Mercoláctea 2014 reúne
cadeia produtiva do leite em Chapecó em maio
C
12 REVISTA |
Faesc & Senar
EDIÇÃO Nº 12 :: ABRIL DE 2014
FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA
r i a d o re s , i n d ú st r i a s ,
técnicos e especialistas da
cadeia produtiva do leite,
além de jornalistas e autoridades,
participarão da Mercoláctea
2014 Rural programada para o
período de 22 a 25 de maio deste
ano, no Parque de Exposições
Tancredo Neves (Efapi), em
Chapecó.
As entidades da agropecuária e do
agronegócio se uniram, neste ano, para a
promoção da Mercoláctea 2014. A
Expomerco, exposição e feira anual de
gado, fará parte, a partir deste ano, da
programação da Mercoláctea.
Chapecó está no centro da maior bacia
leiteira brasileira, formada pelo oeste
catarinense, sudoeste sul‐rio‐grandense e
noroeste paranaense. Por isso, o evento se
transformará na maior expressão do setor
leiteiro em Santa Catarina.
A Mercoláctea, em sua 5ª edição, terá
como foco a automação rural e a progra‐
mação geral contempla sete atividades,
sendo a principal delas a feira de comercia‐
lização de animais, máquinas e equipa‐
mentos, genética e nutrição animal, além
de equipamentos para leitarias e sanidade
animal.
A feira técnica terá visitação de 12 mil
pessoas e oportunizará negócios da ordem
de R$ 85 milhões. Os eventos pecuários
reunirão 2 mil animais em exposição,
julgamento e venda.
Para simplificar o acesso e a circulação
dos visitantes, não haverá credenciamento
nem cobrança de ingresso ou de estaciona‐
mento.
A programação geral inclui, ainda, o
s emin ário técn ico q u e ab o rd ará a
automação rural, reunindo médicos
veterinários, zootecnistas, técnicos
agrícolas, produtores e estudantes. Haverá
a etapa catarinense do julgamento das
raças Holandesa e Jersey, organizada pela
Associação Catarinense dos Criadores de
Bovinos (ACCB), e o campeonato catari‐
nense de cavalo Quarto de Milha.
AgriculturaSC
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL/SC
EVOLUÇÃO NO CAMPO
MALA DIRETA POSTAL
BÁSICA
Senar/SC define metas até 2020
Páginas 04 e 05
Leilão de gado de elite na edição passada da feira
A programação contempla o campeonato
catarinense de cavalo Quarto de Milha
Para incrementar os negócios estão
programados dois remates: o leilão
especializado das raças Holandesa e Jersey
– com pelo menos 400 animais – e o leilão
de gado geral.
A promoção Mercoláctea 2014 Rural é
do Núcleo de Criadores de Bovinos de
Chapecó, Associação Catarinense de
Criadores de Bovinos (ACCB) e Faesc, com
organização das empresas Latina e Zoom
Feiras & Eventos, cujo diretor Leonardo
Rinaldi é o coordenador comercial da
mostra agropecuária.
A feira tem apoio da Prefeitura de
Chapecó, Secretaria da Agricultura e Pesca
e Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, ABCOL, Fiesc, Cidasc,
Sindicato Rural de Chapecó, Sebrae,
Fetaesc e Coopercentral Aurora Alimentos.
MINISTRO PRESENTE
O Ministro da Agricultura, Pecuária,
Abastecimento e Desenvolvimento Rural
(Mapa) Neri Geller confirmou ao deputado
federal Celso Maldaner participação na
expo‐feira. “Com certeza estarei presente
nesta importante feira para o setor lácteo
catarinense e prestigiando o convite do
deputado Celso que faz um excelente
trabalho nessa área por Santa Catarina e
pelo País, sendo único representante
catarinense na Subcomissão Permanente
do Leite da Câmara Federal”, informou o
ministro. Geller é natural do oeste de Santa
Catarina e, antes de assumir o cargo, era
Secretário de Políticas Agrícolas do
Ministério da Agricultura.
PROGRAMAÇÃO
A Mercoláctea 2014 chega a sua 5ª
edição e tem como foco principal o setor
leiteiro, com a participação de animais com
genética avançada, alta produção e as mais
recentes tecnologias nos processos para
aumentar a rentabilidade do setor. A
realização na cidade de Chapecó (SC)
justifica‐se pelo fato de estar estrategica‐
mente localizada no centro de uma das
maiores e mais promissoras bacias leiteiras
do Brasil, formada por micro‐bacias dos
estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul.
Atuarão como jurados de pista oficiais
para as raças Jersey e Holandês mister
Callum Mckinven (Lookout Jerseys and
Holsteins), mister Mark Rueth (Rosedale
Genetics) e mister David Crack (Crackholm
Holsteins). O jurado de admissão será José
Roso.
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Questão indígena causa
sofrimento no campo
Páginas 08 e 09
CNA CARD
Cartão facilita a vida
do produtor rural
Página 07
MERCOLÁCTEA
Maior feira do leite
acontece em Chapecó
Página 12
P
ARTIGO
R
Expediente
Os primeiros resultados foram tão
alarmantes que decidimos criar um
observatório para acompanhar a imple‐
mentação das novas políticas, especial‐
mente no caso da soja, do milho, do
açúcar, do algodão e dos lácteos, produtos
mais afetados pelos mecanismos distor‐
civos dos subsídios. A continuar tamanha
distorção, tudo indica que teremos de
abrir um novo painel na Organização
Mundial do Comércio (OMC).
A experiência indica que tanto a Farm
Bill norte‐americana quanto a PAC
europeia, geralmente, destinam amplos
subsídios a seus produtores rurais, que
alteram as condições de mercado em
prejuízo dos demais produtores mundiais.
As duas legislações têm sido contestadas
na OMC, inclusive pelo Brasil, com
frequente sucesso.
Nas novas legislações agrícolas, os
subsídios não perderam relevância.
Apenas evoluíram para novos formatos.
