Recursos Humanos C O L E TÂ N E A D E A R T I G O S Livro II - 2012 difusão do conhecimento Recursos Humanos C o l e tâ n e a d e A r t i g o s Livro II Belo Horizonte 2012 A todos os participantes que gentilmente acolheram a idéia da ECX CARD para a edição desta obra, compartilhando seus conhecimentos e suas experiências pessoais, os nossos sinceros agradecimentos e a certeza de que patrocinaram um momento de reflexão para todos os nossos leitores, em especial, para os agentes e profissionais de RH. * De forma a manter íntegro todo o conteúdo e opiniões das obras apresentadas, a ECX CARD promoveu apenas tratamento ortográfico nos trabalhos constantes nessa obra. ** O conteúdo dos artigos e as opiniões ali expostas são de responsabilidade exclusiva dos participantes, não representando qualquer crítica ou posição esposada pela ECX CARD. Organização ECX CARD - Administradora e Processadora de Cartões S/A Rua Rio de Janeiro, 600 - 11° Andar - Belo Horizonte/MG www.ecx.com.br Capa, Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica percepções - oficina de comunicação É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio. ÍNDICE A abordagem do ciclo de aprendizagem vivencial - CAV como alternativa de desenvolvimento comportamental na Organização Lara Rosane Castro 10 A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS COMO PARCEIRA DO NEGÓCIO Lucimar Alves Fonseca 14 A Arte de Motivar a nova Geração Luciana Rodrigues Costa 18 A ascensão dos novos líderes: desafios e oportunidades das novas gerações Carla Fabiana Silva de Oliveira 22 A Avaliação de Desempenho como uma Ferramenta de Retenção de Talentos Girlene Aparecida Gonçalves Rocha 26 A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA COMO PREVENÇÃO AOS ACIDENTES DE TRÂNSITO Rosana F. Stancioli Safe Nascimento 31 A Educação Técnica e Tecnológica frente ao aquecimento do mercado de trabalho e a era do pleno emprego Vanessa Barcelos Rodrigues 36 A FACE POSITIVA DOS CONFLITOS Silvano Aragão 40 A importância da contratação de estagiários para os processos produtivos da organização Érika Lorena Parreiras da Silva 45 A importância da gestão do conhecimento nas organizações atuais Alêny Fraga 49 A INSERÇÃO DE TRAINEES COMO RECURSOS HUMANOS ESTRATÉGICOS NAS ORGANIZAÇÕES Leonardo Lino Caixeta 53 A LIDERANÇA COACHING E SUA APLICAÇÃO NA EMPRESA Thelma Teixeira 57 A maioria dos líderes não conhecem seu liderados Ana Carolina Huss Teixeira 63 A remuneração como incentivo à qualidade e assiduidade no trabalho Ana Flávia Ceolin 66 ACORDE, A REMUNERAÇÃO POR RESULTADOS VEIO PARA FICAR Sérgio Campos 70 AS INFLUÊNCIAS DO TRABALHO NA QUALIDADE DE VIDA CONTEMPORÂNEA Daniela Lúcia Braga França 74 AS RESISTÊNCIAS ÀS MUDANÇAS Michele Jorge de Oliveira 78 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: importância do uso da ferramenta no período de experiência Priscila Ribeiro de Arruda 82 Capacitação de Profissionais alinhada à estratégia da empresa Gláucia T. Brasileiro 87 COACHING COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO PARA A LIDERANÇA COACH Carolina Lobato do Couto 92 Comportamento Organizacional... será que as empresas sabem o que é isso? Carolina Lima 97 CONSCIÊNCIA E MUDANÇA Luiz Carlos Moreira Gonçalves 102 CRIANDO PROCESSOS SELETIVOS ESTRATÉGICOS NAS ORGANIZAÇÕES Flávia Paula Trasladação 104 Cultura como ferramenta para Gestão de Pessoas Fernanda Carolina de Oliveira 107 Feedback Construtivo: uma ferramenta de desenvolvimento profissional Luciana Heringer Henriques 109 GERAÇÃO Y: Os impactos gerados com a inserção dessa nova geração no ambiente organizacional Mariana Patrice Santos 114 Gestão de Pessoas e Feedback: O Desafio da Liderança Moderna Ana Meira 118 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS COMO UM DIFERENCIAL COMPETITIVO Marcilene Martins da Silva Gonçalves 123 Idade X Mercado de Trabalho Tânia Regina Dinelli de Carvalho 129 INVESTIMENTO NA VALORIZAÇÃO DO COLABORADOR: LUCRO OU PREJUÍZO? Renata Curvelana de Moura 132 LEADER COACH: APRIMORANDO PESSOAS, DESEMPENHOS E RESULTADOS Tatiana Finamore 136 Liderança – Fator Herdado ou construído? Danielle Garibaldi de Mello 140 LIDERANÇA ALÉM DA RESPONSABILIDADE PELOS RESULTADOS EMPRESARIAIS André Nery 145 Liderança Extraordinária Líder Coach - Fazer a diferença hoje, perenizando o sucesso no futuro Ana Patrícia Velloso 148 Líderes: “Especialistas” em pessoas, e não em “coisas” Raquel Cardozo dos Santos 152 MOTIVAÇÃO X SATISFAÇÃO = RESULTADOS Nasly Santos Soares de Paula 155 MUDANÇA... OS MESMOS PASSOS PODEM SER PROPULSORES OU INIBIDORES Maria Cristina Vasconcelos Leite 158 Não basta contratar, é necessário treinar e desenvolver Camilla Xavier 164 “Não me aceite como eu sou!” Maria Sílvia de Azeredo Roscoe 167 O DESABROCHAR DA GESTÃO DE PESSOAS NO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL. Anísio Rocha de Rezende 171 O diabo veste Prada e o pacto da elegância Rita de Cássia Andrade Ferreira 175 O GRANDE DESAFIO DAS ORGANIZAÇÕES Anamaria Malta Lima 178 O PAPEL DA LIDERANÇA NA ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS ORGANIZACIONAIS Jouberth Fidélis de Oliveira 182 O papel do SESMT na prevenção de acidentes de trabalho pelo conhecimento do comportamento humano Edson Martins Filho 186 O PAPEL DOS GESTORES DE RH PARA AS ORGANIZAÇÕES Míriam Barbosa Campolina 191 O PROCESSO DE ANÁLISE DE POTENCIAL E COMPETÊNCIAS COMO FERRAMENTA PARA A AVALIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LÍDERES Carolina Di Lorenzo Morais 195 O QUE FALTA NO TREINAMENTO EMPRESARIAL ... E SUAS CONSEQUÊNCIAS Antônio Walter de Andrade Nascimento 199 O verdadeiro Poder – Escolha mudar! Dileli Carias da Silva 204 Organizações Aprendentes: educação corporativa gerando competitividade Camila Francini Prada 207 PARADIGMAS DA MOTIVAÇÃO HUMANA: UM VIÉS DA PRÁTICA Juliana Lobo Albieri 212 PLANO DE SUCESSÃO: DESAFIO ESTRATÉGICO E VANTAGEM COMPETITIVA PARA AS ORGANIZAÇÕES Alexandre Moreira Faria 217 Programa Jovem Aprendiz: Transformando a obrigatoriedade em oportunidade Rejane Aguiar 221 REFLEXÕES SOBRE LIDERANÇA NOS TEMPOS MODERNOS Fábio Tadeu Ferreira 225 RH - Em busca de Respostas Humanas Cláudia Maria Cardoso 231 ROMPENDO FRONTEIRAS ATRAVÉS DA DESCOBERTA DO PRAZER DE APRENDER Solange Cecília Franco Monteiro 235 SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA COMO ELEMENTOS OBRIGATÓRIOS NA EMPRESA Luciana Mara Souza da Silva 239 Segurança do Trabalho X Departamento de Pessoal Joyce S. Leles 243 Subjetividade no trabalho e construção das práticas de gestão: da pessoa ao sujeito trabalhador Luna Metz 245 SUBJETIVIDADES NA GESTÃO DE PESSOAS Denise Figueiró Mendes 250 Sustentabilidade: Ser ou não ser? Iramaia Máximo 255 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO: Um processo estratégico integrado a Cultura Organizacional como ferramenta de competitividade Francisca Tatiana Lopes Nascimento 258 Uma análise da Atração e Retenção de funcionários do setor da construção civil Ângela Aparecida Prata Neves 262 A abordagem do ciclo de aprendizagem vivencial - CAV como alternativa de desenvolvimento comportamental na Organização Lara Rosane Castro O sucesso de um programa comportamental em grupo está diretamente vinculado à técnica adotada, aliada à formação dos facilitadores, respeito às pessoas e estabelecimento de relação de confiança. Nesta perspectiva, observa-se que desenvolvimentos comportamentais conduzidos por meio de atividades vivenciais que se baseiam no Ciclo de Aprendizagem Vivencial - CAV - ampliam a percepção dos indivíduos, mobilizando-os, com mais efetividade, para as mudanças de comportamento necessárias a serem realizadas. O ciclo de aprendizagem vivencial segue uma lógica de desenvolvimento permitindo ao indivíduo vivenciar (uma situação experimental), elaborar o conceito do que foi vivenciado e transpor tal vivência para um conhecimento profundo e transformador. Na prática, o CAV se dá primeiro pela proposição de uma atividade que permita a experimentação de cada participante 10 do treinamento e, em seguida, a análise desta experiência, compartilhando observações, sentimentos, aprendizagens e reações do grupo, possibilitando também a ampliação das perspectivas dos participantes do treinamento. Posteriormente, as experiências são discutidas e são descobertas as tendências, semelhanças e diferenças de reações existentes entre os participantes, buscando a conceituação e por fim, a mobilização dos participantes para aplicar estas descobertas nas situações de vida real, trazendo a proposição de novos princípios de comportamento, renovando o ciclo de aprendizagem. Há, segundo alguns autores, duas abordagens gerais que se preocupam com as mudanças que ocorrem no indivíduo em situação de aprendizagem. Na tradição behaviorista (Teorias S-R) a ênfase é colocada na mudança do comportamento (R) a partir da interação do indivíduo com seu ambiente (S), já na tradição cognitivista (teorias S-O-R), a mudança de comportamento (R) resulta da aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes – CHA (O), além da interação com o ambiente (S). Nesta perspectiva, pode-se atribuir à metodologia do ciclo de aprendizagem vivencial a transferência de conhecimento, destacando o desempenho do indivíduo. Considera-se para uma melhor efetivação desta transferência, os princípios da andragogia, de estabelecer clima de confiança e de respeito com o aprendiz, valorizando sua experiência, incentivando a sua participação no planejamento, incentivando-o a pensar seu desenvolvimento, procurando atender os seus anseios e enfocar conteúdos com aplicação imediata. “As organizações necessitam de profissionais competentes que saibam mobilizar suas qualificações, 11 transformando-as em resultados e ações valiosas. Necessitam de indivíduos polivalentes, capazes de aprender, autoavaliar-se constantemente, criar novas soluções, resolver problemas complexos, assumir riscos e enfrentar desafios e dificuldades sem receio de errar. Além das qualificações técnicas (saber o quê, como e para quê) é necessário, pois, estimular o uso de estratégias metacognitivas (saber com que) e a internalização de valores (saber ser)”. (ABBAD, BORGES-ANDRADE, 2004 P.245). Percebe-se que esta abordagem possibilita a aplicação das capacidades aprendidas, tanto por transferência lateral, por meio de generalizações de mesmo grau de complexidade, quanto por transferência vertical, permitindo ao aprendiz o desenvolvimento de capacidades mais complexas a partir de capacidades subordinadas, mais simples. Pretende-se assim, que o treinamento elaborado e realizado com base no ciclo de aprendizagem vivencial permita a transferência positiva, facilitando o desempenho do aprendiz, viabilizando o incremento de competências individuais, que devidamente mobilizadas, contribuem para o alcance dos objetivos organizacionais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAD, G.; BORGES-ANDRADE, J. E. (2004). Aprendizagem humana nas organizações e trabalho. In J. C. Zanelli, J. E. Borges-Andrade & A. V. B. Bastos (Orgs.), Psicologia, organizações e trabalho no Brasil (p. 237-275). Porto Alegre: Artmed. 12 Mini currículo Consultora Organizacional graduada em Psicologia pela FUMEC, mestranda em Administração pela FEAD, pós-graduada em Gestão Estratégica em Recursos Humanos pela FACE-UFMG e em Análise Institucional e Esquizoanálise pelo Instituto Felix Guatarri, com formação Internacional em Coaching Executivo Organizacional, Dinâmica de Grupo e Consultoria Interna de Organizações. Professora na Fundação Getúlio Vargas das disciplinas Gestão do Desempenho, Liderança e Inovação e Gestão de Pessoas, Diretora da ABRH-MG e Membro do grupo Projetar – Projetos de jogos empresariais de tecnologia avançada. Possui 20 anos de experiência em Gestão do Desenvolvimento Humano e Organizacional, atuando em Projetos de Avaliação e Desenvolvimento Gerencial e de Equipes, Programas de Coaching, Mapeamento da Planta Humana, Diagnóstico e arquitetura da área de Recursos Humanos, Gestão de Desempenho e Clima Organizacional. É Diretora da RHUMO Consultoria atuando como Gestora e Consultora em projetos de Desenvolvimento Humano para mais de 200 empresas nacionais e multinacionais. 13 A ÁREA DE RECURSOS HUMANOS COMO PARCEIRA DO NEGÓCIO Lucimar Alves Fonseca Atualmente, não basta dizer que as empresas passam por constantes mudanças, mas sim, que as mudanças acontecem em velocidade bastante acelerada para aquelas empresas que pretendem se manter competitivas no mercado. O cenário contemporâneo, de muita competitividade, exige adaptação, inovação e agilidade, o que requer também profissionais que tenham competências convergentes com as exigências da contemporaneidade organizacional. A área de Recursos Humanos deve entender esse contexto e participar ativamente das definições estratégicas das suas organizações. Dessa forma, podemos dizer que o RH deve ser um parceiro do negócio. O planejamento e as ações implementadas precisam estar alinhados e focados em resultados para a empresa através do desempenho dos seus profissionais. Uma grande falha de alguns profissionais de RH é o fato de esses pensarem que basta conhecer de comportamento humano e relações interpessoais para gerirem 14 pessoas. Definitivamente, conhecer esses pontos é uma obrigação de todos os profissionais da área e, ainda, de todos os gestores, sejam eles líderes de qualquer departamento ou setor. É preciso ir além, conhecer o business e entender qual é a fatia da nossa contribuição no sucesso da empresa. Com isso, a área de Recursos Humanos vive um momento de grandes oportunidades de trabalho e desenvolvimento, o que proporciona participação ativa e possibilidades de mostrar os resultados dessa intervenção através de indicadores de desempenho. Para isso, é necessário estar vigilante, conhecer os ramos de atividade, da concorrência, do perfil profissional adequado para o tipo de negócio específico, garantindo maior assertividade aos processos de recrutamento e seleção, desenvolvimento e acompanhamento do desempenho destes profissionais. O RH deve conhecer os objetivos da sua empresa e atentar-se aos processos necessários para a obtenção dos resultados esperados, garantindo mão de obra eficiente na execução dos procedimentos e agregando valor aos produtos e serviços através do suporte à organização com o desenvolvimento dos múltiplos papéis do RH. É importante ter a consciência de que os processos de RH são de responsabilidade dos profissionais desta área e se não forem assumidos pelos seus representantes, deixarão de ser vistos como geração de valor para o sucesso organizacional. Além do compromisso com os processos, é necessário que se conheçam as legislações que regem o negócio, especialmente as trabalhistas, bem como os custos de cada contratação e o resultado que cada um gera para a empresa, para que possa orientar os executivos nas tomadas 15 de decisão no que diz respeito às pessoas, e, por outro lado, propor políticas e programas específicos que visam atender às necessidades pessoais e profissionais dos funcionários. Assim, o RH cumpre o seu papel de mediar as relações entre a empresa e seus colaboradores. Com a expertise em comportamento e no potencial de desempenho do capital humano, a área de RH vem se consolidando como parceira estratégica nas organizações, mas ainda há lacunas que podem e devem ser ocupadas por profissionais desta área capazes de garantir grandes resultados aos negócios. Por fim, ao especializar-se de forma mais abrangente, extrapolando as paredes do Departamento de Recursos Humanos e aproveitando as carências e demandas das empresas por parcerias nas suas contratações, cabe ao profissional de RH identificar o seu espaço e assumir de fato o papel da área de RH como parceira no negócio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ISAC, Jussara Dutra. Os novos predicados do profissional de RH. Disponível em http://www.senado.gov.br/portaldoservidor/jornal/ jornal89/carreira_novo_rh.aspx. Acessado em 29/07/2012. MEDEIROS, Elisete Batista da Silva. O profissional de Recursos Humanos como parceiro estratégico. Disponível em http://www.rh.com. br/Portal/Mudanca/Artigo/4917/o-profissional-de-recursos-humanos-como-parceiro-estrategico.html. Acessado em 29/07/2012. 16 Mini currículo Especialista em Gestão de RH, Psicóloga formada pela PUC Minas e Profissional COACH pelo Instituto Brasileiro de Coaching; Sólida experiência em desenvolvimento de setor de RH, com foco em treinamento e desenvolvimento de equipes, recrutamento e seleção, plano de cargos e salários (gestão da remuneração) e comunicação interna; Experiência em elaboração de procedimentos, implantação, implementação e gerenciamento de certificação do Sistema de Gestão de Qualidade da Norma NBR ISO 9001:2008; Professora no curso de Administração da Faculdade Pitágoras, disciplinas afins à área de gestão de pessoas. 17 A Arte de Motivar a nova Geração Luciana Rodrigues Costa Com o intuito de instigar os leitores, o artigo é iniciado com um questionamento que deverá ser refletido, não somente na leitura, como também no contexto de mudanças e expectativas profissionais de forma ampla e significativa, com relação às necessidades do mundo corporativo: É possível motivar a nova geração em um contexto de rápidas mudanças e avaliação constante das necessidades das empresas e dos profissionais? Em um cenário em que a nova geração muda o contexto profissional, em que há dinamismo, expectativa, sede de aprender e pressa para o reconhecimento, valorizar os talentos é o segredo de fazer com que o sucesso seja contínuo. É preciso trabalhar de acordo com o conceito de Andragogia, que é a ciência que estuda as melhores práticas para o adulto aprender, ou seja, esta nova geração precisa ir além da gestão do conhecimento , precisa vivenciar, sentir e experimentar, demonstrando que é possível através da prática mostrar o seu talento e caminhar com suas vontades e desejos para o sucesso. 18 Este momento nos leva a pensar e agir de forma diferente enquanto gestores e líderes de uma nova geração que requer maior habilidade e percepção de toda a equipe para acompanhar esta evolução. É preciso mudar a forma de fazermos as coisas dentro das organizações, aproveitar este momento rico de potenciais que querem mostrar suas habilidades, suas competências, de forma ágil e diferenciada. Precisamos participar deste cenário como protagonistas da história; ou seja; agora é o momento de potencializar a nova geração para um novo olhar, um olhar de oportunidades, de reconhecimento de valorização e de sabedoria. E é neste cenário que podemos contribuir de forma produtiva para o crescimento dos novos talentos. Acredita-se que os três elementos Autonomia, Excelência e Propósito mencionados por Daniel H Pink em seu livro Motivação 3.0, contribui de forma assertiva para a atual necessidade do mundo corporativo. É necessário entender a nova geração, fornecendo os três elementos de forma prática: Estes elementos fazem com que os nossos talentos busquem o entendimento e a compreensão dos fatos através do que eles acreditam e, mais do que isto, do que efetivamente faz sentido para eles. É fundamental darmos autonomia para que os novos talentos possam crescer e contribuir de forma sustentável e gradativa nas organizações. A Excelência vem recheada de empenho, que leva o ser 19 humano a fazer tudo com paixão, com vontade, com determinação. É o Propósito que dará sentido para suas conquistas, por uma causa maior. Essa mobilização trará sentido para os novos talentos e permitirá um ambiente de crescimento, de evolução, de participação e de criatividade. Neste ambiente mudaremos de patamar e consequentemente teremos maior quantidade de profissionais engajados e valorizados no ambiente de trabalho, proporcionado o prazer em fazer parte da organização de forma natural, integrada e compartilhada. Agora é a hora de fazer acontecer, deixar para trás os velhos conceitos e permitir abrir a janela de percepções para um olhar diferente, de oportunidades no desenvolvimento do outro, de sairmos do quadrado e permitirmos que estes novos talentos mostrem suas habilidades e façam com que suas atitudes e vontades de mostrar uma forma diferente de fazer, ultrapassem as barreiras do velho e permitam o criativo e um jeito novo de mostrar resultado. Isto sim é arte de motivar a nova geração. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Daniel H Pink- Motivação 3.0 20 Mini currículo Pedagoga, Pós-Graduada em Gestão Estratégica de Negócios pela FGV, formação em MBA executivo Internacional pela faculdade de OHIO University Estados Unidos, Mestranda em Administração pela FEAD. Especialista em Gestão de pessoas do Banco Santander, Rede Minas Gerais com formação de Coaching, Mentoring e Holomentoring. Atuação em instituições financeiras nos últimos 20 anos. Professora em todas as disciplinas de Gestão de Pessoas e Marketing Pessoal dos cursos de Graduação e MBA da Faculdade Pitágoras em Minas Gerais. 21 A ascensão dos novos líderes: desafios e oportunidades das novas gerações Carla Fabiana Silva de Oliveira Existem hoje inúmeros manuais que prometem fazer de você um líder. Alguns com historinhas e fábulas fáceis para o entendimento da população em geral, sendo considerados como best-sellers no seguimento de autoajuda. E outros mais detalhados e complexos, porém, todos querem falar do mesmo assunto tão em pauta atualmente: “LIDERANÇA”. O conceito de liderança vem sendo lapidado ao longo dos anos deixando de ser uma visão simplesmente da ocupação de um cargo para se tornar um comportamento possível a quem se dedique a seu entendimento. Um significado importante dentre as inúmeras definições dadas à palavra é a confiança, estabelecida entre líder e seus liderados. Sem a mesma o processo não se constitui e aí caímos na questão burocrática do gerenciamento. Muitos confundem os conceitos: liderança e gerenciamento. Chegam até mesmo a se referir a um, ou a outro, como sendo a mesma coisa. Fato é que líderes e gestores 22 precisam conviver juntos, pois um completa a ausência do outro. Para John Kotter (1992), citado no texto Revisão Literária Sobre Liderança, o gerenciamento “...está relacionado a lidar com a complexidade” enquanto liderança “ ...está relacionada a lidar com desafios”. Hoje, cada vez mais, estamos lidando com pessoas jovens chegando a estes postos de liderança, sem muitas vezes terem passado pelo processo de maturação fundamental na formação de um líder. São jovens da tão falada geração Y, que tem, em modos gerais, o desafio como seu lema de trabalho. O que vemos nas organizações, muitas vezes, é um verdadeiro despreparo regado a doses generosas de ansiedade. Esse novo “líder-gestor” tem a difícil missão de assumir uma nova postura, afinal, ele precisa ser aceito pela equipe em que, em alguns casos, ele era mais um liderado até o dia anterior. Nesta nova função ele precisará acompanhar o desenvolvimento dessa equipe e estimulá-la, mas nem sempre a organização se “lembra” de acompanhar o seu desenvolvimento. O novo líder deve sair do papel operacional e passar a enxergar a organização sob uma perspectiva mais ampla e estratégica, a fim de alcançar maior desempenho e, consequentemente mais resultados. Também é função do novo gestor lidar com algo que ele provavelmente nem viu nos bancos de faculdade: dar feedback a seus liderados. O que não pode ser visto como um processo simplório. Leva-se tempo para preparar e conseguir estabelecer uma relação de confiança que permitirá este tipo de processo. Como se não bastasse, o líder ainda 23 precisa dar resultado à empresa sem aumentar custos, cumprindo os prazos que estão cada vez menores. Todo esse processo acontece de maneira muito dinâmica, o que pode impossibilitar o novo líder assimilar de uma maneira coerente, responsabilidades como resultados positivos e gestão de pessoas, andando lado a lado. Este novo papel exigirá dele, neste momento, pensar nas prioridades e montar um planejamento estratégico para fazer com que a engrenagem funcione sem que uma prioridade atropele a outra. Ele precisa ter parceiros capazes de lhe fomentar apoio e orientação, mas de uma forma que não o faça dependente de tais pessoas. Criar também uma identidade, mas sem ferir seus valores, os da sua equipe e os da empresa, é fundamental para o sucesso de sua carreira. E como bem explana Cortella (2009), em seu livro, Qual é a tua obra?, “...a liderança é sempre circunstancial. Qual a diferença entre líder e liderado? É a circunstância. Ou seja, a ocasião ou a situação.” Hoje você está neste papel, mas ele pode ser temporário. Não deixe de lado a humildade, o aprendizado constante e a ética nas relações profissionais e humanas. Referências Bibliográficas PENNER, D. S. Revisão literária sobre liderança. Disponível em: http://www.unisa.br/cbel/artigos04/09_david_penner.pdf . 24 CORTELLA, M. Sergio. Qual É a Tua Obra? Inquietações Propositivas Sobre Gestão, Liderança e Ética.7a. edição, 2009, Editora Vozes. Mini currículo Psicóloga com MBA em Gestão e Liderança Estratégica com Pessoas e Equipes. Mais de 10 anos de experiência na área de recursos humanos. Atuação em recrutamento e seleção, desenvolvimento e acompanhamento de pessoal, elaboração de pareceres psicológicos, segurança e medicina do trabalho, processos trabalhistas etc. 25 A Avaliação de Desempenho como uma Ferramenta de Retenção de Talentos Girlene Aparecida Gonçalves Rocha Para garantir vantagem competitiva, as empresas devem adotar estratégias que direcionem as pessoas rumo ao seu sucesso profissional. E para isso, precisam dispor de ferramentas que possam medir as suas competências, promovendo um campo favorável à melhoria do seu desempenho. As estratégias de competitividade precisam seguir uma lógica que levem os indivíduos a se tornarem leais e desejem colocar o seu talento em prol da empresa e, tornando-se imprescindível, então, investir em formação, desenvolvimento e aprimoramento de suas competências e conhecimentos. Promover avaliações de desempenho que garantam um direcionamento às pessoas, mostra-se uma alternativa bastante eficaz para manter as empresas em alta, pois, esta ferramenta, quando gerida de forma apropriada e consequentemente bem aplicada, proporciona um retrato dos ajustes necessários nas competências definidas como essenciais ao alcance dos resultados. 26 Importante ressaltar que, para direcionar as pessoas através da avaliação de desempenho, essa deve apontar os indicadores definidos pela organização, para que garanta o seu sucesso. Assim, possibilitará que cada indivíduo saiba onde ele está e aonde deve chegar para atender àquilo que a empresa espera dele. Em consequência disto, surgem naturalmente as necessidades de treinamento, direcionando a empresa para o aumento de potencial daquilo que ainda encontra-se deficitário, ampliando, portanto, o rol de competências das pessoas. Por outro lado, o funcionário percebe que a empresa está dando a ele o suporte necessário para o seu desenvolvimento e crescimento e, muitas vezes, isto desperta no mesmo o desejo de investir no seu autodesenvolvimento, uma vez que ele passa a ter a clara noção de suas potencialidades e dificuldades. Consequentemente, isto pode aumentar o seu desejo de permanência na organização, sendo explicado quando Gramigna (2007, p. 8), relata: “pessoas têm necessidade de integrar seus sonhos a um projeto coletivo”, Sendo assim, propósitos organizacionais bem definidos podem ser garantia de retenção. Uma vez que a empresa passa a conhecer as dificuldades e potencialidades das pessoas, a avaliação também proporciona identificar e gerenciar talentos, além de promover crescimento que, se aliado a um plano de carreira, tornará uma forma bastante assertiva de retenção de talentos. Salientando que a retenção ainda possibilita significativa redução de custos na contratação e principalmente acelera a implementação de ações internas, já que a empresa passa a contar com pessoas que conhecem a cultura organizacional. Santos (2007), retrata que a forma de retenção de talentos é merecedora de alta significação, pois deve engran27 decer tanto pessoal como profissionalmente. No entanto, as empresas normalmente não estão preparadas para a realidade de que, por serem talentosas, as pessoas exigem algumas condições especiais. Para uma empresa migrar para uma abordagem de gestão de talentos, ela precisa de um processo de avaliação de desempenho que indique os talentos, caso contrário, mantê-la em funcionamento é altamente questionável. Segundo Gramigna (2007), a avaliação em rede ou 360 graus é abrangente, democrática e eficaz, apresentando algumas vantagens sobre os demais modelos. Ela contribui de forma extraordinária para que as organizações retenham os seus talentos, pois abre a possibilidade de crescimento e desenvolvimento de pessoal. Além disto, gera um clima estimulante de trabalho e aumenta a produtividade. Do ponto de vista do funcionário, por ser um processo participativo e democrático, é visto pelo avaliado como objetivo e orientador, uma vez que o resultado demonstra sua imagem perante um grupo de pessoas e não só perante seu chefe. Além de outras vantagens, a autora afirma ainda que a abrangência da avaliação em rede permite ao avaliado descobrir o potencial antes desconhecido em si mesmo e ampliar seu domínio de competências. E para garantir um modelo de avaliação que promova a retenção, muitas empresas têm adotado como pano de fundo, a gestão por competências, que segundo Gramigna (2007), p.1 “Trata-se de um conjunto de ferramentas que, reunidas, formam uma metodologia de apoio à gestão de pessoas. As informações geradas pelo modelo são o grande diferencial nas decisões e questões relativas ao capital intelectual”. O conceito remete, portanto, a ferramentas que ajudarão gerir pessoas, deixando de ser uma responsabilidade so28 mente de RH para ser compartilhada com gestores em geral e com a própria empresa, sendo que esta última precisa ter um planejamento estratégico totalmente aliado aos objetivos propostos. A gestão por competência contempla em criar indicadores de desempenho que vão dizer se a empresa e seus funcionários atendem aos requisitos que promovem o sucesso. Cabe ressaltar que, em primeiro lugar, definem-se as competências organizacionais e a partir daí faz-se um desdobramento de como cada setor e cada pessoa deverão se comportar para responder às expectativas. Segundo Brandão e Guimarães (2001), inúmeras empresas recorrem à gestão por competências com o intuito de planejar, selecionar e desenvolver as competências essenciais ao seu negócio; sendo considerada, portanto, um sistema maior da gestão organizacional. De maneira simplista, pode-se dizer que um método a ser adotado consiste em perceber o gap existente entre as competências desejáveis e as disponíveis na organização e, a partir dos subsistemas de RH como o recrutamento e seleção, o treinamento e a avaliação de desempenho, buscar eliminar ou minimizar as lacunas existentes, formando a partir disto, alianças estratégicas. Os autores ainda enfatizam que a gestão por competências deve ser vista de maneira circular havendo o envolvimento de diversos níveis, desde o organizacional até o individual, passando pelo divisional e o grupal. E completam dizendo que é imprescindível que a gestão por competência esteja alinhada com a gestão estratégica da empresa (negócio, missão, visão de futuro e valores), fatores estes que serão determinantes para o seu sucesso. Nota-se que a avaliação de desempenho tem papel relevante na retenção de talentos, cabendo, portanto, uma administração segura e eficaz. 29 Referências Bibliográficas BRANDÃO, Hugo Pena; GUIMARÃES, Tomás de Aquino. Gestão de Competências e Gestão por Competências: tecnologias distintas ou instrumento de um mesmo construto? RAE – Revista de Adminstração de Empresa. V.41, n.1 p.8-15, Jan./Mar. 2001 Disponível em < http://redalyc.uaemex.mx/ redalyc/pdf/1551/155118165001.pdf > acessado em: 03 maio 2012 GRAMIGNA, Maria Rita. Modelo de Competências e Gestão de Talentos. 2a. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007 RABAGLIA, Maria Odete. Seleção por Competências. São Paulo: Educator: 2001 SANTOS, Doradia Duran Correia. Talentos: a arte de gerenciar. Disponível em < http://www.libertas.com.br/site/base/santos,.doradia.duran.2007.pdf > Acessado em: 05 jun. 2012 Mini currículo Psicóloga, Pós-graduada em Gestão de Pessoas. Atua em RH, desde 2003, com ênfase em Treinamento e Desenvolvimento. 30 A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA COMO PREVENÇÃO AOS ACIDENTES DE TRÂNSITO Rosana F. Stancioli Safe Nascimento Existem no Brasil cerca de 70 milhões de veículos automotores. Segundo a 15a edição da pesquisa realizada anualmente pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), referente ao ano de 2010, ocorreram nas rodovias federais brasileiras, naquele ano, 183.000 acidentes graves, apontando um aumento de 15,8% em relação a 2009, quando o número foi de 158.000. O número de mortes foi de 8.516 pessoas, 15,5% a mais que no ano anterior (7.376). Poderiam ser evitados os acidentes e as mortes? Provavelmente não, mas, tais números poderiam certamente, ser reduzidos substancialmente. Em uma “Estatística de Acidentes” encontrada no portal do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), na internet, informa-se que “ O acidente de trânsito é uma ocorrência que afeta diretamente o cidadão(...) Como forma de enfrentar tão complexa situação, são empregadas três abordagens que envolvem: 31 1. a educação, no sentido de instruir os usuários quanto às formas adequadas e seguras de utilização das vias públicas; 2. a engenharia (...) por um lado, prover o sistema viário de elementos tais que possibilitem a movimentação de veículos e pessoas com fluidez, conforto e segurança, e, por outro, aprimorar a segurança e desempenho de veículos automotores; 3. Aplicação das leis, mormente no tocante ao Código de Trânsito. Sua aplicação prática: (...) a adoção de melhorias de segurança, seja por qualquer dos enfoques referidos, ou mesmo por combinações dos mesmos, necessita sempre ser validada (estágios anterior e posterior à adoção), visando conhecer sua eficácia e economicidade.” Tais abordagens parecem razoáveis e provavelmente eficazes. Mas, a primeira delas, educação, poderia ser mais abrangente e/ou mais explícita. Sem dúvida, a educação é indispensável, mas é indispensável também cuidar para que o aprendido seja aplicado, o que implica a avaliação psicológica para liberação da CNH – o que já é feito, mas precisaria ser melhorado e levado mais a sério. As estatísticas de acidentes de trânsito exigem isso, tanto pelas perdas de vida, como pelas lesões (sobretudo as graves), pelos traumas psicológicos, pelas perdas materiais e mesmo pelos prejuízos que causam ao país (segundo o CNT, o custo de acidentes envolvendo mortes, em 2010, foi de R$4,1 bilhões; e o do total de acidentes nas estradas pavimentadas, no mesmo ano, foi de R$ 14 bilhões). As estatísticas divulgadas pelo CNTI (fonte: Departamen32 to da Polícia Rodoviária Federal) indicam, como as mais frequentes causas de acidentes graves, em 2010, no Brasil: 1) Colisão traseira (54.999); 2) Abalroamento no mesmo sentido (30.549); 3. Saída de pista (24.933); 4) Choque com objeto fixo (14.699) – somando, com as demais causas, um total de 188.925. Obviamente, pode-se deduzir que tais causas não se devem unicamente a deficiências de educação ou de aprendizagem, mas, principalmente, à falta de observância do aprendido – por problemas comportamentais (sobressaindo o uso de álcool e drogas) que podem e devem ser identificados em avaliações psicológicas e coibidos na emissão das CNH. Informam ainda as estatísticas que as maiores frequências de acidentes se devem a condutores nas seguintes faixas etárias (no Brasil, em 2010): 1. de 30 a 40 anos (77.518 homens e 8.266 mulheres); 2. de 40 a 50 anos (56.454 homens e 5.194 mulheres); 3. de 25 a 30 anos (43.939 homens e 5,483 mulheres); 4. de 18 a 25 anos (39.729 homens e 5.050 mulheres) – não há referências sobre os valores percentuais entre homens e mulheres. Esses números poderiam sugerir aos psicólogos, além de todo cuidado na avaliação psicológica de todos os candidatos, um cuidado especial com os condutores do sexo masculino da chamada meia idade e dos jovens. Conclui-se, portanto, ser de suma importância a avaliação 33 psicológica, principalmente para identificação de traços de agressividade, impulsividade, falta de limites, (inclusive pesquisas de níveis de consumo de álcool e tendência ao alcoolismo) e outros que prejudiquem a condução adequada de veículos automotores. Mas é indispensável também que as autoridades acreditem efetivamente que existem testes psicológicos eficazes, capazes de identificar tais traços de personalidades, e abordagens em entrevistas capazes de expandir e complementar o processo de análise com segurança. Sem esquecer, entretanto, que é importantíssimo que o profissional de psicologia conheça profundamente os testes aprovados pelo CFP, sua aplicação e análise, e, além disso, seja especialista em Psicologia do Trânsito, isto é, tenha conhecimento efetivo do melhor processo de avaliação psicológica a ser utilizado no trânsito, incluindo os testes mais adequados para avaliar traços de personalidade, capacidade de estímulos atentivos, inteligência geral etc. Não podemos deixar de reconhecer que há uma necessidade premente de melhor treinamento dos profissionais de psicologia que atuam na área, que não é particularmente bem aquinhoada nos cursos atuais, pois trata-se de um trabalho de extrema responsabilidade, como nos têm alertado todas as pesquisas e estatísticas. É preciso que nunca nos esqueçamos de que, além de todas as perdas que o trânsito promove diariamente, é a vida humana que está em jogo. 34 MINI CURRÍCULO Psicóloga pela PUC-MG (CRP – 04/ 1297). Especialista em Psicologia do Trânsito. Pós-graduada em Perito Examinador do Trânsito, com enfoque em Avaliação Psicológica (Centro Universitário Newton Paiva). Pós-graduada em Gestão de Pessoas (UNA). Professora de Avaliação Psicológica em cursos de Especialização em Psicologia do Trânsito pela Pós-Graduar. 35 A Educação Técnica e Tecnológica frente ao aquecimento do mercado de trabalho e a era do pleno emprego Vanessa Barcelos Rodrigues O crescimento econômico do Brasil nos últimos anos revela que o país vem se desenvolvendo e que rompeu um ciclo de estagnação que marcou a economia por muito tempo. Os dados estatísticos do país têm evoluído ao compararmos com seus próprios números na história, pois, ao confrontarmos os resultados com países de economias desenvolvidas, constatamos que temos ainda muito a evoluir. A China, por exemplo, em 2012 registra um crescimento econômico de 160%, enquanto o do Brasil foi de 45%. Crescemos, mas ainda não lideramos nada (Estado de S. Paulo. Maio/2012). O bom resultado da economia impacta diretamente na geração de postos de trabalho. Presenciamos um cenário com um índice de desemprego como nunca se teve na história, a média da taxa está em 5.8% (IBGE – Janeiro à Maio/ 2012). Vivemos o que alguns analistas chamam de Pleno Emprego, e embora a questão não seja consensual é evidente o crescimento de ofertas de trabalho quando ana36 lisamos os dados de Pesquisa do IBGE, principal fonte que mede o percentual de desemprego no país desde 2002. Todas essas boas notícias têm sido recebidas com um misto de satisfação e ansiedade por parte dos empregadores, o que revela um grande desafio enfrentado pelas organizações. As escolas, faculdades e universidades brasileiras formarão nos próximos anos um número insuficiente de profissionais para atender o ritmo de crescimento do país. “As faculdades brasileiras formarão cerca de 800.000 profissionais anualmente nos próximos cinco anos, número de cérebros insuficiente para atender o ritmo de crescimento do país” (Você/SA. Dezembro, 2010). Há uma forte demanda por profissionais de áreas diversas, mas há cada vez mais postos de trabalho sendo criados para profissionais com cargos técnicos e especialistas. Tratam-se de vagas de níveis de operação e produção. Um dos motivos pelo qual podemos justificar a procura por técnicos no Brasil é o resultado da especialização do mercado, que exige profissionais com conhecimento profundo e específico, e da expansão de setores em que esta qualificação é essencial, como é o caso das mineradoras, por exemplo, que se encontram em contínuo crescimento nos últimos anos: “O superaquecimento do mercado está provocando uma briga quente entre mineradoras e siderúrgicas por profissionais do setor. Para atender à demanda em ebulição, as empresas têm investido na construção de novas plantas, usinas de pelotização e até de minerodutos em Minas Gerais e no Brasil. O problema é que falta gente qualificada para trabalhar.” Diário Comércio Indústria e Serviços. Julho 2008. 