Nome: _________________________________________ ____________________________ N.º: __________ endereço: ______________________________________________________________ data: __________ Telefone:_________________ E-mail: _________________________________________________________ PARA QUEM CURSA O 9.O ANO EM 2012 Colégio Disciplina: Prova: PoRTUGUÊs desafio nota: Texto para as questões de 1 a 7. Receita para mal de amor Minha querida amiga: Sim, é para você mesma que estou escrevendo – você que aquela noite disse que estava com vontade de me pedir conselhos, mas tinha vergonha e achava que não valia a pena, e acabou me formulando uma pergunta ingênua: – Como é que a gente faz para esquecer uma pessoa? E logo depois me pediu que não pensasse nisso e esquecesse a pergunta, dizendo que achava que tinha bebido um ou dois uísques a mais... Sei como você está sofrendo, e prefiro lhe responder assim pelas páginas de uma revista – fazendo de conta que me dirijo a um destinatário suposto. Destinatário, destinatária...Bonita palavra: não devia querer dizer apenas aquele ou aquela a quem se destina uma carta, devia querer dizer também a pessoa que é dona do destino da gente. Joana é minha destinatária. Meu destino está em suas mãos; a ela se destinam meus pensamentos, minhas lembranças, o que sinto e o que sou: todo este complexo mais ou menos melancólico e todavia tão veemente de coisas que eu nasci e me tornei. Se me derem para encher uma fórmula impressa ou uma ficha de hotel eu poderei escrever assim: Procedência – São Paulo; Destino – Joana. Pois é somente para ela que eu marcho. No táxi, no bonde, no avião, na rua, não interessa a direção em que me movo, meu destino é Joana. Que importa saber que jamais chegarei ao meu destino? Isso eu gostaria de lhe dizer, minha amiga, com a autoridade triste do mais vivido e mais sofrido: amar é um ato de paciência e de humildade; é uma longa devoção. Você me responderá que não é nada disso; que você já chegou ao seu destinatário e foi devolvida como se fosse uma carta com o endereço errado. Que teve alguns dias, algumas horas de felicidade, e por isso agora sofre de maneira insuportável. Então lhe aconselho a comprar um canivete bem amolado e afinar dezoito pedacinhos de pau até ficarem bem pontudos, bem lisos, perfeitamente torneados – e depois deixá-los a um canto. Apanhar uma folha de papel tamanho ofício e enchê-la com o nome de seu amado, escrevendo uma letra bem bonita, de preferência com tinta azul. Em seguida faça com essa folha um aviãozinho, e o jogue pela pela janela. Observe o voo e a aterrissagem. Depois desça, vá lá fora, apanhe o avião de papel, desdobre a folha novamente (pode passá-la a ferro, para o serviço ficar mais perfeito e não haver mais nenhum indício da construção aeronáutica) e volte a dobrá-la, OBJETIVO 1 PORTUGUÊS – DESAFIO – 9.° ANO desta vez ao meio. Dobre outras vezes, até obter o menor retângulo possível. Então, com o canivete, vá cortando as partes dobradas até transformar toda a folha em minúsculos papeizinhos, tão pequenos que o nome de seu amado não deve caber inteiro em nenhum deles. Aí, apanhe todos aqueles pauzinhos que tinha deixado a um canto e, com os pedacinhos de papel, faça uma fogueira com o máximo cuidado até que restem somente cinzas. A seguir poderá repetir a operação... – Adianta alguma coisa? Por favor, querida amiga, não me faça esta pergunta. Nada adianta coisa alguma, a não ser o tempo; e fazer fogueirinhas é um meio tão bom quanto qualquer outro de passar o tempo. (BRAGA, Rubem. In. A triação das Elegantes. Record, Rio de Janeiro, 1982.) QUESTÃO 1 O fato que desencadeia a narrativa é: a) O pedido de conselhos que uma amiga fez ao narrador. b) O fim do relacionamento entre o narrador e Joana. c) O pedido de um grande amigo de infância do narrador. d) O fim do relacionamento entre o narrador e uma amiga. e) A dúvida que uma amiga do narrador tem a respeito de relacionamentos amorosos. RESOLUÇÃO: O autor assim explica a motivação do seu texto: “Minha querida amiga: Sim, é para você mesma que estou escrevendo – você que aquela noite disse que estava com vontade de me pedir conselhos...” Resposta: A QUESTÃO 2 O trecho em que o narrador deixa implícito que já passou por situação semelhante à da moça é: a) “Joana é minha destinatária.” b) “Pois é somente para ela que eu marcho.” c) “... com a autoridade triste do mais vivido e mais sofrido...” d) “A seguir poderá repetir a operação...” e) “Nada adianta coisa alguma a não ser o tempo.” RESOLUÇÃO: A afirmação “... com a autoridade triste do mais vivido e mais sofrido..” revela que todos os conselhos dados pelo autor foram pautados em situações vivenciadas por ele mesmo. Resposta: C OBJETIVO 2 PORTUGUÊS – DESAFIO – 9.