Aluno(a):_____________________________________________________________ Código:__|__|__|__|__ Série: 2ª Turma: _______ Data: ___/___/___ ou desfavorável para a proposta geral do romance? Justifique sua resposta. _________________________________________________________ _________________________________________________________ 01. Em uma prova escolar, uma das questões solicitava que os alunos classificassem a oração destacada no período abaixo e justificassem a resposta. _________________________________________________________ _________________________________________________________ Os operários fizeram todo o trabalho, e não receberam o pagamento. _________________________________________________________ _________________________________________________________ Um dos alunos respondeu que a oração era coordenada sindética aditiva, justificando que essa classificação se devia à presença da conjunção “e”. Pergunta-se: esse aluno acertou ou errou a resposta? Por quê? _________________________________________________________ _________________________________________________________ 05. Considere estes três períodos simples: • O aquecimento excessivo do planeta é um fato incontestável. • Muitos países já implantaram programas de redução de poluentes. • O esforço no combate ao efeito estufa não tem a efetiva participação de alguns dos países mais poluidores do mundo. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ a) Empregando conjunções que estabeleçam adequadamente a coesão e explicitem as relações de sentido existentes entre essas orações, reúna-as em um período composto por coordenação. _________________________________________________________ _________________________________________________________ Leia o texto abaixo para responder às questões 2 e 3. Uma associação publicou, em um de seus boletins, um artigo prestando contas do trabalho até então realizado pela diretoria da entidade. Nele lia-se o seguinte trecho: _________________________________________________________ _________________________________________________________ (...) é claro que pela frente tivemos aqueles famosos pessimistas que não acreditavam numa obra como esta, mas jamais desistimos e desanimamos no primeiro obstáculo. (Nossa Voz – Publicação da Assoc. Servidores Públicos Munic. de Campinas/SP) _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 02. Nesse trecho, a conjunção e não estabelece adequadamente a relação lógico-semântica pretendida pelo redator do texto. Por que essa conjunção cria uma contradição entre as afirmações expressas pelas duas orações ligadas por ela? _________________________________________________________ b) Classifique as três orações constituintes do período que você construiu no item a. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 06. Canção do vento e da minha vida O vento varria as folhas, O vento varria os frutos, O vento varria as flores... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De frutos, de flores, de folhas. O vento varria as luzes O vento varria as músicas, O vento varria os aromas... _________________________________________________________ _________________________________________________________ 03. Que conjunção deveria ser empregada para estabelecer adequadamente a coesão e, assim, explicitar com clareza a relação de sentido pretendida pelo redator? Justifique. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De aromas, de estrelas, de cânticos _________________________________________________________ 04. No romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis, lê-se o seguinte trecho: “E aí havia uma mulher escrava, e negra como ele; mas boa, e compassiva, que lhe serviu de mãe...” O vento varria os sonhos E varria as amizades... O vento varria as mulheres... E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De afetos e de mulheres. O vento varria os meses Considerando a proposta do romance – denúncia de injustiças e dignificação do oprimidos, em especial a mulher e o escravo – o uso do conector mas, no trecho acima, produziu um efeito de sentido favorável 2 Rua T-53 Qd. 92 Lt. 10/11 nº 1356 – Setor Bueno – 62-3285-7473 – www.milleniumclasse.com.br E varria os teus sorrisos... O vento varria tudo! E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De tudo. “A favela não é a mesma / se liga no meu papo / porque se foram embora / Paulinho, Kevin e Renato” – estes últimos versos são da primeira música sob a influência dos livros, em homenagem a três vizinhos que morreram, um deles por culpa da dengue. Os