37 Nos anos 1980 e, sobretudo durante a recessão econômica dos anos 1990, a formação de técnicos foi pouco enfatizada pelas empresas e governos, e um dos motivos era a baixa taxa de empregabilidade que eles tinham naquela época. Observa-se também que a mudança deste quadro cresce frequentemente, e a demanda reprimida por profissionais com formação técnica e tecnológica tem impulsionado uma onda de investimentos em escolas e centros de formação por todo o país. A necessidade de conhecimentos específicos nas organizações tem valorizado cada vez mais esses profissionais. O Governo Federal em Outubro/2011 criou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) com o objetivo principal de expandir e interiorizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica. Considerando o aquecimento do mercado, o projeto pode acelerar a formação de mão de obra e apoiar no atendimento das ofertas de vagas. De outro lado, organizações investem em incentivo e subsídio de formação técnica e tecnológica para o seu quadro de funcionários, através de Universidades Corporativas e/ou convênios com escolas e faculdades, buscando assim preparar e desenvolver pessoas para assumir oportunidades de trabalho atuais e futuras. Referências Bibliográficas ASSIS. Luis Eduardo. Tudo vai ser diferente. O Estado de São Paulo, Maio de 2012. Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/ impresso,tudo-vai-ser-diferente-,879359,0.htm>. Acesso em 20 de junho de 2012. BRASIL, Ministério da Educação. Lei 12.513 de Outubro de 2011. 38 FRANÇA, Luiz. Guerra de talentos chegou ao nível técnico. Revista Você/SA, página 62-73, Dezembro de 2010. DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA E SERVIÇOS. Mineração aquecida movimenta mercado de trabalho e fornecedores. Julho de 2008. Disponível em: <http://www.dci.com.br/cresce-disputa-por-maodeobra-entre-as-mineradoras-id151998.html>. Acesso em 01 de Junho de 2012. IBGE, 2012. Pesquisa Mensal de emprego. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dados fornecidos em meio eletrônico. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/default.shtm>. Acesso em 15 de Julho de 2012. MEISTER, Jeanne. Educação Corporativa: a gestão do capital intelectual através das universidades corporativas. São Paulo: Makron, 1999. Mini currículo Pedagoga pela Puc Minas, com especialização em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pela FIA/ USP. Atuou com todos os subsistemas de Recursos Humano em empresas do ramo Varejista, Consultoria e Indústria. Atuação como Business Partner e áreas técnicas. Trabalha hoje como especialista em Educação Corporativa focada em Desenvolvimento de Programas de Formação com foco em competências técnicas, comportamentais, gerenciais e estratégicas. Atua também como especialista em programas voltados para Pessoas com Deficiência (PCD). Inclusão de PCD’s, adaptação ao cargo e função, elaboração de programas de inserção e desenvolvimento, preparo da organização e lideranças. Principais empresas onde atuou: Fiat Automóveis S/A Ricardo Eletro Carrefour Comércio e Indústria Ritz do Brasil S/A 39 A FACE POSITIVA DOS CONFLITOS Silvano Aragão O mundo está em constantes mudanças, principalmente no campo profissional, as empresas de um modo geral operam num cenário extremamente competitivo. As mudanças e as competições no campo corporativo trazem uma série de conflitos entre as pessoas, e, na maioria das vezes, diminuem a produtividade, desmotivam e em alguns casos fazem excelentes profissionais buscarem outras empresas com melhor qualidade de ambiente. Na medida em que o homem vem se desenvolvendo culturalmente e tecnologicamente, os conflitos vêm se alterando não só quanto à intensidade e magnitude, como também quanto ao número de envolvidos. Aos gestores cabe desenvolver habilidades para gerenciar os conflitos, entre outras tarefas que terão de desempenhar no seu dia-a-dia. Neste sentido é importante entendê-los. É preciso ter tato, melhorar a percepção e desenvolver sensibilidade para lidar com as pessoas. Para entender melhor o conflito, primeiramente é necessário identificar suas características, ou seja, se o conflito 40 é um embate, desavença, discussão ou choque. Cabe uma análise se o conflito opera num modo destrutivo ou construtivo. Ao contrário do que muitos pensam o conflito pode ser construtivo, pois, divergências são extremamente importantes porque revelam uma diferença de opinião que cedo ou tarde poderá se manifestar de forma positiva à organização, seja na melhoria de um processo, na criação de um produto ou na mudança de direção. Quase toda negociação se inicia a partir de algum tipo de conflito, de interesses, necessidades ou opiniões. No diagnóstico preliminar e nas primeiras intervenções o gestor deverá controlar as diferenças e o grau de oposição, facilitar o relacionamento e a comunicação entre as partes, reconhecer o fluxo do trabalho e de divergência de personalidade, identificar áreas de tensão, tais como recursos compartilhados, metas de diversas unidades, verbas e orçamentos. Deve desenvolver a percepção das diferenças e ângulos de visão, principalmente de acordo com o papel que cada sujeito representa no ambiente avaliado. Em seguida, é preciso evitar os efeitos negativos dos conflitos, tais como conclusões precipitadas, distanciamento do contato entre as pessoas, deturpação da origem, natureza do conflito e prejuízos financeiros. Hampton (1991) aponta quatro modos distintos de administrar conflitos: Acomodação, Dominação, Compromisso e Solução integrativa de problemas. O significado da acomodação pode ser uma estratégia para manipular o conflito. Entretanto, quando os conflitos são encobertos, eles normalmente não se resolvem por si mesmos, o resultado é o agravamento por falta de atitude. Já a dominação é o exercício do poder, em que uma parte impõe a sua solução preferida. O compromisso, por sua vez, significa que cada parte desista um pouco daquilo que procurava, 41 assim, cada um cede um pouco a fim de resolver o conflito. O compromisso pode resultar em soluções que satisfaçam, pelo menos em parte, o interesse original por trás do conflito, de maneira que permita, ao menos, tratar de outros assuntos. Por último Hampton (1991) aponta o método de solução integrativa de problemas, sendo este o mais favorável, pois oferece a esperança de satisfazer completamente a ambas as partes. Este método na verdade tem suas origens nas idéias de Mary Follett, expressadas já na década de 20, e que se tornou a solução integrativa preferida para solucionar situações de conflito. As organizações são fontes inevitáveis de conflitos. Segundo Jandt (1985), “organizar é introduzir fontes de conflito”. Cada departamento, divisão ou unidade de uma organização vai desenvolver objetivos, metas, valores e procedimentos apropriados à sua missão. Ao fazer isso acaba esbarrando no interesse e em objetivos e metas de outras áreas, embora ambas façam parte da mesma organização. Muitas vezes valores e objetivos de áreas são conflitantes e neste caso inicia-se algum tipo de atrito. Do ponto de vista do negócio, a administração de situações de conflito é extremamente importante como fonte geradora de mudanças, pois das tensões conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas é que nascem oportunidades de crescimento mútuo, e na medida em que o gestor desenvolve habilidades de lidar com conflitos, tende a expandir seu entendimento dos assuntos e, consequentemente, tende a aumentar sua capacidade de extrair efeitos positivos dos mesmos, estimulando a criatividade, a redução das divergências, a valorização das diferenças, desenvolvendo capacidade de trabalho em grupo e otimização do potencial das partes. 42 Por outro lado, do ponto de vista de Recursos Humanos é também importante que as pessoas tenham situações conflituosas, faz parte do crescimento dos seres humanos. São nos conflitos que mudamos. Ninguém muda ninguém. Ninguém muda sozinho. São nos relacionamentos que nos transformamos, a partir dos encontros, entretanto, é importante que estejamos abertos e livres para sermos impactados pelas ideias e sentimento do outro. Sábio é o administrador que nas situações de conflito sempre vê a face positiva, age assim e não perde a oportunidade de buscar melhorias. O conflito positivo transforma, dá forma, elimina arestas, é capaz de mudar a pessoa em alguém sempre melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado, gerando crescimento para as pessoas e para as organizações. Referências Bibliográficas HAMPTON, David R. Administração: processos administrativos. São Paulo: Editora McGranHill Ltda., 1991. JANDT, F., 1985, Win-Win Negotiating - Turning Conflict into Agreement, John Wiley & Sons. 2001, Intercultural communication: an introduction, 3a ed., Londres: Sage. Mini currículo Eleito pela ABRH-MG como Personalidade de Recursos Humanos do ano de 2012. Mestrando em Administração, MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pela FGV, Bacharel em Administração, 21 anos de experiência em Gestão de Pessoas, atualmente Gerente Corporativo de Recursos Humanos da Construtora Caparaó S/A e empresas 43 associadas. Professor Universitário, atualmente leciona no período noturno no curso de MBA/Pós-Graduação em consultoria Organizacional da UNA e no curso superior de Tecnologia de RH da FATEC-CDL-BH. É presidente do Grupo de Intercâmbio da Construção Civil em RH do Sinduscon-MG (GICC-RH) e membro do comitê estratégico de Gestão de Pessoas da AMCHAN. Em 2005 recebeu o Prêmio Ser Humano – ABRH-MG – Modalidade Profissional – As melhores práticas em Gestão de Pessoas com o projeto Gente Nossa. 44 A importância da contratação de estagiários para os processos produtivos da organização Érika Lorena Parreiras da Silva A relação entre a universidade e as organizações de trabalho é imprescindível para o desenvolvimento de uma cidade, de um país e do mundo, conforme afirma Tracz e Dias (Sem indicação de ano). Tal relação deve acontecer sempre, desde que seja bem estruturada e projetada para esse fim. De acordo com Leite e Brandão (1999), esta parceria entre universidade e empresa tem por finalidade promover o acompanhamento contínuo das atividades exercidas pelo aluno, além de reforçar acertos e corrigir deficiências com rapidez. Isso possibilita ao aluno perceber as diferenças do mundo organizacional e exercitar sua adaptação ao meio empresarial. Sendo assim, o estágio deve ser considerado um instrumento fundamental no processo de formação do profissional, podendo auxiliar o aluno a compreender e enfrentar o mundo do trabalho, contribuindo para a formação de sua consciência política e social, unindo a teoria à prática. (FAZENDA, 1991). Hierarquia e disciplina dentro de uma empresa são 45 questões fundamentais e de extrema importância para a construção do potencial do estagiário, proporcionando ao estudante a aquisição de experiência profissional, preparando-o para enfrentar as adversidades do mercado e a se tornar um profissional de sucesso, pois o mercado de trabalho, distintamente do ambiente de ensino, pesquisa e extensão das instituições universitárias, tem a característica marcante da estratégia, da competitividade, da lucratividade e da sobrevivência das empresas e organizações. Por outro lado, a partir da vivência prática, os acadêmicos, ao se defrontarem com o ambiente de trabalho, podem apresentar contribuições na execução de trabalhos e projetos junto às organizações. Ao atuarem junto às empresas a partir do desenvolvimento da aprendizagem, os estagiários têm a possibilidade de analisar e auxiliar na estruturação dos processos produtivos da organização, podendo contribuir com o planejamento da empresa (DAL PIVA ET AL., sem indicação do ano). Dessa forma, os estagiários mesclam desempenho e ampliação de suas habilidades técnicas e contribuição de repasse do conhecimento para as organizações (SILVA, 2002), já que uma das funções do estágio é servir de elo entre academia e campo de trabalho, conforme afirma (KUNZ, 1999). Para a empresa, o estagiário é um profissional em potencial, pois o estágio é um dos mais eficientes processos de recrutamento e seleção de profissionais. Conforme Magni, gerente de recursos humanos da Renault do Brasil, em entrevista à Revista Observatório da Indústria (2004), o estágio é muito mais eficiente que qualquer outro tipo de processo seletivo, pois ao longo do período em que o estagiário se encontra atrelado aos afazeres da empresa na qual está estagiando, ele já teve seu desempenho avaliado na prática dando, assim, mais segurança para sua 46 contratação. Dessa forma, muitas empresas começaram a pensar os seus programas de estágio como meio de adquirir competências estratégicas fundamentais para sustentar e criar vantagens competitivas. Dentro dessa perspectiva, a admissão de estagiários passou a ser valorizada, sendo vista como um meio para investir em novos talentos, renovar a equipe e adquirir novos conhecimentos (BARROS E FRANÇA, 2004). Assim, fica claro que o estágio é de fato, uma ferramenta estratégica para o aumento das condições de êxito na resolução de problemas e desenvolvimento de habilidades organizacionais porque traz o recurso imprescindível do conhecimento, fundamental para elevar o grau de competitividade organizacional. Desta forma, muitas empresas começam a pensar os seus programas de estágio como meio de adquirir competências estratégicas fundamentais para sustentar e criar vantagens competitivas. Referências Bibliográficas BARROS, M. F.; FRANÇA, A. C. L. O Estagiário de administração nas organizações brasileiras: um estudo comparativo entre a visão do aluno das empresas. In: SEMINARIOS EM ADMINISTRAÇÃO, 7. São Paulo. Anais... São Paulo: FEA-USP, 2004. DAL PIVA, A. R.; PILATTI, L. A.; KOVALESKI, J. L. Desenvolvimento Organizacional: Uma contribuição dos acadêmicos que atuam na empresa júnior da FADEP. IX Simpósio Internacional Processo Civilizador. Ponta Grossa, PR. Fazenda, I.C. A et al. Prática de ensino e o estágio supervisionado. São Paulo: Papirus, 1991. KUNK, Ivanir. Modalidades distintas na relação universidade em47 presa e suas características especificas no Brasil. Monografias premiadas: Tema: as dimensões econômicas, sociais e pedagógicas do estágio. Curitiba, 1999. LEITE, A.C.T e BRANDÃO, M.N. COLETÂNEAS II ENCONTRO NACIONA DE ESTÁGIOS: estágio supervisionado, uma modalidade de treinamento para aprimorar as competências profissionais. Minas Gerais: VL&P- Editora Ltda., 1999 REVISTA OBSERVATÓRIO DA INDÚSTRIA. O Paraná ganha o mundo. Ano I No 2 – Agosto - Setembro de 2004. P. 40 – 41. SILVA, R. O. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2002. TRACZ, Marcelo e DIAS, Anderson. N.A. Estágio supervisionado: um estudo sobre a relação do estágio e o meio produtivo. (sem indicação de ano). Mini currículo Graduada em Psicologia pela PUC MINAS em 2011, atualmente Auxiliar de Recursos Humanos da Época Comércio e Distribuição. 48 A importância da gestão do conhecimento nas organizações atuais Alêny Fraga Estamos vivendo em uma época de mudanças ou uma mudança de épocas? Esta pergunta paira na cabeça de muitos profissionais e diretores. É notável como a cada dia o ambiente corporativo torna-se mais competitivo, dinâmico e instável, obrigando as empresas, tanto emergentes, quanto tradicionais, a inovarem e a se adaptarem ao novo cenário de mercado. Grande parte desta mudança é originada pelo fenômeno chamado globalização. A globalização consiste no aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política de várias nações, com o objetivo de interligar o mundo e as pessoas gerando, dessa forma, a expansão capitalista, tornando possível realizar transações financeiras, expandir seu negócio e fronteiras em nível global. Resumindo, antes do fenômeno globalização deveríamos nos preocupar somente com os nossos concorrentes 49 e clientes próximos da nossa região demográfica. Hoje, devemos nos preocupar tanto com os clientes e concorrentes que estão à nossa volta, quanto com os que estão do outro lado do planeta! Este processo gerou e continua gerando muito impacto no ambiente corporativo. Deste modo, para que as organizações atuais consigam sobreviver neste mercado é necessário muito mais do que preços baixos, mão de obra e serviços baratos... É necessário algo maior, que traga aumento da competitividade aos negócios organizacionais e ao mesmo tempo gere lucros, reduza seus custos, auxiliando sua sobrevivência e rentabilidade no mercado. Vários teóricos como Eboli, Duarte e Davenport acreditam ser esta a tão falada Gestão do Conhecimento (PRUSAK, 1998). A gestão do conhecimento está chamando a atenção da sociedade, pois, gradativamente, vem sendo reconhecida sua eficácia e importância nas organizações de vários seguimentos, que consiste na educação e desenvolvimento contínuo das pessoas dentro da organização, tornando-as “peças fundamentais” dentro da empresa, através da tomada de decisões por parte dos funcionários dos níveis táticos, aumentando a competitividade pela valorização dos seus ativos intangíveis, tornando acessível a informação gerencial e compartilhando as melhores práticas tecnológicas. Com o uso desta ferramenta, grandes, médias ou pequenas organizações diminuem seus custos com produtos e mão de obra, na medida em que investem no seu capital intelectual gerando melhor custo-benefício, pois conforme Chiavenato (2010) “o maior capital que uma empresa 50 possui é o conhecimento de seus colaboradores”. Estes, quando são ouvidos e podem compartilhar suas opiniões, sentem-se valorizados e trabalham com maior vivacidade. Desta forma, todo o processo corporativo flui com maior eficiência, rapidez e qualidade. Além disso, inúmeros outros benefícios podem ser obtidos por meio do uso dos métodos de gestão do conhecimento, entre eles: • aumento da vantagem competitiva em relação à concorrência e consequente ganho de mercado; • redução dos custos, tempo de produção e desenvolvimento de produtos; • funcionário mais motivado na medida em que é ouvido e recompensado pela sua produtividade; • maximização do capital intelectual, a partir do momento em que a gestão do conhecimento começa a ser utilizada e a organização investe nos recursos intelectuais de seus funcionários; • processos de tomada de decisões mais eficientes pela interligação dos departamentos, possibilitando descentralização, rapidez e maior autonomia das lideranças e alcance de melhores resultados. Portanto, através deste breve comentário a respeito da grande e complexa ferramenta organizacional denominada “Gestão do Conhecimento”, resta-nos concluir que a valorização do capital humano nas organizações é o ponto crucial para que ela consiga ganhar maiores espaços e sobreviver neste mercado tão concorrido. 51 Conclui-se também que a grande transformação da sociedade não advém apenas do avanço tecnológico em si, mas sim do associar tais recursos a fatores humanos como criatividade, comprometimento, motivação e conhecimento, agregando valor aos produtos e serviços oferecidos pelas organizações, garantindo aumento da vantagem competitiva da empresa e propiciando um melhor lugar para se trabalhar e desenvolver. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. Editora:Campus Rio de Janeiro 2010 EBOLI, Marisa. Educação Corporativa no Brasil: Mitos e verdades. Editora: Gente. São Paulo 2004. NONAKA, Ikujiro e TAKEUCHI, Naoko. Criação de conhecimento nas empresas. Editora: Campus. Rio de Janeiro 1997. Mini currículo Sou Bacharel em Administração de Empresas pela faculdade Pitágoras MG. Atuo no setor de Recursos Humanos a mais de dois anos em empresas do setor farmacêutico e automotivo. Acompanho toda a rotina de RH pertinente a uma empresa de médio porte e sou responsável pela gestão de uma equipe de sete pessoas ( RH, Recepcionistas e Serviços Gerais). No RH já participei de projetos importantes como o planejamento, implantação, validação e testes do Sistema Microsiga (TOTVS) para gestão de pessoal. 52 A INSERÇÃO DE TRAINEES COMO RECURSOS HUMANOS ESTRATÉGICOS NAS ORGANIZAÇÕES Leonardo Lino Caixeta Através dos diferentes Programas Trainees criados a cada semestre, o que de real eles tem a somar nas organizações e o que é esperado dos investidores nesses jovens profissionais? Percebe-se um aumento nos meios de divulgação, de empresas relevantes proporcionarem oportunidades de Programas Trainees. As organizações começaram-se atentar ao que essa classe de jovens profissionais tem a agregar. De acordo com Chiavenato (2004), as organizações bem-sucedidas, estão investindo fortemente em programas de trainees como um mecanismo de enriquecimento planejado do capital humano a longo prazo e um verdadeiro programa de melhoria contínua da qualidade do pessoal estendido a longo prazo. Com remuneração competitiva, benefícios atrativos e diferenciados, jovens com até dois anos de formados ou no último ano da graduação, projetam seu futuro pro53 fissional de maneira promissora. Grandes grupos oferecem a oportunidade de vivência internacional e há vagas em praticamente todas as áreas de formação. Cada vaga é disputada por cerca de dois mil candidatos. Os Programas Trainees, em sua grande maioria, possuem percursos de treinamentos definidos e estruturado job rotation. Senge (2001), relata que poucas empresas estimulam o crescimento de seus colaboradores dessa maneira e que isto acaba até em desperdício de recurso. Para Motter (2000), os trainees são vistos como investimento e não como custo. Esses programas, permitem aos trainees uma visão geral e de negócios, favorecendo a identificação da área que almejam atuar. Para o trainee, é uma porta de entrada na carreira executiva a longo prazo. No Brasil, os programas tem se tornado comum pela escassez de mão de obra qualificada. Não só multinacionais tem adentrado aos programas, mas também empresas de médio porte, apostando na assertividade de uma contratação. É importante destacar que não necessariamente, o trainee entra para ser líder imediato, existem outras posições e funções estratégicas antes de se chegar ao cargo de liderança. As organizações buscam jovens talentos trainees, com formações diferenciadas, para implicar em mudanças, novos alinhamentos, novas visões. Apesar do investimento alto, como campanhas, marketing e treinamentos, se bem organizado, a empresa consegue um rápido retorno. O jovem, mediante a muitas oportunidades disponíveis, precisa focar qual empresa é mais adequada ao seu perfil para não ser inviável fazer tantas inscrições, 54 provas, deslocamentos e testes. Às vezes, uma empresa que paga os maiores salários, não dispõe de oportunidades de crescimento na carreira. Em algumas empresas, há um programa de Mentoring, no qual um gestor mais sênior é mentor do trainee, discutindo questões relevantes para o seu desenvolvimento profissional e pessoal, potencializando o aprendizado. O trainee é cobrado por resultados. Após sua imersão nas áreas que acompanhou, necessita elaborar e apresentar um projeto de redução de custos ou inovador. É necessário trabalhar com simplicidade, praticidade e criatividade para o alcance de metas pré-estabelecidas. A grande maioria dos trainees são da Geração Y, que envolve velocidade e grande carga de informações, são mais tolerantes a diversidades e querem contatos mais próximos e informais. Dentre as competências essenciais exigidas do trainee, estão em sua totalidade o inglês avançado à fluente, tomada de decisão e visão estratégica. Nos painéis e dinâmicas de grupo, são avaliadas características como trabalho em equipe, resolução de problemas, comunicação e principalmente o foco em resultados. Como o treinamento acontece em diferentes áreas, é interessante que o trainee tenha flexibilidade e paciência quando não estiver em setores de sua afinidade. Os gestores esperam do trainee um profissional completo em diferentes aspectos, e que façam assim, diferença na competitividade da organização. 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2. ed., rev. e atual. Rio de Janeiro: Campus, Elsevier Publishing Company, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Remuneração, benefícios e relações de trabalho: como reter talentos na organização. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MOTTER, Glauce B. Programas de Trainees: Uma forma de desenvolvimento de Talento nas Organizações. Dissertação (Mestrado em Administração de Empresas) Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo, 2000. SENGE, Peter M. Quinta Disciplina a arte e prática da organização que aprende. 9 ed., São Paulo, Nova Cultural, 2001. MINI CURRÍCULO Psicólogo, pós-graduação, nível especialização em Consultoria Organizacional, profissional de Recursos Humanos. Cinco anos de atuação sistêmica nos processos gerais de Gestão de Pessoas em multinacional italiana e empresas metalúrgicas de grande porte, líderes no seguimento de engenharia/manutenção, automotivo e implementos rodoviários. Consultoria Interna, Treinamento Organizacional e Recrutamento e Seleção. Desenvolvimento e aplicação de projetos e inovações para RH. 56 A LIDERANÇA COACHING E SUA APLICAÇÃO NA EMPRESA Thelma Teixeira “O líder do passado era uma pessoa que sabia como dizer. O líder do futuro será uma pessoa que sabe como perguntar.” PETER DRUCKER Liderança Coaching é uma forma de liderar na qual o gestor estimula os colaboradores a usarem todo o seu potencial na realização de suas atividades, dá poder e os desenvolve para tomarem decisões e responsabilizarem-se pelos resultados.Tem como pressuposto que o ser humano é o agente de transformação e de poder de sua vida e possui internamente todas as possíveis capacidades, como potenciais latentes, prontas para serem expressadas, se lhe forem dadas as oportunidades. Ser agente de transformação e de poder de sua vida significa que o ser humano não é o objeto em uma mudança, mas sim o sujeito dela, e que a mudança só ocorrerá se ele assim o desejar. Estudos recentes da neurociência 57 comprovam a extraordinária utilização do cérebro e uma delas refere-se a pessoas transformando potenciais latentes, em habilidades e competências. E ainda, pesquisas atuais demonstram que o ser humano sente-se motivado por desafios, para lidar com adversidades e por projetos que exigem o uso mais focado de suas competências. Segundo Anne Araujo, autora do livro “Coach - um parceiro para seu sucesso”, é papel do líder coach: dedicar mais tempo e reconhecer mais as capacidades das pessoas, incentivá-las a aprender, solicitar sugestões, dar e, principalmente, receber mais feedback. A autora também chama a atenção para a questão do empowerment como uma das mais importantes abordagens de gestão, que trata de fortalecer as pessoas para viverem em um mundo mutante, incerto e volátil. E para a cultura do protagonismo, na qual as pessoas se tornam mais conscientes, mais corajosas e mais bem sucedidas. “O coaching é o processo que dá suporte ao desenvolvimento desse poder”. Ela conclui dizendo que Empowerment é o modelo desta cultura e Coaching é o caminho para construí-la. Rhandy di Stéfano, autor do livro “O líder Coach”, ensina-nos que: “O líder efetivo de hoje é aquele que entende o potencial de seus liderados e reconhece o seu papel no desenvolvimento destes”. Ele faz uma comparação entre gestão antiga e gestão de alta performance. A gestão antiga tem as seguintes características: o gestor dizia o que fazer e tinha as respostas, gerenciava com foco nas tarefas, e não nas pessoas, comandava e controlava. Na gestão de alta performance, o líder é coach e professor, ou seja, gera desenvolvimento e amadurecimento profissional de sua equipe para que esta se responsabilize por criar alternativas. 58 “A empresa com a cultura de alta performance usando o coaching como estilo de liderança cria condições para que suas equipes se tornem learning teams (equipes que aprendem), aumentando o índice de adaptabilidade e sua resiliência (capacidade de lidar com adversidade).” Rhandy di Stéfano Entretanto, pesquisas brasileiras têm nos mostrado que o estilo brasileiro de administrar é ainda baseado no autoritarismo, paternalismo e personalismo. Esses estilos estão em desacordo com o estilo coaching de liderança e é preciso que paradigmas sejam alterados e que os líderes adotem novas condutas e novos papéis, que são basicamente: ouvir e instigar a resolver os problemas, incentivar a buscar o próprio caminho e questionar. As novas condutas são: postura inspiradora e orientadora, fazer perguntas que levem à reflexão e à ação e sair do foco do problema, colocando-o na solução. O líder coach é aquele que faz perguntas contribuindo para que os liderados encontrem as respostas. Esta atitude faz com que os liderados aprendam a pensar e a encontrar as soluções por si mesmos, usando seu potencial e tornando-se agentes de transformação de si e das organizações às quais pertencem. RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE TREINAMENTO DE LÍDER COACH Em um programa gerencial cujo objetivo era conscientizar as pessoas para o modelo de Liderança Coaching, após ter apresentado e discutido a teoria, um dos exercícios que utilizei foi o Roleplaying, técnica de Psicodrama. 59 O Roleplaying leva à aprendizagem pela representação e desempenho de papéis. Consiste num processo de (re) aprendizagem de papéis visando tornar as pessoas mais sensíveis à sua atuação, às suas modalidades de comportamento, gerando insight sobre seu desempenho em situações profissionais. Essa técnica psicodramática favorece a pessoa, o reconhecimento tanto de suas limitações, quanto de suas possibilidades e o desempenho mais adequado de suas atividades/funções. Ela pode ser usada em várias situações e de várias maneiras. Na minha atuação, trabalho com “scripts”, que preparo dependendo do tema e objetivo que se pretende alcançar. O importante é que seja estimulada a espontaneidade (pressuposto do Psicodrama) das pessoas que desempenharão os papéis. Neste treinamento preparei os seguintes “scripts”: LIDERADO Pense em uma situação problema que você vai levar ao seu Líder. LÍDER Você está em sua sala, aguardando seu liderado que pediu para falar com você. Faça queixas sobre a situação e sobre outras pessoas envolvidas na situação. Pergunte ao seu Líder o que você deve fazer para solucionar o problema. Escute atentamente seu liderado. Peça mais dados e informações a respeito da situação. Discuta/converse com seu liderado sobre o que ele acha que pode ser feito. Ponha foco na solução. Valorize seu liderado. 60 O que ocorreu: Os gerentes que desempenharam os papéis de Líder tiveram dificuldade em fazer perguntas e deixar que os próprios liderados dessem alternativas. Em quase todas as dramatizações davam as respostas e a solução para os problemas. Ao relatar seus sentimentos, os que fizeram o papel de Liderado falavam de frustração por não terem sido ouvidos e não poderem dar suas opiniões. Os Líderes relataram que não se sentiram bem em fazer perguntas, pois tinham o receio de os liderados acharem que eles estavam omissos ou que não soubessem orientá-los. Retornamos aos conceitos de Liderança Coaching e novas dramatizações foram feitas, para treinarem os novos papéis. Vivenciar, refletir e discutir os papéis no Roleplaying reforçou os conceitos e preparou-os para a melhor maneira de se desempenharem nas situações reais da empresa. E as situações reais favoreciam e favoreceram o uso deste novo modelo já que a cultura, o ambiente e as pessoas da empresa desejavam e precisavam de mudança. O modelo de Liderança Coaching nesta empresa foi implantado como uma inovação e não simplesmente como um modismo, ocorreu uma mudança de paradigmas, respeitando seus pressupostos e valores e tendo como consequência seus gerentes mudando suas condutas, papéis e ação. Referências bibliográficas ARAUJO, ANNE.Coach. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. BARROS, BETANIA TANURE. Gestão à Brasileira. São Paulo: Atlas, 2003. 61 DRUCKER,PETER. 50 casos reais de Administração:São Paulo: Cengage Learning,2010. STÉFANO, RHANDY DI. O líder Coach. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. TEIXEIRA, THELMA M. Psicodrama Empresarial. Belo Horizonte: Santa Clara, 2008. Mini Currículo Psicóloga, psicodramatista, pós-graduada em Administração de Empresas, especialista em Psicologia Organizacional e em Psicologia Clínica. Consultora de empresas nas áreas de Desenvolvimento Humano, Desenvolvimento Gerencial e Desenvolvimento de Equipes, para empresas nacionais e multinacionais. Membro do Conselho de Administração da ABRH-MG . Membro do Grupo Projetar. Autora de artigos publicados no Brasil e no exterior. Co-autora do Ebook Relações Interpessoais. www.clubedeautores.com.br Co-autora do livro: Vivências – Uma Aprendizagem Efetiva. Autoria do Grupo Projetar. Autora do livro: Psicodrama Empresarial: o que, porque e como fazer. 62 A maioria dos líderes não conhecem seu liderados Ana Carolina Huss Teixeira Minha vida profissional tem sido muito centrada na relação líder e liderado. Cada vez mais percebo um “abismo” nesta relação. Recentemente recebi alguns questionamentos: Como motivar minha equipe? Existe algum passo a passo? As pessoas esperam uma receita pronta, mas não querem se dar ao trabalho de dedicar tempo e presença para as pessoas. A maioria dos executivos ainda não percebeu que é a partir desta relação, de conhecer que damos o “pulo do gato”, quando falamos em atração, retenção e desenvolvimento de pessoas e RESULTADOS. Grande parte dos líderes não conhecem seus liderados, não conhecem seus anseios, seus sonhos, suas limitações, seus objetivos pessoais e profissionais e é justamente aí que encontramos o grande “gargalo” das empresas. As equipes são constituídas por pessoas, de diferentes as63 pectos, com anseios e sonhos distintos, todos em prol de um objetivo comum; se o líder não se concentrar nisto, como promover um resultado satisfatório na equipe? O compromisso do líder é despertar a motivação individual no liderado, assumir o compromisso de conhecer as potencialidades individuais e de partilhar os sonhos. É necessário buscar meios de despertar a motivação de cada integrante de sua equipe. O papel do líder é o de influenciar um processo de realização das metas, ser um agente participativo na concretização destes sonhos. O que faz as pessoas crescerem é ter um norte, um sonho, uma meta, e o líder é o maior responsável por estimular seu liderado nesta busca. Esta habilidade reside em despertar no liderado, um novo olhar sobre as coisas, uma forma de fazer diferente, de inovar, de questionar modelos antigos e provocar mudança. É essencial que o líder tenha capacidade de se relacionar, na verdade, esta questão é muito mais profunda, ele tem que se colocar no mesmo “barco”, conseguir a confiança ao remar junto e, para isto necessita conhecer intensamente a sua equipe. Como transformar esta motivação para as metas pessoais em objetivos organizacionais? Como canalizar a motivação para dentro dos objetivos da organização? O segredo consiste no líder associar as diferentes ambições pessoais em torno das metas da empresa. Diariamente recebemos solicitações de treinamento para motivar a equipe, eventos de integração. Fico me ques64 tionando até que ponto isto realmente funciona, se não temos o principal, não conhecemos o real desejo das pessoas. Quando perguntamos às pessoas qual é o seu sonho, qual é a sua meta, as respostas geralmente giram em torno de coisas muito simples, os sonhos são pouco desafiadores. O líder precisa trabalhar justamente isso, influenciar o liderado para que ele desenvolva novos sonhos, novos objetivos pessoais, só assim a pessoa começará a ter motivações permanentes e aí não é preciso ficar tentando através de ações externas despertar algo que é interno. Quem ocupa uma posição de liderança, precisa entender que seu tempo está a serviço do liderado, que sua “arte” é conhecer muito mais de gente que de números. Mini currículo Psicóloga formada pela Universidade Paulista em São Paulo com MBA em gestão de negócios pela FAAP , especialização em Gestão do Conhecimento pela FGV. Atuando em RH desde 97, em empresas multinacionais e nacionais como: Accor Brasil, Natura e Odebrecht. Atualmente Diretora de RH da Direcional Engenharia. 65 A remuneração como incentivo à qualidade e assiduidade no trabalho Ana Flávia Ceolin Diversas empresas utilizam a remuneração como forma de incentivar a qualidade e a assiduidade no trabalho, através da criação de programas de premiação. O desafio a ser vencido é: como fazer para que os resultados almejados sejam realmente atingidos e estes programas não se tornem mais um custo sem retorno? Oliveira (2001, p.293) conceitua estratégia como sendo uma ação relacionada com objetivos e desafios, e com modos de persegui-los, que afetam a empresa como um todo. Ele afirma que a estratégia é o conjunto de linhas administrativas básicas que especificam a posição da empresa diante dos seus produtos e mercados, as direções em que ela procura desenvolver-se ou transformar-se, os instrumentos competitivos que ela utilizará, os meios através dos quais entrará em novos mercados, a maneira pela qual configurará seus recursos, as potencialidades que procurará evitar. Representa a definição do caminho mais adequado a ser seguido pela empresa para alcançar uma situação desejada (objetivo, desafio, meta). 66 Neste âmbito, a forma como os funcionários são remunerados é um diferencial importante, não só na atração e retenção de pessoas, como também na motivação para a busca de resultados cada vez melhores que beneficiem empresa e empregado. O estabelecimento de indicadores alinhados aos objetivos estratégicos da empresa que possam ao mesmo tempo serem compreendidos e acompanhados por todos é de fundamental importância. A forma de comunicação escolhida deve ser adequada ao público que se pretende atingir. No caso de um público operacional, a conversa frente a frente com o maior número de pessoas possível, tende a ser a melhor escolha para a explicação inicial. Com o programa em andamento é preciso formar parceiros, que podem ser os próprios líderes de área e aqueles funcionários identificados como formadores de opinião, para receberem treinamento e estarem aptos a sanar as dúvidas que certamente surgirão. Uma vez definidas as metas, seu acompanhamento e divulgação precisam ser feitos com a menor brevidade possível, de preferência diariamente, até para que todos tenham a oportunidade de fazer seus questionamentos antes do fechamento mensal para o efetivo pagamento. Uma forma simples de se fazer esta divulgação é colocando quadros, banners ou mesmo cartazes onde os números apurados possam ser divulgados diariamente e mantendo o acumulado do mês até aquela data. E, é claro, mas não custa repetir, as correções, quando necessárias devem ser feitas ao final de um período, previamente estabelecidas, pois, “nada irrita mais um jogador do que mudar as regras com o jogo em andamento”. Uma das dificuldades encontradas pelo RH é conseguir demonstrar o retorno deste investimento à diretoria da 67 empresa. Neste âmbito, podemos trabalhar com algumas hipóteses: • Se o resultado a ser atingido for um aumento na produtividade, o cálculo se torna relativamente fácil, pois basta se apurar o quanto a empresa terá de aumento na receita através deste aumento. • Já se o que se pretende combater é o absenteísmo, é preciso apurar o custo das horas de trabalho perdidas em função das ausências. • E ainda, se o objetivo é melhorar a qualidade do produto final, será necessário apurar a diferença de valor de venda entre um produto de 1a e outro de 2a qualidade. Em todas estas situações, a implantação da premiação só se justifica se o saldo for positivo. O cálculo do valor a ser premiado deverá ser feito sobre uma parcela do que se aumentou de receita. Nenhuma empresa está disposta a implantar um programa de premiação diminuindo o seu lucro, a parceria deve ser pela política do ganha-ganha. Outra discussão é sobre a forma deste pagamento. Convém lembrar que a premiação pelo atingimento de metas é diferente da Participação nos Lucros e Resultados da empresa, que tem regulamentação especial pela Lei 10.101 de 19/12/2000 e só pode ser paga 2 vezes a cada ano. Salvo esta exceção, conforme regras da nossa legislação trabalhista, todos os valores pagos de maneira habitual ao empregado, integram a sua remuneração para todos os efeitos legais, sendo devidos os seus reflexos nas demais parcelas salariais. No entanto, com regras claramente estabelecidas ele pode ser retirado, caso as metas propostas não sejam atingidas. Para evitar problemas fu68 turos, as regras do programa devem ser aprovadas pelo Sindicato da Categoria e depositadas na Delegacia Regional do Trabalho. Referências Bibliográficas BALERA, W. Marketing de Incentivo – Uma Visão Legal. São Paulo: Manole, 2007. DUTRA, J.S. Gestão por Competências. São Paulo: Gente, 2001. OLIVEIRA, D.P.R. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia, Práticas. São Paulo: Atlas, 2001. PONTES, B.R. Administração de Cargos e Salários. São Paulo: LTr, 2004. WOOD JR., T. Remuneração Estratégica – A nova vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 2004. Mini currículo Graduada em Psicologia pela Universidade Fumec, especialista em Gestão de Pessoas pela Faculdade Pitágoras, concluiu o Programa de Desenvolvimento de Dirigentes pela Fundação Dom Cabral. Desde 2007 é coordenadora da área de Recursos Humanos da Horizonte Têxtil. 69 ACORDE, A REMUNERAÇÃO POR RESULTADOS VEIO PARA FICAR Sérgio Campos Um mundo cada vez mais globalizado, especialmente no plano tecnológico, econômico e das comunicações, tem provocado grandes transformações no tocante à gestão empresarial. Agilidade, competitividade, produtividade, competência e inovação são palavras de ordem para qualquer empresa que deseja triunfar nesse ambiente de incertezas em que vivemos. A ambiência externa de extrema competitividade, com clientes cada dia mais exigentes, obriga-nos a questionar e revisar frequentemente nossos conceitos e estratégias de gestão e em especial na Gestão da Remuneração buscando uma atuação mais ágil, qualificada e assertiva. Neste contexto, as dimensões resultado, qualidade e tempo assumem importância significativa na capacidade de competição e perpetuação das organizações. Portanto, a busca permanente da melhoria dos resultados empresariais é fator determinante para a sobrevivência, desenvolvimento e continuidade de toda Organização. 70 Em função disto, as empresas se re-estruturam e procuram uma Gestão de Pessoas que realmente agregue valor, através da maximização da utilização das competências individuais e coletivas existentes e do desenvolvimento de novas competências necessárias ao negócio. Para isto, é necessário que as empresas tenham profissionais adequados e alinhados ao negócio, que sirvam como base para a prática de uma filosofia empresarial que garanta o alcance dos resultados desejados. Uma política de gestão de pessoas voltada para a valorização da competência de gerar resultados e sustentada por práticas de remuneração mais participativas favorece em muito o envolvimento dos profissionais nesse processo. É importante ressaltar também que em uma economia altamente competitiva, em que as margens de rentabilidade são cada vez menores, as Empresas que adotarem sistemas de gestão com maior flexibilidade de adaptação à conjuntura de mercado e de variabilização de seus custos têm muito mais chances de sucesso. A adoção de uma ferramenta de gestão que permita aos profissionais das empresas conquistarem a participação nos resultados, através do alcance e/ou superação de metas pré-estabelecidas, favorece em muito a prática de flexibilização e variabilização dos custos na medida em que, através do incremento da parcela variável facilita a adequação dos custos de mão de obra na composição final dos custos da organização. Por outro lado, a legislação brasileira com o claro objetivo de incrementar o processo produtivo do país vem incentivando a prática de Programas de Participação Resultados, que se elaborados dentro dos preceitos legais (lei 10101 – 19/12/2000), não recebem a incidência de Encargos 71 Sociais, apenas do Imposto de Renda, proporcionando às empresas pagarem mais aos seus profissionais e gastarem menos, além de terem a oportunidade de variabilização de seus custos com pessoal. O sistema de remuneração variável vinculado a resultados veio e ficou e é entendido como um instrumento favorecedor da integração entre Capital + Trabalho, tendo como principais objetivos: • Estimular a busca permanente da alavancagem dos Resultados Empresariais, na linha de maximização do valor da empresa; • Estabelecer metas desafiadoras e factíveis, abrangendo além de indicadores econômicos e financeiros os campos imagem, pessoas e processos; • Retribuir, de maneira mais objetiva e justa possível, a contribuição da equipe e do indivíduo para o alcance dos resultados; • Incentivar os profissionais envolvidos a extrapolar seus níveis clássicos de desempenho; • Servir de instrumento motivacional e orientador de gerenciamento de resultados; • Evitar o caráter meramente distributivo em sua concessão; • Variabilizar custos; • Proporcionar a melhoria dos resultados organizacionais como fator determinante para a sobrevivência e perpetuação da Organização. E principalmente para fortalecer e demonstrar o compromisso das empresas com as pessoas. 72 Mini currículo Consultor Organizacional e de Remuneração graduado em Administração de Empresas pela UNA, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV e pós-graduado em Administração de Recursos Humanos pela UNA. Palestrante em congressos e encontros de administração e recursos humanos, Professor da Fundação Getúlio Vargas, Professor e Consultor da Fundação Dom Cabral, Conselheiro Efetivo da ABRH-MH e do CRA-MG e Membro do Comitê Executivo de Recursos Humanos da Câmara Americana de Comércio. É Diretor-Presidente da RHUMO Consultoria Empresarial já tendo atuado, ao longo de seus 27 anos de experiência, como executivo no Grupo MENDES JÚNIOR e em projetos de consultoria para mais 400 empresas nacionais e multinacionais, em âmbito nacional e internacional. 73 AS INFLUÊNCIAS DO TRABALHO NA QUALIDADE DE VIDA CONTEMPORÂNEA Daniela Lúcia Braga França A qualidade de vida tem sido um tema extremamente discutido pela população e cada vez mais estudado pelos cientistas de diversas áreas. É notório que o sujeito da atualidade está cada vez mais atrelado às contingências do trabalho e afastado de outros aspectos da vida como família, contato social, saúde e horas de lazer. É preciso refletir quanto aos sentidos que o homem moderno tem fornecido ao trabalho, e questionar até que ponto se torna benéfico para o homem. Nota-se algumas influências contingentes como: a carga horária extensa ou inadequada à saúde do trabalhador, pressão, competitividade, falta de segurança no trabalho, poucas horas de lazer e, além desses, a subjetividade do sujeito, ou seja, a forma com que cada um irá elaborar o trabalho (o sentido do trabalho). As conseqüências que se observa do mundo moderno são estresse e um sentido de vida imposto pelo mundo capitalista. Assim, cada dia mais os trabalhadores perdem 74 suas saúdes em função de uma jornada imposta, que acaba perdendo sentido, já que nem sempre o trabalho traz satisfação. O fato é que a qualidade de vida está ligada diretamente com o trabalho e o sentido que o trabalhador lhe atribui. Heloani e Capitão (2003), afirma que tem se observado a desumanidade pela forma com que o ser humano vai se colocando frente a esta situação. Segundo esses autores, as pessoas não estão mais preocupadas com o significado do seu trabalho ou com a oportunidade de vivência ou troca coletiva. O valor colocado à frente se converte ao acumulo de valor e troca, ou seja, acumulando dinheiro e experiência e esquece-se das relações e o verdadeiro sentido da vida. Carneiro (2008) nos fala de um vazio existencial que passa a dominar e se tornar insuportável. O sujeito contemporâneo passa a privilegiar apenas o imediatismo carregado de ansiedade, a busca tormentosa de se desfrutar prazerosamente o aqui e agora a qualquer preço. Com todas essas constantes mudanças tem-se notado a qualidade de vida cada vez mais escassa e consequentemente uma falta de sentido existencial, o que antes era fonte deste. Pois se antes se observava o trabalho como fonte de identidade, de razão existencial para o sujeito, tem se tornado a falta dele quando fonte de sofrimento. May (1974) já dizia que o sentido existencial se tornou um dilema para o homem moderno. O trabalho se tornou fonte de sentido para existência humana a partir do momento que se representou fonte de prazer, realização, autonomia, e se construindo uma identidade, encontrando assim seu papel e sua importância, já que vivemos em uma sociedade. 75 Porém, com o capitalismo, o trabalho demonstra outra face, a busca incessante pelo dinheiro, agora nem tanto por sobrevivência, mas chegando a ponto de ser por ganância, luxo, poder, dedicando-se excessivas horas para o trabalho e como conseqüência uma tendência da perda do significado existencial esvaziando-se de sentido vivendo sem raízes e angustiados por não estabelecerem verdadeiras relações e se isolarem cada vez mais. O papel do trabalhador é de questionamento e distanciamento frente a estrutura capitalista e a busca de seu sentido existencial, já que o sujeito é atrelado pela sua singularidade e subjetividade. Para conquistar a almejada qualidade de vida, possíveis saídas e enfrentamentos do homem contemporâneo seriam refletir sobre prioridades e se voltar para outros âmbitos da vida. Assim haverá uma ressignificação, não somente do trabalho, mas da existência humana preenchendo vazios causados pela estrutura da vida contemporânea. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARNEIRO, Cláudia e ABRITTA, Stella. Formas de existir: a busca de sentido para a vida. Rev. abordagem gestalt. [online]. dez. 2008, vol.14, no.2 [citado 01 Outubro 2009], p.190-194. Disponível na World Wide Web: <http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1809-68672008000200006&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1809-6867 HELOANI, José Roberto; CAPITAO, Cláudio Garcia. Saúde mental e psicologia do trabalho. São Paulo Perspec., São Paulo, v. 17, n. 2, June 2003 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0102-88392003000200011&lng=en&nrm=iso>. access on 30 Sept. 2009. doi: 10.1590/S0102-88392003000200011 76 MAY, Rollo. Psicologia e dilema humano. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1974 MINI CURRÍCULO Psicóloga, Pós-Graduada em Gestão Estratégica de pessoas. Experiência de quatro anos na área de recursos humanos, exercendo atividades como consultoria interna, recrutamento e seleção, descrição de cargos, treinamento e desenvolvimento, pesquisa de clima, avaliação de desempenho, entrevista de desligamento, intervenções, promoção a saúde e motivação do trabalhador, ouvidoria, dentre outras que englobam a rotina.Busca contribuir com a área da Gestão de Pessoas. 77 AS RESISTÊNCIAS ÀS MUDANÇAS Michele Jorge de Oliveira É inegável o quanto as mudanças estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, tanto no âmbito organizacional, quanto no âmbito pessoal. A inserção de novas ideias, procedimentos e tecnologias implicam alterações do comportamento humano e isso pode gerar uma resistência natural. Cada vez mais, os colaboradores são convidados a “vestir a camisa da empresa” e, para isso, devem estar em constante interação, de modo que haja um compromisso mútuo e recíproco para o alcance das metas estabelecidas pelas organizações. Atualmente, assistimos mudanças importantes no ambiente de trabalho, este cada vez mais competitivo. Tudo muda constantemente e em ritmo acelerado, é inevitável. Tais mudanças são necessárias para que as organizações se adaptem e se mantenham em um novo contexto de mercado. Na realidade, ao implementarmos mudanças, as organizações enfrentam resistências internas pelos motivos de in78 certeza do novo, de necessidade de estabilidade, da saída de zona de conforto e das diferentes experiências vividas por seus funcionários em empresas anteriores. Esta última, faz com que os valores e os interesses dos colaboradores sejam diferentes e propiciem o surgimento de divergências. Podemos identificar algumas manifestações de resistências: • • • • • Isto não vai dar certo. Isto é loucura! Sempre fizemos assim, por que mudar? Da forma que fazemos é melhor. Temos receio do que pode acontecer, é melhor não arriscar. • Não se mexe em time que se está ganhando. • Precisamos de um tempo para ver isto. Manter a harmonia e o equilíbrio no interior das organizações é fundamental e é papel do gestor. Devemos nos preocupar com as necessidades internas para que essas não venham causar um clima de insegurança entre os membros da organização, uma vez que poderão afetar a maneira pela qual as pessoas reagirão e se relacionarão. Neste sentido, as mudanças devem ser preventivas e bem divulgadas para a equipe, através da liderança. O Líder é um incentivador e gerenciador deste processo e deverá utilizar de itens positivos como: clareza quanto aos objetivos pretendidos, influência, motivação, inspiração da equipe e ações de desenvolvimentos individuais e coletivos visando extinguir ou minimizar a resistência a mudanças. Em uma organização onde há uma comunicação que mostra a realidade, o porquê das necessidades de certas mudanças, sem sombra de dúvida a adaptação será melhor. Ao 79 contrário daquela organização em que se impuser mudanças sem explicações ou justificativas. As pessoas precisam entender por que devem mudar para que haja menor resistência, possibilitando a adequação da Gestão dos Recursos Humanos aos novos propósitos organizacionais, assim satisfazendo os interesses individuais e coletivos, e criando mecanismos de incentivos aos funcionários. A partir do momento em que os indivíduos estiverem conscientes dos objetivos e se identificarem com eles, a criatividade dos funcionários surgirá de forma a fazerem-nos participar, melhorando os resultados das implantações. A competitividade dentro e fora das organizações torna evidente a necessidade de se criar, desenvolver e sobre tudo de mudar: • • • • • A mudança é divulgada; A mudança é implementada; A mudança é monitorada; A mudança é avaliada; A mudança é validada ou reformulada para ser corrigida qualquer imperfeição. • Todos estejam preparados para mudar, rapidamente, muitas vezes. No entanto, em meio a um cenário competitivo, quando há mudanças, essas devem ser vistas como algo positivo e que trarão melhorias para a organização como um todo, e assim tornarão possível alcançar os resultados esperados. 80 Mini currículo Analista de Recursos Humanos/Departamento Pessoal na empresa ECX Card. Graduada em Gestão de Recursos Humanos e finalizando o curso de Marketing na Universidade FUMEC. Membro do Grupo Projetar II Desenvolvimento Humano. 81 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO: importância do uso da ferramenta no período de experiência. Priscila Ribeiro de Arruda A avaliação humana é um processo rotineiro tanto na vida do indivíduo, quanto nas organizações. Organizacionalmente a avaliação desse desempenho oferece subsídios para uma grande gama de processos administrativos. Assim, a presente pesquisa tem por objetivo demonstrar a importância de se avaliar o desempenho dos colaboradores, em especial no período de experiência, a fim de evitar prejuízos com custos de demissão. Palavras-chave: Avaliação de desempenho, contrato de experiência, formas de avaliação. Avaliação de desempenho e sua importância Desde o início de sua história, o ser humano tem por natureza avaliar tudo o que acontece por todo o universo que o rodeia. A avaliação de desempenho é comum tanto na vida pessoal quanto nas organizações no geral. Formal 82 ou informalmente, o tempo todo se avalia e se é avaliado pelas empresas e pessoas com quem se relaciona. As organizações precisam medir como estão os diferentes desempenhos, como qualidade do produto, rentabilidade de investimentos e principalmente o desempenho humano, já que conforme trata Chiavenato (2008, p. 240), “são as pessoas que dão vida à organização.” Além de fornecer dados básicos para promoções, treinamentos e até desligamentos, a análise de desempenho é uma excelente ferramenta para localização de problemas relacionados à gerencia, à integração das pessoas, à adequação das pessoas aos cargos. O presente estudo tem como objetivo, demonstrar a importância de se avaliar o desempenho dos colaboradores, em especial no período de experiência, a fim de evitar prejuízos com a perda da produtividade e com custos de demissão. Formas de avaliação de desempenho As organizações utilizam-se de diversas formas para realizar a avaliação de desempenho. De acordo com Chiavenato (2008), na maior parte das organizações, o responsável por essa tarefa, com assessoria do setor de recursos humanos, é o gerente de cada departamento ou setor. Algumas organizações utilizam também uma forma conjunta, em que parte do processo é realizada pelo gerente e parte pelo colaborador, através de uma autoavaliação. Outra forma de se avaliar utilizado em algumas empresas é aquela cuja equipe de trabalho avalia o desempenho dos indivíduos no todo e individualmente, propondo melhorias no trabalho. Outro método que também vem sendo utilizado é a chamada avaliação 360o. Nessa ferramenta a 83 avaliação se dá de modo circular, por todos os elementos que se encontram envolvidos com o avaliado, sendo esta a mais rica. Importância da avaliação de desempenho no período de experiência Com o aquecimento da economia, a globalização dos mercados, segundo Garcia (2010), as organizações têm encontrado dificuldades para contratar bons profissionais. Muitas vezes são contratados profissionais que não possuem as competências necessárias. Por isso, o setor de gestão de pessoas muitas vezes precisa reter os talentos que encontrar, e desenvolver aqueles cujas habilidades não são as necessárias. Segundo o autor supracitado, a educação no Brasil é falha e frágil, o que exige dos gestores de recursos humanos o treinamento de pessoas, além das funções da organização. Nesse contexto, o período de experiência serve para que seja avaliado até que ponto a empresa pode ou não manter esse colaborador, através das competências avaliadas. Cuidados para aplicação da avaliação de desempenho É preciso reconhecer que o processo em si carrega uma forte dose de subjetividade com relação ao julgamento, dependendo da metodologia aplicada. É necessário observar a forma como essa ferramenta é utilizada, a fim de evitar problemas com relação a leis trabalhistas. Malos (1998, citado por MUCHINSKY, 2004), analisou vários processos que envolviam acusações de discriminação com relação à avaliação de desempenho no cargo. Para evitar tais problemas, Muchinsky (2004) propõe sobre os critérios de avaliação: 84 • Devem ser objetivos, em vez de subjetivos; • Devem ser baseados na análise de cargos, ou ser relacionados a ele; • Devem ser baseados em comportamentos e atitudes e não em características; • Devem estar dentro do controle do avaliado; • Não devem se relacionar às avaliações globais, e sim específicas. Com relação aos procedimentos de avaliação, esses devem ser padronizados a todos os colaboradores dentro do mesmo grupo de cargos, e devem ser formalmente conhecidos por todos. É necessário também que se permita o acesso aos resultados pelos colaboradores, a fim de que os mesmos possam tomar as medidas possíveis para mudar o quadro, além de possibilitar oportunidade para essa melhora. Considerações Finais A ficha utilizada deve ser criada para a realidade da organização, com características do método de avaliação de escolha forçada. Nela são avaliados fatores como qualidade do trabalho, atenção para sua realização, agilidade, hábitos de segurança, interesse demonstrado pelo trabalho, comportamento junto aos colegas e superiores, resistência para o trabalho, assiduidade. A avaliação de desempenho representa uma importante fonte de dados e importante ferramenta administrativa. Embora algumas empresas não a utilizem ainda, ou a façam de forma muitas vezes subjetiva, diversos autores, concordam que se bem elaborada e aplicada com os devidos cuidados e adaptadas a cada empresa, essa se torna uma ferramenta útil para o crescimento e alcance de 85 desempenhos máximos. Essa avaliação é importante para várias etapas do acompanhamento profissional, como promoções, mas, sobretudo, no período de experiência, onde a legislação trabalhista oferece alguns benefícios no caso de não adaptação ou não atendimento das expectativas com relação ao colaborador, ou deste com a organização. Assim, devido à importância do tema, este deve ser estudado e aprofundado para fornecer subsídios para melhoria no crescimento organizacional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, M.M. de. Introdução à metodologia do trabalho cientifico. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1998. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. GARCIA, A. Candidatos? Têm mas acabou. Jan 2010. Disponível em: <http://www.rhportal.com.br/artigos/wmview.php?idc_cad=7k9lvlv hy&i=100873&rev=119>. Acesso em: 15 out. 2010. MUCHINSKY, P. M. Psicologia organizacional. 7. ed. São Paulo: Pioneira Thomson, 2004. Mini currículo Psicóloga, formada pela Universidade Presidente Antônio Carlos UNIPAC-UBÁ. Fez pós-graduação em Gestão de Pessoas, trabalha com Recursos Humanos desde 2008 e atualmente trabalha como Psicóloga na empresa de fabricação de Espuma, Colchões e Estofados no Polo Moveleiro de Minas em Ubá. 86 Capacitação de Profissionais alinhada à estratégia da empresa Gláucia T. Brasileiro Diante das recentes transformações econômicas, políticas e sociais ocorridas na sociedade e pelo imperativo da competitividade no mundo dos negócios, as empresas buscam, cada vez mais, melhores índices de desempenho. Para tanto, elas dependem, dentre outros, do capital humano motivado e alinhado com seus objetivos. Atualmente, um dos grandes desafios das organizações é propiciar aos seus profissionais informações e conhecimento para o seu desenvolvimento profissional e, consequentemente, empresarial. Diante disso, as organizações têm adotado políticas de desenvolvimento profissional com o intuito de promover a alavancagem nos negócios. A capacitação tem papel fundamental, pois proporciona melhorias no comportamento, aquisição de conhecimento e provoca reflexões que podem resultar em alterações no desempenho do profissional, passando por mudanças de atitudes e alinhamento de informações e conceitos. De acordo com Joel Dutra, professor da Universidade de São Paulo e especialista em gestão de pessoas, citado por 87 Santos (2007) competência organizacional “ é o patrimônio de conhecimento que confere vantagens competitivas à organização” e competência individual “é a capacidade da pessoa de agregar valor ao patrimônio de conhecimentos da organização”. É perceptível então que as organizações são provocadas, tanto internamente, quanto externamente, a encontrar novos caminhos, a fim de promover o desenvolvimento comum das pessoas e das organizações. Porém, o processo de mudança implica abrir mão de ferramentas antigas, com resultados comprovados para desenvolver novas habilidades, novos processos, em que a expertise terá que ser conquistada. Segundo Vergara (2000), o modelo de gestão proposto é aquele que resgata o valor do indivíduo e do grupo, buscando maximizar suas habilidades. Para o autor são considerados três princípios para essa gestão: a conscientização, o reconhecimento e a crença. Esses princípios requerem do gestor, capacidade de diagnosticar as competências exigidas para o cargo, de confrontá-las com a existente no colaborador do cargo e de estabelecer planos de capacitação, a fim de suprir os gaps (lacunas) identificados. Percebe-se que o desafio das organizações é buscar cada vez mais conhecimento e que esse seja convertido em melhores resultados. Senge (1999), define os contornos da organização que aprende, como sendo aquela na qual as pessoas expandem continuamente a capacidade de criar os resultados que realmente desejam, que estimula padrões mais abrangentes de pensamento e dá liberdade à aspiração coletiva, de forma que as pessoas aprendam juntas a arte de “como aprender”. Partindo desse conceito, é importante que as organizações objetivando sua alavancagem, trabalhem com uma 88 visão sistêmica, ou seja: Formulação estratégica, estrutura organizacional, processos, desdobramentos de metas e Gestão de Pessoas. A implantação dessas ações aprimora o seu sistema de gestão, desenvolve seus profissionais através da participação, do desafio constante e do reconhecimento de todos. Portanto, é necessário que a Gestão de Pessoas trabalhe com o mapeamento das competências empresarias, realize o mapeamento das competências do cargo, levante os treinamentos/desenvolvimentos necessários, identifique as habilidades indicadas para o cargo, tendo em vista as estratégias empresariais, e, por último analise, os gaps apresentados em cada profissional. Diante disso, é possível fazer o seguinte esquema para implantação desse processo: competências do cargo competências do negócio Ex.: Habilidade para vencer Desafios Ex.: Orientação para Resultados É considerada uma competência para Alcançar Orientação para Resultados avaliação de cada profissional competência do cargo x competência apresentada pelo profissional 89 Com base no esquema acima, percebe-se que o desempenho das empresas está intrinsecamente relacionado à forma pela qual “ela” irá identificar e desenvolver o conhecimento das pessoas que nela atuam ou virão a atuar. Portanto, é de fundamental importância o planejamento estratégico empresarial com identificação das competências essenciais para o seu cumprimento e o desdobramento de competências para os cargos da organização. A capacitação dos profissionais, necessariamente, precisa ser atrelada ao planejamento estratégico da empresa, pois só com esse alinhamento é possível promover o desenvolvimento necessário para a alavancagem empresarial. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOOG, Gustavo G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo: McGraw-Hill, 1995. BOOG, Gustavo e Madalena. Manual de Gestão de Pessoas e Equipes: Estratégias e Tendências, volume 1. São Paulo: Editora Gente, 2002. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elisevier, 2004 – 3a Reimpressão GRAMIGNA, Maria .Modelo de Competência e Gestão dos Talentos. São Paulo: Pearson Makron Books – 2001. VERGARA, S. C. Gestão de pessoas. 2. ed. São Paulo : Atlas, 2000. SANTOS, Denilde Pereira. Gestão por Competências: Um novo desafio para as lideranças. Fevereiro de 2007. Disponível em: http:/ WWW.gestaodecarreira.com.br/coathing/gestão-por-competencias. Acesso em 19/08/2012. SENGE, Piter. A Quinta Disciplina: arte e prática da organização que aprende-19a Ed.-Rio de Janeiro: Best Seller, 2005. 90 MINI CURRÍCULO Graduada em Geografia pela UFMG, graduando em Ciências Econômicas pela UNA, pós-graduada em Gestão de Negócios e pós-graduada em Gestão estratégica de Recursos Humanos, ambas pela UNI, Gestão para Resultados pelo IBMEC, 20 anos de experiência em Gestão de Pessoas, atualmente Gerente Desenvolvimento Humano e Organizacional da Construtora Líder Ltda. 91 COACHING COMO INSTRUMENTO DE DESENVOLVIMENTO PARA A LIDERANÇA COACH Carolina Lobato do Couto O coaching é um instrumento cada vez mais consagrado e aplicado no mundo empresarial, surgindo como resposta cada vez mais complexa às solicitações dos líderes e suas organizações modernas. É crescente o número de empresários que utilizam o coaching como processo de obtenção de melhores resultados, através da refinação do potencial do próprio executivo e como instrumento de superação pessoal. De acordo com a enciclopédia virtual Wikpédia, coaching é um processo, com início, meio e fim, definido em comum acordo entre o coach (profissional) e o coachee (cliente), de acordo com a meta desejada pelo cliente. Nesse processo o coach apoia o cliente na busca de realizar metas de curto, médio e longo prazo, através da identificação e uso das próprias competências desenvolvidas, como também do reconhecimento e superação de suas fragilidades. O coach (treinador, numa tradução à letra) atua encorajando e/ou motivando o seu cliente, procurando trans92 mitir-lhe capacidades ou técnicas que melhorem as suas aptidões profissionais ou pessoais, visando à satisfação de objetivos definidos por ambos. Na relação com o cliente, o coach deve estimulá-lo a identificar seus valores essenciais e a expressá-los, desenvolvendo uma postura de integridade pessoal e desafiá-lo a “sonhar acordado”, isto é, criar para si mesmo uma visão de futuro que o entusiasme e que utilize, ao máximo, a sua energia criadora. Além disso, torna-se necessário estabelecer uma relação de confiança. Para isto é imprescindível que haja feedback constante entre os dois, facilitando a compreensão mútua dos valores e a troca de experiências. No processo de coaching, o simples fato de compartilhar pensamentos/ideias que estão soltos e poder organizá-los, transformando em uma meta desafiante com um Plano de Ações, pode levar a concretizar antigos sonhos. O coaching cria consciência, capacita a escolha e produz mudança. Mais do que ensinar, ele ajuda a aprender. O trabalho de coaching não resulta em respostas “certas” ou “erradas”. O coach conduz o profissional, através de diversas ferramentas, a identificar uma linha de raciocínio que propicie uma melhor tomada de decisão. Uma destas ferramentas é a Maiêutica, um exercício socratiano que conduz as pessoas a aprender por si mesmas, mais do que formular respostas, ajuda a fomentar questões. Nos processos de formação de liderança o coaching pode ser utilizado como forma de potencializar resultados e alinhar as perspectivas pessoais (do gestor) com as organizacionais. Em reuniões, através do diálogo reflexivo, o 93 coaching ajuda o gestor a compreender as questões trazidas e a explorá-las adequadamente através de perguntas, observações, feedback e inputs, possibilitando que ele chegue às suas próprias decisões e soluções. O coaching aplicado nas empresas reforça o alinhamento das pessoas em relação à missão, a valores, a estratégias e objetivos de organização, alem de envolver os gestores de forma mais efetiva nos processos de mudança. Eleva a eficiência das equipes e a competitividade da empresa. Nas reuniões de coaching o gestor é levado a fazer uma pausa e com isso: ouvir, desenvolver-se, refletir como melhor enfrentar e resolver seus principais desafios e tomar decisões. Um dos principais benefícios é possibilitar ao líder a diálogo e o pensar em conjunto sobre questões que o preocupam e que ele deseja resolver, chegando a conclusões e insights valiosos e significativos, através do apoio, questionamento, inputs e ângulos adicionais providos pelo coach. A prática não foca somente nas competências técnicas ou capacidades específicas, das quais um bom programa de treinamento poderia dar conta perfeitamente. O processo de coaching no desenvolvimento de lideranças é mais do que treinamento, o coach permanece com a pessoa até o momento em que ela atingir o resultado estipulado. Assim, ampliam-se as oportunidades através das quais a pessoa possa produzir avanços e em que suas intenções se transformem em ações, que por sua vez se traduzam em resultados. O gestor participando de processos de coaching favorece sobremaneira a possibilidade de que atue como coach com seus liderados. Assim o coaching torna-se uma ferramenta gerencial nas organizações. 94 O líder que pratica coaching é aquele que orienta seus liderados, com o objetivo de aprimorar o desempenho e o desenvolvimento de habilidades e competências individuais e coletivas, na busca constante de melhores resultados. Entretanto, não basta decidir ser um Líder Coach para começar a agir como tal. É necessário que se faça um grande trabalho de autoconhecimento e estabeleça junto à equipe um clima de respeito e confiança. A atuação do gestor como Lider Coach é um processo que se constrói no encontro e na troca diária entre o gestor e seu liderado. Não se limita apenas em atingir resultados, está voltado também para o desenvolvimento do liderado como um todo, ou seja, seu aperfeiçoamento e realização. Para finalizar esse artigo deixo algumas questões essenciais para reflexão e respostas que direcionam para uma avaliação da atuação de um gestor como Líder Coach: •Se o líder, como coach, tem como objetivo fazer com que o liderado amplie o conhecimento acerca de si próprio, o líder já trabalhou isso em si? • O líder está preparado para ouvir? Consegue evitar distrações? Consegue ouvir e escutar a mensagem, por completo? Sabe observar todas as mensagens verbais e não-verbais do liderado? Mostra-se interessado e atento? É receptivo? • Ao responder, o faz baseado na mensagem ou na forma como o liderado comunica-se? Permite que o liderado finalize sua exposição? Busca respostas antes de entender completamente a situação? Consegue perceber se está, ele próprio, preso apenas a um nível de entendimento sobre o problema 95 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS STÉFANO, Rhandy Di. O Líder Coach Lideres Criando Lideres. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2009 CLUTTERBUCK, David. Coaching Eficaz. São Paulo: Editora Gente, 2009. Mini currículo Psicóloga, formada pelo Unicentro Newton Paiva - BH em 2002, especializada em Atendimento Sistêmico de Redes Sociais, com 09 anos de experiência na área de RH. Consultora de RH da MP Consultoria em RH. Desenvolve trabalhos de recrutamento, seleção e mapeamento de perfil para diversas empresas como: Magazine Luiza, Líder Aviações, Escritório de Advocacia Sette Câmara, Corpo de Bombeiros de MG, Polícia Militar de MG, Pátio Savassi, dentre outras. Atua na área de treinamento e desenvolvimento em RH/Atendimento a Clientes/Desenvolvimento de Lideranças para empresas como ECX Card, Embaré, Emive, Santa Cruz Acabamentos, Total Alimentos, Clínica Dr. Roberto Pereira Lima, Pátio Savassi, dentre outras. Ministra cursos direcionados a estudantes e profissionais da área de RH. 96 Comportamento Organizacional... será que as empresas sabem o que é isso? Carolina Lima Um dos principais pontos que qualquer empresa sabe que precisa para crescer é o funcionário. Aquela peça chave que é fundamental para crescer ou afundar, para somar ou desandar de vez... Perceba que as pessoas, quando estão dentro das organizações, se transformam, começam a agir de forma diferente do que realmente são. Esse é um meio de se resguardar, de se adequar ao novo ambiente em que estão vivendo. Assim, começam a surgir alguns questionamentos internos: Por que meu colega às vezes é rude comigo quando somente quero ajudar? Por que meu líder não consegue me compreender? Porque eu amo meu trabalho? Porque eu detesto meu trabalho? São questões complicadas de se responder... Hoje, enfrentamos vários problemas dentro das organizações relacionados a pessoas. O mercado está cada vez mais heterogêneo: raças, níveis sociais, sexo, idades, gerações completamente diferentes vivendo em um mes97 mo ambiente, defendendo interesses diversos. A grande pergunta é: como os líderes estão lidando com todo esse movimento dentro das organizações? Alguns gestores, por exemplo, já vêm com respostas prontas para sérios questionamentos dos seus colaboradores. Respostas que causam reações, que, na maioria das vezes, são desastrosas. Ouvir falar que você não tem ”inteligência emocional suficiente para assumir determinado cargo”, por exemplo, pode significar que você é uma pessoa “desequilibrada” e não pode assumir determinada função... ou não? Cabe a interpretação de cada um. Por este motivo, os profissionais, gestores, precisam entender, ou até mesmo, prever as reações das pessoas antes de dar um feedback. Não podemos depender apenas de nossas competências técnicas: precisamos também desenvolver nossas habilidades interpessoais. Não somos todos iguais, mas alguns gestores às vezes se esquecem de que precisam reconhecer essas diferenças e tirar proveito delas para conseguir o melhor de seus colaboradores. Quando falamos de Inteligência Emocional, falamos da capacidade de uma pessoa de reconhecer suas próprias emoções quando as sente, de detectar as emoções nos outros e de administrar pistas e informações transmitidas por essas emoções. As pessoas que conhecem suas próprias emoções e são boas em interpretar pistas emocionais – por exemplo, saber por que estão irritadas e como se expressar sem violar as normas – são provavelmente mais eficazes. Uma implicação das evidências em IE até o momento é que os empregadores deveriam considerá-la um fator na contratação de colaboradores, especialmente em trabalhos que demandem alto grau de interação social. Os 98 pesquisadores estão descobrindo que os sentimentos e as emoções têm efeitos importantes na tomada de decisões. Mas é importante realçar que não só o tipo de sentimento influencia o processo de tomada de decisão. A intensidade com que as emoções são experimentadas também influencia o processo decisório. Vários estudos destacaram a importância dos sentimentos e emoções na motivação. Um grupo com bom humor sempre relata uma expectativa maior em sua capacidade de resolver a tarefa, trabalhou mais arduamente e, como resultado, obteve um desempenho melhor. Líderes eficazes confiam nos apelos emocionais para ajudar a transmitir suas mensagens. Na verdade, a expressão de emoções em discursos é geralmente o elemento crucial que nos faz aceitar ou rejeitar a mensagem do líder. Os líderes que focam objetivos inspiradores também criam mais otimismo e entusiasmo em seus colaboradores, levando-os a interações sociais mais positivas com seus colegas e clientes. O contágio emocional é importante porque os clientes que captam o bom humor ou as emoções positivas dos empregados compram mais. As emoções negativas e o mau humor também são contagiosos? Certamente sim. Quando um colaborador se sente tratado de maneira injusta por um cliente, por exemplo, é mais difícil para ele expor as emoções positivas que a empresa espera dele. Qualquer um que tenha passado muito tempo em uma empresa já percebeu que algumas pessoas se comportam de uma maneira que violam as normas estabelecidas, ameaçando a empresa, seus membros, ou ambos. Por exemplo, a inveja é uma emoção que ocorre quando você se ressente por alguém ter algo que você não tem, mas que deseja fortemente – tal como uma tarefa mais desafiadora 99 no trabalho, um escritório ou salários maiores. Isso pode levar a desvios comportamentais mal-intencionados. Os gestores podem usar o humor e dar a seus funcionários pequenos sinais de apreciação de um trabalho bem feito. A seleção de membros positivos para as equipes pode criar um efeito de contágio à medida que o bom humor for transmitido de um para o outro. A conclusão que temos que tirar disso é a seguinte: São as pessoas que influenciam o nível de rotatividade, absenteísmo, produtividade e satisfação no trabalho. Quando alguns desses fatores não estão seguindo de acordo com as estratégias traçadas por uma organização, algo está errado. Se uma empresa não consegue identificar o que está indo mal e, consequentemente, afetando negativamente o comportamento dos seus colaboradores, é bom se precaver: o mercado está aquecido e encontrar profissionais qualificados hoje, não está nada fácil. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1. BOWDITCH, James L.; BUONO, Anthony F. Elementos de Comportamento Organizacional. São Paulo: Pioneira, 1999. 2. ROBBINS, Sthefen Paul. Comportamento Organizacional. São Paulo: 2010. Prentice Hall MINI CURRÍCULO Atua em marketing há 10 anos e iniciou sua carreira na Superalfa, ex concessionária Fiat e na Assessoria de Imprensa da Belotur. Em 100 2005, aos 25 anos, assumiu o cargo de Development and Marketing Director na Escola Americana de Belo Horizonte onde implantou a área de marketing da empresa e, dois anos depois, iniciou seu relacionamento com a Localiza. Graduada em Relações Publicas pela Newton Paiva e Especialista em Gestão Estratégica de Marketing pela PUC Minas, é responsável pela área de Marketing Promocional da Localiza Rent a Car, com contribuição direta no incremento dos negócios da empresa. Também é responsável pelo programa de apoio à cultura da empresa. Professora universitária no Centro Universitário UNA, onde leciona nos cursos Gestão de Marketing, Gestão Comercial e Processos Gerenciais as disciplinas de Trade Marketing e Promoção, Promoção de Vendas, Comportamento Organizacional e Empreendedorismo/práticas empresariais. 