Ofício nº Sitra-004/2014 Belo Horizonte, 10 de fevereiro de 2014. A Sua Senhoria o Senhor Ricardo Oliveira Marques Diretor-Geral do Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região Assunto: Encaminha reivindicações dos servidores Senhor Diretor: O Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais – SITRAEMG – encaminha reivindicações dos servidores do TRT3-MG, lotados, sobretudo, no interior, apresentadas por eles em Encontros Regionais e visitas aos locais de trabalho para sua apreciação e providências cabíveis. Observamos que há uma preocupação reincidente dos servidores com relação à sobrecarga de trabalho cujas implicações comprometem a saúde e até mesmo as relações sociais e pessoais. Embora o discurso gerencial seja o de valorização do elemento humano, observamos a tendência de coisificação do trabalhador tirando-lhe o que ele tem de mais valoroso: o desejo de construir e servir. Isso se manifesta no fato dele não ser envolvido em decisões que afetam profundamente seu trabalho cotidiano. Além disso, também apresentaram reivindicações quanto às instalações e outras questões administrativas que geram angústia e ansiedade. Desta forma, listamos, a seguir, as demandas apresentadas. Demandas: Solicita que seja respeitada a pausa de 10 minutos a cada hora trabalhada, pois, muitas vezes, esse tempo não é respeitado em razão de inibição por parte de juízes e diretores. Solicita que seja definida, conforme anteriormente, e regulamentada a Jornada de 6 horas, pois estudos mostram que a redução da jornada, aliada a um gerenciamento eficaz, gera melhores resultados. Solicita que o Tribunal viabilize a criação de espaços para relaxamento e descanso, em cada local de trabalho, nos momentos de pausas do trabalho: a pausa e o convívio interpessoal melhoram a autoestima e, consequentemente, diminui o número de erros e a insatisfação. Solicita a adequação ergométrica dos móveis e equipamentos em todos os locais de trabalho, inclusive tal reivindicação, segundo alguns servidores, já fora encaminha ao tribunal. Observamos que o comportamento “distância do poder”, que em nossa cultura nacional é muito grande, faz com que nunca sejam consultados aqueles que estão na base da pirâmide e são os que fazem e têm conhecimento mais atualizado do que precisa mudar para aumentar a eficiência, a eficácia e a efetividade da Instituição. Segundo informações, os exames de perícia médica são feito de forma superficial por profissionais terceirizados. Foi sugerida a viabilidade de seguir o modelo do Tribunal de Contas da União que, segundo informações, avalia inclusive questões emocionais (estresse), além das questões físicas. Isso foi um problema detectado em todo o Brasil no IV Congresso Brasileiro dos Serviços de Saúde do Poder Judiciário, realizado no período de 6 a 8 de novembro de 2013, em Brasília. Os exames médicos periódicos de avaliação do servidor, marcados para o mês de janeiro, ficam pendentes de resultados, pois não há ninguém para conferi-los. Caso proceda a informação, solicita que o tribunal solucione essa questão a fim de agilizar o atendimento e conclusão dos resultados. Solicita implantação de plano de saúde com cobertura nacional. Sugere que o tribunal elabore planejamento prévio quando da inauguração de novas varas para que os servidores, inclusive novatos ao tomarem posse, tenham conhecimento prévio de onde serão lotados. Solicita que os cursos oferecidos ao servidor sejam objetivando à prática diária do trabalho. Solicita que as horas dedicadas aos cursos sejam consideradas horasextras e não exigida a compensação de tais horas. Solicita que o tribunal crie quadro de pessoal que possa ficar disponível para substituir temporariamente servidores em férias ou licença, conforme quadro de apoio às varas que existia anteriormente, visando amenizar a sobrecarga de trabalho para demais servidores, que já têm demandas excessivas em muitos locais de trabalho. A tendência de considerar o quantitativo de servidores sem levar em conta que gente adoece, tira férias e não é máquina pode ter seu impacto minimizado com ações como essa. Aumentar quantitativo de servidores nas varas, principalmente do interior. Em muitos locais, têm-se poucos servidores do quadro. Solicita adequação das unidades de forma que proporcione maior bemestar aos servidores, bem como a acessibilidade, principalmente para portadores de necessidades especiais. Em muitas localidades, os servidores reclamaram da precariedade da estrutura, móveis e equipamentos. Foi solicitado, em Araguari, a possibilidade de o tribunal adquirir terreno e construção de sede própria. A eliminação dos processos findos não tem ocorrido e em muitos locais tais processos têm ocupado espaço que poderiam ser utilizados para processos novos. Solicita providências. Solicita que o tribunal disponibilize verba para pagamento de URV para os servidores que ainda não receberam. Combate ostensivo à terceirização de serviços. Essa prática teve sua origem na busca de maiores lucros a menores custos para as empresas que buscam o lucro financeiro e econômico. Na visão do Sindicato o serviço público, e no nosso caso o Judiciário Trabalhista, deve buscar o lucro social e não o econômico-financeiro. É claro que buscar a eficiência, eficácia e efetividade é importante no nosso meio. Contudo, essa redução de pessoal (enquanto a demanda da sociedade aumenta) só faz piorar a qualidade dos serviços e/ou a saúde dos agentes públicos. Aguardamos providências cabíveis. Atenciosamente, Lúcia Maria Bernardes de Freitas Coordenadora-Geral