Comunicado de Imprensa
Divulgação dos resultados do Preliminary English Test
O Preliminary English Test está integrado no projeto Cambridge English for Schools, iniciativa que visa a
aplicação de testes de língua inglesa concebidos por Cambridge English Language Assessment, a
entidade da Universidade de Cambridge responsável pela conceção de instrumentos de avaliação de
língua inglesa, em linha com o Quadro Europeu Comum de Referência (QECR) e com âmbito de
aplicação e de validação internacionais.
Este projeto comporta três objetivos principais:
•
Diagnosticar, monitorizar e avaliar, de forma sustentável e fiável, o desempenho dos alunos do
sistema de ensino português na aprendizagem da língua inglesa;
•
Possibilitar aos alunos a obtenção de uma certificação
internacionalmente em condições especialmente favoráveis;
•
Criar condições para uma progressiva melhoria do domínio da língua inglesa e
consequentemente para a elevação do nível de certificação a que os alunos poderão aceder.
linguística
reconhecida
Na sequência da aplicação do teste Key for Schools, cujo nível de certificação de referência era o nível A2
do QECR, e atendendo ao diagnóstico decorrente dos resultados observados em 2014, foi opção, em
2015, aplicar um teste cujo nível de certificação de referência estivesse alinhado com o prescrito no
currículo e nas metas curriculares da disciplina de Inglês em vigor para o 3.º CEB, o nível B1.
O Preliminary English Test avalia autonomamente quatro capacidades: Leitura (Reading); Produção
escrita (Writing); Compreensão do oral (Listening); Produção e interação orais (Speaking). Cada
componente do teste tem um peso igual no total da cotação (25%).
O teste está desenhado para certificar o nível B1, podendo ainda certificar os níveis A2 e B2 do QECR.
Comparativamente com o teste Key for Schools (KfS) (que certificava os alunos com os níveis A1 a B1), o
PET apresenta um acrescido nível de exigência.
O Preliminary English Test, de acordo com o Despacho 15747-A/2014, de 30 de dezembro, foi aplicado
com carácter obrigatório aos alunos do 9º ano de escolaridade e com carácter opcional aos alunos do 2º
CEB (6º ano), do 3º CEB (7º e 8º anos) e do Ensino Secundário.
A componente escrita (Reading, Writing e Listening) foi realizada no dia 6 de maio; a componente de
produção oral (Speaking) realizou-se entre 13 de abril e 22 de maio.
O teste foi aplicado em 1223 estabelecimentos de ensino público, particular e cooperativo (95,8% do
total inicialmente previsto).
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Inscreveram-se para o teste 111.534 alunos, dos quais:
•
96,0% a frequentar o 9º ano;
•
0,3% a frequentar o 2º CEB (6º ano) e 1,1% o 3º CEB (7º e 8º anos);
•
2,5% a frequentar o Ensino Secundário;
•
0,1% a frequentar CEF, cursos profissionais e vocacionais.
Realizaram o teste 85.297 alunos (todas as componentes do teste). De acordo com a informação
facultada pelas escolas, não realizaram o teste 23,5% dos alunos inscritos (26.237).
Para uma leitura dos resultados à luz dos níveis de proficiência do QECR, apresenta-se, em síntese,
informação no quadro 1.
Quadro 1 – Enquadramento dos níveis do QECR
Nível QECR
Independente
Utilizador
avançado
Definição
B2
independente
Independente
Elementar
Utilizador
avançado
B1
Utilizador independente que se expressa clara e
eficazmente
Utilizador independente que é capaz de comunicar
sobre assuntos simples do quotidiano
Utilizador elementar que é capaz de usar linguagem
A2
simples para comunicar sobre assuntos do
quotidiano
elementar
Elementar
Utilizador principiante
A1
Pré-A1
Utilizador elementar que é capaz de usar linguagem
simples, com ajuda
Utilizador que ainda não atingiu o nível A1
Os resultados do teste em análise evidenciam duas leituras que se complementam: por um lado, uma
melhoria expressiva face aos resultados observados em 2014; por outro lado, a evidência de que, em
termos gerais mas também em domínios específicos da aprendizagem, subsistem fragilidades que
abrem caminho a um contínuo investimento na sua melhoria.
