipe não é dos mais agradáveis, principalmente pelo fato de que ainda existem muitos profissionais que fazem o possível para não aderirem à modernização e ao avanço constante da ciência contábil. O mercado carece de profissionais com capacitação e as faculdades não param sua busca incessante por professores e pesquisadores com formação adequada e que apresentem fielmente as exigências da nova prática contábil. No entanto, este jogo ainda terá muitas mudanças, pois se levarmos em consideração que os 121 cursos ofertem 50 vagas em ciências contábeis por ano, sendo que alguns ofertam 100 vagas, como é o caso da FJAV, e que estas vagas sejam totalmente preenchidas e tomando por base que destes 6050 estudantes que ingressam nas faculdades tenhamos 30% formados, teríamos cerca de 1.815 profissionais graduados todo ano. Claro que estes números apresentados no parágrafo anterior são fictícios, mas seriam excelentes números para as Ciências Contábeis no estado, pois ao contrário do que muitos possam achar, o mercado sergipano necessita de inserção de novos profissionais que possam vir agregar valores e levar a profissão a um patamar de maior aceitação e valorização na sociedade. Além disto, uma elevação no número de profissionais formados traria mais possibilidades de contratação nas faculdades e uma possível melhoria no ensino e nas pesquisas. Urge trazer a lume a aplicação e dedicação que o Conselho Regional de Contabilidade de Sergipe tem em diversificar e abrir novos horizontes para a contabilidade no estado. É um conselho atuante, que tem mostrado empenho frente às mudanças que não param de acontecer e que vem buscando valorização e reconhecimento do 13 Disponível em http://www.cfc.org.br, acesso em 03 de mar. 2013. 114 profissional perante a sociedade, além de frequentemente levar aos profissionais cursos de atualização e palestras que visam situar o contabilista sergipano no contexto internacional das Ciências Contábeis. Outro ponto a se destacar no estado é que infelizmente os empresários ainda criam barreiras e não valorizam como se devem estes profissionais. Observam-se frequentemente os baixos honorários pagos e o uso da contabilidade como “hospital” 14 , utilizando-a somente quando as empresas entram em colapso ou quando necessitam de melhorias significativas. A sociedade sergipana pouca valoriza o curso de ciências contábeis, tendo como foco principal a formação em cursos como Engenharia, Direito e Medicina. Felizmente, a convergência às normas internacionais de contabilidade tem ajudado no desenvolvimento da profissão, pois trouxe à tona a inerência do profissional contábil no mundo dos negócios e exige cada vez mais das empresas informações relevantes e fidedignas que sejam entendidas internacionalmente. Além do mais, o fisco também tem contribuído com este desenvolvimento, até por que o povo sergipano tem aversão à multa e a impostos, sendo por isso cada vez mais necessário o uso das Ciências Contábeis em todas as atividades (IUDÍCIBUS, 2009). 4.1 A Formação e a Prática Contábil na FJAV A Faculdade José Augusto Vieira (FJAV) faz parte de um projeto educacional da Fundação José Augusto Vieira, é uma instituição de ensino superior, pesquisas, estudos e extensão voltada para uma compreensão maior do mundo e, em especial da realidade nacional e regional. Tem como Missão formar profissionais comprometidos com o desenvolvimento científico, social e ético, visando uma sociedade mais justa e responsável. Foi credenciada pelo MEC através da portaria 3.014 de 23 de setembro de 2004, e foi inaugurada em oito de outubro do mesmo ano. O curso de Ciências Contábeis da FJAV teve sua primeira turma de concludentes em agosto de 2010. É um curso de pouca idade, pouco mais de sete anos. Reconhecido pelo MEC através da Portaria Nº 900, de 15 de abril de 2011. Tem como objetivo formar 14 Entre os profissionais contábeis é comum dizer que a sociedade, mais especificamente os usuários da contabilidade, buscam os serviços destes profissionais quando as empresas já estão em situações muito próximas da falência, usando dessa forma a contabilidade como um hospital, que serve, na visão destes indivíduos, como um meio de remediar os males existentes nas empresas. 