UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ RENATE ELIGIA VIEIRA DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DA EMPRESA CAROL CARNES LTDA. Balneário Camboriú 2009 RENATE ELIGIA VIEIRA DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DA EMPRESA CAROL CARNES LTDA. Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Gestão Empreendedora, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Salomon. Balneário Camboriú 2009 Prof. Aloisio Vicente RENATE ELIGIA VIEIRA DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO DA EMPRESA CAROL CARNES LTDA. Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Gestão Empreendedora da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: Gestão de Processos. Balneário Camboriú, 10 de Junho de 2009. _________________________________ Prof. Aloisio Vicente Salomon, MSc. Orientador ___________________________________ Prof. Ademar José da Silva, MSc. Avaliador ___________________________________ Prof. Ronaldo Telles, MSc. Avaliador EQUIPE TÉCNICA Estagiária: RENATE ELIGIA VIEIRA Área de Estágio: ÁREA GERENCIAL E ÁREA FINANCEIRA Professora Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: NIVALDO VIEIRA Professor orientador: Prof. Aloisio Vicente Salomon. DADOS DA EMPRESA Razão Social: Carol Carnes Ltda. Endereço: Avenida do Estado, 2460 – Bairro das Nações – Balneário Camboriu/SC Setor de Desenvolvimento do Estágio: Área Gerencial e Área Financeira Duração do Estágio: 240 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Nivaldo Vieira – Sócio Gerente Carimbo do CNPJ da Empresa: 82.127.986/0001-20 “O segredo do sucesso não é prever o futuro, é criar uma organização que prosperará em um futuro que não pode ser previsto.” (Michael Hammer). AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, pela vida e generosidade comigo sempre guardando e preparando meu caminho. Ao Professor Aloísio, pela sua orientação e apoio para a elaboração desta Monografia. Aos professores avaliadores da banca. Aos mestres, pelas excelentes contribuições dadas ao longo do curso. À Coordenação do curso. A todos os meus familiares, amigos e colegas de curso cujas experiências compartilhadas resultaram em valiosas contribuições As instituições participantes da pesquisa pela oportunidade de pôr em prática a teoria aprendida. RESUMO Nos últimos anos, a ênfase no cliente e na qualidade dos processos, levou muitas empresas a acompanharem de perto todos os estágios da relação com o cliente, pois os problemas na execução podem ter um alto preço para a empresa. Localizar e conhecer os entraves na execução dos processos evitará que a empresa tenha contratempos competitivos. Numa empresa, existem várias áreas, que estão interligadas. Os processos não são independentes, tem sempre a dependência do outro para se completar. Quando a entrada dos insumos se dá de modo não desejável, normalmente o resultado ou saída, também será indesejável. Quando os resultados indesejáveis tornam-se rotineiros é um sintoma de que algo precisa ser revisto. São estes sintomas que levam as empresas a repensar seus conceitos e optar por um modo novo de administrar. A administração estratégica está cada vez mais assumindo a administração convencional. Administrar estrategicamente geralmente envolve mudanças. Mas por onde começar? Mapear e detalhar os processos, observando toda a evolução, de modo criterioso, levantar suas deficiências, e alterações, para que seja diagnosticado e receba tratamento de acordo com a necessidade. É importante saber como acontecem os processos, e a real situação da empresa no momento, para diagnosticar e traçar estrategicamente as mudanças que a empresa precisa fazer, e às que perceberá a necessidade de alterar. As mudanças devem ser no mínimo estratégicas, adaptáveis a maior parte do tempo. A relação entre o tamanho da mudança e o tempo disponível para que ela aconteça, determinará como será executada. Palavras-chave: Diagnóstico Estratégico; Processos; Mudanças. ABSTRACT In the last years, the emphasis in the client and in the quality of the processes brought many companies to follow each stage of relationship with the client closely, because the execution troubles can have a high cost to the company. To find and to know the obstructions of the processes will avoid the company has competitive mishaps. There are many interfaced areas in a company. The processes aren’t independents; always they have dependence among them to be complete. When the entrance of the inputs happens in a not desirable way, usually the result or exit also will be undesirable. When the undesirable results become habitual, this is a symptom that something needs be reviewed. These symptoms carry the companies to rethink their concepts and chose a new administration way. The strategic administration is taking over the conventional administration more and more. To administrate strategically involves changes generally. But, where do start for? To map and detail the processes, observing all evolution, in a criteria way, to get their deficiencies and alterations, to be diagnosed and received treatment as the need. It’s important to know how the processes happen, and the true company situation in the moment, to diagnose and delineate strategically the changes the company must do and those that it will realize the need to alter. It must be strategic changes at least, adaptable the great part of the time. The relationship between the size of the change and the available time for it will establish how it will be performed. Keywords: Strategic Diagnostic; process; changes. LISTA QUADROS Quadro 1: Disfunções de empresas e exemplos de sintomas................................... 24 Quadro 2: Mapa de Método de Mudança .................................................................. 28 Quadro 3: Checklist de pontos fortes de fracos......................................................... 44 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Sistema básico de administração estratégica. ........................................... 21 Figura 2: O Processo de Planejamento Estratégico do Negócio ............................... 40 Figura 3: Análise Swot .............................................................................................. 45 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 1.1 Tema ................................................................................................................... 14 1.2 Problema ............................................................................................................ 16 1.3 Objetivo Geral .................................................................................................... 16 1.3.1 Objetivos específicos........................................................................................ 16 1.4 Justificativa: ...................................................................................................... 17 1.5 Contexto do ambiente de estágio: ................................................................... 17 1.6 Organização do trabalho: ................................................................................. 18 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 20 2.1 Administração Estratégica ............................................................................... 20 2.2 Processo de Mudança: bases conceituais...................................................... 25 2.3 Programa de Mudança Emergente .................................................................. 29 2.4 Conhecimento Organizacional ......................................................................... 32 2.5 Futuro Organizacional ...................................................................................... 34 2.6 Planejamento Estratégico................................................................................. 36 2.6.1 Escaneamento Ambiental................................................................................. 40 2.6.2 Gestão por Processos ...................................................................................... 45 2.6.3 Estratégia Organizacional ................................................................................ 46 2.6.4 Estratégia de Serviços...................................................................................... 50 2.7 Administração de Fluxo de Caixa .................................................................... 51 2.7.1 Ciclos Operacional, Financeiro e Econômico ................................................... 53 2.7.2 Capital de Giro ................................................................................................. 55 2.7.3 Gestão de Custos ............................................................................................. 56 2.7.4 Estratégia de Preço .......................................................................................... 59 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 64 3.1 Tipologia de pesquisa:...................................................................................... 64 3.2 Sujeito de estudo: ............................................................................................. 66 3.3 Instrumentos de pesquisa: ............................................................................... 66 3.4 Análise e apresentação: ................................................................................... 66 3.5 Limitações da pesquisa: ................................................................................... 67 4 RESULTADOS ....................................................................................................... 68 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 73 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 75 APÊNDICE ................................................................................................................ 80 1 INTRODUÇÃO 1.1 Tema Vivemos na era da velocidade de informações, mudanças, conhecimento, entre outros e nas empresas não é diferente. A mudança de cenário se faz necessária. Não podemos continuar a tratar nossa pequena empresa, como um negócio medíocre. Somos permanentemente submetidos, a teste de capacidade, condicionamento e resistência ao gerir a nossa empresa. A influência que esses fenômenos exercem sobre as empresas é paradoxal, de um lado as mudanças são aceleradas e de outro as empresas precisam ser mais velozes que essa aceleração, antecipando e prevendo as possíveis mudanças. Mudar a cultura da empresa, desenvolver novas estratégias ou copiá-las da concorrência. A empresa pode encontrar sua nova direção, dentro dos seus próprios padrões. Valorizar colaboradores, desenvolver produtos e serviços que todos anseiam em comprar, talvez seja o grande desafio dos gestores. Essa abordagem é mais psicológica que sociológica. A idéia que é possível aos indivíduos efetuarem mudanças, baseando-se apenas na vontade de fazê-lo. Mudanças são como um esforço para acelerar as formas vigentes de cognação e ação de maneira a capacitar as pessoas na empresa, adequando às condições ambientais internas e externas, tirando proveito das oportunidades surgidas. As organizações no mundo todo estão enfrentando mercados mais turbulentos, clientes e consumidores com maior discernimento e exigentes. O sucesso que elas terão ao fazerem as mudanças necessárias depende muito da qualidade de suas lideranças, não apenas no primeiro nível da organização, mas também entre todos os gerentes responsáveis pelos resultados operacionais. O desafio de gerir está em lidar com o clima de constante mudança no mundo dos negócios, à medida que cada vez mais empresas se tornam verdadeiramente dinâmicas em suas atividades. As empresas que forem incapazes de se esforçar para atender à constante mudança na demanda do consumo estão fadadas ao provável fracasso. Normalmente vemos a mudança como uma força externa que transforma o mundo à nossa volta, e nos apresenta um leque de novos problemas, dos quais temos que nos adaptar. 15 A mudança proferida no sentido de ação interna, visando à modernização, a reestruturação a revitalização da empresa como um todo ou em partes específicas. Oliveira (1995) defende que não há regras para as mudanças organizacionais, o que vale mesmo é a sensibilidade que aqueles que a lideram possam ter para com o que acontece em volta da empresa. Mesmo com muitas teorias de administração sobre o tema, mudanças organizacionais, liderança, recursos humanos, ambiente externo e interno e tantas outras abordagens, os gestores das empresas tendem a aceitar mais facilmente empreender as mudanças organizacionais desejadas por meio dos próprios padrões e abordagens que forem mais condizentes com suas próprias crenças e valores pessoais. Um dos assuntos relacionados à gestão organizacional, muito em evidência hoje em dia é a gestão por processos. O mapeamento das atividades de uma organização é complexo. É instável (pois os processos são “vivos”, constantemente adaptados ao ambiente que estão inseridos). É, em um primeiro momento pelo menos, desorganizado em muitas de suas etapas. Possui incongruências, legítimas e que configuram oportunidades de melhoria. E destas oportunidades é que surgem os principais benefícios da gestão por processos. É detalhista ao extremo: devem conter todo e qualquer interrelacionamento entre atividades, retratando todo o ambiente organizacional. O resultado é, sempre, um desenho grande, complexo, de difícil compreensão, cujo entendimento pontual só se dá por meio de um estudo detalhado, perfeccionista e paciente. Dentro deste contexto, o presente trabalho busca mapear os processos realizados pela empresa Carol Carnes, diagnosticando as necessidades de mudanças. O desafio está em fazer um diagnóstico, de como se desenvolvem atualmente os processos da empresa, levantando as possíveis disfunções organizacionais, suas causas, e como melhor adequar às áreas econômicofinanceira, administrativa, e aspectos importantes da empresa. 16 1.2 Problema A simplicidade pode ser considerada perigosa porque pode cegar os administradores e limitar suas organizações a um conjunto restrito de aptidões, preocupações e estados ambientais. Empresas de diversos segmentos estão sendo obrigadas a acompanhar a evolução e estão cada dia mais carentes de profissionais, gestores com visão do todo. A tendência dos gestores é continuar executando as tarefas da mesma forma como sempre foram realizadas. O risco da mudança assusta e atormenta, tornando o processo rotineiro e estagnado. Entende-se também que cada empresa tem uma história e uma cultura própria, adotando os valores e a filosofia que a sua liderança define. Os gestores da empresa Carol Carnes, estão sentindo a necessidade de averiguar todo o processo administrativo e operacional, enfocando o resultado para a verificação da viabilidade do negócio. Este trabalho tem por objetivo contribuir para a compreensão da necessidade de mudança, nos processos realizados, possíveis alterações, entre outras variáveis, por parte de todo corpo gerencial e colaboradores. No entanto, de um lado tem a marca da empresa, os 20 anos de existência, a experiência adquirida, a fidelização dos clientes, e de outro, a prestação de serviço, a lucratividade com margens cada vez mais reduzida, processos rotineiros e nem sempre delineados, o planejamento estratégico a definir. Diante desse contexto apresenta-se o seguinte questionamento: Como o diagnóstico organizacional pode identificar a necessidade de mudanças, através do mapeamento dos processos? 1.3 Objetivo Geral Diagnosticar, através do mapeamento, as mudanças necessárias nos processos da Carol Carnes. 1.3.1 Objetivos específicos 1. Diagnosticar processos econômico financeiro, administrativos ou gerenciais e comportamentais. 17 2. Levantar disfunções nos processos. 3. Analisar os processos operacionais. 4. Avaliar o ambiente organizacional. 1.4 Justificativa: O presente estudo é de extrema relevância, pois, há oito anos a empresa está em um platô, atividades rotineiras, deixando o grupo travado, alienado, com aquela sensação de insegurança para alterar o que vem sendo desenvolvido, fundamentado pelos compromissos assumidos junto aos bancos e fornecedores. A empresa possui uma excelente clientela, o faturamento é alto, mas os resultados não condizem com os esforços empregados no desenvolver do processo. Atualmente a empresa está sem perspectiva. Quando uma organização entra em estagnação, as pessoas que nela trabalham tendem a estagnar também. Porém nem todos necessariamente ficarão com o mesmo sintoma. Alguns podem ser estimulados e ficar cheios de energia para implantar determinado projeto ou ação que possa mudar o cenário atual. Justifica-se o trabalho para que se possam mapear os processos da empresa, levantando possíveis disfunções ou doenças, e com o diagnóstico, aplicar a mudança necessária para que a empresa volte a ser rentável e cresça. Sendo assim necessita-se de aprimoramento constantes que auxiliarão não só a acadêmica, mas também a empreendedora, aos profissionais da área de prestação de serviços nos mais diversos ramos de atividades, para que com os resultados da pesquisa realizada possam ser estimulados a conhecer melhor sua empresa, seus colaboradores, e o processo produtivo. E aos demais acadêmicos do curso de administração, permitindo uma visualização da teoria expostas pelos mestres, professores e autores, e a prática organizacional. 