Manifestantes enfrentaram polícia que protegia embaixada dos EUA no Paquistão João Manuel Rocha Protestos mais violentos de ontem ocorreram em Islamabad. No Irão e no Afeganistão também se gritou contra EUA e França Foi uma batalha de pedras contra com a polícia gás lacrimogéneo, em dificuldades para conter manifestantes que pretendiam chegar à embaixada dos EUA no Paquistão. Os protestos de ontem em Islamabad contra o filme Innocence ofMuslims, provocaram, pelo menos, 50 feridos. "Pelo menos 44 polícias e seis manifestantes", disse à AFP um médico do hospital mais próximo. Os protestos contra o filme amador que ridiculariza Maomé e tem incendiado ânimos no mundo muçulmano começaram com um cortejo de um milhar de estudantes. O número, segundo a agência, engrossou com manifestantes que levavam bandeiras da Jamaat-e-Islami, um influente partido religioso, e de outras organizações islamistas. Impedidos de entrar na zona onde estão várias embaixadas, entre as quais as dos EUA e da França, os manifestantes lançaram pedras contra que reagiram e dispararam tiros de advertência. "Os nossos polícias não são melhores do que os americanos, porque tentam detemos. São como eles, são heréticos como eles", disse Jawad Ahmed, um dos manifestantes, à Reuters. Em Lahore, cerca de 4000 pessoas protestaram sem incidentes. Carachi, Multan, Chaman e Caxemira foram os agentes, outros lugares do Paquistão onde houve manifestações anti-EUA. Em Carachi e Chaman cristãos juntaramse aos muçulmanos, pedindo o fim de ofensas a profetas e santos. Teerão, Cabul e Zaria, na Nigéria, assistiram também ontem a protestos, menos inflamados do que no Paquistão, contra Innocence ofMuslims e caricaturas de Maomé publicadas pelo semanário satírico francês CharHeHebdo, cujas instalações estão a ser protegidas pela polícia. "Morte à América!", "Morte a Israel!", "Morte à França!", gritaram uma centena de manifestantes junto à embaixada francesa em Teerão. foram mantidos à Os contestatários distância por um cordão policial e o Ministério dos Negócios Estrangeiros informou que o protesto não foi autorizado. Mas, como notou o diário Le Monde, não há concentrações no Irão sem o acordo das autoridades. No Afeganistão, tos no mesmo dia, na capital e noutras cidades. O Ministério francês dos Negócios Estrangeiros tem encerradas embaixadas, consulados e escolas em duas dezenas de países muçulmanos, ainda que considere que não há qualquer "ameaça comprovada". A sexta-feira é dia da principal oração islâmica, a que frequentemente se sucedem grandes protestos. Um juiz da Califórnia, EUA, rejeitou, entretanto, ontem, um pedido de uma actriz que participou em Innocence ofMuslims para que o filme seja retirado do Vou Tube. Kurt Westergaard, cartoonista dinamarquês que há sete anos indignou os muçulmanos com desenhos de Maomé, insurgiu-se, em declarações a uma revista austríaca, contra limitações à liberdade de expressão, por considerar que o Ocidente não pode deixar-se amordaçar por receio de ofender a sensibilidade islâmica. centenas protes- taram também contra o filme e as caricaturas. Repetiram-se palavras de ordem: "Morte à França, morte aos Estados Unidos." Em Zaria, um grupo pró-iraniano desfilou contra os Estados Unidos e Israel. No Egipto, onde começou a vaga de protestos, o Partido Justiça e Liberdade, do Presi- dente, Mohamed Morsi, "rejeitou caa publicação das categoricamente" ricaturas e pediu à França "medidas firmes e rápidas contra a revista". Em França, onde vive a maior comunidade de muçulmanos na Europa, cerca de cinco milhões de pessoas, a polícia proibiu uma manifestação prevista para amanhã diante da Grande Mesquita de Paris. Mas há apelos nas redes sociais para protes- Houve protestos em várias cidades do Paquistão