8 Ondas Constantes Velocidade do som no ar: vsom = 344 m/s Velocidade da luz no vácuo c = 3 × 108 m/s 8.1. Considere uma corda de comprimento L e densidade linear µ = m/L, onde m é a massa da corda. Partindo da equação de Newton para o movimento de uma pequena porção da corda com comprimento dx, demonstre que, no caso de haver ondas transversais de pequena amplitude a propagar-se na corda, as oscilações dos pontos da corda relativamente à posição de equilı́brio podem ser dadas por: ∂2y 1 ∂2y = , ∂x2 v 2 ∂t2 p onde y = y(x, t), v = Tx /µ é a velocidade de propagação da onda na corda e Tx é a tensão aplicada ao longo do eixo dos xx. 8.2. Na extremidade de uma corda suficientemente longa é imposta uma perturbação com frequência f = 5 Hz que provoca uma onda de amplitude A = 12 cm e velocidade de propagação v = 20 m/s. A densidade linear da corda é µ = 5 × 10−2 kg/m. a) Determine a frequência angular, ω, e o número de onda, k, bem como a expressão para a onda que se propaga na corda. Resolução: A posição dos pontos da corda sujeita à onda resultante da perturbação é dada pela função y(x, t) = A sin(kx − ωt) A frequência angular relaciona-se com a frequência por ω = 2πf , logo, atendendo ao valor indicado para f , ω = 10π rad/s. Para determinarmos o número de onda, usando a relação acima, podemos escrever y(x, t) = A sin (2π(x/λ − f t)) onde λ é o comprimento de onda. Donde, k = 2π/λ. Mas, a velocidade de propagação da onda é v = f λ, donde tiramos k = 2πf /v = π/2 m−1 . 101 8 Ondas E podemos descrever a onda como y(x, t) = 0, 12 sin 2π x − 5t 4 m b) Qual a tensão a que está sujeita a corda? Resolução: Sabemos já que v = p Tx /µ pelo que obtemos, Tx = µv 2 = 20 N c) (∗ ) Qual a potência que deverá ser transmitida à corda para que se consiga manter a corda a vibrar como indicado anteriormente? Se quiséssemos aumentar a frequência num factor de 10, em quanto terı́amos que aumentar a potência? Sugestão: Comece por demonstrar que a energia de cada pequeno segmento de corda com comprimento ∆x e massa ∆m está relacionada com a energia cinética máxima desse segmento (Ec,max ) e é dada por 1 ∂y(x, t) ∆m 2 ∂t 1 µdxA2 ω 2 . 2 Ec,max = = 2 max Solução: A força F aplicada na extremidade da corda a um elemento de massa dm, imprima uma aceleração a tal que F = dm ÿ = −dm ω 2 y = −ky a qual se relaciona com a energia potencial por F = − nos permite obter por integração, 1 1 dEp = ky 2 = dm ω 2 y 2 . 2 2 Por outro lado, a energia cinética é 1 dEc = dm v 2 2 1 dm ω 2 A2 cos2 (kx − ωt) = 2 1 = dm ω 2 A2 1 − sin2 (kx − ωt) 2 1 = dm ω 2 A2 − y 2 2 102 dEp dy , o que Obtendo, para a energia total dE = dEc + dEp , 1 dE = dm ω 2 A2 2 Numa extensão de corda de um comprimento de onda, a energia transportada pela onda será Z 1 dE = ω 2 A2 2 Z 1 dm = µω 2 A2 2 Z λ 0 1 dx = µλω 2 A2 , 2 onde usamos dm = µdx. Em cada cada perı́odo a potência será, Z P =f 1 dE = f µλω 2 A2 2 Como λ = v/f , substituindo valores, obtemos P = 7 W. Por outro lado como P ∝ f 2 , para aumentar a frequência de um factor de 10, a potência terá de aumentar 102 vezes. 8.3. Um sinal sonoro é emitido por um par de colunas iguais colocadas a uma distância de 2D = 3 m. Um ouvinte está a uma distância de r = 8 m do centro da linha que une as duas colunas e à mesma distância de ambas as colunas. As colunas estão ligadas a um mesmo amplificador. Se o ouvinte se deslocar x = 35 cm na direcção paralela à linha que une as duas colunas o som anula-se. Qual a frequência do som emitido pelas colunas? r’2 r2 D B r x A D r’ 1 r1 Figura 8.1: Sobreposição de ondas emitidas por um mesmo amplificador Sugestão: Considere que a ondas sonoras recebidas pelo ouvinte e emitidas pelas colunas 1 e 2 podem ser dadas, respectivamente, por Φ1 = A sin(kr1 − ωt) e Φ2 = A sin(kr2 − ωt) e calcule a resultante da sobreposição das duas ondas Φ = Φ1 (r1 , t) + Φ2 (r2 , t), onde r1 e r2 são as distâncias indicadas na figura 8.1. 