No caso europeu, foram abandonados os
antigos subsídios para produtos especí‐
Rua Delminda Silveira, 200
Agronômica Cx. Postal 278
CEP 88025-500 Florianópolis - SC
A
*
Os craques do subsídio
ealizamos no mês de
março, na sede da CNA,
em Brasília, seminário
com a participação de especia‐
listas em comércio internacional,
diplomatas e técnicos do setor
público. O objetivo foi analisar a
nova Lei Agrícola norte‐
americana, em vigor até 2018,
bem como a nova Política Agrícola
Comum (PAC) da União Europeia,
que vale até 2020, e o impacto de
ambas no agronegócio brasileiro.
FAESC/SENAR é um
informativo da Federação
da Agricultura e Pecuária
do Estado de Santa
Catarina e Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural SC
K
DIRETORIA DA FAESC
* Presidente:
José Zeferino Pedrozo
* 1º Vice-Presidente:
João Francisco de Mattos
* 2º Vice-Presidente:
Antônio M. Pagani de Souza
* 1º Vice-Presidente de Secretaria:
Enori Barbieri
* 2º Vice-Presidente de Secretaria:
João Romário Carvalho
* 1º Vice-Presidente de Finanças:
Nelton Rogério De Souza
* 2º Vice-Presidente de Finanças:
José Antônio de Pieri
ficos que protegiam a produção de bens
com custos acima dos preços de mercado.
Em seu lugar, veio a ajuda em forma de um
pagamento único por propriedade, com
base num valor por hectare ‐cerca de € 250
em média, dependendo do país.
Assim, uma propriedade rural de 100
hectares, independentemente do tipo de
atividade ali exercida ‐produção de leite,
de trigo, ou hortaliças, por exemplo‐, faz
jus a um pagamento anual de € 25 mil,
equivalentes a quase R$ 82 mil.
A renda do produtor rural europeu,
portanto, é a soma do valor da produção
que vende no mercado mais o pagamento
do subsídio governamental. Para ter uma
ideia do valor envolvido, a verba para
subsídios é de € 60 bilhões anuais,
equivalentes a 37% de todo o orçamento
da União Europeia.
No caso dos EUA, a nova Farm Bill
praticamente concentrou a política de
subsídios num seguro sobre a renda do
produtor. Em cada ano agrícola, o
produtor tem à sua disposição um seguro
que garante sua renda contra quebra na
produção ou queda nos preços, ficando‐
VICE-PRESIDENTES REGIONAIS
Adelar Maximiliano Zimmer (Extremo
Oeste), Américo do Nascimento
(Oeste), Vilson Antônio Verona (Meio
Oeste), Mauro Kazmierczak (Planalto
Norte), Lindolfo Hoepers (Vale do
Itajaí), Márcio Cícero Neves Pamplona
(Planalto Serrano) e Alessandro de
Souza (Sul)
CONSELHO FISCAL EFETIVO
Fernando Sérgio Rosar, Valdemar
Zanluchi e José Lino Willemann
CONSELHO FISCAL SUPLENTES
William Pais Viganó, Nilton Goedert e
Walmor Luiz Gonzaga
lhe assegurada uma indenização
que cobre 86% da renda prevista,
com base e nos preços esperados.
Em se tratando do algodão, a
cobertura do seguro vai a 90% da
renda.
Como o preço de um seguro
com tamanha cobertura é
necessariamente alto, o governo
norte‐americano paga 65% do
valor do prêmio. Sobra apenas um
terço para o produtor americano
pagar, de forma a ter assegurada
sua renda, mesmo diante dos
piores eventos naturais ou das
mais difíceis condições dos
mercados.
Já no Brasil, o seguro de renda
praticamente não existe. O valor seria
altíssimo e o governo não contribui para
esse tipo de cobertura. A ajuda fica restrita
à proteção em casos de problemas
climáticos. Diferentemente dos ameri‐
canos, que já têm a renda assegurada, o
produtor brasileiro tem que se preocupar
com o aumento constante de produti‐
vidade para mitigar seus riscos de
mercado.
Além disso, o brasileiro não recebe um
único real para conservar as Áreas de
P re s e r va ç ã o Pe r m a n e n t e ( A P P s ) ,
enquanto nos EUA o produtor receberá
em média, neste ano, US$ 177 por
hectare. Fica claro, portanto, que a nova lei
dos EUA, um país da livre iniciativa,
eliminou o risco na atividade rural com
recursos fiscais extraídos do conjunto da
sociedade. Uma sociedade que, notada‐
mente, não gosta de impostos.
Não vamos mais aceitar esse absurdo
internacional! Não se pode competir com
quem tem renda garantida, independen‐
temente da produtividade, dos preços e
do clima.
* Senadora e presidente da CNA
DIRETORIA DO SENAR/SC
* Presidente do Conselho Administrativo Gestão 2011/2015: José Zeferino Pedrozo
* Superintendente: Gilmar Antônio Zanluchi
CONSELHO ADMINISTRATIVO
José Zeferino Pedrozo, José Walter Dresch,
Luis Sartor, Geci Pungam, Marcos Antônio
Zordan, Daniel Kluppel Carrara, Tatiane
Mecabo Cupello, Matias Weber e Adilceia
Inocêncio
CONSELHO FISCAL
Rita Marisa Alves, Jane Aparecida Stefanes
Domingues, Alfredo Seidel Filho, Adilcio
Pedro Pazetto, Joãozinho Althoff e Acir
Veiga
MB Comunicação Ltda
Jornalista Responsável:
Marcos Antônio Bedin
Assessor de imprensa e editor responsável
(M.Tb.:SC-00085-JP, sjpsc 0172)
Edição: Marciane Páz Mendes
Redação: Marcos A. Bedin
Aline Thais Gunsett, Elizandra
Gomes Vieira, Gabriela Volkweis
Stocco, Kaehryan Fauth,
Marciane Páz Mendes
Diagramação: Multi Design
Tiragem: 4.300 exemplares
Impressão: Gráfica Arcus
Programa Gestão com Qualidade visa
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for talecer
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S e n a r / S C , ó r gã o
vinculado à Faesc,
iniciou neste mês de
abril três novas turmas do
Programa Gestão com
Qualidade no Sindicato
(Programa GQS) em: Chapecó,
Curitibanos e Florianópolis.