Centrando a análise dos resultados no desempenho dos alunos do 9.º ano de escolaridade, a
distribuição da percentagem de alunos por nível de proficiência é a seguinte:
Quadro 2 – Percentagem de alunos do 9.º ano de escolaridade por nível de proficiência
Nível
%
≤ A1
26,6
A2
35,2
B1
29,1
B2
9,1
Total
100,0
Comparando os resultados de 2014 com os agora observados, e tendo presente um aumento de
exigência do Preliminary English Test, em relação ao teste Key for Schools, há a salientar:
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

uma forte redução (cerca de 20%) da percentagem de alunos com nível pré-A1 e A1 (47% em
2014);
um significativo aumento (cerca de 21%) da percentagem de alunos que atingiram o nível B1 ou
mesmo B2 (17%, em 2014, no nível B1, e 29%, em 2015, no nível B1, a que acresce 9% de
alunos que suplantam o nível de referência esperado no final do 3.º CEB).
Os resultados por domínio/componente são os que se apresentam no quadro 3.
Quadro 3 – Distribuição dos resultados dos alunos do 9.º ano de escolaridade por componente do teste
Nível
Reading
Writing
Listening
Speaking
Muito fraco
23,7
30,6
23,1
23,3
Fraco
53,8
24,3
43,8
11,7
Suficiente
9,7
24,0
12,1
44,3
Bom
3,1
6,7
4,4
8,3
Excelente
9,7
14,4
16,5
12,5
(valores em %)
Estes resultados mostram um progresso significativo no desempenho dos alunos no domínio da
produção oral (Speaking). Esta vertente deve ser realçada na medida em que, por um lado, mostra
evidências de uma aposta conseguida de professores e alunos nesta componente da aprendizagem da
língua e, por outro lado, constitui uma enorme mais-valia na capacitação dos alunos para um domínio
de uma componente incontornável no uso de qualquer língua estrangeira, no quadro de um paradigma
centrado, como deve ser, na comunicação.
No que diz respeito às demais componentes, mas em especial à produção escrita (Reading) e
compreensão do oral (Listening), parece evidente o impacto menos positivo da acrescida dificuldade do
teste, o que se traduziu em resultados menos positivos (maior percentagem de alunos com
desempenhos de nível fraco ou muito fraco, valor que atinge cerca de 77% no Reading, de 55% no
Writing e 67% no Listening).
De um ponto de vista de distribuição geográfica dos resultados por NUTS III, considerou-se como
variável de medida a percentagem de alunos que atingem ou superam o nível de referência (B1 e B2).
Os valores por NUTS III, apresentados no quadro 4, mostram uma distribuição espacial em que se
destacam, pela positiva, as áreas do litoral oeste que incluem o Grande Porto e o Baixo Mondego e
ainda a Grande Lisboa e todas as NUTS III litorais a sul, incluindo o Algarve. Com resultados menos
favoráveis encontram-se as NUTS III do Tâmega, Alto Alentejo e Pinhal Interior Sul.
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Quadro 4 – Distribuição dos resultados dos alunos do 9.º ano por NUTS III
(% de alunos com nível B1 e B2)
NUTS_III
% B1 + B2
Tâmega
19,9
Alto Alentejo
21,3
Pinhal Interior Sul
26,3
Pinhal Interior Norte
28,0
Douro
28,2
Alentejo Central
28,2
Ave
28,3
R. A. Açores
29,3
Serra da Estrela
29,4
Alto Trás-os-Montes
30,5
Beira Interior Norte
31,0
Entre Douro e Vouga
31,4
Minho Lima
32,0
Baixo Alentejo
32,4
Cávado
32,7
Pinhal Litoral
34,9
Beira Interior Sul
35,7
Dão Lafões
36,0
Cova da Beira
36,0
Lezíria do Tejo
36,3
Oeste
36,6
Baixo Vouga
37,3
R. A. Madeira
40,8
Médio Tejo
40,9
Alentejo Litoral
41,9
Península de Setúbal
42,2
Baixo Mondego
43,0
Algarve
43,5
Grande Porto
43,8
Grande Lisboa
47,9
Como notas finais, destacar que continua a existir um forte potencial para melhorar o ensino e a
aprendizagem, continuando a aumentar a percentagem de alunos capazes de alcançar, no final da
escolaridade básica, o nível de referência, de acordo com o currículo e as metas curriculares da
disciplina (B1) e, paralelamente, a reduzir a percentagem de alunos sem aprendizagem significativa
(alunos com nível A1 ou pré-A1).
Em anos futuros, deve ser reforçada a aposta na certificação, uma mais-valia reconhecida nos contextos
académicos e profissionais como relevante para os percursos pessoais dos alunos. De notar que cerca de
22 mil alunos, que não se inscreveram para a obtenção do certificado, alcançaram um resultado que
lhes teria assegurado uma certificação de nível B1 ou B2 (este nível é equivalente a um First Certificate).
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