Trabalhando com o texto
escrito em sala de aula
Hermenêutica
Maria Helena Michel
03/02/2007
Hermenêutica
Ramo da filosofia que trabalha com a
compreensão humana e a interpretação de
textos escritos.
A palavra deriva do deus grego, HERMES,
mensageiro dos deuses.
A ele os gregos atribuíam a origem da
linguagem e da escrita e consideravam o
patrono da comunicação e do entendimento
humano.
O termo "hermenêutica" provém do verbo grego
"hermēneuein" e significa "declarar", “anunciar",
"interpretar", "esclarecer", "traduzir".
Significa que alguma coisa é "tornada
compreensível" ou "levada à compreensão".
Filosoficamente, o termo deriva do nome de
Hermes. Originalmente, exprimia a compreensão
e a exposição de uma sentença "dos deuses",
que necessita de uma interpretação para ser
apreendida corretamente.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
 a leitura é fonte inesgotável de aprendizado,
conhecimento, crescimento, e prazer;
 ela se desenvolve através da prática, cuja
responsabilidade é da escola;
 um texto trabalhado em sala de aula
pressupõe uma escolha, uma crença;
 ele deve ser ponte clara, inquestionável, entre
os objetivos da disciplina e seu conteúdo;
 seu uso deve ser cuidadosamente dosado,
para não se transformar em técnica única de
aprendizado;
 deve disparar a produção do conhecimento e
não limitá-la.
O homem “conhece” quando é capaz de reunir experiências, percepções
sensoriais próprias e lembranças, idéias formando novos conceitos. Nesse
processo, ele está conferindo sentido à realidade que o cerca, criando teorias,
métodos, sentimentos, valores e habilidades que utilizará em sua vida.
MICHEL (2005)
DISCUSSÕES
 ler é aprender; mas não é um ato passivo;
 o texto deve ser guia, não imposição cega;
 deve abrir possibilidades de novas percepções
sobre o assunto, a partir da troca de visões e
experiências;
 significa tomar contato com uma realidade
proposta pelo outro e se posicionar perante
ela;
 mais que apenas assimilar, significa criticar
e interpretar, pois, o indivíduo processa o
que lê a partir de conceitos, valores,
competências técnicas e emocionais
próprias.
 implica, portanto, em se envolver, mergulhar,
se comprometer, conhecer;
 analisar e interpretar um texto tem o objetivo
de levar o leitor a uma conclusão lógica, não
aquela já premeditada por quem criou o texto,
mas a entendida por ele;
 ler um texto é viajar dentro dele, é criar uma
visão interna e não externa; deve ser o
entendimento de alguém que participa da
historia lida, não um mero observador.
 analisar um texto é saber ler as entrelinhas,
é se deixar na magia da leitura e dela
fazer parte.
Descobrir a gota ocasional da verdade no meio de um grande oceano de
confusão e mistificação requer vigilância, dedicação e coragem. Mas, se não
praticamos esses hábitos rigorosos de pensar e interpretar (grifo nosso), não
podemos ter a esperança de solucionar os problemas verdadeiramente sérios com
que nos defrontamos – e nos arriscamos a nos tornar uma nação de patetas, um
mundo de patetas, prontos para sermos passados para trás pelo primeiro
charlatão que cruzar o nosso caminho.
SAGAN (1996)
SUGESTÕES
 qualquer técnica deve ser claramente explicada
antes de sua execução;
 os participantes, preferencialmente, não ser
escolhidos por antecipação;
 a técnica deve ser repetida até o professor
perceber que as idéias e/ou o interesse da
turma se esgotou;
 as atividades da técnica podem ser feitas
individualmente, ou por grupos;
 novas técnicas podem surgir por sugestões e
críticas dos envolvidos, e com criatividade.
TÉCNICA 1
Professor solicita que um aluno/grupo levante um
aspecto importante do texto;
A seguir, abre espaço para o grupo maior debatêlo.
Os aspectos levantados não podem se repetir.
Se a técnica for realizada dentro dos grupos, é
interessante dividir o tempo da aula, de forma a
que as discussões dos grupos possam ser
estendidas para a turma como um todo.
A técnica termina quando se torna difícil a
apresentação de nova informação.
TÉCNICA 2
Professor solicita que um aluno/ou grupo
complete a frase: “o que o texto me diz é ....”.
A seguir, solicita a outro aluno/ou grupo que
complete a frase: “o que eu digo ao texto é ...”.
Finalizando, solicita a um terceiro aluno/grupo
que complete a frase: “o que eu digo a vocês sobre
o texto é ...”.
Esta técnica pode ser repetida, nesta sequência.
Se a atividade for realizada dentro de grupos,
deve-se dividir o tempo, de forma a que cada
grupo exponha para a turma sua discussão.
TÉCNICA 3
Professor apresenta questões sobre o texto, para
serem respondidas individualmente ou por grupo,
por escrito.
A seguir, solicita a dois alunos/grupos que leiam
suas respostas em voz alta.
Em seguida, solicita um terceiro aluno/grupo
aponte elementos comuns e diferentes nas
respostas anteriores.
Importante ressaltar o caráter de complementação
de idéias, e não de controvérsia.
TÉCNICA 4
Professor pede a um aluno/grupo para elaborar
uma pergunta sobre o texto e indicar outro
aluno/grupo para respondê-la;
Em seguida, solicita a um terceiro aluno/grupo
que repita a pergunta e a resposta dos colegas,
acrescentando, ao final, um comentário próprio
quanto às clareza e á importância, tanto da
pergunta, quanto da resposta.
Repetir a técnica com outros alunos/grupos.
TÉCNICA 5
Professor pede a um aluno/grupo para elaborar
uma pergunta sobre o texto e indicar outro
aluno/grupo para respondê-la;
Em seguida, volta ao aluno/grupo que elaborou
a pergunta e solicita a ele que a responda;
A seguir, estende para o grupo maior
a discussão das respostas dadas.
Esta técnica pode ser alternada com a anterior.
TÉCNICA 6
Professor pede a um aluno/grupo para levantar,
sem consultar o texto lido, uma idéia que
considerou relevante.
Em seguida, pede a outro aluno/grupo que
consulte o texto e localize o trecho que, na sua
opinião, melhor expressa a idéia colocada.
Repetir a técnica enquanto houver idéias novas.
TÉCNICA 7
Quando se tratar de textos grandes, deve-se
orientar a leitura individual, da seguinte forma:
 Inicialmente, faz-se uma leitura geral;
 A seguir, faz-se nova leitura, marcando com
um lápis destacador, as idéias principais;
 Ler novamente o texto, apenas as idéias
destacadas;
 Escrever novo texto ligando apenas as partes
destacadas.
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