Os principais objetivos são fortalecer a
representatividade do sindicato, com
reflexos positivos para classe produtora
rural; suscitar nos funcionários e
dirigentes, a importância do profissiona‐
lismo no atendimento ao cliente e
elaborar o Plano de Gestão com Qualidade
do Sindicato (PGQS) com propostas de
melhorias significativas na estruturação e
funcionamento do Sindicato Rural. O
tempo de execução da turma é de
aproximadamente três meses, com carga
horária de 56 horas.
Para participar, os requisitos são ter no
mínimo 16 anos, ser alfabetizado e ser
colaborador e dirigente sindical. Para
aprovação é preciso ter frequência
mínima de 80% e elaborar a atividade do
plano de gestão.
A iniciativa tem como modelo
referencial os conceitos de: cliente,
qualidade, eficiência operacional, gestão
integrada, planejamento estratégico e
diagnóstico. As perguntas que norteiam
esse modelo são: como buscar sua total
satisfação? Qual é o nosso diferencial?
Como executar as nossas propostas?
Como organizar melhor o nosso sindicato?
Qual é o sindicato que queremos? Qual é o
nosso sindicato?
Os conteúdos são abordados em cinco
módulos. No primeiro, “Teoria de Gestão”,
o enfoque é diagnóstico, planejamento
estratégico, gestão integrada e eficiência
operacional. No segundo, “Consultoria de
Gestão”, cada sindicato recebe uma
consultoria individual de 8 horas.
No terceiro módulo, “ Teoria da
Qualidade”, são trabalhados os princípios
da qualidade, pilares da qualidade, lado
humano, processos, ferramenta para
analisar problemas ligados à qualidade,
cliente: a razão do sindicato existir. Na
Em Chapecó participam os Sindicatos Rurais de Chapecó,
Seara, São Miguel do Oeste, São José do Cedro, Tangará e Videira
Em Florianópolis participam os Sindicatos Rurais de
Otacílio Costa, Florianópolis, Alfredo Wagner,
Braço do Norte, Bom Retiro e São José do Cerrito
quarta etapa, “Consultoria de Qualidade”,
aborda foco da consultoria, qual o
diferencial do sindicato e como buscar a
total satisfação do cliente.
Na última etapa ocorre o Seminário
para apresentação do Plano de Gestão que
participarão as três turmas, em local e
data a serem definidos.
O gestor do programa, vice‐presidente
da Faesc e engenheiro agrônomo, João
Francisco de Mattos, ressalta que a
iniciativa permite avanços na qualidade do
trabalho que vem melhorando a cada ano
nos Sindicatos e fortalece a representação
dos produtores rurais de Santa Catarina.
“A Gestão com Qualidade Total busca
o fortalecimento dos Sindicatos Rurais
para proporcionar, aos dirigentes e
funcionários, instrumentos modernos de
gestão e aprimoramento da qualidade dos
serviços prestados”, enfatiza o presidente
do Conselho Administrativo do Senar/SC e
da Faesc, José Zeferino Pedrozo.
O GQS é mais uma ferramenta de
desenvolvimento sindical rural, utilizada
pelo Programa Sindicato Forte (PSF). O
GQS foi criado pela FAEMG/Senar Minas
Em Curitibanos participam os Sindicatos Rurais de
Irineópolis, Rio do Oeste, Major Vieira e Itaiópolis
em 2007 e nacionalizado em 2013 pelo
PSF. “Dos 10 estados participantes,
destacamos sua implantação em Santa
Catarina e Amazonas. Desde 2010 o
Programa Sindicato Forte vem traba‐
lhando em SC, onde a equipe nacional tem
recebido irrestrito apoio da Faesc e
Senar/SC. Os dirigentes sindicais têm
levado a sério os ensinamentos e colocado
em prática. Ressaltando o alto grau de
conhecimento e comprometimento dos
técnicos e instrutores do Senar/SC com o
programa”, destaca o assessor técnico do
departamento de educação profissional e
promoção social (DEPPS Senar Central)
Ademar dos Anjos.
TURMAS
Em Chapecó, os prestadores de
instrutoria são: Lorival Zanluchi, Ivania
Begnini Zingler e Ives José Pizzolatti. Em
Curitibanos, os prestadores de serviços de
instrutoria são Guilherme Costa de Mattos
e Terezinha Aparecida Fagundes. Em
Florianópolis, os prestadores de serviço de
instrutoria são Ricardo Alexandre Nunes
Borges e Diego Machado Visintin.
REVISTA |
Faesc & Senar
| ABRIL/2014
03
Planejamento estratégico do Senar/SC
define metas até 2020
E
m 20 anos de formação
profissional rural em
território barriga‐verde, o
Senar – vinculado à Faesc –
qualificou gratuitamente 2,1
milhões de produtores rurais.
Para dinamizar ainda mais suas
atividades, o Senar/SC definiu
um planejamento estratégico
para o período 2014‐2020 que
estabelece um arrojado conjunto
de objetivos, metas e ações para
os próximos sete anos. Entre as
metas inclui‐se capacitar mais
840 mil pessoas até dezembro de
2020.
Essa planificação, elaborada com o
apoio do Sebrae/SC, foi apresentada em
abril aos conselheiros administrativos e
fiscais e aos jornalistas em reunião no
centro de convenções do Hotel Majestic,
em Florianópolis, em evento coordenado
pelo presidente do Sistema Faesc/Senar,
José Zeferino Pedrozo.
O planejamento foi elaborado pelo
consultor do Sebrae Luciano Pinheiro com
coordenação do assessor administrativo,
financeiro e contábil do Senar Gilson
Angnes e tem como orientação máxima
que “a ação do Senar está direcionada para
a melhoria da qualidade de vida do
produtor e do trabalhador rural”. Para
atingir com absoluta eficiência essa meta
serão cumpridas 12 ações, entre elas, a
construção da nova sede em parceria com
a Faesc e a implantação do plano de
previdência privada para os colaboradores.