101 CONSCIÊNCIA E MUDANÇA Luiz Carlos Moreira Gonçalves Hoje percebemos uma conscientização e um amadurecimento da ideia de valorização do capital humano. Acreditamos que, juntos, podemos quebrar paradigmas, mudar a visão dos empresários, desenvolvendo a mentalidade, mostrando que, quando o RH caminha junto com a visão e a missão da organização, ela só tem a ganhar um clima propício à criatividade, favorável ao ser humano. Trabalho incansável para nós, mas um cenário favorável sim, uma vez que podemos mostrar o nosso trabalho, alinhando os sub-sistemas, trabalhando-os na organização, e é claro procurando envolver cada vez mais os empresários nesse processo. O que poderíamos dizer de tudo isso, envolvimento dos empresários, desenvolvimento das equipes? Sempre temos algo a aprender e, é claro, ensinar, devemos estar abertos ao conhecimento, e quando estamos nesse estágio, podemos ser multiplicadores. A multiplicação do conhecimento vem sendo passada desde os tempos primórdios, tempos esses em que, foram se desenvolvendo princípios até chegarmos nos dias 102 de hoje. Diante dessas mudanças a conscientização e a gestão de pessoas vêm passando por significativas mudanças, mudanças essas que vêm transformando as pessoas, o ser humano como um todo. Falando em mudanças e transformações, nos deparamos com a globalização, com o desenvolvimento das organizações e dos negócios, e com a procura pela melhoria nos processos de fabricação, inovação tecnológica, e é claro com a mudança de mentalidade, conceito e visão holística. A visão sobre o todo, não deixar passar nada despercebido, isso nos permite fazer um trabalho com uma abordagem moderna para os processos de agregar pessoas, identificando melhor as portas de entrada que são abertas para os candidatos, que melhor se identificam com os objetivos da organização. Objetivos definidos pela organização, e passados para o capital humano, assim teremos uma parceria de sucesso. MINI CURRÍCULO Formado em Gestão de RH em 2011, pela Anhaguera. Atua a 15 anos na área. 103 CRIANDO PROCESSOS SELETIVOS ESTRATÉGICOS NAS ORGANIZAÇÕES Flávia Paula Trasladação Vários têm sido os conceitos utilizados como modelo de gestão em Recursos Humanos e, mais recentemente Conhecimentos, Habilidades e Atitudes – CHA que norteiam as políticas de Recursos Humanos. Porém, o processo Seletivo ainda precisa levar em consideração o tipo de profissional que as empresas têm recebido durante o Processo Seletivo. O Sucesso de processos seletivos depende de uma estratégia de Recrutamento e Seleção.. O Marketing Estratégico pode ser uma ferramenta capaz de alcançar os resultados esperados, envolvendo planejamento e análise com uma visão de futuro com foco total nos desejos, necessidades e interesses dos clientes para adequar ou segmentar sua oferta de produtos e serviços, ajustar sua estratégia de comunicação ou ainda trabalhar o fluxo de informações da ponta do consumo à Organização ou da Organização ao Consumidor final. Ao trazermos estes conceitos para construção de um processo Seletivo Estratégico, possibilitamos uma melhor 104 compreensão do espaço do candidato, seus desejos, anseios, limitações, necessidades e a confrontamos com a realidade organizacional, sua estrutura, ferramentas de desenvolvimento e eventuais problemas, seja de clima ou técnicos. Quanto mais entendermos os nossos candidatos melhor conseguiremos atendê-los. Mas até aqui, pouco se disse de novidade, ou seja, estamos praticando mais do mesmo, ou o que todo departamento de Recrutamento & Seleção se propõe a fazer. Porém o desafio de um Processo Seletivo Estratégico está em dar ao candidato aquilo que ele não esperava, em superar suas expectativas. Quando vamos para além das necessidades dos candidatos aumentamos a probabilidade de fidelizar este futuro profissional nas organizações. A estratégia está em enxergar aquilo que o candidato não consegue perceber que necessita. Isso só é possível através de profissionais com formação adequada e processos seletivos estruturados de maneira de possibilitem a utilização de técnicas de entrevistas, dinâmicas ou mesmo aplicação de testes psicológicos. A busca pela compreensão da necessidade do outro, que é um dos objetivos do Marketing, é uma diretriz pertinente ao Processo Seletivo. A entrevista deve ser o processo crítico do processo seletivo. Tememos as decepções de não renovação de contrato de experiência após 90 dias, ou ainda, ouvirmos frases como “ele não era assim, ele mudou depois que entrou”, ou ainda ”depois que fez três meses ...”. É importante ressaltar que, para que todo este trabalho realizado pelo RH alcance à plenitude de resultados, as 105 organizações devem dispor de ferramentas de acompanhamento de desenvolvimento profissional e claro, estarem dispostas a remunerar adequadamente estes profissionais, pois é sabido que os bons profissionais custam “caro”. Porém, mesmo com limitações de orçamento, ainda é possível desenvolver um trabalho sério e com compromisso de buscar pessoas com o perfil das organizações. O planejamento de um Processo Seletivo Estratégico é a base que permitirá caminhar por todas as etapas com mais segurança das informações trocadas durante entrevistas, ouvidos atentos ao que se diz e, principalmente ao que não se diz. O corpo fala e, aprender a lê-lo é o primeiro passo para alinhar os desejos dos candidatos, conhecidos ou não às necessidades das Empresas. Referências Bibliográficas ZENONE, Luiz Cláudio. Marketing Estratégico e Competitividade Empresarial: Formulando estratégias mercadológicas para organizações de alto desempenho. Novatec, p. 13-33 LEME, Rogério. Aplicação Prática de Gestão por Competências. Rio de Janeiro. Qualitymark, 2005. Mini Currículo Analista de Recursos Humanos, graduada em Psicologia pela Faculdade Metropolitana de Belo Horizonte, pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas pela UNI-BH. 106 Cultura como ferramenta para Gestão de Pessoas Fernanda Carolina de Oliveira Depois que o mundo corporativo conheceu a globalização foi apresentado a ele também a competitividade. As organizações que antes disputavam mercado somente com o “vizinho da esquina” foram obrigadas a observar as práticas do mundo inteiro. Essa integração fez com que as empresas mais atentas buscassem ser cada dia melhores e mais atrativas aos olhos da mão-de-obra. Caso contrário reter talentos seria impossível. Foi-se o tempo em que somente as empresas escolhiam o candidato adequado. Desde que a necessidade de ser mais competitivo surgiu, a disputa por profissionais qualificados tornou-se mais acirrada. No contexto atual, os talentos também escolhem onde desejam estar e nesse momento o jeito de ser da organização interfere muito. Cada dia se valoriza mais o bem-estar e a qualidade de vida no trabalho e, para garantir isso, os profissionais se empenham para fazer parte de um ambiente em que esses fatores são levados em consideração. O profissional de hoje busca ser parte de uma empresa com a qual ele se identifi107 que - ela precisa refletir o horizonte que ele busca para si. Daí surge à relevância da organização ter uma identidade bem formada e condizente com suas práticas. Não basta somente estampar em quadros ou repetir continuamente em mensagens institucionais qual é a razão de ser da organização. Não é suficiente se a realidade for outra. O conjunto formador da cultura é composto muito mais por práticas que por teorias. Ela é estabelecida de cima para baixo, se as lideranças não demonstrarem ser exemplo daquilo que esperam de sua equipe, será difícil incutir nos outros um conceito que não é bem definido para eles mesmos. Clareza, transparência e fidelidade aos propósitos estabelecidos são primordiais para aderência das pessoas à cultura organizacional. É esse conjunto de fatores que identificam uma organização e definem a imagem da mesma que será projetada no mercado e será assimilada pelos profissionais disponíveis, que podem gostar ou não dessa identidade. Compartilhar os objetivos é tudo! Caso essa sintonia entre a organização e o profissional não ocorra, a possibilidade de se formar um quadro de pessoal comprometido e qualificado ficará só no campo das ideias. E a possibilidade de ser escolhida dentre milhares de organizações que conseguem estabelecer esse canal direto com a visão dos candidatos, se tornará tão irreal quanto as teorias sobre o seu jeito de ser, que não são praticadas. Mini Currículo Analista de Recursos Humanos, graduada em Psicologia pela Faculdade Metropolitana de Belo Horizonte, pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas pela UNI-BH. 108 Feedback Construtivo: uma ferramenta de desenvolvimento profissional Luciana Heringer Henriques A palavra feedback vem do inglês feed (alimentar) e back (de volta), ou seja, o significado de feedback é alimentar novamente, ou retroabastecer. Percebe-se que o ser humano, em sua busca constante por algo que o complete, também precisa se retroabastecer, ou seja, necessita de algo que reabasteça suas energias, suas expectativas, seu conceito sobre si mesmo e a certeza de ser aceito nos grupos sociais em que convive. O ser humano inconscientemente busca o feedback. O feedback deveria ser um processo através do qual o indivíduo aprende a receber e a ser recebido, mas na verdade, um dos maiores problemas que se manifestam neste canal de comunicação é que o indivíduo muitas vezes cria em torno de si uma barreira que o protege. Quando uma determinada pessoa dá um feedback sobre algo ou alguém, ela transmite a sua impressão, o seu olhar externo, e muitas vezes desencadeia um processo de mudança que pode trazer consequências nem sempre 109 positivas, impactando nas esferas psicológica e social de cada um. Diversas pessoas têm medo de receber feedback, pois ele é capaz de revelar uma percepção externa que muitas vezes agride a percepção que elas têm de si mesmas. Quando o feedback atinge o “eu”, ou seja, o “ego” de um indivíduo, afetando o seu mundo interno, seus pensamentos, sua psique e sua autoestima, ele se sente vulnerável e agredido. Se o feedback é visto como uma ameaça, este será então rejeitado, uma vez que o indivíduo tende a se proteger contra ameaças e privações. Através das ligações cognitivas que as pessoas fazem entre os fatos, o feedback destrutivo traz sentimentos de resistência, revolta, indignação e apreensão que exercerão profunda influência sobre as experiências posteriores. Elas se tornam agressivas ou se calam, criando barreiras para as relações interpessoais. Isto faz com que se sintam fora do grupo, isoladas socialmente, diferentes e não aceitas. Suas relações sociais se abalam, assim como sua estima, sua necessidade de saber do que é capaz, e de acreditar em seu próprio potencial. Consequentemente, a sua autorrealização será inatingível, uma vez que duvidam de si mesmas e que se veem tomadas pela incapacidade de atingir seus objetivos pessoais. Muitas empresas erram pensando que ao suprir apenas as necessidades físicas, financeiras e de segurança, conseguem satisfazer e motivar seus empregados. White (1991) discorda deste procedimento e, citando a teoria das cinco necessidades básicas do ser humano estudadas por Maslow (1954), apud White, (1991), acrescenta que satisfazendo-se apenas as necessidades físicas e de segurança dos indivíduos, as necessidades sociais, de estima e de autorrealização podem então levá-los a colocar suas necessidades pessoais e individuais acima das necessida110 des do grupo. Em outras palavras, os indivíduos podem se tornar preocupados com o ‘eu’ de cada um, ao invés de se preocuparem com o ‘nós’, o que pode ser o centro dos problemas relacionados à motivação da equipe de trabalho. De acordo com Betti (2004, p.3), existem quatro maneiras de se dar feedback “em função das dimensões ética (verdade ou mentira) e psicológica (amor ou ódio)”. A “dimensão da ética (...) se refere à veracidade do conteúdo do feedback, ou o que se diz, e a dimensão da motivação (...) se refere às intenções de quem fala, ou porque se fala”. Quando o feedback transmite uma mensagem verdadeira, mas é motivado por sentimentos de desamor, é provável que seja recebido com agressividade e descrédito, e que traga como resultado a raiva, o ímpeto de revidar e o conflito. Por outro lado, se o feedback é motivado pelo amor, mas o conteúdo da mensagem não é verdadeiro, ele pode ser recebido com aprovação em um primeiro momento, mas a partir da percepção de que a mensagem é mentirosa, a consequência é a desconfiança e a descrença no processo. Mesmo que o indivíduo venha a acreditar no conteúdo da mensagem, ele é privado da oportunidade de identificar suas falhas e trabalhar para o seu desenvolvimento, ocasionando a estagnação e a permanência no erro. Se o conteúdo da mensagem é falso, e ainda é motivado pelo intuito de ferir, o feedback é potencialmente destrutivo, pois provoca agressividade, a fuga, e a certeza de que o feedback se trata de um processo injusto e punitivo. Desenvolve-se então uma barreira que enclausura o “eu” do indivíduo, o isola e o impede de criar ligações sinceras e permanentes. 111 Finalmente, se o feedback é dado com verdade e motivado pela real intenção de ajudar o indivíduo, ou seja, pelo amor, ele é capaz de trazer superação e desenvolvimento. A verdade é aceita com surpresa, e desencadeia a mudança e o crescimento. A importância do feedback, então, não está somente no conteúdo verdadeiro da mensagem, mas na maneira como esta mensagem é transmitida. O feedback afetivo atravessa as barreiras e atinge o cerne da personalidade do ser humano, desencadeando um processo construtivo e extremamente positivo. Mesmo que o conteúdo da mensagem seja uma crítica, se o indivíduo percebe que a verdadeira intenção do interlocutor é o desenvolvimento de quem recebe a mensagem, encontra-se um canal aberto de comunicação e o feedback não afeta as relações de confiança e amizade. A mensagem pode até mesmo ser vista com descrença no primeiro momento, mas com certeza provocará uma posterior reflexão do receptor que o levará a rever seus conceitos e buscar seu desenvolvimento. Se o conteúdo da mensagem é positivo e verdadeiro, então o feedback se consuma com a satisfação das necessidades mais complexas do ser humano, fazendo-o sentir-se seguro e aceito, e construindo pilares que sustentarão sua autoestima e autorrealização. REFERÊNCIAS bibliográficas BETTI, Sandra. Analisando e avaliando o perfil do colaborador e do cargo: feedback ou dando um retorno muito importante. Belo Horizonte, 2004. Disponível em http://www.summus.com.br/performance2004/summus/file/magv> Acesso em: 30 de março de 2004. MASLOW, Abraham. Motivation and personality. Nova York: Harper 112 & Row, 1954 apud WHITE, Ron et al. Management in English language teaching. Cambridge: Cambridge University Press, 1991. 348p. WHITE, Ron et al. Management in English language teaching. Cambridge: Cambridge University Press, 1991. 348p MINI CURRÍCULO EDUCAÇÃO Graduação em Arquitetura e Urbanismo, UFMG - Dezembro de 1997 Especialização em Gestão Estratégica de Pessoas e Equipes, Instituto Newton Paiva - Março de 2005 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Setembro de 2007 - Atual. Gerente de Recursos Humanos/Cultura Inglesa MG Ltda Janeiro de 2002 a Setembro de 2007. Gerente de Filial/Cultura Inglesa MG Ltda Fevereiro de 1995 a Dezembro de 2001. Professora de Inglês/Cultura Inglesa MG Ltda Janeiro de 1998 a Janeiro de 2002. Arquiteta/Profissional Liberal 113 GERAÇÃO Y: Os impactos gerados com a inserção dessa nova geração no ambiente organizacional Mariana Patrice Santos RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo construir conhecimentos e saberes em relação ao perfil dos jovens pertencentes à geração Y, analisar os impactos causados pela inserção destes jovens no ambiente organizacional e qual a relação desses jovens Y com os indivíduos da geração passada, a saber, geração X, e analisar o papel dos lideres frente aos impactos no ambiente de trabalho, que tem como desafio um novo cenário constituído a partir da globalização e do avanço tecnológico. PALAVRAS CHAVES: Gestão de Pessoas; Geração Y; Conflitos, Liderança ABSTRACT: The present work aims to build knowledge and expertise in relation to the profile of young people belonging to Generation Y, analyze the impacts caused by the insertion of young 114 people in the organizational environment, what is the relationship of these young Y, with individuals of the past generation, namely generation X, and analyze the role of leaders cope with the impacts on the desktop, which is a new challenge from the scenario of globalization and technological advancement. KEYWORDS: People Management, Generation Y, Conflict, Leadership INTRODUÇÃO Vivemos hoje na era digital em que tudo é rápido e de fácil acesso, vivenciamos essa evolução de uma forma restrita, sem saber aonde tudo isso pode chegar. Somada a essas mudanças externas, surge uma nova geração, a chamada Geração Y, formada por jovens que são considerados os talentos da era digital, sendo indivíduos que buscam o crescimento, reconhecimento e agilidade nos processos, e que praticamente incorporam a tecnologia como uma extensão de seu próprio corpo. Tais indivíduos surgiram através da geração X, constituídas praticamente pelos pais dos Y, pessoas que estão aos poucos se desenvolvendo com as mudanças no cenário organizacional que hoje têm como dificuldades lidar com esses indivíduos no ambiente de trabalho. Há uma profunda mudança de valores e culturas no ambiente organizacional e com isso criou-se um cenário desafiador para líderes e organizações, tais como a proximidade entre as gerações existentes no ambiente de trabalho. Mediante as mudanças nos contextos corporativos a partir da globalização e do avanço da tecnologia, podemos dizer que, a inserção da geração Y no ambiente organizacional, pode gerar impacto quando esses indivíduos se 115 depararem com as gerações passadas no mesmo ambiente de trabalho, indivíduos com culturas e hábitos diferentes advindos do histórico de cada geração. Cada geração possui diferentes valores de trabalho, diferentes percepções sobre a organização de um modo geral, e a partir dessas divergências de ideias e características podem surgir conflitos entre as gerações no modo de ser e agir de cada um na organização, que muitas vezes não são valores que integram a cultura da organização. Verifica-se então que a inserção da geração y no ambiente organizacional, está causando impactos entre as gerações já existentes na organização, a saber, geração X. Por se tratar de uma nova geração formada por jovens, que estão preocupados em buscar sua liberdade no trabalho, espaço em organizações que lhe proporcionam qualidade de vida, onde possam realizar suas tarefas profissionais e pessoais. Devido às mudanças no contexto organizacional e mundial, essas gerações estão a cada dia mais próximas, dividindo, disputando espaço nas organizações. A motivação para tal artigo veio a partir da vivência profissional diante desses conflitos, uma vez que a entrada da nova geração no ambiente organizacional fez com que lideranças observassem e se desenvolvessem junto a esses jovens para que possam buscar conhecimentos nessa evolução tecnológica, entre outros. A proposta deste trabalho surgiu também da observação das inquietudes que se apresentam no ambiente profissional. Devido ao novo cenário mundial, está cada vez mais comum as gerações se encontrarem no mesmo espaço de trabalho e cada vez mais difícil se relacionarem. Com frequência ouvem-se queixas dos profissionais quanto ao seu ambiente de trabalho, a falta de perspectiva, a liderança ineficaz, e os difíceis relacionamentos interpessoais. 116 REFERÊNCIAS bibliográficas CONGER, Jay. Quem é a geração X. In: HSM Management, n. 11, Nov/Dez. 1998 ERICKSON, Tammy. Disponível em: http://www.hsm.com.br/editorias/dez-motivos-pelos-quais-geracao-x-esta-infeliz-com-profissao Acesso em: 21 Jan.2001 LOMBARDIA, Pilar Garcia, STEIN, Guido, PIN, José Ramón. Quem é a geração Y. In: HSM Management, n. 70, Set/Out. 2008. OLIVEIRA, Sidney: Geração Y: ser potencial ou ser talento? Faça por merecer – São Paulo: Integrare Editora, 2011. OLIVEIRA, Sidney: Geração Y: Uma nova versão de líderes – São Paulo: Integrare Editora, 2010. PERRYMORE, April, LIPKIN Nicole: A Geração Y no trabalho – Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2010. Mini currículo Graduada em Psicologia pela PUC/MG, atua no Processo de Recrutamento e Seleção de Pessoal para Matriz e suporte para filial da empresa em SP; Seleção de PCD (Portadores com Deficiência); Definição de perfil junto à gerência e supervisores, e divulgação de vagas; Análise e seleção de currículos, Treinamento de Integração e suporte nos demais treinamentos; Comunicação (Elaboração e envio de comunicados diversos); Movimentações de Pessoal da empresa (Promoções, Alteração de cargo, Alteração de salário, transferência, criação de cargos no sistema); Estudos salariais; Lançamento de rateios no sistema SAPIENS, referentes aos benefícios da empresa; Revisão de Políticas de RH; Pedido e controle de entrega de uniforme/EPI; Elaboração de PPP; Participação em negociações de PLR junto ao Sindicato e Empregados. Responsável pelos eventos empresariais, SIPAT, entre outros. Auxílio nas atividades de Departamento de Pessoal, como folha de pagamento, ponto eletrônico, pedido de benefícios, entre outros. Responsável por responder as auditorias internas no setor de Recursos Humanos. Responsável pelas entrevistas de desligamento. 117 Gestão de Pessoas e Feedback: O Desafio da Liderança Moderna Ana Meira Uma das constatações a que pude chegar, ao longo da minha vida profissional dedicada à área de Recursos Humanos, foi a de que o desenvolvimento da Liderança ainda é a grande oportunidade para as empresas obterem melhores resultados. Sem sombra de dúvidas, esse é um ponto de atenção a ser observado pelos principais executivos de uma empresa com a ajuda do setor de Recursos Humanos, que é o facilitador e parceiro de todo esse processo. Uma boa gestão de pessoas faz toda a diferença para o alcance e manutenção de resultados e, porque não, na perpetuação de uma Organização. No meu entendimento, o principal papel da Liderança é desenvolver um time de pessoas altamente capacitadas para gerar os melhores resultados para uma organização. Nesse sentido, o feedback cumpre papel fundamental nesse processo. Pois é a forma de explicitar aos colaboradores quais comportamentos devem ser mantidos e aqueles que devem ser desenvolvidos. 118 Falando assim, parece que é fácil, mas a “arte” de dar Feedbacks, na minha percepção, é um dos maiores desafios da Liderança Moderna. Posso enumerar uma série de aspectos que atuam como dificultadores, a começar pela complexidade que é entender o mundo interior das pessoas, as diferenças individuais de cada integrante da equipe, a comunicação interpessoal, a falta de tempo e, ainda, a pouca habilidade dos gestores para utilizar esse instrumento tão poderoso. O Gestor inteligente deve entender que o desenvolvimento de pessoas é fator competitivo não só para as organizações, mas também para ele, enquanto profissional do mercado. Os melhores resultados efetivamente acontecem por meio da Gestão com as Pessoas e não através delas. Então, quer ter bons resultados? Minha sugestão é: Invista tempo na Gestão de Pessoas. Mais uma vez não quero dar nenhuma receita de bolo ou alguma fórmula pronta, mas algumas dicas que podem ser úteis para que você, sua equipe e, na sequência, a sua empresa atinjam bons resultados, e melhor que isso, para que esses resultados se perpetuem: 1. Busque conhecer mais as pessoas da sua equipe, como elas são, o que as motivam e as desafiam. Interesse-se sinceramente por elas, todo o resto é consequência; 2. Mantenha um comportamento de respeito com todos os membros da equipe; 3. Valorize o trabalho bem feito. Seja “sincero na sua apreciação e pródigo no seu elogio”; 4. Busque congruência entre fala e ação. Fique 119 atento não só com a sua comunicação verbal, mas principalmente com a não verbal: entoação da voz e comportamentos. Dessa forma terá mais credibilidade para cobrar a mesma postura das pessoas; 5. Trabalhe para manter um ambiente de confiança e transparência. Estimule feedbacks sinceros e respeitosos entre os membros da equipe; 6. Crie a cultura de feedback. Entenda que feedback serve também para falar das coisas que foram bem feitas e não só para falar dos problemas ou erros. É importante fazer com que a equipe perceba que o feedback é um presente para o autodesenvolvimento, uma ferramenta utilizada por você para desenvolver os membros dessa equipe enquanto profissionais e não para denegri-los. Mas para isso, não adianta só falar, é preciso demonstrar com gestos e ações. 7. Se tiver que dar um feedback negativo, prepare-se mais para ser assertivo e ter os melhores resultados. Por isso, antes de entrar diretamente no assunto, recapture os propósitos da organização, da área e como as atitudes dessa pessoa são importantes para o atendimento dos mesmos. Valorize o trabalho que essa vem realizando e seja pontual e factual. Seja descritivo e não avaliativo. 8. Coloque-se à disposição para ajudar seu colaborador a desenvolver os aspectos pontuados. Ele precisa entender que você é parceiro e não adversário. 9. Acompanhe os resultados e valorize todo progresso; 10.Fique atento às palavras utilizadas. Um dos 120 erros frequentes que acontece durante os feedbacks e que acaba por colocar a sua eficiência à prova é a utilização da palavrinha “mas”. Acontece mais ou menos assim: Fulano você tem se empenhado bastante, “mas”, ontem sua atitude saiu diferente do definido pela empresa. Com a utilização do “mas” o gestor colocou tudo a perder, qual foi a mensagem que ficou? Apesar do esforço, o seu comportamento ainda não atende ao solicitado pela empresa e de nada adiantou sua dedicação. Troque o “mas” pelo um “e” e agora releia a frase: Fulano você tem se empenhado bastante, “e”, ontem sua atitude saiu diferente do definido pela empresa. O que aconteceu? O que você estava pensando quando agiu desta forma? Viu como mudou o sentido? Você disse o que precisava sem desvalorizar o esforço do seu colaborador e, ainda, deu a ele oportunidade de expressar um ponto de vista que poderia ter passado despercebido por você. Por último, gostaria de propor um desafio: Mostre sinceramente o quanto as pessoas são importantes para você e para a sua organização, isso facilitará em grande parte o seu trabalho, além de contribuir com um clima favorável para aflorar a criatividade e o surgimento de boas ideias, sem falar na fidelização de seus colaboradores. Já dizia o grande filósofo Americano John Dewey: “A mais profunda das solicitações humanas é o desejo de ser importante”. Apesar de ser um tema amplo, muito desafiador para ser esgotado em apenas três laudas, espero que essas dicas possam ajudá-lo a obter melhores resultados com as pessoas. Desejo-lhe muito sucesso e que você possa contri121 buir não só com os resultados organizacionais, mas que possa também contribuir para tornar a vida das pessoas dentro das organizações, mais leves e produtivas. Extraído do link: http://www.muitomaisselecao.com. br/2012/05/gestao-de-pessoas-e-feedback-o-desafio-da-lideranca-moderna/ Referências bibliográficas Paula, Maurício. A do Chá: A avaliação por competências pelo líder-Coach/O Feedback com evidências. São Paulo: All Print Editora, 2009. 116 p. Carnegie, Dale. Como fazer amigos e Influenciar pessoas. Do original norte-americano: How to Win Friends and Influence People. 5a edição – 5a reimpressão: Companhia Editora Nacional, 2010. 307 p. MINI CURRÍCULO Psicóloga, Pós Graduada em Gestão Estratégica de Pessoas, Consultora de Recursos Humanos e Coach. 122 GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS COMO UM DIFERENCIAL COMPETITIVO Marcilene Martins da Silva Gonçalves Este artigo é resultado de uma pesquisa bibliográfica que teve como objetivo levantar a importância e a evolução da gestão de recursos humanos nas organizações. A gestão de recursos humanos se faz essencial nas organizações e tem sido cada vez mais valorizada, sua evolução mostra como se deu essa valorização. Esse artigo apresentará as abordagens funcionalista, estratégica e política da gestão de recursos humanos. Será também discutido como o RH pode contribuir para a estratégia da organização e as práticas que configuram tal atuação. As abordagens na gestão de recursos humanos Pessoas constituem o princípio essencial da vida produtiva das organizações, conferem vitalidade às atividades e aos processos, inovam, criam e recriam contextos e situações que podem conferir à organização uma vantagem competitiva frente ao seu mercado e a seus concorrentes. 123 Pessoas tornam-se fonte de vantagens competitivas por causa de sua capacidade de combinarem emoção e razão, subjetividade com objetividade. (DAVEL, VERGARA, 2010). A abordagem funcionalista da ARH Sintetiza o desenvolvimento de campo teórico em ARH que se construiu em torno de técnicas, procedimentos e ferramentas. A intervenção é baseada nas tarefas funcionais de seleção, treinamento, remuneração, avaliação de desempenho e nos objetivos de análise do ambiente. (DAVEL, VERGARA, 2010). O princípio dessa abordagem é o de aumentar a produtividade e favorecer a busca de vantagem competitiva da empresa, proporcionar funcionários estáveis, satisfeitos, motivados e produtivos. O elemento chave dessa abordagem é a intervenção. A abordagem estratégica da ARH Propõe alinhar suas funções tradicionais aos objetivos estratégicos da empresa. SISSON, (1989) propõe quatro traços associados à administração estratégica de recursos humanos: 1. a integração das políticas de pessoal com o planejamento estratégico da empresa; 2. o locus de responsabilidade passa a ser situado nos gerentes de linha; 3. o relacionamento fica mais apurado e muda do âmbito coletivista para o individualista com foco nas pessoas e suas demandas; 4. o comprometimento e a iniciativa partem dos chefes e supervisores fazendo o papel de facilitadores e de treinadores. 124 A abordagem política da ARH A abordagem política da ARH, por sua vez, compreende as relações organizacionais como potencialmente conflituosas, cabendo à gestão de pessoas mediar e arbitrar os interesses dos diferentes níveis. Tem por escopo as dimensões políticas, sintetizando a forma como estas afetam os diversos processos organizacionais. Essa abordagem propõe a ARH arbitrar e integrar os interesses sociais, organizacionais e individuais. Ela considera as diversas formas pelas quais táticas e políticas de influência afetam os processos de seleção, avaliação e sucesso da carreira profissional. A contribuição do RH para a estratégia do negócio De acordo com Kaplan e Norton, (1997), com a ampliação do sistema de medição de uma empresa, incluindo a avaliação de ativos intangíveis, ampliando a atuação dos relacionamentos, aumentando a utilização da informação, melhorando o tratamento dos dados há a melhora no atendimento às demandas do mercado. O sistema de mensuração proposto por esses autores é o balanced scorecard que é a tradução da missão e da estratégia da empresa em um conjunto de indicadores de desempenho organizado em torno de quatro perspectivas: 1. financeira; 2. do cliente; 3. dos processos internos; 4. do aprendizado e crescimento. Para o sucesso desse modelo, Becker, Huseling e Ulrich (2001) sugerem dois tipos de ferramentas de gestão de 125 pessoas que são os vetores de desempenho e os capacitadores, os vetores referem-se à capacidade pessoal com a produtividade e o índice de satisfação dos empregados e os capacitadores reforçam os vetores. A gestão estratégica na atualidade Tem-se exigido da gestão de recursos humanos uma atuação mais estratégica, responsabilizando-se por gerir pessoas para atuarem em níveis mais elevados de desempenho, tornando-as mais aptas para (a) captarem e interpretarem satisfatoriamente as variáveis ambientais, (b) realizarem tarefas segundo uma perspectiva estratégica e sistêmica, (c) ampliarem suas capacidades individuais e coletivas, (d) assumirem maiores níveis de responsabilidade e autonomia, (e) buscarem melhorias e redução de custos em processos gerenciais e produtivos (Huselid, Jackson & Schuler, 1997). Práticas de gestão de recursos humanos em uma atuação estratégica Pfeffer (1994), relaciona dezesseis práticas de gestão de pessoas que estariam ligadas a níveis superiores de desempenho organizacional. São elas: a. b. c. d. e. f. g. senso de segurança no emprego; seletividade no recrutamento; a oferta de altos salários; o pagamento de incentivos; tornar o funcionário acionista; o compartilhamento de informações; a participação e a delegação de poder (empowerment); h. a formação de equipes autônomas de trabalho e o redesenho de tarefas; 126 i. o treinamento e desenvolvimento de habilidades; j.o job-rotation, ou rotação de cargos; k. o igualitarismo simbólico (eliminar símbolos que separam ou discriminam as pessoas); l. a menor distância entre as diversas faixas salariais; m. a promoção interna; n. as perspectivas em longo prazo; o. a definição e aplicação de medidas de avaliação das políticas de gestão de pessoas; p. a definição de filosofias ou visões dominantes, que indiquem os modos de os indivíduos lidarem com as questões cotidianas (ou valores explícitos de uma cultura organizacional). CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos teóricos, assim como nas abordagens apresentadas, concluo que a gestão de recursos humanos tem evoluído ao longo dos tempos, uma vez que a mesma partiu de uma gestão operacional pautada em controles, foi-se especializando ao longo do tempo e hoje precisa necessariamente ter uma atuação estratégica. Somente com atuação estratégica a gestão de recursos humanos consegue agregar valor às organizações. O gestor de RH, hoje, precisa estar atualizado, possuir habilidades de conhecimento abrangente para conseguir entender as demandas e atuar com foco em resultados. Para tal, existem ferramentas já consolidadas como o BSC – Balanced Scorecard que nos ajuda a mensurar os resultados e apresentar uma atuação estratégica. Com as pessoas e através das pessoas conseguimos: desenvolvimento, melhores resultados e valor agregado, ao concluir isso as organizações têm investido e valorizado cada dia mais a gestão de recursos humanos. 127 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAVEL, E.; Vergara, S. C. (2001). Gestão com pessoas, subjetividade e objetividade nas organizações. In: DAVEL, E.; VERGARA, S.C (Orgs.) Gestão com pessoas e subjetividade. São Paulo: Atlas. BECKER, B. E.; HUSELID, M. A.; ULRICH, D. Gestão Estratégica de pessoas com scorecard: interligando pessoas, estratégia e performance. Rio de Janeiro: Campus, 2001. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. Rio de Janeiro: Campus, 1997. MINI CURRÍCULO Professora e Coordenadora de curso da FABE BETIM. Consultora em gestão estratégica de recursos humanos da Empregar Talentos. Mestranda em Administração pela FPL. 128 Idade X Mercado de Trabalho Tânia Regina Dinelli de Carvalho Estatísticas comprovam as dificuldades de, pessoas acima de 50 anos, consideradas carta fora do baralho no mercado de trabalho, encontrarem uma recolocação profissional. Em alguns setores, empresas inovadoras estão fazendo a diferença e apostando cada vez mais em pessoas acima dos 50 anos. Podemos citar aqui o Grupo Pão de Açúcar, que desde 1997 mantém um programa visando valorizar e oferecer chances de trabalho para pessoas idosas. O preconceito diminui à medida que o mercado de trabalho sofre com a escassez de mão de obra qualificada. A idade que antes era uma barreira na busca da recolocação em algumas empresas é um diferencial de convívio e troca de experiências com os mais jovens. A diversidade colhendo bons frutos e fazendo parte de um planejamento estratégico corporativo, valorizando e apostando nas pessoas chamadas “velhas”. Os jovens da geração Y e Z, familiarizados com as novas tecnologias como internet, telefones celulares, laptops, tablets e novas linguagens, contribuem de maneira ex129 cepcional para a velocidade das informações, criatividade, irreverência, dinamismo, no ambiente de trabalho. Porém essas habilidades vêm acompanhadas pela inquietação, ansiedade, priorização da carreira e de oportunidades mais atraentes, deixando os gestores de RH com a dura missão de elaborar benefícios que os retenham dentro da empresa como planos de carreira, planos de saúde e odontológico, pós, MBA, celulares e combustível, academias, viagens, premiações. Pessoas mais velhas que não querem parar de trabalhar são mais comprometidas, responsáveis, assíduas, tolerantes, centradas, são curiosas, continuam interessadas em aprender e ensinar. Levam a sério todas as tarefas e não se preocupam em ocupar cargos de chefia. A premissa é se sentir útil. Pesquisas elaboradas pelo IBGE apontam que o Brasil, em poucos anos, terá 30% de sua população acima de 50 anos. Seremos um país de velhos, consequência da maior qualidade de vida, pessoas vivendo mais, gerando uma faixa maior na idade produtiva da população. O preconceito em relação ao idoso está relacionado a países menos desenvolvidos. Nos países desenvolvidos pessoas mais velhas são respeitadas e admiradas, exercendo papéis importantes no desenvolvimento econômico do país. O trabalho é um dos fatores de manutenção da qualidade de vida dos seres humanos. A idade deixa de ter importância quando o potencial e a experiência se revertem em benefícios de produtividade nas empresas. Nós, gestores de RH, podemos fazer a diferença nesse cenário, incentivando e dando oportunidades de inclusão para quem precisa e está disposto a continuar no merca130 do de trabalho. Afinal de acordo com a natureza humana os anos passam para todos. Então vamos pensar no futuro, onde seremos os “velhos” de amanhã! Referências Bibliográficas Revista Isto É – Setembro de 2011 (Adriano Nicácio) Mini Currículo Psicóloga, graduada pela Faculdade Newton Paiva. Atuando a quatro anos e meio como Analista de Recursos Humanos na VG Ribeiro Logística de Distribuição de Jornais e Revistas Ltda, nas áreas de T&D, R&S. Sólida experiência na área de transporte coletivo urbano, com implantação e certificação no Processo de Qualidade, I.S.O. 9001/2000, na primeira empresa de transporte coletivo urbano a ser certificada na Grande Belo Horizonte. 131 INVESTIMENTO NA VALORIZAÇÃO DO COLABORADOR: LUCRO OU PREJUÍZO? Renata Curvelana de Moura RESUMO: Em uma época em que os profissionais são os responsáveis por direcionar suas carreiras, as empresas buscam se adaptar para manter em seu quadro de pessoal os colaboradores que fazem a diferença; para tanto, mudaram o modo de tratar os colaboradores, que não são vistos mais como “recursos humanos”, e sim como componente essencial para o sucesso das organizações. Diante dessa mudança, as organizações passaram a investir na valorização do colaborador. PALAVRAS-CHAVE: valorização, investimentos, benefício, turn-over. INTRODUÇÃO Até o final do século XX as organizações tratavam seus funcionários como apenas mais um dos recursos disponíveis: os recursos humanos. Naquela época, era considerado um funcionário ideal aquele que seguisse carreira na empre132 sa, ou seja, permanecesse anos trabalhando para a mesma empresa, alcançando ou não ascensão profissional. Enquanto “detentoras das regras”, as organizações não se preocupavam com a manutenção dos “colaboradores”, uma vez que, assim como os demais recursos disponíveis na empresa, os recursos humanos eram facilmente manipulados e substituídos. O mercado passou por mudanças que levaram os profissionais a direcionarem suas carreiras, com isso, as empresas precisaram se adaptar a estas mudanças e a mudar o tratamento dado aos profissionais, que de meros recursos, passaram a ser tratados como um dos pilares de sustentação das organizações. A manutenção dos colaboradores nas organizações é essencial para evitar gastos desnecessários com rescisões trabalhistas, novas contratações e treinamentos, além de contribuir para a manutenção da qualidade dos serviços prestados. IVESTIMENTO NA VALORIZAÇÃO A valorização dos colaboradores é manifestada de diversas formas: seja através do investimento na qualidade de vida do trabalhador – oferecimento de benefícios como assistência médica e odontológica, descontos em academias e clubes recreativos, palestras educativas sobre saúde e alimentação –, através de gratificações e bonificações que premiem o desempenho dos colaboradores, recrutamento interno, ou através de bolsas de estudos – faculdade, MBA, cursos de línguas e cursos de capacitação. As empresas que prezam pela valorização dos seus colaboradores oferecem benefícios que vão muito além dos tradicionais, é o caso da Apsen Farmacêutica, que oferece 133 alguns benefícios diferenciados para seus colaboradores, tais como: •Semana Gorda: além de reinseridos no mercado de trabalho, os colaboradores maiores de 60 anos possuem o benefício de tirar uma semana de folga a mais por ano. • Programa Sexta feira Gorda: quando as metas da empresa são alcançadas, todos os colaboradores são liberados após o almoço na primeira sexta – feira do mês seguinte. • PAI (Programa Apsen de Ideias): valorização das ideias apresentadas pelos colaboradores que possam trazer benefício para a empresa como um todo. • Programa Apsen presente nos dias mais felizes de sua família: são premiações recebidas pelos colaboradores em razão de datas especiais, como casamento, nascimento de filhos, festa de 15 anos etc. • Dispensa do trabalho no Dia do Aniversário. • Programas de Treinamento e Desenvolvimento: são realizados internamente ou externamente com o objetivo de proporcionar capacitação profissional e pessoal para os colaboradores. • Jubileu: reconhecimento por tempo de casa, com premiação a cada cinco anos. A valorização tem um grande peso no que se refere à manutenção do colaborador na empresa; pois uma vez que o colaborador se sente valorizado, o único motivo para mudar de emprego é um salário superior ao que recebe. Prova disso é o baixo índice de turn-over que a Apsen registra anualmente: menor que 1%, enquanto o mercado considera toleráveis índices de 10% a 15%. 