103 8 Ondas Resolução: A onda que é recebida pelo ouvinte é a sobreposição das duas ondas emitidas, Φ = Φ1 (r1 , t) + Φ2 (r2 , t). Usando a relação trigonométrica 1 1 sin α ± sin β = 2 sin (α ± β) cos (α ∓ β) 2 2 , (8.1) obtemos Φ = 2A cos 1 1 k[r1 − r2 ] sin (k[r1 + r2 ] − 2ωt) 2 2 Ou seja obtemos uma nova onda cuja amplitude depende da distância r1 − r2 , 1 0 A = 2A cos k[r1 − r2 ] . 2 Essa amplitude será zero sempre que o argumento do coseno for π(n + 1/2) com n inteiro. Como k = 2πf /v onde v é a velocidade do som no ar, a amplitude do som anula-se sempre que se verifique v 1 f= 0 n+ 0 r1 − r2 2 n = 0, ±1, ±2, . . . Atendendo à figura 8.1 temos r10 = (D + x)2 + r2 1/2 r20 = (D − x)2 + r2 1/2 Substituindo valores, obtemos f = (1,33 , 4,00 , 6,67 , . . .) kHz. 8.4. Duas ondas Φ1 (x, t) = 4 sin(3x − 2t) cm e Φ2 (x, t) = 4 sin(3x + 2t) cm, propagam-se numa corda de comprimento L que tem as extremidades fixas. a) Qual a resultante da sobreposição das duas ondas na corda? Resolução: Como as ondas Φ1 e Φ2 têm a mesma amplitude, a resultante é Φ(x, t) = 4(sin(3x − 2t) + sin(3x + 2t)) cm mas, usando novamente a relação trigonométrica 8.1, (e como cos(−α) = cos(α)) a equação anterior pode ser escrita Φ(x, t) = 8 sin(3x) cos(2t) cm 104 b) Qual a amplitude de oscilação para o ponto x = 2 cm? Resolução: A amplitude de oscilação é dada pelo termo A(x) = 8 sin(3x). Assim, nesse ponto, A(2) = 8 sin(6) = −2,24 cm c) Qual a equação de movimento para o ponto x = 2 cm? Resolução: Nesse ponto teremos Φ(2 cm, t) = −2,24 cos(2t) cm d) Determine as coordenadas x na corda para as quais a amplitude de oscilação é máxima. Resolução: A amplitude é máxima para sin(3x) = 1 ou seja para 3x = 2n + 1 π, 2 n = 0, 1, 2, . . . , nmax com nmax determinado pela condição xn ≤ L. Os primeiros máximos de x ocorrem para x = (π/6, 3π/6, . . .) cm. e) Determine as coordenadas na corda para as quais a amplitude do movimento é sempre zero. Resolução: Neste caso, a amplitude é zero para sin(3x) = 0 ou seja para x= n π, 3 n = 0, 1, 2, . . . , nmax Os primeiros mı́nimos ocorrem para x = (0, π/3, 2π/3, . . .) cm. 8.5. Numa corda presa em ambas as extremidades e com comprimento L = 1, 5 m, consigo produzir um som com uma frequência fundamental de f = 264 Hz. 105 8 Ondas a) Qual o comprimento de onda da harmónica fundamental, f1 ? Resolução: O comprimento de onda das frequências próprias da corda corresponde às fracções inteiras de 2L: λn = 2L , n n = 1, 2, . . . A harmónica fundamental corresponde a n = 1. Logo λ1 = 3 m. b) Calcule a expressão para as frequências possı́veis na corda (fn ). Resolução: Como f = v/λ, tem-se fn = n v = nf1 2L c) Calcule as frequências das duas harmónicas seguintes, f2 e f3 . Resolução: Da aplicação directa da expressão acima, temos f2 = 528 Hz , f3 = 792 Hz. d) Determine a localização dos nodos correspondentes a f1 , f2 e f3 . Resolução: Como vimos anteriormente, a amplitude anula-se quando o seno é zero, isto é para os pontos que obedecem à condição kx = nπ. Atendendo a que k = 2π/λ, os nodos serão os pontos λ xn = n , 2 n = 0, 1, 2, . . . , xn ≤ L usando a expressão para λm da alı́nea