SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA fatores condicionantes da transferência de tecnologia para pequenas e médias indústrias químicas RICARDO DE GIL TORRES SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA: fatores condicionantes da transferência de tecnologia para pequenas e médias indústrias químicas Banca Examinadora Prof. Dr. José Calos Barbieri (FGV/EAESP) (Orientador) Prof. .................................................................... Prof. ................................................................... Prof. ................................................................... Prof. ................................................................... FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO RICARDO DE GIL TORRES SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA fatores condicionantes da transferência de tecnologia para pequenas e médias indústrias químicas Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação da FGV/EAESP Área de Concentração: Produção e Operações Industriais como requisito para obtenção do título de Doutor em Administração de Empresas Orientador: Prof.Dr. José Carlos Barbieri SÃO PAULO 2004 TORRES, Ricardo de G. Serviços de Informação Tecnológica: fatores condicionantes da transferência de tecnologia. São Paulo: EAESP/FGV, 2004. 182 p. Orientador: Barbieri, José Carlos Tese (doutorado) – Escola de Administração de Empresas de São Paulo. Palavras chave: serviços de informação, informação tecnológica, tecnologia, inovação tecnológica, transferência de tecnologia, empreendedor, pequena empresa, química v DEDICATORIA A Carmen, Elizabeth, Camila e Milly, pela ordem de chegada em minha vida. vi AGRADECIMENTOS Agradeço ao Professor Doutor José Carlos Barbieri por despertar em mim, há quase 20 anos, o interesse no estudo da Gestão de Tecnologia e por, ao longo de todos esses anos, em especial durante o desenvolvimento da tese, de ter servido de guia nessa área que, por sua vastidão e encantos, facilmente, deixa os navegantes inexperientes perdidos em sua imensidão. Agradeço aos profissionais de serviços de informação que se dispuseram a destinar um espaço em suas agendas para explicar a operação dos serviços prestados por suas organizações. Dentre esses profissionais, agradeço, em especial, aos amigos com os quais, ao longo dos anos, tantas vezes discutimos sobre a melhor maneira de prestar esses serviços, e que nos encaminharam a novos amigos para discutir o assunto. Agradeço aos amigos Francisco Alves e Sérgio de Oliveira, sócios da Editora Signus, que patrocinaram a confecção e postagem dos questionários da pesquisa e emprestaram a credibilidade da revista Química Industrial, uma das líderes no segmento, ao trabalho. Agradeço ao apoio do Conselho Regional de Química – 4ª Região, na pessoa do jornalista Carlos de Souza, que disponibilizou o endereço de todas as pequenas e médias indútrias químicas do Estado de São Paulo e divulgou a pesquisa em dois números consecutivos do Informativo do Conselho, com uma tiragem superior a 70.000 exemplares. Agradeço aos empresários que responderam aos questionários e, em especial, ao químico industrial João Dias e ao engenheiro Karl Falk, proprietários, respectivamente, da Jaltex Ltda. e da Phanter Ltda., que nos receberam por diversas vezes em suas empresas explicando como faziam a gestão de tecnologia e, indicando as áreas que poderiam ser melhoradas nos serviços de informação. Agradeço a toda as pessoas e instituições que colaboraram para a realização desse trabalho, eximindo-as, desde já, de qualquer responsabilidade pelas opiniões emitidas no mesmo, que representam o ponto de vista do autor. vii RESUMO TORRES, Ricardo de G. Serviços de Informação Tecnológica: fatores condicionantes da transferência de tecnologia. São Paulo: EAESP/FGV, 2004. As micro, pequenas e médias empresas tem uma participação significativa no Produto Interno Bruto e no número de empregos na maioria dos países. Em todo o mundo, diversos são os programas criados para dar suporte e aumentar a competitividade dessas empresas. Entre esses estão os serviços de informação tecnológica que procuram facilitar o acesso das pequenas e média empresas aos produtores de tecnologia, na forma de universidades e institutos de pesquisa. No Brasil foi criada uma grande rede de núcleos de informação tecnológica, nos anos 80/90, que com o passar dos anos se desestruturou devido à falta de demanda por parte das pequenas empresas. Foi feito um trabalho de pesquisa com o objetivo de identificar os motivos da falta de demanda mencionada, uma vez que a necessidade de informações por parte das pequenas empresas está longe de ser resolvida. Foram pesquisados tanto a fonte das informações, na forma dos serviços de informação quanto os receptores da informação, na forma das pequenas empresas. Verificou-se uma falta de sintonia entre os serviços de informação e seu público alvo que fez com que este aos poucos se afastasse. Esse fenômeno atinge serviços de informação não apenas no Brasil. Em todo o mundo esses serviços estão se reestruturando para atender melhor as necessidades de seu público alvo e se tornarem auto suficientes financeiramente. O trabalho propõe alternativas para a forma de atuaçãos dos serviços de informação tecnológicas brasileiros nessa fase de transição Palavras chave: serviços de informação, informação tecnológica, tecnologia, inovação tecnológica, transferência de tecnologia, empreendedor, pequena empresa, indústria química viii ABSTRACT TORRES, Ricardo de G. Serviços de Informação Tecnológica: fatores condicionantes da transferência de tecnologia. São Paulo: EAESP/FGV, 2004. Micro, small and medium size enterprises have a significant participation in the gross national product and the number of jobs of most countries. All around the world, several programs has been developed to support and increase the competitiveness of these enterprises. Among them, technological information services were created to facilitate the access of small and medium enterprises to the technology producers, namely universities and research Institutes. In Brazil a wide network of technological information centers was created during the 1980’s and 1990’s which, throughout the years, was dismantled due to lack of demand from small enterprises. This study was conducted with the purpose of identifying the reasons behind this lack of demand, since the need of information by small companies is far from being fulfilled. The sources of information, namely information services, and the receivers of information, namely small companies, were both analyzed. A gap was observed between information services and their target public which gradually repelled the latter. This phenomenon does not affect information services only in Brazil. All over the world, these services have been restructuring themselves in order to better meet their target public’s needs and to become financially selfsufficient. This study gives suggestions as to how Brazilian technological information services should act during transition stage. Key-words: information services, technological information, technology, innovation, technological innovation, technology transfer, entrepreneurship, small and medium enterprises, chemical industry ix LISTA DE TABELAS Tabela 1.1 Definição estatística de Bolton para pequena empresa Tabela 1.2 Definição da Comunidade Européia para o porte de empresas Tabela 1.3 Definição do SEBRAE para o porte de empresas Tabela 1.4 Distribuição percentual do número de empresas, do pessoal assalariado e de salários e outras remunerações, segundo o pessoal ocupado - Brasil - 1999 Tabela 1.5 Distribuição do número de empresas e do pessoal assalariado, por faixas de pessoal ocupado em percentagem do total da seção, segundo o setor de atividade - Brasil 1999 Tabela 1.6 Distribuição percentual do número de empresas e do pessoal assalariado, por faixas de pessoal ocupado em percentagem do total por faixa de pessoal ocupado, segundo o setor de atividade - Brasil - 1999 Tabela 1.7 Fatores que impedem o acesso das microempresas à tecnologia Tabela 1.8 Percentual de empresas que recorreu a apoio externo segundo diversas pesquisas Tabela 1.9 Fontes de Apoio Externo Tabela 1.10 Comparação das Taxas de Mortalidade de Diversos Estudos Tabela 1.11 Especificidades das Pequenas e Médias Empresas Tabela 2.1. Número e Percentagem de Indústrias Químicas por Faixa de Pessoal Ocupado e por Setor de Atividade Tabela 3.1. Dois tipos de Conhecimento Tabela 3.2. Quatro tipos de conhecimento Tabela 4.1. Rede de Núcleos de Informação Tecnológica - 1ª Fase Tabela 4.2. Rede de Núcleos de Informação Tecnológica - 2ª Fase Tabela 4.3. Atividades da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica x Tabela 5.1. Indústria Químicas por setor de Atividade Tabela 6.1 Diagnóstico das Empresas do Projeto Piloto do