Para ampliar sua estrutura interna, o
planejamento prevê que serão implan‐
tadas sedes regionais em parceria com os
Sindicatos Rurais conveniados e desen‐
volvido o sistema de racionalização dos
processos e procedimentos de gestão,
além de dois programas: o de avaliação de
desempenho e o de capacitação de
recursos humanos.
Na área de inovação e aprendizado três
ações serão alinhadas: programa de gestão
da qualidade dos cursos, parcerias com
propriedades rurais modelo e implantação
da área de estudos e pesquisas. Os pro‐
gramas que atendem as grandes cadeias
produtivas como as agroindústrias inte‐
gradoras (aves, suínos, leite etc) serão
ampliados. Também serão expandidos os
programas de saúde e educação para o pro‐
dutor e o trabalhador rural e suas famílias.
“A implementação articulada e
convergente dessas ações tornará o
Senar/SC mais conhecido e valorizado pela
clientela rural”, prevê Pedrozo.
O dirigente realça que o órgão tornou‐
se “uma grande escola sem bancos e sem
paredes” que vai ao encontro do aluno, no
campo, levando formação profissional –
totalmente gratuita e de qualidade – para
milhares de famílias rurais. Nessas duas
décadas de atuação em Santa Catarina, o
Senar prestou extraordinária cooperação
para o desenvolvimento estadual,
atendendo 2 milhões 139 mil produtores
rurais em cerca de 77 mil treinamentos e
programas voltados para melhorar a vida
dos catarinenses.
“Somos a escola de maior capilaridade
no território catarinense porque estamos
em todas as microrregiões”, realça o
presidente. O Senar vai às regiões rurais
com centenas de empresas prestadoras de
serviços de instrutoria, composta por
agrônomos, veterinários, zootecnistas,
administradores, técnicos agrícolas etc e
ministra treinamentos em salões comuni‐
tários e nas unidades produtivas das
empresas e propriedades agropecuárias.
Pedrozo enfatiza que, a partir deste
ano, o Senar entra em nova fase e passará,
também, a atuar na educação formal com
cursos técnicos de nível médio, curso
superior e pós‐graduação, consolidando‐se
como instituição de ensino, composta por
uma rede nacional de educação pro‐
Encontro definiu um planejamento estratégico para o Senar/SC no período de 2014-2020
elevação da condição sócio‐profissional
do indivíduo. A promoção social (PS) é um
conjunto de atividades com enfoque
educativo, que possibilita ao trabalhador,
ao produtor rural e às suas famílias a
aquisição de conhecimentos, o desenvol‐
vimento de habilidades pessoais e sociais
e mudanças de atitudes, favorecendo,
assim, uma melhor qualidade de vida e
participação na comunidade.
Informações sobre os programas e
treinamentos do Senar podem ser obtidas
pelo telefone (48) 3331‐9700 ou no site
www.senar.com.br
PRESENÇAS
Matias Weber, Tatiane Mecabô Cupello, José Zeferino Pedrozo, Geci Pungan e José Waler Dresch
fissional, conduzida pela administração
central, em Brasília.
No ano passado, as ações foram
realizadas em 282 municípios do Estado,
representando 96% do território catari‐
nense. Apenas 13 municípios não tiveram
demandas para os serviços educacionais
ofertados em razão da baixa vocação
agrícola.
DEFINIÇÃO
Matias Weber, Marcondes da Silva Cândido, José Zeferino Pedrozo, Paulo Roberto Moresco e Enori Barbieri
04 REVISTA |
Faesc & Senar
O Senar é uma entidade de direito
privado, paraestatal, mantida pela classe
patronal rural, vinculada à CNA. Integra o
chamado “Sistema S”. A maior parte dos
recursos orçamentários – 89,59% – é
aplicada na atividade‐fim.
O Senar tem como missão realizar a
educação profissional e promoção social
das pessoas do meio rural, contribuindo
para a melhoria da qualidade de vida e
para o desenvolvimento sustentável do
País. A formação profissional rural (FPR) é
um processo educativo, sistematizado,
que se integra aos diferentes níveis e
modalidades da educação e às dimensões
do trabalho, da ciência e da tecnologia,
objetivando o desenvolvimento de
conhecimentos, habilidades e atitudes
para a vida produtiva e social, atendendo
às necessidades de efetiva qualificação
para o trabalho com perspectiva de
Além de profissionais de imprensa,
participaram da apresentação do planeja‐
mento estratégico o presidente José
Zeferino Pedrozo, o vice‐presidente Enori
Barbieri, o superintendente Gilmar
Antônio Zanluchi, o assessor administra‐
tivo, financeiro e contábil Gilson Angnes, o
assessor jurídico Clemerson Pedrozo e os
membros do Conselho de Administração
do Senar/SC José Walter Dresch (presi‐
dente da FETAESC), Geci Pungan (repre‐
sentante da OCESC e SESCOOP/SC),
Matias Weber (representante das
agroindústrias) e Tatiane Mecabô Cupello
(representante do Senar Central).
Também acompanharam o ato os
conselheiros fiscais Rita Marisa Alves
(representante do Senar Central) e Alfredo
Seidel Filho (representante da FAESC).
Pelo SEBRAE/SC compareceram os
gerentes de unidades Marcondes da Silva
Cândido e Paulo Roberto Moresco e os
consultores Luciano Pinheiro e Juliano
Constante.
REVISTA | Faesc & Senar | ABRIL/2014 05
Hortaliças são transformadas em
Encontro pedagógico Pronatec 2014
O
s prestadores de serviço
em instrutoria do
Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec) participaram
de encontro pedagógico no Cetre‐
campos, no município de Campos
Novos. Durante dois dias, 13
participantes receberam orienta‐
ções, avaliaram ações desenvol‐
vidas durante o ano de 2013,
debateram sobre a operacionali‐
zação de metodologia e procedi‐
mentos para execução do
Pronatec em 2014.
Participantes da capacitação no município de Campos Novos
O programa é uma iniciativa do
Governo Federal, instituída no dia 26 de
outubro de 2011 pela Lei nº 12.513/2011
que oferece cursos gratuitos destinados à
capacitação técnica e profissional de
jovens e adultos para atender a demanda
de mão de obra qualificada no País. Em
Santa Catarina, o programa é desenvolvido
pela parceria do Senar/SC, órgão vinculado
à Faesc, com a Secretaria de Educação do
Estado.