a) podemos construir a seguinte tabela: n 1 2 3 106 fn f1 f2 f3 λn 2L L 2L/3 nodos 0, L 0, L/2, L 0, L/3, 2L/3, L e) Qual a velocidade de propagação das ondas na corda quando o som produzido tem a frequência f1 ? Resolução: Podemos escrever v = f1 λ1 = 2Lf1 . Substituindo valores, obtemos v = 792 m/s. f) Qual a tensão nas extremidades da corda sabendo que a densidade linear é µ = 0, 007 kg/m. Resolução: Por outro lado também sabemos que v = µv 2 = 4390, 85 N. p T /µ. Logo, T = g) Qual a frequência da vibração que passa para o ar? Qual o comprimento de onda do som no ar? Considere a velocidade do som vsom = 340 m/s. Resolução: Passa a frequência fundamental, far = 264 Hz. Por sua vez, o comprimento de onda é λar = vsom /far = 1, 29 m. 8.6. Um raio de luz incide com um ângulo de 20o em relação à normal à face de uma placa de vidro de faces paralelas. A espessura da placa é de 2 cm. O vidro tem um ı́ndice de refracção n = 1,5 para essa radiação. a) Qual o ângulo, em relação à normal, com que o feixe de luz sai do outro lado da placa de vidro? Faça um esquema. Resolução: Com o auxı́lio da figura ao lado, sabemos que os ângulos na fronteira (1)-(2) obedecem à lei de Snell: n1 sin θ1 = n2 sin θ2 (onde n1 e n2 são os ı́ndices de refracção), o mesmo acontecendo na fronteira (2)-(3): n2 sin θ2∗ = n3 sin θ3 . θ1 n1 = 1 θ2 n2 = 1,5 θ2 n3 = 1 θ3 Ora, uma vez que as faces são paralelas, θ2 = θ2∗ . O que implica que θ3 = θ1 . Por outro lado n1 = n3 e portanto o raio sai fazendo um ângulo de 20o com a normal. 107 8 Ondas 8.7. Um feixe de luz branca incide sobre um placa de vidro fazendo um ângulo de 80o com a superfı́cie. Sabendo que o ı́ndice de refracção desse vidro para a luz vermelha é nvermelho = 1, 5885 e para a luz azul é nazul = 1, 5982 , determine a dispersão angular dessas duas cores quando o feixe atravessa a placa de vidro. Faça um esquema. 8.8. Uma onda plana incide sobre uma superfı́cie com duas fendas que distam d = 0, 03 mm. Num ecran a uma distância D = 1, 2 m formase um padrão de interferência. Qual a relação entre a posição dos máximos, (ymax ), e o comprimento de onda (λ) da onda plana? Resolução: R: ymax = mD d λ. 8.9. Duas fendas estreitas são iluminadas pela luz amarela de sódio λ = 589 nm. Num ecran a um metro de distância formam-se riscas espaçadas de 1 cm. a) Qual a distância entre as fendas? Resolução: Com a ajuda da figura ao lado, verificamos que a diferença de percurso entre dois raios é d sin θ. Para que a interferência entre dois raios seja construtiva é necessário que se verifique a condição: d sin θ = mλ , θ d ym θ d senθ D=1m m = 0, 1, 2, . . . para sin θ pequeno, podemos escrever sin θ ≈ tan θ = ym /D e, portanto, ym D d = mλ ⇔ ym = m λ D d onde ym indica a ordem do máximo para um e outro lado da linha divisória das fendas. A distância entre máximos será ∆y = ym − ym−1 donde tiramos d= D λ ∆y Substituindo valores, obtemos d = 100 × λ = 58,9 µm b) Qual seria o espaçamento entre as riscas formadas no ecran se as mesmas fendas fossem iluminadas com luz vermelha de comprimento de onda λ = 650 nm? 108 Resolução: ∆y = 1m 650 58,9×10−6 m × 10−9 m = 0,011 m = 1,1 cm 8.10. Faz-se incidir um feixe de luz branca sobre duas fendas e um segundo feixe (semelhante ao primeiro) sobre um prisma, por forma a comparar o que acontece ao feixe de luz em cada caso. Considere que cada feixe é composto por radiação que, na zona do visı́vel, tem comprimento de onda entre 350 nanómetros (violeta) e 700 nanómetros (vermelha). Analise o que se observa em cada caso e