CONVERSA COM MOHINI PANJABI Como você conheceu a Brahma Kumaris? É uma longa história. Faz por volta de 50 anos e eu estava na faculdade. Eu queria entender o significado da vida, o propósito da vida e tornar a vida mais significativa. Alguém me falou sobre um centro BK começando próximo à minha casa. Fui lá e gostei da honestidade, simplicidade e autenticidade. No início, não entendi bem os ensinamentos, pois há muita sabedoria contida no conhecimento espiritual. Algo que me tocou mais foi sobre termos “as qualidades inatas de amor e paz”. Eu tomei aquelas duas palavras, amor e paz, e comecei a praticá-las. Quando havia confusão, medo ou raiva durante o dia, eu dizia “eu sou pacífica, eu sou amorosa” e isto me ajudava a perceber que eu poderia ser pacífica e viver de forma feliz neste mundo. Junto com isso, eu encontrei a missão de minha vida. Minha missão era compartilhar que o conhecimento é luz e que o conhecimento também é poder. Se cada um de nós tiver o entendimento do conhecimento espiritual, então não haverá sofrimento. Há muito sofrimento que vem através de nossos próprios pensamentos. Se conseguirmos pensar positivamente, mudando nossos pensamentos de negativos em positivos, então não haverá sofrimento. Eu achei esse conhecimento útil e decidi que iria servir a humanidade, compartilhando esse conhecimento. Após terminar a faculdade, comecei a me envolver na organização. De que modo a Brahma Kumaris mudou sua vida? Em um nível espiritual, sentir-me conectada a Deus e conectada à humanidade trouxe uma percepção bem positiva. Eu experimentei um relacionamento muito pessoal com Deus e, por isso, eu via as pessoas como filhos de Deus, desenvolvendo então apreciação e respeito por todos. Com a prática regular da meditação, percebi minha concentração melhorando - isto foi bem útil enquanto sendo uma estudante. Sentia que era capaz de trabalhar de forma clara e eficiente. Mesmo hoje, sinto que esta habilidade é muito útil. Sou capaz de atuar de forma bem-sucedida em qualquer projeto, trazendo resultados. Através da meditação, sou capaz de focar e usar minha energia para obter resultados positivos. Tenho uma visão muito prática em relação à vida. Vemos que as pessoas fazem, mas não se envolvem. Contudo, a verdadeira alegria está em ser e fazer. Por fim, através da meditação fui capaz de viver a vida com valores os quais acreditei desde a infância. Há pessoas que sentem que têm que abrir mão dos valores para se alcançar o sucesso, mas isso não é verdade. Por exemplo, você pode ser honesto e verdadeiro e ainda assim alcançar sucesso. Eu advogo sobre a importância de uma carreira baseada em valores e no compartilhamento de histórias inspiradoras. O que a Brahma Kumaris oferce? Você poderia nos falar sobre o Raja Yoga? Nós oferecemos muitos cursos que abordam a importância dos valores. Estes cursos são interativos e contêm exemplos. Acreditamos também no aprendizado com atividades. Especialmente para crianças e adolescentes, mostramos a eles o que é ser responsável. A Brahma Kumaris ensina 4 matérias e uma delas é a meditação Raja Yoga. Raja significa “soberano”, “controle” e Yoga significa “união”, “conexão”. Você controla sua mente através desta técnica. A meditação é a prática e o processo de pensamento que capacita você a obter este controle. A meditação lhe permite uma integração de sua identidade espiritual com as realidades sociais e físicas ao seu redor, restaurando o equilíbrio funcional e saudável entre seus mundos interno e externo. De que forma o Raja Yoga na BK está relacionado ao Raja Yoga de Patanjali? Enquanto o Raja Yoga de Patanjali é composto de 8 passos, nós nos focamos nos passos 1, 2 e 6. O primeiro passo, “Yama”, se refere às abstenções. O segundo passo, “Niyama”, se refere aos princípios. E o sexto passo, “Dharana”, se refere à concentração da mente em um objeto físico, tal como a chama de uma lâmpada, o ponto entre as sobrancelhas ou a imagem de uma divindade. Na Brahma Kumaris nós nos focamos essencialmente na parte da meditação. Sentimos que a meditação leva ao autocontrole. Esta prática pode ser feita por pessoas de todas as idades, grupos e religiões. Quais são seus pensamentos sobre a “paz” e o que você recomendaria para que as pessoas tenham uma vida pacífica? Muitas pessoas pensam que existe paz quando não há conflito. Para nós, a paz é uma experiência interna, o que significa que o conflito está nos nossos pensamentos, no poder de discernir. Uma vez que você começa a experimentar paz interna, você leva isto para os relacionamentos, para o local de trabalho e torna aquilo parte de todas as suas atividades. Por meio de paz interna, você pode construir relacionamentos pacíficos e um mundo pacífico. Todas as atividades da BK são gratuitas. Como vocês sustentam a organização e suas atividades? Temos como base o princípio de que “você não pode pagar pelo conhecimento”. Pobres e ricos têm o mesmo direito ao conhecimento. A maior parte do trabalho é feita por nós e nossos serviços são feitos por voluntários. Nos EUA, a mão de obra custa por volta de 3 vezes mais que os materiais, e assim, ao fazermos o trabalho isso corta os custos. Nós recebemos doações de pessoas que se sentem beneficiadas por nossos serviços. FONTE: Extraído do site http://www.lokvani.com/lokvani/article.php?article_id=4999 - 25/06/2008