A coordenadora do Pronatec no
Senar/SC, Gisele Kraieski Knabben, explica
que os cursos são divididos em atividades
teóricas e práticas, com encontros diários e
duração de quatro horas, pela manhã ou à
tarde. Podem participar estudantes do
ensino médio da rede pública, trabalhado‐
res provenientes do meio rural, beneficiá‐
rios titulares e dependentes de programas
federais de transferência de renda (Bolsa
Família), pessoas com deficiência, povos
indígenas, comunidades quilombolas, ado‐
lescentes e jovens em cumprimento de
medidas socioeducativas e outros grupos
de elevada vulnerabilidade social.
“O objetivo é atingir os jovens e capaci‐
tá‐los para que possam agregar conheci‐
mentos sobre atividades que contribuirão
para o aumento da renda familiar”, realça o
superintendente do Senar/SC, Gilmar Antô‐
nio Zanluchi.
F
lores feitas de chuchu,
folhas de cenoura e ramos
de vagens com o incremento
de brócolis e couve‐flor compõem
as esculturas das conservas de
hortaliças apresentadas, no mês de
março em Chapecó, durante
treinamento do Senar/SC, órgão
vinculado à Faesc. A qualificação
ocorreu na Associação de Defici‐
entes Visuais do Oeste de Santa
Catarina (Adevosc), com apoio do
Sindicato dos Produtores Rurais de
Chapecó e do Lions Clube Chapecó.
AVALIAÇÃO
No Estado, o programa apresenta uma
crescente demanda no número de vagas e
de turmas oferecidas a partir de 2012. No
primeiro ano foram 361 vagas e 26 turmas:
em 2013 os números dobraram, sendo 660
vagas e 44 turmas. A previsão para 2014 é
de 1.395 vagas e 93 turmas.
Interessados em participar do Prona‐
tec devem procurar a direção da escola
onde estudam ou a Secretaria de Assistên‐
cia Social do Município (CRAS). Informa‐
ções também estão disponíveis no site do
Senar/S C (www.senar.com.br), pelo
telefone (48) 3331‐9700 ou pelo e‐mail
[email protected] .
Artesanato com pintura preserva e propaga a cultura local
O curso beneficia 15 mulheres
10 REVISTA |
Faesc & Senar
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O Senar/SC, órgão vinculado à Faesc, iniciou no mês de abril o
curso de “artesanato com pintura”, no CRAS de São João do Sul. A
iniciativa é desenvolvida em parceria com a Secretaria de Educa‐
ção do Estado e do Sindicato Rural de Jacinto Machado.
A qualificação é realizada por meio do Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). De acordo com a
supervisora na região sul do Estado, Sueli Silveira Rosa, o curso tem
160 horas/aula e beneficia 15 mulheres. Os dois primeiros módu‐
los foram ministrados pela prestadora de serviço em instrutoria
Bernadete Bortolotto e a parte técnica será trabalhada pela instru‐
tora Ana Lúcia Daniel.
O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi, res‐
salta que as atividades relacionadas à área de artesanato objeti‐
vam estimular a produção de objetos úteis, artísticos e decorati‐
vos, feitos à mão, com ou sem ajuda de ferramentas e mecanismos
caseiros, utilizando matéria‐prima disponíveis na região.
No curso de conservas de hortaliças e
temperos participaram 14 mulheres,
sendo três cegas e seis de baixa visão. Na
primeira etapa, a prestadora em serviço de
instrutoria Cleusa Vergani abordou a lim‐
peza e esterilização dos vidros, os passos
de higienização para confecção das con‐
servas e a importância da higiene de todos
os utensílios.
Posteriormente, as participantes
aprenderam os procedimentos para as
esculturas de conservas de pepino, beter‐
raba, batatinha, chuchu, cenoura e abobri‐
nha. Na sequência, foram abordados os
procedimentos para salga, salmoura,
banho‐maria final, os passos de temperos
e pasta de alho.
No curso de conservas de hortaliças e temperos participaram 14 mulheres
AVALIAÇÃO
Participantes aprenderam os procedimentos
para as esculturas em conservas
De acordo com Cleusa, o diferencial do
treinamento foi ensinar que as hortaliças
podem ser transformadas em esculturas e
não apenas ser picadas e colocadas dentro
do vidro. “Desta maneira o produto final é
diferenciado, tem um valor agregado e se
torna único, porque indústria nenhuma faz
isso”, justificou.
A participante, cega, Andrea Duarte,
de 33 anos, relata que teve dificuldades
apenas no início. “Minha intenção é prati‐
car o conhecimento que adquiri no curso
de alguma maneira, principalmente com
os familiares”, destacou.
Salete Guralski, de 44 anos, gostou da
professora e de sua maneira de ensinar as
técnicas de como fechar os vidros, fazer a
calda e a higienização.
Para a participante, com baixa visão,
Terezinha Pacheco, de 52 anos, a iniciativa
foi proveitosa do início ao fim porque
transmitiu inúmeros “truques” às mulhe‐
res que amam cozinhar. “A partir de agora
vou fazer conservas para os familiares e
também para vender e, com isso, incre‐
mentar a minha renda”, ressaltou.
Programa transforma mulheres rurais em empreendedoras
Formar mulheres proprietárias rurais com conteúdos de gestão que busquem
aprimoramento nas atividades e no alcance de resultados econômicos almejados
pela empresa rural. Esta é missão do programa “Com licença vou à luta”, desenvol‐
vido pelo Senar/SC, órgão vinculado à Faesc.
Na região sul do Estado, o programa é realizado em parceria com o Sindicato
Rural de São José, na comunidade de Morro do Fabrício, no município de Santo
Amaro da Imperatriz. A iniciativa integra 14 mulheres pertencentes à Associação
AMFA. As atividades são conduzidas pela prestadora de serviço em instrutoria Mari‐
nei Sabadin Balbinot.