Setor Químico Paulista Tabela 6.2 Comparação da Jaltex com a Phanter xi LISTA DE FIGURAS Figura 1.1. Participação das Empresas no PIB Figura 1.2. Participação das Empresas no Faturamento Figura 1.3. Número de Empresas Exportadoras Figura 1.4. Valor Exportado Figura 1.5. Taxa de Mortalidade Acumulada das Empresas Paulistas por Região Figura 1.6. Taxa de Mortalidade Acumulada das Empresas Paulistas por Setor de Atividade Figura 2.1. Importância Relativa das Fontes de Tecnologia para os Setores de Atividade da Indústria Química Figura 2.2. Motivação para a Inovação nos Setores de Atividade da Indústria Química Figura 3.1. Sistema de Comunicação com Ruído Figura 3.2. Quatro Modos de Conversão do Conhecimento Figura 3.3. Modelo linear bi-direcional de relacionamento entre ciência e inovação tecnológica Figura 3.4. Ciclo de Vida de um Produto Figura 3.5. Ciência, Pesquisa e Ciclo de Vida de um Produto Figura 3.6. Os Atores do Processo de Transferência de Tecnologia Figura 4.1. Número de Publicações Anuais sobre Serviços de Informação Figura 6.1. Percentual de empresas por área de atividade na indústria química Figura 6.2. Percentual de empresas por porte com base no faturamento anual. Figura 6.3. Percentual de empresas por porte com base no número de funcionários Figura 6.4. Percentual de empresas por grupo de idades Figura 6.5. Percentual dos executivos segundo a escolaridade Figura 6.6. Alocação percentual do tempo dos executivos xii Figura 6.7. Percentual dos funcionários segundo a escolaridade Figura 6.8. Percentual dos funcionários segundo a qualificação Figura 6.9. Percentual do tipo de computador Figura 6.10. Aplicativo utilizado Figura 6.11. Atividades realizadas na Internet Figura 6.12. Situação de Programas de Qualidade Figura 6.13. Utilização do laboratório Figura 6.14. Número de equipamentos do laboratório Figura 6.15. Idade média dos principais equipamentos Figura 6.16. Origem dos principais equipamentos Figura 6.17. Flexibilidade das instalações de produção Figura 6.18. Controle de processos Figura 6.19. Número de reatores Figura 6.20. Consumo de utilidades Figura 6.21. Nível tecnológico Figura 6.22. Motivadores de inovação Figura 6.23. Fontes de tecnologia Figura 6.24. Relacionamento com universidades xiii LISTA DE ABREVIATURAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ARIST Agence Régionele d'Information en Sciences et Technologie CEBRAE Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa CEBRAE Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa CECAE Coordenadoria Executiva de Cooperação e Atividades Especiais da USP CEP Código de Endereçamento Postal CEPED Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Estado da Bahia CETEC Fundação Centro Tecnológico CETEMO Centro Tecnológico do Mobiliário CETESB Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo CETIN Centre Technique des Industries Mécaniques CETIND Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro CETIQT Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil CIC Central de Informações Comerciais CIENTEC Fundação de Ciência e Tecnologia CNAE95 Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNI Confederação Nacional das Indústrias CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoABIMAQ: Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos CODETEC Companhia de Desenvolvimento Tecnológico CRIQ Céntre de la Recherche du Québec CRQ-IV Conselho Regional de Química - 4ª Região xiv CTCCA Centro Tecnológico de Couros, Calçados e Afins DAMPI/CNI Departamento de Apoio às Micro e Pequenas Indústrias da Confederação Nacional da Indústria DTI Danish Technological Institute FGV/EAESP Fundação Getúlio Vargas / Escola de Administração de Empresas de São Paulo FIESP Federação das Indústrias dos Estado de São Paulo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IEL Instituto Euvaldo Lodi INET Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial INFOTEC Información y Servicios Tecnologicos INMETRO Instituto Nacional de Metrologia Normalização e Qualidade Industrial INPI Instituto Nacional de Propriedade Industrial INT Instituto Nacional de Tecnologia IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas ITAL Instituto de Tecnologia de Alimentos ITUFES Instituto Tecnológico da UFES NIT Núcleos de Informação Tecnológica NUTEC Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial PADCT Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico PAEP Pesquisa da Atividade Econômica Paulista PIB Produto Interno Bruto SBA Small Business Administration SEADE Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados xv SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SIMPI Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo SINPROQUIM Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo TECPAR Instituto de Tecnologia do Paraná UFES Universidade Federal do Espírito Santo UFMG Universidade Federal de Minas Gerais UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UNIDO United Nations Industrial Development Organizations USP Universidade de São Paulo xvi SUMÁRIO DEDICATORIA.........................................................................................................................................................................V AGRADECIMENTOS............................................................................................................................................................. VI RESUMO .................................................................................................................................................................................VII ABSTRACT...........................................................................................................................................................................VIII LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................................................. IX LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................................................................. XI LISTA DE ABREVIATURAS..............................................................................................................................................XIII SUMÁRIO ...........................................................................................................................................................................XVIII INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................................19 PROBLEMA ...........................................................................................................................................................................19 QUESTÃO DA PESQUISA .....................................................................................................................................................21 OBJETIVO ..............................................................................................................................................................................21 HIPÓTESES DA TESE ...........................................................................................................................................................21 JUSTIFICATIVA DA TESE ....................................................................................................................................................22 ESTRUTURA DA TESE .........................................................................................................................................................23 1. 2. 3. MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS.......................................................................................................25 1.1. DEFINIÇÃO DE M ICRO, PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS.................................................................................25 1.2. IMPORTÂNCIA DAS M ICRO, PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS.........................................................................28 1.3. M ICRO, PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS BRASILEIRAS....................................................................................28 1.4. M ORTALIDADE E NATALIDADE DE M ICRO, PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS............................................35 1.5. PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS PAULISTAS......................................................................................................39 1.6. DIRIGENTES DE PEQUENAS E M ÉDIAS EMPRESAS..............................................................................................42 INDÚSTRIA QUÍMICA...............................................................................................................................................44 2.1. INDÚSTRIA QUÍMICA NO BRASIL ...........................................................................................................................47 2.5. PEQUENAS E M ÉDIAS INDÚSTRIAS QUÍMICAS PAULISTAS................................................................................49 INFORMAÇÃO TECNOLOGICA.............................................................................................................................55 3.1. INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO..........................................................................................................................55 3.2. CIÊNCIA E TECNOLOGIA .........................................................................................................................................58 xvii 3.3. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA ......................................................................................................................................59 3.4. SISTEMA NACIONAL DE INOVAÇÃO......................................................................................................................62 3.5. TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA ........................................................................................................................63 4. SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA ......................................................................................................66 5. 6. 4.1. IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA .....................................................................67 4.2. SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO NO BRASIL................................................................................................................68 4.3. IPT - INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS................................................................................................71 4.4. INT - INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA...................................................................................................73 4.5. SEBRAE-SP - SERVIÇO BRASILEIRO DE A POIO ÀS M ICRO E PEQUENAS EMPRESAS - SP ............................75 4.6. INPI - INSTITUTO NACIONAL DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL ........................................................................76 4.7. DISK TECNOLOGIA DA USP ....................................................................................................................................79 4.8. A VALIAÇÃO DOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO.....................................................................................................80 4.9. A VALIAÇÃO DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO NO BRASIL ..................................................................................82 METODOLOGIA DA PESQUISA.............................................................................................................................84 5.1. PESQUISA NAS PEQUENAS E M ÉDIAS INDÚSTRIAS..............................................................................................84 5.2. PESQUISA NOS SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA ..............................................................................89 RESULTADOS DA PES QUISA.................................................................................................................................91 6.1. QUESTIONÁRIO ENVIADO PARA AS EMPRESAS ...................................................................................................91 6.2. ESTUDO DE CASO COM EMPRESAS ..........................................................................................................................116 6.3. A NÁLISE DE RESULTADOS........................................................................................................................................125 7. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................135 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................................................138 ANEXO 1 ................................................................................................................................................................................147 QUESTIONÁRIO ENVIADO PELO CORREIO ....................................................................................................................147 ANEXO 2 ................................................................................................................................................................................152 QUESTIONÁRIO DISPONIBILIZADO NA INTERNET ......................................................................................................152 ANEXO 3 ................................................................................................................................................................................164 DIVULGAÇÃO DA PESQUISA NO INFORMATIVO CRQ-IV NOV/DEZ 2002..................................................................164 ANEXO 4 ................................................................................................................................................................................166 DIVULGAÇÃO DA PESQUISA NO INFORMATIVO CRQ-IV JAN/FEV 2003 ...................................................................166 ANEXO 5 ................................................................................................................................................................................168 DIVULGAÇÃO DA PESQUISA NO SÍTIO DO CRQ-IV NOV/DEZ 2002...........................................................................168 xviii ANEXO 6 ................................................................................................................................................................................170 DIVULGAÇÃO DA PESQUISA NO SÍTIO DO CRQ-IV JAN/FEV 2003.............................................................................170 ANEXO 7 ................................................................................................................................................................................172 ROTEIRO DE ENTREVISTA COM PROFISSIONAIS DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO ..................................................172 ANEXO 8 ................................................................................................................................................................................174 PROFISSIONAIS ENTREVISTADOS ....................................................................................................................................174 ANEXO 9 ................................................................................................................................................................................176 PRODUTOS DA JALTEX LTDA .........................................................................................................................................176 ANEXO 10..............................................................................................................................................................................177 PRODUTOS DA PHANTER LTDA ......................................................................................................................................177 19 INTRODUÇÃO Problema A importância da Ciência & Tecnologia e das Pequenas Empresas para o crescimento sustentado do país é uma unanimidade no discurso dos homens públicos do país. O Presidente Luís Inácio Lula da Silva, em seu primeiro pronunciamento como presidente eleito do Brasil, de uma só vez, destacou essas duas prioridades (FOLHA, 2002). Segundo o Presidente: “A construção dessa nova perspectiva de crescimento sustentado e de geração de emprego exigirá a ampliação e o barateamento do crédito, o fomento ao mercado de capitais e um cuidadoso investimento em ciência e tecnologia. Exigirá também uma inversão de prioridades no financiamento e no gasto público, valorizando a agricultura familiar, o cooperativismo, as micro e pequenas empresas e as diversas formas de economia solidária.” Infelizmente, a vontade política por si só não consegue produzir os resultados esperados. O desenvolvimento da área de ciência e tecnologia no Brasil, ao longo de toda sua história, vem ocorrendo de maneira desordenada. Somente após a Segunda Guerra Mundial, no governo de Getúlio Vargas, começou a ser delineada, no Brasil, uma política de ciência e tecnologia. As pequenas empresas, por sua vez, somente vieram a receber atenção em 1964, no governo de Castelo Branco, com a instituição de um programa de financiamento para a pequena e média empresa pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (VALENTIM, 