134 CONSIDERAÇÕES FINAIS Investir na valorização dos colaboradores pode parecer inicialmente um “gasto extra”, no entanto, valorizar o colaborador só traz benefícios para as empresas: as pessoas trabalham felizes e se sentem motivadas, o que contribui para a diminuição do índice de turn-over, e, consequentemente leva ao objetivo final de toda empresa: aumentar os lucros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VON POSER, Denise e PORTAZIO, Ana Lúcia, Apsen Farmacêutica, Preocupação com a Qualidade de Vida e o Desenvolvimento das Pessoas – ESPM/EXAME – Janeiro de 2007. RODRIGUES, Luciana Costa – Módulo Gestão Estratégica de RH e seus Subsistemas - Apostila do MBA em Gestão de Pessoas da Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte – Maio de 2012. MINI CURRÍCULO Psicóloga graduada pela UFMG, pós-graduanda em Gestão de Pessoas pela Faculdade Pitágoras. Possui experiência nas áreas social e organizacional. Nesta última destaca-se a implantação e a coordenação do setor de RH de uma empresa de grande porte da área de construção civil pesada. Na área social possui experiência de trabalho junto a comunidades carentes, atendimento psicológico em instituição policial e em instituição de privação de liberdade. Atuou em Projeto de Extensão na área de Saúde Pública – capacitação e avaliação de conselheiros de saúde – e em Iniciação Científica na área de gênero e violência contra a mulher. 135 LEADER COACH: APRIMORANDO PESSOAS, DESEMPENHOS E RESULTADOS Tatiana Finamore A cada dia mais, a eficácia do papel da liderança é colocada no cerne da questão quando se pensa em pessoas, desempenho e resultado. Não há mais espaço para o velho ditado popular “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. A eficácia do líder, hoje, está atrelada à sua capacidade de inspirar e de mobilizar pessoas e equipes. Essa é uma das reflexões que se pretende neste artigo. Conceber que o processo de coaching é comportamental e intervém na conduta observável e na esfera do consciente e que a visão do conflito seja percebida como algo saudável e orientada para a solução em nome de resultados. Assim, cabe ao líder “tocar” as pessoas pela palavra: promover o diálogo é essencial neste processo que é de crescimento conjunto tanto para o líder quanto para o liderado. A atuação do leader coach aponta possibilidades e não os erros do passado. Toda experiência é, por si só, aprendizagem e, portanto, um processo, todo o resto é informação. Compete ao gestor abrir possibilidades de ação, 136 expandir cenários e contextos. A aprendizagem é ativa, dinâmica porque requer intenção e ação de movimento de um estado a outro. Significa sair da zona de conforto para um novo lugar, um novo espaço que muitos autores denominam “zona de expansão”. Motivar pessoas neste sentido é um processo para se desenhar o futuro. O que lamentavelmente ainda assistimos são gestores apostando na gestão do medo. Onde existe o medo não há espaço para o diálogo e a construção coletiva. No medo, o que queremos é estar a salvo e poderá haver cumprimento, mas nunca comprometimento. E a prática do coaching é o antônimo de comando e controle. Pensar no leader coach é assumir um novo estilo de liderança. Uma liderança compromissada com o autodesenvolvimento. E que, portanto, preocupa-se com a qualidade do clima organizacional entendendo que cabe a ele, gestor, oferecer apoio e ferramentas, propiciar atividades que gerem novos aprendizados e, consequentemente, estimular o desenvolvimento de potenciais continuamente. Não há como pensar em alto desempenho sem geração de desenvolvimento humano. Assim sendo, o feedback, tão amplamente falado e vulgarmente utilizado, é uma ferramenta rica na construção do engajamento. É o momento da empatia, um encontro de dois, olho no olho, cara a cara. É necessária a palavra franca, construtiva e provocativa. O feedback é um presente para ambas as partes. Para aquele que se dispõe a ensinar e para aquele que se dispõe efetivamente a aprender. Pois é nesta interação que os papéis se misturam, os lugares se revezam e ocorre a transformação, não dos fatos e dados, mas sim das pessoas. Valorizar e reconhecer pessoas, humanizar o modelo de 137 gestão, potencializar competências é o que de maior valor a empresa pode oferecer aos empregados, pois compreende que pessoas melhores e mais capazes oferecem mais oportunidades de crescimento à organização. Mas fazer acontecer esta premissa é, na essência, o exercício da liderança porque implica enxergar as pessoas em termos de potencial e não de performance. O líder é tal qual um maestro que ensina e guia. Anima os músicos levando-os a extrair o melhor de si. Catalisa as diferentes habilidades, afina instrumentos e determina o tom. Combina pessoas e seus talentos em nome do resultado. O bonito da melodia não consiste em um único acorde, mas na combinação dos sons que ora se sobrepõem, ora se harmonizam. Mas tudo isso sob a batuta de um líder que imprime o ritmo e deixa um legado. E sua equipe, que música está tocando? Referências Bibliográficas FABOSSI, Marco. Coração do líder: a essência do líder- coach. Brasília PORCHE, germaine; NIEDERER, jed. Cochina: o apoio que faz as pessoas brilharem - orientação e treinamento em qualquer situação. Rio de janeiro: elsevier, 2002. - 7o reimpressão. UNDERHILL, britânico o.; MCNALLY, kimcee; KORIATH, john j. Coching executivo para resultados - o guia definitivo para desenvolvimento de líderes. Organizacionais. Lasco sp: novo século editora, 2012 THOMAS, Alyss. As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2009 138 Mini currículo Psicóloga, MBA em Gestão Estratégica de Pessoas com formação em coaching pela Sociedade Latino Americana. Quinze anos de experiência em Recursos Humanos atuando em empresa multinacional de grande porte com carreira de especialista como analista de RH fazendo interface com todos os clientes internos no papel de consultoria interna e apoiando os diversos subsistemas da área: recrutamento/seleção, Treinamento e Desenvolvimento, Avaliação de Desempenho,Carreira e Sucessão e Gestão do Clima Organizacional. 139 Liderança – Fator Herdado ou Construído? Danielle Garibaldi de Mello Grandes líderes deixam marcas na história, mas o que faz um grande líder? Opiniões se dividem entre aquele que nasce líder e aquele que se transforma em líder. Entende-se essa transformação como o desenvolvimento de habilidades para liderar. Mas afinal quais são essas habilidades? Certamente a lista é extensa e pode ser avaliada de vários pontos de vista. Então falaremos analisando pela linha do compromisso: 1. Compromisso consigo mesmo 2. Compromisso com as pessoas 3. Compromisso com os resultados 1. Compromisso consigo mesmo: Como diria Vernon Howard, “O autoconhecimento é o grande poder pelo qual nós compreendemos e controlamos nossas vidas”. 140 Interesse em saber sobre sí mesmo. Antes de pensar em desenvolver pessoas, o líder precisa estar comprometido com seu próprio desenvolvimento. Estar atento e consciente das suas limitações e do seu potencial. Quanto às limitações, é necessário ter coragem para reconhecê-las, admiti-las e tratá-las. Isso faz do líder uma pessoa preparada para os desafios do caminho da liderança. Vale lembrar que, às vezes, o maior empecilho para o crescimento do líder é ele mesmo, ou seja limpar as pedras do caminho é aparar as arestas do comportamento. A necessidade de conhecer os conteúdos internos e seu próprio comportamento, essa é uma das primeiras e, se não, a mais importante missão do líder. “O segredo da liderança reside na competência para lidar consigo mesmo, com suas emoções positivas e negativas e com os seus relacionamentos, o que certamente constitui um enorme desafio para os líderes atuais, acostumados a negligenciar a importância do autoconhecimento. Hoje, mais do que nunca, é importante indagar: quem sou eu e o que faço aqui?” Daniel Goleman (O poder da inteligência emocional) 2. Compromisso com as pessoas: O líder deve ter genuíno interesse pelas pessoas. Deve ser observador do comportamento humano e identificar as dificuldades e os pontos fortes, em si próprio, assim como nas pessoas que estão à sua volta. Enfrentar o desafio de se revelar através do outro e de ser espelho para os seus liderados. Saber como conduzir as 141 pessoas, apontar o caminho, compartilhar as decisões, impor-se quando necessário e praticar a humildade sempre. Nessa vertente, ouvir, compreender, ensinar, direcionar, compartilhar, amar e acima de tudo respeitar traduzem bem as habilidades do líder. 3. Compromisso com os resultados: Resultados ou a materialização das atitudes do líder. Atitudes que geram resultados. De que adianta apontar o caminho, envolver pessoas, ir na direção e não chegar lá. O que pode ter dado errado? Habilidades que não foram potencializadas ou não se revelaram em ação? E quais são elas? Capacidade de análise: olhar para a situação, ver não só um fato, mas todo o cenário, fazer a leitura e abstrair. Capacidade para tomar decisões: ver e identificar o problema e agir com assertividade. Capacidade de Comunicar: saber ouvir, assimilar, traduzir, checar e transmitir sua mensagem apesar das barreiras, das expectativas individuais e outras variáveis. Motivar a ação das pessoas: fazer com que as pessoas façam o que é preciso fazer com a crença de que querem fazer e de que é possível. Ter poder: mais do que ter poder é saber usá-lo de forma 142 consciente e sábia. Sustentar o poder que sustenta a ação. “Estar no poder é como ser uma dama, se tiver que lembrar as pessoas de que você é, você não é.” Margareth Thatcher Ser líder é conduzir uma situação que todos consideram difícil, em que é preciso enxergar o problema, envolver as pessoas certas nas posições certas, acreditar na solução e seguir em busca dela. Para exercer a liderança podemos desenvolver habilidades essenciais para o sucesso da posição. Porém pode existir algo de natural em alguém que já faz dele um líder, mas que só o autoconhecimento vai revelar. Só aquilo que conhecemos verdadeiramente é que podemos desenvolver, potencializar ou mesmo reparar. Dessa forma podemos concluir que a liderança é algo que se constrói, porém com base na motivação individual, porque até aonde se pode ir depende da vontade de chegar lá. “Se suas ações criam um legado que inspira os outros a sonhar mais, aprender mais, fazer mais e se tornar mais, então, você é um excelente líder.” Dolly Parton Referências Bibliográficas Inteligência Emocional – Daniel Goleman O Monge e o Executivo – James Hunter 143 MINI CURRÍCULO Profissional de Recursos Humanos, Formada em Psicologia pela Newton Paiva desde 1997. Atuando há 15 anos com implantação, desenvolvimento e manutenção de RH em Comércio varejista e Indústrias Alimentícias e tecnologia da informação, além de consultorias em segmentos diversos. Formação em consultoria interna de organização pela ABTD. Atualmente fazendo MBA Gestão Estratégica de Pessoas pelo IPGB. Atualmente integrante do grupo Info RH. 144 LIDERANÇA ALÉM DA RESPONSABILIDADE PELOS RESULTADOS EMPRESARIAIS André Nery É comum constatarmos no ambiente corporativo as inúmeras atribuições de um líder empresarial. Estas atribuições são, constantemente, debatidas em treinamentos, programas de desenvolvimento de lideranças, revistas, livros, dentre outras fontes de conhecimento. O atual cenário econômico, altamente competitivo, requer dos seus líderes um desempenho que diferencie a organização (pessoas, produtos, serviços, clima organizacional, resultados, valores) das demais empresas existentes no mercado, ou seja, nos dias atuais a atuação das lideranças corporativas, garantirá a perenidade das organizações, o crescimento e o desenvolvimento das pessoas e a sustentabilidade da sociedade. Resumidamente, podemos citar algumas destas atribuições que compõem o rol de responsabilidades dos líderes contemporâneos, dentro outras não menos importantes: • Administração de metas 145 • Desenvolvimento de pessoas • Desenvolvimento de novos lideres •Superação dos desafios • Engajamento do time • Envolvimento das pessoas • Celebração dos resultados •Manutenção do Clima Organizacional • Disseminação da cultura organizacional • Redução dos custos empresariais Mas, em meio às inúmeras atribuições das lideranças, é fundamental enfatizar a importância que os Líderes possuem na construção de cidadãos de bem, ou seja, os líderes contribuem, de sobremaneira, na formação de cidadãos que, consequentemente, resultarão em profissionais de bem. É importante que os líderes dediquem tempo para construírem e ou aperfeiçoarem em seus liderados, características que fazem parte de um cidadão e profissional de bem: •Humildade •Respeito •Honestidade •Educação •Integridade • Dom de servir Os Líderes precisam assumir o sentimento de co-participação perante este desafio. É fundamental que os líderes sintam-se co-responsáveis na construção e aperfeiçoamento do caráter dos seus liderados, já que a construção de cidadãos de bem é um grande passo para que as tomadas de decisões empresariais sejam acertadas e executadas com honestidade e voltadas para o bem da organização, dos acionistas, dos profissionais que nela 146 trabalham, bem como para o bem da sociedade. Sem perder o foco nos resultados, uma das principais razões de ser das empresas, os líderes precisam implementar ações que contribuam para mudanças inadiáveis em nossa sociedade: a ética, a moral, os bons costumes têm que sustentar os relacionamentos das pessoas. De pouco, ou nada, vai adiantar nossos esforços no mundo corporativo, se não estivermos focados no indivíduo, no SER HUMANO, esse Ser tão especial e espetacular, com suas tradições e contradições, com suas peculiaridades e desejos, com sua idiossincrasia, que interagindo com todos os outros compõe o tecido social. Por fim, é fundamental ressaltar que o primeiro passo para que os líderes empresariais consigam contribuir na formação de profissionais e cidadãos de bem, é, efetivamente, servir como referência de caráter para seus liderados, aliado a uma grande dose de dedicação e confiança na capacidade de evolução das pessoas. Mini currículo Formado com Ciências Contábeis pela PUC Minas. Pós-graduado em Gestão Estratégica de RH pelo CEFET-MG. MBA em Gestão de Pessoas pela UNA. Participou do Programa de Desenvolvimento de Dirigentes (PDD) da Fundação Dom Cabral. Atua há 13 anos da área de Gestão de Pessoas. 147 Liderança Extraordinária Líder Coach - Fazer a diferença hoje, perenizando o sucesso no futuro Ana Patrícia Velloso “O que define um grande líder não é a ausência de fraquezas, e sim a presença de pontos fortes marcantes. O segredo para alcançar a excelência na liderança é investir no desenvolvimento de qualidades.” É impossível pensar que alguém consiga ser um líder sem dar exemplos. As pessoas sempre vão observar o líder, irão ver quem ele é e o que faz, assim como o que diz. Uma das palavras-chave em liderança é CREDIBILIDADE. Você sempre tem que fazer o que prometeu. E não pode pedir para os funcionários fazerem coisas que você próprio não faria. Cada dia mais as organizações procuram profissionais compromissados com uma adequada conduta ética. Portanto, agir corretamente hoje não é só uma questão de consciência, mas um dos quesitos fundamentais para quem quer ter uma carreira longa, respeitada e sólida. 148 Líderes extraordinários não temem aproveitar boas ideias e não dizem que estas são suas. Mais do que isso: não temem falar para todo mundo que a ideia foi de um colaborador e se sentem orgulhosos por isso. Saber reconhecer os talentos, prestar atenção no que o colaborador está fazendo, valorizar o esforço dele são práticas comuns aos líderes extraordinários. É fundamental saber que para liderar de forma eficiente, pelo exemplo, o líder precisa ter modéstia e humildade, qualidades muito raras entre os líderes – e encontradas somente nos melhores. Muitas vezes, quando pensamos em líderes em algumas organizações, o que nos vêm à cabeça é a imagem de um CHEFE. Aquela figura caricata, presente ainda em grandes e pequenas corporações, sentada atrás de uma mesa cheia de papéis e tendo à sua frente um computador com planilhas. Aquele profissional que não tem tempo para nada, apenas para mandar, “delegar funções” e cobrar. Não se pode mais esperar que os líderes das organizações sejam autocráticos e se utilizem do poder para conseguir o que querem. O líder que se deseja atualmente é aquele que mobiliza a equipe através do aprendizado contínuo. Com as mudanças no mundo coorporativo exigindo e valorizando posturas baseadas em maior ENGAJAMENTO, comprometimento com resultados e gestão de pessoas e pelas pessoas, cada vez mais a figura LÍDER EXTRAORDINÁRIO – LÍDER COACH está presente nas organizações. Este Líder que as organizações tanto precisam é aquele que cria condições para que o liderado aprenda e se desenvolva, aumentando sua iniciativa e criatividade. É 149 aquele que acima de tudo proporciona desenvolvimento antes de cobrar performance, além de ter a nobre missão de formar novos líderes. A palavra de ordem desse novo estilo de liderança é PARCERIA. Na atualidade as empresas buscam parceiros e não funcionários, procuram profissionais com compromisso e focados nos melhores resultados. Empresas e colaboradores jogando o jogo do GANHA-GANHA entre si, colhendo frutos saudáveis e sustentáveis. O LÍDER EXTRAORDINÁRIO - LÍDER COACH, tem o conhecimento e o potencial para avaliar e desenvolver seus liderados, pois ele sabe que sua equipe é composta por Seres Humanos, com potencial infinito a ser desenvolvido. Ele entende que cada Ser do time deve ser tratado na sua individualidade, cada qual com suas expectativas, sua experiência de vida, seus objetivos e sonhos. Ele sabe lidar com cada um de maneira distinta, de acordo com cada necessidade, dando a cada um sua devida importância, mas ao mesmo tempo mostrando que a responsabilidade pelos resultados é coletiva. O LÍDER EXTRAORDINÁRIO – LÍDER COACH é um exemplo de humanidade a ser seguido, dentro e fora da corporação. Ele tem facilidade em organizar e transmitir ideias, tendo visão e conseguindo executar o que é planejado. É compreensivo, inspirador, conselheiro, comprometido e humilde. Enfim, o LÍDER EXTRAORDINÁRIO – LÍDER COACH é um profissional único, que utiliza ferramentas de Comportamento Humano, Gestão de Pessoas, Psicologia, Administração, entre outras ciências, em prol de melhores resultados e do desenvolvimento humano. 150 Referências Bibliográficas DI STÉFAN, R. O líder coach: líderes criando líderes. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2005. O´NEIL, M. B. Coaching – treinando executivos: como colocar os líderes frente a frente com seus desafios. São Paulo: Editora Futura, 2000. PAULA, M. O sucesso é inevitável: coaching e carreira. São Paulo: Editora Futura, 2005. MINI CURRÍCULO Psicóloga, especializada em consultoria organizacional e gestão de pessoas, proprietária da MP Consultoria em RH, tendo 18 anos de experiência na área de RH. Formação profissional em Coaching. Atua como consultora na área de recursos humanos para empresas como ECX Card, Patrus Transportes, 5 a Sec Lavanderias, Breton Actual, Clínica Dr. Roberto Pereira Lima, Transremoção, Magazine Luiza, EMIVE, RM Sistemas dentre outros. Atua também com desenvolvimento de equipe e de líderes, palestras e treinamentos relacionados à qualificação no atendimento a clientes e vendas, palestras motivacionais e cursos de profissionalização, diagnóstico de clima organizacional tendo como clientes ECX Card, Breton, Cobasi, Saritur, Emive, RM Sistemas, Embaré, Tradimaq, dentre outras. Ministra cursos direcionados a estudantes e profissionais da área de RH. Participa e desenvolve seminários e congressos em áreas afins, bem como participação expressiva no planejamento e execução de câmaras técnicas de RH. 151 Líderes: “Especialistas” em pessoas, e não em “coisas” Raquel Cardozo dos Santos Compreender e aplicar o conceito da palavra liderança é um dos maiores desafios das organizações modernas. Liderança é um processo muitas vezes árduo de influenciar pessoas para que elas ajam em prol dos objetivos da organização ou do grupo ao qual pertence, dando o melhor de si. É a capacidade de levar alguém a cooperar espontaneamente. Liderar é liberar a capacidade criativa das pessoas, visando atingir objetivos de acordo com os valores da organização. Muitas vezes, discute-se a respeito do que um líder deve fazer e se esquece de refletir sobre aquilo que ele deve ser. O líder não é aquele que consegue resultados através das pessoas, mas com as pessoas. Quando isso acontece, o resultado é a consequência natural do processo de liderança, e as pessoas estão em primeiro lugar. Chega-se a um ponto em que a confiança mútua é manifestada. Líderes e liderados realmente trabalham em conjunto visando a um objetivo comum. 152 Personalidades, egos e vaidades são conflitos presentes nas organizações que os lideres precisam lidar, e que se tornam um desafio para gerenciar e controlar. Os lideres se tornam agentes responsáveis por cultivar, treinar, exercitar e moldar as características necessárias à equipe que gerenciam. Os verdadeiros líderes talvez não sejam tecnicamente os mais habilidosos ou talentosos, mas sabem como valorizar, reconhecer e inspirar os seus liderados, fazendo com que esses se desenvolvam e se superem diariamente, despertando habilidades que eles próprios desconheciam. É como moldar um vaso de barro. Precisa-se de tempo, paciência, uso do material correto e ainda assim, mesmo depois de pronto, ainda se torna necessário colocar no forno para que o mesmo possa se tornar resistente e dar alguns retoques. Esse é o desafio! Não há receita de bolo. É um trabalho feito no dia a dia. É a condução de um processo constante. O sucesso depende do gerenciamento das habilidades, conhecimento e atitudes de cada um, aproveitando o que cada um tem de melhor! Referências Bibliográficas http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/lideranca-e-seus-tipos/20854/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Lideran%C3%A7a http://www.rh.com.br/Portal/Lideranca/Artigo/5960/lideranca-nas-organizacoes.html 153 http://www.rh.com.br/Portal/Lideranca/Artigo/7964/o-papel-do-lider-na-organizacao.html http://www.rh.com.br/Portal/Lideranca/Artigo/7873/lider-de-que-lado-voce-esta.html http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v16n61/v16n61a05.pdf Acesso em 23/07/2012 às 22:37 Mini Currículo Coordenadora de Recursos Humanos da Somattos Engenharia e Comércio LTDA. Formada em Administração de Recursos Humanos pela Faculdade Pitágoras. Pós Graduando em Gestão estratégica de Negócios pela Faculdade de Minas. Responsável pelo desenvolvimento de todas as rotinas de Recursos Humanos. Responsável por desenvolver e implantar de programas motivacionais para funcionários. Auxilio no desenvolvimento de Comunicação Interna- Jornal, quadro mural, newsletter. Criação e aplicação de pesquisa de clima. Experiência em processos seletivos de admissão de funcionários, divulgação de vagas, triagem de currículos e entrevista de desligamento. Responsável por acompanhamento de absenteísmo e Turn Over, desenvolvimento de plano de ação para combate a não atingimento de metas. Responsável pela implantação e acompanhamento de avaliação de desempenho de funcionários, acompanhando através de aplicação de feedback. Integrante do GICC –RH (Grupo de Intercambio da Construção Civil de Recursos Humanos). 154 MOTIVAÇÃO X SATISFAÇÃO = RESULTADOS Nasly Santos Soares de Paula Em recente pesquisa realizada pela empresa Robert Half, 45% dos profissionais nunca pediram aumento, em média 38% querem negociar os salários em 2012, mas na metade dos casos o aumento é concedido por mérito e resultados. Hoje é fácil perceber que a questão salário é em grande parte das vezes o que mais incomoda o empregado, muitos optam por somente reclamar, não porque o salário dele não esteja atendendo às suas expectativas, e sim porque o do outro está melhor, o fato se dá aos eternos insatisfeitos, mais conhecidos como “Bolas Murchas”, se eles ganharem um salário mínimo ou se ganharem 20 salários mínimos a insatisfação ainda vai persistir, porque o interessante para essa minoria é o fato de eles quererem sempre lamentar, reclamar, questionar, na maioria das vezes, com pessoas que nunca vão resolver o problema, mas mudar que é bom... ah isso eles não vão fazer mesmo. É fácil você encontrar em uma organização vários “bolas murchas”, principalmente quando entra um novato, pois 155 este está todo empolgado com a nova oportunidade que lhe foi dada, cheio de gás, e de repente, como diz o brilhante DRo Daniel Godri, eis que surge o bola murcha, falando com o novato: Ei pra que tanta correria... Faça tudo devagar... Não precisa desse cuidado todo... A empresa é rica, pode comprar mais... Você não vai ganhar nada com isso... Eu estou aqui há mais de 10 anos e olha só o que eu ganhei... “nada”. Temos que parar de lamentar, e começar a agir, deixar de ser um “bola murcha”, se você está em uma empresa que não confia, não gosta do que faz, ou faz somente pelo dinheiro, é você quem está completamente errado, você está se prostituindo, fazendo o que não gosta por dinheiro, esta cultura tem que ser mudada urgentemente! Uma organização precisa mesmo de profissionais motivados e satisfeitos, mas essa motivação vem dentro, do coração, da alma, não é o salário que vai te fazer ser uma pessoa melhor ou um profissional melhor, é você motivado e satisfeito que automaticamente vai lhe transformar num excelente profissional, e o resultado você consegue fácil, fácil, porque jamais uma empresa vai querer perder um “Bola Cheia”. O conhecimento teórico é muito importante, estudar, criar e desenvolver, mas o importante é fazer o projeto sair do papel, é alinhar a teoria à prática, é fazer valer todo o seu potencial. Por fim, dê o melhor de si sempre, pois a sua empresa, a 156 sua família, a sociedade será eternamente grata, trate todos muito bem, e com muito respeito, valorize o trabalho do seu colega, faça críticas construtivas, pois tenha certeza de que você esta sendo observado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Pesquisa realizada pela empresa Robert Half sobre aumento de salários. In: http://www.roberthalf.com.br/artigos. MINI CURRÍCULO Experiência profissional em diversas áreas de Recursos Humanos e Departamento Pessoal, mas com foco em gestão de pessoas, atualmente atua como coordenadora da cadeia administrativa da Alternativa Eventos LTDA. Cursando Gestão de RH na faculdade Estácio de Sá, em Belo Horizonte. 157 MUDANÇA... OS MESMOS PASSOS PODEM SER PROPULSORES OU INIBIDORES Maria Cristina Vasconcelos Leite “Cerca de 90 por cento das iniciativas de re-engenharia de processos de negócios falham em obter resultados de melhoria (Kearney 1997).” “Aproximadamente 30 por cento de todas as fusões e aquisições falham completamente, enquanto boa parte não tem sucesso em concretizar as sinergias esperadas. (Maurer 1997).” O número de mudanças nas empresas têm crescido assustadoramente nas últimas duas décadas. Fusões, programas de re-engenharia, programas de qualidade continuam pressionando as empresas para reduzir custos, aumentar a produtividade e identificar novas oportunidades de crescimento. Os principais esforços de mudança ajudaram algumas organizações a se adaptarem de forma significativa às condições de transformação e preparam para um futuro melhor, mas em outros casos as mudanças foram decepcionantes. 158 O preço da mudança é inevitável. “Sempre que comunidades humanas são forçadas a se ajustar a condições de reformulação, sempre enfrentam a dor”. John P. Kotter, em seu livro – Liderando Mudança, descreve uma sequência de 8 passos que se bem tratados e cuidados facilitam o processo de mudança. Caso contrário, estas condições podem se transformar em grandes erros que se projetam como limitadores deste processo. Destacando a importância da sequência dos passos, o autor, mostra: permissão de complacência em demasia, falha em construir uma coalizão suficientemente poderosa, falta de uma visão, má comunicação da visão, permissão de obstáculos que prejudicam a visão, a incapacidade de criar vitórias em curto espaço de tempo, cantar vitória antes do tempo, negligenciar a consolidação da mudança à cultura corporativa. No primeiro passo, muitas vezes existem falhas nas condições necessárias para programar as mudanças, quando as pessoas superestimam o quanto podem impulsionar grandes mudanças em uma organização e subestimam a dificuldade de retirar as pessoas de suas áreas de conforto. Para John P. Kotter, complacência excessiva – “Muito sucesso passado, ausência de crises visíveis, baixos padrões de desempenho, feedback insuficiente de componentes externos significam: “sim, nós temos problemas, mas eles não são tão terríveis e estou fazendo bem o meu trabalho.” Outro grande inibidor do ambiente da mudança é quando os projetos são construídos em ambientes sem uma coalizão forte. Indivíduos isolados, independentemente 159 de sua competência ou carisma, nunca possuem as qualidades necessárias para vencer a tradição e a inércia. O terceiro passo se apresenta quando o poder da visão é subestimado. “A visão exerce uma função importante na produção de uma mudança útil ao ajudar a dirigir, alinhar e inspirar ações por parte de um grande número de pessoas.” Nenhum projeto, procedimento, detalhamento substitui a visão clara, na tarefa de unir e inspirar os envolvidos para as ações. Uma grande mudança é normalmente impossível a menos que a maioria dos funcionários deseje ajudar. Para que isto aconteça todos precisam vislumbrar os benefícios potenciais da mudança e é preciso que acreditem que uma transformação é possível. “Sem uma comunicação confiável, em quantidade, os corações e mentes dos funcionários nunca serão conquistados.” “A comunicação acontece tanto por meio de palavras, como de ações. A última é geralmente a forma mais poderosa. Nada prejudica mais a mudança do que indivíduos importantes que se comportam de forma incoerente com a comunicação verbal.” Outra questão é quando se permite que obstáculos bloqueiem a nova visão. Na maioria dos casos existem obstáculos reais e as pessoas se sentem impotentes para movê-los. Mas existem também os obstáculos frutos da imaginação, neste caso o desafio é convencer as pessoas de que não existem barreiras externas. “Todas as vezes que pessoas inteligentes e bem-intencionadas evitam encarar os obstáculos, elas enfraquecem os funcionários e prejudicam a mudança.” As verdadeiras transformações levam tempo e se não forem criadas metas em curto prazo para serem atingidas 160 e comemoradas a maioria tende a desistir ou resistir ativamente. Um dos maiores mecanismos de manutenção da motivação para mudança está na força que existe em perceber os próprios resultados. Resultados obtidos são mecanismos para nos manter ligados aos objetivos e às conquistas de longo prazo. Os compromissos com a obtenção de vitórias rápidas podem ajudar a manter a complacência baixa e encorajar o pensamento analítico, que pode convenientemente esclarecer ou corrigir as visões da transformação. O difícil é que se errarmos na criação de vitórias em curto prazo, mas se também declaramos vitórias prematuramente, ambas as situações podem ser prejudiciais e comprometem o processamento da mudança. Enquanto as mudanças não estiverem profundamente assimiladas, o que em uma empresa inteira pode levar de três a dez anos, os novos métodos estarão frágeis e sujeitos à regressão. Ponto de atenção é que o conceito de tempo de muitas corporações é curto demais para terminar e enxergar o tempo realmente necessário da mudança. A ansiedade por resultados pode prejudicar a maturidade necessária a cada processo. Por último um dos grandes erros dos processos de mudança está em negligenciar a incorporação sólida de mudanças à cultura corporativa. “A mudança é estabelecida quando ela se torna a maneira de fazermos as coisas, quando ela penetra no sangue da unidade de trabalho ou no corpo empresarial.” É preciso que os novos métodos se incorporem à cultura da organização. O livro de John P. Kotter não vai apontar em que você deve mudar, você não encontrará muitas informações sobre como acompanhar a mudança a partir de métricas, ou 161 mesmo exemplos reais detalhados, mas certamente vai ajudá-lo a ter uma visão holística sobre mudança, identificando as condições necessárias e aplicando uma sequência de ações práticas para que ela aconteça com sucesso. O processo de mudança envolve diversos projetos, cada um com seus passos necessários, o resultado final é complexo, dinâmico, confuso e assustador. Em um cenário como este Kotter, enfatiza que a abordagem tradicional em que as pessoas se apoiam simplesmente em uma análise linear não é suficiente para o sucesso. O problema, ao contrário do que a maioria das empresas pensa, não é gerencial, mas sim de liderança. A liderança estabelece a direção, alinha as pessoas além de motivá-las e inspirá-las. Empresas que buscam por transformações reais precisam de líderes preparados para implantar mudanças. Interessou-se pelo tema? Empenhe-se nesta leitura, na certa ela trará muitas contribuições. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Kotter, John P.- Liderando Mudança - Rio de Janeiro: Campus, 1997 Silveira, André - Artigo “Liderando Mudança” Expleo, 2005 162 MINI CURRÍCULO Psicóloga com Pós-Gradução em Pedagogia e Recursos Humanos, Comunicação e Gestão Estratégica. Atua em Recursos Humanos há mais de 20 anos em empresas nacionais de médio de grande porte. Atualmente é Superintendente de Recursos Humanos da Supermix Concreto, respondendo pela gestão de RH em todo território nacional. 163 Não basta contratar, é necessário treinar e desenvolver Camilla Xavier Cada dia mais as empresas encontram dificuldades em contratar pessoas dispostas a trabalhar com afinco. Os recrutadores procuram incansavelmente formas de encontrar pessoas preparadas e interessadas a assumir a posição oferecida. Os currículos chegam em pequenas quantidades, e a qualidade do pouco que chega é baixa. A pergunta que todos se fazem é: o que tem acontecido com a mão de obra que há pouco tempo atrás era abundantemente disponível? A regra sempre foi o profissional “correr” atrás da empresa, mas hoje isto tem mudado. A empresa, mais necessariamente o RH necessita ser cada vez mais criativo no intuito de buscar maneiras de conseguir mão de obra qualificada, e esta dificuldade se torna maior quando a busca é por mão de obra especializada. A impressão que temos é de que ou que não se formam mais profissionais especializados ou que todos estão empregados, desta forma não resta alternativa na empresa que não seja buscar estes profissionais em empresas onde já estejam inseri164 dos oferecendo-lhes remuneração e benefícios superiores ao atual, de modo a integrá-lo à sua equipe. O Brasil tem vivido uma era em que os financiamentos e o crédito têm sido oferecidos de maneira fácil, podendo ser adquiridos a qualquer momento. Diante disto, a população tem sido tentada a buscar oportunidades em negócios próprios, se esquecendo de se preocupar em capacitação profissional ou com um plano “B”, caso seu empreendimento não seja bem sucedido. Quando o RH consegue encontrar candidatos com vontade de assumir o emprego proposto, eles nunca estão prontos, aí surgem dois novos desafios: Desenvolver e Reter. Somos levados a contratar profissionais que não atendem às competências que desejamos. Vai se destacar o profissional de RH que se atentar em reter os talentos que encontrar, e desenvolver todos de forma a atender a empresa. A educação brasileira está muito fragilizada. Na maioria das vezes temos que treinar, capacitar e complementar a instrução das pessoas na própria empresa. È necessário um grandioso trabalho de treinamento e desenvolvimento a fim de deixar o candidato nos moldes de que a empresa necessita para que ele se integre ao time e gere os resultados esperados. Mas o trabalho do RH não para por aí, quando o colaborador está treinado da forma como a empresa necessita surge um novo desafio: reter este talento. O profissional busca não só salário e benefícios, ao adentrar em uma empresa ele busca principalmente se identificar com o ambiente, busca uma empresa onde suas dificuldades são ouvidas e em que o líder lhe ajuda a superá-las, num ambiente onde gerente lhe 165 deseje bom dia, onde o RH ouça suas necessidades e faça o possível para solucioná-las ou, não sendo possível, que lhe dê um “Não” convincente e fundamentado. Ele espera ser acolhido pela empresa desde o momento de sua admissão até o momento em que ele se sinta seguro para realizar suas atividades, ele deseja poder ter a liberdade de dividir seus medos, dúvidas e problemas com a gestão de RH, liderança ou gerência, com a certeza de que será ouvido. Isto é um grande desafio para o RH e gerência, que em muitos casos não estão preparados para estas novas necessidades, e precisam ser treinados para assumir esta função e desempenhá-la de forma efetiva, conseguindo resultados mensuráveis e duradouros para a empresa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos Recursos Humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. CAMILO, Vanessa Elisa. Valorização do colaborador :Fator decisivo para a redução do absenteísmo e turnover. Disponível em <http:// www.rh.com.br >.Acesso em 30 de agosto de 2012. MINI CURRÍCULO Graduada em Administração de Empresas pela Faculdade Cenecista de Varginha, atualmente cursando MBA em Gestão de Pessoas pela Faculdade Pitágoras. Trabalha há mais de 5 anos com RH, na multinacional Plascar Indústria de Componentes Plásticos Ltda. 166 “Não me aceite como eu sou!” Maria Sílvia de Azeredo Roscoe Até que ponto nossa capacidade, funcionamento e eficiência são definidos por nossa carga genética, nossas histórias de vida, deficiências físicas, origem social ou diferenças culturais? Estes fatores, sem dúvida, influenciam nosso desenvolvimento, mas não são, segundo o psicólogo e educador Reuven Feuerstein, os fatores preponderantes no desenvolvimento cognitivo e emocional do indivíduo. Para ele, o que mais influencia nossa capacidade de adaptar-nos e crescer é a quantidade e qualidade de Experiências de Aprendizagem Mediada a que estivemos sujeitos. Feuerstein fala sobre isso com grande conhecimento de causa, pois, quando imigrou para Israel, dedicou-se à educação de adolescentes sobreviventes do Holocausto. Estes adolescentes, devido às experiências vividas, apresentavam carências cognitivas muito semelhantes a dos indivíduos com deficiência mental. Podemos imaginar também suas carências emocionais. 167 Feuerstein e sua equipe desenvolveram um programa de intervenção cognitiva (Programa de Enriquecimento Instrumental) que é hoje usado no mundo todo, tanto para desenvolvimento de pessoas com problemas mais sérios de aprendizagem, quanto para desenvolvimento de pessoas ditas normais, super dotadas, adultos, idosos. Definiram também 12 princípios fundamentais que os pais, mães, professores, líderes, colegas devem utilizar conscientemente para estruturar uma relação educativa eficaz. O conceito de “modificabilidade” cunhado por Feuerstein é hoje comprovado por estudos da neurociência que demonstram a plasticidade cerebral. Não há mais dúvidas então de que as pessoas podem se desenvolver sempre. O problema é que muitas vezes as empresas não têm tempo para esperar este desenvolvimento e, quando alguém não está mais atendendo, trocam-nas por outras do mercado. Mas, o que fazer em um ambiente em que nem sempre se encontram substitutos para aqueles que não estão atendendo? Não há tantas pessoas preparadas no mercado e os resultados do Ideb, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do Brasil, mostram que, a menos que algo seja feito a respeito, rapidamente, esta situação vai continuar assim por muito mais tempo. Restam às empresas investir em desenvolvimento de pessoal através de educação continuada, treinamento, coaching. Trabalhando como coach e consultora de RH, recebo inúmeros pedidos de empresas que querem que transformemos um chefe (que não valoriza a equipe, que não a ouve, que é extremamente autoritário) em um verdadeiro líder, capaz de obter o comprometimento das pessoas para obter resultados extraordinários. 