O programa desenvolve competências por meio de atividades na área de
empreendedorismo, direito trabalhista, liderança, planejamento. Desta maneira,
transforma a participação feminina em um fator importante para o sucesso da
empresa rural.
A supervisora do Senar/SC na região sul, Sueli Silveira Rosa, destaca que a capa‐
citação das mulheres é composta de cinco módulos: empreendedorismo, gestão
A iniciativa integra 14 mulheres pertencentes à Associação AMFA
financeira, elaboração do planejamento do negócio, legislação e liderança.
REVISTA | Faesc & Senar | ABRIL/2014
11
ainda mais a área pertencente aos índios,
chegando a 25% das terras brasileiras.
Enfatiza que o setor agropecuário tem
peso extraordinário na economia do Brasil.
Acumula recordes de produtividade,
usando menos terra e unindo produção
com preservação. Cresceu, no último
trimestre, 9,7%, enquanto o PIB, como um
todo, avançou 0,6%.
DESRESPEITO
O dirigente lamenta que a Funai ignore a
proibição do STF para ampliação de terras
indígenas demarcadas. A proibição de
ampliação é uma das 19 condicionantes
estabelecidas pelo STF, em 2009, após o
julgamento do caso Raposa Serra do Sol
(RR), regulamentadas pela Portaria 303/12
da Advocacia Geral da União. Além de vedar
a ampliação de áreas já demarcadas, a
portaria, com base na decisão do STF,
estabelece a participação de Estados e
municípios nos procedimentos administra‐
tivos de demarcação, a atuação das Forças
Armadas e da Polícia Federal nas áreas
indígenas e a prevalência da defesa dos
interesses da política de defesa nacional,
entre outros pontos.
Participaram da audiência pública mais de 500 pessoas
Questão indígena causa
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r
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so
“Um importante avanço na compreensão da questão indígena” foi o que
proporcionou a audiência pública que a Câmara dos Deputados
promoveu em Chapecó no mês de março, em Chapecó, sob coorde‐
nação dos deputados federais Valdir Colatto (SC), Osmar Seraglio (PR) e
Luiz Carlos Heinz (RS). A avaliação é do presidente da Faesc, José
Zeferino Pedrozo.
Em dezenas de depoimentos, produ‐
tores relataram o sofrimento das famílias
rurais pela intranquilidade que vivem no
campo. Foi duramente criticada a atuação –
acima da lei e contra decisões do próprio
Supremo Tribunal Federal (STF) – da
Fundação Nacional do Índio (Funai). O
consenso entre produtores, líderes rurais e
advogados era de que os produtores rurais
estão sendo expropriados de suas proprie‐
dades por ação ideológica da Funai que,
unilateralmente, cria áreas indígenas em
áreas legalmente ocupadas e tituladas há
mais de 100 anos.
“A Funai está fabricando áreas
indígenas e falsificando índios para ocupá‐
las” de acordo com os parlamentares. O
08 REVISTA |
Faesc & Senar
Ministério da Justiça perdeu o controle da
Funai e a única solução é retirar da
fundação o poder de criar novas reservas e
transferir a questão para o Congresso
Nacional. Isso é o que prevê a proposta de
emenda constitucional 215 que tramita no
legislativo federal, apoiada por todas as
entidades nacionais da agricultura e do
agronegócio.
Pedrozo disse que a questão indígena
está na pauta das preocupações da
sociedade catarinense porque a Funai quer
criar ou ampliar 26 áreas para os povos
primitivos, avançando sobre 40 mil
hectares legalmente ocupados por 4 mil
famílias rurais. Os municípios que
concentram os maiores problemas são
Saudades, Abelardo Luz, Ipuaçu, Cunha
Porã, Chapecó, Seara, Araçá, Paial,
Araquari, Palhoça e Vitor Meirelles.
Em todas as manifestações, produtores
rurais e autoridades reclamaram que o
Governo está sendo nefastamente
influenciado por grupos patrocinados por
ONGs internacionais e instalado nos
ministérios do Desenvolvimento Agrário,
Meio Ambiente e Justiça e em órgãos como
Funai, Incra e Ibama. “Esse grupo é uma
ameaça à democracia e está levando o
Governo a cometer uma série de equívocos,
fingindo inspirar‐se em motivações
históricas e sociológicas para atuar na
esfera dos indígenas, dos quilombolas, etc”,
asseguram os dirigentes.
O presidente da Faesc resume o cenário
de indignação do setor produtivo: o Brasil
tem 12,7% do território com áreas
indígenas para um universo de apenas 817
mil índios, enquanto os 5,2 milhões de
estabelecimentos rurais do País ocupam
38,8% do Brasil. Os índios representam
0,43% da população e a Funai pretende a
criação de mais 611 reservas, aumentando
REALIDADE REGIONAL
Em Santa Catarina são 26 áreas
demarcadas ou pretendidas para abrigar
aproximadamente 18 mil indígenas. Se todas
as demarcadas pretendidas pela Funai se
consolidarem mais de 4 mil famílias serão
expulsas de suas terras.
Pedrozo disse que a questão indígena está na pauta
das preocupações da sociedade catarinense
A área em questão, desde 2002,
compreende mil hectares em Arvoredo e,
segundo Zanluchi, representa uma perda de
30% da economia do município. Em Seara o
impacto na economia será de 10%. As
famílias de produtores rurais em regime de
economia familiar têm como atividades
principais suíno, aves, bovinocultura de leite
e alguns madeira, sistemas integrados com
agroindústrias da região.
“Para as comunidades de Chapada,
Nossa Senhora da Saúde e Nova Brasília
apresentamos uma proposta para o
ministro, que prevê principalmente a
(terra) e da benfeitoria. Na região, a maioria
das famílias possuem em média 12 hectares
e meio.
Na região de Cunhã Porã e Saudades a
discussão da área de 2.721 hectares iniciou
em 2000 e envolve 170 famílias, o que
representa mais de 540 pessoas. Esses
agricultores familiares têm como atividades
a produção de grãos em geral, frango de
corte, suínos, bovinocultura de leite e
aviários de postura. O impacto das demar‐
cações será de R$ 20 milhões no movimento
econômico dos dois municípios.