2002; SEBRAE, 2004). A união das duas prioridades mencionadas, isto é, a aproximação da Ciência & Tecnologia das Pequenas Empresas somente veio a ter início em 1984, com a entrada em operação da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica. O objetivo da Rede era interligar os produtores de tecnologia, na forma de institutos de pesquisa e universidades, com os consumidores de tecnologia identificados como quase 140.000 unidades produtivas, em todo o Brasil, das quais 85% classificadas como microempresas. Em função das características do público alvo, a Rede foi, a princípio, coordenada 20 pelo Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa (hoje SEBRAE) e pela Secretaria de Tecnologia Industrial do Ministério da Indústria e Comércio (VIEIRA, 1996). Na primeira fase da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica, que vai de 1984 a 1993, foram implantados 17 Núcleos com recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT). A atividade desses núcleos se concentrava na prestação de serviços de consultas rápidas (80% dos Núcleos ofereciam esse serviço) e busca bibliográfica (80% dos Núcleos ofereciam esse serviço) (VIEIRA, 1996). A segunda fase da Rede, já sob a coordenação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), tem início em 1993, com recursos do PADCT. Nessa fase são implantados seis núcleos regionais e 14 núcleos especializados, sendo que alguns dos antigos núcleos não se recredenciaram. A Rede reforça suas parcerias com outras instituições tais como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Departamento de Apoio às Micro e Pequenas Indústrias da Confederação Nacional da Indústria (DAMPI/CNI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e com a Rede Antares, criada com recursos do PADCT e coordenada pelo IBICT, que chegou a reunir mais de 200 Serviços de Informação em Ciência e Tecnologia (VIEIRA, 1996). Apesar da imensa quantidade de recursos investidos na montagem da infraestrutura da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica esta foi se esvaziando, aos poucos, a ponto de alguns Núcleos de Informação Tecnológica (NIT), como o de Química, que funcionava na Federação das Indústrias dos Estado de São Paulo (FIESP) e do qual o autor foi responsável pela implantação, foi desativado por falta de consultas. As consultas sobre química, entretanto, quando da criação do NIT de Química, representavam uma parcela significativa da demanda de serviços de apoio tecnológico para pequenas e médias empresas na década de 1990, tais como o serviço Disk Tecnologia – USP (CECAE/USP 1996). A desestruturação da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica e da Rede Antares, que reunia mais de 200 Serviços de Informação em Ciência e Tecnologia leva à conclusão de que estas Redes 21 não estavam atendendo, de maneira adequada, à demanda de seu público alvo, que eram as micro, pequenas e médias empresas. Questão da Pesquisa O presente trabalho parte da seguinte questão: porque os serviços de informação tecnológica no Brasil não atenderam seus objetivos de dar suporte às pequenas e médias empresas no aumento de sua capacitação tecnológica e competitividade? Objetivo O objetivo do trabalho é estudar os serviços de informação tecnológica.e seus público alvo, que são as pequenas e médias empresas, para determinar os fatores responsáveis pela falta de sintonia entre fonte e receptor da informação tecnológica que, em última instância, levaram as pequenas empresas a não mais procurar esses serviços. Hipóteses da Tese Quatro são as hipóteses formuladas para explicar a pequena penetração dos serviços de informação tecnológica junto ao segmento que teria um maior potencial para se beneficiar desses serviços. As hipóteses, e seus desdobramentos, são que as pequenas e médias empresas: 1. desconhecem a existência dos serviços de informação tecnológica; a. a divulgação dos serviços não é feita de maneira adequada. 2. utilizam outras fontes de informação tecnológica; 3. tiveram experiências mal sucedidas na utilização de serviços de informação tecnológica; a. os provedores de informação não conseguem entender as necessidades de informação das indústrias; b. falta qualificação técnica às indústrias para explicitar suas necessidades de informação; 22 c. falta incentivo para profissionais qualificados de instituições de pesquisa e ensino darem suporte aos serviços de informação; e d. os receptores de informação tecnológica não conseguem decodificá-la e fazer com que esta passe a fazer parte do acervo de conhecimento da empresa. 4. não utilizam serviços de informação tecnológica. a. uma série de condicionantes estabelecem uma trajetória tecnológica que passa ao largo da consulta a serviços de informação. Justificativa da Tese A tese tem como unidade de trabalho a pequena e média indústria química. Na maioria dos processos de produção dessa indústria a tecnologia não vem “embarcada” nos equipamentos, sendo portanto, necessário desenvolvê-la internamente ou obtê-la externamente. Não existem informações sobre as atividades tecnológicas da pequena indústria química além das obtidas por FREITAS (1992), num estudo exploratório, de caráter geral. A identificação das fontes iniciais de tecnologia das pequenas e médias indústrias químicas lança uma luz sobre os mecanismos de absorção de tecnologia e mostra caminhos para novas absorções. Os serviços de informação tecnológica em todo o mundo passam por uma reestruturação de suas atividades em busca da autosuficiência financeira e de modelos de operação mais adequados às necessidades de seus clientes. A identificação de pontos que podem ser melhorados na operação de serviços de informação tecnológica seria um importante subsídio para esses serviços nesse momento de transição. MASTEN et al (1995) observam que apesar do desconhecimento, pelas pequenas empresas, da existência de serviços de informação, estas, após a primeira vez, voltam a utilizá-los no futuro. Dessa forma, a viabilização de um primeiro contato entre pequenas empresas e serviços de informação, em função de um melhor conhecimento das mesmas, é um primeiro passo para a utilização futura desses serviços. 23 A indústria química é responsável por 3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, ocupando a segunda posição, com 12,5% do PIB da indústria de transformação, atrás somente do setor de alimentos e bebidas, com 14,9% do total (ABIQUIM, 2003). A indústria química é responsável por 5,8% das posições de trabalho na indústria paulista (SEBRAE, 1998). Estrutura da Tese A tese está estruturada em 8 Capítulos. No Capítulo 1 é ressaltada a importância social e econômica das pequenas empresas e são apresentados diversos indicadores, sobre as mesmas, que costumam ser citados freqüentemente com valores conflitantes. São apresentados dados sobre taxas de mortalidade e utilização de serviços de apoio às empresas, além de dados sobre a participação no número total de empresas, de empregos e no Produto Interno Bruto. No Capítulo 2 é narrada a história da química desde a sua origem, seu desenvolvimento na Europa e introdução no Brasil. É mostrado que, no final do século XIX, quando as indústrias alemã, inglesa e norte americana disputavam a liderança na área química, o Brasil foi deixado para trás, mas que com a maturidade tecnológica e econômica da indústria química temos nova oportunidade nessa área. No Capítulo 3 são discutidos os conceitos de Informação & Conhecimento e Ciência & Tecnologia. Esses conceitos se desdobram nos tópicos de Inovação Tecnológica e Sistemas Nacionais de Inovação. O capítulo é concluído com o tópico de Transferência de Tecnologia em que os tópicos anteriormente abordados são reunidos enfatizando o aspecto da aprendizagem. No Capítulo 4 são discutidos os Serviços de Informação Tecnológica, sua origem, forma de operação e de avaliação. É feito um levantamento da operação de cinco dos mais importantes serviços de informação tecnológica no país. Observa-se que a operação dos serviços de 24 informação, de uma maneira geral, tem sido duramente criticada pelos profissionais da área devido a uma falta de sintonia com o público que pretendem atender. No Capítulo 5 é apresentada a Metodologia da Pesquisa que teve início na forma de um questionario enviado a mais de 2.000 pequenas empresas químicas do Estado de São Paulo com o objetivo de identificar os motivos da falta de demanda nos serviços de informação tecnológica. Paralelamente foram entrevistados profissionais de serviços de informação tecnológica. O trabalho de campo foi concluído com um estudo de caso em duas empresas químicas de pequeno porte. No Capítulo 6 são discutidos os resultados do levantamento de campo com base nas respostas aos questionários, no estudo de caso e nas entrevistas com profissionais da área de informação. Verifica-se que em função da falta de demanda, alguns serviços de informação tecnológica mudaram seu foco de atuação. Discute-se, entretanto, que se a demanda latente que existe no país por informações tecnológicas fosse direcionada para os serviços de informação existentes os mesmos não teriam capacidade de atender nem a uma pequena parcela dessa demanda. No Capítulo 7 são apresentadas as Conclusões e Recomendações Finais com ênfase na proposta de uma estrutura de serviços de informação organizado pela iniciativa privada na forma de, por exemplo, uma associação de indústrias, com o objetivo específico de dar suporte às empresas. Essa proposta parte da constatação que os maiores serviços de informação tecnológica no país estão sediados em instituições cujos interesses e formas de avaliação conflitam com o atendimento tecnológico a pequenas e médias empresas. . 