1.5 Contexto do ambiente de estágio: Carol Carnes Ltda. CNPJ 82.127.986/0001-20, inscrição estadual 252.080.173, localizada a Avenida do Estado, 2460, Bairro das Nações, Balneário 18 Camboriú, SC, nome fantasia Casa da Carne Avenida, foi fundada em 1988. Sua atividade é o comércio varejista de gêneros alimentícios em geral, principalmente carnes. É optante do super simples, sua atividade é controlada pela CIDASC e vigilância sanitária. O horário de atendimento é de segunda à sábado das 8:00 às 20:00 hs. E domingos e feriados das 8:00 às 13:00 hs. Tem oito empregados. A empresa tem suas atividades há 21 anos no mesmo endereço, no início era uma sala pequena, e tinha pouco mobiliário, toda mercadoria era vendida até o final da semana, trabalhava sem estoques. Nas segundas feiras começava a receber a mercadoria para um novo giro. Com o passar dos anos mudou muito o modo de trabalhar com a carne, mas os proprietários vão se reciclando e capacitando juntamente com sua equipe, afim de oferecer um serviço de qualidade. 1.6 Organização do trabalho: O presente trabalho procura demonstrar a importância do conhecimento das necessidades de mudanças em todo o ambiente organizacional ou em partes dele. O primeiro capítulo apresenta o tema, problema, objetivos e a justificativa que originou a pesquisa e a contextualização do ambiente pesquisado. No segundo capítulo encontra-se o desenvolvimento teórico do assunto em questão, apresentando a evolução da administração, os processos e programas de mudança, o conhecimento organizacional bem como o futuro organizacional, planejamento objetivos e estratégias que envolvem todos os processos da organização. Este capítulo apresenta ainda conceitos e práticas de análise de ambientes e gestão de processos. O terceiro capítulo trata da metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa. O quarto capítulo apresenta o resultado de pesquisa, respondendo aos objetivos específicos, apresentando diagnóstico estratégico, entrevista com o empreendedor, levantamento de disfunções, análise SWOT, sugestões para plano de ação com um pensamento estratégico para a organização. O quinto capítulo apresenta as considerações finais da pesquisadora, que se baseia no estudo realizado para fazer uma análise dos objetivos propostos no trabalho. 19 O último capítulo apresenta as referências bibliográficas dos autores que contribuíram teoricamente para o desenvolvimento da pesquisa. 20 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Administração Estratégica A administração estratégica, na concepção de Gaj (1987), ainda não encontrou saída para todos os problemas do administrador na implantação estratégica. Um dos que está para ser resolvido da forma explicita é o da adequação do sistema estratégico às necessidades organizacionais. Segundo Oliveira (2007), a administração estratégica é uma administração evolutiva, moderna, sistêmica e interagente que otimiza de maneira efetiva os resultados da empresa. A administração estratégica é um processo participativo que cada vez mais se distancia da administração tradicional. Para tanto, conforme Gaj (1987) é preciso definir estratégia como sistema, fixando seus limites e sua adaptabilidade nas organizações, levando em conta a diferenciação de tamanho e variação tecnológica, para que o sistema estratégico possa atender às peculiaridades de cada organização, com um sistema básico de administração estratégica, formado por quatro elementos que compreende: diagnóstico estratégico, desenvolvimento estratégico, administração de processo e orçamento estratégico. Organizações de menor complexidade ou tamanho podem realizar sua adequação à turbulência e as mudanças de forma simples e compacta, escolhendo prioridade entre os quatro elementos citados e outorgados valores ou ênfases diferentes a cada um deles, conforme o caso. Assim sendo, o diagnóstico estratégico permite um posicionamento e uma revisão de atitudes. De acordo com Gaj (1987), o desenvolvimento possibilita alocar recursos e esforços seja para captar informações, elaborar planos de treinamento ou ainda de estrutura, abrange o movimento, isso é a ação propriamente dita. A administração do processo consiste em elaborar cronogramas e cumprir prazos sentido a evolução. Permite destacar os projetos ou problemas importantes que devem receber tratamento diferenciado das rotinas. O orçamento estratégico regula o fluxo de fundos, analisa possibilidades de recursos, dá ritmo pelo orçamento estratégico, é possível antever os custos, manter a organização competitiva e o equilíbrio entre recursos operacionais e estratégicos. Os quatros elementos acham-se inter- 21 relacionados, sendo difícil, a priori, estabelecer qual seqüência correta, quando se pretende trabalhar com um caso específico. O diagnóstico não é um levantamento feito apenas uma vez, faz parte dos quatro elementos, portanto estes elementos interagem e se confundem. Para analisá-los nos seus componentes básicos esses quatro elementos são de grande utilidade. Diagnóstico Estratégico Orçamento Desenvolvimento Estratégico Estratégico Administração do processo Figura 1: Sistema básico de administração estratégica. Fonte: (GAJ, 1987, p.29). Diagnóstico Estratégico Para Gaj (1987), uma idéia pode ser esquisita até que se torne sucesso. A partir desse momento passa a ser uma idéia brilhante. Com relação ao fracasso, é o contrário depois que ocorreu, era evidente que ia acontecer. Passando-se a criticar a velha incompetente administração. Para que seja possível observar de perto eventuais disfunções ou doenças na organização é preciso partir para um processo de diagnóstico, Quando se trata de avaliar ou diagnosticar uma empresa, por onde começar? Gaj (1987), lembra um especialista em avaliação de empresas da universidade do Havaí, que elenca três formas: avaliação pela análise financeira; avaliação pela análise das áreas principais; 22 avaliação pela análise dos processos administrativos. Gaj (1987), acrescenta uma quarta: avaliação pelo desempenho evolutivo. Para conseguir avaliar ou diagnosticar uma empresa é necessário que nos coloquemos fora por um momento e observemos a sua evolução: a forma como ela tem se desenvolvido, crescido, tanto no sentido de expansão, como no de modernização ou diversificação. A organização na busca de sua estratégia, também procura o equilíbrio dentro de suas limitações, a sua otimização pela alocação de recursos (o que fazer?) e a adoção de riscos calculados, na busca de retornos esperados. Segundo Oliveira (1999), alguns dos principais aspectos do diagnóstico estratégico são: visão da empresa, análise externa e interna da empresa, integração dos valores considerados na análise externa e interna e análise dos concorrentes. Visão é considerada como os limites que os proprietários e principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. Neste contexto, a visão proporciona o grande delineamento do planejamento estratégico a ser desenvolvido e implantado pela empresa. Essa abordagem tem a premissa básica de que toda e qualquer estratégica deve estar precedida de uma visão. A visão deve ser resultante do consenso e do bom senso de um grupo de líderes e não da vontade de uma pessoa, (OLIVEIRA, 1999, pág. 23). Para a execução do diagnóstico estratégico é necessário ter acesso a uma série de informações. Estár preparado para fazê-lo, saber que informações são desejadas, quais informações são pertinentes e como obtê-las, estas fontes de informações podem ser internas e externas à empresa, é o sistema de informações global. O executivo deve ter um adequado equilíbrio de conhecimento entre os fatores internos e externos. A análise externa e interna da empresa, os pontos fortes e fracos as oportunidades e ameaças são componentes dessa análise dispostas como variáveis controláveis e não controláveis. Para Oliveira (1999), é necessário interligar os fatores internos e externos à empresa, pois é evidente esta ação de integração e influência entre todos os fatores. Na realidade as possibilidades da empresa são estabelecidas pelo conjunto de suas oportunidades. Toda empresa é parte integrante do seu ambiente. 23 Rosa (1999), diz que é sempre importante saber exatamente em que posição a empresa se acha no momento, seja no tocante a aspectos financeiros, mercado, equipamentos, sistemas e métodos de produção ou qualquer outro item de relevância para a sua sobrevivência e crescimento. O conhecimento mais amplo da empresa e da sua relação com o meio em que vive é imprescindível à eficácia na formulação da estratégia e táticas gerenciais. Disfunções das Empresas Segundo Gaj (1987), disfunções são estados ou situações em que as empresas se encontram e que se caracterizam como de dificuldades, problemas, impedimentos, desde que sua gravidade não seja momentânea e se revista de importância. Como nos organismos, também, nas organizações, existem vários estágios de disfunções: graves e crônicas. Sintomas são exteriorizações das disfunções, podendo estar direta ou indiretamente, relacionados com a disfunção. O Diagnóstico deve localizar a disfunção certa, a fim de poder tratá-la. Existem duas espécies de sintomas: os evidentes, fáceis de serem detectados por qualquer pessoa da organização e os ocultos, que exigem um exame mais detalhado por parte de um especialista ou de alguém da própria organização que conheça detalhes peculiares. Os motivos que levam ao estado de gravidade considerado como disfunção, através de um processo gradativo, podem ser agrupados em: Econômico-financeiras: desequilíbrio entre pagamento e recebimento; falta de controle sobre os recursos monetários da empresa; controle no sentido de conduzir e não ser conduzido. Administrativas ou gerenciais: falta de planejamento; falta de liderança adequada; indefinições organizacionais sobre responsabilidade e autoridade; desequilíbrios organizacionais; controles inadequados de gestão. Comportamentais: falta de motivação para o trabalho, problema no clima organizacional. 24 DISFUNÇÕES SINTOMAS Preços elevados para produtos vendidos. Desequilíbrio entre receita e despesa. Falta de Rentabilidade da empresa. Falta de competitividade no mercado. Baixo retorno ou falta de retorno sobre o ativo total. Falta de Capital de giro. Econômico-financeiro Desequilíbrio entre pagamento e recebimento Falta de controle sobre os recursos monetários da empresa Indefinições organizacionais sobre responsabilidade e autoridade D I S F U N Ç Õ E S Falta de Planejamento Administrativas ou gerenciais Falta de liderança adequada Desequilíbrios Organizacionais Dependência excessiva de terceiros – bancos e financeiras. Finanças abaladas – despesas financeiras elevadas. “Surpresas Financeiras”. Falta de conhecimento de disponibilidades imediatas. Vários executivos tratando dos mesmos assuntos. Impossibilidade de apurar responsabilidades pelas falhas cometidas. Desorientação dos quadros. Improdutividade Constantes Improvisações Falta de Objetivos Falta de Análise e opções Alternativas Muitas reuniões poucas decisões Processo decisório lento, levando oportunidades Identificação sobre rumo Indefinições sobre produto e mercado. a perda de Ênfase num setor em detrimento de outros. Ênfase em máquinas e descuido do pessoal. Ênfase no desenvolvimento, sem olhar alternativas, Desequilíbrios de poder na estrutura. Controles Inadequados de Gestão Falta de motivação para o trabalho Desconcerto quanto aos fatos. Surpresas desagradáveis: o desconhecimento do que ocorre impede medidas corretivas. Falta informação. Dúvida quanto à qualidade dos dados existentes. Má vontade. Falta de interesse. Morosidade em executar tarefas. Desânimo. Outras preocupações. Comportamentais Problemas no clima da organização Discussões em excesso, Reuniões em demasia. Irritações freqüentes. Falta de tranqüilidade para o trabalho. Baixa produtividade. Falta de coordenação. quadro 1: Disfunções de empresas e exemplos de sintomas. Fonte: (GAJ, 1987, p.95). 25 A simplicidade com que o pequeno empresário, para Gaj (1987), analisa o seu próprio problema, a confusão entre causas e sintomas é muito grande, e as verdadeiras disfunções são desconhecidas. Portanto, não pode exigir nem sequer uma correta abordagem para resolvê-lo. Excetuando os casos e motivos particulares, falta de capital, concorrência, matéria-prima, entre outros, não são motivos para se fechar uma empresa, mas não encontrar, ou não saber encontrar seu “nicho ecológico”, e, portanto não planejar, sim. Incapacidade gerencial pode ser considerada como disfunção sob o título de falta de liderança adequada. 2.2 Processo de Mudança: bases conceituais Para Wood Jr (2000), qualquer transformação de natureza estrutural, estratégica, cultural, tecnológica, humana ou de outro componente, capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da organização, pode ser considerada mudança organizacional. Robbins (1999) descreve que mudanças são atividades intencionais, próativas e direcionadas para a obtenção das metas organizacionais. Chiavenato (2004) destaca que as organizações tradicionais com suas características imutáveis, estáticas, fechadas e herméticas, tolhem tanto a liberdade das pessoas, que estas se ambientam e se acostumam inconscientemente a trabalhar dentro de viseiras, voltadas exclusivamente para a continuidade das coisas, e a considerar o conservadorismo como tradição e filosofia de trabalho. Um artigo publicado pela Direction RH–Soluções em RH descreve que mudança organizacional é o conceito e a ação de mudança em toda uma organização. Geralmente essa mudança consiste numa reorganização fundamental e drástica na maneira de operar. Começando com uma avaliação organizacional, ela muda a maneira de perceber, pensar e desempenhar. Mudanças na missão e visão, gerenciamento de processos, tecnologia e estratégia empresarial são áreas que determinarão algum tipo de transformação organizacional. Dentro do discurso de Fleury (1995), pode-se observar a preocupação sobre o conhecimento operacional admitindo ser essencial para o funcionamento de qualquer organização, mas, cada vez mais ele está associado ao conhecimento conceitual. Sendo “requisito fundamental para a dinâmica deste tipo de organização 26 é que o processo de aprendizagem operacional e conceitual ocorra em todos os níveis” (FLEURY, 1995, p. 7). Esta transformação vertiginosa que impera nas organizações do fim do milênio, exige dessas mais que capacidade organizacional para se adaptar às novas estruturas, "é preciso desenvolver uma capacidade contínua de adaptação e mudança" (ROBBINS, 1999, 407), ou seja, as mudanças do ambiente externo exigem da organização a capacidade contínua de resposta rápida e eficaz a estas transformações. Complementando os autores mencionados, Moura (1994) defende uma outra questão-chave no que tange a mudança organizacional. Para o autor, toda a mudança, na sua essência, é algo eminentemente pessoal. Para que uma mudança ocorra na sociedade ou numa corporação é preciso que as pessoas sintam, pensem ou façam algo diferente. Tendo em vista esse contexto em transformação e a necessidade de compreender e investigar essas mudanças, considera-se mudança organizacional enquanto aspecto inerente ao cotidiano organizacional e necessário para a sobrevivência da empresa no mercado global, competitivo e mutante; "afinal de contas tudo muda, os ambientes desestabilizam-se, os nichos desaparecem, as oportunidades banalizam-se" (Mintzberg, Lampel e Ahlstrand, 2000, p.106). Além disso, mudança nunca começa porque ela nunca para, portanto, é um processo constante e o ideal seria denominá-lo de "mudando" ao invés de mudança, para dar essa idéia de processo contínuo. Mintzberg (2000), aponta que é inerente ao processo das próprias empresas que elas, em algum momento de sua trajetória, tornem-se incapazes de prosseguir e assim acabem sucumbindo. A maneira de evitar a decadência é embarcar num processo de renovação, dado, que as mudanças no entorno de qualquer forma irá atingi-la. Percebe-se a necessidade da introdução de procedimentos que promovam a continua renovação conduzida por pessoas ou grupos internos que iniciem umas ações, uma atividade, cuja intenção seja promover a mudança planejada e que contribua para a renovação da empresa, que serão os estimuladores da empresa. Essa renovação é um processo de iniciar, criar e enfrentar mudanças necessárias de modo a possibilitar que a empresa se torne ou permaneça sendo viável, adaptandose as novas condições surgidas, solucione problemas, aprenda pela experiência e evolua. As variáveis que tornam uma empresa excelente podem gerar seu 27 subseqüente fracasso. Talvez tenhamos que viver em ciclos de sucessos e fracassos, crescimento e declínio, que é claro, a condição humana natural. Mintzberg (2000), ressalta que quando se muda uma organização, duas importantes dimensões devem ser consideradas: o respeito da estratégia, a direção para qual uma organização está voltada; e a própria organização, o estado em que ela está. O autor aborda também que, de alguma forma tudo deve ser posto em perspectiva. É fácil mudar pessoas ou produto, mas mudar visão, estrutura é mais difícil. Quando a mudança é na estrutura, por exemplo, envolve as pessoas, visão, estratégia, programas e produtos. A necessidade de mudança deve ser mapeada, para separar e colocar em perspectiva a confusa gama de abordagens que foram desenvolvidas ao longo dos anos para mudar organizações. Gerenciar mudanças significa muito mais do que manter as pessoas felizes e reduzir a resistência a novas idéias e métodos, observa Lawrence (2006). Também significa conhecer as táticas ou as etapas necessárias para gerenciar o processo de execução ao longo do tempo. O processo de mudança é uma passagem do hoje