responda às perguntas seguintes. a) Para o primeiro caso observa-se um padrão de interferência na parede em frente. Sabendo que as duas fendas distam d = 6×10−6 m, indique a largura angular do máximo de 1a ordem que sai das fendas. Para isso determine o ângulo θmax,350 (relativo ao máximo central) para o máximo de 1a ordem correspondente à radiação violeta e θmax,700 para o máximo de 1a ordem correspondente à radiação vermelha. Resolução: A figura ao lado representa o trajecto dos raios que atravessam as fendas para radiação de dois comprimentos de onda. Para cada comprimento de onda o primeiro máximo ocorre quando a condição d × sin(θλ ) = λ max(verm) max(viol) d d é satisfeita. Daqui podedmos obter a diferença dos ângulos, ∆θ = θ700 − θ350 : ∆θ = arcsin(λvermelho /d) − arcsin(λvioleta /d) = 3,36o b) No segundo caso o feixe de luz incide perpendicularmente sobre uma das superfı́cies do prisma, atravessando-o e incidindo com um ângulo de 30o numa outra face. Sabendo que o ı́ndice de refracção depende do comprimento de onda (nvermelho,700 = 1,48 e nvioleta,350 = 1,50), calcule a largura angular do feixe que sai do prisma (largura angular do arco-ı́ris). θ1 θ2 Δθ2 Resolução: Recorrendo à lei de Snell, n1 sin θ1 = n2 sin θ2 , para cada um dos valores de ı́ndice de refracção indicados, obtemos θvioleta = 48,59o , n1 θvermelho = 47,73o 109 n2=1 Δ 8 Ondas e, ∆θ = 0,86o c) Compare os resultados das alı́neas anteriores, fazendo um esquema para a imagem que se observa na parede no primeiro caso (com as duas fendas) e para o segundo caso (com o prisma). 8.11. Um feixe de luz de uma lâmpada de hidrogénio faz-se passar através de duas fendas que distam d = 41 × 10−6 m. A luz incide posteriormente sobre um ecran a 2, 5 m de distância. O espectro visı́vel do hidrogénio compreende radiação com os seguintes comprimentos de onda: Risca Hα Hβ Hγ Hδ λ/nm 656,3 485,8 434,0 410,0 Cor vermelho verde azul violeta a) Justifique por que motivo a luz que passa pelas duas fendas dá origem à formação de máximos e mı́nimos de intensidade luminosa no ecran. b) Calcule: a que distância do ponto central se encontra o máximo de 1a ordem para a luz violeta de λHδ = 410 nm e para a luz azul de λHγ = 434, 0 nm; a que distância do ponto central se encontra o mı́nimo de intensidade para a risca violeta e a risca de côr azul. c) Qual a distância mı́nima a que o ecran deve estar para que se consiga distinguir a luz azul da luz ultravioleta com uma resolução ∆y = 0, 5 mm. d) Conseguindo distinguir a luz azul da luz violeta conseguirá distinguir a luz vermelha da luz violeta? Justifique. 8.12. Num ecran situado a uma distância L = 1, 2 m de um sistema de fenda dupla forma-se um padrão de interferência da luz que passa pelas fendas. A distância entre as fendas é d = 0, 03 mm. O máximo de segunda ordem, m = 2, dista 4,5 cm do máximo central. a) Determine o comprimento de onda da radiação que incide nas fendas. Resolução: R: λ = 562, 5 nm. 110 b) Determine a distância no ecran entre dois máximos consecutivos Resolução: R: ym+1 − ym = 2, 25 cm. 8.13. Uma fonte de luz emite radiação com comprimentos de onda λ1 = 430 nm e λ2 = 510 nm. Esta fonte é usada numa experiência de interferência com fendas duplas distantes entre sı́ de d = 17 µm. Calcule a distância a que se encontram os máximos de 3a ordem num ecran à distância de d = 1 m. Resolução: R: ∆y = 1, 4 cm. 8.14. Uma bola de sabão é iluminada com luz, cujo comprimento de onda no vácuo é λ = 600 nm. O ı́ndice de refracção da água com sabão é igual ao