25 1. MICRO, PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 1.1. Definição de Micro, Pequenas e Médias Empresas Não existe uma definição única para pequena empresa. Em função da diversidade das atividades econômicas, uma empresa, que devido às suas características, seria considerada grande em um segmento empresarial, poderia ser considerada pequena em outro segmento. BOLTON (1971), citado por STOREY (1994), propôs uma definição econômica e outra estatística como maneira de definir com maior precisão o que é uma pequena empresa. Segundo a definição econômica, as pequenas empresas: • teriam pequena participação de mercado; • seriam administradas pelos proprietários sem uma estrutura administrativa formalizada; • seriam independentes, não fazendo parte de uma empresa maior. A definição estatística de Bolton levava em conta o número de empregados e o faturamento, além de outros fatores como o segmento empresarial. Na Tabela 1.1 são apresentados os parâmetros para a classificação estatística de Bolton. Tabela 1.1 Definição estatística de Bolton para pequena empresa Setor Manufatura Construção Mineração Varejo Serviços Venda de Automóveis Atacadista Transporte rodoviário Fornecimento de refeições Fonte: BOLTON (1971) apud STOREY (1994) Definição < 200 empregados < 25 empregados < 25 empregados Faturamento < £ 50.000/ano Faturamento < £ 50.000/ano Faturamento < £ 100.000/ano Faturamento < £ 200.000/ano < 5 veículos Todos com exceção de cadeias 26 A Small Business Administration (SBA), que é o órgão do governo norte-americano responsável pela área de pequenas empresas, utiliza os critérios de faturamento ou número de empregados, em função do ramo de atividade, para identificar as empresas habilitadas a se beneficiar dos programas para pequenas empresas. De acordo com os critérios da SBA, empresas de alguns segmentos da indústria química, com até de 1.000 empregados, são consideradas pequenas empresas (EUA, 2002). A EUROPEAN COMMISSION (1996) estabeleceu uma definição única de micro, pequena e média empresas. Essa definição, apresentada na Tabela 1.2, utilizada por toda a Comunidade Européia, está sendo atualizada com a elevação dos valores de faturamento e balanço. Tabela 1.2 Definição da Comunidade Européia para o porte de empresas Critério Micro Empregados < 10 Faturamento --Total do Balanço --% de propriedade de uma ou --mais empresas que não satisfazem o mesmo critério Fonte: EUROPEAN COMMISSION (1996) Pequena < 50 < 7 milhões de Euros < 5 milhões de Euros < 25% Média < 250 < 40 milhões de Euros < 27 milhões de Euros < 25% No Brasil, o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte conceitua microempresa como a pessoa jurídica com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 240.000,00. De acordo com o Estatuto a pequena empresa se caracteriza por apresentar uma receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 e inferior a R$ 1.200.000,00. Empresas de pessoas físicas residentes no exterior ou de outra pessoa jurídica estão excluídas da classificação acima (BRASIL, 1999). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera como pequenas e médias empresas aquelas com menos de 500 empregados (IBGE, 1999). O Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) utiliza, na sua área de pesquisas, a classificação apresentada na Tabela 1.3 (SEBRAE, 2002a). 27 Cada uma das classificações de porte de empresas tem suas limitações. A classificação por número de empregados, por exemplo, não leva em consideração as características específicas dos diversos segmentos empresariais tais como desenvolvimento tecnológico, qualificação da mão de obra e produtividade. A utilização de valores monetários dificulta a comparação de empresas ao longo do tempo e entre países diferentes. Tabela 1.3 Definição do SEBRAE para o porte de empresas Porte Microempresa Empresa de Pequeno Porte Empresa de Médio Porte Empresa de Grande Porte Empregados No comércio e serviços até 9 empregados Na indústria até 19 empregados No comércio e serviços de 10 a 49 empregados Na indústria de 20 a 99 empregados No comércio e serviços de 50 a 99 empregados Na indústria de 100 a 499 empregados No comércio e serviços mais de 99 empregados Na indústria mais de 499 empregados Fonte: SEBRAE, 2002a No presente trabalho utilizamos a mesma definição de porte de empresa utilizada pelo SEBRAE, com base no número de empregados, em função dessa instituição ser a maior fonte de pesquisas sobre pequenas e médias empresas no Brasil. Essa padronização permitirá a comparação dos resultados do trabalho com outros trabalhos de pesquisa já realizados ou que venham a ser realizados no país. Devido às características específicas da indústria química de processos a utilização do número de empregados para classificação de seu porte seria mais adequada utilizando-se o padrão de número de empregados da Comunidade Européia. Isso porque na indústria química a produção é feita em reatores que precisam de poucos operários para sua operação se comparado com uma indústria mecânica. O produto final da indústria química é muitas vezes vendido a granel não necessitando de linhas de embalagem que exigem grande número de embalagens. 28 1.2. Importância das Micro, Pequenas e Médias Empresas As micro, pequenas e médias empresas têm uma participação significativa no Produto Interno Bruto e no número de empregos da maior parte dos países. ROBBINS et al (2000), em uma pesquisa realizada em 48 estados norte americanos durante 10 anos, verificaram que estados com maior percentagem de empresas com menos de 20 empregados apresentam maiores taxas de crescimento de produtividade e produto interno e, ao mesmo tempo, menores taxas de inflação e desemprego. As microempresas, em tempos de taxas elevadas de desemprego, aparecem como alternativa de auto-emprego, como mostram as experiências de microcréditos em Bangladesh (ALAMGIR, 2000) e os programas de alguns estados norte americanos de apoio a desempregados para que abram seu próprio negócio (BENUS, 1994; GEORGELLIS & WALL, 2000). No Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego também tem propostas nessa área com a criação de linhas de crédito em três modalidades específicas: Micro & Pequenas Empresas, Auto-Emprego e Associações e Cooperativas (BRASIL, 2003). O custo para a criação de postos de trabalho nas pequenas empresas é significativamente menor do que nas grandes empresas. Segundo estimativas do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (SIMPI, 2003) o custo de geração de um posto de trabalho numa pequena empresa é de cerca de R$ 30.000, enquanto nas empresas maiores esse valor sobe para valores de R$ 200.000 a R$ 1,5 milhão, dependendo da tecnologia e do ramo de atividade. 1.3. Micro, Pequenas e Médias Empresas Brasileiras O número de total de empresas ativas no Brasil, segundo o Cadastro Central de Empresas do IBGE (1999), era de 3.872.075. Essas empresas ocupavam 29.232.929 pessoas, sendo 23.814.290 assalariadas e 5.418.639 proprietárias e sócias. Desse total de empresas, 99,9% eram micro, pequenas e médias empresas, o que correspondia a 54,1% dos empregos. Essa situação de predominância das pequenas empresas se mantém em quase todas as áreas de negócios com 29 exceção da área de produção e distribuição de eletricidade, gás e água e da área de administração pública defesa e seguridade social (Tabelas 1.4 e 1.5). Pelo menos 2.103.458 empresas, isto é, 54,3% do total, podem ser consideradas como autoemprego pois nelas trabalhavam apenas os proprietários e sócios, sem empregados assalariados. Descontando-se essas empresas e as grandes empresas que eram, aproximadamente, 3.872, sobram 1.764.745 micro, pequenas e médias empresas que empregavam 11.811.888 pessoas, o que correspondia a 49,6% dos empregos no Brasil (Tabela 1.4). Tabela 1.4 Distribuição percentual do número de empresas, do pessoal assalariado e de salários e outras remunerações, segundo o pessoal ocupado - Brasil – 1999 Faixas de Pessoal Ocupado Total 0 a 4 pessoas ocupadas 5 a 9 pessoas ocupadas 10 a 29 pessoas ocupadas 30 a 49 