168 Não há nada de errado com este pedido! Eu sinceramente acredito e já presenciei resultados impressionantes de desenvolvimento humano! Mas acredito cada vez menos em fórmulas mágicas, em mudanças extraordinárias prometidas por programas de curta duração. Acredito em intervenções sistêmicas: as pessoas precisam querer mudar, além disso, elas precisam do conhecimento e do apoio necessário para conseguirem mudar. O querer mudar muitas vezes vem de feedbacks de pares, líderes, subordinados, do mercado. Em Programas de Educação Continuada e Treinamentos muitas vezes adquirimos conhecimentos. Mas, quando estes não são suficientes para gerar as mudanças necessárias, a utilização de alguns instrumentos do Programa de Enriquecimento Instrumental de Reuven Feuerstein e processos de coaching bem conduzidos podem fazer muita diferença! Referências bibliográficas Don’t Accept me as I Am – Helping the Low Functioning Person Excel (edição revisada), by Reuven Feuerstein, Y. Rand, & Ra. S. Feuerstein, ICELP, 2006. 169 Mini currículo Instrutora de programas de Competências Interpessoais, Liderança para Gestores e Gestão do Tempo. Atua como consultora de diretores e gerentes em questões relativas à gestão e pessoas. Tem mais de 20 anos de experiência na área de Recursos Humanos. Coach certificada pelo Integrated Coaching Institute e pelo Leading Group. Especialista em Gestão Estratégica em RH pela FACE – UFMG. Formada em Letras e História. 170 O DESABROCHAR DA GESTÃO DE PESSOAS NO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL Anísio Rocha de Rezende “Ontem peões, operários. Hoje colaboradores.” Veja como o RH humaniza as relações. A rotina de uma empresa é marcada por muitos compromissos, discussões, resultados, pressões, negociações com clientes e fornecedores, tempo reduzido para tomar decisões. Além disso, as empresas têm que criar mecanismos para conviver com turnover, absenteísmo, baixa produtividade, conflitos, insatisfações, feedback e contratos psicológicos densos. As empresas, dentre outros objetivos, são criadas para gerar lucro, os empresários investem e esperam ter o retorno deste investimento. Em 1981, ingressei no ramo da Construção Civil em Belo Horizonte numa empresa de grande porte familiar. Naquele momento a massa operária desse setor era pouco reconhecida e não existiam grandes benefícios. Havia abundância de mão de obra, escassez de oportunidades 171 e salários baixos. Além do clichê com que os mesmos tinham que conviver “só trabalhava na construção civil, quem não conseguiu arrumar outro emprego”. Isso humilhava muito. A maioria dos mestres de obras e encarregados eram totalmente despreparados para liderarem. Tratavam a massa trabalhadora por peões, gritavam muito, perseguiam e puniam, na maioria das vezes injustamente, prejudicando o empregador e os empregados. Um exemplo prático: muitos encarregados quando o funcionário tinha férias vencidas, concedia o gozo da mesma, e quando o funcionário retornava, eles demitiam. Essa atitude gerava insatisfação e revolta do funcionário, pois poderia ter sido demitido antes do gozo das férias, com isso sua rescisão teria com um valor mais substancial. A empresa também era prejudicada, pois a férias gozadas geravam pagamento de encargos, e as indenizadas na rescisão não geravam. Quando assumi a Gerência do Departamento de Pessoal “DP” onde trabalhava, abri uma “gretinha” da porta do “DP” para o “RH” entrar. Entrou, discreto e maroto, sem ser percebido. Resolvi fazer um trabalho de conquista aos poderosos dos canteiros (engenheiros, mestres e encarregados). Adotei reuniões e palestras periódicas nos canteiros de obras, com o aval deles. Fui aproximando, conquistando-os, mostrando a eles práticas erradas e como os mesmos poderiam corrigi-las, até mesmo dizer a eles, que isso eram práticas do “RH”. Olharam-me assustados, desconfiados, e disseram, isso é “RH”? Era o início da gestão de pessoas. A Cultura corporativa da empresa era muita densa. Resistentes à introdução de mudanças e quebra de paradigmas. Porém, não impossível. Existem vários conceitos de cultura, cito definição de Paulo C. Moura (2003, p. 15): 172 A cultura é um sistema de crenças (como as coisas funcionam) e valores (o que é importante) compartilhados (vivenciado por todos) e que interagem com (penetração nos sistemas e subsistemas) as pessoas, as estruturas e mecanismos de controle para produzir (efeitos) as normas de comportamento características daquela organização (como fazemos as coisas por aqui). Após anos de trabalho, conseguimos mudar a visão dos empresários dessa construtora, que passaram a enxergar que além do lucro ser essencial para a sobrevivência das organizações, as pessoas são vitais. E que para transformar o ambiente de trabalho dentro da organização é preciso motivá-las. Assim afirma Bergamini e Beraldo (1997 p.29): A motivação é o fenômeno humano responsável pelo dinamismo do individuo nas situações que vivência e nela determina um movimento no sentido de evoluir do menos para o mais, de amadurecer pessoalmente e estar sempre exibindo um comportamento de busca. Conseguimos introduzir algumas mudanças na cultura da empresa, sendo a mais importante, investir na capacitação dos líderes.Implantamos projetos para atrair, reter e motivar os funcionários, com criação de metas e premiação aos que cumprissem as mesmas, através de Kits Higiene (cesta com produtos de higiene pessoal), sorteios de brindes e humanizamos o tratamento dado aos funcionários dentro dos canteiros de obras: de peões, operários para colaboradores. 173 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LUZ, Ricardo. Gestão do Clima Organizacional. 1o edição, Rio de Janeiro: Qualitymark Editora Ltda, 2003. BERGAMINI, Cecilia Whitaker. Motivação Nas Organizações. 4o Edição. São Paulo: Editora Atlas, 1997. MINI CURRÍCULO Gestor de Recursos Humanos, formado pela UNATEC. 25 anos de experiência em Gestão de Pessoas. Atualmente Gerente de Recursos Humanos da Construtora Castor Ltda e empresas associadas. Membro do Grupo de Intercâmbio da Construção Civil em RH do Sinduscon- MG desde 1991. 174 O diabo veste Prada e o pacto da elegância Rita de Cássia Andrade Ferreira Imagine como seria se, de repente, passássemos a ser totalmente ignorados no trabalho, sem orientações, elogios ou críticas pelas coisas que fazemos, pelo nosso jeito de ser e de vestir. Qual seria nosso grau de iniciativa para executar tarefas e nossa motivação para o trabalho? O filme, O Diabo Veste Prada (EUA 2006), remeteu-me ao ambiente corporativo e suas veredas, pois conta a história de Andrea Sachs, uma garota do interior recém-saída da faculdade, que consegue o emprego que seria o sonho de milhões de mulheres: é contratada como assistente de Miranda Priestly, editora executiva de uma revista de moda. É aí que começa seu real pesadelo, pois sua diretora é um verdadeiro demônio. Além de fazer todos a sua volta temê-la por seu poder de erguer ou destruir uma carreira, Miranda exige que seus subordinados deixem de lado suas vidas pessoais e se dediquem integralmente ao trabalho, exigindo deles as tarefas mais absurdas. O filme retrata um pouco do ambiente competitivo e cruel das revistas de moda, em que a elegância e as grifes famosas 175 nada têm a ver com a ética das relações no trabalho e na vida pessoal. Analogamente ao filme, podemos analisar o ambiente corporativo em que estamos inseridos. Qual o vestuário adequado a ser usado no trabalho, como agir diante de situações inesperadas, receber um cliente, negociar com fornecedores? Além disso, ao participar de reuniões e ao executar tarefas diárias, quais as atitudes que farão com que sejamos reconhecidos como competentes, perspicazes e elegantes? Sim, elegantes, por que não? A elegância não somente no vestir, mas, principalmente, a elegância no modo de tratar as pessoas, respeitar e de ter atitudes para facilitar as relações na esfera corporativa. Essa elegância, pode até ajudar a construir uma imagem pessoal positiva que pode também contribuir para alcançar os nossos objetivos tantos profissionais quanto pessoais. O ponto forte do filme é o embate entre o que uma pessoa é com a imagem que ela apresenta ser. Ser, ter e poder na vida profissional tem um custo muitíssimo alto para as relações pessoais. O paradigma das relações hierárquicas enfatizado no filme aponta as diversas transformações que sofremos ao longo do tempo e da cultura organizacional em que estamos inseridos e que, nos é imposta. Essa imposição pode nos levar a esquecer quem somos. É preciso entender que existe uma diferença muito grande entre ter flexibilidade e não ter personalidade - a primeira nos faz empáticos; e a segunda define quem realmente somos. Como administradores, é imprescindível que estejamos atentos às diferenças e deficiências de nossos colaboradores. As organizações possuem ambientes diferentes que necessitam ser analisados com cuidado, com elegância, 176 no sentido amplo do termo. Mesmo numa atmosfera de competitividade acirrada, a anuência desse imperativo faz parte do pacto de elegância, que inclui também ética e respeito. Isso não quer dizer que a hierarquia numa organização não deva ser respeitada. Pelo contrário, a hierarquia é que deve nortear e embasar esse pacto. São os líderes que determinam o ambiente. Nessa linha de pensamento, o filme vai além da fronteira da perversidade capitalista que assevera a corrida do ter em detrimento do ser, e chega até nós administradores com uma mensagem positiva nas veredas do espaço empresarial: ser duro no trabalho e suave com as pessoas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS O Diabo Veste Prada (2006), dirigido por David Frankel. MINI CURRÍCULO Formada em Administração de Empresas, pela Faculdade Arnaldo de Belo Horizonte, em 2011. Atualmente é Gerente de Filial da Ferraço Indústria e Comércio Ltda. Defensora da gestão compartilhada para o sucesso das empresas e da valorização das pessoas nos ambientes de negócios. 177 O GRANDE DESAFIO DAS ORGANIZAÇÕES Anamaria Malta Lima Houve uma época em que as empresas preocupavam-se essencialmente em desenvolver técnicas para alcançar a alta produtividade e os trabalhadores eram considerados exclusivamente técnicos - puros profissionais. O grande diferencial era a tecnologia, hoje, são as pessoas. E no mundo atual, em que as transformações econômicas, sociais e tecnológicas são contínuas e aceleradas, a organização tem necessidade de um patrimônio humano efetivamente disposto a contribuir com os seus objetivos. Para se manterem competitivas as organizações vêm dependendo cada vez mais das competências, conhecimentos, habilidades e atitudes dos indivíduos que delas fazem parte. As empresas são edificadas a partir pessoas que nelas trabalham e gerenciar o lado humano da organização é uma questão de sobrevivência no mercado. Mas o que é necessário para inspirar as pessoas? O que fazer para que os funcionários sejam cada vez mais eficientes, interessados e comprometidos com o trabalho? O que mantém a fidelidade, a criatividade e o entusiasmo da força de trabalho? Como o estilo de liderança pode impactar 178 no comprometimento? Como podemos conquistar este compromisso? Como o comprometimento interfere na produtividade e na qualidade do trabalho? Os líderes que procuram desencadear o potencial humano devem primeiro abandonar sua visão simplista e mecanicista em relação ao ambiente de trabalho para aprender a lidar com o lado humano da organização. Os funcionários não podem mais ser vistos como peças de uma máquina a serem consertadas ou eliminadas quando apresentarem problemas. Os funcionários têm que ser tratados como indivíduos, com toda a sua complexidade e subjetividade. Desde a Grécia antiga, o homem foi definido como um ser racional. No entanto, no que se refere à emoção sempre houve controvérsias. Hoje, sabemos que o homem não é só um ser que pensa, mas que principalmente sente. E que essa maneira de sentir e de pensar determina suas ações. Para Milton Rocha (1997), não é conversando que as pessoas se entendem, mas sim discutindo e sentindo. Assim funcionam as organizações que são constituídas e guiadas por seres humanos. São as pessoas que produzem, vendem, servem ao cliente, tomam decisões, lideram, motivam, comunicam, supervisionam, gerenciam e dirigem o negócio das empresas. Dirigem inclusive outras pessoas. O parceiro mais íntimo da organização é o empregado: aquele que está dentro dela e que lhe dá vida e dinamismo. (CHIAVENATO, 1999) Um dos fatores que impulsiona as pessoas a determinado comportamento e comprometimento em busca de um resultado ou objetivo é o fator motivação, são os motivos 179 que elas têm para agir. E funcionários motivados, envolvidos e comprometidos podem se traduzir em redução dos custos, maior produtividade, melhorias nos processos, inovações que permitam maior agilidade na realização dos serviços, melhores informações sobre os clientes, novas referências de funcionários, entre outros fatores. Para isso, é necessário que as organizações ofereçam ambientes e instrumentos para esse novo profissional. O grande desafio das organizações passa a ser administrar “seres humanos” e não mais “recursos humanos”, sendo de fundamental importância que as empresas, através de seus líderes, apresentem comportamentos aceitáveis e satisfatórios, fazendo com que os subordinados sintam tais comportamentos como fonte imediata de satisfação e como instrumento de inspiração e comprometimento no trabalho. O grande diferencial, hoje, é conhecer bem as pessoas, saber trabalhar as habilidades individuais, gerando resultados para a organização. De uma maneira geral, os líderes descuidam das questões subjetivas, dando maior relevância às questões objetivas na gestão de pessoas. O profissional é quem concretiza as ações propostas pela organização, quem efetivamente constrói e faz surgir os resultados. E a subjetividade deste trabalhador se expressa através de suas condutas, pensamentos, emoções e ações na empresa. Nesse contexto, faz-se necessário que os líderes desenvolvam a habilidade no relacionamento com as pessoas. É importante que se tenha a consciência de que gerir pessoas não é só cuidar de técnicas, processos e instrumentos racionais de trabalho, mas sim entender que o homem é um ser repleto de desejos e expectativas; que é 180 um ser, tem alma e se expressa tanto por meio de palavras quanto por comportamentos. Referências Bibliográficas CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. ROCHA, Milton. Energia Emocional: Base para gerência eficaz. São Paulo: Makron Books, 1997. MINI CURRÍCULO Anamaria Malta Lima - Graduada em Administração de Empresas pela PUC Minas (2005) e Pós Graduada em Gestão Estratégica de Pessoas pela PUC Minas (2007), 17 anos de experiência profissional em Gestão Empresarial, atuando atualmente como Diretora de Negócios e Pessoas na empresa Unimalta Uniformes Profissionais. 181 O PAPEL DA LIDERANÇA NA ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS ORGANIZACIONAIS Jouberth Fidélis de Oliveira O papel da liderança é fundamental nas empresas modernas, uma vez que líderes capacitados podem contribuir significativamente na adequada administração de conflitos organizacionais, levando todos os membros do grupo a harmonizar-se com a cultura e os objetivos da entidade. O surgimento de conflitos é comum à raça humana e revela-se um processo que não pode ser erradicado e sim administrado. O confronto entre distintos interesses, pontos de vista e ideias de diferentes pessoas se dá pelo fato de cada ser humano ter a sua própria história de vida e bagagem cultural, em que valores, crenças, experiências e conhecimentos nem sempre são os mesmos dos outros elementos que formam um grupo, o que é muito comum no ambiente empresarial. Conforme Morgan (2007, p.160), o conflito “pode ser construído dentro das estruturas organizacionais, nos papéis, nas atitudes e nos estereótipos, ou surgir em função 182 de recursos escassos”. A importância do papel da liderança nas organizações justifica-se pelo fato de que uma competente gestão de pessoas, que reconhece a necessidade da administração de conflitos de modo a torná-los positivos para a empresa e para os colaboradores, desempenha relevante papel na organização, podendo vir a favorecer na solução de problemas e trazendo inovações úteis à organização. Tal importância destaca-se ainda mais pelo fato da administração de conflitos organizacionais promover a união entre gestores e colaboradores na conquista de objetivos comuns, o que se revela extremamente benéfico para a continuidade das atividades e crescimento da empresa em seu mercado de atuação. Segundo Chiavenato (2002, p. 157), “Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio do processo de comunicação humana para consecução de um ou mais objetivos específicos”. E, para Outhwaite e Bottomore apud Vendramini (2000, p. 26): “Liderança é considerada a ‘qualidade que permite a uma pessoa comandar outras’, a relação mútua entre líder e liderados, entre o indivíduo e o grupo, baseada em aquiescência e não em coerção”. Em vista disto, fica claro que o líder necessita munir-se de um conjunto de diferenciais que o habilitem a guiar seus comandados. Entende-se que dentre as necessárias qualidades e características do líder estão a inteligência, a energia de suas ações, o autodomínio e a autoconfiança, bem como ser um grande conhecedor de todos os procedimentos operacionais dos processos que estão ao seu cuidado. Neste sentido, Carmo (2007, p. 26) afirma que: “Ser líder significa ter seguidores, não necessariamente 183 subordinados, o que traz de imediato à tona a questão da visibilidade e do servir de exemplo. Ser líder não quer dizer posição, privilégio ou título, quer dizer responsabilidade e resultados”. Ante os fatos apresentados, torna-se possível perceber que o líder desempenha um fator-chave na administração de conflitos organizacionais, podendo contribuir diretamente para que estes venham a ser positivos ou, ao contrário, permitir que se tornem negativos, o que prejudicará a empresa como um todo. Percebe-se que a cooperação entre os elementos que formam uma empresa é alcançado através do estabelecimento de aspectos positivos que não implicam na total ausência de conflitos, mas justamente na competente administração destes conflitos. Assim, o conflito necessita ser entendido com um processo de desenvolvimento, em que as partes divergentes devem procurar a sua pacífica solução, aproveitando o resultado alcançado de forma positiva. Isto se dá mediante a criação de um perfil democrático, com a adoção de competências, habilidades e atitudes que favoreçam à manutenção do equilíbrio entre as partes conflitantes, principalmente por meio do diálogo, na negociação, da clara definição e exposição de papéis e de alto nível de relacionamento interpessoal. Em conclusão pode-se afirmar que, dentre outros fatores, a globalização da economia e a competitividade no âmbito empresarial, aliadas aos custos de contratação e formação profissional, fazem com que se intensifiquem as buscas por se conseguir o melhor dos colaboradores. Entende-se que o diferencial competitivo das empresas não está somente atrelado à tecnologia empregada ou à capacidade de produção, mas também às pessoas que trabalham 184 nessas empresas, tornando a questão da administração de conflitos organizacionais de suma importância. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. v. 1. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier 2002. CARMO Simone Teixeira do. O estilo de liderança no contexto cultural e sua influência no ambiente organizacional. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos da Faculdade de Tecnologia da Amazônia. Belém: FTA, 2007. Disponível em: <static.recantodasletras.com.br/arquivos/526876.doc>. Acesso em: 25 mai. 2010. VENDRAMINI, Patricia. Liderança e mudança organizacional: as categorias essenciais do líder facilitador. Florianópolis: UFSC, 2000. MORGAN, Gareth. Imagens da organização. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2007. MINI CURRÍCULO Analista de Recursos Humanos, graduado em Gestão de Recursos Humanos. (Faculdade UNA), Pós Graduação: MBA em Gestão Estratégica de Negócios. (Faculdade UNA). Atuando há mais de 12 anos em indústria do ramo têxtil. 185 O papel do SESMT na prevenção de acidentes de trabalho pelo conhecimento do comportamento humano Edson Martins Filho A razão da verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como se mantém em tempos de controvérsia e desafio. Martin Luther King O ser humano com toda a sua complexidade está sempre buscando longe, alguém para carregar aquilo que seria de sua própria responsabilidade. Como já afirmava Jean Paul Sartre “o inferno são os outros”. Isso nos faz refletir que nunca somos culpados, ou responsáveis (se a palavra ameniza), pelos nossos próprios atos, principalmente quando esses atos, podem ser traduzidos como erros. Nesse caso então, apontamos o dedo para qualquer direção, contando que seja contrária à nossa. Falando de acidente de trabalho, talvez a coisa se agrave mais ainda. Quando surgiu a Segurança do Trabalho 186 no Brasil, as ações eram puramente corretivas, ou seja, os profissionais agiam de forma reativa. Era necessário a ocorrência para a ação. Os tempos mudaram, muitas empresas mudaram, pensando a segurança de um ponto de vista humano e de forma preventiva, mas e o comportamento humano frente ao trabalho, mudou? Percebe-se ainda que muitos trabalhadores se submetem a condições inadequadas de trabalho, negligenciam processos, colocando em check a sua própria segurança. Resta saber o que motiva o trabalhador a se submeter ou o que o desmotiva. Os índices de acidentes de trabalho no Brasil são preocupantes. De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho) só as causas naturais matam mais no mundo do que os acidentes de trabalho. As razões para explicar o elevado número de ocorrências são as mais diversas, falhas nos sistemas de trabalho, falta de estrutura, equipamentos e ferramentas em más condições, falta de manutenção. Porém o fator humano ainda encontra um lugar de destaque. E de forma abrangente compreende características psicossociais do trabalhador, atitudes negativas para com as atividades prevencionistas, aspectos da personalidade, falta de atenção. Outro aspecto determinante é a motivação de cada um. Essa variável tão fundamental, pode se tornar intangível se não olharmos o trabalhador como parte de todo um sistema. Estudiosos e teóricos já discutiam as características de “personalidade” envolvidas na produção das fatalidades. Explicando o sofrimento oculto que envolve o trabalhador na organização, em “Psicopatologia do Trabalho” Dejours (1992) descreve: 187 A organização do trabalho exerce sobre o homem uma ação específica, cujo impacto é o aparelho psíquico. Em certas condições emerge um sofrimento que pode ser atribuído ao choque entre uma história individual, portadora de projetos, de esperanças e de desejos, e uma organização do trabalho que os ignora. Esse sofrimento de natureza mental surge quando o homem no trabalho já não pode fazer nenhuma modificação na sua tarefa, no sentido de torná-lo mais conforme as suas necessidades fisiológicas, e a seus desejos psicológicos, isto é, quando a relação: homem-trabalho é bloqueada. Os comportamentos, as atitudes e as reações dos indivíduos em ambientes de trabalho não podem ser interpretados de maneira válida e completa sem se considerar o contexto no qual estão inseridos. Todas as interrelações entre as diferentes variáveis, incluindo o meio, o grupo de trabalho e a própria organização devem ser consideradas. A qualidade dessa relação, homem (com todos os seus anseios, receios, motivações), meio social, equipe de trabalho, organização, pode explicar o acidente de trabalho, a partir do momento em que há um desequilíbrio em um desses fatores. Negligenciar as emoções é ir contra o princípio da prevenção. As emoções guiam o ser humano quando esse enfrenta desafios, provações e tarefas demasiadamente importantes para serem deixadas apenas a cargo do intelecto ou da razão. Elas inclusive imprimem uma disposição e uma direção para a ação. Por isso o SESMT deixa de ser uma área que vai simples188 mente fiscalizar e reagir. Ele vai conhecer as pessoas com quem trabalha, o contexto, suas necessidades e vai trabalhar na conscientização do trabalho proativo, adaptando-o a sua atividade e conscientizando-se da responsabilidade da melhoria que está nas mãos do trabalhador. A partir do entendimento disso, o SESMT pode atuar como um grande instrumento no dia a dia junto ao RH, de forma sistêmica, ou seja, a favor da organização, a favor do trabalhador e da sociedade. Trabalhando lado a lado com as pessoas, instruindo-as quanto às orientações de trabalho, mas atentos ao ser humano que ali se apresenta. Detentor de um conhecimento técnico, tão necessário, o desfio do SESMT é desenvolver uma sensibilidade, para perceber o comportamento humano. Da aliança entre a técnica e a sensibilidade surge o diferencial da área de Saúde e Segurança do trabalho para transformar a realidade das empresas e difundir a cultura de ação preventiva entre os colaboradores. Referências bibliográficas DEJOURS, Christophe. A loucura do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. BLEY, Juliana Zilli. Comportamento Seguro, a psicologia da segurança no trabalho e a Educação para a prevenção de doenças e acidentes. 189 Mini Currículo Profissional de Recursos Humanos - Atuação na área do SESMT com implantação e desenvolvimento. Atuação em Indústrias de vários segmentos (alimentícias, consultoria, equipamentos eletrônicos, máquina pesadas). Consultoria em SGI (Sistema de Gestão Integrada em Qualidade, Segurança e Meio Ambiente). Formação técnica em Segurança do Trabalho. Atualmente graduando em Direito pelo Centro Universitário U.N.A. 190 O PAPEL DOS GESTORES DE RH PARA AS ORGANIZAÇÕES Míriam Barbosa Campolina O trabalho é uma prática transformadora da realidade que viabiliza a sobrevivência e a realização do ser humano.” (Sigmar Malvezzi). Um dos desafios nas organizações do mundo atual consiste em saber como usar o conhecimento de cada colaborador em prol de um ambiente harmonioso e que esse ambiente seja propício ao crescimento da empresa. Faz-se necessário um gerenciamento de pessoas que rume na direção positiva das mudanças organizacionais, conquanto é preciso que os gestores tenham a habilidade de operar em mais de um domínio ou ramo de conhecimento, em estado constante de atenção para com os colaboradores. Muitas vezes, os gestores exercem a função de um guia no sentido de orientar, avaliar as pessoas para que essas possam definir seus objetivos, aperfeiçoar modelos mentais e criar o futuro, participando ativamente na construção das organizações. 191 Cada vez mais visualizamos um cenário em que são imprescindíveis ações que proporcionem um maior comprometimento por parte dos empregados. Num mercado de trabalho competitivo, as organizações buscam modelos de gestão contemporâneos em substituição ao modelo tradicional, a fim de levar seus trabalhadores à realização pessoal e profissional, com o intuito maior de fortalecer a própria empresa, pois empregado motivado significa boa produtividade. Desde a década de 90 estamos na era da informação que, segundo Chiavenato (2010, p. 37): Em uma época em que todos dispõem da informação em tempo real, são mais bem-sucedidas as organizações capazes de tomar a informação e transformá-la rapidamente em uma oportunidade de novo produto ou serviço antes que outras o façam. [...] É a vez do conhecimento, do capital humano e do capital intelectual. O conhecimento torna-se básico, e o maior desafio passa a ser a produtividade do conhecimento. Tornar o conhecimento útil e produtivo tornou-se a maior responsabilidade gerencial. Partindo deste conceito, verificamos a necessidade de uma remodelagem no quadro de funcionários e a cultura organizacional deixa o conservantismo e passa à inovação e à mudança de hábitos, de maneiras de pensar e de agir. Agora, a concepção de relações industriais é substituída por uma nova forma de administrar pessoas. E cabe ao Gestor de Recursos Humanos estar atento visualizando as pessoas como recursos vivos e inteligentes. Diante 192 dessas mudanças, observa-se a importância das pessoas dentro de uma organização. Fato é que uma organização somente funciona por intermédio das pessoas. Há de se ressaltar que não tem como separar o trabalho da existência das pessoas, já que existe uma dependência recíproca, pois, as organizações não funcionam sem as pessoas e estas dependem daquelas para alcançar seus objetivos pessoais e individuais. Mas, isso pode ser resultado de uma competitividade que provém de um mundo globalizado existente no atual contexto em que o lema se resume na expressão: “tempo é dinheiro”. As pessoas devem ser como parceiras das organizações, em que fatores como o conhecimento, a habilidade, a competência e a inteligência são levados em conta, fazendo com que essas pessoas não sejam vistas, apenas, como “simples empregados contratados”. Podemos notar que, atualmente, há uma preocupação maior por parte dos empresários no que toca à valorização das pessoas com as quais trabalham, buscando propiciar um maior contentamento e satisfação dos empregados. Isso se explica no trecho abaixo, de Chiavenato (2004, p. 7): Nos tempos atuais, as organizações estão ampliando sua visão e atuação estratégica. Todo processo produtivo somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum recurso. Os fornecedores contribuem com matérias-primas, insumos básicos, serviços e tecnologias. Os acionistas e investidores contribuem com capital e investimentos que permitem o aporte financeiro para a aquisição de recursos. Os empregados contribuem com seus 193 conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando decisões e ações que dinamizam a organização. Foi constatado, finalmente, que se faz necessário promover ações para que o trabalhador sinta-se motivado e, consequentemente, possa desempenhar suas funções de modo a contribuir para a corporação. E cabe ao Gestor de RH, usar de seus conhecimentos para identificar ações, para investir nas pessoas e apostar no talento e competência que elas têm a oferecer. Referências bibliográficas CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. – 3a ed. – São Paulo: Elsevier, 2010. José Carlos Zanelli, Jairo Eduardo Borges Andrade e Antonio Virgilio Bittencourt Bastos. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. – Porto Alegre: Artmed, 2004. MINI CURRICULO Coordenadora de recursos humanos. Formada em Gestão de Recursos Humanos (Faculdade Pitágoras) e Pós-graduação em Gestão Empresarial (PUC). Atua no ramo de Recursos Humanos/Depto Pessoal há aproximadamente 12 anos. 194 O PROCESSO DE ANÁLISE DE POTENCIAL E COMPETÊNCIAS COMO FERRAMENTA PARA A AVALIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE LÍDERES Carolina Di Lorenzo Morais CONTEXTO ATUAL As organizações vivem em um ambiente dinâmico e de constantes modificações, reflexo das exigências impostas pelo mercado, pela economia, pela tecnologia e pelas mudanças de comportamento social. Desta forma, precisam adequar-se, de modo flexível, e criar modelos de gestão que atendam a tantas alterações. LIDERANÇA Ao longo do tempo, estudos e pesquisas se realizaram sobre os modelos de liderança e uma vasta bibliografia tem sido escrita sobre este tema - os líderes e a melhor maneira de liderar. Para atender às mudanças atuais é preciso adotar uma visão de longo prazo e o trabalho deve ser cooperativo em torno 195 da missão e dos objetivos organizacionais. No mesmo sentido, o líder pode assumir o papel de agente de mudança, desde que tenha ou desenvolva suas habilidades técnicas e comportamentais e seja capacitado para atuar neste papel. Assim como aponta Covey (1989), as habilidades de um líder podem ser exercitadas, ou seja, treinadas. Nesta mesma linha de raciocínio, Kouzes, Posner (1997) e Motta (1998) acreditam que estas habilidades podem ser desenvolvidas nos treinamentos, nas experiências no campo de trabalho e no relacionamento com os outros. ANALISE DE POTENCIAL E COMPETÊNCIAS Este trabalho apresenta e discute o Processo de Análise de Potencial e Competências como um instrumento de avaliação, acompanhamento e fonte de subsídios para o desenvolvimento de pessoal, com foco na Liderança. No âmbito da Psicologia Organizacional, a análise de potencial e o desenvolvimento da força de trabalho são ferramentas reconhecidas e eficazes para o gerenciamento das pessoas ao contribuir com o autoconhecimento e integração dos interesses da empresa e expectativas de carreira dos empregados. Com esta ferramenta é possível avaliar os talentos de uma equipe/empresa e, pelas evidências obtidas, indicar os candidatos que mais se aproximam do Perfil de Líder. Este é um instrumento que permite avaliar o interesse e a disposição dos candidatos, bem como, os recursos internos que possuem, a partir do perfil do cargo que baliza todo o processo de avaliação. No processo de avaliação dos possíveis ou atuais líderes, os testes psicológicos aliados a outros instrumentos, possibilitam elaborar laudos psicológicos consistentes que 196 auxiliam os gerentes em suas decisões e favorece o desenvolvimento e aprendizagem do participante, que recebe o feedback da avaliação elaborada pelo psicólogo. ESTILOS GERENCIAIS – ICHAK ADIZES Os Laudos são elaborados com base na teoria de Adizes, possibilitando verificar as potencialidades e carências dos avaliados, a partir de quatro principais dimensões: Produzir (P), Administrar (A), Empreender (E) e Integrar (I). PRODUZIR – Esta dimensão avalia as competências ligadas à capacidade de análise e à tomada de decisão. ADMINISTRAR – Competências ligadas à organização do tempo e das atividades. INTEGRAR – Representa competências ligadas às necessidades de relacionamento. EMPREENDER – Aponta as competências que demonstram a capacidade empreendedora. Exemplos de Competências: Produzir Administrar . Solução de Problemas . Visão Sistêmica . Domínio Técnico . Capacidade de Análise . Organização . Planejamento . Foco em Resultado . Acompanhamento e Controle Empreender Integrar . Iniciativa . Criatividade . Inovação . Autodesenvolvimento . Gestão de Pessoas . Relacionamento Interpessoal . Liderança . Comunicação e Diálogo 197 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADIZES, I. Gerenciando as mudanças: o poder da confiança e do respeito mútuos na vida pessoal, familiar, nos negócios e na sociedade. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002, Tradução de Nivaldo Montingelli Jr. ADIZES, I. Os ciclos de vida das organizações: como e porque as empresas crescem e morrem e o que fazer a respeito – 4 ed – Publicado por Cengage Learning Editores, 2002. BENNIS, W. A nova liderança: Liderança e Gestão de Pessoas: autores e conceitos imprescindíveis. São Paulo: Publifolha, 2002. Org. Carlos Alberto Júlio e José Salibi Neto. KOUZES, J. M. e POSNER, B. Z . O desafio da liderança. Rio de Janeiro: Campus – 2 ed. –1997, Trad. Ricardo Injosa. MOTTA, P.R. Gestão contemporânea: a ciência e a arte de ser dirigente. Rio de Janeiro: Record – 9a. ed –1998. Mini currículo Carolina Di Lorenzo Morais é formada em Psicologia, Especialista em Psicologia Organizacional, desde de 2006 atua como Consultora em Psicologia do Trabalho/ Orientação Profissional e de Carreira - Coaching. Prestou serviços em empresas como REVAP (Refinaria Vale do Paraíba) e RECAP (Refinaria de Capuava) - Petrobrás. Atualmente trabalha na empresa Rhodes S/A como Analista de Desenvolvimento Humano responsável pelas práticas de Gestão de Pessoas. 198 O QUE FALTA NO TREINAMENTO EMPRESARIAL ... E SUAS CONSEQUÊNCIAS Antônio Walter de Andrade Nascimento Em janeiro de 1977, iniciei meu primeiro trabalho na área de treinamento empresarial, em uma obra de grande porte, no interior da selva amazônica (Porto Trombetas). De lá para cá, atuei em diversas organizações de grande e médio portes, de diversos setores de atividade, em vários países. Muita coisa mudou desde então: tecnologia e processos produtivos, sistemas gerenciais e administrativos, relações profissionais etc. No entanto, nesses 35 anos, os motivos que determinaram aquele meu primeiro trabalho continuam espantosamente iguais em numerosas empresas, mesmo entre as mais poderosas, melhor aparelhadas e com os melhores profissionais: a gestão de pessoas, a liderança, a condução de equipes de trabalho, o relacionamento e a comunicação, sobretudo em condições de trabalho menos favoráveis e sob maiores pressões. Não que isso impeça as empresas de produzirem, mas reduz significativamente sua produtividade, seus lucros e o bem estar de seu pessoal. Como 199 ouvi de um diretor de uma grande obra de construção pesada: “A coisa vai mal, mas, sair, a obra sai. Com mais dor ou menos dor”. Recentemente, prestei serviços, por um ano, a outra grande obra, bem semelhante àquela de Porto Trombetas, dessa vez no interior da África, dirigida e conduzida por alguns brilhantes e experientes profissionais de três grandes empresas multinacionais, amparados por MBAs, pós-graduações e anos de estrada: e lá estavam os mesmíssimos problemas – dificuldades de lidar com pessoas, de conseguir o trabalho em equipe, de integração, de comunicação, de relacionamento, culminando em elevado turn-over, baixa produtividade e significativos atrasos e retrabalhos. O que tem faltado? Quando se trata de liderança, de gestão de pessoas e de trabalho em equipe, não se deveria nunca esquecer de que os substratos, as bases, os alicerces que dão sustentação a todas as teorias e, fundamentalmente, à habilidade de lidar com pessoas são formados pela convergência de relacionamento humano, comunicação e equilibro emocional (gestão das próprias emoções, as quais, querendo-se ou não, determinam e modelam todos os nossos comportamentos). Sem esse tripé, não há teoria que resista. Mas não se ensina – efetivamente – esse tripé nas universidades e muito menos nos MBAs e nas pós-graduações. Ali se ensinam técnicas e teorias. Em algumas, até mesmo teorias de comunicação e de relações humanas. Mas não se ensina como se relacionar bem e como se comunicar eficazmente – prática e objetivamente, operacionalmente. No dia a dia, face às incríveis dificuldades 200 e diversidades que esses comportamentos enfrentam e determinam. Muito menos se aborda e se promove o equilíbrio emocional, apesar de tudo o que hoje se sabe – fundamentadamente – sobre inteligência emocional, e apesar da importância que essa tem e que a torna imprescindível à gestão de pessoas e à condução de equipes para resultados. E mais ainda: uma das funções mais básicas do gestor e do líder é a de convencer pessoas. Não manipulá-las ou coagi-las, mas despertar nelas a compreensão de que aquilo que se propõe é o melhor a fazer, em função do objetivo e em benefício de todos. Em resumo: persuasão, uma das principais e mais produtivas ferramentas à disposição do gestor e do líder. E jamais é ensinada, ou sequer lembrada, em qualquer curso. Por quê? Competências técnicas são efetivamente ensinadas e desenvolvidas. E aplicadas. Competências comportamentais (humanas) são ficticiamente (teoricamente) ensinadas e quase nunca desenvolvidas como hábitos. Portanto, não aplicadas, a não ser por uns poucos (muito poucos) que as trouxeram do berço ou de uma feliz combinação genética – e são os que fazem a diferença nas organizações. E são chamados Talentos, disputados a peso de ouro. Poderiam ser ensinadas e desenvolvidas? Poderiam, sim! E, definitivamente, podem, com os conhecimentos que temos hoje. Hoje, constatamos que a competência profissional não se resume a conhecimentos e habilidades técnicos, ainda que agregados de motivação para aplicá-los. Competência na gestão exige, hoje, inevitavelmente, bom relacionamento, boa comunicação, habilidade de persuasão e, sobretudo, equilíbrio emocional (autogestão) – sem o qual, principalmente quando o céu não é de brigadeiro 201 e há nuvens carregadas sobre nossas cabeças, todas as demais competências, técnicas e humanas, são prejudicadas e frequentemente anuladas. Como vi acontecer em Porto Trombetas, na África, e em numerosas empresas por onde passei entre essas duas referências. Nos últimos anos, costumamos debater com os profissionais (diretores, executivos e gestores) com os quais lidamos, duas conceituações que criamos para o termo competência, que batizamos, acertadamente ou não, de Competência Teórica e Competência Prática, a partir da premissa de que Competência se refere, basicamente, ao alcance dos resultados pretendidos. Assim, consideramos Competência Teórica a “capacitação para alcançar os resultados perseguidos”, incluindo aí os conhecimentos e as habilidades técnicas e mesmo algumas comportamentais; e como Competência Prática, simplesmente, “alcançar os resultados perseguidos”. Ou seja, uma coisa é ser capaz de, a outra é fazer acontecer. Donde se concluiria que um profissional dotado de todos os conhecimentos e habilidades para conseguir resultados seria teoricamente competente, ao passo que, na conceituação prática, só seria competente aquele que efetivamente conseguisse alcançar os resultados pretendidos. O que temos encontrado com frequência nas empresas, desde Porto Trombetas até a África, são profissionais teoricamente competentes, com muitos anos de estrada, excelentes currículos e mesmo inegáveis resultados em sua trajetória, mas que fracassam bisonhamente quando colocados em situações adversas, tanto no que se refere à pressão no trabalho, à adaptação ao ambiente ou ao desconhecido, tornando-se praticamente incompetentes, por não serem capazes de administrar ou gerenciar as próprias emoções, que inapelavelmente boicotam todas as 202 suas habilidades, sejam comportamentais ou técnicas. Fazem falta, sim, e muita falta, as competências humanas – destacando-se aquelas que, como a autogestão, compõem a inteligência emocional – não propriamente como teorias ou como discursos, como geralmente são tratadas, mas como hábitos desenvolvidos e consolidados, cuja ausência transforma executivos, líderes e gestores em profissionais mancos. Junte-se, de fato, à formação e ao desenvolvimento profissional, as competências humanas e emocionais, como hábitos comportamentais e não meros esboços teóricos, e teremos um imensurável celeiro de talentos. mini currículo Consultor de Organizações para Desenvolvimento Profissional e Pessoal, com atuação por mais de 35 anos no Brasil e no exterior (Portugal, Espanha, América Latina e África). Ex-superintendente de Desenvolvimento de Executivos da Constr. Andrade Gutierrez. Ex-diretor do Instituto de Psicologia da PUCMG. 