TEMA DA REDAÇÃO No mundo contemporâneo, cada vez mais as mulheres ocupam posições de grande poder político, econômico e financeiro – embora o cenário apresente enormes variações, de país para país. Mas o debate sobre os direitos das mulheres está longe de seu fim. Ao contrário, é atravessados por complexas questões ideológicas, religiosas, morais e culturais; além disso, não raro os direitos conquistados e consagrados na forma da lei são abolidos ou condicionados por práticas antagônicas, socialmente sedimentadas ao longo do tempo. Em outros termos, o debate se desenvolve por regiões de luz e sombra e tende a estimular a eclosão de divergências profundas no seio das sociedades. Questões envolvendo o direito ao aborto e a prática do sexo para fins não reprodutivos, por exemplo, tornaram-se um dos principais pontos de divisão entre democratas e republicanos, nos Estados Unidos. Tendo como base os trechos que vêm a seguir e seus conhecimentos sobre o assunto, faça uma dissertação que reflita sobre as relações entre a mulher e a sociedade no mundo contemporâneo. 1) “Estas mulheres poderosas (Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Angela Merkel, chanceler alemã, e Dilma Roussef, presidente do Brasil) exercem influência de muitas maneiras e com muitos fins, e todas têm diferentes impactos na comunidade global.” (Maira Forbes, presidente e editora da revista Forbes Woman, agosto de 2012) 2) O Brasil ocupa o 7º lugar entre 84 países nas estatísticas sobre homicídio de mulheres (4,4/ 100 mil)*. Uma em cada cinco mulheres consideram já ter sofrido alguma vez “algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”. Seis em cada dez brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica.** (*Fonte: Organização Mundial de Saúde e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com dados registrados até 2010; **Fonte: Fundação Perseu Abramo, Ipsos e Instituto Avon, 2012) 3) Além de ser a edição com o maior número de mulheres competindo, os Jogos Olímpicos de Londres quebraram outra escrita da história esportiva. Pela primeira vez, três países de cultura islâmica [Arábia Saudita, Brunei e Catar] autorizaram atletas do sexo feminino a participar da competição. (Agência Reuters, 4 de agosto de 2012. Pela primeira vez na história das Olimpíadas, todasas delegações tinham atletas mulheres; os Estados Unidos levaram mais mulheres do que homens) 4) “Quando ela (Malala) caiu, o Paquistão se levantou e o mundo também. Este foi um ponto de virada.” (Ziauddin Yousafzai, pai de Malala, 15 anos, vítima de um atentado a bala por militante do grupo extremista muçulmano Talibã, em 9 de outubro de 2012. Malala atraiu a ira do Talibã por manter um blog, hospedado no site da rede britânica BBC, para denunciar atos de violência contra mulheres e defender seus direitos à educação) 5) “Pessoas como Joe Klein, colunista da revista Times defendem ataques por drones (aviões robôs) como medida preventiva justificável para proteger ‘nossas’ crianças, com argumentos sinistros do tipo: “No final das contas, de quem será filho o garoto morto de quatro anos?’ Isso não é muito diferente de uma observação recente feita pelo ex-secretário de imprensa da Casa Branca e atual assessor de campanha de Obama, Robert Gibbs, que defendeu o assassinato de Abdulrahman al-Awlaki dizendo que filhos de supostos terroristas estão legitimamente expostos à linha de fogo dos Estados Unidos.” (Sarah Waheed, professora e historiadora da Universidade de Georgetown, em Washington D.C. (Estados Unidos), comenta a responsabilidade pelo assassinato de mulheres e crianças, principalmente no Paquistão, por drones norte-americanos. Calcula-se que o número de vítimas inocentes chega aos 2 mil. Revista The Nation, 19 de novembro de 2012) 6) “Na mesma semana que vazou um vídeo que mostrava jovens colegiais de Steubenville, em Ohio (Estados Unidos), fazendo piadas sobre uma adolescente que, inconsciente, jazia no quarto ao lado logo após ter sido violentada, os congressistas do Partido Republicano fizeram uma manobra para extinguir um decreto sobre violência contra mulheres. Alguns dias antes, eclodiram protestos de massa na Índia depois que uma mulher foi brutalmente estuprada por uma gangue, morrendo em seguida. A mídia norte-americana que cobriu os protestos multiplicou referências à misoginia que marcou a cultura indiana. Mas a mídia, em geral, não fez relações semelhantes ao ocorrido em Steubenville. De fato, o chavão mais comum foi o de que os garotos eram sociopatas – anomalias vergonhosas. Preferimos qualificá-los como monstros a nos considerarmos responsáveis e dizer a verdade: os estupradores são nossos filhos. (…) O estupro é uma prática tão norte-americana quanto torta de maçã – e até encararmos os fatos, nada vai mudar.” (Jessica Valenti, em carta endereçada à revista The Nation, 4 de fevereiro de 2013) Os trabalhos foram julgados segundo os seguintes critérios: Adequação ao tipo de texto; Adequação à proposta (tema); Adequação à linguagem (correção gramatical); Coesão textual; Coerência textual (interna e externa); Título.