quadrinhos foram a porta de entrada de MC Guri para a literatura. Depois, vieram os livros de aventura. Hoje, ele lê até poesias. Além da mudança de tom das letras, houve ainda uma mudança no ritmo. MC Guri trocou a batida do rap pela do funk , para combinar mais com a sua nova fase. BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967. a) De que trata o poema de Bandeira? _________________________________________________________ _________________________________________________________ REWALD, Fabiana. Livros de biblioteca instalada em favela inspiram músicas . Folha de S. Paulo , S. Paulo, 13 set. 2010. p. C5. Cotidiano. _________________________________________________________ _________________________________________________________ b) Identifique dois recursos estilísticos utilizados por Manuel Bandeira e argumente a respeito. _________________________________________________________ a) Os textos 1 e 2 aproximam-se quanto à temática abordada. A esse respeito, ambos evidenciam um mesmo conceito de leitura. Identifiqueo. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 07. Texto 1 b) No Texto 1, os versos um rio que escorre letras/metáforas que rompem diques remetem às consequências da leitura de um livro. Qual o fato da vida de MC Guri (Texto 2) associa-se a estes versos? _________________________________________________________ O livro como fresta é certo que um livro quando se deságua _________________________________________________________ _________________________________________________________ a tinta negra de suas páginas além de suas quatro margens _________________________________________________________ _________________________________________________________ um rio que escorre letras metáforas que rompem diques _________________________________________________________ Leia os textos abaixo e responda as 02 próximas questões. pelo postigo de quem escreve tudo – olhos, sóis, lentes – na vigília, nas insônias : o universo às escâncaras Texto 1 O Menino da Porteira Toda a vez que eu viajava Pela estrada de Ouro Fino, De longe eu avistava A figura de um menino, Que corria abri[r] a porteira Depois vinha me pedindo: – Toque o berrante, seu moço, Que é p’ra mim ficá[ar] ouvindo. além, nos telescópios tudo o que a vista desalcança – os minimundos vazios – diante de uma veneziana entreaberta (Luisinho, Limeira e Zezinha, 1955) PEREIRA, Luís Araujo. Minigrafias. Goiânia: Cânone, 2009. p. 19. Texto 2 Meu bem querer Meu bem-querer É segredo, é sagrado, Está sacramentado Em meu coração. Meu bem-querer Tem um quê de pecado Acariciado pela emoção. Meu bem-querer, meu encanto, Tô sofrendo tanto, amor. E o que é o sofrer Para mim, que estou Jurado p’ra morrer de amor? ( Texto 2 Livros de biblioteca instalada em favela inspiram músicas Anderson Aparecido Bandeira da Silva, 16, ficou conhecido no Jardim Panorama, favela da zona oeste de São Paulo bem ao lado do shopping Cidade Jardim, por seus raps , que tratavam, quase sempre, da violência. A fonte de inspiração do garoto apelidado MC Guri, no entanto, mudou completamente há cerca de um ano, quando ele passou a frequentar a biblioteca comunitária da região onde mora. A partir da leitura de um livro cujo tema central é a lembrança – ironia: ele não se lembra do nome do livro –, fez uma música para três pessoas queridas que perdeu. Em casa, MC Guri não tem nenhum livro de leitura,“só os que uso para a escola”. Mas sua presença na biblioteca comunitária é assídua. Tudo para manter fresco o novo repertório que apresenta em shows feitos em comunidades pobres da região. o Os versos de MC Guri, que está no 9 ano do ensino fundamental, passaram de “E olha o Panô aí de novo / botando a chapa quente” para Djavan. Alumbramento. Emi-Odeon. 1980 O menino da porteira”, música gravada em 1955, mostra-se como um significativo exemplo de projeção da linguagem oral cotidiana na poesia-canção popular brasileira. 3 Rua T-53 Qd. 92 Lt. 10/11 nº 1356 – Setor Bueno – 62-3285-7473 – www.milleniumclasse.com.br 08. Qual a temática de cada texto? _________________________________________________________ _________________________________________________________ Os textos a seguir referem- à questão 11. _________________________________________________________ O Menino é pai do Homem [...] Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de "menino diabo"; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquina e voluntarioso... Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce "por pirraça"; e eu tinha apenas seis anos. Prudência, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixas, à guisa de freio, eu trepava- lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, algumas vezes gemendo, - mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um - "ai, nhonhô!" - ao que eu retorquia: - "Cala a boca, besta!" [...] O que importa é a expressão geral do meio doméstico, e essa aí fica indicada, - vulgaridade de caracteres, amor das aparências rutilantes, do arruído, frouxidão da vontade, domínio do capricho, e o mais. Dessa terra e desse estrume é que nasceu esta flor. _________________________________________________________ 09. Observe o verso Que é p’ra mim ficá[ar] ouvindo, e compare-o com o verso Pra mim, que estou, de Djavan. Em um deles ocorre um fato linguístico que a gramática normativa considera “erro de português”. Localize-o. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 10. Beija eu Arnaldo Antunes/Arto Lindsay/ Marisa Monte Seja eu, Seja eu, Deixa que eu seja eu. E aceita O que seja seu. Então deita e aceita eu. ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. p. 87-90. (Fragmento) Dona Plácida Virgília fez daquilo um brinco; designou as alfaias mais idôneas, e dispô-las com a intuição estética da mulher elegante; eu levei para lá alguns livros, e tudo ficou sob a guarda de Dona Plácida, suposta, e, a certos respeitos, verdadeira dona da casa. Custou-lhe muito a aceitar a casa; farejara a intenção, e doía-lhe o ofício; mas afinal cedeu. Creio que chorava, a princípio: tinha nojo de si mesma. Ao menos, é certo que não levantou os olhos para mim durante os primeiros dois meses; falava-me com eles baixos, séria, carrancuda, às vezes triste. Eu queria angariá-la, e não me dava por ofendido, tratava-a com carinho e respeito; forcejava por obter-lhe a benevolência, depois a confiança. Quando obtive a confiança, imaginei uma história patética dos meus amores com Virgília, um caso anterior ao casamento, a resistência do pai, a dureza do marido, e não sei que outros toques de novela. Dona Plácida não rejeitou uma só página da novela; aceitou-as todas. Era uma necessidade da consciência. Ao cabo de seis meses quem nos visse a todos três juntos diria que Dona Plácida era minha sogra. Não fui ingrato; fiz-lhe um pecúlio de cinco contos, [...] como um pão para a velhice. Dona Plácida agradeceu-me com lágrimas nos olhos, e nunca mais deixou de rezar por mim, todas as noites, diante de uma imagem da Virgem que tinha no quarto. Foi assim que lhe acabou o nojo. Molha eu, Seca eu, Deixa que eu seja o céu E receba O que seja seu. Anoiteça e amanheça eu. Beija eu, Beija eu, Beija eu, me beija. Deixa O que seja ser Então beba e receba Meu corpo no seu corpo, Eu no meu corpo, Deixa, Eu me deixo Anoiteça e amanheça ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. p. 171. (Fragmento) a) De que trata o poema Beija eu? _________________________________________________________ 11. Ao adotar um narrador unilateral, fazendo dele o eixo da forma literária, Machado se inscrevia entre os romancistas inovadores, além de ficar em linha com os espíritos avançados da Europa, que sabiam que toda representação comporta um elemento de vontade ou interesse, o dado oculto a examinar, o indício da crise da civilização burguesa. [...] O nosso cidadão acima de qualquer suspeita ─ o bacharel com bela cultura, o filho amantíssimo, o marido cioso, o proprietário abastado, avesso aos negócios, arrimo da parentela, o moço com educação católica, o passadista refinado, cavalheiro belle époque ─ ficava ele próprio sob suspeição, credor de toda desconfiança disponível. [...] _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ b) Arnaldo Antunes lança mão de recursos estilísticos a fim de gerar um efeito poético diferenciado. Que recursos são esses? Argumente sua resposta. _________________________________________________________ SCHWARZ, Roberto. A poesia envenenada de Dom Casmurro. Duas meninas. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 13. (Fragmento) _________________________________________________________ _________________________________________________________ Explique: Roberto Schwarz chama a atenção para o significado da adoção de um narrador em primeira pessoa nos romances machadianos. Redija um _________________________________________________________ 4 Rua T-53 Qd. 92 Lt. 10/11 nº 1356 – Setor Bueno – 62-3285-7473 – www.milleniumclasse.com.br parágrafo argumentativo em que você explique de que modo a caracterização desse narrador constrói uma imagem realista da elite brasileira que, como Schwarz, sinaliza a “crise da civilização burguesa”. transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas. — Mas a opinião do exterminado? — Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazemse e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias. — Bem; a opinião da bolha... — Bolha não tem opinião. Aparentemente, há nada mais contristador que uma dessas terríveis pestes que devastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um benefício, não só porque elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa. A higiene é filha de podridões seculares; devemo-la a milhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho. Repito, as bolhas ficam na água. Vês este livro? É Dom Quixote. Se eu destruir o meu exemplar, não elimino a obra que continua eterna nos exemplares subsistentes e nas edições posteriores. Eterna e bela, belamente eterna, como este mundo divino e supradivino. Antes de desenvolver seu parágrafo leia as seguintes etapas. Releia o trecho de Memórias póstumas de Brás Cubas, “O menino é o pai do homem”. Identifique qual é imagem que Brás Cubas apresenta de si mesmo quando menino. Releia o trecho de “D. Plácida”. Que imagem podemos fazer de Brás Cubas nessa passagem? Compare as duas imagens e, com base nessa comparação, identifique argumentos para demonstrar que Brás Cubas, como os demais narradores machadianos, era uma legítimo representante da elite brasileira do Segundo Reinado. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 12. Para o professor Antônio Candido, o mais atraente nos livros de Machado de Assis é “a transformação do homem em objeto, que é uma das maldições ligadas à falta de liberdade verdadeira, econômica e espiritual”. Como essa afirmação aparece na teoria de Quincas Borba? _________________________________________________________ Leia o texto a seguir e responda à questão 12. Quincas Borba E que Humanitas é esse? — Humanitas é o princípio. Mas não, não digo nada, tu não és capaz de entender isto, meu caro Rubião; falemos de outra coisa. — Diga sempre. Quincas Borba, que não deixara de andar, parou alguns instantes. — Queres ser meu discípulo? — Quero. Bem, irás entendendo aos poucos a minha filosofia; no dia em que a houveres penetrado inteiramente, ah! nesse dia terás o maior prazer da vida, porque não há vinho que embriague como a verdade. Crême, o Humanitismo é o remate das coisas; e eu, que o formulei, sou o maior homem do mundo. Olha, vês como o meu bom Quincas Borba está olhando para mim? Não é ele, é Humanitas... — Mas que Humanitas é esse? — Humanitas é o princípio. Há nas coisas todas certa substância recôndita e idêntica, um princípio único, universal, eterno, comum, indivisível e indestrutível, — ou, para usar a linguagem do grande Camões: _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ Os textos a seguir referem-se às questões 13 a 15. Capítulo I João Romão não saia nunca a passeio, nem ia à missa aos domingos; tudo que rendia a sua venda e mais a quitanda seguia direitinho para a caixa econômica e daí então para o banco. Tanto assim que, um ano depois da aquisição da crioula, indo em hasta pública algumas braças de terra situadas ao fundo da taverna, arrematou-as logo e tratou, sem perda de tempo, de construir três casinhas de porta e janela. Que milagres de esperteza e de economia não realizou ele nessa construção! Servia de pedreiro, amassava e carregava barro, quebrava pedra; pedra, que o velhaco, fora de horas, junto com a amiga, furtavam à pedreira do fundo, da mesma forma que subtraiam o material das casas em obra que havia por ali perto. “Estalagem de São Romão. Alugam-se casinhas e tinas para lavadeiras”. As casinhas eram alugadas por mês e as tinas por dia; tudo pago adiantado. O preço de cada tina, metendo a água, quinhentos réis; sabão à parte. As moradoras do cortiço tinham preferência e não pagavam nada para lavar. Graças à abundância da água que lá havia, como em nenhuma outra parte, e graças ao muito espaço de que se dispunha no cortiço para Uma verdade que nas coisas anda, Que mora no visíbil e invisíbil. Pois essa substância ou verdade, esse princípio indestrutível é que é Humanitas. Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o universo é o homem. Vás entendendo? — Pouco; mas, ainda assim, como é que a morte de sua avó... — Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para 5 Rua T-53 Qd. 92 Lt. 10/11 nº 1356 – Setor Bueno – 62-3285-7473 – www.milleniumclasse.com.br estender a roupa, a concorrência às tinas não se fez esperar; acudiram lavadeiras de todos os pontos da cidade, entre elas algumas vindas de bem longe. E, mal vagava uma das casinhas, ou um quarto, um canto onde coubesse um colchão, surgia uma nuvem de pretendentes a disputá-los. E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa viva, uma geração, que parecia brotar espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco. das lavadeiras, e a maior parte das casinhas eram ocupadas agora por pequenas famílias de operários, artistas e praticantes de secretaria. O cortiço aristocratizava-se. Capítulo IX _________________________________________________________ AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. São Paulo: Scipione. 2004. p.5, 11-12, 130-40, 152. 13. Destaque uma passagem em que a caracterização do ambiente fornece ao leitor elementos, para a caracterização das figuras humanas. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ Daí a dias, com efeito, a estalagem metia-se em obras. À desordem do desentulho do incêndio sucedia a do trabalho dos pedreiros; martelava-se ali de pela manhã até à noite, o que aliás não impedia que as lavadeiras continuassem a bater roupa e as engomadeiras reunissem ao barulho das ferramentas o choroso falsete das suas eternas cantigas. [...] João Romão, agora sempre de paletó, engravatado, calças brancas, colete e corrente de relógio, já não parava na venda, e só acompanhava as obras na folga das ocupações da rua. Principiava a tomar tino no jogo da Bolsa; comia em hotéis caros e bebia cerveja em larga camaradagem com capitalistas nos cafés do comércio. _________________________________________________________ 14. Em O Cortiço, percebe-se nitidamente que Aluísio de Azevedo rendese aos princípios que nortearam a segunda metade do século XIX: o positivismo de Augusto Comte, o determinismo de Hypolite Taine, o evolucionismo biológico de Charles Darwin, do qual derivou o evolucionismo social de Herbert Spencer. Para Spencer, a sociedade assemelha-se a um organismo biológico em constante evolução, de estágios mais primitivos para estágios mais complexos. O grande motor dessa evolução seria o conflito originado na luta pela sobrevivência. As leis são as mesmas da teoria da evolução: seleção natural; a lei do mais forte, do mais capaz. Como isso se dá nos trechos lidos? _________________________________________________________ Capítulo XX Logo adiante era o quarto de um empregado do correio, pessoa muito calada, bem vestida e pontual no pagamento; saia todas as manhãs e voltava às dez da noite invariavelmente; aos domingos só ia à rua para comer, e depois fechava-se em casa e, houvesse o que houvesse no cortiço, não punha mais o nariz de fora. E, assim como este, notavam-se por último na estalagem muitos inquilinos novos, que já não eram gente sem gravata e sem meias. A feroz engrenagem daquela máquina terrível, que nunca parava, ia já lançando os dentes a uma nova camada social que, pouco a pouco, se deixaria arrastar inteira lá para dentro. Começavam a vir estudantes pobres, com os seus chapéus desabados, o paletó fouveiro, uma pontinha de cigarro a queimar-lhes a penugem do buço, e as algibeiras muito cheias, mas só de versos e jornais; surgiram contínuos de repartições públicas, caixeiros de botequim, artistas de teatro, condutores de bondes, e vendedores de bilhetes de loteria. Do lado esquerdo, toda a parte em que havia varanda foi monopolizada pelos italianos; habitavam cinco a cinco, seis a seis no mesmo quarto, e notava-se que nesse ponto a estalagem estava já muito mais suja que nos outros. Por melhor que João Romão reclamasse, formava-se ai todos os dias uma esterqueira de cascas de melancia e laranja. Era uma comuna ruidosa e porca a dos demônios dos mascates! [...] João Romão conseguira meter o sobrado do vizinho no chinelo; o seu era mais alto e mais nobre, e então com as cortinas e com a mobília nova impunha respeito. Foi abaixo aquele grosso e velho muro da frente com o seu largo portão de cocheira, e a entrada da estalagem era agora dez braças mais para dentro, tendo entre ela e a rua um pequeno jardim com bancos e um modesto repuxo ao meio, de cimento, imitando pedra. Fora-se a pitoresca lanterna de vidros vermelhos; foram-se as iscas de fígado e as sardinhas preparadas ali mesmo à porta da venda sobre as brasas; e na tabuleta nova, muito maior que a primeira, em vez de "Estalagem de São Romão" lia-se em letras caprichosas: _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 15. O narrador não interfere nos acontecimentos, mas se dá o direito de emitir juízos de valores e mostrar ao leitor de que lado está. Destaque uma passagem em que isso ocorre. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 16. Dê o passado simples e o particípio dos verbos abaixo. get___________________ work__________________ buy___________________ meet___________________ find___________________ tell_____________________ go______________________ close____________________ eat______________________ do_______________________ 17. Circule a resposta correta. "AVENIDA SÃO ROMÃO" Capítulo XXII a) No one understood / has understood the text read in class yesterday. b) I have been / went to Europe twice last year. c) The film has yet / just finished! d) It’s a sunny day today, but it rained / has rained / has been raining a lot this month. e) What have you done / did you do lately? E, como a casa comercial de João Romão, prosperava igualmente a sua avenida. Já lá se não admitia assim qualquer pé-rapado: para entrar era preciso carta de fiança e uma recomendação especial. Os preços dos cômodos subiam, e muitos dos antigos hóspedes, italianos principalmente, iam, por economia, desertando para o "Cabeça-de-Gato" e sendo substituídos por gente mais limpa. Decrescia também o número 6 Rua T-53 Qd. 92 Lt. 10/11 nº 1356 – Setor Bueno – 62-3285-7473 – www.milleniumclasse.com.br 18. Reescreva as frases abaixo usando o presente perfeito contínuo. a) It’s 4:00 pm now. I started writing this report at 10:00 am. _________________________________________________________ Por 400 años la epidemia apareció y desapareció matando a millones de personas. Siempre se creyó que las ratas negras fueron las responsables de que la plaga se estableciese en Europa, y que cada brote ocurría cuando las pulgas saltaban de un roedor infectado a un humano. _________________________________________________________ http://www.bbc.co.uk/mundo/noticias/2015/02/150224_peste_negra_gerbillos_lp b) Karen started her bath at 3:00pm. She’s been in the bathroom since 2:00pm. _________________________________________________________ 16. El texto afirma que las ratas negras siempre fueron señaladas como culpables del brote de la peste bubónica en Europa. ¿cómo se creía que ocurría tal brote? ¿Qué se ha descubierto recientemente? _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 17. Complete con las siguientes preposiciones (en, de, hacia, sobre, hasta), NO REPITA NINGUNA. 19. Com base no poema acima, responda, em português, as questões abaixo. a) O que a autora do poema tinha feito durante toda sua vida? _________________________________________________________ a) La reunión culminó ............... la 1:00pm. b) Puedo quedar contigo ............... las 6:00pm. c) Ese anillo es ............... plata bañado en oro. d) Mi padre suele salir ............... bicicleta? e) Quiero caminar............... tu casa. _________________________________________________________ 18. Elija la alternativa que esté gramaticalmente incorrecta. Justifique su respuesta: a) Regalarte lo libro, ha sido idea de tu mejor amiga. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ b) O que aconteceu quando ela estava prestes a desistir de sua busca? _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ b) Pablo, espera para que veas lo interesante de ver una película en 3D. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 20. Traduza, de acordo com o contexto do texto, os termos abaixo. _________________________________________________________ a) countless____________________________________________ b) fables______________________________________________ c) disappointments______________________________________ d) fade away___________________________________________ e) give up_____________________________________________ ¿Qué causó la peste negra en Europa? 24 febrero 2015 Compartir Las ratas negras podrían no ser las culpables de los numerosos brotes de peste bubónica en Europa. Según los investigadores, las repetidas epidemias de la peste negra -que llegó a Europa a mediados del siglo XIVfueron causadas por otro roedor: el gerbilino o gerbillo (Gerbillinae), proveniente de Asia. La peste negra, que se originó en Asia, llegó a Europa en 1347 y se convirtió en uno de los brotes más mortales en la historia de la humanidad. 19. De la viñeta anterior: Retire las palabras donde se percibe el uso del voseo. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 20. Diga qué es el voseo. _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ 7 Rua T-53 Qd. 92 Lt. 10/11 nº 1356 – Setor Bueno – 62-3285-7473 – www.milleniumclasse.com.br