15 livros e vários artigos publicados. Sócio da Estratégia Psicólogos Empresariais Associados Ltda. 203 O verdadeiro Poder – Escolha mudar! Dileli Carias da Silva “Quando eu era jovem e livre, sonhava mudar o mundo. Na maturidade, descobri que o mundo não mudaria e, então, resolvi transformar meu país. Depois de algum esforço, terminei por entender que isso também era impossível. No final de meus anos, procurei mudar a família, mas eles continuaram a ser como eram. Agora, no leito de morte, descubro que minha missão teria sido mudar a mim mesmo. Se tivesse feito isso, eu teria sido capaz de transformar a minha família. Então, com um pouco de sorte, essa mudança afetaria o meu país e, quem sabe, o mundo inteiro.” Epitáfio de um Bispo Anglicano da Abadia de Westminster, Inglaterra, século XII. As empresas vivem um novo paradigma que é mundial, um modelo que cobra responsabilidade, qualidade e excelência nos serviços. Uma Empresa deve a cada dia mais buscar recursos e promover ações para estar no topo destes quesitos, e é nesse sentido que devemos identificar 204 e fixar uma cultura organizacional, mas principalmente trabalhar políticas, instruções e ordens de serviços, padronização de documentos para que todos conheçam os procedimentos e trabalhem em sintonia. Para chegarmos ao ideal é importante que cada um se reconheça como participante ativo dos processos, que cada um de nós incorpore a responsabilidade que é estar a frente de um um trabalho que precisa ser executado com eficiência. É um processo individual e ao mesmo tempo grupal, uma vez que tem seu ponto de partida no comprometimento de cada um para que o trabalho em equipe se torne um produto comum a todos e de qualidade. A definição das políticas de RH é só o início da jornarda a que temos que nos comprometer a seguir. Depois do conhecimento compartilhado, o próximo passo é colococar em prática as ações propostas nos documentos, sem deixar que o dia a dia ou o volume de trabalho se tornem impedimentos para a realização e cumprimento dos deveres. Valorizar o capital humano deve ser a principal atividade da área de Recursos Humanos de uma Companhia. Acredito que a função de uma empresa não se resume somente a dar lucro e emprego, pagar impostos e cumprir as leis. A missão da política de Recursos Humanos de uma Companhia tem como foco principal assegurar um sistema de gestão de RH que valorize o potencial humano e gere ambiência organizacional favorável à motivação das pessoas, levando-as a contribuírem e se comprometerem com a excelência do desempenho e dos resultados organizacionais. É nesse sentido que a área de Recursos Humanos deve atuar, sempre trabalhando para valorizar, desenvolver e reter os seus talentos. Oferecendo oportunidades de pro205 gressão na carreira, remuneração nos padrões do mercado, benefícios educacionais. Finalmente, é importante destacar que todo trabalho de acompanhamento cultural, originalmente coordenado pelo RH, é implementado na organização por meio da participação de todas as lideranças e ‘espelhos’ existentes na estrutura. São esses, na verdade, os elementos incrementadores e multiplicadores da cultura que dela se originam para orientar e facilitar o atingimento dos objetivos individuais, grupais e empresariais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS CAPPELI, Peter. Contratando e mantendo as melhores pessoas. Rio de Janeiro. Editora Record, 2010. 208 p. LUZ, Ricardo. Gestão do Clima Organizacional. Rio de Janeiro. Editora Qualitymark, 2003. 143 p. MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos, do operacional ao estratégico. São Paulo. Editora Saraiva, 2009. 332 p. MINI CURRÍCULO Formada em Gestão de Pessoas, pela Faculdade INED de Belo Horizonte. Profissional com mais de 12 anos de experiência em todos os subsistemas de RH, ocupando cargos como Gestora e Especialista em empresas de grande e médio porte. Consultora Organizacional pela Empresa SETE com experiência na área de Recursos Humanos e Departamento Pessoal. Atuação em Diagnóstico Organizacional, Reorganização Administrativa, Recrutamento, Seleção, Treinamento, Planejamento e Desenvolvimento de Pessoas, Avaliação de Desempenho, Plano de Cargos, Salários e Carreiras, Planejamento Estratégico, Políticas de RH, Implantação e monitoramento de Sistemas de Gestão Integrado das Normas ISO 9001 e OHSAS 18001 dentro do cenário do RH. 206 Organizações Aprendentes: educação corporativa gerando competitividade Camila Francini Prada O processo atual de mercado conduz a significativas e constantes transformações que desafiam as pessoas (físicas e jurídicas) a se adaptarem a novos ambientes altamente competitivos, recheados de velozes informações e permeados por incertezas. É nítido o quanto a velocidade e volume de informações crescem a cada ano, e porque não dizer a cada instante, nos dias atuais. A oferta de novas informações e a demanda por elas cerca nosso cotidiano, estimula a produção de conhecimento e é determinante para o sucesso profissional e até mesmo convívio social. E é nesta realidade acelerada que se insere a necessidade e importância das organizações aprendentes. Essas são organizações que favorecem a aprendizagem, pois a consideram como um processo contínuo que gera renovação, inovação e transformações, e consequentemente, competitividade e adaptabilidade. 207 No caminho pela busca de conhecimento e novas perspectivas, as empresas são hoje organizações de aprendizagem, que têm capacidade de mudar e se adaptar, sempre adquirindo novos conhecimentos e novas formas de atuar. É neste contexto que surgem as práticas de educação corporativa e a valorização crescente do capital intelectual da empresa, que ganham cada vez mais espaço. Compreendeu-se que o conhecimento tem se tornado o fator de produção mais importante, pois é ele que garante melhores resultados às empresas. Alperstedt (2000), ao buscar uma definição para educação corporativa, compreende o fenômeno “como uma evolução direta da função ou processo de treinamento e desenvolvimento”. Do posicionamento tático dos centros de T&D, ocupados em desenvolver habilidades técnicas, observou-se a evolução para o posicionamento estratégico da Educação Corporativa. O Sistema de Educação Corporativa constitui-se numa ferramenta de compatibilização entre as competências definidas como essenciais pela organização e as competências humanas que os indivíduos colaboradores dessa empresa devem desenvolver. “As Universidades corporativas estão para o conceito de competência assim como os tradicionais centros de treinamento estiveram para o conceito de cargo”. (EBOLI, 2002 p. 15). A atualidade de transformações do mundo do trabalho exige dos trabalhadores (indivíduos) habilidades diferenciadas para que se mantenham empregáveis. Esse novo perfil empregável traduz pessoas ativas, criativas e com senso crítico. Vemos então que, investir em empregabilidade engloba mais que aspectos técnicos, levando o sujeito a buscar competências interpessoais. 208 A aprendizagem é um processo de aquisição, assimilação e construção, mais ou menos consciente, que nos disponibiliza novas formas de perceber, pensar, sentir, interpretar e agir no mundo. Ocorre de forma interna (e por isso pessoal), através da relação ativa entre sujeito que aprende e o objeto de aprendizagem. Aprendizagem é ainda um fenômeno que exige participação do sujeito como um todo, pressupondo disponibilidade dos aspectos cognitivos, psicomotores e afetivos. Ou seja, a aprendizagem vai gerar o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes no sujeito que aprende. Uma das teorias da aprendizagem utilizadas pelas empresas aprendentes é a abordagem construtivista. O construtivismo surge com o teórico Jean Piaget, e vem se desenvolvendo com novos pesquisadores da área de aprendizagem. Para esta perspectiva o conhecimento se dá na interação do indivíduo com o meio, ou na relação sujeito-objeto, em que estes elementos seriam inseparáveis. A apropriação do conhecimento, porém, não é definitiva, ela está em constante transformação, pois o meio e o sujeito também estão. A perspectiva construtivista apresenta a característica de interação sujeito-objeto, promovendo um ambiente de autonomia e reciprocidade, onde o diálogo propicia desenvolvimento. Esta premissa é muito vantajosa para as empresas aprendentes e para o sucesso das mesmas no mercado competitivo. As organizações que tem como base o construtivismo em seu ambiente são mais incentivadoras em relação à autonomia, nas relações mais democráticas e abertas às mudanças. 209 Se o conhecimento é construído através de cada pessoa que presencia a informação, a empresa ganha possibilidades de transformação e inovação quando contrata um novo colaborador, ou quando dá espaço para que as pessoas possam se relacionar de forma livre e confiante, gerando um campo para a criatividade e geração de conhecimento. As empresas devem, portanto, promover e facilitar todas estas características ambientais, para que tenham colaboradores mais “aprendentes” e “ensinantes”, obtendo com isso muitas vantagens competitivas no mercado. Condições como intenção, autonomia, caos criativo, redundância e variedade requerida são essenciais para que a organização esteja sempre em inovação. A empresa que aprende tem visão, valores e integridade, privilegia o diálogo e estimula o pensamento sistêmico (BRANDÃO, 2004). A criação de vantagem competitiva está relacionada à capacidade da empresa gerenciar valores intangíveis, baseados no conhecimento. Referências Bibliográficas ALPERSTEDT, Cristiane. Universidades Corporativas: Discussão e Proposta de uma Definição. In Encontro Nacional da Anpad. Florianópolis, 2000. BRANDÃO, Giselle Reis. A configuração de Universidade Corporativa e suas implicações na Gestão de Recursos Humanos: um estudo de caso. In Encontro Nacional da Anpad. Curitiba, 2004. EBOLI, Marisa. Educação Corporativa no Brasil: mitos e verdades. São Paulo: Editora Gente, 2004. 210 ______. O desenvolvimento da Pessoas e a Educação Corporativa. In Fleury, Maria Teresa Leme et all. As Pessoas na organização. São Paulo: Gente, 2002. Mini Currículo Consultora em gestão de pessoas, desenvolvimento humano e grupos desde 2008. Pós-graduada em Gestão de Pessoas e Projetos Sociais pela UNIFEI ( Universidade Federal de Itajubá – MG).Graduada em Psicologia pela UNIVALI (Universidade do Vale do Itajaí – SC). 211 PARADIGMAS DA MOTIVAÇÃO HUMANA: UM VIÉS DA PRÁTICA Juliana Lobo Albieri No atual cenário mercadológico, diante de constantes momentos de turbulência, da competitividade e da necessidade de inovação que são exigidos das organizações, ainda nos deparamos com uma grande preocupação: a Motivação Humana. Advém disso as inúmeras indagações dos gestores: Como motivar uma pessoa? O que a empresa deve fazer? Questionamentos estes que, na maioria das vezes não são solucionados de maneira coerente pela inexistência de uma “fórmula”. Muitos recorrem à teoria, mas infelizmente faltam soluções práticas. Quando recorremos aos livros e aos estudiosos do tema, encontramos incontáveis teorias motivacionais com enfoques um tanto quanto complexos. Enquanto isso, a motivação humana, na prática, continua sendo tratada de uma maneira simples e muitas vezes dentro da esfera do “amadorismo”, chegando até mesmo a alcançar um viés de modismo. Portanto, na prática, não existe nenhuma “receita” pronta e muito menos um “script” a ser seguido para fa212 zer a motivação “funcionar” de fato! E é aqui que muitos gestores de RH “travam” todo o processo iniciado pela empresa e acabam se deixando levar pelo “velho” e “errôneo” conceito de que Motivação = $. Ou seja, que só motivamos os colaboradores da organização com dinheiro... Em toda a trajetória da minha carreira profissional enquanto Consultora de RH, vivenciei situações diversas de Motivação Humana, as quais hoje me fornecem subsídios para executar na prática esse tema além de poder afirmar que Motivação vai muito além do dinheiro! Pensem no seguinte: todo o ser humano quanto mais ele ganha (monetariamente dizendo), mais ele gasta não é? Diante disso, se partimos do princípio que consigo motivar os colaboradores com dinheiro concluímos que essa motivação será algo temporário, pois se por acaso resolvo aumentar o salário de um colaborador este mês para motivá-lo, certamente num primeiro momento isso será positivo e alcançarei meu objetivo inicial; no entanto, após algum tempo, esse valor não mais irá motivá-lo pelo fato de não mais satisfazer as suas necessidades. Pergunto: Isso é algo saudável? É motivacional? Primeiramente faz-se necessário pensar o que significa Motivação: é oriunda do latim “movere”, e quer dizer mover. Basta observar a palavra: MOTIVO + AÇÃO= a pessoa precisa ter um motivo para poder agir! Com base no conceito de Motivação, é visível que para trabalhar isso na organização, precisamos ter um olhar crítico e intuitivo, além de realizar estudos e pesquisas aprofundadas, pois ninguém é motivado por qualquer coisa. Tomemos como referência aqui a autora Cecília Bergamini, que classifica a Motivação em três tipos: Intrínseca, Extrínseca e Consciente e diz que ninguém con213 segue motivar alguém, uma vez que a motivação nasce no interior de cada um. Portanto, segundo a autora é possível manter as pessoas motivadas quando se conhece suas necessidades e oferece-lhes fatores para satisfazer tais necessidades. Eis que surge aqui o grande desafio para os gestores. Mas como então solucionar essa questão? Como diz o velho ditado popular: “Não se pode agradar a gregos e troianos”. Nós, gestores de RH, não podemos ter a pretensão de querer agradar a todos os colaboradores de uma organização e devemos ter em mente que estamos lidando com pessoas que possuem seus objetivos pessoais e necessidades, não podendo ter um tratamento individualista dentro do ambiente organizacional em uma dimensão Motivacional. Para solucionar a questão da Motivação Humana é fundamental que o gestor conheça os objetivos de cada um dos colaboradores para depois poder usar da sua criatividade, objetivando implantar algo motivador. Criatividade é fator primordial, não só para os profissionais de RH, como também para todos os gestores que lidam com pessoas e consequentemente com motivação humana. Vamos focar na questão da motivação na prática! De acordo com cada equipe de trabalho você pode e deve inovar, como por exemplo: final de semana com a família em um Hotel Fazenda / - bolsa integral para um curso de inglês/ - vale compras em uma loja de roupas/ supermercado /ajuda de custo para faculdade/ - jantar em um restaurante mais badalado da cidade/ - viagem de avião com acompanhante para um resort/ - um iPad/ .... Observem que são motivações diferentes que deverão ser inseridas de acordo com o tipo de pessoas na equipe. Não temos como padronizar! 214 Apesar de perceber que a motivação humana na prática organizacional precisa ser mais trabalhada, que os profissionais precisam ser mais criativos, essa questão ainda demandará um tempo para maior amadurecimento. Mas, com certeza muitos de nós estamos caminhando em um sentido correto, almejando sim traçar novas formas de motivar os colaboradores, partindo do princípio do que já é claro e evidente que profissionais motivados produzem mais. É justamente isso que as organizações esperam de todos os colaboradores, a produtividade, não podendo esquecer também que visam muito a questão de qualidade de vida e do clima organizacional, que certamente são impactados pela motivação! Tenha foco na Motivação Humana, pois atualmente o Capital Humano é o principal ativo das organizações! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ROBBINS, Stephen P.- Comportamento Organizacional - 9a ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002 VERGARA, Sylvia Constant.-Gestão de Pessoas - 3 ed. São Paulo: Atlas, 2003 BERGAMINI, Cecília Whitcker. Motivação nas organizações. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997. MINI CURRÍCULO Psicóloga, formada pela FUMEC em 1998. Pós-graduada em Marketing pela Fundação Dom Cabral em 2002, 14 anos de experiência em Gestão de pessoas, atualmente Diretora da Id Consult Desenvolvi215 mento de Pessoas, Docente de cursos Tecnólogos em Gestão de Pessoas e Marketing na FATEC-CDL-BH, Tutora de EAD da Faculdade Una, Consultora de Recursos Humanos em empresas diversos segmentos e Professora do Projeto Social Vencedoras apoiado pela Nike Foundation com cooperação do Instituto Companheiros das Américas, IBDEEC e Alfa Consultoria Esportiva. 216 PLANO DE SUCESSÃO: DESAFIO ESTRATÉGICO E VANTAGEM COMPETITIVA PARA AS ORGANIZAÇÕES Alexandre Moreira Faria A atual preocupação das empresas é estarem preparadas competitivamente para enfrentar o cenário globalizado que se descortina desde a última década do século passado, o que faz com que sejam necessários planejamentos em todas as operações e atividades empresariais. O macroplanejamento estratégico é um componente essencial a toda empresa, pois nele são traçadas as diretrizes para o estabelecimento de planos de ação que contribuem para a sobrevivência e a continuidade do negócio. Todavia, só a partir do comprometimento efetivo das pessoas é possível obter os resultados esperados. Portanto, de um modo geral, compete à área de Recursos Humanos (RH) a missão de maximizar a competência da gestão com pessoas, de maneira a obter resultados positivos, tanto para a empresa, com ganhos reais de produtividade, qualidade e competitividade, quanto para seus cola217 boradores, por meio da satisfação dos anseios pessoais e profissionais; evidenciando, assim, sua efetiva relevância frente à estratégia empresarial adotada. Para tanto, faz-se necessário um planejamento estratégico de recursos humanos (PERH), que consiste num conjunto de ações planejadas, organizadas e, sobretudo, alinhadas à luz da macroestratégia empresarial. Esse planejamento objetiva identificar as necessidades organizacionais quanto ao gerenciamento eficaz de seu contingente humano, que é tão importante quanto o próprio negócio, pois é o elemento primordial para sua preservação, consolidação, sucesso e sustentabilidade. Um dos desafios do PERH é estabelecer um plano de sucessão, cujo foco é desenvolver uma política de gestão do talento humano, permitindo que as pessoas desenvolvam-se no ambiente corporativo e atendam às necessidades da empresa; portanto, permitindo que essa continue inovadora, competitiva e forte, mantendo-se sempre na plenitude do seu potencial. Alguns cargos são extremamente imprescindíveis às organizações, daí a importância das empresas manterem em seus quadros funcionais pessoas talentosas, capacitadas e com potencial para assumir posições dentro da estrutura hierárquica em razão de vacâncias planejadas ou repentinas. O objetivo principal de um plano de sucessão é identificar, analisar, treinar e desenvolver possíveis substitutos para vagas futuras, em cargos-chave, dentro das empresas. Muitas vezes o progresso empresarial é tolhido ou prejudicado pela ausência de planejamento e referências precisas sobre valores profissionais, este último, facilmente identi218 ficado através de políticas bem concebidas e executadas, as quais repercutem em empreendimentos de sucesso. O plano de sucessão é uma forma de identificar as forças empreendedoras de uma empresa e utilizá-las de forma positiva. É através dele que a empresa encontra meios para lidar com desafios, preparando os empregados para assumirem maiores responsabilidades, o que cria um ambiente empresarial mais seguro e com melhores resultados. Gerir, vislumbrando o porvir, importa em admitir que se está lidando com o desconhecido, o imprevisível, o surpreendente, o mutável, o imponderável, portanto não há controle sobre ele. No entanto, a empresa enfrenta o grande paradoxo: quanto mais incerto o futuro, tanto mais ela precisa estar preparada para enfrentá-lo, tendo que definir alternativas para garantir a sua continuidade e o seu desenvolvimento. Essa responsabilidade terá que ser assumida por seu RH, o que significa não somente assegurar o bom desempenho presente, mas, também, prover a capacitação, o desenvolvimento e a competência profissional para enfrentar os desafios vindouros. Fundamental para a sustentação e continuidade do negócio, a inexistência de um plano de sucessão posterga a disseminação de conhecimentos e protela a adaptação de novos gestores, gerando perda de competitividade. Portanto, gerir bem no presente, mas com os olhos voltados para o horizonte é a chave do sucesso de empresas que aspiram crescimento e sustentabilidade no mercado. 219 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOHLANDER, George; SNELL, Scott. Administração de recursos humanos. São Paulo: Cengage Learning, 2010. CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. DUTRA, Joel Souza. Gestão de carreiras na empresa contemporânea. São Paulo: Atlas, 2010. FERREIRA, V. C. P.; FORTUNA, A. A. M.; TACHIZAWA, T. Gestão com pessoas: uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001. LEITE, Nildes Pitombo; QUEIROZ, Ana Carolina S. Programa de sucessão na visão estratégica de recursos humanos. In: ALBUQUERQUE, Lindolfo Galvão de; LEITE, Nildes Pitombo (Org.). Gestão de pessoas: perspectivas estratégicas. São Paulo: Atlas, 2009. cap. 9, p. 113121. LUCENA, Maria Diva da Salete. Planejamento de recursos humanos. São Paulo: Atlas, 2007. ORLICKAS, Elizenda. Consultoria interna de recursos humanos: pesquisa e benchmarking em empresas de ponta. São Paulo: Futura, 2001. SILVA, Mário Celso Marcondes e. Competência e resultados em planejamento estratégico de recursos humanos: um fator diferencial da empresa moderna. 2. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. Mini Currículo Analista de RH – Líder da Seção de Rotinas Trabalhistas da FUVS. Graduado em Ciências Contábeis pela UNIVÁS – 2008. Pós-graduado em Gestão de Pessoas pela FAI – 2011. Pós-graduando em Psicologia Organizacional pela UNIFENAS – 2012 220 Programa Jovem Aprendiz: Transformando a obrigatoriedade em oportunidade Rejane Aguiar Objetivo do Projeto O Programa Pássaros do Futuro foi motivado visando o cumprimento da lei no10. 097/00, regulamentada pelo Governo Federal,a qual estabelece uma cota obrigatória de participação das empresas no processo de profissionalização de adolescentes. O objetivo deste programa além do cumprimento da lei é a contratação de potenciais para investir no preenchimento de vagas futuras, com pessoal já treinado, apresentando - se no mercado como uma empresa proativa e comprometida com a sociedade. Justificativa Com a escassez de mão de obra qualificada no mercado de trabalho, cada vez mais as empresas brasileiras se deparam com a defasagem de profissionais qualificados no mercado de trabalho. O programa pretende formar jovens dentro dos valores do Grupo Pássaro Verde, possibilitan221 do sua formação técnica e comportamental, voltada para suprir as necessidades da Organização. Público Alvo Jovens matriculados regularmente no Ensino Médio da rede pública na faixa de 14 a 18 anos, que serão contratados em maio de 2012. Desenvolvimento do Projeto Levantamento das necessidades de cada departamento para alocação dos jovens e direcionamento de como será o treinamento dos jovens durante a permanência do mesmo no setor. Recrutamento A seleção é feita de acordo com o perfil previamente definido: jovens na faixa etária entre 14 a 18 anos, cursando o Ensino Médio, que tenham interesse nas áreas de atuação oferecidas pela empresa e que demonstrem as competências comportamentais como: boa comunicação, facilidade de relacionamento interpessoal, proatividade, organização e planejamento. 1a Etapa - Inscrição dos jovens para o processo seletivo do programa. A seleção é feita por meio de uma avaliação que contém: ficha de inscrição, dinâmicas, testes e entrevistas. 2a Etapa - Integração dos Jovens à cultura organizacional, a partir de palestras, dinâmicas, apresentação do organograma da empresa e dos gestores de cada área. 222 3a Etapa - Os jovens são encaminhados para os setores, nos quais permanecem por dois anos, fazendo um rodízio dentro da área de atuação para a qual foi encaminhada. 4a Etapa - Após o primeiro ano o jovem produz um portfólio com todos os conhecimentos que adquiriu e elaboram um projeto que apresente redução de custo para o setor especificado e no ano seguinte implementam o projeto. 5a Etapa - Ao final do contrato os jovens que apresentarem melhor perfomance e desempenho podem ser efetivados na empresa de acordo com a demanda existente. Tempo de Permanência O programa tem a duração de dois anos, de acordo com o contrato de aprendizagem feito através do ESPRO. Avaliação Ao final de cada aprendizado, os jovens são avaliados através de uma prova sobre o conteúdo transmitido durante o período estabelecido pelo RH em que são considerados o conhecimento técnico adquirido e o desempenho comportamental através de avaliações de desempenho realizadas a cada semestre. Acompanhamento Para o acompanhamento deste projeto cada gestor mensalmente reúne com os jovens que estão sob sua respon223 sabilidade, a fim de repassar conteúdos teóricos e esclarecimento de dúvidas, proporcionando uma aproximação entre o jovem e o gestor. O Setor de Gestão de Pessoas é o responsável pela a coordenação deste projeto, bem como pela capacitação de desenvolvimento interpessoal e comportamental. Para isso são realizadas reuniões trimestrais com todos os jovens envolvidos no projeto, em que os mesmos são capacitados em relação a trabalho em equipe, foco em resultados, ética pessoal e corporativa, proatividade e respeito à hierarquia. Acreditamos que, com este programa, a nossa empresa tem cumprido seu papel perante a sociedade, proporcionando aos jovens a oportunidade do primeiro emprego, fortalecendo a imagem da empresa, além de suprir a empresa com talentos formados dentro da cultura e valores da Organização. Referências bibliográficas Manual da Aprendizagem: O que é preciso saber para contratar o jovem aprendiz/ Ministério do Trabalho e emprego, Secretaria de inspeção do trabalho. - Brasília: MTE, Assessoria de Comunicação, 2008. 60p. Mini Currículo Graduada em Pedagogia pela UEMG, especialista em Gestão Estratégica de Pessoas, atua como Coordenadora do Grupo de Gestão de Pessoas do Grupo Pássaro Verde e Gerente de RH da Viação Pássaro Verde. 224 REFLEXÕES SOBRE LIDERANÇA NOS TEMPOS MODERNOS Fábio Tadeu Ferreira Quando somos crianças, sempre ouvimos alguém nos perguntar sobre o que queremos ser quando crescer. No entanto, o passar dos anos e a necessidade de estarmos sempre em busca de novas conquistas, aliado ao crescimento avassalador das exigências do mercado de trabalho, faz com que aos poucos deixemos para trás o ideal de busca de nossos sonhos e partamos para a busca de uma maneira de subsidiarmos nossas necessidades imediatas. Neste contexto convivemos diariamente com pessoas que fazem porque gostam e aquelas que fazem porque precisam. Cenários deste tipo são comumente vistos em todas as organizações e o desafio do líder moderno é fomentar a satisfação e motivação de sua equipe para que sejam alcançadas todas as metas, fazendo com que haja um equilíbrio entre os valores da organização e os valores pessoais, que cada um traz dentro de si. E a pergunta que vem à tona neste momento é a seguinte: Como fazer isto? 225 Muito se tem falado sobre liderança e a história nos trouxe diversos modelos de líderes. Tivemos líderes como Josef Stalin, Adolf Hitler, Saddam Hussein e Augusto Pinochet, que comandaram multidões e exerceram a liderança sobre milhares de pessoas, utilizando o poder que tinham em suas mãos para intimidar os seus liderados e conseguir com que fizessem tudo o que tais líderes desejavam e que era necessário para a expansão de suas conquistas. Uma liderança baseada no poder de coerção, fundada na exploração do medo. Trazendo o passado para o universo das organizações, detectamos este tipo de liderança no líder que ameaça punir o subordinado que não cooperar com suas decisões ou que adotar uma postura de confronto ou indolência. As sanções podem ser desde a delegação de tarefas indesejáveis, passando pela supressão de privilégios, até a obstrução do desenvolvimento do profissional dentro da organização, como bem explica o professor Tom Coelho em um de seus artigos. Segundo o autor, “a coerção pode ser exercida por meio de ameaças verbais ou não verbais, mas devido ao risco de as atitudes do líder serem qualificadas como assédio moral, o mais comum é retaliar o empregado, afastando-o de reuniões e eventos importantes, avaliando seu desempenho desfavoravelmente ou simplesmente demitindo-o.” Numa outra vertente, temos líderes como o Papa João Paulo II e Nelson Mandela, que alcançaram muitos de seus objetivos e conquistaram a confiança de seu legado com o carisma que possuíam. O carisma baseia-se na exploração da admiração. O líder adota um estilo envolvente, enérgico e positivo e alcança a obediência porque seus liderados simplesmente gostariam de ser como ele. As pessoas imitam-no, copiam-no, admiram-no com a finalidade de identificação. Mandela costumava dizer: “Líder é como o pastor de ovelhas, que seguindo não à frente, mas 226 atrás e com a ajuda do cão, conduz o rebanho fazendo-o acreditar que é ele que decide o caminho a seguir”. A Copa do Mundo de 2010 trouxe mais um paradoxo sobre liderança. Frustrados com a derrota para a seleção da Holanda, o que mais nos surpreendeu foi a incapacidade de reação do grupo brasileiro e o desequilíbrio emocional de grande parte dos jogadores. Por outro lado, acompanhamos também a eliminação da seleção da Argentina, que foi simplesmente atropelada pela Alemanha. No final das duas partidas vimos duas cenas bastante distintas: o técnico Dunga virando as costas para o campo e descendo para os vestiários sem dar uma palavra sequer com seus jogadores e o técnico Maradona fazendo questão de abraçar cada jogador, dando-lhes um beijo no rosto, agradecendo e consolando cada um. De um lado temos um treinador que do lado de fora do campo dá bronca, xinga, grita, briga e não aceita qualquer erro da equipe. No intervalo, descontrolado, aponta tudo o que foi feito de errado e exige que haja melhora no seu desempenho, porque se não o fizer, a bronca vai ser ainda maior. De outro lado temos um treinador que mesmo diante de alguns erros do time, o incentiva o tempo todo, sinaliza que acredita nele, grita palavras de apoio e no intervalo enfatiza o que a equipe está fazendo bem, ajudando a enxergar o que pode ser melhorado e deixando claro o quanto acredita em seu potencial, e que independente do resultado, sempre terá o seu apoio. O autor Marco Fabossi usa este exemplo para demonstrar a diferença entre poder e autoridade em um dos artigos de sua autoria publicados em seu blog. Segundo ele, “o poder pode ser comprado, vendido, negociado, subornado, dado e retirado. Preferências pessoais, amizades, laços familiares e interesses escusos podem colocar uma pessoa 227 em posição de poder, mas não podem dar-lhe autoridade. Poder é o que você faz, autoridade é o que você é.” O poder com o tempo compromete os relacionamentos e este tipo de comportamento teve sua importância ao longo da história, mas seu tempo já passou. É por isso que o estilo “Dunga” de comandar não funciona e não funcionou. Os estudos mais modernos sobre liderança revelam que o líder que as organizações buscam no mercado é o líder servidor, aquele que alcança o comprometimento de sua equipe e trabalha com pessoas motivadas o tempo todo por sentirem-se parte dos objetivos da empresa e entenderem a sua real importância no crescimento organizacional. Por isto se diz muito que “se você não é um líder servidor, você não serve para ser líder”. A razão de existir das pessoas é a busca de seus ideais, o encontro com aquele momento em que se sonhou na infância e que se quer concretizar na juventude. Por isso devemos fazer valer a pena cada instante em nosso trabalho e cada instante em nossas vidas, acordando todos os dias e relembrando aquela velha pergunta que as pessoas nos faziam quando pequenos: “- O que você vai ser quando crescer?” É esta busca incansável pela conquista de nossos sonhos, por mais distante que ele possa nos parecer é que nos torna pessoas melhores a cada dia e faz com que tenhamos entusiasmo suficiente para motivar nossas equipes e enfrentar todos os problemas que encontramos em nossa missão de sermos bons líderes. Não devemos ter medo de errar, pois é o erro que nos move à perfeição. Bill Gates costuma dizer que “Toda empresa precisa ter gente que erra, que não tem medo de errar e que aprende com o erro.” Temos que ter como meta a excelência e a perfeição, mas não podemos nos amedron228 tar diante dos erros e devemos ter sempre a dignidade de admiti-los e aceitar quando alguém nos diz que erramos. Ninguém cresce sozinho e nunca se sabe suficientemente o necessário para ser perfeito, por isso deve ser quebrado o paradigma de que o líder tem todas as respostas para os problemas, mesmo porque o líder do passado precisava ser uma pessoa que sabia dizer, mas o líder do futuro precisa ser uma pessoa que sabe perguntar. O comprometimento, o orgulho de pertencer e acima de tudo a confiança em si mesmo e naquilo que se faz, sem se esquecer da importância de cada membro da equipe, são elementos indispensáveis na liderança e a busca dos nossos sonhos e ideais é que nos move à magnitude e ao sucesso naquilo que somos e que fazemos. Por isso pergunte sempre: “- O que eu vou ser quando crescer ?” Referências Bibliográficas COELHO, Tom. Artigo: Liderança e Poder. Disponível em: <http://www.tomcoelho.com/>. Acesso em: 01 ago. 2012 FABOSSI, Marco. Artigo: Dunga x Maradona: Poder x Autoridade (Liderança). Postado em 05.07.2010. Disponível em: <http://www. blogdofabossi.com.br/>. Acesso em: 01 ago. 2012 MINI currículo Coordenador de RH da empresa WiseCase Indústria e Comércio Eletrônico Ltda. Graduado em Direito pela faculdade de Direito do Sul de Minas. Pós-Graduado em Direito Social com ênfase em Direito do Trabalho, pela Universidade Newton Paiva. Experiência como advogado trabalhista há mais de 05 anos, atuando em defesa de empresas 229 de diversos segmentos e portes. Experiência de mais de 12 anos na execução de todas as atividades relacionadas ao departamento pessoal. Membro do Clube Café com RH de Pouso Alegre-MG e participante convidado do Clube de RH de Extrema-MG. 230 RH - Em busca de Respostas Humanas Cláudia Maria Cardoso RH - um termo tão pequeno, tão utilizado e com grandes significados. Mas, como relacionar estas duas letras com o avanço do mundo corporativo e com a evolução estratégica da área de recursos humanos? Ao pesquisar a origem do termo RH, descobre-se que o termo surgiu para tratar da relação “empregado e empregador”. No início, era denominada Relações Industriais, justamente, pois foi nas indústrias onde tudo começou. A preocupação estava no custo da organização e o empregado era mera força de produção, complemento da máquina. O trabalhador não podia pensar, sequer falar. O filme “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin ilustra bem esse contexto. O homem como uma verdadeira parte da máquina e do processo produtivo. Por isso, o termo Recursos Humanos surge com esse caráter. Suprir as indústrias de mão de obra. Mas, o homem não é uma máquina, pelo contrário, é o criador delas. É o único ser capaz de interagir com o ambiente e transformá-lo. 231 Com o avançar da história, outros fatores começaram a fazer parte da definição do termo RH. Novas relações começaram a existir na sociedade e nas corporações; os trabalhadores passaram a falar e a questionar suas posições dentro das empresas. As relações trabalhistas passaram a demandar mudanças. A legislação surgiu para dar direitos aos empregados e para determinar as regras nas organizações. Neste período, o RH era entendido como Departamento de Pessoal, Administração de Pessoal, posteriormente Administração de Recursos Humanos. Mas, isto ainda não era suficiente, pois, o homem é um ser completo, dotado de sentidos, inteligência, competências, sentimentos e ideias fantásticas. Para dar conta dessa complexidade e desses novos papéis, uma mudança significativa começa a acontecer. O termo RH começa a ganhar novo significado - Gestão de Pessoas. “...Com a globalização dos negócios, o desenvolvimento tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso movimento pela qualidade e produtividade, surge uma eloquente constatação na maioria das organizações: o grande diferencial, a principal vantagem competitiva das empresas, decorre das pessoas que nelas trabalham... A Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência de organizações bem-sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da informação.” (CHIAVENATO, 1999). E é neste contexto que se coloca em discussão o que tem provocado esta mudança tão radical. O que vem determinar um novo significado para o termo RH? Novos desafios para os profissionais de RH... 232 Trazemos a reflexão para a mudança cultural dos conceitos. As atividades do RH eram ligadas a processos administrativos estudados cientificamente para obter o melhor resultado do recurso aplicado, o Recurso Humano – força produtiva. Passamos a ver o humano nas organizações e um novo conceito surgiu, o Capital Humano. As áreas de RH passaram a pensar ações voltadas para o despertar das capacidades intelectual e humana, voltadas para o crescimento da empresa e do próprio indivíduo. Mesmo assim, o termo capital acaba nos reportando à cultura da produção, algo muito ligado à economia e a processos. Precisamos ainda, ampliar o nosso olhar e nossas ações no pensar e agir humano dentro das organizações. Dar espaço para o ser humano em sua plenitude, dotado de comportamentos aplicados conforme motivações internas e estímulos externos que geram resultados fantásticos. Diante disto, a área de RH passa a ter um papel inovador e, constantemente, desafiador: desenvolver e promover ações capazes de provocar as melhores perguntas com o objetivo de alcançar as melhores respostas humanas, que são o comportamento humano. Não podemos pensar em processos, sem pensarmos nos comportamentos gerados por eles. O humano é que faz a organização acontecer para o sucesso ou insucesso. Assim sendo, o esforço dos profissionais de RH é fazer isto acontecer. A cada dia que passa, o RH está agregando novos valores e novas responsabilidades, pois, a mudança comportamental acontece a todo o momento, pois seu fator motivador é o ser humano. O que era apenas marcado pelas relações trabalhistas, hoje passa a ser o fator mais estratégico da empresa. Não basta pagar corretamente, nem 233 basta apenas cumprir as obrigações legais. É necessário pensar, pensar e pensar as melhores estratégias de perguntas para trazer as melhores Respostas Humanas. Pensar e agir. Pensar e transformar. Este é o novo significado proposto ao RH. Por que não tratarmos o termo RH como Respostas Humanas, comportamento manifesto nas empresas? Pensem nisso. Eis uma proposta e um desafio para os profissionais de RH. Referências bibliográficas CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. MINI CURRÍCULO Psicóloga Organizacional pela PUC MINAS, pós-graduada em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pela UNI BH, MBA em Gestão Empresarial pela FGV. É Coaching pela Sociedade Latino Americana de Coaching. Possui vasta experiência na área de Gestão de Pessoas em diversos segmentos públicos e privados. Atualmente é Gerente de Recursos Humanos da Saquetto Industrial e Professora do IBHES/FACEMG. 