para o amanhã, que envolve forças positivas e negativas, as quais devem ser identificadas e tratadas adequadamente, permitindo que a mudança se efetive. Neste sentido, Chiavenato (1996) descreve a Teoria do Campo de Forças de Kurt Lewin, refletindo que o comportamento organizacional é resultante da confrontação entre forças impulsionadoras que promovem mudanças, e as forças restritivas que procuram manter o status quo, evitando qualquer situação de mudança. Assim, enquanto que as forças impulsionadoras empurram a organização em determinada direção, as forças de restrição procuram conter, reduzir ou anular as forças de impulso. Na realidade, Kurt Lewin, adverte que as forças impulsionadoras podem despertar e ativar as forças de restrição e é por isto que nem sempre as forças impulsionadoras são as que melhor proporcionam aumento do desempenho organizacional. Muitas vezes, é a redução das forças restritivas o meio mais eficaz de encorajar mudanças e aumentar o desempenho da organização. Lawrence (1986), em outra linha de abordagem, descreve que os processos de mudanças apresentam um aspeto técnico e outro social. O aspecto técnico da mudança é feitura de uma modificação mensurável nas rotinas físicas do trabalho. O aspecto social da mudança refere-se ao modo como aqueles por ela afetados 28 pensam que ela irá alterar seus relacionamentos estabelecidos na organização. Considerando a variável que determina o padrão de comportamento frente à mudança é o resultado social, ou seja, as pessoas não resistem à mudança técnica, mas, sim, à conseqüente mudança em seu relacionamento humano organizacional e em todo o contexto ambiental. As abordagens básicas ao processo de mudança: mudança planejada, conduzida e evoluída. O mapa é simplesmente um guia para os diferentes meios de mudança, colocando todos no contexto, de que as micromudanças podem ter macroconsequências. É este o significado de estratégia emergente: que ações isoladas podem conduzir a padrões significativos de ação. Que um novo produto pode fazer que as organizações reposicionem-se no mercado. Melhoria da Programação do Planejamento Qualidade TQM Trabalho Estratégico Delegação Mudança Planejada Desenvolvimento Formação de Equipe da Organização Treinamento Equipe de Iniciativa Educação Racionalização (custos) – cortes de camada, refinanciamento Reestruturação (organização) – reorganizar Mudança Conduzida Reposicionamento (estratégico) - diversificação – fusões – aquisições. Recomposição (mentalização) – Visão Revitalização (cultura) – revolução cultural Mudança Evoluída Assunção de Riscos Desafio Político Quadro 2: Mapa de Método de Mudança Fonte: Mintzberg (2000), Aprendizado Estratégias 29 2.3 Programa de Mudança Emergente Para Oliveira (1995), a constante reinterpretação da realidade e a definição de significados compartilhada por todo o grupo, dentro de uma visão comum, correspondente ao paradigma visão gerencial dominante. Tudo para o autor está ligado à cultura organizacional. A cultura é para a sociedade ou para a organização o que a memória é para os indivíduos. A cultura inclui todas aquelas soluções que funcionam no passado e são adaptadas ao cotidiano. As pessoas passam, mas as suas contribuições ficam e se transformam em componentes da cultura sob a forma de metas ou valores, de crenças ou de modelos de comportamento. Em linhas gerais, pode-se dizer que a cultura consiste de elementos compartilhados que constituem os produtos para perceber, pensar, agir e comunicar. A cultura organizacional vai direcionar as mudanças que a empresa precisa fazer e às que perceberá a necessidade de alterar. Cultura organizacional é um conjunto de características permanentes e estáveis, é sua personalidade é um sistema de significados compartilhados. Em todas as organizações, as histórias, os roteiros, os símbolos materiais e a linguagem evoluem com o passar do tempo, geralmente reflete a visão e a missão dos fundadores. A cultura de uma organização pode ter um efeito em sua estrutura, dependendo se a cultura for forte ou fraca. A fusão da exterioridade e interioridade resultam na avaliação das oportunidades a essa fusão dá-se o nome da análise Swot, que serve para identificar a estratégia que a organização pode explorar Oliveira (1995), detalha que a administração bem sucedida depende de boa utilização das variáveis que compõem as estratégias implícitas ou explícitas da empresa, que são três: 1. Ter o perfil dos dirigentes da empresa, que deve incluir uma atitude empreendedora e inovadora, baseada na crença de que é necessário continuamente expandir sua presença no mercado e, para isso, aceitar o risco como inerente à sua atividade. 2. As características da empresa que devem orientar o modo pelo qual ela opera no seu mercado. 3. O ambiente externo as empresa, que deve ser favorável à introdução de inovação. 30 Marcovitch (apud Oliveira, 1995), sugere que sejam levadas em conta seis dimensões estratégicas, sendo elas: tecnologia, recursos humanos, finanças, estrutura organizacional e mercado, e que esses itens sejam organizados em etapas, ou numa ordem específica. Em uma linha de abordagem, observa-se que algumas empresas parecem evoluir de modo previsível. Outras evoluem para uma posição de eficácia superior crescem, desenvolvem-se e expandem-se com lucratividade, sempre crescente. Outras evoluem até certo ponto e então estagnam no tempo. Outras ainda crescem muito lentamente e depois afundam na falência e desaparecem. Mintzberg (2000) descreve que combinar os vários métodos de mudança em seqüências lógicas para reformular ou renovar uma organização, pode-se chamar de programa de mudança emergente. Renovar é um desenvolvimento mais lento de mudanças abrangentes, mas não há fórmulas mágicas. O segredo está em equilibrar mudanças e continuidade, chegar à mudança quando e onde necessário, mantendo ao mesmo tempo a ordem. A incapacidade de gerenciar mudanças é considerada o problema número um na execução da estratégia. O autor complementa que a chave para a administração estratégica é sustentar a estabilidade, no mínimo, mudanças estratégicas, adaptáveis a maior parte do tempo, mas reconhecer periodicamente a necessidade de transformação e ser capaz de gerenciar esses processos de ruptura sem destruir a organização. O autor cita o filósofo francês Alain que ajuda nesse comentário: “toda mudança parece impossível, porém uma vez realizada, é o estado em que não mais se está que parece impossível.” Segundo Lawrence (2006), em primeiro lugar gerenciar mudanças estratégicas é algo terrivelmente complexo e difícil. O número de fatores e obstáculos interdependentes que afetam a execução certamente aumenta a complexidade que os líderes precisam enfrentar ao fazer seus esforços de mudança. A relação entre o tamanho da mudança o tempo disponível para a mudança determina como a mudança é executada, os custos e benefícios da mudança e o prognóstico de sucesso. Para Kotter (1997), é de alta complexidade a tarefa de convencer todo um coletivo de indivíduos a acreditar nos benefícios da mudança e conseguir retirá-los de sua zona de conforto para outra lógica de atuação com novos valores, propósitos, processos, sistemas e conhecimentos. O autor enumera quais seriam os erros mais 31 comuns que causariam o fracasso quando de um projeto de mudança organizacional, e como proceder para evitá-los ou minimizá-los 1. Deve-se assegurar que uma parte relevante da organização tenha o real entendimento da necessidade da mudança que está por vir. Além disso, deve ser garantida a, autonomia e influência para o grupo responsável pela coordenação do processo de transformação. Este grupo deve definir a estratégia de atuação e a visão de futuro almejada, comunicando-as de forma abrangente e expressiva para a organização. Entretanto, deve-se ter a preocupação de que esta visão corresponda às expectativas e possibilidades viáveis da organização, não se constituindo em um sonho utópico desacreditado pelos funcionários. 2. Durante os processos de mudança que tendem à ser longos e cansativos, as pessoas devem permanecer com a motivação necessária para a mudança. Objetivos de longo prazo, por serem complicados de monitorar e difíceis de serem percebidos pelos funcionários, acabam não sendo eficazes para este propósito. Fazse fundamental, portanto, a definição de objetivos de curto prazo, que criem a percepção da agregação de valor que a mudança gerará. 3. Enfatizar o monitoramento contínuo dos processos de implantação de forma a assegurar a continuidade da postura pró-mudança dos funcionários evitando que ocorra uma regressão do projeto e combatendo os obstáculos entendidos como forças contrárias à mudança. 4. A mudança só está completa quando os novos processos, conhecimentos, estruturas e instrumentos estão incorporados à cultura da organização. A conscientização de que os resultados obtidos foram conseguidos, através dos esforços coletivos e da aceitação da mudança, é importante que as pessoas não voltem a agir como antes. Clemmer (apud Oliveira, 1995) diz que a mudança bem sucedida flui do aprendizado, crescimento e desenvolvimento. Para que a mudança aconteça à organização deve-se preparar. Não se pode reconquistar depressa clientes que deixaram a organização devido a negligência e mau atendimento. Não se pode transformar a organização em uma usina inovadora, em seis meses porque o mercado mudou. A mudança não é feita de maneira radical, a reengenharia de erros de maus hábitos, e processos enrolados, não são fundamentos para serem mudados repentinamente quando surge uma nova tecnologia, quando crescem as pressões dos custos, fazer cortes de um dia para o outro. Estas são mudanças de 32 longo prazo, cultura, sistema, hábitos e aptidões, elas precisam ser trabalhadas, melhoradas. Mas quando essa melhoria não é continuada e se torna necessária imediatamente, é mais difícil o processo. 2.4 Conhecimento Organizacional Drucker (2002) nota que a melhor maneira para cuidar do conhecimento de sua própria empresa é examinar as coisas que ela tem feito bem e o que ela aparentemente faz mal. O que temos feito bem e sem qualquer sensação de grande esforço enquanto outro não conseguiu fazer? E o que fizemos mal enquanto os demais parece não ter dificuldades com a mesma coisa. É claro que ninguém precisa se comparar com os outros. Também é possível comparar os próprios sucessos e fracassos e perguntar: o que explica nosso desempenho? Finalmente sempre é uma boa idéia perguntar aos seus bons clientes: “o que fazemos para você que mais ninguém faz tão bem?” Sua resposta mesmo confusa, pode revelar um padrão que indica onde buscar a resposta. Nonaka e Takeuchi (1997) utilizam um conceito de conhecimento baseado na filosofia zen e argumenta que conhecimento é o “processo humano, dinâmico, de justificar crenças pessoais como parte de uma aspiração para a verdade”. Apesar de bastante amplo, este conceito também poderia ser aplicado às organizações. Mas ele não inclui conhecimentos operacionais, nem aqueles incorporados em sistemas, produtos e serviços. Drucker (2002), complementando Nonaka (1997), afirma que o conhecimento certo é aquele necessário para se explorar as oportunidades de mercado. É incomum uma empresa descobrir que seu conhecimento está inteiramente errado para o mercado. Ela provavelmente morrerá muito antes de parar para se analisar, mas é provável que o conhecimento específico existente seja inadequado ás necessidades. O conhecimento é considerado por Porter (1998) como a única vantagem a oferecer diferenciação para uma competição sustentável, ou seja, a empresa deve promover a criação do conhecimento e as melhores práticas, na transferência das competências. Na mesma linha de abordagem dos demais autores, Oliveira Jr. (2007) complementa que a função central da empresa é usar meios eficientes para criar e 33 transferir conhecimento. Assim, a empresa é entendida como um estoque de conhecimento que é identificado e disponibilizado, para aplicação dentro de sua estrutura, na criação de novos conhecimentos. Drucker (2002) ressalva que o conhecimento precisa progredir para permanecer como tal A análise do conhecimento conduz a um conjunto de perguntas a respeito da eficácia com a qual o conhecimento correto está sendo usado. Como podemos melhorar? O que nos falta? E como fazer para conseguir? As conclusões as análise do conhecimento devem realimentar a análise de marketing para revelar oportunidades de mercado que podem ter escapado ou estão sendo subestimadas. E as conclusões da análise de mercado são projetadas sobre a análise de conhecimento para revelar as necessidades, para conhecimento novo ou mudado. Nonaka e Takeuchi (1997) explanam que existem dois tipos de conhecimento: a) Conhecimento Explícito: Formal e sistemático, conseqüentemente facilmente transmitido e compartilhado. Ex.: especificações técnicas. b) Conhecimento Tácito: Altamente pessoal conseqüentemente muito difícil de ser transmitido, formalizado e compartilhado. Ex.: habilidades pessoais. De acordo com Nonaka e Takeuchi (1997), para obter vantagens competitivas as relações entre os dois tipos são mais importantes que o conhecimento em si. Estas relações podem se dar da seguinte forma: a) De tácito para tácito: baseado na socialização entre indivíduos, com transmissão informal de conhecimento; b) De explícito para explícito: ocorre quando partes discretas de conhecimento explícito são reorganizadas em um novo todo; c) De tácito para explícito: ocorre quando habilidades pessoais são transcritas sob a forma de algum procedimento ou especificação; e d) De explícito para tácito: ocorre quando o conhecimento explícito é internalizado e passa a gerar novas habilidades e conhecimentos. Drucker (1998) destaca que o próprio fato de uma idéia empreendedora não abranger toda a sociedade em todo o conhecimento, mas apenas uma área restrita, torna-a viável. Desde que focada sobre o seu próprio foco. O conhecimento precisa ter validade operacional e econômica, deverá ser capaz de produzir resultados 34 econômicos; mesmo que a organização não vise o sucesso dos negócios, deve ser capaz de sobreviver como negócio. Probst et al. (2002), complementando Drucker (1998), ressalta que quando as informações são interligadas, estas podem ser usadas em um campo de atividade específico, e isso podemos chamar de conhecimento. Portanto, o conhecimento e a informação processada pelos indivíduos, onde os valores e os significados das informações dependem do conhecimento adquirido anteriormente por eles. Para o autor conhecimento é a informação mais valiosa, precisamente porque alguém deu à informação um contexto, um significado, uma interpretação. Desse modo o conhecimento não pode ser dissociado do indivíduo. O conhecimento ao contrário da informação, diz respeito a crenças e compromissos. Drucker (2002) finaliza que uma empresa deverá ser capaz de entender a si mesma, diagnosticar-se e dirigir-se, através das análises de marketing e do conhecimento. Pode-se constatar que alguns produtos necessitam de modificações substanciais. O mesmo vale para mercados e às vezes empresas inteiras. Pois não vale a pena elaborar uma estratégia se os gestores da organização não se preocuparem com o processo de aprendizagem que existe na empresa. Esse processo depende do estilo de gestão difundido no ambiente empresarial e será ele o responsável pela renovação organizacional. 2.5 Futuro Organizacional Nos últimos dez ou vinte anos as empresas aceitaram a necessidade de trabalhar sistematicamente em criar o futuro, de acordo com Drucker (1998), mas o planejamento em longo prazo não visa e não pode visar à eliminação de riscos e incertezas. A única alternativa a tentar é encontrar e ocasionalmente criar o risco certo e explorar a incerteza. “A finalidade do trabalho de se fazer o futuro não é decidir o que deverá ser feito amanhã, mais o que deverá ser feito hoje para se ter um amanhã”. (Drucker, 1998, p.151) O autor ainda ressalta que qualquer empresa ou atividade que tenha atingido seu objetivo está a caminho de um período de grandes mudanças. Porém, em sua maioria as pessoas que nela trabalham continuarão, por muito tempo, a tentar atingir 35 o objetivo que já foi conquistado. Também nos negócios, a empresa que vê um objetivo atingido e age para redirecionar seus esforços, enquanto seus concorrentes ainda se esforçam para chegar onde já estão, irá emergir como líder amanhã. “A busca do futuro que já aconteceu e a antecipação dos seus impactos introduzem nova percepção no observador.” (Drucker, 1998, p.160) O que poderá ser feito a seguir normalmente não é difícil de descobrir, em outras palavras, as oportunidades não são remotas, nem obscuras, porém, é preciso antes reconhecer o padrão. O poder desta abordagem é questionável e, em última análise, derruba hipóteses, práticas e hábitos profundamente arraigados. Ela conduz a decisões para se trabalhar no sentido da mudança em toda a condução e também na estrutura da empresa, na decisão de torná-la empresa diferente. A idéia empreendedora que faz o futuro está sempre à pergunta: Que grande mudança em economia, mercado ou conhecimento nos capacitaria a conduzir a empresa da maneira que realmente desejamos para obter os melhores resultados econômicos? Como qualquer outro esforço, o trabalho para fazer o futuro acontecer deve ser revisto periodicamente, para se saber se a continuação ainda pode ser justificada tanto pelos resultados do trabalho já realizado como pelas perspectivas à frente. É a disposição para enfrentar com determinação esta tarefa econômica que distingue uma grande empresa de uma meramente competente. Para a sobrevivência da empresa, delinear o seu futuro organizacional, Zornig (2007), complementa os autores, abordando o lucro. Para o autor, o lucro é o oxigênio de uma empresa, é o que permite a uma empresa investir em desenvolvimento de produto, pesquisa, melhoria de processo, e etc. Assim perpetuar-se. Evidentemente empresas e indivíduos atuam em um contexto social e dinâmico, sendo responsabilizado pelos seus atos. Dentro do que é aceito e legal dentro de um país. Desta forma, buscam em geral, fazer o que é correto para eternizar-se ao longo do tempo. Nada disso é inconstante de forma ética, um lucro superior à medida de mercado, através de preços superiores ou alguma outra vantagem competitiva, isto será mérito de uma empresa, deixando-a propensa a existir no futuro. Quando qualquer organização se confronta com a perspectiva de extensão, concentra toda a sua energia na busca de uma estratégia de sobrevivência, nota 36 Ansoff (1990). O ímpeto de sobrevivência tem raízes psicológicas e sistêmicas. Reflete o ímpeto do indivíduo no sentido de obter segurança pessoal interdependência tribal e fidelidade dos grupos sociais, bem como a tendência inercial dos sistemas burocráticos complexos, no sentido de continuar funcionando de maneira previamente estabelecida. 