De acordo com presidente do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Cunha Porã e
líder do Movimento de Defesa da Proprie‐
dade, Dignidade e Justiça Social, Gilmar
Ceccon, a reivindicação das famílias é de
permanecer no local por serem os legítimos
proprietários. “Nunca houve aldeia indígena
e há escrituras de 1971. As áreas de terra
foram compradas diretamente com a
colonizadora Sul Brasil, por isso todas as
famílias têm escritura pública e nenhuma é
posseira”, justifica.
No litoral catarinense do Estado 70
famílias de agricultores, maricultores e
pescadores buscam desde 1970 o avanço do
desenvolvimento. Para a presidente do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Palhoça, Genesis Duarte, a Funai está
travando a expansão do progresso de todo o
País e prejudica o município ao provocar as
filas intermináveis de veículos. “A fundação
não permite que seja feita a quarta pista e
nem o túnel, sendo que as demais entidades
já autorizaram a construção”, argumenta.
ORIENTAÇÕES SOBRE A
LEGISLAÇÃO
A Constituição Federal de 1988
estabeleceu o dia 5 de outubro daquele ano
como marco temporal para a demarcação de
terras indígenas. De acordo com o juiz
federal Narciso Leandro Xavier Baez, é
preciso analisar a condição jurídica dos
indígenas no Brasil: isolados, em vias de
integração e integrados.
Para o relator da Comissão Especial da
PEC 215, deputado Osmar Serraglio, o
objetivo não é gerar conflito, pelo contrário,
é promover a pacificação no campo. “O que
não almejamos é a criação de áreas
desestabilizadas, porque a constituição é
muito clara e trata de regiões que ocupa‐
vam”, comenta.
Famílias de produtores pedem para permanecer em suas terras
O presidente do Sindicato Rural de
Seara, presidente da Comissão dos Agricul‐
tores Atingidos por Demarcações de Terra In‐
dígenas e produtor rural, Valdemar Zanluchi,
explica que na região de Seara, Arvoredo e
Paial são mais de 300 famílias que vivem essa
insegurança. “Esses moradores povoaram
essas terras e estão enraizados há quase 100
anos no local”, complementa.
redução de 3.900 hectares para 2.500
hectares em uma área de terra próxima na
região, que dá continuidade a área da
mesma etnia da Sede Trentin”, realça. Os
moradores aguardam retorno de uma nova
portaria em 60 dias.
Zanluchi enfatiza que o objetivo é fazer
um acordo pacífico, que compreenda
um pagamento justo da propriedade
APOIO
O evento mobilizou também entidades e
contou com o apoio da Faesc, Organização
das Cooperativas de SC (Ocesc), Federação
dos Trabalhadores na Agricultura de SC
(Fetaesc), além de representantes de
agroindústrias, agricultores, e sociedade
civil organizada de todo o Estado de Santa
Catarina.
REVISTA |
Faesc & Senar
| MARÇO/201409
Cartão facilitará a vida do
Senar, em nova fase,
A
atuará na educação superior
presentar a nova
estrutura metodológica
aos prestadores de
serviço em instrutoria foi o
objetivo do Encontro Estadual de
Agentes da Formação Profis‐
sional Rural (FPR) e de Promoção
Social (PS), no mês de março, em
Florianópolis. O evento foi
organizado pelo Senar/ S C ,
vinculado à Faesc, e reuniu 200
A programação do Seminário iniciou
com mensagem do presidente do Conse‐
lho Administrativo José Zeferino Pedrozo,
destacando o papel do Senar na profissio‐
nalização e na elevação da renda das famí‐
lias rurais.
Na sequência, palestrou o secretário
executivo da Administração Central do
Senar, Daniel Kluppel Carrara. Ele anun‐
ciou que a partir de 2014 a entidade – que
já atua na educação não formal há mais de
20 anos nos cursos de formação inicial e
continuada – passará também a atuar, na
educação formal com cursos técnicos de
nível médio, curso superior e pós‐
graduação, consolidando‐se como institu‐
ição de ensino, composta por uma rede
nacional de educação profissional, condu‐
zida pela administração central, em Brasí‐
lia.
Logo após, duas profissionais do
Departamento de Educação Profissional e
Promoção Social (DEPPS) da Administra‐
ção Central do Senar apresentaram a
estrutura da nova Série Metodológica edi‐
ção 2013: A coordenadora da área de for‐
mação inicial e continuada Fabiana Márcia
de Rezende Yehia e a assessora técnica
Deimiluce Lopes Fontes Coaracy. Ambas
destacaram a colaboração da professora
Estela Macedo, do Senar/SC, na elabora‐
ção desse trabalho.
A prática docente do Senar é a meto‐
dologia ideal para o homem do campo,
porque leva em consideração o contexto
histórico do produtor e do trabalhador
rural, observaram. A ideia do Senar com a
nova série é mudar, mas sem perder a
essência do trabalho realizado pela enti‐
06 REVISTA | Faesc & Senar
O evento reuniu 200 pessoas
cional do Meio Rural, Processo da Promo‐
ção Social (PS) e Metodologia de Ensino do
Senar – Formação Profissional Rural e Pro‐
moção Social. Destaca a metodologia, com
informações sobre as novas abordagens
educativas como a formação por compe‐
tências e a mediação da aprendizagem.
O PAPEL DO EDUCADOR
No evento, palestrou o secretário executivo da
Administração Central do Senar, Daniel Kluppel Carrara
dade. “Juntamos os conceitos em todos os
parâmetros e procedimentos para ajudar
os instrutores na hora de montar os treina‐
mentos. Queremos fazer o educador
entender que ele é fundamental nesse
processo e que a qualificação profissional
é básica, mas precisa ter intenções claras,
ser planejada e focada no diálogo de sabe‐
res. Não é apenas o curso do Senar, mas
uma formação profissional que pode aten‐
der aos anseios dos participantes e às
necessidades do mercado de trabalho.”