115 profissionais através do estudo e da prática dos registros e controles que demonstram a situação contábil de pessoas físicas e jurídicas, considerando a evolução e influência das novas tecnologias nas áreas de computação gráfica e informática e sua repercussão no mercado de trabalho. O curso tem duração de 4 anos e possui 26 professores em seu corpo docente, sendo entre eles dois mestres, os Professores Ademário Alves dos Santos e Alysson Cristian Rocha Souza. A grade curricular é composta por volta de 40 disciplinas, desde obrigatórias a optativas, com carga horária total de 3.300 horas, e tem como atual coordenador o Professor Especialista Rivaldo José do Nascimento Júnior. Até a presente data o curso já formou 93 profissionais, sendo 41 homens e 52 mulheres. Com isso, tem-se uma média em torno de 16 alunos por semestre, sendo que a primeira turma formou-se em agosto de 2010 e desde então em todos os semestres existem alunos concluindo o curso de graduação. Considerando que seja um dos cursos de graduação em Ciências Contábeis mais novos do Estado de Sergipe, pode-se dizer que são números bastante expressivos e animadores. Com o constante apoio do corpo docente e administrativo da FJAV e, é claro, os mantenedores, este curso vem ganhando acentuado destaque no Estado, sendo considerado estar entre os cinco melhores em Ciências Contábeis. Além do mais, é incomensurável a importância da formação destes profissionais para o Estado e principalmente para a alavancagem, crescimento e desenvolvimento do município de Lagarto, onde se localiza a faculdade. Com as novas exigências e à convergência às normas internacionais de contabilidade, o curso deixou de ter a formação voltada para as exigências do fisco e passou a adotar estratégias contemporâneas. Portanto, os alunos que hoje se encontram matriculados possuem perspectivas de crescimento e visão holística acerca da internacionalização da contabilidade e da globalização, que exige profissionais maleáveis e adeptos a mudanças neste novo cenário mundial. 4.2 Inserção dos Egressos da FJAV no Mercado de Trabalho Como já dito anteriormente, o curso de ciências contábeis da FJAV possui 93 profissionais formados, os quais formam o universo de pesquisa deste trabalho, mas como torna-se dispendioso e inviável avaliar os 93 profissionais, esta pesquisa foi 116 realizada com um grupo de amostragem de 25 profissionais contábeis egressos. A pesquisa foi feita através de questionários socioeconômicos e contou com o apoio da instituição e principalmente da coordenação do curso, que deu suporte e tornou possível a realização da mesma. Dentre os 30 entrevistados verificou-se certo grau de paridade entre homens e mulheres, sendo 13 mulheres e 12 homens, conforme figura 1. Além disso, observou-se a predominância de profissionais com a faixa etária entre 25 a 29 anos correspondendo a 52% do total de entrevistados, além também de verificar-se que os profissionais com faixa etária entre 20 e 24 anos correspondem a 24%, consoante figura 2. Fig.1 Fonte: Pesquisa de campo, março de 2013. Org.: G. M. Ramos, D. F. S. Pimentel, E. S. V Santos. Orient.: Ademário Alves dos Santos. Fig. 2 Fonte: Pesquisa de campo, março de 2013. Org.: G. M. Ramos, D. F. S. Pimentel, E. S. V. Santos. Orient.: Ademário Alves dos Santos. Dentre os profissionais entrevistados, ver figura 3 abaixo, 40% já trabalhava antes de ingressarem no curso e os 60% restantes não, não necessariamente na área contábil, alguns trabalhavam no comércio, outros eram autônomos, outros já eram profissionais concursados e alguns dos poucos já trabalhavam em escritórios contábeis ou no grupo Maratá. Os entrevistados mostraram um bom nível de satisfação quanto à sua formação, sendo que apenas 1 dentre o total mostrou insatisfação, verificando-se que 52% encontram-se satisfeitos e 28% muito satisfeitos, ver figura 4. 