2.6 Planejamento Estratégico Somente um número reduzido de empresas utiliza o verdadeiro planejamento estratégico, conforme Ansoff (1990). A grande maioria das organizações continua empregando as antiquadas técnicas do planejamento de longo prazo, que se baseiam em extrapolação das situações passadas. O planejamento estratégico tornou-se questão de sobrevivência. As mudanças tecnológicas, sociais, políticas, econômicas e legais estão sempre presentes. O ambiente que as organizações enfrentam é rico e têm um efeito muito grande nas organizações para ser deixado ao acaso. É essencial planejar. Planejar é aplicar o raciocínio, a análise, a imaginação e o julgamento, de acordo com Drucker (1998), é responsabilidade, não técnica. Torna-se necessário haver integração entre o planejamento de qual é o nosso ramo, o planejamento do qual será ele e o planejamento de qual deve ser ele. Tudo que é planejado torna-se trabalho e compromisso imediato, nos falta habilidade para tomar decisões estratégicas ou talvez a de planejar estrategicamente. O objetivo último dessa atividade é verificar quais diferentes empreendimentos, tecnologias e mercados a organização deverá dedicar-se em longo prazo. Para o autor, esse trabalho de planejamento inicia com o seguinte questionamento: - Qual é a nossa atividade atual? - Quais das nossas atividades atuais devemos abandonar? - Qual devemos dedicar menos atenção? - Quais devemos promover melhor e reforçar com novos recursos? O planejamento estratégico faz-se necessário porque não temos capacidade de prever o futuro, o problema do empreendedor é aquele acontecimento único que alterará as possibilidades. O universo do empreendedor não é físico, mas social. A 37 contribuição fundamental do empreendedor, a única recompensa pelo lucro, é trazer à tona esse acontecimento ou inovação, exclusiva que muda a situação econômica, social e política. Porter (1989), afirma que uma empresa sem planejamento, corre o risco de se transformar em uma folha seca, que se move ao capricho dos ventos da concorrência. O administrador que não exerce a sua função enquanto planejador acaba por se concentrar excessivamente no operacional, atuando principalmente como um bombeiro, que vive apagando incêndios, mas que não consegue enxergar onde está à causa desses incêndios. Kotler (1975), considera que o Planejamento Estratégico é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela Organização, visando maior grau de interação com o ambiente. A direção engloba os seguintes itens: âmbito de atuação, macropolíticas, políticas funcionais, filosofia de atuação macroestratégia, estratégia funcionais, macroobjetivos, objetivos funcionais. Planejamento estratégico, segundo Almeida (2001), é uma ferramenta administrativa que busca um ordenamento das idéias do planejador, visando identificar o caminho que deve ser seguido pela empresa. Após o ordenamento das idéias, deve haver um ordenamento das ações, ou seja, implementação do plano estratégico para que a empresa alcance seus objetivos sem desperdício de recursos. O autor também aborda os conceitos de eficiência e eficácia, salientando que somente trabalhar e fazer corretamente as coisas não garante sucesso a ninguém. É preciso estar atento ao que traz resultados para a empresa, ou em outras palavras, precisa buscar eficácia. Promovendo a utilização das técnicas de planejamento estratégico. Para Almeida (2001), o planejamento estratégico pode ser desenvolvido da seguinte forma: análise dos aspectos internos da organização; análise do ambiente; comparação da missão com o campo de atuação e estabelecimento da estratégia vigente. Para direcionar corretamente essas atividades, é necessário antes avaliar e discutir a missão da empresa. Oliveira (1999) diz que missão é a determinação do motivo central do planejamento estratégico, ou seja: a determinação de onde a empresa quer ir. Corresponde a um horizonte dentro do qual a empresa atua ou poderá atuar. Portanto a missão representa a razão de ser da empresa. 38 Na mesma linha de abordagem dos autores mencionados, Drucker (1998) conceitua planejamento estratégico como sendo o processo contínuo de, sistematicamente e com o maior conhecimento possível do futuro contido, tomar decisões atuais que envolvam riscos; organizar sistematicamente as atividades necessárias à execução dessas decisões; e, através de uma retroalimentação organizada e sistemática, medir o resultado dessas decisões em confronto com as expectativas alimentadas. O grau de interação entre uma organização e o ambiente, pode ser positivo, neutro ou negativo. É variável dependendo do comportamento estratégico assumido pela organização perante o contexto ambiental. Albrecht (1995) descreve que planejar é a palavra apropriada para se projetar um conjunto de ações para atingir um resultado claramente definido, quando se tem plena certeza da situação em que as ações acontecerão e controle quase absoluto dos fatores que asseguram o sucesso no alcance dos resultados. É necessário um plano para se construir uma ponte, pilotar um avião, transplantar um rim, mas se alguém pretende se aventurar num mercado competitivo, ou passar de nacional para global, defender seu negócio principal em face de mudanças competitivas e tecnológicas expressivas, é preciso algo mais que planejamento, é necessário um processo de raciocínio que seja explorador, não determinístico, é preciso projeção futura. Para o autor, enquanto projetar o futuro é um processo que envolve decidir como agir com base no que está ocorrendo no ambiente imediato e no futuro próximo, planejar é a tradução dessa decisão em ações gerenciais. A projeção futura e o planejamento devem encontrar-se no ponto em que seja possível divisar uma estratégia de ação e traduzi-la numa meta ou alvo, trata-se de um quebra-cabeça dinâmico, cujas peças são encaixadas a cada dia, cada mês e ano e não montadas de uma só vez, na elaboração do plano. A premissa norteadora para essa manobra criativa é a administração estratégica, de acordo com Ansoff (1990). Com uma compreensão clara na empresa de quem realmente é, de sua capacidade, de qual é o seu negócio, de que valor cria para os seus clientes e de como se diferencia para ganhar clientes e mantê-los tem os meios para fazer a maior parte do trabalho, não importando o que o ambiente de negócios apresente. 39 O planejamento inicia pelos objetivos da empresa, para Drucker (1998). Em cada área desses objetivos, é preciso formular a pergunta: que temos que fazer para alcançar amanhã os nossos objetivos? A primeira coisa a fazer é descartar-se do ontem. A maior parte dos planos refere-se apenas às novas coisas e as coisas novas que precisam ser feitas, novos produtos, novos processos, novos mercados, e assim por diante. A chave para fazer algo diferente amanhã está em desfazer-se daquilo que não é mais produtivo ou está envelhecendo: as coisas obsoletas. Cuidar do novo sem descartar o velho e ultrapassado, dificilmente produzirá resultados. O autor destaca também que se não levar ao trabalho o melhor dos planos não passará de boas intenções. O trabalho não implica apenas a execução do serviço por alguém, implica também a prestação de contas, o prazo, e finalmente a mensuração dos resultados, isto é, a retroalimentação do trabalho e do próprio processo de planejamento a partir dos resultados conseguidos. A organização sistemática da tarefa de planejar e a aplicação dos conhecimentos a ela, fortalece o julgamento, a liderança e a visão de quem dirige. Dornelas no seu artigo “Como fazer o Planejamento Estratégico do Negócio do seu Plano de Negócios”, esclarece que a partir da visão e missão da empresa pode-se estabelecer ações que serão implementadas, analisadas e acompanhadas visando atingir os objetivos e metas estipulados. Para isso, elabora-se uma estratégia corporativa. O plano de negócios de uma empresa deve contemplar de forma objetiva essa formulação estratégica da empresa. Para Dornelas, a declaração de visão é a declaração da direção em que a empresa pretende seguir, ou ainda, um quadro do que a empresa deseja ser. Tratase ainda da personalidade e caráter da empresa. Assim, a declaração de visão de uma empresa deveria refletir as aspirações da empresa e suas crenças. Para que a declaração de visão cumpra seu papel é fundamental que seja adotada e promovida pela alta gerência da empresa. Dessa forma, o processo de declaração de visão é feito de maneira que todos os níveis da empresa possam colaborar, o que garante uma maior credibilidade à sua declaração. Dornelas, também aborda em seu artigo a missão: a declaração de missão da empresa deve refletir a razão de ser da empresa, qual o seu propósito e o que a empresa faz. Geralmente a declaração da missão é curta, com no máximo duas sentenças ou um pequeno parágrafo. Para que a declaração de missão da sua empresa seja efetiva, ela deve: 40 destacar as atividades de sua empresa, incluindo os mercados que ela serve, as áreas geográficas em que atua e os produtos e serviços que oferece; enfatizar as atividades que sua empresa desempenha e que a diferenciam de todas as outras empresas do mercado; incluir as principais conquistas que você prevê para os próximos anos, e transmitir o que você quer dizer de forma clara, concisa e interessante. Declaraçã o de Visão e Missão do Negócio Análise do Ambiente Externo (oportunidad es e ameaças) Formulaçã o de metas e objetivos Formulaç ão de Estratégia Análise do Ambiente Interno (forças e fraqueza) Implementação Feedback e Controle Figura 2: O Processo de Planejamento Estratégico do Negócio Fonte: (KOTLER, 1999). 2.6.1 Escaneamento Ambiental As organizações, sejam elas de pequeno ou grande porte, estão se voltando cada vez mais para o escaneamento ambiental, a fim de antecipar e interpretar as 41 mudanças em seus ambientes. A expressão se refere à filtragem de grande quantidade de informações para detectar tendências emergentes e criar um conjunto de cenários. Depois de analisar e aprender sobre o ambiente é preciso avaliar as oportunidades e explorar as ameaças que a organização enfrenta isso num ambiente externo. Passando a olhar para dentro da organização, os recursos internos, ou as atividades que a organização faz bem-feito, são os pontos fortes, eles são determinadores de vantagem competitiva central, enfim planejar as atividades organizacionais. Em geral, planejar é projetar, traçar um plano. O planejamento é essencialmente um conjunto de decisões atuais tomadas com conhecimento de conteúdos futuros e que se justifica pela necessidade de obter resultados que não poderiam ser obtidos por ações imediatas (DRUCKER, 2002, p. 138). Quando uma organização sente falta de certos recursos ou identifica atividade que ela não faz bem-feito dizemos que esses são seus pontos fracos. O entendimento da cultura da organização e dos pontos fortes e fracos da cultura é uma parte crucial, pois as culturas fortes e fracas têm efeitos diferentes na estratégia e que o conteúdo de uma cultura tem um grande efeito no conteúdo da estratégia. Conforme Wright, Mark e Parnell (2000), quando se propõe desenvolver um estudo com base na gestão estratégica de empresas, ressalta-se que esta envolve três níveis de análise: o macroambiente da empresa, caracterizado pelo setor em que a empresa opera, e, em um segundo nível, apresenta-se o setor industrial ou ambiente setorial, onde se encontra o grupo de empresas que produzem ou oferecem produtos e serviços concorrentes, e também, o microambiente, que é formado essencialmente pelos agentes que interferem diretamente na empresa, ou seja, fornecedores, funcionários, dirigentes, acionistas, clientes e consumidores. Mintzberg (2000) complementa a abordagem dos autores enfatizando que a análise SWOT, trata-se de uma ferramenta simples utilizada para examinar uma organização ou sistema produtivo em todos seus aspectos, assim como o meio em que está inserida, a função básica da análise SWOT é identificar quais são os cenários existentes e embora seja uma prática simples, a aplicação deve acontecer em períodos pré-determinados e constantes. A palavra SWOT significa strengths (forças), weakness (fraquezas), opportunities (oportunidades) e treathes (ameaças). As forças e fraquezas são variáveis internas, oportunidades e ameaças são fatores externos. As oportunidades e as ameaças podem ser compreendidas como sendo 42 as tendências naturais disponíveis que podem ser decisivos a perenidade de um empreendimento, assim urge identificar as oportunidades com maior precisão possível, fazendo a relação entre o cenário externo com as inter-relações internas, e de que forma pode o empreendedor se valer destas tendências naturais por ele não controladas para o desenvolvimento de sua atividade. Mintzberg (2000) diz que todas as organizações apresentam pontos fortes e fracos, e ressalta a importância da visão prospectiva acerca da consciência avaliativa com o cenário externo vislumbrando as fraquezas que poderão vir do meio externo ao sistema produtivo, sendo este fato considerado uma essencialidade a estratégia de atuação diante do mercado estabelecendo planos para o presente futuro. A viabilidade da existência de qualquer negócio depende da comercialização de seus produtos e serviços, devendo ser analisado quais condições ambientais representam uma ameaça ou uma oportunidade. Porter (1989) demonstrou cinco forças competitivas atuando no ambiente organizacional: a rivalidade entre vendedores concorrentes na indústria, que é determinada pelo número de concorrentes, seu tamanho e as condições de competição existentes; as tentativas que as empresas de outras indústrias fazem no mercado para conquistar os clientes com seus produtos substitutos. Os produtos substitutos podem ser considerados todos aqueles de outras indústrias que atendem à mesma necessidade; o potencial de entrada de novos concorrentes, que é determinado pela quantidade e intensidade das barreiras à entrada existentes do mercado, assim como pela reação dos concorrentes existentes; o poder de barganha dos fornecedores, que é definido, dentre outros fatores, pelo tamanho do fornecedor, a importância do seu insumo e as vantagens que ele oferece para a empresa cliente; o poder de barganha dos compradores do produto, que é maior quando os consumidores têm mais opções de compra e possibilidade de trocar de marcas, sem maiores custos. Drucker (2002) observa que dentro da organização não há resultados, nem recursos. Ambos estão fora dela, é sempre alguém de fora que decide se os esforços de uma empresa se transformam em resultados econômicos ou em desperdício e refugo. O ambiente organizacional é vital para a empresa. O que torna uma empresa distinta e constitui seu recurso peculiar é sua capacidade para usar conhecimento de todas as espécies: científico, técnico, social, econômico e gerencial. É somente com realização ao conhecimento que uma empresa pode ser 43 distinta e produzir algo que tem valor no mercado. Entretanto o conhecimento não é o recurso da empresa, é um recurso social e universal, basta que a organização saiba utilizá-lo, pois está disponível. Drucker (2002) ainda destaca que os resultados são obtidos pela exploração de oportunidades, não pela solução de problemas, os recursos, para que produzam resultados precisam ser alocadas as oportunidades e não aos problemas. A pergunta pertinente não é como fazer as coisas de forma correta, mas como encontrar a melhor forma de fazer as atividades e nelas reconcentrar recursos e esforços. Mintzberg (2000) ressalta também que a decisão estratégica é o produto de um jogo de poder no seio de uma coligação de parceiros. A estratégia não pode ser definida em termos estáticos, pois segundo o autor, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças são relativos no tempo. Introduz deste modo, a noção de mudança na estratégia, questionando deste modo o caráter demasiado estático da análise SWOT. No plano interno as forças e fraquezas começam a ser vistas como motores ou freios. O fato das forças e fraquezas serem percebidas como relativas no tempo incita a refletir sobre o futuro e a pensar em termos de cenários. Os lucros são as recompensas por se fazer uma contribuição única ou no mínimo distinta, numa área significativa, e o que é significativo é decidido pelo mercado e pelo cliente, conforme Drucker (2002). O lucro somente pode ser obtido pela provisão de alguma coisa que o mercado aceita como valor e pelo qual está disposto a pagar. Uma empresa que deseja resultados econômicos precisa ter liderança em alguma atividade de real valor para um cliente ou mercado. Ela pode estar em um aspecto limitado, mas importante, seja através de produtos, serviços ou distribuição. A menos que tenha posição de liderança, uma empresa, um produto ou serviço tornam-se marginais. Pode parecer ser líder, suprir uma grande parcela do mercado, ter todo o peso da força viva, da história e da tradição por trás de si. Mas um marginal é incapaz de sobreviver em longo prazo e gerar lucro. Os líderes vivem de tempo emprestado. Existem em sofrimento e através da inércia alheia. Cedo ou tarde, quando as condições do mercado piorarem, o líder será posto para fora. A função do executivo, para o autor, é então reservada à tendência normal. Sua tarefa é focalizar a empresa em oportunidades e afastá-la de problemas, criar a liderança e neutralizar a inércia por nova direção. 