234 ROMPENDO FRONTEIRAS ATRAVÉS DA DESCOBERTA DO PRAZER DE APRENDER Solange Cecília Franco Monteiro A educação, o desenvolvimento pessoal e profissional, os baixos níveis de escolaridade, as poucas oportunidades de emprego em função de uma grande exigência de conhecimento, as inúmeras possibilidades de evolução técnica, cultural e comportamental são temas, exaustivamente, colocados em debate, em exposição implacáveis em qualquer cultura, em qualquer experiência humana. No entanto, precisamos nos perguntar o que estamos fazendo, individual e coletivamente, para dar a nossa contribuição, enquanto seres humanos e corporativos, para facilitar estes acessos? Esta é uma das inquietações que o RH vem experimentando já há algum tempo. Como conseguir um time de pessoas mais preparadas, mais produtivas, mais felizes, com melhor discernimento para os processos de melhoria na busca de resultados mais sustentáveis? Estimular a evolução de nossos colaboradores no que se 235 refere à educação, à cultura e ao desenvolvimento profissional é um grande desafio. Por isso, além de incentivar a leitura de livros, reportagens, participação em cursos, seminários, acesso à videoteca, é necessário partir para um degrau mais alto: a continuidade dos estudos, o alcance a um curso superior, a uma pós-graduação e a tudo aquilo que o mundo corporativo vem cobrando, cada vez mais: às competências e habilidades individuais. Acreditar em si mesmo, encontrar e potencializar aquilo que se tem de melhor é fator preponderante para atingir um estilo de vida mais saudável, mais produtivo e mais compensador. E isso é exercício diário, é encontro olho no olho, é tomada de consciência da responsabilidade que se tem com quem trilha uma jornada ao seu lado. É preciso, diariamente, plantar uma semente de inquietude, de busca e de ações práticas para o autodesenvolvimento. Isso traz o movimento da transformação, da sedução ao desafio do aprendizado, da amplitude de ideias e de uma visão sistêmica. Romper fronteiras, inspirar as pessoas a vislumbrar oportunidades, criar uma nova conexão com o trabalho, cujo significado tenha a capacidade de dar prazer e alegria ao realizá-lo, dará aos gestores de pessoas o poder da influência positiva para a obtenção de resultados satisfatórios. O RH vem recebendo contribuições significativas de novas atuações no sentido de obter o melhor de cada profissional, não o desvinculando do ser pessoa. A Psicologia Positiva nos alerta para o enfoque aos pontos fortes, nas habilidades já desenvolvidas e não nas fraquezas. Identificar pontos de aperfeiçoamento facilita a compreensão da necessidade de melhoria e não contribui para a baixa da autoestima. Estar feliz e integrado facilita o aprendiza236 do, a objetividade e a aplicação do conhecimento de forma integral e adequada. Ajudar os profissionais a canalizar seus pontos fortes para a obtenção dos resultados esperados e para o sucesso de seu desempenho é algo prazeroso e motivador. Crescer de forma consistente chega a ser um estado de espírito que retroalimenta o potencial cognitivo e a sustentabilidade no processo educativo de participar e de brilhar. Parcerias eficazes voltadas para a educação trazem benefícios tanto para a empresa, que incorpora novas ideias, quanto para os estudantes que já vem sentindo as exigências do mercado e buscando desenvolver seus talentos, além de criar uma visão estratégica do conhecimento e um novo impulso diante da mudança. Acreditamos que de nada adianta a iniciativa e o esforço das empresas se não houver o empenho e o desejo de cada colaborador em atingir um nível, cada vez maior e melhor, de preparo e capacidade para acompanhar a evolução tecnológica, a evolução técnica, a evolução comportamental e profissional que o mercado de trabalho tem exigido. Este é um caminho sem volta e, sem dúvida nenhuma, o melhor que se tem a fazer é compreender que o indivíduo é o maior beneficiado nessa escolha e, tornar o conhecimento um grande aliado traz a sabedoria de se perceber como uma pessoa pode ser mais feliz e mais produtiva. 237 mini currículo Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia (1982). Analista de RH no Grupo Empresarial Saritur (transporte coletivo urbano e rodoviário e fretamento), com vivência na área de treinamento e desenvolvimento de pessoas e experiência com atividades de acompanhamento aos processos de gestão de pessoas, atendimentos orientativos individuais, pesquisa de clima e programas motivacionais. 238 SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA COMO ELEMENTOS OBRIGATÓRIOS NA EMPRESA Luciana Mara Souza da Silva Todos já ouvimos falar que “funcionário feliz trabalha melhor”. Mas, afinal, o que significa estar feliz? A felicidade é algo que depende da percepção de cada um, porém, a empresa pode contribuir para que essa percepção seja positiva. Mas como? Seja através de uma política salarial competitiva, seja através de benefícios atraentes, condições seguras para o desenvolvimento do trabalho e programas de saúde e de qualidade de vida, não só para os funcionários, mas extensivo às suas famílias. Ora, como alguém pode trabalhar tranquilo se seu filho está seguindo um caminho duvidoso que pode levá-lo ao consumo de drogas? Como ser produtivo no trabalho se seu pensamento está em casa, no seu ente querido, que apresenta quadro de depressão e não tem a quem recorrer? É preciso atentar que, o que acontece em nossa linha de produção, ou em nosso ponto de venda, é influenciado pelo que acontece fora dos muros de nossa empresa. Nós, empresa, temos o poder de amenizar essas preocupações, 239 essas dores, em nossos funcionários. A seguir, será feita uma breve explanação sobre um modelo bem-sucedido de programa de saúde e de qualidade de vida. Muitas empresas nacionais e multinacionais já desenvolvem programas de saúde e de qualidade de vida e estão colhendo seus frutos produtivos. Um exemplo é uma empresa norte-americana, presente em vários países, que desenvolveu um programa global para melhorar a qualidade de vida de seus funcionários e de seus familiares. Os objetivos do programa são: ser uma iniciativa sustentável para melhorar a saúde dos funcionários e de seus familiares a longo prazo; envolver todas as lideranças no programa, de forma a aproximar equipes; educar pessoas nos recursos disponíveis para melhorar sua saúde; agregar valor ao negócio e trazer benefícios para todos. Esse programa está focado em 8 elementos: liderança; educação e prevenção de doenças; nutrição saudável; erradicação de tabagismo; atividade física; controle do stress; medicina e segurança e controle de absenteísmo. Separar o programa em elementos permite trabalhar as questões mais importantes em cada um deles, focando naquilo que é realmente relevante, como: • engajar todos os funcionários dentro da empresa, do operário de chão de fábrica ao presidente; • oferecer programas de combate ao uso de drogas e ao alcoolismo, campanhas de vacinação e de prevenção de doenças; • orientar as pessoas sobre a melhor forma de escolher um alimento mais saudável, que traga mais benefícios à saúde; • investir no auxílio aos viciados em tabagis240 • • • • mo para que revertam essa situação, seja com atendimento médico, seja com fornecimento de medicação; proporcionar ginástica laboral, atividades pedonais e subsídios em academias de ginástica, além de patrocinar grupos de corrida; dar auxílio psicológico, psiquiátrico e disponibilizar atividades relaxantes a todos que estão com um nível de stress acima do normal; ter um SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) ativo, preparado para antecipar qualquer eventualidade no trabalho; contar com um mecanismo de medição e controle de absenteísmo que sirva de mensuração da eficácia destes elementos. Todo o processo deve ter início com a análise do absenteísmo, pois ele nos diz muito, não só a respeito da empresa e de seu clima organizacional, como também sobre o que ela oferece aos seus funcionários. Enfim, os resultados desta empresa mostram que este não é um investimento feito em vão. Pode-se perceber o engajamento dos funcionários nos temas que são totalmente voltados ao seu cotidiano; a satisfação em fazer parte da empresa e o orgulho de poder trazer a família para dentro dela; a mudança no estilo de vida sedentário e, talvez o resultado que resuma todos os outros: a manutenção de um baixo nível de absenteísmo pois, o funcionário passa por uma transformação em sua vida pessoal, e isso reflete na sua produtividade. 241 MINI CURRÍCULO Administradora formada pela UNA, com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Gestão Estratégica de Marketing pela UFMG, possui 8 anos de experiência nos processos de Gestão de Pessoas. Foi coordenadora, por dois anos, do Grupo de Estudos de Remuneração e Administração de Recursos Humanos – GERARH – que conta com a participação de mais de 20 empresas de diversos setores, da região metropolitana de Belo Horizonte. Atualmente, é Analista de Recursos Humanos na General Electric – GE. 242 Segurança do Trabalho X Departamento de Pessoal Joyce S. Leles Tornaram-se comuns debates sobre a falta de segurança do trabalho dentro das Organizações. O fato é que as organizações não possuem o devido conhecimento da real importância de se praticar segurança, nem mesmo dos benefícios gerados por este hábito responsável, mistificando uma sensação de custos desnecessários, não dando a segurança do trabalho o valor merecido. Dados alarmantes vêm evidenciando um crescimento das taxas de frequência e de gravidade dos acidentes em diversos seguimentos, influenciando diretamente os custos das instituições e despertando nos empresários o interesse pelo assunto, mas ainda sem o devido conhecimento das bases necessárias para uma mudança estatística eficiente. PREVENÇÃO, QUALIFICAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO são palavras chaves para obter resultados positivos e eficientes para a segurança do trabalho, sendo a mudança 243 de cultura da organização o principal objetivo a ser trabalhado. Paralelo a este trabalho intenso de aculturamento das partes através de seleções de aptidões, habilitações para funções, mudança de comportamento e prioridades, fóruns específicos de debates referentes ao assunto, divulgação dos resultados e bastante comunicação interna, os investimentos na segurança do trabalho devem ser realizados conforme as determinações legais, na seguinte ordem: Proteção Coletiva, Medidas administrativas e Proteções individuais. As questões voltadas à segurança do trabalho vêm evoluindo e o Departamento de Pessoal tem sido fundamental na formação do conceito e no auxilio da estruturação dessa base preventiva. MINI CURRÍCULO Joyce Silveira Leles, 30 anos gerente de departamento pessoal da Empresa NSA LOCAÇÂO E SERVIÇOS LTDA, estudante de Gestão de Recursos Humanos, curso técnico em contabilidade e departamento pessoal, com ampla experiência em dep. pessoal e recursos humanos. 244 Subjetividade no trabalho e construção das práticas de gestão: da pessoa ao sujeito trabalhador Luna Metz Até meados do século XX, ainda sob influência da revolução industrial, a relação entre homem e empresa se resumia em produção e recompensa: o empregador se ocupava em mensurar a capacidade de produção de seus funcionários, enquanto o empregado se preocupava em desenvolver sua função, muitas vezes alienante e repetitiva, a fim de garantir o salário do mês. Nesta relação, preocupações atuais como motivação, desempenho e retenção de talentos, não existiam e a área de Recursos Humanos se resumia às funções burocráticas do Departamento Pessoal. Hoje, com o mercado cada vez mais competitivo e sedento por inovações, criou-se a necessidade de investir no capital humano empresarial, pois é nele que se encontra o conhecimento tácito e explícito que compõe o verdadeiro valor organizacional, além do poder criativo e de realiza245 ção das empresas. Desta forma, a área de RH, com todos os seus subsistemas, vivencia um processo de valorização e expansão, galgando uma posição entre os setores mais estratégicos das organizações. Mas, como pensar em Gestão de Pessoas, sem fazer relação com a Psicologia? Esta ciência, que tem a psiquê como objeto de estudo principal, por mais que essa seja uma profissão recente no Brasil, reconhecida há apenas 50 anos, pode trazer contribuições ricas e assertivas sobre a relação empresa x trabalhador, contribuindo para a formatação de práticas de gestão de pessoas que possam realmente promover a diferenciação de determinada organização dentro do “oceano vermelho” que o mercado vivencia. Segundo Lima (2009), os aspectos básicos do gerenciamento formam um sistema que fica no cruzamento entre o econômico, o político, o ideológico e o psicológico, e assim se insere às práticas de gestão, a importância da visão da Psicologia sobre o sujeito assalariado. Se antes as empresas implantavam as políticas de remuneração visando à alienação, manipulação e dominação dos trabalhadores, hoje precisam se desdobrar e desenvolver projetos sólidos capazes de atrair, motivar, capacitar, desenvolver e reter seus talentos, a fim de assegurar que o fluxo de conhecimento empresarial seja mantido na organização, gerando produção e inovação. Neste contexto, o RH é demandado a todo o momento para que seja capaz de olhar de forma crítica e analítica para as organizações, promovendo ações que coloquem em evidência o sujeito trabalhador, mais do que a pessoa trabalhadora. Quando falamos em pessoa trabalhadora, podemos pensar no modelo antigo de funcionário, que trabalhava apenas para seu sustento, sem implicar moti246 vação ou satisfação pessoal através do trabalho. Por outro lado, ao falarmos de sujeito trabalhador, podemos incluir na imagem do funcionário, além da necessidade financeira de se sustentar, a capacidade de se envolver emocionalmente e psiquicamente com seu trabalho, de produzir um significado a partir de sua atuação, de se motivar, buscar desenvolvimento, prazer e satisfação. Quando se diz sujeito, inserimos a ideia de subjetividade e singularidade que nem sempre é considerada ao se formatar uma política de gestão de pessoas. Segundo Guatarri (1992), a subjetividade é formada através de três categorias, que envolvem influências de instituições como família, religião, mídia, e promovem a diferenciação dos indivíduos. Desta forma, é importante que o RH seja capaz de trabalhar com estas variáveis, pensando não só no todo, como também nas partes, formatando uma política de gestão de pessoas que seja eficaz perante tal diferenciação subjetiva e que não iguale todos os seus funcionários em um modelo único de tratativa. Neste ponto, podemos ressaltar, por exemplo, a importância de alinhar o conjunto de crenças e valores dos profissionais que se propõem a trabalhar em determinada empresa, com a cultura organizacional desta. Se este esquema de interface entre empresa e sujeito trabalhador funcionar de maneira eficaz, a probabilidade de vivenciarmos problemas de choque entre singularidade do sujeito e identidade da organização certamente se tornará menor. Outro ponto que merece um destaque para que possamos pensar em subjetividade no trabalho, é fazer com que as áreas estratégicas das empresas sejam capazes de realizar um paralelo comparativo entre trabalho previsto e traba247 lho real. Não é raro encontrarmos gestores que buscam candidatos para as posições abertas em suas equipes que apresentem competências que, na prática, não serão utilizadas ou poderão, inclusive, ser barradas de maneira incisiva pela liderança. Tal distanciamento entre previsto e real muitas vezes é identificado pelas áreas de gestão de pessoas como o principal gerador de ansiedade e adoecimento no trabalho. Barros (2009, p. 144, 145) reforça o tema dizendo: O que queremos ressaltar é a necessidade de se conhecer o trabalho concreto para se compreender fenômenos subjetivos. Essa inversão é de peso: para compreender a subjetividade é preciso, antes, compreender a objetividade presente no trabalho, na vida real. (..) a análise do trabalho real permite revelar as situações e as condições com as quais os trabalhadores são confrontados e, em certas ocasiões, até impedidos de realizar as tarefas que lhe são delegadas. A partir desta tendência de valorização do trabalhador, o tema da gestão de pessoas torna-se cada vez mais falado e discutido no cenário organizacional contemporâneo, não só entre os profissionais da área de RH, como também por aqueles aos quais interessam manter motivadas suas equipes. Discute-se, por exemplo, políticas de reconhecimento, práticas motivacionais, remunerações e benefícios diferenciados, planos de carreira nas organizações, e outras várias ferramentas que têm como foco a atração e retenção de talentos, assim como motivação dos sujeitos trabalhadores. Convido, assim, os profissionais da área de Recursos Humanos a pensarem nestas considerações feitas, para que possamos promover uma reflexão crítica sobre tais práticas utilizadas e sobre o verdadeiro efeito que essas provocam sobre os trabalhadores. 248 Deve-se ter em vista que o objetivo de todo profissional da área de RH é servir de agente de mudanças no ambiente, independente do segmento empresarial em que for atuar. Assim, este estudo visa promover reflexões sobre as práticas atuais de RH e pretende abrir espaço para discussões sobre possíveis caminhos que ainda podem ser trilhados na busca por inovação no âmbito da Gestão de Pessoas, preconizando uma visão mais ampla e psicológica do trabalhador enquanto sujeito desejante e singular dentro das organizações. Referências Bibliográficas BARROS, Vanessa Andrade. O trabalho na contemporaneidade: delimitações em um mundo de exclusão. In: NETO, Fuad Kyrillos; OLIVEIRA, Rodrigo Torres; SILVA, Rogério de Oliveira. Subjetividade (s) e sociedade: contribuições da Psicologia. 1. ed. Belo Horizonte: Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais, 2009. 176p. GUATTARI, Félix. Caosmose: um novo paradigma estético. 34. ed. São Paulo: Editora 34, 1992. 208p. LIMA, Maria Elizabeth Antunes. A gestão da subjetividade no contexto das inovações tecnológicas. In: NETO, Fuad Kyrillos; OLIVEIRA, Rodrigo Torres; SILVA, Rogério de Oliveira. Subjetividade (s) e sociedade: contribuições da Psicologia. 1. ed. Belo Horizonte: Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais, 2009. 176p. Mini Currículo Psicóloga, formada pela PUC-MG no ano de 2010. Pós-graduanda em Consultoria Organizacional pelo Centro Universitário UNA. Atua na área de Recursos Humanos desde 2008, com foco na condução de processos de Recrutamento & Seleção para grandes empresas. 249 SUBJETIVIDADES NA GESTÃO DE PESSOAS Denise Figueiró Mendes A gestão de pessoas tem-se apoiado em técnicas, instrumentos e modelos, integrando, ao longo das décadas, variáveis como estratégia e ambiente. As relações de trabalho têm, cada vez mais, envolvido vários fatores externos e internos às organizações, tais como: política economia, política social, sindicatos, mercado de trabalho, organização do processo de trabalho, políticas de Recursos Humanos e práticas de gestão de pessoas, dentre outras. As transformações ocorridas na função de recursos humanos ao longo dos tempos convidam os gestores a combinarem exterioridade e objetividade com as sutilezas e sensibilidades subjetivas, para serem capazes de lidar com os aspectos relacionais e intrínsecos à natureza humana no âmbito do trabalho e da atividade organizacional. A administração de recursos humanos fundou-se nas tradições da psicologia industrial, das teorias organizacionais, da abordagem sociotécnica e nutriu-se dos modelos teóricos do behaviorismo organizacional e da psicologia 250 comportamentalista de forma a administrar o capital humano nas empresas, visando à maximização dos benefícios econômicos que vinham do alinhamento do potencial dos empregados e dos objetivos empresariais. O período entre 1960 e 1970 foi marcado pelo desenvolvimento de técnicas como a descrição e análise de cargos, enriquecimento das tarefas e a gestão participativa por objetivos; mas, é a partir da década de 70, que a ARH deixa de considerar pessoas como fatores de custo, para considerá-las como recursos à disposição das empresas. Dentre as transformações que a ARH tem passado durante as últimas décadas, destacam-se três abordagens dominantes: 1. Funcionalista: sintetiza todo o desenvolvimento teórico construído em torno de técnicas, procedimentos e ferramentas, adotando um tipo de intervenção baseada nas tarefas funcionais de seleção, treinamento, remuneração e avaliação; e nos objetivos de análise do ambiente, planejamento das necessidades dos recursos humanos, avaliação do comportamento, melhoria nas condições de trabalho e estabelecimento e manutenção de relações de trabalho. O ponto máximo dessa abordagem é a expectativa de fornecer funcionários estáveis, satisfeitos, motivados e produtivos. Brabet (1993 apud Davel e Vergara, 2001), ressalta que esse tipo de abordagem funda-se no postulado de que existe uma convergência dos interesses e das finalidades das pessoas, das organizações e das sociedades. 251 2. Estratégica: alinhamento das funções tradicionais aos objetivos estratégicos da empresa diante das imposições do mercado, com a finalidade de favorecer a flexibilidade e a adaptabilidade das pessoas às mudanças organizacionais e ambientais. Traços característicos dessa abordagem são: a integração das políticas de pessoal com o planejamento estratégico da empresa. A responsabilidade deixa de ser dos gerentes de pessoal e passa a ser dos gerentes de linha. O foco de atuação relacional muda de um âmbito coletivista para outro individualista; e o comprometimento e o exercício da iniciativa são contextualizados num ambiente em que chefes e supervisores desempenham o papel de facilitadores. 3. Política: essa abordagem tende a considerar as diversas formas pelas quais táticas e políticas de influência afetam os processos de seleção, os de avaliação de performance e o sucesso da carreira profissional. Na década de 90, questões e críticas a ARH foram levantadas. Dentre elas, a de que as pessoas eram vistas como custos e o tratamento a elas como recursos. As críticas ainda referiam-se à incerteza, à ambiguidade, à variação e às contradições inerentes às funções atuais da gestão de pessoas. As contradições são identificadas nas práticas cotidianas que demandam das pessoas, atitudes individualistas, empregabilidade, flexibilidade, adaptabilidade, confrontando com atitudes coletivas para trabalho em equipe, comprometimento, adesão a uma cultura forte e de qualidade. 252 Thévenet (1999 apud Davel e Vergara, 2001), identifica sete mudanças consideráveis na natureza do trabalho, que afetam a gestão de pessoas: as interações entre trabalho e tecnologia, as mudanças na definição de cargos, a integração de novas categorias de trabalhadores, a importância da aprendizagem contínua, o controle do trabalho pelos consumidores, a transformação nas funções de liderança e supervisão e a passagem de uma abordagem individual para uma abordagem coletiva de trabalho em equipe. A dimensão subjetiva torna-se fundamental num panorama de mudanças radicais e adaptações drásticas, exigindo de gestores reflexão, bom-senso, sensibilidade e consciência para lidar com seres humanos e as sutilezas de suas relações num ambiente socioeconômico cada vez mais permeado pela complexidade, pela fragilidade, pela efemeridade e por contradições. Mendes (2009, p.2) cita que “as organizações existem para cumprir objetivos que os indivíduos, isoladamente, não podem alcançar, em face das suas limitações individuais. Elas são formadas por pessoas, para sobreporem suas limitações individuais”. Assim uma das principais funções de ARH é manter e criar um ambiente em que as pessoas possam realizar aquilo que se propõem a fazer dentro de uma organização, considerando a dimensão subjetiva como forma de alavancar processos organizacionais e alcançar a competitividade e o diferencial das organizações. Para Davel e Vergara (2001), não basta somente o estudo e pesquisas relacionadas às mudanças organizacionais e de mercado. Para eles, a ARH e a gestão de pessoas vão mais além do que rever as condições e as estratégias de trabalho; é rever a questão da subjetividade que, da mesma forma que novos conceitos e estruturas organizacionais 253 têm sido importantes, também a questão da subjetividade organizacional merece atenção. As organizações só terão sucesso pleno, quando alcançarem a capacidade de lidar com a subjetividade das pessoas. Os responsáveis pela gestão de pessoas devem perseguir objetivos que criem vantagens competitivas para a organização por meio das pessoas e, igualmente, vantagens para as pessoas. Referências Bibliográficas DAVEL, Eduardo; VERGARA, Sylvia C. Gestão com pessoas e subjetividade. São Paulo: Atlas, 2001. Cap.1, pp 31-56. MENDES. Denise Figueiró. Gestão de Pessoas. Faculdade Pedro Leopoldo. Fundação Cultural Dr. Pedro Leopoldo. Apostila desenvolvida para o curso de MBA Gestão de Controladoria. 2o semestre de 2009. 66p. Mini Currículo Mestre em Administração, pela Fundação Cultural Dr. Pedro Leopoldo, Especialista em Administração Hospitalar e Graduada em Administração de Empresas. Professora da FACE/FUMEC e Consultora com experiência na área de Administração, com ênfase em gestão de setores específicos, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão organizacional, gestão de pessoas, aprendizagem e gestão do conhecimento e gestão de processos. Avaliadora do INEP/MEC. 254 Sustentabilidade: Ser ou não ser? Iramaia Máximo Hoje, uma das atuais preocupações, tanto no âmbito governamental, organizacional e até mesmo populacional, refere-se à sustentabilidade. Mas como se define sustentabilidade? Segundo descrito no Relatório de Brundtland (1987), o uso sustentável dos recursos naturais deve “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas”. O conceito de sustentabilidade também está intimamente relacionado com o da responsabilidade social das organizações, agregando a estas vantagens competitivas que as diferenciam no mercado em que atuam. Então, o que é ser um RH sustentável? É desenvolver as carreiras de forma a satisfazer as necessidades dos presentes, no entanto, sem comprometer as gerações futuras, ou seja, trabalhar com um modelo de gestão de pessoas socialmente justo, aceito pela cultura local e que 255 estimule atitudes ecologicamente corretas, sem perder o foco de se mostrar economicamente viável. Cabe ao gestor de RH iniciar seu modelo de gestão pelas pequenas ações, afinal muitos são os tabus que cercam a mesa da Diretoria, quando se fala em RH Sustentável. Investir em processos de recrutamento e seleção eficientes que busquem a maior qualidade possível através de um planejamento preciso e detalhista, além de eficazes, que tragam o melhor resultado em curto espaço de tempo, porém que sejam duradouros, pode ser o ponto de partida. Chega de turnover altíssimos. Este indicador pode revelar que algo não vai bem em sua organização e precisa ser revisto. Buscar pela diversidade de pessoas no ambiente de trabalho também é muito importante, seja ela por sexo, cor, idade, religião ou classe social. Assim é possível proporcionar a troca de experiências entre os colaboradores, principalmente pelo fato de se conhecer histórias de vida que fogem do padrão e que têm a capacidade de mudar os nossos pré-conceitos. Estudos já comprovaram que esta diversidade é fundamental na busca de resultados, pois estimula os desafios com as mais variadas opções de solução. Por que não aceitar também que os jovens de primeiro emprego podem trazer novo “gás” para a organização? Hoje é possível, não só cumprir uma obrigação legal, pelo cumprimento de quotas, como também avaliar o potencial destes jovens para o futuro ingresso no mercado de trabalho, ou seja, suprir as necessidades da geração futura. Falando em quotas, existe também a contratação dos PNE (Portadores de Necessidade Especiais) que contribui para 256 a diversidade de pessoas nas organizações, além de proporcionar novos aprendizados no relacionamento interpessoal, desenvolver o espírito de solidariedade, o sentimento de ajudar, de fazer mais e de se tornar útil. A busca pelo novo estimula o desejo de fazer o melhor obtendo os melhores resultados. Outra forma de ser um RH sustentável é contribuir para que os processos de demissão sejam feitos de forma humana. Algumas empresas já investem em preparar e capacitar estes profissionais para que sua reinserção no mercado seja mais fácil, através de cursos de preparação de currículo, entrevistas de seleção, etiqueta corporativa, dentre outros. Estas e outras ações transformam as organizações em empresas socialmente responsáveis, tornando-as estrategicamente competitivas, contribuindo para o alcance de seus objetivos organizacionais, além de destacar sua imagem corporativa na comunidade em que está inserida, objetivando atingir novos mercados. E então: ser ou não ser um RH Sustentável? Eis a questão. MINI CURRÍCULO Gerente de Recursos Humanos do Grupo Vila (empresas do segmento petrolífero – Posto de Combustíveis, Química e TRR), graduada em Gestão de Recursos Humanos pelo Centro Universitário UNA. Atua há mais de 18 anos na área de RH, com foco na re-estruturação e otimização dos subsistemas de DP e R&S e no desenvolvimento de processos de gestão de pessoas, qualidade de vida e clima organizacional. 257 TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO: Um processo estratégico integrado a Cultura Organizacional como ferramenta de competitividade Francisca Tatiana Lopes Nascimento Observa-se que hoje as necessidades de mudanças e renovação são constantes e que a competividade no mundo corporativo é uma questão de sobrevivência e para isso, as organizações buscam estratégias para alcançar objetivos e metas, integrando o Treinamento e Desenvolvimento do capital humano entre uma delas. O foco é trabalhar as competências, que são Conhecimentos Habilidades e Atitudes, procurar lacunas que estão faltando e trabalhá-las. Percebe-se que o treinamento pode trazer um grande retorno para o profissional e para a empresa, pois um profissional bem mais qualificado terá uma motivação maior e resultado na execução das tarefas será aperfeiçoado, a maior produtividade do colaborador poderá contribuir efetivamente para os resultados da organização.” Pode-se observar que o treinamento estar direcionado 258 para execução melhor das atividades laborais e essa mudança de comportamento técnico. Essas mudanças dependendo do individuo podem acontecer ou não. A atuação estratégica da área de Recursos Humanos vem contribuindo imensamente com os resultados das organizações, pois este posicionamento está alinhando à missão, aos objetivos e às metas da empresa. O treinamento e desenvolvimento integrado a cultura organizacional gera benefícios para ambos os lados (colaborador e organização), à medida que esse processo for incorporado por todos. Ter um plano de treinamento bem definido auxilia no desenvolvimento das pessoas na Gestão do Capital Humano a desenvolver novos programas, processos e atividades de RH, buscando com isto melhorar o desempenho e a performance de seus colaboradores. A cultura organizacional é quem norteia uma organização a manter os colaborares treinados, desenvolvidos e motivados para desempenhar o papel que lhes forem dados. Este procedimento faz parte da estratégia de competitividade das organizações competitivas, gerando um retorno a médio e longo prazo. Agregar valor é desenvolver o colaborador com base na cultura organizacional e partindo desse principio ter fidelidade e comprometimento para com alcance das metas. A sistematização do processo através da norma ISO 10015 para que o sistema venha atender os requisitos naturalmente e não para burocratizar. Uma forma de mensurar, mostrar indicadores de desempenho de treinamento e atingir os resultados estratégicos. 259 A avaliação dos fatores internos como cultura organizacional, políticas, estratégia, podem gerar um conflito quando na definição das necessidades de treinamento. É de extrema importância que estes fatores estejam integrados. O fator externo também contribui na análise das necessidades de treinamento, direcionando a organização para outros itens que não estavam definidos e terão que agregar, pois outras necessidades surgirão conforme demanda e as exigências do mercado de mão de obra qualificada. Verifica-se que Treinamento e Desenvolvimento integrados a Cultura Organização, com embasamento legal, ou seja, a NBR 10015 tornam-se uma ferramenta de competitividade no mercado onde o mundo globalizado muda constantemente. Agrega não só conhecimento aos colaboradores, mas atingindo metas de produtividades, vendas, o lucro no investimento, melhorando a continuamente a gestão da qualidade dos produtos e serviços. Vale ressaltar que todos esses resultados são mensuráveis, e possibilitam a organização visualizar o sistema como um todo trabalhando preventivamente e não corretivamente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 10015 - Diretrizes para treinamento, ABNT, Rio de Janeiro:2001 BOOG, Gustavo G. Manual de Treinamento e Desenvolvimento. São Paulo: Person Makron, 2001. CHIAVENATO, Idalberto. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar talentos na empresa/Idalberto Chiavenato – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2003. KIRKPATRICK, Donald L. Como avaliar programas de treinamento 260 de equipes: os quatro níveis / Donald L. Kirkpartrick e James D. Kirkpatrick; - Rio de Janeiro: Ed Senac Rio, 2010 LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos humanos: princípios e tendências/Francisco Lacombe –São Paulo: Saraiva, 2005. PEARSON, Education do Brasil. Administração de RH/ Pearson Educacion do Brasil – São Paulo:2010 MINI CURRÍCULO Administradora com ênfase em Recursos Humanos, formada pela Uninorte em 2006. Pós-Graduada em Gestão Ambiental pela Gama Filho, Pós Graduada em Gestão Organizacional em Recursos Humanos pela FAMETRO. Com mais de 6 anos de experiência na área de Recursos Humanos.Atualmente Gerente de Recursos Humanos da Delima Comercio e Navegação Ltda.. Professora da Universidade Paulista-UNIP, Professora de Escolas Técnicas Gurany, Centro Literatus – CEL e Metropolitano. 261 Uma análise da Atração e Retenção de funcionários do setor da construção civil Ângela Aparecida Prata Neves Uma das demandas centrais para o setor de Recursos Humanos no contexto atual das organizações é atrair, desenvolver e reter profissionais que possam fazer a diferença. Portanto, a análise da atração e retenção de funcionários no setor da construção civil é de grande importância e relevância. Sabe-se que a atração e a retenção de funcionários na construção civil é uma política que precisa ser muito bem estudada e explorada, visto que o setor vive um momento superaquecido e as empresas precisam estar bem preparadas para garantir a permanência dos seus funcionários, uma vez que a concorrência aumenta cada dia mais. Conforme Chiavenato (2008, p.59), “Como transformar sua empresa no melhor lugar para se trabalhar? Como criar um lugar agradável e envolvente, no qual a maioria dos mortais gostaria de trabalhar?”. O aumento constante das atividades no setor da constru262 ção civil nos últimos anos tem provocado um desequilíbrio entre a oferta e a demanda por trabalhador qualificado. A escassez de mão de obra qualificada atinge todas as categorias de profissionais das empresas de construção civil, principalmente os funcionários que trabalham diretamente nos canteiros de obras. De acordo com o presidente do Sinduscon - MG, Luiz Fernando Pires, é preciso aumentar a produtividade, investir em novas tecnologias e ampliar o processo de qualificação de mão de obra para suprir as demandas que cada vez estão mais escassas. Preocupando-se em agregar valor aos seus funcionários é importante que as empresas ofereçam treinamentos e forneçam subsídios para o desenvolvimento contínuo, objetivando melhoria de desempenho e alcance de resultados. Esse processo sendo aplicado de maneira sistemática e organizada, faz com que os funcionários adquiram conhecimentos e desenvolvam habilidades em função de objetivos definidos, além de propiciar-lhes meios para obter o conhecimento prático e também a conduta necessária para se realizar uma atividade. Para suprir a falta de mão de obra e promover o desenvolvimento dos funcionários, as empresas devem realizar parcerias com órgãos ou entidades que realizam treinamentos para a capacitação e qualificação. As empresas podem inscrever seus funcionários em projetos e cursos profissionalizantes que visam capacitar profissionais das empresas de construção civil, agregando valores, conhecimentos e habilidades necessárias para que os mesmos sejam multiplicadores nos próprios canteiros de obras. 263 É importante ressaltar que uma empresa que atrai novos funcionários, deve desenvolvê-los e incentivá-los ao autodesenvolvimento para impactar na retenção dos mesmos na organização, por isso, a importância do Processo de Treinamento e Desenvolvimento que promova e qualifique os funcionários para uma atuação efetiva na geração dos resultados esperados. A atração de profissionais para o mercado, o treinamento e o desenvolvimento do capital humano estimula mudanças de atitude e proporciona um clima agradável - fatores que geram sustentabilidade e longevidade aos negócios. Segundo Ulrich (1998, p.29), “As empresas bem-sucedidas serão aquelas mais experientes em atrair, desenvolver e reter indivíduos com habilidades, perspectiva e experiência suficientes para conduzir um negócio global”. É necessário adequar as práticas tanto para as empresas quanto para os funcionários. Práticas que incluam uma gestão que proporcione um ambiente de trabalho melhor e que busquem mecanismos para manter os funcionários satisfeitos e comprometidos com o trabalho. Com a capacitação, teremos funcionários treinados para a execução imediata nas diversas atividades das obras, proporcionando desenvolvimento profissional tanto para a função atual, como também para o aprendizado de uma nova função, gerando assim o crescimento profissional e pessoal. 264 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVENATO, Idalberto. Administração para não-administradores: a gestão de negócios ao alcance de todos. - São Paulo: Saraiva, 2008. Pires, Luiz Fernando. Otimismo na Construção Civil. Informador das Construções. Ano 56, edição 1620, 31 de dezembro de 2011. ULRICH, David. Os campeões de recursos humanos: inovando para obter os melhores resultados / David Ulrich; tradução Cid Knipel. São Paulo: Futura, 1998. MINI CURRÍCULO Pós Graduada - MBA em Gestão Estratégica de Pessoas pelo Centro Universitário UNA (2012), Graduada em Psicologia, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2008). Experiência com atividades ligadas ao setor de Recursos Humanos, recrutamento e seleção e treinamentos. Psicóloga, atendimento clínico psicológico de crianças, adolescentes e adultos. 265 A ECX CARD é uma empresa brasileira, com sede em Belo Horizonte/MG e filial em São Paulo/SP. Investe constantemente em TI, portanto, está apta a disponibilizar aos seus clientes, uma plataforma tecnológica que permite gerenciar operações integralmente on-line, via web - www.ecx.com.br. Todos os produtos da ECX CARD tem foco na RACIONALIZAÇÃO e OTIMIZAÇÃO de processos, REDUÇÃO DE CUSTOS e MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA DO COLABORADOR. A ECX CARD enxerga o profissional de RH como peça fundamental para o desenvolvimento e sucesso das organizações. O livro de RH conhecimento entre os profissionais da área, por esses profissionais.