117 Fig. 3 Fonte: Pesquisa de campo, março de 2013. Org.: G. M. Ramos, D. F. S. Pimentel, E. S. V. Santos. Orient.: Ademário Alves dos Santos. Fig. 4 Fonte: Pesquisa de campo, março de 2013. Org.: G. M. Ramos, D. F. S. Pimentel, E. S. V. Santos. Orient.: Ademário Alves dos Santos. Os profissionais mostraram estar de acordo com os conteúdos abordados na graduação, pois foram muito importantes em sua formação e ainda aplica-os com presteza e dedicação na execução de suas atividades profissionais. Dentre os entrevistados 68% responderam concordar com os referidos conteúdos, 28% concordaram totalmente, apenas 1 profissional mostrou-se indiferente e nenhum deles mostrou discordância, consoante figura 5 logo abaixo. Fig. 5 Fonte: Pesquisa de campo, março de 2013. Org.: G. M. Ramos, D. F. S. Pimentel, E. S. V. Santos. Orient.: Ademário Alves dos Santos. Depois de concluírem o curso de graduação os profissionais mostraram certo nível de paridade entre fazer especialização ou simplesmente continuar o processo de conhecimento, formação continuada, através da execução de suas atividades no mercado de trabalho. Dentre os entrevistados, ver figura 6, dez responderam ser importante continuar o processo de conhecimento e fizeram especialização na área contábil, a 118 maioria na própria FJAV, 7 mostraram indiferença, 4 continuam adquirindo conhecimento no próprio mercado de trabalho, e entre os 4 restantes, 2 estudaram e passaram em concurso público e os outros 2 continuam estudando através de livros técnicos, revistas, artigos e sites da área contábil. Fig. 6 Fonte: Pesquisa de campo, março de 2013. Org.: G. M. Ramos, D. F. S. Pimentel, E. S. V. Santos. Orient.: Ademário Alves dos Santos. Dos profissionais entrevistados, todos se encontram ativos no mercado de trabalho, a grande maioria atua no próprio grupo Maratá, sendo que 84% trabalham na área contábil e os 16% restantes trabalham em outras áreas, como por exemplo, os escritórios de contabilidade na cidade de Lagarto/SE, figura 7. Logo, dentre os que atuam na área contábil, verifica-se a predominância de pessoas que trabalham em mais de um setor, correspondendo 38% do total, em segundo lugar pode-se dizer os profissionais têm certa afinidade com a área financeira (19%), e o restante atua nas áreas gerenciais, fiscais e tributárias, consoante figura 8. Fig. 7 Fonte: Pesquisa de campo, março de 2013. Org.: G. M. Ramos, D. F. S. Pimentel, E. S. V. Santos. Orient.: Ademário Alves dos Santos. Fig. 8 Fonte: Pesquisa de campo, março de 2013. Org.: G. M. Ramos, D. F. S. Pimentel, E. S. V. Santos. Orient.: Ademário Alves dos Santos. 119 Urge trazer a lume que o Curso de Ciências Contábeis da FJAV tem contribuído de forma ímpar para o mercado de trabalho da região centro-sul do Estado de Sergipe, pois dentre os profissionais entrevistados apenas 2 tiveram dificuldade em conseguir espaço no mercado de trabalho, a grande maioria (92%, ver figura 9) conseguiram emprego logo após a formação, sendo que alguns deles já trabalhavam e tiveram melhorias na remuneração e nos cargos dentro de suas empresas. Fig. 9 Fonte: Pesquisa de campo, março de 2013. Org.: G. M. Ramos, D. F. S. Pimentel, E. S. V. Santos. Orient.: Ademário Alves dos Santos. É importante ressaltar que apesar de todos estarem atuando, infelizmente alguns ainda encontram-se insatisfeitos com a remuneração que recebem pela execução de seus serviços, cerca de 60% (figura 10), no entanto, destes 60% tem-se que cerca de 30% dos mesmos não atuam na área contábil. Logo, dentre àqueles satisfeitos com sua remuneração, todos atuam na área contábil e mostram proporcionalidade entre a complexidade dos serviços e sua remuneração. Além do que, aqueles que mostraram insatisfação apontaram alguns pontos de melhoria, mostrando que um dos principais seria o reconhecimento da sociedade. Fig. 10 Fonte: Pesquisa de campo, março de 2013. Org.: G. M. Ramos, D. F. S. Pimentel, E. S. V. Santos. 120 Orient.: Ademário Alves dos Santos. Portanto, de acordo com os dados colhidos, pode-se dizer que os alunos graduados em ciências contábeis pela FJAV encontram-se em boas condições no mercado de trabalho, sendo que dentre os entrevistados verificou-se um nível zero de desemprego. Além do mais, a grande maioria encontra-se satisfeita com a formação adquirida, com a execução da profissão, com os ganhos futuros almejados e com as perspectivas de crescimento profissional. 