pessoas ocupadas 50 a 99 pessoas ocupadas 100 a 499 pessoas ocupadas 500 e mais pessoas ocupadas Fonte: IBGE, 1999 Nº de empresas Distribuição (%) Pessoal assalariado 100,0 82,0 10,2 5,6 0,9 0,6 0,5 0,1 100,0 4,5 7,4 12,2 5,2 6,8 18,1 45,9 Salários e outras remunerações 100,0 2,3 3,5 6,6 3,4 5,3 16,7 62,3 Entre as microempresas, que representavam 92,2% das empresas ativas em 1999, o comércio e a prestação de serviços de pequenos consertos correspondiam a 51,5% do número de empresas. À medida que o porte das empresas aumenta a participação do comércio se reduz ao mesmo tempo em que aumenta o número de empresas indústriais. A indústria correspondia a 23,9% das empresas com número de empregados entre 10 e 99 e a 27,1% das empresas com mais de 100 empregados (Tabela 1.6). As Tabelas 1.4, 1.5 e 1.6 foram incluídas no trabalho como forma apresentar números confiáveis (IBGE, 1999) referentes às pequenas empresas ativas formalmente constituídas, uma vez que é comum nos deparamos com valores, sem informações sobre sua fonte, premissas e período a que 30 se referem. Esses valores pouco precisos se devem, em parte, à tentativa de incluir as empresas informais nas estatísticas. Alguns documentos chegam a estimar a existência de 17 milhões de empresas de trabalhadores autônomos ou com até cinco empregados (IETS, 2002) e 12,9 milhões de empreendedores e trabalhadores do setor informal (SEBRAE, 2002b). Diversos são os valores citados para a participação das pequenas empresas no Produto Interno Bruto – PIB do país. GONÇALVES (2002) acredita que o valor mais confiável ainda seja o calculado pelo SEBRAE (1991), que atribui 39,4% do PIB às micro, pequenas e médias empresas. Esse valor foi calculado com base nos dados do Censo Econômico de 1985 do IBGE. A não realização de outros censos econômicos após o de 1985, impossibilita cálculos mais atualizados. Segundo GONÇALVES (2002), como esses valores são antigos, muitas vezes é divulgada a participação das micro, pequenas e médias empresas no total do faturamento do setor privado brasileiro, como sendo sua participação no PIB, o que corresponderia a 43,6% (SEBRAE, 2002c). Nas Figuras 1.1 e 1.2 esses valores são apresentados para efeito de comparação. As micro, pequenas e médias empresas representaram 83,3% das 16.016 empresas exportadoras no ano de 2000. Entretanto, foram responsáveis por apenas 30,7% do valor total das exportações no ano que foi de US$ 55,06 bilhões (FUNCEX, 2002). Nas figuras 1.3 e 1.4 esses valores são apresentados segundo o porte das empresas. 31 Tabela 1.5 Distribuição do número de empresas e do pessoal assalariado, por faixas de pessoal ocupado em percentagem do total da seção, segundo o setor de atividade – Brasil – 1999 Setor de Atividade Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração forestal Pesca Indústrias extrativas Indústrias de transformação Produção e distribuição de eletricidade, gás e água Construção Comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos Alojamento e alimentação Transporte, armazenagem e comunicações Intermediação financeira Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados a empresas Administração pública, defesa e seguridade social Educação Saúde e serviços sociais Outros serviços coletivos, sociais e pessoais Fonte: IBGE, 1999 Distribuição por faixas de pessoal ocupado (%) 0 a 9 pessoas ocupadas 10 a 99 pessoas ocupadas 100 e mais pessoas ocupadas Empresas Pessoal Empresas Pessoal Empresas Pessoal assalariado assalariado assalariado 83,7 5,8 14,4 27,5 1,9 66,7 92,5 84,1 81,6 58,2 85,1 95,4 15,3 9,1 7,6 0,4 8,4 33,8 6,9 6,5 16,6 27,2 13,5 4,5 50,2 42,5 31,5 5,6 40,5 39,9 0,6 0,5 1,8 14,5 1,4 0,1 34,5 48,5 60,9 94,0 51,1 26,4 92,7 89,5 94,3 93,6 27,1 6,9 3,7 20,0 7,1 9,0 4,9 5,8 51,0 19,5 9,7 24,9 0,2 1,6 0,7 0,6 21,9 73,7 86,6 55,0 39,5 79,9 84,5 94,4 0,2 6,0 8,8 16,1 17,8 18,3 13,7 5,1 1,7 29,4 26,5 32,1 42,8 1,7 1,8 0,4 98,2 64,6 64,7 51,7 32 Tabela 1.6 Distribuição percentual do número de empresas e do pessoal assalariado, por faixas de pessoal ocupado em percentagem do total por faixa de pessoal ocupado, segundo o setor de atividade - Brasil - 1999 Distribuição por faixas de pessoal ocupado em percentagem do total por faixa de pessoal ocupado (%) Setor de Atividade 0 a 9 pessoas ocupadas 10 a 99 pessoas ocupadas 100 e mais pessoas ocupadas Empresas Pessoal assalariado Empresas Pessoal assalariado Empresas Pessoal assalariado Total Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração forestal Pesca Indústrias extrativas Indústrias de transformação Produção e distribuição de eletricidade, gás e água Construção Comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos 100,0 0,6 0,0 0,3 9,0 0,0 2,5 51,5 100,0 0,6 0,0 0,3 13,2 0,0 2,6 45,0 100,0 1,3 0,0 0,6 23,9 0,1 5,2 31,7 100,0 1,5 0,0 0,7 26,7 0,2 6,1 26,3 100,0 1,8 0,0 0,4 27,1 0,7 5,6 9,9 100,0 1,4 0,0 0,3 19,5 1,4 2,9 6,5 Alojamento e alimentação Transporte, armazenagem e comunicações Intermediação financeira Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados a empresas 7,5 3,1 1,3 13,0 7,1 3,2 0,8 16,3 7.5 4,0 0,9 10,5 6,6 4,5 1,0 10,0 1,9 7,3 1,4 10,6 1,1 6,4 3,4 8,3 0,1 1,3 1,8 7,9 0,3 1,9 2,8 5,8 0,8 4,0 3,9 5,6 1,7 19,0 3,9 5,4 4,8 37,6 3,9 3,8 3,5 Administração pública, defesa e seguridade social Educação Saúde e serviços sociais Outros serviços coletivos, sociais e pessoais Fonte: IBGE, 1999 4,2 5,7 33 Figura 1.1. Participação das Empresas no PIB Figura 1.2. Participação das Empresas no Faturamento Fonte: SEBRAE (1991) Fonte: SEBRAE (2002c) 34 Figura 1.3. Número de Empresas Exportadoras Figura 1.4. Valor Exportado Fonte: FUNCEX, 2002 Fonte: FUNCEX, 2002 35 1.4. Mortalidade e Natalidade de Micro, Pequenas e Médias Empresas O primeiro estudo sobre mortalidade de empresas brasileiras foi realizado pelo CEBRAE – Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (CEBRAE, 1989). Esse estudo, realizado entre maio e novembro de 1988, envolveu cerca de 150 pesquisadores em todos os estados brasileiros, com exceção do estado de São Paulo. A amostra de 1.185 microempresas (88% abertas e 12% fechadas) correspondeu a 0,5% das firmas individuais e sociedades limitadas criadas em todo o território nacional no ano de 1984. O estudo do CEBRAE envolveu a aplicação de questionários semi-estruturados e realização de mesas redondas. Esse estudo, embora não tenha calculado taxas de mortalidade e natalidade, apresentou um painel bastente completo das principais causas de mortalidade e sobrevivência das microempresas brasileiras (CEBRAE, 1989). Observou-se que as empresas fechadas receberam menos orientação técnica que as abertas e que a primeira coisa que os empresários malsucedidos fariam, se fossem iniciar um novo negócio, seria procurar orientação técnica, principalmente na área gerencial (59%). A orientação na área tecnológica também se mostrou necessária, pois apenas 25,4% das empresas abertas e 9,3% das fechadas declararam a possibilidade de acesso a novas tecnologias. Os principais motivos que impediam o acesso das empresas à tecnologia são apresentados na Tabela 1.7 (CEBRAE, 1989). Podemos verificar que, excetuando a falta de financiamento e de técnicos habilitados, todos os outros motivos que impediam o acesso das empresas à tecnologia poderiam ser minimizados pela atuação efetiva de serviços de informação. Em 1997, o SEBRAE de Minas Gerais realizou uma pequisa piloto no Estado para determinar os fatores condicionantes da mortalidade de empresas e a taxa de mortalidade das mesmas. Foram rastreadas 385 empresas abertas em 1995 e 388 empresas abertas em 1996. Foram realizadas extensas entrevistas com 243 empresas (82% abertas e 18% fechadas). As empresas foram escolhidas aleatóriamente dos Registros da Junta Comercial de Minas Gerais sem distinção quanto 36 ao porte das mesmas. Chegou-se a uma taxa de mortalidade de 36% no primeiro ano e, em termos acumulados, 47% no segundo ano (SEBRAE, 1997a). Tabela 1.7 Fatores que impedem o acesso das microempresas à tecnologia Fatores Empresas Abertas Falta de Financiamento 37,7 Desconhecimento dos Canais de Acesso 21,5 Desconhecimento de Novas Técnicas 11,6 Falta de Assistência Tecnológica 10,6 Dificuldade de Atendimento por Centros de 9,4 Pesquisa Falta de Técnicos Habilitados 9,2 Total 100,0 Fonte: CEBRAE, 1989 Empresas Fechadas 28,7 14,3 19,0 19,0 9,5 9,5 100,0 Em 1999, o SEBRAE de São Paulo realizou uma pesquisa com o objetivo de calcular a taxa de mortalidade das empresas paulistas nos seus três primeiros ano de vida e, identificar determinantes para o processo de fechamento e sobrevivência das mesmas. A pesquisa foi realizada com 3.000 empresas abertas entre os anos de 1995 e 1997 e escolhidas aleatóriamente dos Registros da Junta Comercial de São Paulo sem distinção quanto ao porte das mesmas. Na média, a taxa de mortalidade das empresas foi de 35% no primeiro ano e, em termos acumulados, de 46% no segundo ano e 56% no terceiro ano. Foram realizadas entrevistas com 509 empresas para identificar as características das empresas que fecharam e das que sobreviveram (SEBRAE, 1999). Em 2001, o SEBRAE de São Paulo atualizou o estudo de 1999 ampliando o período de abrangência para cinco anos. Foi feito o rastreamento de 1.750 empresas constituídas na segunda metade da década de 90 escolhidas aleatóriamento dos Registros da Junta Comercial de São Paulo sem distinção quanto ao porte das mesmas, mas limitando-se às Firmas Individuais e às Sociedades Limitadas. Verificou-se uma taxa de mortalidade de 32% no primeiro ano de atividade e, em termos acumulados, de 44%, 56%, 63% e 71%, respectivamente, para os anos seguintes (SEBRAE, 2001). Valores tão elevados de mortalidade merecem uma reflexão sobre as suas causas e se não poderiam ter sido significativamente reduzidos com programas de apoio ao pequeno empresário. 