44 CHECKLIST PARA ANÁLISE DE DESEMPENHO DAS FORÇAS E FRAQUEZAS GRAU DE DESEMPENHO Força Força não Importante Importante IMPORTÂNCIA Neutro MARKETING 1. Reputação da Empresa. 2. Participação de Mercado. 3. Qualidade do Produto. 4. Qualidade do Serviço. 5. Eficácia do Preço 6. Eficácia da Distribuição. 7. Eficácia da Promoção. 8. Eficácia da Força. 9. Eficácia da Inovação. 10. Cobertura Geográfica. FINANÇAS 11. Custo/Disponibilidade 12. Fluxo de Caixa 13. Estabilidade Financeira. PRODUÇÃO 14. Instalações. 15. Economia de Escala. 16. Capacidade. 17. Habilidade da Força de trabalho. 18. Habilidade de Produção Pontual. 19. Habilidade Técnica de Produção ORGANIZAÇÃO 20. Visão de Liderança 21. Dedicação dos Funcionários. 22. Orientação Empreendedora 23. Flexibilidade/ Responsabilidade Quadro 3: Checklist de pontos fortes de fracos Fonte: Kotler (1999). Fraqueza Importante Fraqueza não Importante ALTA MÉDIA BAIXA 45 Análise SWOT INTERNA 3 Melhorar 4 Monitorar 1 Eliminar Oportunidades Ameaças X T ER N A EXTERNA 2 Capitalizar Pontos Fortes Pontos Fracos Figura 3: Análise Swot Fonte: Kotler (1999). 2.6.2 Gestão por Processos Conceitualmente, a gestão por processos significa muito mais do que simplesmente mapear as atividades organizacionais. Vai além de apenas nomear cada etapa de trabalho com um nome que a identifique. O envolvimento das pessoas é fundamental para o sucesso do trabalho de Mapeamento de Processo. Silva (2005) destaca que as estrutura organizacionais devem ser enxutas e flexíveis, reduzindo o desperdício através do monitoramento e avaliação constante das operações que agregam valor ao produto. Há sempre uma série de razões e perspectivas para esse relativo descaso que é chamado de barreiras e a medida que elas forem detectadas, reconhecidas e diagnosticadas, tanto mais eficiente e benéficos serão os esforços de redução e otimização de custos, bem como a gestão do processo como um todo. Um processo é qualquer atividade que, fazendo uso dos recursos da organização, recebe uma entrada e gera uma saída com valor agregado para um cliente interno ou externo, conceitua Harrington (1993). No âmbito empresarial, este mesmo autor afirma que os processos empresariais além de apoiar os objetivos da organização devem fazer uso de seus recursos para produzir valor para o cliente. 46 O Gerenciamento de Processos é o conjunto de pessoas, equipamentos, informações, energia, procedimentos e materiais relacionados em atividades para produzir resultados específicos, baseados nas necessidades e desejos dos consumidores. Tudo isto num compromisso contínuo e incessante que promove o aperfeiçoamento da empresa, trabalhando com atividades que agregam valor ao produto. Desta forma, Harrington (1997) observa que a gerência necessita trabalhar no processo, enquanto os empregados devem trabalhar dentro do processo. Ou seja, a melhoria contínua e as metodologias de modificação devem ser dirigidas para o processo ao invés de focar o indivíduo. “Isso significa que todas as funções devem trabalhar juntas para otimizar a eficiência, a eficácia e a adaptabilidade do processo total.” (Harrington,1997, p. 354). 2.6.3 Estratégia Organizacional As empresas que planejam estrategicamente parecem ter uma mensuração financeira mais precisa do que as organizações que não planejam. De acordo com Cohen (2008), a origem da palavra estratégia é o termo grego “strategos” que significa a arte do general, mas ao ouvir a preleção de Drucker, ocorreu num lampejo que estratégia era estratégia, seja na guerra, seja nos negócios. Segundo o autor, Drucker, não acreditava em desenvolver estratégias com base em fórmulas. Outros professores talvez lecionassem estratégia por meio dessa abordagem, hoje conhecida como “gestão de portifólio”. Para Drucker, o gestor deveria refletir em profundidade sobre as diferentes situações em vez de recorrer a fórmulas sistêmicas que decidissem em seu lugar. O autor ainda referindo-se a Drucker, descreve que antes de tudo é necessário definir em que negócio a empresa atua, quem são os seus clientes, o que os clientes querem e o que os clientes consideram eficaz, para satisfazer seus desejos e necessidades, onde a gestão em si se baseava em certos princípios básicos e imutáveis. Cohen (2008) aponta dez princípios sobre estratégia, seguindo princípios de Drucker: 1. Comprometa-se completamente com determinado objetivo: primeiro se define em que negócio se está. Não se pode chegar ao destino até se saber onde 47 está o destino. O objetivo deve ser definido com exatidão e o compromisso com o objetivo deve ser integral. 2. Tome a iniciativa e mantenha a dianteira: portanto é fundamental partir na frente e manter-se na vanguarda até alcançar o objetivo o pensamento e o planejamento são inúteis se não resultam em ação. 3. Economize para acumular recursos: a idéia é economizar ou eliminar desperdícios de tempo e de outros recursos em aspectos secundários da situação para concentrá-los no que é importante. O conceito é direcionar os recursos para os pontos decisivos. 4. Use o posicionamento estratégico: Se a estratégia não estiver produzindo os resultados esperados é necessário alterá-la para que se torne eficaz. As reorganizações são como grandes cirurgias, são a única solução. 5. Faça o Inesperado: ao enfrentar concorrentes mais eficazes, surpreendaos com manobras imprevistas. O princípio também pode ser aplicado com lucros aos clientes desde que a surpresa seja agradável. No caso, consiste em superar as expectativas dos clientes. 6. Mantenha as coisas simples: quanto mais for a quantidade de partes suscetíveis de erros maior será a incidência de erros. Para reduzir a probabilidade de fracasso precisa ser preservada a simplicidade da estratégia. Deve ser fácil de implementar. 7. Desenvolver várias alternativas simultaneamente: se uma idéia não der certo não abandonar o objetivo, então adota-se alternativas. 8. Tomar caminhos indiretos para seus objetivos: avançar diretamente rumo a qualquer idéia ou esforço humano provoca oposição. Ninguém gosta que tentem vender-lhes algo, no entanto todos gostam de aproveitar pechinchas A diferença é sutil, mas os resultados são decisivos. 9. Desenvolver o senso de oportunidade e praticar a sequenciação: a execução da estratégia certa no momento errado ou com seqüência inadequada é tão ineficaz quanto à estratégia errada. 10. Explorar seu sucesso: não parar nem desacelerar ao atingir os objetivos propostos. Permitir que os concorrentes ultrapassem é dar aos adversários outra chance de interromper sua jornada. Para Thompson e Strickland (2000) formular estratégia significa planejar para fortalecer a posição da empresa no mercado em que atua, aprimorar a satisfação do 48 cliente e atingir os objetivos de desempenho previamente estipulados, procurando formar um conjunto de mudanças competitivas e processos comerciais que os dirigentes devem desenvolver para alcançar a melhor performance da organização. O diretor executivo e a alta administração da empresa são os responsáveis pela formulação da estratégia, mas deve envolver todas as funções e departamentos da empresa. Kaplan e Norton (1997), conceituam estratégia como sendo um conjunto de hipóteses sobre causas e efeitos. O sistema de medição deve tornar explícitas as relações entre os objetivos nas várias perspectivas, para que possam ser gerenciadas e validadas. A cadeia de relações de causa e efeito, para os autores, pode ser criada como uma reta vertical que atravesse as quatro perspectivas: financeira do cliente, dos processos internos, e aprendizado e crescimento. O retorno do capital está ligado à lealdade dos clientes, que tem as necessidades atendidas, através de processos com qualidade. Lawrence (2006), complementa a abordagem dos autores, destacando que tudo inicia com a estratégia. É importante ter pessoas gabaritadas para que ocorra uma boa execução. Torna-se fundamental estabelecer que “as pessoas certas fiquem no ônibus, e as erradas desçam logo”. Igualmente importante saber para onde o ônibus está indo e por quê. A estratégia é essencial. Conduz o desenvolvimento dos recursos e determina quais pessoas com quais habilidades devem sentar em qual assento do ônibus. Caso se substitua ônibus por avião a jato no contexto apresentado, dado os mercados competitivos e apressados da atualidade a importância da estratégia, o rumo e as habilidades essenciais realmente necessárias para o sucesso recebem uma ênfase ainda maior. Cohen (2008), aponta que Drucker ainda é um ícone da gestão, mesmo depois de sua morte. Sem qualquer concorrente sério pelo epíteto. ”Pai da Gestão Moderna,” pois nunca deu aos concorrentes nenhuma chance de superá-lo. O autor ainda observa, que qualquer situação envolve três princípios básicos, que Drucker levava em conta: 1. As certezas ou as variáveis fixas do ambiente, sobre os quais o estrategista exerce periódico controle, além dos recursos já disponíveis e dos obteníveis. 49 2. As variáveis sobre as quais, o estrategista pode exercer controle, capazes de respaldar a estratégia escolhida. 3. Os princípios que ele conheça por intuição e aplique inconscientemente. Drucker, para Cohen (2008), reunia todas essas variáveis de maneira a alcançar os objetivos almejados. Contudo, conhecendo esses princípios e os modelos de Drucker, pode-se aplicá-los na definição e desenvolvimento de estratégias para o sucesso não por meio de fórmulas ou de simulação de computador, mas refletindo sobre cada tema com profundidade. Kaplan e Norton (1997) destacam que recentes trabalhos sobre cadeia de lucro dos serviços enfatizaram as relações causais existentes entre a satisfação dos funcionários, a satisfação dos clientes e a lealdade deles, a participação no mercado e conseqüentemente o desempenho financeiro. Especialmente nos últimos anos, a ênfase nos clientes e na qualidade dos processos, levou muitas empresas a acompanhar e comunicar medidas de satisfação e reclamações dos clientes, níveis de defeitos dos produtos e processos, e descumprimento dos prazos de entrega. Segundo Lawrence (2006), os problemas de execução podem ter um alto preço para a organização. Há desperdício de tempo e dinheiro e uma empresa pode ter contratempos competitivos devido à incapacidade de responder às demandas do mercado e dos clientes. Os problemas de execução de estratégias devem ser resolvidos, mais quais e em que ordem? O autor esclarece que planos corporativos e empresariais emitem a integração dos objetivos, das atividades e das estratégias entre os níveis corporativos e empresariais. Estratégias fracas resultam em planos fracos de execução. Existem áreas de obstáculos ou desafios para a execução da estratégia, ou para colocar a questão de forma positiva. Há oito áreas de oportunidades; manuseá-las com correção garantirá o sucesso da execução. São elas: 1. Desenvolver um modelo para orientar os clientes ou ações da execução. 2. Entender como a criação da estratégia afeta a execução. 3. Gerenciar as mudanças de forma efetiva incluindo as mudanças culturais. 4. Entender o poder a influência e usá-lo para o sucesso da execução. 5. Desenvolver estruturas organizacionais que estimulam compartilhamento das informações, a coordenação e uma clara responsabilidade. 6. Desenvolver controle efetivos e mecanismos de feedback. o 50 7. Saber como criar uma cultura de suporte à execução. 8. Aplicar a liderança como viés para a execução. Lawrence (2006) finaliza sua abordagem destacando que os aspectos da estratégia e do planejamento que causam mais impacto nos resultados da execução é uma questão essencial que precisa de resposta. A estratégia define a arena (clientes, mercados, tecnologia, produto e logística), na qual o jogo da execução será realizado. A execução ou a implementação da estratégia geralmente envolve mudança. 2.6.4 Estratégia de Serviços “Serviço é qualquer ato ou desempenho que uma parte possa oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada.” (KOTLER, 1998, p.412) “Serviços são produtos como empréstimos bancários ou seguros residenciais, que são intangíveis, ou pelo menos intangíveis em sua maior parte.” (CHURCHILL, 2000, p.290) Um serviço é definido como uma forma de proporcionar tantas satisfações quantas forem possíveis pela posse do bem ou do serviço adquirido. É, sobretudo, uma forma de ampliar um produto vendido. Conforme Albrecht (2002), o serviço é todo trabalho feito por uma pessoa em benefício de outra e, posteriormente, serviço é todo trabalho que agrega valor ao que uma pessoa faz em benefício de outra. A grande inércia do hábito mantém muitas empresas na mesma trajetória, destaca Albrecht (2002), embora já esteja claro que a situação ficará cada vez mais difícil se a organização não se adaptar ao novo contexto. Necessita-se de uma grande dose de energia, determinação e coragem intelectual para questionar os propósitos e produtos básicos do negócio. No entanto é exatamente isso que cada vez mais os executivos são forçados a fazer, à medida que a estrutura setorial mantém-se em constante mutação, velhos mercados tornam-se estéreis e desenvolvem-se novos mercados. Para Albrecht (2002), os slogans podem chamar a atenção para a estratégia de serviço, mas a estratégia consiste na definição em si, “a imagem” de bons serviços que todos os empregados da organização devem ter em mente toda vez que encontrarem com o cliente ou pensarem nele. Enquanto não tem uma visão da 51 qualidade em serviços, essa visão deve ser difundida em toda a organização, para todas as pessoas, em todos os níveis, assim como para o cliente. Visão é uma idéia refinada através da experiência e do raciocínio, ela envolve e amadurece os conhecimentos sobre os clientes e enriquece a experiência em fornecer serviços de qualidade. “Muitas organizações fazem o que fazem porque é o que fizeram no ano passado, retrasado e no ano anterior ao retrasado.” (Albrecht, 2002, p. 121) A estratégia de serviços para Albrecht (2002) é simplesmente uma declaração do que você pretende fazer e realmente deve fazer pelo cliente caso tencione diferenciar-se com êxito, por meio da qualidade em serviços, qualquer que seja seu negócio. A estratégia de serviços eficaz tem quatro características: é uma declaração de intenções que vai além das banalidades; diferencia claramente as empresas dos concorrentes; tem valor aos olhos do cliente; é viável para a organização. Uma declaração de estratégia de serviços funciona antes e acima de tudo. Como um esforço de foco interno. Baseia-se no conhecimento de um conjunto de valores organizacionais, nas expectativas dos clientes em relação aos produtos, serviços e processos de fazer negócios da empresa e na análise profunda dos pontos fortes e fracos da organização, à medida que depara com as ameaças e oportunidades de mercado. 