° ANO QUESTÃO 3 “Destinatário, destinatária...” Nessa fala foram usadas reticências para a) indicar que alguém interrompeu a fala do narrador. b) sugerir suspensão do pensamento. c) sugerir emoção, num intervalo de silêncio. d) indicar que uma parte da história foi suprimida. e) sinalizar uma interrupção brusca na história. RESOLUÇÃO: As reticências, nesse caso, indicam um intervalo de silêncio em que o autor imagina o efeito que suas palavras poderiam causar nas pessoas que as lê. Resposta : C QUESTÃO 4 “... o que sinto e o que sou: todo este complexo mais ou menos melancólico e todavia tão veemente de coisas que eu nasci e me tornei...” Sem alteração de sentido, o conectivo em destaque poderia ser substituído por a) que. b) logo. c) porque. d) entretanto. e) pois. RESOLUÇÃO: No período apresentado, a conjunção “todavia” exprime oposição, adversidade. Temos em “a” e em “c” explicação; em “b” e em “e” conclusão. Resposta: D QUESTÃO 5 “Que importa saber que jamais chegarei a meu destino?” Nessa fala do narrador, ele deixa implícita a ideia de que a) Joana é uma pessoa que não existe. b) Joana jamais saberá dos seus sentimentos. c) Joana é o nome de um lugar para onde o autor se dirige. d) jamais chegará ao hotel Joana em São Paulo. e) seu amor não é correspondido por Joana. OBJETIVO 3 PORTUGUÊS – DESAFIO – 9.° ANO RESOLUÇÃO: Para o autor, todos os caminhos o levam a Joana, mas ao afirmar que jamais chegará a seu destino, o autor deixa implícita a ideia de que Joana não o tem como destino da vida dela, portanto, não lhe corresponde no amor. Resposta: E QUESTÃO 6 Considere as afirmações: I. Ao formular a receita, o autor faz uso dos verbos: faça, desça, apanhe, desdobre, dobre... conjugados no modo imperativo para dar ideia de conselho. II. A receita formulada pelo narrador com canivete, pedacinhos de pau, papel, aviãozinho e fogueira é infalível para quem quer esquecer-se de uma pessoa. III. Para o autor, só o tempo faz com que se esqueça uma pessoa. De acordo com o texto, está correto o que se afirma a) apenas em I e II. b) apenas em I e III. c) apenas em II e III. d) apenas em II. e) em I, II e III. RESOLUÇÃO: Ao longo do texto, o autor dá vários conselhos à amiga e às pessoas que compartilham da mesma situação para isso, faz uso de verbos conjugados no modo imperativo. Tudo que ele aconselha a amiga a fazer com canivete, pedacinhos de pau, papel, aviãozinho e fogueira, de nada adiantam apenas ajudam a passar o tempo nada mais. Segundo ele, para se esquecer de alguém, apenas o tempo poderá ajudar. Resposta: B QUESTÃO 7 “... vá cortando as partes dobradas até transformar toda a folha em minúsculos papeizinhos, tão pequenos que o nome de seu amado não deve caber inteiro em nenhum deles.” A oração destacada, mantém com a anterior relação de a) condição. b) finalidade. c) causa. d) consequência. e) tempo. OBJETIVO 4 PORTUGUÊS – DESAFIO – 9.° ANO RESOLUÇÃO: A oração “que o nome de seu amado não deve caber inteiro em nenhum deles.” É subordinada adverbial consecutiva, ou seja, indica consequência do que se declara na oração principal. Resposta: D Texto para as questões 8 e 9. Número de matrículas na Educação Básica por dependência Administrativa – Brasil 2002 – 2010 Matrícula na Educação Básica Ano Total Geral Pública Privada Total Federal Estadual Municipal 2002 56 203 383 49 019 486 185 981 24 661 545 24 171 960 7 183 897 2003 55 117 747 48 369 509 105 468 23 528 267 24 735 773 6 948 238 2004 56 174 997 49 196 394 96 087 24 172 326 24 927 981 6 978 603 2005 54 471 622 49 040 529 182 499 23 571 177 25 286 243 7 431 103 2006 55 942 047 48 595 844 177 121 23 175 567 25 243 156 7 346 203 2007 53 028 928 46 643 406 185 095 21 927 300 24 531 011 6 385 522 2008 53 232 868 46 131 825 197 532 21 433 441 24 500 852 7 101 043 2009 52 580 452 45 270 710 217 738 20 737 663 24 315 309 7 309 742 2010 51 549 889 43 989 507 235 108 20 031 988 23 722 411 7 560 382 Notas: 1) Não inclui matrículas em turmas de atendimento complementar. 2) O mesmo aluno pode ter mais de uma matrícula Fonte: MEC/Inep/DEED QUESTÃO 8 De acordo com o total geral de matrículas na educação básica, do ano de 2002 ao ano de 2010, o número de alunos a) apresentou crescimento significativo em todos os anos apontados na pesquisa. b) diminuiu significativamente em todos os anos apontados na pesquisa. c) oscilou de um ano para outro, mas se manteve sempre abaixo do ano inicial. d) aumentou no primeiro ano, depois foi diminuindo gradativamente nos demais anos. e) permaneceu sem alteração ao longo de todos os anos. OBJETIVO 5 PORTUGUÊS – DESAFIO – 9.