37 Verifica-se dos estudos acima citados que a experiência prévia no ramo, o planejamento antes da abertura da empresa e uma administração eficiente do fluxo de caixa e da adequação do produto às necessidades do cliente aumenta significativamente as chances de sucesso de uma empresa. Empresas com menos de um ano de vida e com até dois empregados são as que tem maior probabilidade de fechar. Na pesquisa realizada em 1989 em nivel nacional e na pesquisa realizada em 1997 em Minas Gerais, verificou-se que um nível de escolaridade básico amplia as chanches de sobrevivência de uma empresa. Essa constatação não foi verificada nas pesquisas no Estado de São Paulo. Na Tabela 1.8, que reune dados das quatro pesquisas acima citadas, pode se verificar que a utilização de apoio externo, que poderia aumentar significativamente as chances de sucesso das empresas, vem aumentando lentamente ao longo dos anos. Na Tabela 1.9 verificamos que o apoio externo consiste, na maioria das vezes, na utilização de serviços de contabilidade. Os serviços do SEBRAE, empresas de consultoria, entidades de classe e associações de empresas que oferecem apoio para as micro, pequenas e médias empresas ainda são muito pouco utilizados. Tabela 1.8 Percentual de empresas que recorreu a apoio externo segundo diversas pesquisas Pesquisas Empresas Abertas CEBRAE (1989) 21,0 SEBRAE (1997a) 31,6 SEBRAE (1999) 33 SEBRAE (2001) nd Obs: nd: dado não disponível Empresas Fechadas 23,5 26,4 25 nd Total de Empresas nd nd nd 42 NAJBERG et al (2000), num estudo sobre natalidade e mortalidade das empresas brasileiras, verificaram que as empresas de menor porte apresentam as maiores taxas tanto de natalidade quanto de mortalidade. Entretando, esse saldo foi positivo com maior impacto na criação de empregos, do que o das empresas de maior porte. Os autores propõem a criação de políticas públicas de redução da mortalidade das pequenas empresas como forma de criação e manutenção de empregos. Entre essas políticas podemos ressaltar o fortalecimento dos serviços de apoio às pequenas empresas. 38 Tabela 1.9 Fontes de Apoio Externo Apoio Externo Contador SEBRAE/CEAG Pessoas que conheciam o ramo Empresas de Consultoria / Consultores Entidades de Classe Associação de Empresas Junta Comercial Centro Tecnológico Banco de Desenvolvimento SENAI/SENAC Outros CEBRAE (1989) SEBRAE (1997a) SEBRAE (1999) SEBRAE (2001) Abertas Fechadas Abertas Fechadas Abertas Fechadas 59,0 52,2 14,0 10,0 66,0 27,5 42,1 26,2 21,7 9,0 9,0 22,0 13,1 17,4 14,0 12,0 26,0 4,8 2,6 3,3 5,0 1,0 7,0 1,6 4,4 1,0 1,0 \ 3,0 2,6 13,2 0,0 0,0 3,0 1,0 / 14,4 13,2 1,8 2,6 3,9 0,0 0,0 0,0 2,0 2,0 0,0 45,0 26,3 6,6 4,4 3,0 39 O estudo de NAJBERG et al (2000) investigou cerca de dois milhões de estabelecimentos formais com registro no Ministério do Trabalho e Emprego no período de dez/1995 a dez/1997. Foi utilizado o banco de dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Os autores verificaram que empresas jovens, pequenas e sem vínculos com outros estabelecimentos têm maior probabilidade de encerrarem suas atividades. Esse resultado, condiz com estudos realizados em outros países e, é explicado pela dificuldade dessas empresas terem acesso ao capital financeiro e humano. Uma empresa com alguns anos de vida adquire experiência sobre seu ramo de atividade. Uma filial pode recorrer à matriz em busca de apoio financeiro e técnico. Uma grande empresa tem maior facilidade de acesso ao mercado financeiro. Uma jovem e pequena empresa têm alternativas limitadas. Na Tabela 1.10 são comparadas as taxas de mortalidade encontradas nos diversos estudos citados. Como já ressaltado, os dados da pesquisa mais recente, elaborada pelo SEBRAE em 2001 inpiram preocupação ao verificarmos que de 100 empresas abertas, ao final do quinto ano,71 já encerraram suas atividades. Tabela 1.10 Comparação das Taxas de Mortalidade de Diversos Estudos Estudo SEBRAE (1997a) SEBRAE (1999) SEBRAE (2001) NAJBERG et al (2000) Local Período MG 95/96 SP 95/97 SP 95/99 BR 96/97 1 Ano 36 35 32 30,1 2 Anos 47 46 44 54,2 3 Anos 4 Anos 5 Anos 56 56 54,2 63 54,2 71 54,2 1.5. Pequenas e Médias Empresas Paulistas O SEBRAE-SP realizou, durante os anos de 1991 e 1992, uma pesquisa com 1.389 empresas, de um universo de 22.796 pequenas e médias empresas segundo o Cadastro da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. Nesse trabalho os aspectos de inovação tecnológica, qualidade e produtividade foram enfocados através de uma pesquisa com 76 indústrias da cidade de São José dos Campos. A maioria das empresas (63,2%) se considerava atualizada tecnológicamente ou à frente das tecnologias médias empregadas no setor e 78,9% de seus funcionários estavam 40 motivados ou parcialmente motivados para o processo de inovação. Entretanto, 86,8% das empresas não era pioneira em qualquer inovação e 73,7% não adotava qualquer programa de qualidade e produtividade. Esses indicadores, aliados ao fato de que 51,3% não tinha funcionários com nível superior e 27,6% não tinha funcionários com o segundo grau completo, levava à conclusão de que os empresários adotavam uma postura pouco realista em relação a tecnologia. Um dado que reforçava essa conclusão é que 43,4% dos entrevistados declarar não existir ou não saber qual a principal inovação tecnológica na sua área de atividade (SEBRAE, 1993). Outra pesquisa do SEBRAE-SP identificou um círculo vicioso em que a alta rotatividade dos empregados nas pequenas empresas desestimula os empresários a investir na qualificação da mão de obra levando a uma baixa produtividade da empresa. Essa baixa produtividade não permite o pagamento de melhores salários desestimulando a permanencia dos empregados. O círculo vicioso é reforçado pelas características do mercado que utiliza tecnologia de fácil acesso, mão de obra intensiva e escalas reduzidas o que implica em baixa produtividade. (SEBRAE, 1997b). No Estado de São Paulo, o setor industrial é responsável por 40,7% dos empregos formais. Entretanto, é nos setores Comércio e Serviços, que representam cerca de 70% do número de empresas formais, que se concentra o maior número de pequenas empresas. (SEBRAE, 1998). O fato se deve ao menor número de barreiras de entrada nos setores Comércio e Serviços onde o empreendedor pode iniciar seu negócio com um pequeno investimento. Outro estudo realizado pelo SEBRAE-SP constatou que praticamente não existe diferença entre as taxas mortalidade de empresas paulistas localizadas na Região Metropolitana de São Paulo e no interior do Estado. Verificou-se, entretanto, que a taxa de mortalidade é maior na área do comércio (SEBRAE, 1999). Nessa área, conforme comentado anteriormente, as barreiras de entrada são menores o que permite a criação de um maior número de empresas por empreendedores despreparados. Os resultados desse estudo são apresentados nas Figuras 1.5 e 1.6. As especificidades das pequenas empresas apresentadas por LEONE (1990) são muito adequadas à discussão sobre mortalidade de empresas. Se por um lado, a pequena empresa tem uma gestão centralizada que permite a tomada de decisões ágeis, por outro lado, a simbiose entre vida pessoal, 41 a falta de recursos e de maturidade organizacional podem ter influência decisiva na longevidade da empresa (Tabela 1.11). Figura 1.5.Taxa de Mortalidade Acumulada das Empresas Paulistas por Região 56% 60% 50% 40% 44% 35% 55% 47% 35% 30% 20% 10% 0% Empresas com 1 ano Empresas com 2 anos Empresas com 3 anos Região Metropolitana Interior Fonte: SEBRAE (1999) Figura 1.6. Taxa de Mortalidade Acumulada das Empresas Paulistas por Setor de Atividade 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 59% 51% 50% 49% 44% 39% 32% 37% 30% Empresas com 1 ano Empresas com 2 anos Comércio Fonte: SEBRAE (1999) Indústria Empresas com 3 anos Serviços 42 1.6. Dirigentes de Pequenas e Médias Empresas A gestão das micro, pequenas e médias empresas tem características próprias que a diferencia da gestão de empresas de maior porte. A