2.7 Administração de Fluxo de Caixa Os conceitos financeiros relacionados ao crescimento são os de alavancagem de custo, de estrutura de capital, e de arrendamento mercantil, na visão de Gitman (2006). A alavancagem é a capacidade que a empresa possui de utilizar ativos ou recursos a um custo fixo com o objetivo de aumentar o retorno aos seus proprietários, através das variações no nível dos riscos associados. O custo de capital, por outro lado, é um conceito usado nas avaliações de alternativas de investimento, tendo como componentes os custos dos empréstimos a longo prazo, da ação preferencial, da ação ordinária e dos lucros retidos. O conceito de estrutura de capital é determinado pelo composto de endividamento a longo prazo e capital próprio que uma empresa utiliza para financiar suas operações. Outro conceito 52 importante relacionado a alternativas de financiamento do crescimento está no arrendamento mercantil que envolve a utilização de ativos permanentes específicos, tais como terrenos e equipamentos, sem efetivamente ter sobre eles direito de posse. Drucker (2002) comenta que na história dos negócios, repetidas vezes uma empresa desconhecida vem do nada e em poucos anos, supera os líderes estabelecidos, aparentemente sem fazer força. A explicação é estratégica superior, tecnologia superior, marketing superior, ou fabricação enxuta. Mas em cada caso a recém-chegada também conta com uma grande vantagem em custos. Para o autor a razão é sempre a mesma, a nova empresa conhece e administra seus custos e de toda a cadeia econômica, ao invés de somente seus custos. Na perspectiva de Silva (2005), pode-se dizer que fluxo de caixa consiste numa representação gráfica e cronológica de entradas e saídas de recursos monetários, o que permite às empresas executar suas programações financeiras e operacionais, projetadas para certo período de tempo. O fluxo de caixa é um instrumento gerencial, que permite apoiar o processo decisório da empresa, de modo que ela alcance os resultados estabelecidos. O sistema de fluxo de caixa, para Zdanowicz (2000) é uma ferramenta de gerenciamento e controle, que pode ser utilizado para se administrar a situação financeira das empresas, por permitir que se projetem as possíveis entradas e saídas de recursos financeiros no curto e no longo prazo. Matias e Lopes Júnior (2002) destacam que a administração financeira é responsável em muitos casos pelo insucesso das micro e pequenas empresas. Nas pequenas empresas ela assume papel fundamental, pois, este tipo de empresa geralmente não possui uma relativa folga financeira e nem garantias suficientes para oferecer às instituições financeiras, para obter recursos. Normalmente a função de administrador financeiro na micro e pequena empresa, segundo o autor é exercida pelo proprietário, e que por estar com excesso de atribuições, acaba por não desempenhar esta função com o cuidado necessário, além de não possuir tempo e nem pessoal qualificado disponível. A administração financeira para Silva (2005) adota o regime de caixa para planejar e controlar as necessidades e sobras de caixa e apurar o resultado financeiro. No regime de caixa os resultados são reconhecidos no momento em que 53 são recebidos e as despesas, no momento em que são pagas. O autor aborda também liquidez. A liquidez representa a capacidade de pagar os compromissos financeiros em curto prazo. A liquidez é a capacidade de pagar compromissos de curto prazo, conceitua Hoji (2006). Em sentido amplo, a liquidez é relacionada com as disponibilidades mais os direitos e bens realizáveis no curto prazo. Em sentido restrito, a liquidez é relacionada somente com as disponibilidades. Por essa razão, a Administração Financeira de uma empresa adota o regime de caixa, para planejar, executar e controlar o caixa da organização, por trabalhar com mais exatidão sobre a movimentação dos recursos circulantes. A administração através do fluxo de caixa sofre influências de todos os setores da empresa, Assaf Neto e Silva (1997) comenta que os saldos de caixa são influenciados significativamente pelas técnicas de produção e vendas, bem como pelos procedimentos adotados para a cobrança destas vendas, e o pagamento de seus fornecedores. A análise dos ciclos operacional e de caixa da empresa pode esclarecer como ocorrem essas influências. Por meio de uma gestão eficiente desses ciclos, o administrador financeiro conseguirá manter um baixo nível de investimento em caixa. Na visão de Silva (2005), o caixa de uma empresa gera lucro quando há disponibilidade de recursos para aplicação, que conseqüentemente receberá juros. Do mesmo modo se não houver caixa, isso implicará no resultado, porque a empresa utilizará recursos de terceiros, pagando juros pela captação, para fazer frente aos compromissos assumidos, o que tornará o resultado menor. O autor destaca também a diferença entre lucro e caixa. Mesmo que o caixa tenha liquidez, não significa que se tenha lucro no decorrer do tempo. Para visualizar o cash management nas empresas é fundamental que o administrador atente para os seguinte elementos: os princípios do fluxo de caixa; relações com as instituições financeiras; estrutura do capital; investimento e captações; concentração de fundos; análise das relações e despesas operacionais. 2.7.1 Ciclos Operacional, Financeiro e Econômico O constante aumento no nível de rotatividade do capital de giro, no contexto de Silva (2005), aplicado ao negócio é fator decisivo para a manutenção do 54 equilíbrio financeiro da operação. Então é fundamental o acompanhamento sistemático do ciclo operacional com destaque para os aspectos relevantes. O autor descreve também que um ciclo operacional adequado refletirá de maneira positiva o comportamento e o uso do capital de giro investido. A otimização dos prazos médios de permanência de estoques, contas a receber e contas a pagar, deve ser um propósito permanente para a parte do administrador. Assaf Neto e Silva (1997) definem ciclo operacional como todo processo repetitivo que se inicia na aquisição da matéria-prima para a produção e finaliza no recebimento pela venda do produto final. O ciclo operacional faz parte de todo o processo empresarial de produção, venda e recebimento. Para que o ciclo operacional da empresa gire em curto prazo, é necessário que haja uma união de esforços de administradores da empresa, a fim de que recursos sejam mais bem aproveitados de forma a maximizar o retorno financeiro. De acordo com Hoji (2006), o ciclo operacional inicia-se com a compra de matéria-prima e encerra-se com o recebimento da venda. É durante esse período que ocorrem os ciclos econômico e financeiro, ou seja, o ciclo operacional é a soma do prazo de rotação dos estoques e prazo de recebimento da venda. O ciclo econômico tem início na compra da matéria-prima e finaliza com a venda do produto fabricado. Entretanto, caso ocorram desembolsos ou gastos antes da compra da matéria-prima, é nesse momento que se inicia o ciclo econômico. Da mesma forma, se ocorrem desembolsos de custos e despesas nas operações após o recebimento da venda, o ciclo econômico se encerra após o último desembolso. Já o ciclo financeiro se inicia com o primeiro desembolso e termina, muitas vezes, com o recebimento da venda. Drucker (2002), observa que é doloroso para a maioria das empresas passar para o custeio da cadeia econômica. Isto exige sistemas contábeis uniformes ou no mínimo compatíveis nas empresas ao longo de toda a cadeia. Entretanto, cada uma faz sua contabilidade a sua maneira e está convencida de que seus sistemas é o único possível. Qualquer que sejam os obstáculos, o custeio da cadeia econômica será feito? Caso contrário até mesmo a empresa mais eficiente irá sofrer uma desvantagem crescente em custos. Silva (2005), avalia que o clico financeiro representa o tempo entre o pagamento à fornecedores e o recebimento das vendas. 55 Ciclo econômico: constitui-se pelo prazo percorrido entre as compras e as vendas, enquanto o ciclo financeiro se dá entre os pagamentos e recebimentos. O resultado econômico traduz-se como lucro ou prejuízo do capital investido que mede a rentabilidade. 2.7.2 Capital de Giro O capital de giro tem papel relevante na vida operacional da empresa, cobrindo normalmente mais da metade de seus ativos totais investidos, de acordo com Silva (2005). “Capital de giro pode ser chamado de ativos correntes ou ativos circulantes. Esses ativos compreendem os saldos mantidos pelas empresas nas contas de disponibilidades, investimentos temporários, contas a receber e estoques”. (SANVICENTE, 1987, p. 120) De acordo com Gitman (2006), capital de giro refere-se aos ativos circulantes que sustentam as operações do dia-a-dia das empresas. O termo Capital de giro faz referência aos recursos financeiros aplicados pela empresa na execução do ciclo operacional de seus produtos, recursos estes que serão recuperados financeiramente ao final deste ciclo. Silva (2005), esclarece que a administração inadequada do capital de giro gera sérios problemas financeiros, na visão do autor, podendo ocasionar até a insolvência. O processo de capital de giro é primordial para a administração financeira, pois a empresa necessita recuperar todos os custos e despesas, inclusive os financeiros, acontecidos no decorrer do ciclo operacional, e conseguir o lucro esperado através da venda do produto ou prestação de serviço. Isto é: prazo médio de estoques + prazo médio de recebimento das vendas - prazo médio pagamento fornecedores = / 360, tendo como resultado o giro de caixa. Quanto maior o giro de caixa, menor a necessidade de capital de giro. O capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que se transformam constantemente dentro do ciclo operacional, na abordagem de Hoji (2006). Este elemento é fundamental para a administração financeira, devido à necessidade da empresa em recuperar todos os custos e despesas (inclusive financeiras) incorridos no ciclo 56 operacional e obter, assim, o lucro desejado, por meio da venda do produto ou prestação do serviço. A administração de qualquer tipo de negócio envolve a tomada de decisões, de acordo com Sanvicente (1987), e a Administração do Capital de giro não foge da regra, ou seja, não é uma exceção. E essas decisões, referem-se a três dimensões distintas: Liquidez dos Ativos Correntes da Empresa: prazo de transformação dos ativos correntes em dinheiro, mediante datas de vencimento das obrigações da empresa a curto prazo; Conflito Liquidez/Rentabilidade: para melhorar a rentabilidade aplica-se mais em ativos correntes, visando, também, manter a liquidez; ficando, portanto, com menos restos para aplicações com retorno mais atraente; Dilema entre Manutenção de Saldos/Investimentos: na administração dos ativos correntes o dilema enfrentado é entre a manutenção de saldos excessivos com investimentos e custos mais altos, e vice-versa, com a contrapartida de riscos maiores. 2.7.3 Gestão de Custos As organizações constituem o que na física é denominado “organizações conservadoras”, observa Ansoff (1990). Ao produzirem bens e serviços elas consomem recursos: estoques físicos, recursos financeiros, tempo. A menos que os recursos sejam constantemente renovados, a organização entra em colapso e cessa suas operações, em uma situação conceituada como falência. Para o autor a renovação dos recursos provém de duas fontes: transações comerciais com o ambiente, nas quais a produção é vendida ao cliente e transações de subsídios, nos quais certos agentes externos concedem recursos à organização, sem requerer um retorno tangível. Torna-se fundamental para a gestão de custo avaliar esses recursos. Custo é fenômeno sócio-técnico e depende de hábitos, valores e cultura da organização, esclarece Silva (2005). As iniciativas de otimização de custos esbarram nas pessoas que são contra as mudanças nas organizações. Quem muda são as pessoas, observa o autor, para isso é necessário que elas queiram. 57 Horngren et al (2004) conceitua custos: estes influenciam a oferta de produtos e serviços, pois quanto mais baixo for o custo em relação aos preços pagos pelo cliente, maior será a capacidade de fornecimento por parte da empresa. Gestores que entendem o custo de seus produtos e serviços são capazes de estabelecer preços atrativos e obter retornos operacionais desejáveis. Nesta ótica a empresa forma o preço a partir dos custos, adicionando uma margem de ganho desejada pela empresa e conseqüentemente uma vantagem competitiva. A gestão de controle de custos passa por várias fases e somente na fase sistêmica irá se preocupar com a sua redução/otimização. Uma série de características identifica essa etapa, levando a empresa a um comportamento mais programado, mais racional e eficiente, observa Silva (2005). Para o autor diversas técnicas podem ajudar a perseguir e atingir a otimização/redução de custos: análise de valor, matriz de otimização, orçamento base-zero, Just in Time. A revisão de processos de trabalho é fundamental para a economia de custos e melhoria da produção. Conforme Leone (1997), custos referem-se ao valor dos fatores de produção consumidos por uma empresa para produzir ou distribuir produtos ou serviços, ou ambos. Podendo também ser considerado como gasto, só que é reconhecido como um custo, no momento da utilização de bens e serviços, para fabricação de um produto ou execução de um serviço. Silva (2005) observa que se deve tomar cuidado para identificar recursos e custos. Custo é uma ficção contábil, o que se utiliza e se consome são os recursos materiais, mão de obra, serviços, bens e serviços a serem vendidos. Quem consome são todos que trabalham assim todos são solidários ao evento. A ineficiência medida num determinado setor, pode ter sido originada em outro setor. Assim a principal vantagem dos programas de redução e otimização de custos é o focar nos problemas de produtividade, eficiência e de controle de gestão inteligente dos custos. A eliminação de desperdício através de programas de qualidade, para o autor, trazendo as pessoas para o comprometimento e a conscientização de que elas podem fazer melhor, e os ganhos serem revertidos em favor delas próprias, pois produzirão mais, a um custo menor e com qualidade, garantindo dessa forma a empregabilidade, que é um assunto sério e de alta prioridade na economia atual. 58 Horngren et al (2004), conceitua a gestão de custos como enfoque gerencial considerando que o diferencial competitivo está apoiado no acompanhamento das principais tendências e técnicas de produção, portanto, é vital a capacidade de gerir os custos operacionais das organizacionais, como fator de competitividade do mercado. Esse diferencial que se busca, deve ser preocupação constante de empreendedores. Zornig (2007) destaca que pressões sobre vendas, agressividade da concorrência e irracionalidade gerencial, têm levado muitas empresas a colocar muita ênfase em redução de custos e maximização de lucro e menos atenção em criar novos mercados, e entender e satisfazer as necessidades dos clientes, gerando valor. Observa-se a importância na gestão de custos dos componentes e sua atuação nos desperdícios, enfatiza Silva (2005). É o que se resume dos cinco “Rs”: responsabilidade, reconhecimento, repartição, reforço e recompensa. O acompanhamento do mercado, da rentabilidade por linha de produto, do segmento de mercado, da análise da concorrência, das sistêmicas e procedimentos internos são abordagens que concorrem muito positivamente para a eliminação dos desperdícios, pois nortearão a implementação dos projetos de melhorias, que contribuirão para uma mudança de atitude no âmbito da empresa, onde a intolerância ao desperdício passa a ser objetivo de todos. O autor explana que é preciso despertar nossa consciência e mudar nossas atitudes para que a eliminação do desperdício seja uma busca incessante, que se torne parte do nosso modo de pensar e agir. Esse é o novo paradigma da gestão de custos. O grande desafio para a empresa na utilização de novas técnicas para controlar custos é eliminar desperdícios. Os desperdícios acontecem em todo tipo e porte de empresa em todos os processos de trabalho e em todos os níveis. Eles são resultados do trabalho dos diretores, gerentes, funcionários, fornecedores, clientes e governos. Pessoas envolvidas com os processos acostumam-se aos desperdícios, não conseguem enxergá-los. Para o autor, os desperdícios manifestam-se sob diferentes formas: de capital, de material, de tempo, de vendas perdidas e de oportunidades. O primeiro passo para a gestão eficaz da qualidade consiste na eliminação dos desperdícios. Apesar do desconforto que os desperdícios provocam, a identificação dos mesmos é fundamental, uma vez que eles são obstáculos que impedem o sucesso da empresa, 59 dificultando o atingir dos objetivos de crescimento, feito isso ficam claros para a empresa os processos e as áreas que necessitam de mais atenção e prioridades tendem a ficar mais definidas. 