MERCANTILISMO (7a. Parte) Mercantilismo e Violência CURSO: Administração DISCIPLINA: Comércio Exterior FONTE: DIAS, Reinaldo. RODRIGUES, Waldemar. Comércio Exterior Teoria e Gestão. Atlas. São Paulo: 2004. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 1 Mercantilismo e violência Os mercantilistas consideravam que, para que um país tenha mais EXPORTAÇÕES do que IMPORTAÇÕES, é necessário que ocorra em outro país a situação oposta. Nesse paradigma os mercantilistas não admitiam o livre comércio. O Comércio Internacional era compreendido como uma “guerra comercial” em que os meios justificavam os fins (teoria do mercantilismo). BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 2 Pirataria e Corso Esta disputa chegou a tal ponto que os países apoiavam a prática da pirataria, desde que atendesse aos seus interesses e fosse feita contra os países concorrentes. Criou-se a figura da pirataria realizada com a autorização dos Estados, que, nesse caso, chamava-se CORSO, e os piratas denominados de corsários. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 3 Pirataria e Corso PIRATARIA = crime de violência, apropriação ou depredação cometido no mar por pessoas particulares contra embarcações, passageiros e carga PIRATA = aventureiro dos mares que pilha navios mercantes e povoações costeiras. CORSO = tipo de guerra irregular em que um comandante de navio mercante armado ou de guerra recebe autorização do Estado para atacar o tráfego marítimo do inimigo e suas instalações. CORSÁRIO = comandante de um navio que faz o corso. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 4 Atividades dos piratas Durante os séculos XVI a XVIII, era intenso o contato dos piratas com o mundo dos negócios. Muitas incursões eram financiadas por sociedades formadas exclusivamente para esse fim. Com o tempo, a ação dos piratas foi-se modificando com os avanços técnicos, e logo os navios estavam sendo armados com canhões. Em consequência, as atividades no mar passaram a exigir maiores investimentos, daí a estreita ligação dos capitães piratas com os comerciantes de Amsterdã e Londres e banqueiros italianos. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 5 Galeão GALEÃO = navio a vela com quatro mastros, de alto bordo, armado em guerra, usado no transporte de cargas de alto valor na navegação oceânica entre os séculos XVI e XVIII. Galeão BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 6 Alvos Preferenciais dos Piratas: Espanhóis e Portugueses PIRATARIA – As expedições exigiam uma organização mais complexa e os navios mercantes foram transformados para o exercício da pirataria. ALVOS DOS PIRATAS – Os alvos preferenciais dessas atividades de pirataria eram as naus espanholas e portuguesas. Galeões espanhóis – eram os que davam maior retorno ao investimento pois, de modo geral, transportavam ouro e prata de sua colônias. Naus portuguesas – eram vítimas devido ao seu carregamento de mercadorias, no início pau-brasil e peles e posteriormente o açucar e outros produtos. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 7 Pirataria contra Portugueses Com a criação da Companhia Holandesa e da Inglesa das Índias Orientais, estas passaram a disputar o comércio de especiarias com os portugueses no Oriente, procurando negociar com os mercadores asiáticos pagando com metais preciosos. USO DA PIRATARIA – Quando havia resistência para o negócio, passavam então à pirataria, moralmente justificada como uma cruzada em defesa do livre-comércio. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 8 Violência Portuguesa e Holandesa Os PORTUGUESES haviam imposto uma taxa sobre todos os navios que comerciavam no Oceano Índico: se algum se recusasse a pagar, era afundado. Depois que os HOLANDESES quebraram a supremacia portuguesa, passaram a adotar a mesma prática extorsiva. O MERCANTILISMO apresentava uma natureza bastante agressiva. Em relação aos novos territórios fora do continente europeu, adotou-se a exploração das terras de suas populações nativas. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 9 Exploração dos Territórios Conquistados das TERRAS – saque das riquezas naturais foram amplamente adotados pelos europeus colonialistas. de suas POPULAÇÕES NATIVAS (negros e índios) - a escravatura, e, no Brasil, os colonizadores procuraram escravizar os indígenas encontrados no território. Na América espanhola aqueles que não foram enviados para as minas foram dizimados em grande número e obrigados a entregar seus metais preciosos (ouro e prata). ÍNDIOS - O destino das civilizações encontradas no novo mundo, como os astecas e os incas, foi a submissão completa ou o extermínio. NEGROS - Quando não se revelavam dóceis para o trabalho, eram aniquilados, e importava-se mão-de-obra escrava africana, principalmente para a lavoura de canade-açúcar. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 10 A Guerra Mercantil no Brasil O BRASIL COMO ALVO DA COBIÇA Durante o período colonial, o Brasil sofreu assédio constante das potências mercantilistas da época, principalmente dos FRANCESES, INGLESES e HOLANDESES que não possuíam território nas Américas e praticavam a pirataria em larga escala contra os navios, feitorias, vilas e cidades portuguesas e espanholas. Nos primeiros anos a extração do pau-brasil se constituía na única atividade econômica de peso realizada na Terra de Santa Cruz (nome pelo qual inicialmente era conhecido o brasil), praticada tanto pelos PORTUGUESES quanto pelos FRANCESES que frequentavam as costas onde instalavam feitorias para sua exploração. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 11 A Extração do Pau-Brasil pelos Franceses Do pau-brasil se obtinha a cor vermelha para o tingimento dos tecidos, fato que o tornava bastante procurado para ser utilizado nas manufaturas. Assim, havia uma grande procura pelo produto, onde a pirataria era muito utilizada. A extração da madeira realizada por portugueses e franceses era bastante rudimentar e consistia na destruição sistemática das matas nativas onde se encontrava o pau-brasil. Os indígenas se tornaram os auxiliares dos europeus na retirada da madeira. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 12 Quinquilharias para os Índios Em troca de quinquilharias, como miçangas, tecidos, peças de vestuário, canivetes, facas e outros pequenos objetos, os ÍNDIOS cortavam as toras (inicialmente com machados de pedra e depois de ferro) e as transportavam até a praia onde esperavam as embarcações. Para os FRANCESES o tráfico de pau-brasil era bastante vantajoso, pois não se abriam possibilidades de comércio com a Ásia em busca de especiarias como fez Portugal. Os FRANCESES também não aceitavam a divisão do Novo Mundo entre Portugal e Espanha (Tratado de Tordesilhas). Assim, para eles o comércio nas costas brasileiras era uma importante fonte de renda. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 13 Atuação dos Franceses no Brasil As atividades dos súditos franceses na costa do Brasil eram desenvolvidas pelos: - Mercadores franceses – organizavam expedições para buscar a madeira e outros produtos nativos; - Corsários franceses – praticavam atos de pirataria, pilhando navios e feitorias, sendo que muitos dos quais com cartas de corso fornecidas pelo próprio Rei de França. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 14 Pirataria dos Franceses Durante o período a esquadra portuguesa aprisionou já em águas européias a nau Pélérine que continha: 5.000 quintais de pau-brasil (1 QUINTAL = 4 arrobas = 4 x 14,7 kg = 58,80 kg) = 294.000 kg = 294 ton de pau-brasil; 3.000 peles de leopardo (onças) e outros animais; 600 papagaios; 300 bugios (macacos) e saguis (pequenos macacos); 300 quintais de algodão; 300 quintais de caroço de algodão; outros. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 15 Repressão ao Contrabando Com o aumento das atividades dos corsários franceses, a coroa portuguesa enviou expedições com o objetivo de reprimir o contrabando em 1516-1519, 1521-1522 e 1527-1528, que, por estarem melhor armadas, obtiveram o aprisionamento de vários navios estrangeiros, principalmente franceses. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 16 Os Franceses tentaram se fixar no Brasil - Em 1555 (baía da Guanabara-RJ) e foram expulsos em 1567 (13 anos), através de intensos combates. - Em 1594, também tentaram, com a ocupação de São Luís do Maranhão, sendo vencidos em 1615 (21 anos). BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 17 AS INVASÕES HOLANDESAS NO BRASIL Companhia Holandesa das Índias Ocidentais A Companhia das Índias Ocidentais foi constituída em 1621 com objetivo de explorar as áreas compreendidas entre a África e a América. Poderia construir fortes, estabelecer contratos com os povos nativos e nomear autoridades e funcionários. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 18 AS INVASÕES HOLANDESAS NO BRASIL Companhia Holandesa das Índias Ocidentais Entre os principais objetivos da companhia estava o de tomar as regiões produtoras de açúcar no Nordeste brasileiro. Os holandeses fizeram uma primeira tentativa malograda na Bahia em 1624/1625 e conseguiram impor-se em PERNAMBUCO, aí permanecendo de 1630 a 1654 (24 anos). Objetivos da companhia – eram a obtenção de LUCRO rápido baseado nas rendas dos engenhos existentes e em atividade (aumento da produção), do comércio e do transporte. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 19 AS INVASÕES HOLANDESAS NO BRASIL Companhia Holandesa das Índias Ocidentais FLAMENGO Natural de Flandres (região localizada parte na França, na Holanda e na Bélgica). Os flamengos e outros europeus enviados pela Companhia concentraram-se principalmente nas cidades, vilas e povoações. Eram soldados mercenários, negociantes, agentes comerciais, oficiais mecânicos, mascates, taverneiros, trabalhadores braçais e aventureiros. O empreendimento holandês no Nordeste brasileiro tinha como objetivos: 1 - dar lucro para os acionistas; 2 – causar o maior dano possível à Coroa espanhola, inimiga comercial dos holandeses e principal causadora dos prejuízos em sua atividade mercantil. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 20 AS INVASÕES HOLANDESAS NO BRASIL Companhia Holandesa das Índias Ocidentais Foram expulsos em 1654 e não aceitaram a perda de PERNAMBUCO até 1661, quando assinaram o Tratado de Haia em Portugal, através do qual a Holanda receberia uma indenização, a restituição de sua artilharia e alguns benefícios no comércio do açúcar. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 21 OS ATAQUES INGLESES NO BRASIL Piratas e Corsários atuando no Litoral Brasileiro Durante o fim do século XVI (1500) foram vários os ataques de corsários e piratas ingleses que saquearam portos e vilas do litoral brasileiro e atacaram navios que se dirigiam à Europa, apossando-se de sua carga. CORSÁRIO = capitão de navio que faz ações bélicas, ataca, destrói ou apreende navios mercantes inimigos. PIRATA = aventureiro dos mares que pilha navios mercantes e povoações costeiras. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 22 Os Ataques Ingleses no Brasil Os mais importantes foram os ataques ao PORTO DE SANTOS por – Edward Fenton (1583) – derrotado – Robert Withrington (1587) – derrotado – Thomas Cavendish (1591) – que aproveitou-se das festas de Natal e saqueou completamente a cidade de Santos, pegando a população de surpresa. Outra empreitada comercial inglesa foi a frota de Jaime Lancaster (1595), armada e equipada pela Municipalidade de Londres, que invadiu e saqueou RECIFE, levando um valioso carregamento de açúcar. Houve outros ataques com pilhagem por parte dos ingleses, de forma sutile muito lucrativa. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 23 Os ataques ingleses no Brasil Pilhagem legal As ações dos corsários eram atividades consideradas mercantis, empreendimentos comerciais que eram financiados em sua maior parte por acionistas, que poderiam ser particulares, câmaras municipais, e até mesmo reis e rainhas. BLOG: www.boscotorres.com.br EMAIL: [email protected] 4.1f Mercantilismo 24