da água, n = 1, 33. a) Calcule a espessura mı́nima que deverá ter uma bola de sabão para que se obtenha interferência construtiva da luz reflectida. A interferência verifica-se entre a luz reflectida na superfı́cie da bola de sabão e a luz reflectida no interior da bola. Resolução: Quando a luz incide na superfı́cie da bola de sabão, uma parte vai atravessar a superfı́cie, difractando-se, enquanto outra parte vai ser reflectida (raio (a)), conforme representado na figura ao lado. A onda reflectida sofre uma mudança de fase de π por se tratar de uma reflexão num material com maior ı́ndice de refracção (n2 > n1 ). A luz difractada vai, por sua vez, ser parcialmente reflectida na superfı́cie oposta (desta vez sem mudança de fase já que (n2 < n1 ) ), voltando a atravessar a primeira superfı́cie (raio (b)) e podendo interferir com o raio (a). Note que o comprimento de onda da luz na bola de sabão também se altera de acordo com λar λ2 = n2 a b 1 n1 = 1 d n2 = 1,33 2 n3 = 1 Considerando que o percurso do raio na bolha de sabão é ≈ 2d, a condição para que se observe interferência construtiva entre os dois raios (a) e (b) é 2d = mλ2 + λ2 , 2 m = 0, 1, 2, . . . 111 8 Ondas e onde o último termo do lado direito é devido à mudança de fase discutida acima. Ou, usando a relação entre comprimentos de onda, 1 λar 2d = m + 2 n2 Pondo m = 0 podemos calcular a espessura mı́nima: dmin = 1 λar = 112,8 nm 4 n2 b) Haverá interferência construtiva se a pelı́cula da bola de sabão tiver uma espessura que seja o dobro da calculada na alı́nea anterior? Justifique. Resolução: Podemos escrever a condição para interferência construtiva como d = (2m + 1) λar , 4n2 m = 0, 1, . . . E vemos que só quando a espessura variar número ı́mpar de vezes em relação à espessura mı́nima, voltamos a obter interferência construtiva. 8.15. Um feixe monocromático de luz de um laser de hélio-néon, de comprimento de onda λ = 632, 8 nm incide sobre uma rede de difracção com 6000 fendas por centı́metro. a) Determine os ângulos a que se observam os máximos de 1a e 2a ordens. Resolução: R: θ1 = 22, 31o ; θ2 = 49, 39o . b) Determine se é possı́vel observar o máximo de 3a ordem. Resolução: R: Para m = 3 obtém-se sin θ3 = 1, 139 o que é impossı́vel. 8.16. Luz de comprimento de onda λ = 589 nm é usada para iluminar um objecto que se pretende observar ao microscópio. A objectiva do microscópio tem uma abertura com diâmetro d = 0, 9 cm. Calcule o menor ângulo que se consegue resolver. 112 Se em vez desta radiação for usada luz visı́vel, qual o menor ângulo que se consegue resolver. Considere que a radiação visı́vel com o menor comprimento de onda corresponde a luz violeta com λvioleta = 400 nm. 8.17. A intensidade de um som é frequentemente referida em unidades de decibel (dB). A relação entre o valor da intensidade do som em dB e em W/m2 é dada por I(dB) = 10 log10 I(W/m2 ) 10−12 ! , onde I(W/m2 ) é a intensidade do som medida em unidades de W/m2 . Como pode facilmente verificar, nesta escala considera-se que o valor de Io = 10−12 W/m2 define o “zero da escala”. a) A que corresponde uma intensidade de som de I= 1W/m2 na escala de dB? b) Num concerto dos Green Flying Dinossaurs, quando um dos GFD sobrevoa o palco suspenso do tecto, uma fonte sonora pontual emite um efeito acústico com uma potência Pemitida = 100 W. Determine a que distância do palco a intensidade deste som é igual a 90 dB, limite a partir do qual se devem utilizar de protectores auditivos para evitar lesões irreversı́veis do aparelho auditivo? 113