2.7.4 Estratégia de Preço Na visão de Zornig (2007), preço é a razão entre o valor recebido em dinheiro pelo vendedor em troca de uma certa quantidade de produtos ou serviços entregue ao comprador. O estabelecimento de preço é uma das decisões mais relevantes feitas pela empresa, na visão de Silva (2005), entretanto, existem outros pontos tão importantes quanto esse, pois sabe-se que a luta pela sobrevivência é a grande preocupação das empresas num mundo altamente mutável e competitivo. Estratégia significa a arte de usar os meios disponíveis ou as condições que se apresentam para atingir determinados objetivos, para Zornig (2007). Toda a estratégia de preços deveria ser desenvolvida a partir do valor percebido pelo cliente, o quanto este cliente está disposto a pagar por determinado produto ou serviço. Podem-se criar estratégias que sejam mais proativas, ou seja, considerando e atuando em todas as condições disponíveis. A estratégia deverá conter uma análise dos preços dentro do setor de atuação da empresa e se possível encontrar maneiras de influenciar este preço de forma positiva. Para o autor, desenvolver uma estratégia de preço envolve o balanceamento entre benefícios, valor oferecido e preços. Separam-se as estratégias de preços em três grandes grupos: preços premium, valor por dinheiro e híbridas. O primeiro grupo, normalmente está reservado para a empresa com qualidade superior, marca ou produto diferenciado. O segundo grupo melhor se adapta a empresas com foco em redução de custos, produtos sem diferenciação ou níveis altos de concorrência com ofertas similares. O terceiro grupo é mais eclético, podendo ser utilizado por ambos os lados, desde que com consciência dos seus efeitos. Silva (2005) complementa que atualmente se vê competitividade e o diferencial sem dúvida é o preço, pois se encontram no mercado produtos semelhantes e de qualidade. Nesse tipo de método, o preço é fornecido pelo próprio mercado, portanto as empresas necessitam cortar custos e despesas, melhorando 60 cada vez mais a qualidade dos produtos para aumentar a sua participação no mercado. Estratégias para suportar preços Premium Dentre todas as opções na gestão de preços, para o autor, as das empresas que diferenciam seus produtos e serviços e que, através de um valor maior oferecido e percebido pelos seus clientes conseguem implementar estratégias na gestão de preços e possibilitando a captura desse valor através de preço superior aos da concorrência por ofertas similares, merece méritos. Nos produtos similares o foco está em pequenas diferenciações, tal como marca e características do produto. Horngren et al (2004), complementando Zornig (2007), destaca variáveis que influenciam direta ou indiretamente a formação dos preços de venda. As três grandes influências que incidem sobre a relação oferta e demanda, e, consecutivamente, sobre os preços, são: clientes: estes influenciam o preço à medida que promovem a demanda por um produto ou serviço. Por conta disso, as empresas precisam sempre avaliar as decisões de precificação a partir da ótica dos clientes. Isto significa formar o preço a partir do que o cliente está disposto a pagar; Concorrentes: é necessário que as empresas estejam atentas às ações de seus concorrentes. Os mesmos produtos em outros concorrentes e até mesmo produtos alternativos ou substitutos podem afetar a demanda por produtos e serviços da empresa. Por conta disso, a ótica dos concorrentes é uma possibilidade para formação do preço de venda, onde a empresa procura formar o preço de seus produtos e serviços a partir dos preços praticados pelos concorrentes. Destacando também a vantagem competitiva como estratégia de preço, Zornig (2007), ressalta que todo negócio só sobrevive no longo prazo porque está focando em conhecer e atender as necessidades de clientes. Preços cobrados por serviços e eventualmente, os lucros resultantes acabam sendo conseqüência de uma combinação de fatores, mas que sempre se inicia com um cliente, com alguma necessidade. O cliente apenas está interessado em saber qual a necessidade dele que seu produto ou serviço irá resolver e por qual preço. E a empresa só obterá sucesso se conseguir oferecer o que o cliente deseja a um preço que ele esteja disposto a pagar. Se a empresa consegue fazer isso de uma forma melhor e que 61 consiga com isso realizar lucros, então os gestores podem assumir que sua empresa possui alguma vantagem competitiva. Kotler e Armstrong (2003) descrevem que o preço é apenas uma das ferramentas do mix de marketing que a empresa utiliza para atingir seus objetivos. As decisões de preço precisam estar coordenadas com decisões de projeto, distribuição e promoções de produto, de modo a formar um programa de marketing consistente e efetivo. Cogan (1999), aborda Estratégia de Preço, subdividindo em Estratégias de Preços Distintos, Estratégias de Preços Competitivos, Estratégia de Precificação por Linhas de Produtos, Estratégias de Preços Imagem e Psicológica e Estratégias de preços condizentes em relação à qualidade: Estratégias de preço distintos envolve: desconto de um segundo mercado: Consiste na venda de uma marca a um determinado preço no segmento principal e a um preço reduzido, por meio de descontos, num segmento secundário de mercado. desnatação: fixação de um preço alto no início da vida do produto, reduzindo-se o preço à medida que o volume de vendas diminui, com o objetivo de conquistar novos segmentos sensíveis a preço. desconto periódico: descontos são oferecidos sistematicamente e de forma previsível. desconto randômico: descontos são oferecidos ocasionalmente e de forma imprevisível. Estratégias de preços competitivos envolve: igualar a estratégia da competição: fixação do preço igual ao dos concorrentes. cotar por baixo do preço da competição: fixação do preço em níveis inferiores ao dos concorrentes. líderes de preços: a empresa é líder de preço e determina o nível de preço do setor. seguidores de preços: a empresa segue o preço de outras organizações. 62 preço de penetração: fixação de um baixo preço introdutório com a intenção de conseguir participação no mercado. Estratégias de preços por linhas de produtos envolve: preço cativo: fixação de um preço baixo no produto básico, sendo que os lucros são obtidos com a venda dos produtos necessários ao funcionamento do produto básico – os produtos cativos – que têm um preço alto. preço isca: oferecimento de itens de baixo preço com a intenção de vender mais os produtos caros. preço pacote: é estabelecido um preço para o conjunto de produtos, preço esse, inferior ao total de cada produto considerado separadamente. Estratégias de preços imagem e psicológica envolve: preço referência: formulação da estratégia de preço com base no preço de referência que os consumidores já possuem em mente. preços ocasionais: caracterizam-se por possuírem números quebrados ou por terminarem em números ímpares. preço prestígio: ocorre quando os consumidores observam o preço de determinado produto como indicador de alta qualidade. Complementando os tipos de estratégias citados acima, Zornig (2007), avalia que preços são determinados em três níveis bastantes distintos. Começando pela estratégia de um setor e fatores macroeconômicos, passando por estratégias específicas de uma empresa e/ou linhas de produto, e finalmente descendo ao nível de transações comerciais. Com uma estratégia de preços correta, para Zornig (2007), uma empresa seguramente estará ampliando seus lucros de maneira mais rápida e eficaz que existe entre os quatro “Ps" do composto de marketing. O desafio de uma gestão de preços começa por ocultar o fato de que preço não é um assunto simples e tampouco isolado de outros aspectos de mercado e fatores macroeconômicos, qualquer decisão sobre preço por mais simples que possa ser, tem potencial para afetar toda uma estratégia da empresa. 63 Para a determinação do preço, de acordo com Zornig (2007), deve-se não apenas analisar os custos internos da empresa, seja de aquisição, seja de produção, mas também os custos de gerados para clientes ao fazer negócio com uma empresa. Inicialmente entender ou estimar os custos dos nossos competidores poderia auxiliar na tarefa. O autor lembra que existem diversos tipos de custos e todos deverão ser classificados e analisados separadamente, uma vez que o impacto de cada um tem aspecto diferente na determinação de preços: custos diretos, custos indiretos, custos de oportunidades, custos variáveis e custos fixos. Custos diretos são necessários apenas para determinarmos os preços mínimos de venda, nunca faça negócio que não cubra seus custos variáveis, diretos. Entender e estrutura de custos se seus produtos e como os custos se comportam para cada situação é relevante e essencial. 64 3 METODOLOGIA 3.1 Tipologia de pesquisa: Para a consecução dos objetivos propostos realizou-se uma pesquisa exploratória, que para Malhotra (2006) tem como função primordial explorar ou fazer uma busca em um problema ou em uma situação para prover critérios e maior compreensão. A pesquisa exploratória se caracteriza por flexibilidade e versatilidade com respeito aos métodos, porque não são empregados protocolos e procedimentos formais. A autora ressalta também que neste tipo de pesquisa, as constatações da pesquisa exploratória devem ser consideradas ensaios para pesquisas posteriores. A pesquisa exploratória, ou estudo exploratório, tem por objetivo conhecer a variável de estudo tal como se apresenta, seu significado e o contexto onde ela se insere, visando proporcionar uma visão geral de um determinado fato. Ela pode ser usada para as seguintes finalidades, de acordo com Malhotra (2006): formular um problema ou defini-lo com maior precisão; identificar cursos alternativos de ação; desenvolver hipóteses; isolar variáveis e relações-chave para exame posterior; e, obter critérios para desenvolver uma abordagem do problema. Para Aaker (2001) esse tipo de pesquisa é usado quando se busca um entendimento sobre a natureza geral de um problema e as possíveis hipóteses consideradas. Ele é útil para o estabelecimento de prioridades entre questões de pesquisa e para o aprendizado sobre problemas práticos na execução do trabalho. Para Zikmund (2006) a pesquisa exploratória proporciona maior entendimento de um conceito ou cristaliza um problema, em vez de fornecer uma medição precisa ou quantificação. A maioria dos projetos de pesquisa exploratória fornece dados qualitativos. Considerando os objetivos desse método de pesquisa, esta se caracteriza como qualitativa. Para Malhotra (2006), pesquisa qualitativa é uma metodologia que se baseia em pequenas amostras a fim de se obter percepções e compreensão do problema, pontuando que esse tipo de pesquisa proporciona a compreensão fundamental da percepção das situações ocorridas na empresa, capacitando assim na decisão das informações que se deve ter para resolver os problemas, no alcance dos objetivos propostos e na interpretação adequada das informações coletadas. 65 Para Zikmund (2006), a pesquisa qualitativa é subjetiva por natureza. Muitas de suas medições dependem da avaliação do pesquisador, e não de análises matemáticas rigorosas. Busca descrever significados que são socialmente construídos, utilizando técnicas de análise indutivas, orientadas pelo processo, e os seus resultados não são generalizáveis. Aaker (2001) destaca que os dados de uma pesquisa qualitativa são coletados com vistas a uma melhor compreensão dos aspectos que não podem ser observados e medidos diretamente. As percepções provindas da pesquisa qualitativa, junto com as discussões com o responsável pelas decisões, ajudam o pesquisador a compreender o contexto ambiental do problema. De acordo com Zikmund (2006), a pesquisa exploratória ajuda a diagnosticar as dimensões dos problemas de modo a fazer com que projetos de pesquisa subseqüentes se concentrem no ponto certo, bem como estabelecer prioridades para a pesquisa, ajudando orientar a gerência, reunindo informação sobre um tópico não familiar. A autora esclarece que se podem escolher métodos de pesquisa exploratória. Para o trabalho em questão optou-se pelo método de pesquisa exploratória na categoria estudo de caso. Na visão de Zikmund (2006), a principal vantagem da aplicação do estudo de caso é que uma organização ou entidade inteira pode ser investigada, observada, diagnosticada, em profundidade com meticulosa atenção nos detalhes, possibilitando ao pesquisador o estudo cuidadoso da ordem dos eventos conforme eles ocorram ou que se concentre na identificação dos relacionamentos entre as funções. Complementando, Aaker (2001) esclarece que um estudo de caso é uma análise abrangente de dada situação; representa uma fonte muito produtiva de informações; e, em algumas circunstâncias, pode ser a única forma de compreender uma situação complexa. No estudo de caso, Zikmund (2006) destaca que o pesquisador deve ser flexível buscando colher informações e idéias onde quer que apareçam, pois não deve seguir um procedimento padrão. Assim, Malhotra (2006) também afirma que nesse tipo de pesquisa deve-se estar atento para novas idéias e percepções à medida que ela se desenvolve. 66 3.2 Sujeito de estudo: O sujeito de estudo é constituído pela empresa em questão. Quando observamos as áreas da organização, estamos atuando como especialistas. Todavia se os conflitos adquiriram um caráter negativo e um entrave organizacional enquanto perdurarem, não será possível o trabalho estratégico de identificar e analisar turbulências interna e externa da organização no desenvolver dos processos. Usar mecanismos de estratégia para adequação à turbulência, formar e controlar estrategicamente o desempenho na ação, através de mapeamento dos processos. O tratamento de processos como algo isolado e independente tem conduzido a inviabilidade de um grande número de empreendimentos com riscos acima do suportável, e ao fechamento de muitas organizações. Depois de terminado o processo de transformação, teremos uma nova postura, representada por novo perfil, novas potencialidades de desenvolvimento e de geração de lucro. 3.3 Instrumentos de pesquisa: A coleta de dados realizou-se pela pesquisa exploratória, qualitativa na categoria estudo de caso, proporcionando a compreensão fundamental na percepção das situações ocorridas nos processos e diagnóstico, nas respectivas áreas da empresa, que são interligadas e interagem umas com as outras. Foram utilizados dois instrumentos: A) Entrevista com o empreendedor para formar uma visão de como é e como está a empresa, e mapeamento e acompanhamento dos processos. As perguntas foram sobre missão visão e valores da empresa seu ambiente econômico, operacional e administrativo e sua relação com o cliente. B) Pesquisa realizada pela empresa em outubro de 2008, onde foram aplicados 200 questionários com treze perguntas objetivas para conhecer o perfil do cliente, quanto a sexo, idade, moradia e relacionamento com a empresa, e uma descritiva, onde o questionado pôde opinar e sugerir sobre a empresa. Os questionários foram respondidos na empresa por um período de trinta dias. 67 3.4 Análise e apresentação: A análise foi baseada no mapeamento e acompanhamento dos processos, diagnóstico, entrevista com o proprietário e pesquisa de satisfação do cliente realizada pela empresa em outubro de 2008. 3.5 Limitações da pesquisa: Falta de dados numéricos e documentais para comparação. Falta de vontade por parte de superiores de prestar informações sobre métodos e acompanhamento dos processos. Horário prolongado de trabalho tornou inviável o acompanhamento de todos os passos dos processos. 68 4 RESULTADOS Seguindo orientação de Gaj (1987), para empresas de menor complexidade ou tamanho, foi dado prioridade a um elemento do sistema básico de administração estratégica, que é o diagnóstico estratégico. Com ele foi permitido perceber algumas disfunções ou doenças na empresa. Para avaliar as áreas, econômico financeira, administrativas e gerenciais, e comportamentais, foram mapeados os processos observando e acompanhando o desenrolar dos mesmos, no dia a dia, isso é, as operações rotineiras da empresa. Foi feito entrevista com o empreendedor para formar uma visão geral do que é e como está a empresa. As percepções provindas das informações junto com o responsável pelas decisões, ajudaram a compreender o contexto ambiental, o modo como o empreendedor vê o seu negócio as expectativas e conhecimento que têm quanto aos resultados. Entrevista: Acadêmica: A empresa tem definição de missão, visão e valores? Empreendedor: Nossa Missão é: Comercializar produtos destinados ao consumo, primando pela qualidade e atendimento, tendo como foco superar as expectativas do cliente, colaboradores, fornecedores e sociedade. Visão: Ser referência em Balneário Camboriú e região, no trabalho com a carne de forma diferenciada, especializada e personalizada, buscando a excelência na prestação desse serviço. Valores: Transparência, honestidade, ética, profissionalismo, competência e criatividade. A.- Qual é a situação atual da empresa no mercado? E.- Os produtos têm um bom conceito junto ao cliente. As vendas não crescem permanecem instáveis, o crescimento de venda por produto não é significativo. Alguns produtos têm grande impacto nos resultados. Mesmo assim a empresa tem mantido a posição no mercado. A taxa de lucratividade vem diminuindo para que a empresa mantenha preços que considere justos. Não tem indicador que algum 69 concorrente venha ganhando mercado, a posição da empresa é favorável em relação ao concorrente. A.- Qual a atual posição financeira da empresa? E.-A empresa tem um certo grau de endividamento, que tem persistido. Surgiu de várias causas e tem provocado efeitos indesejáveis. Tem liquidado os compromissos com certa dificuldade, isso tem se tornado repetitivo, o motivo pode ser o ciclo financeiro. Não são feitos orçamentos, não há gerenciamento do fluxo de caixa. . As contas à pagar estão em dia, mas tem usado capital de terceiros. Os custos se distribuem num percentual de 40% sobre o preço de compra. Os produtos principais têm perda na sua produção. A empresa não tem reserva para situação adversa. Tem impostos em atraso. As condições de pagamento oferecidas são: à vista em dinheiro, com cartão de crédito, débito e alimentação, com cheques à vista e prédatado e conta corrente (fiado). As contas à receber têm uma boa proporção sobre o faturamento. A.- Como é o operacional da empresa? E.- Cada colaborador é comunicado das funções e responsabilidades.Tem divisão objetiva de trabalho, tem duplicidade de funções. Existem todas as funções essenciais aos objetivos do negócio. O horário de trabalho é excessivo, mas tem boas condições físicas de trabalho. É uma empresa organizada satisfatoriamente. A empresa tem um bom quadro de pessoal, mas não avalia o desempenho e satisfação dos colaboradores. Tem entrega terceirizada. A.- A empresa tem produzido com o menor custo possível? E.-Os custos de produção não são os mais desejáveis, tem bons equipamentos, mas falta o espírito de racionalização, tem perda na produção, faz controle no consumo de energia água e combustível. A.- A empresa tem fonte segura e estável de suprimento de matéria prima? E.- Os fornecedores são selecionados, tem cuidado sistemático com a qualidade e confiabilidade dos produtos revendidos, tem preocupação ambiental. A empresa sofre dependência de certos fornecedores, pois poucos atendem as especificações 70 exigidas. As compras maiores são feitas toda semana, e os prazos de pagamentos variam de quinze a vinte e oito dias. A.- Como é a clientela da empresa? E.- Temos diferentes tipos de clientes e conhecemos suas necessidades. Eventualmente realizamos avaliação, da satisfação do cliente, fazemos o pós venda. Quando tem alguma reclamação é analisada e tratada. Sabemos que a maioria dos clientes é do sexo masculino, estão na faixa etária de 36 a 55 anos, o número médio na família é de quatro pessoas e 70% delas faz as refeições em casa. 80% é cliente a mais de três anos. 60% fazem as compras de carne na semana ou quinzena. A.