4.3 O Perfil Socioeconômico dos Egressos de Ciências Contábeis da FJAV De acordo com o questionário aplicado, verificou-se que os egressos entrevistados encontram-se em boas condições econômicas e sociais, sendo que alguns, além de atuar na área contábil, tornaram-se empresários bem sucedidos, montando seu próprio negócio e gerando emprego para outros profissionais. Além disso, outros destes profissionais possuem cargos altos em empresas de renome, exercendo desde funções administrativas a gerenciais. Todavia, estes profissionais ainda cobram o reconhecimento da sociedade perante a profissão contábil, mas os mesmos têm contribuído cada vez mais com o crescimento da profissão em todo o Estado de Sergipe, principalmente na região centro-sul. Esta contribuição tem sido vista e enaltecida, inclusive todos os entrevistados mostraram empatia e ofereceram ajuda na realização desta pesquisa, além de mostrar contentamento com a preocupação e empenho da faculdade e dos alunos que hoje fazem parte do quadro acadêmico frente à profissão contábil. Os mesmos mostraram preocupação com o processo de formação continuada e com o aprimoramento e evolução que os novos moldes da contabilidade têm exigido destes profissionais, pois como já falado anteriormente, a profissão contábil tem sido alvo de inúmeras mudanças rotineiramente, isso se dá ao fato principalmente da convergência às normas internacionais de contabilidade. Logo, com o conhecimento adquirido durante o curso de graduação e em momentos posteriores em que a faculdade teve contribuição, estes profissionais atenderam às expectativas e conseguiram mostrar que a FJAV está cumprindo perfeitamente com a sua missão, que é formar profissionais comprometidos com o 121 desenvolvimento científico, social e ético, visando uma sociedade mais justa e responsável. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O notório crescimento da Faculdade José Augusto Vieira e o do curso de Ciências Contábeis da mesma incentivou a realização desta pesquisa. O presente trabalho enaltece o trabalho da faculdade junto à formação acadêmica e profissional dos estudantes de ciências contábeis e dos professores e colaboradores que estão à frente do processo educacional. Diante do que se propõe o presente estudo pode-se considerar que os egressos do curso de ciências contábeis da FJAV reconhecem e deixam transparecer a excelente formação que receberam, mostrando isso sendo destaque no mercado de trabalho e no exercício da profissão junto à sociedade. Os profissionais que contribuíram para execução deste trabalho encontram-se em excelentes condições socioeconômicas, totalmente inseridos no mercado, com ótima expectativa profissional e buscando cada vez mais o reconhecimento e a alavancagem da profissão. Apesar do trabalho que a faculdade vem fazendo, ainda se observa certo descontentamento por parte dos egressos, isso com relação ao incentivo à pesquisa. Os entrevistados acreditam que o curso deve investir um pouco mais na formação de profissionais pesquisadores e possíveis cientistas, que futuramente angariem benefícios e ganhos maiores ao exercício da profissão. Portanto, a presente pesquisa trouxe também a lume a importância que a FJAV tem frente, principalmente, ao mercado de trabalho de Sergipe. A contribuição da faculdade para a formação pessoal e profissional da sociedade é incomensurável, isso se refletiu nos dados aqui apresentados, que elucidam a magnitude em que se transformou e tomou notoriedade a profissão contábil e,mais particularmente, o excelente curso de graduação em ciências contábeis que a faculdade oferta. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEUREN, Ilse Maria. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade, 3 ed., São Paulo: Atlas, 2009. 122 IUDÍCIBUS, Sérgio de (coord.). Contabilidade Introdutória: Atualizada de Acordo com as Leis Nº 11.638/07 e Nº 11.941/09, 11 ed., São Paulo: Atlas, 2010. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos; FARIA, Ana Cristina. Introdução à Teoria da Contabilidade Para o Nível de Graduação, 5 ed., São Paulo: Atlas, 2009. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade, 10 ed., São Paulo: Atlas, 2010. 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