° ANO RESOLUÇÃO: De acordo com o gráfico apresentado, entre os anos de 2002 e 2010 o total geral de matrículas variou diminuindo em alguns anos e aumentando em outros, apresentado oscilação nos números constatados. Resposta: C QUESTÃO 9 Analisando apenas os dados apresentados de 2008 a 2010, podemos afirmar que o número de matrículas na educação básica aumentou nas escolas a) municipais, estaduais e privadas. b) municipais e estaduais. c) federais e estaduais. d) privadas e estaduais. e) federais e privadas. RESOLUÇÃO: Analisando os dados apresentados entre os anos de 2008 a 2010, podemos observar que o número de matrículas na educação básica aumentou somente nas escolas federais e privadas; já nas escolas estaduais e municipais, esse número diminuiu a cada ano analisado. Resposta: E Texto para as questões 10, 11 e 12. (Disponível em: – imagens de tirinhas. Acesso em 08/05/2012.) OBJETIVO 6 PORTUGUÊS – DESAFIO – 9.° ANO QUESTÃO 10 Na fala do 2.º quadrinho da tira, o pronome demonstrativo “disso” faz referência à expressão a) “Mas agora estou velho” (2.º quadrinho). b) “Vou reviver minha infância!” (3.º quadrinho). c) “Eu pulava, brincava, corria...” (1.º quadrinho). d) “Ah, que saudade de meus tempos de criança! (1.º quadrinho). e) “Vou fazer tudo aquilo...” (3.º quadrinho). RESOLUÇÃO: O pronome demonstrativo “disso” faz referência às ações a que o personagem dos quadrinhos gostava de praticar quando criança como: pular, brincar, correr. Resposta: C QUESTÃO 11 Os verbos: “pulava, brincava, corria...” exprimem um fato a) concluído. b) inacabado no momento em que é narrado. c) passado anterior a outro também passado. d) incerto, duvidoso. e) supostamente concluído no passado. RESOLUÇÃO: O pretérito imperfeito, no caso, exprime um fato em realização, inacabado no momento em que é narrado. Resposta: B QUESTÃO 12 No trecho: “Ah, que saudade de meus tempos de criança!” (1.º quadrinho), a interjeição “Ah” exprime a) tristeza. b) admiração. c) surpresa. d) impaciência. e) decepção. RESOLUÇÃO: Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. No caso, o uso da interjeição Ah indica a tristeza da personagem por não mais ter as coisas boas do tempo de criança. Resposta: A OBJETIVO 7 PORTUGUÊS – DESAFIO – 9.° ANO Texto para as questões 13, 14 e 15. Canção do Vento e da Minha Vida O vento varria as folhas, O vento varria os frutos, O vento varria as flores… E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De frutos, de flores, de folhas. O vento varria as luzes, O vento varria as músicas, O vento varria os aromas… E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De aromas, de estrelas, de cânticos. O vento varria os sonhos E varria as amizades… O vento varria as mulheres. E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De afetos e de mulheres. O vento varria os meses E varria os teus sorrisos… O vento varria tudo! E a minha vida ficava Cada vez mais cheia De tudo. (BANDEIRA, Manuel. Estrela da manhã e outros poemas. Antologia Poética. São Paulo: Círculo do Livro, 1978. p.109-110.) QUESTÃO 13 Nos três primeiros versos – “O vento varria as folhas,/ O vento varria os frutos, /O vento varria as flores…” –, a semelhança sonora das palavras a) elabora uma prosa poética. b) constrói imagens desconhecidas. c) elimina o ritmo do poema. d) cria musicalidade ao poema. e) resume o conteúdo do poema. OBJETIVO 8 PORTUGUÊS – DESAFIO – 9.° ANO RESOLUÇÃO: Na poesia, a escolha das palavras, muitas vezes é feita, tendo em visto o som das palavras. Isso cria musicalidade ao poema. A semelhança sonora presente nos versos, em questão, sugerem o movimento constante do vento. Resposta: D QUESTÃO 14 A leitura do poema sugere que a vida a) esvazia os dias. b) destrói os sonhos. c) acumula experiência. d) devasta a natureza. e) não dá segunda uma chance. RESOLUÇÃO: No decorrer do poema, o autor descreve situações que foram vivenciadas e que ficaram para traz o fato de ter vivenciado diversas situações faz com que se acumulem experiências na vida. Resposta: C QUESTÃO 15 O trecho “O vento varria os sonhos/ E varria as amizades...” contém uma figura de linguagem que consiste em a) atribuir a seres inanimados ou irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos. b) tentativa de reproduzir linguisticamente sons e ruídos do mundo natural. c) emprego reiterado de conjunções coordenativas. d) fazer uma comparação. e) aproximação de antônimos. RESOLUÇÃO: O trecho apresentado contém uma prosopopeia figura que consiste em atribuir a seres inanimados ou irracionais sentimentos ou ações próprias de seres humanos. O autor atribuiu ao vento ações própria de seres humanos como varrer. Resposta: A OBJETIVO 9 PORTUGUÊS – DESAFIO – 9.° ANO