- A empresa tem problema específico de gravidade? E.- Não, é uma empresa bem localizada, sua área é totalmente aproveitada, tem uma boa distribuição, a clientela é espalhada pelos bairros, tem clientela fiel, estacionamento e disque entrega. Mesmo que a matéria prima esteja na mão de poucos fornecedores não representa um problema grave. Com o mapeamento dos processos, foram examinadas as áreas principais da empresa, isto no ambiente interno, e embasado nas informações obtidas pela entrevista, resultou no seguinte diagnóstico: Econômico-financeira: -Falta de rentabilidade da empresa. -Desequilíbrio entre pagamentos e recebimentos: -Dependência excessiva de terceiros (bancos). -Finanças abaladas (despesas financeiras elevadas). Administrativas ou gerenciais: -Ênfase num setor e descuido em outro. -Falta de Planejamento: -Falta de gerenciamento do fluxo de caixa. -Falta de objetivos. -Processo decisório lento, levando a perda de oportunidades. -Constantes improvisações. 71 Comportamentais: -Falta de motivação para o trabalho. -Morosidade em executar tarefas. -Falta de espírito e conhecimento de racionalização (custos). Objetivos de acordo com o levantamento das disfunções: Econômico-Financeiro= Aumentar rentabilidade, liquidez, organizar contas a receber, refinanciamento. Administrativas ou Gerenciais= Fazer planejamento estratégico, gerenciar fluxo de caixa, criar objetivos, traçar metas, levantar custo por produto, elencar prioridades (reformas, máquinas), aumentar leque de fornecedores. Comportamentais= Aumentar grau de satisfação de colaboradores, desenvolver espírito de racionalização, comprometimento. Para conhecer o ambiente externo e a opinião dos clientes sobre os serviços e produtos da empresa, foi usado pesquisa, realizada pela empresa em outubro de 2008. Na pesquisa foram aplicados 200 (duzentos) questionários, com treze perguntas objetivas, e uma descritiva, onde o questionado pôde opinar e sugerir sobre a empresa. Os questionários foram respondidos na empresa por um período de trinta dias. Sexo 150 100 50 Sexo 0 Feminino Masculino Gráfico 1 : Sexo Fonte: Dados da pesquisa realizada. 55% dos clientes são do sexo masculino e 45% feminino. 72 Faixa Etária 60 50 40 30 Faixa Etária 20 10 0 15 - 25 26 - 35 36 - 45 46 - 55 56 - 65 66 - + Gráfico 2: Faixa Etária Fonte: Dados da pesquisa realizada. 55% dos clientes têm entre 36 e 55 anos. 15% entre 26 e 35 anos, 10% entre 15 e 25 anos, 15% entre 56 e 65 anos e 5% mais de 66 anos. Bairros 60 50 40 30 20 Bairros 10 0 Gráfico 3: Bairros Fonte: Dados da pesquisa realizada. 25% dos clientes moram no centro, 55% nos bairros próximos a Casa da Carne, e 20% formam a população dos cinco bairros restantes. 73 Moradores 60 50 40 30 Moradores 20 10 0 1 2 3 4 5 mais Gráfico 4: Quantos moram na casa? Fonte: Dados da pesquisa realizada. 35% das famílias, são compostas de 4 pessoas, 30% de 2 e 3 pessoas, e 35% de 1, 5 e mais pessoas. Refeições 120 100 80 Refeições 60 40 20 0 Sim Não As vezes Gráfico 5: Costuma fazer as refeições em casa? Fonte: Dados da pesquisa realizada. 55% dos clientes fazem as refeições em casa, 20% as vezes, 25% não. 74 Tempo de Cliente 90 80 70 60 50 Tempo de Cliente 40 30 20 10 0 menos 6m. 1 ano 2 anos Mais 2 anos Gráfico 6: Há quanto tempo é cliente da Casa da Carne? Fonte: Dados da pesquisa realizada. 40% são clientes a mais de dois anos, 33% a dois, 17% a um e 15% menos de seis meses. Frequencia de compra 60 50 40 30 20 Frequencia de compra 10 0 Gráfico 7: Com que freqüência você compra carne? Fonte: Dados da pesquisa realizada. 30% dos clientes fazem as compras de carne por semana, 25% na quinzena, 22% mensal, 18% diariamente, e 5% não tem uma freqüência certa. Depende da necessidade. 75 Localização 140 120 100 80 Localização 60 40 20 0 Fácil acesso Difícil acesso Gráfico 8: Como você considera a localização? Fonte: Dados da pesquisa realizada. 70% dos clientes consideram fácil o acesso a casa, e 30% difícil. Estacionamento 160 140 120 100 Estacionamento 80 60 40 20 0 Sim Não Gráfico 9: Como utiliza nosso estacionamento? Fonte: Dados da pesquisa realizada. 75% dos clientes não usam ou não sabem do estacionamento, 25% usam. 76 Disque Entrega 140 120 100 80 Disque Entrega 60 40 20 0 Sim Não Gráfico 10: Você utiliza nosso disque entrega? Fonte: Dados da pesquisa realizada. 70% não usam ou não sabem do serviço, 30% usam. Atendimento 160 140 120 100 80 Atendimento 60 40 20 0 Ótimo Bom Regular Ruim Gráfico 11: Na sua opinião nosso atendimento é: Fonte: Dados da pesquisa realizada. 75% dos clientes consideram o atendimento ótimo, 20% bom, e 5% consideram regular e ruim. 77 Necessidades 160 140 120 100 Necessidades 80 60 40 20 0 Sim Não As vezes Gráfico 12: Os produtos oferecidos atendem sua necessidade? Fonte: Dados da pesquisa realizada. 80% dos clientes tem as necessidades satisfeitas, 5% não e 15% as vezes. formas de pagamento 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 formas de pagamento Gráfico 13: Quanto as formas de pagamentos qual utiliza? Fonte: Dados da pesquisa realizada. 45% dos clientes pagam com dinheiro, 25% com cartão de crédito, 25% com cartão de débito e 5% com cartão alimentação e outros. 78 14) A opinião dos clientes varia entre sugestões por: - Filiais; - Carnes Assadas; - Frutas e Verduras; - Brindes; - Serviço de churrasqueiro; ANÁLISE SWOT Análise Interna: Pontos Fortes: Localização, instalações, habilidades da força de trabalho, nome da empresa, qualidade dos produtos, qualidade dos serviços, flexibilidade, responsabilidade, criatividade. Pontos fracos: Preços, fluxo de caixa, planejamento, e metas. Análise Externa: Oportunidades: Expansão do negócio, vendas externas, novo serviço, novo produto, novo perfil do consumidor. Ameaças: Exigências e barreiras sanitárias, crise mundial. Partindo do que a empresa faz bem e tem potencial, deve explorar as oportunidades, aproveitar competências já existentes, para aperfeiçoar os processos internos a fim de minimizar os pontos fracos. O preço é um dos pontos, que em certo momento pode ser considerado forte, quando ela consegue sustentar preço Premium, pois a experiência mostra que só empresas de sucesso conseguem sustentá-los. Em outro momento, os produtos similares que diariamente são colocados no mercado, e a diminuição de matéria prima de qualidade, podem torná-lo um ponto fraco. As ameaças devem ser monitoras e acompanhadas buscando o conhecimento das exigências para se adequar de maneira gradativa. O produto principal da empresa é fortemente ligado a exportação e tem expressão na balança comercial. Geograficamente a empresa esta inserida numa região de exportação 79 onde os efeitos da crise mundial podem representar uma ameaça, no produto principal. É nos momentos de crises que surgem as oportunidades. Um novo perfil do consumidor, mudança de hábitos, necessidade de um novo produto, e explorar as tendências, são oportunidades que despontam, quando as pessoas têm a necessidade de adotar uma nova postura e modo de vida. A pesquisa realizada destaca várias oportunidades como: a) A melhor idade; O percentual de clientes com mais de 66 anos representa apenas 5% dos clientes entrevistados, tendo em vista o crescimento da população da terceira idade, esse é um público que gera uma boa oportunidade. b) Divulgar estacionamento; Com o difícil trânsito da cidade muitas pessoas deixam de sair para as compras por não ter onde estacionar. c) Serviço de disque entrega; É um serviço que facilita a vida do cliente, quanto ao tempo, segurança, etc. Para a empresa é um meio de vender sem precisar de um ponto comercial, a empresa atual é alugada. d) Facilidade de acesso; A empresa esta localizada em uma via de acesso a Itajaí e Camboriú. Muitas pessoas moram em Balneário Camboriú e trabalham nas cidades vizinhas, e vice-versa. e) Hábito de fazer as refeições em casa; O hábito de fazer as refeições em casa gera uma grande oportunidade, até mesmo em montar cardápios, onde os clientes podem comprar as carnes na quantidade e no corte certo para preparar as receitas. f) Novos Produtos; O fato de ser um pequeno comércio, o atendimento ser feito pelos proprietários, o bate papo na hora da venda, os esclarecimentos sobre os produtos, leva as pessoas a escolher a empresa em relação aos grandes supermercados. A empresa está localizada ao lado do Angeloni, mesmo assim os clientes pedem por frutas e verduras, frango assado, carnes assadas, pão e saladas prontas. Enquanto são acompanhados os processos, percebem-se os prós e contras na execução dos mesmos, isto é, mesmo sem conhecimento científico, muito é feito de acordo com a teoria o que pode ter dado sustento aos anos de existência da empresa. Para a gerência o importante é o volume de vendas sem se preocupar com o resultado dessas vendas. É dado crédito sem uma análise prévia, somente 80 pela aparência. A empresa não tem política de cobrança, cada caso é um caso. No tocante ao atendimento é um dos pontos fortes da empresa. Toda a orientação é voltada para a capacitação no atendimento. Este serviço tem um custo significativo, pois a empresa criou nas habilidades um diferencial no atendimento. Para Almeida (2001), não basta fazer bem feito, a empresa, tem que buscar eficácia, buscar resultados. Para atingir objetivos e metas sugere-se aplicar o plano de ação a seguir, que envolve todas as áreas internas, para tratar os sintomas e neutralizar as doenças diagnosticadas. O plano de ação visa conduzir a empresa no processo de mudança, racionalizando, reorganizando, reposicionando através de estratégias, recompondo através da visão, revitalizando a cultura organizacional. PLANO DE AÇÃO REESTRUTURAR, REPOSICIONAR, RECOMPOR E REVITALIZAR O QUE FAZER PORQUÊ QUEM FARÁ COMO FARÁ PAGAMENTO DE EMPRESTIMOS ESTA PRAZO RENATE NEGOCIAÇÃO COM BANCOS ÁREA FINANCEIRA 36 MESES MUITO ELEVADO NÃO É NECESSÁRIO PLANILHAS DE ÁREA MANTER ESTOQUES CONTROLE DE ADMINISTRA- ESTOQUES PARA MAIS DE UMA COMPRAS E TIVA NIVALDO SEMANA CAIXA CRIAR PROGRAMA DE CRÉDITO E COBRANÇA PARA 10% DO TRABALHAR COM 30 DIAS ATIVIDADE PARA ÁREA RENATE PLANILHAS FINANCEIRA ESTOQUES MÍNIMOS. ESTOQUE É NECESSÁRIO CONHECER O PAGO MENSALMENTE FATURAMENTO CONTROLAR PLANEJAR FLUXO DE OBS DIMINUIR O VALOR O VALOR DO REFINANCIAMENTO ONDE 30 DIAS MOVIMENTO DO CAIXA ESTIMAR AS ENTRADAS E SAÍDAS CADASTRO DE PARA CONHECER OS VALORES A RECEBER RENATE CLIENTES E ÁREA DE CONDIÇÕES DE VENDAS 30 DIAS CLIENTE PAGA QUANDO QUER PAGAMENTO PARA TER UM BOM CONTROLE DE PARA NÃO TER CONTAS A PAGAR SURPRESAS RENATE ATRAVÉS DE ÁREA PLANILHAS FINANCEIRA 30 DIAS RELACIONAMENTO COM FORNECEDORES TRAZER AO CONHECIMENTO DE PORQUE É PRECISO RENATE / RACIONALIZAÇÃO ECONOMIZAR NIVALDO LEVANTAR CUSTO DO PRODUTO É NECESSÁRIO SABER PARA ADOTAR PREÇO JUSTO ATRAVÉS DE DEMONSTRAÇÃO E COMPARAÇÃO ATRAVÉS DE RENATE / ACOMPANHAMEN- NIVALDO TO DA PRODUÇÃO E PLANILHAS ÁREA OPERACIONAL 60 DIAS ÁREA ADMINISTRATIVA REDUZIR EM 10 % OS DESPERDÍCIOS REDUZIR EM 10 % 30 DIAS A PERDA DA PRODUÇÃO 81 A pesquisa contribuiu para sinalizar os pontos onde a mudança deve ser priorizada, onde a empresa deve empenhar mais esforço. Para Kotter (1995), mesmo que pareça impossível fazer o grupo acreditar nos benefícios da mudança, todo empenho tem que ser no conseguir retirar o grupo da zona de conforto para outra lógica de atuação, com novos valores, propósitos, processos, sistemas e conhecimento. Assim com uma nova visão, em um ambiente transformado, o ambiente de outrora é que parece impossível. 82 CONSIDERAÇÕES FINAIS Por todas as situações levantadas nas áreas da empresa fica evidente a necessidade de mudança, para que a mesma possa alcançar os objetivos percebidos como necessários para a renovação e continuidade, tornando-a rentável. É necessário iniciar, criar e enfrentar mudanças, de modo a possibilitar que a empresa se torne viável, adaptando-se as novas condições surgidas, solucionando problemas, aprendendo com a experiência e evoluindo. Renovar é um desenvolvimento mais lento de mudanças, o segredo está em equilibrar mudanças e continuidade. Quanto à visão da empresa, ela deve ser renovada e ampliada, porque, na percepção dos proprietários, a empresa já alcançou o objetivo que é tornar-se referência na cidade e região. Sugere-se uma ampliação para tornar-se uma franquia, ou montar filiais. A missão está sendo cumprida porque o atendimento e qualidade são primazia para a empresa. O conhecimento operacional, o modo como atende e cativa o cliente é essencial para o funcionamento da mesma Em certo momento, percebe-se como se o cliente tivesse satisfação de fazer parte da empresa, adotando-a como “a minha casa de carne”. Enquanto se avalia a empresa nas suas áreas principais e o ambiente no qual esta inserida, vão-se identificando os seus pontos fortes e fracos, as oportunidades e ameaças. Ou seja, as coisas que ela faz bem feito e as que nem tanto, as oportunidades aproveitadas e as desperdiçadas e as ameaças que não são percebidas no momento, e que vão refletir no futuro. Um acompanhamento pelo menos anual do checklist para análise de desempenho da empresa através da análise swot deve ser realizado. O gerenciamento de processos é o conjunto de pessoas, equipamentos, informações, energia, procedimentos e materiais relacionados em atividades para produzir resultados específicos, baseados nas necessidades e desejo dos consumidores, tudo isso num compromisso contínuo e incessante que promove o aperfeiçoamento da empresa, trabalhando com atividades que agregam valor ao produto. A empresa tem que ter objetivos, traçar metas para alcançá-los. O cliente é a peça mais importante da empresa, mas não é a única, ele faz parte de um conjunto. A revisão de trabalho é fundamental para a economia de custo e melhoria da produção, faz-se necessário a eliminação de desperdício através de 83 programas de qualidade, trazendo as pessoas para o comprometimento e a conscientização de que elas podem fazer melhor, e os ganhos serem revertidos em favor delas próprias. O novo paradigma é que as atitudes para eliminar o desperdício, tornem-se parte do nosso modo de agir e pensar, pois eles se manifestam sob diferentes formas: de capital, material, tempo, vendas perdidas e de oportunidades. Os esforços devem estar em traçar planos de ação, partindo do que a empresa faz bem, e usar os meios disponíveis ou as condições agora renovadas, para atingir os objetivos, as ações devem ser proativas. Os resultados são obtidos pela exploração das oportunidades, não pela solução de problemas, os recursos para que produzam resultados devem ser alocados às oportunidades. Para novas pesquisas, a sugestão é desenvolver trabalhos na área comportamental, para levantar se o colaborador percebe esse clima de instabilidade na empresa, e como aproveitar essa percepção em benefício para a empresa. 84 REFERÊNCIAS AAKER, David A. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 2001. ALBRECHT, Karl. Programando o futuro: o trem da linha norte. São Paulo: Makron Books, 1995 ______. 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Assunto Missão, visão e valores Empresa e mercado Posição financeira da empresa Operacional da empresa Perguntas 1. A empresa tem definição de missão, visão e valores? 2. Qual é a situação atual da empresa no mercado? 3. Qual a atual posição financeira da empresa? 4. Como é o operacional da empresa? 5. A empresa tem produzido com o menor custo possível? Administração da empresa 6. A empresa tem fonte segura e estável de suprimento de matéria prima? 7. A empresa tem problema específico de gravidade? Clientes 8. Como é a clientela da empresa? 89 Apêndice B Pesquisa realizada pela empresa em outubro/2008. Questionário de Pesquisa – Opinião dos clientes da ¨Casa da Carne¨ em relação à satisfação. 1) Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino 2) Faixa Etária ( ) 15 a 25 anos ( ) 26 a 35 anos ( ) 36 a 45 anos. ( ) 46 a 55 anos ( ) 56 a 65 anos ( ) 66 ou mais. 3) Em que região de Bal. Camboriú você reside? ( ) Pontal Norte ( ) Estados ( ) Barra Sul ( ) Municípios ( ) Centro ( ) Vila Real ( ) Pioneiros ( ) Barra ( ) Nações ( ) Nova Esperança ( ) Outros____________________ 4) Quantos moram na casa? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) Mais, quantos?_____________ 5) Costuma fazer as refeições em casa? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes 6) Há quanto tempo você é cliente da Casa da Carne? ( ) Menos de 6 meses ( ) 1 ano ( ) 2 anos ( ) Mais de 2 anos 7) Com que freqüência você compra carne? ( ) Diariamente ( ) Semanalmente ( ) Quinzenalmente ( ) Mensalmente ( ) Outros. 8) Como você considera a localização da casa da carne? ( ) Fácil acesso ( ) Difícil acesso 9) Você utiliza nosso estacionamento? ( ) Sim ( ) Não 10) Você utiliza nosso disque-entrega? ( ) Sim ( ) Não 11) Na sua opinião o nosso atendimento é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim 12) Os produtos atendem as suas necessidades? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes Por quê? 90 13) Quanto as formas de pagamento, quais costuma utilizar? ( ) Cartão de crédito ( ) Cartão de débito ( ) Cartão Alimentação ( ) Dinheiro ( ) Cheque ( ) Convênio 14) Dê sua sugestão para que possamos melhorar nossos produtos e serviços. _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________. Pessoas mais felizes e realizadas, não são as que têm o melhor de tudo, mas simplesmente as que fazem o melhor com aquilo que têm. Anônimo.