A nova edição da Série Metodológica
do Senar, composta de cinco volumes, é o
documento que garante a uniformidade
de informações educacionais, terminolo‐
gias, processos e a consolidação da meto‐
dologia. O novo documento traz a nova
estrutura ocupacional do Senar baseada
na Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO), do Ministério do Trabalho e Empre‐
go. A nova série está dividida em Informa‐
ções Institucionais, Processo da Formação
Profissional Rural (FPR), Estrutura Ocupa‐
As atividades foram encerradas com a
palestra “O papel do educador”, minis‐
trada por Eugênio Mussak, especialista em
liderança e diretor científico da Associação
Brasileira de Recursos Humanos.
“A educação saiu da escola e transfe‐
riu‐se para outros ambientes”, declarou o
educador, para quem o papel do professor
não é mais transferir conhecimento, mas
ensinar o aluno a pensar. Ele acredita que a
educação é o grande passaporte e propõe
um modelo novo de educação para o
século XXI, um modelo realmente liberta‐
dor.
Para Mussak, a educação é um tesouro
a descobrir. Educar é ensinar a aprender e
não ensinar matérias, simplesmente.
“Ensinar a aprender é dar a liberdade para
a escolha dos caminhos através de uma
potência da aprendizagem permanente.”
Explicou que o aluno deve desenvolver a
capacidade de aprender ao lado de quatro
“aprenderes fundamentais”: aprender a
conhecer, aprender a fazer, aprender a
conviver e aprender a ser. Para ele, esta é a
educação verdadeiramente libertadora: a
que ensina a pescar.
produtor rural catarinense
P
rodutores e empresários
rurais terão, a partir deste
ano, uma facilidade: o
CNA Card (cartão do produtor
rural), administrado pela CNA em
parceria com a Faesc. O cartão foi
lançado no Seminário Estadual de
Líderes Rurais da Federação que
reuniu uma centena de presi‐
dentes de Sindicatos Rurais, no
mês de março, na grande Floria‐
nópolis.
“Não se trata de um cartão financei‐
ro, mas será muito útil na vida econômica
dos produtores rurais catarinenses”, real‐
çou o presidente da Faesc, José Zeferino
Pedrozo. O CNA Card facilita a vida do
produtor rural, permitindo solicitar e
imprimir Guias de Trânsito Animal (GTA),
bem como pagar as respectivas taxas
com maior conforto e agilidade, além de
gerar benefícios e agregar novas tecnolo‐
gias ao dia a dia do produtor.
O analista técnico, médico veteriná‐
rio, responsável pela plataforma de ges‐
tão agropecuária do CNA Card da CNA,
André Vicente Bastos, mostrou que o car‐
tão permitirá maior rapidez na gestão
dos negócios rurais, além de servir de
identificação do produtor rural. Milhares
de estabelecimentos que fornecem insu‐
mos para a atividade agropecuária estão
aderindo ao sistema, em todo o País, for‐
mando uma grande base de empresas
que oferecem descontos e outras vanta‐
gens na venda de produtos e serviços de
interesse dos produtores.
Acordo de cooperação assinado –
durante o Seminário de Líderes Rurais –
entre a CNA, FAESC e CIDASC formalizou
a parceria que permitirá aos agropecua‐
ristas catarinenses solicitar e imprimir
documentos online, tais como a GTA e
pagar as respectivas guias geradas.
Com o CNA Card o produtor poderá
economizar tempo e dinheiro; ganhar
descontos e benefícios no Clube de Bene‐
fícios; solicitar a impressão da GTA junto
aos órgãos executores de sanidade agro‐
O CNA Card foi lançado durante o Seminário Estadual de Líderes Rurais, na grande Florianópolis
O CNA Card foi lançado durante o Seminário
Estadual de Líderes Rurais, na grande Florianópolis
pecuária, pagar tarifas de forma facili‐
tada e melhorar a gestão da propriedade.
Podem solicitar o CNA Card os produto‐
res rurais, pessoa física ou jurídica com
cadastro no Serviço Estadual de Defesa
Agropecuária de uma das 27 unidades da
federação.
Outro assunto da pauta foi de ordem
pedagógica. Técnicos da Administração
Central do Senar, de Brasília, apresenta‐
ram a nova série metodológica da entida‐
de.
O último tema da pauta da manhã foi
o programa GQS (Gestão de Qualidade
Sindical) apresentado pelo vice‐
presidente da Faesc, João Francisco de
Mattos. “A gestão com qualidade busca o
fortalecimento dos sindicatos de produ‐
tores rurais para proporcionar, aos diri‐
gentes e funcionários, instrumentos
modernos de gestão e aprimoramento
da qualidade dos serviços prestados”,
explicou.
Os principais objetivos são fortalecer
a representatividade do sindicato, com
reflexos positivos para classe produtora
rural; suscitar nos funcionários e dirigen‐
tes a importância da profissionalização
no atendimento ao associado; elaborar o
Plano de Gestão com Qualidade do Sindi‐
cato (PGQS) com propostas de melhorias
significativas na estruturação e funciona‐
mento do sindicato rural.
O vice‐presidente Enori Barbieri
palestrou sobre o comportamento dos
mercados agrícolas e pecuários.
HOMENAGEM
Ao final do Seminário, a Associação
Catarinense de Criadores de Suínos
(ACCS) prestou homenagem ao presi‐
dente da Faesc/Senar, José Zeferino
Pedrozo. O diretor da ACCS, Adir Engel,
acompanhado de outros dirigentes, entre‐
gou troféu simbolizando a homenagem e
leu mensagem que expressa “parabéns e
muito obrigado por ser um exemplo ao
agronegócio brasileiro, em especial para o
catarinense, porque muito contribuístes
para que tantos que aqui estão presentes
e outros que não estão, fossem buscar
este exemplo de humildade, de compe‐
tência, de dedicação e de muito trabalho.
Pelo cidadão liderança que representas
para o agronegócio. Com certeza, não só
os suinocultores catarinenses, mas todos
os produtores e empresários do agronegó‐
cio têm na sua pessoa um espelho que
agrega muito, sendo um baluarte ao agro‐
negócio”.
REVISTA |
Faesc & Senar
| ABRIL/2014
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EVOLUÇÃO NO CAMPO