afirmação de que não existem pequenos empresários e sim, empresários que dirigem pequenas empresas esconde uma inverdade. A afirmação faz supor, erroneamente, que o dirigente bem sucedido de uma pequena empresa teria igual sucesso num grande empresa, e vice-versa. FILION (1999) acredita que seja impossível falar de pequenas empresas sem considerar a figura do empreendedor. Numa pequena empresa a personalidade e história de vida do empreendedor tem fundamental importância no sucesso da empresa. As atividades profissionais anteriores do empresário e de seus pais têm influência até no índice de mortalidade de sua empresa (CEBRAE, 1989). A classe de pequenos empresários é bastante heterogênea em suas origens, formação e motivação. FILION (1999) propõe uma definição de empreendedor que inclui as características de criatividade, capacidade de estabelecer e atingir objetivos e alto nível de consciência do ambiente em que vive, para depois resumir sua definição em “uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões” LEONE (1999) propõe que as pequenas empresas sejam estudadas segundo três vertentes que estão intimamente associadas às características pessoais dos empresários. Essas vertentes seriam a organizacional, a individual e a decisional. A falta de recursos e sistemas simples de informação, duas especificidades da vertente organizacional das pequenas empresas, são os principais limitadores ao desenvolvimento tecnológico. As caracteristicas das das pequenas e medias empresas apresentadas neste capítulo são características de ordem geral. Valem para qualquer empresa de pequeno porte. No próximo capítulo abordaremos uma série de carcterísticas específicas das pequenas industrias químicas. 43 Tabela 1.11 Especificidades das Pequenas e Médias Empresas Organizacionais Individuais Decisionais • Falta de recursos • Onipotência do empresário • Tomada de decisão intuitiva • Gestão centralizada • Horizonte de curto prazo • Falta de controle do ambiente externo • Identidade entre pessoa física e jurídica • Falta de dados quantitativos • Autonomia decisional • Falta de maturidade organizacional • Falta de poder de barganha no mercado • Estrutura simples e leve • Falta de planejamento formal • Estratégia intuitiva e pouco formalizada • Falta de especialização • Dependência de alguns empregados • Influência pessoal do empresário • Simbiose entre o patrimônio social e pessoal • Propriedade dos capitais • Propensão a riscos calculados • Sistema simples de informações Fonte: Elaborado a partir de LEONE (1999) • Racionalidade econômica, política e familiar 44 2. INDÚSTRIA QUÍMICA O ser humano desde o tempo das cavernas faz uso das transformações químicas para sua sobrevivência. A obtenção do fogo, pelo homem neolítico, pode ser considerada como a primeira reação química controlada, da mesma forma que a cocção de alimentos pode ser considerada como o primeiro processo químico (COBB & GOLDWHITE, 1995). A agricultura e a consequente fixação do homem à terra, por volta de 4.000 a.C., marcam o início da civilização. A tecnologia começou a amadurecer. A metalurgia foi uma das primeiras dessas tecnologias a ser documentada pelos historiadores modernos. Além dos metais puros e suas ligas os primeiros químicos conheciam um grande número de compostos químicos que eram utilizados para diversos fins, entre os quais a farmacologia. Também eram conhecidos diversos pigmentos e entre 3.000 e 2000 a.C. a produção do vidro já era dominada (COBB & GOLDWHITE, 1995 ; PARTINGTON, 1989). A indústria química, no início, era basicamente inorgânica, ligada à agricultura e quase totalmente empírica. A partir de uns poucos compostos tais como sal, sal amoníaco, salitre, cal, vitríolos, alúmen e, junto com materiais comuns tais como areia, gordura, alcatrão, carvão e cascas de árvores era possível fabricar sabão, vidro, tintas e mordentes para tecidos, além de ácidos e bases (RUSSELL, 1985; CAMPBELL, 1991). O sal era obtido pela evaporação da água do mar e de salmouras ou de minas de sal. O sal amoníaco era importado do Egito onde era produzido pela evaporação da urina de camelos. O salitre era extraído com água a partir de excrementos misturados com cinza de madeira. O cal era produzido pela queima de giz ou calcáreo em cavernas ou fornos. O vitríolo verde era extraído com água de pilhas de pirita deixadas ao ar livre para oxidar. O alumen era produzido pela adição de cloreto de potássio, das águas residuais da fabricação de sabão, às águas de lavagem de pilhas de sedimentos aluminosos deixados ao tempo (RUSSELL, 1985; CAMPBELL, 1991). A utilização da máquina a vapor na indústria textil gerou uma enorme demanda na área química. A indústria de sabão ganhou um novo impulso devido à industria textil e, em 1789, a primeira grande 45 indústria de sabão foi criada na Inglaterra. A necessidade de branqueamento e tingimento de grandes quantidades de tecidos levou ao desenvolvimento de novos processos de produção de pigmentos, mordentes e branqueadores. Em 1798, foi concedida a patente para a produção do branqueador hipoclorito de cálcio que se tornou um dos mais importantes produtos químicos no século XIX. A partir de 1843, a extração com solventes, de óleos vegetais permitiu que essa matéria prima, disponível agora em abundância, substituisse o sebo na fabricação do sabão (RUSSELL, 1985). O ácido sulfúrico fumegante era, a princípio, produzido a partir do aquecimento de vitriol verde. Com a introdução do processo das câmaras de chumbo, em 1746, a produção do ácido passou a ser feita em escala industrial. Somente em 1895, o processo catalítico de produção do ácido sulfúrico foi dominado produzindo um ácido de concentração superior ao das câmaras de chumbo (RUSSELL, 1985). A revolução industrial também aumentou muito a demanda por vidro. Até essa época, o álcali para a produção de vidro e sabão era obtido a partir das cinzas de plantas marinhas ou de madeira. Em 1791, o químico francês Leblanc desenvolveu um processo para a fabricação de carbonato de sódio a partir de sal e ácido sulfúrico. Apesar do inconveniente de gerar resíduos poluidores, o processo Leblanc foi bastante empregado. Só a Inglaterra, no ano de 1866, produziu mais de 270.000 ton. de carbonato de sódio utilizando o processo. Um dos resíduos do processo Leblanc era o ácido clorídrico que, a partir de 1836, passou a ser absorvido em água e posteriormente oxidado para o produção de cloro gasoso (RUSSELL, 1985; CAMPBELL, 1991). O processo Leblanc, ao final do século XIX, estava ultrapassado pelo processo Solvay de produção de carbonato de sódio e pelo processo eletrolítico de produção de cloro e soda a partir de salmoura. O processo Leblanc, apesar de ter permitido que a Inglaterra assumisse a liderança mundial no mercado químico, era conduzido por técnicos sem formação química e que desconheciam os mecanismos das reações envolvidas no processo. A produção de pigmentos, por outro lado, exigia a compreensão de reações químicas e seu controle. Aos poucos, os químicos passaram a dominar a indústria, e a Alemanha, que tinha a melhor escola de química (Laboratórios 46 de Justus von Liebig), já em 1914 detinha 75% do mercado mundial de produtos químicos (RUSSELL, 1985; CAMPBELL, 1991; HEATON, 1994). A necessidade de um profissional que passasse para a escala industrial os desenvolvimentos dos químicos de laboratório deu origem à engenharia química. Em 1888, teve início no Massachusetts Institute of Technology o primeiro curso de quatro anos de duração de Engenharia Química. Entretanto, para muitos químicos, formados em escolas alemãs, essa especialidade era desnecessária e era atendida pelo trabalho conjunto de engenheiros mecânicos e pesquisadores químicos que, dessa maneira, podiam dedicar-se ao lado criativo da pesquisa química sem se envolver com o dimensionamento de equipamentos (PAFKO, 2003). A indústria química norte americana do início do século era fundamentalmente diferente da indústria alemã. A indústria americana se concentrava na produção de uns poucos produtos com grande mercado, como o ácido sulfúrico, que não envolviam grande complexidade do ponto de vista químico, mas que requeriam conhecimentos complexos de engenharia para viabilizar a produção econômica em grande escala, em processos contínuos, desses produtos com pequeno valor unitário. A indústria alemã, por sua vez, se concentrava na produção de produtos de elevada complexidade química, como pigmentos, que eram produzidos em pequena escala em processo de bateladas, em instalações não muito diferentes das de um laboratório químico. Essa diferença de enfoque se manteve por muitos anos a ponto dos primeiros engenheiros químicos só aparecerem na Alemanha nos anos 1960 (PAFKO, 2003). A indústria química internacional sofreu grandes transformações durante a Primeira Guerra Mundial. A Alemanha transformou sua indústria de corantes em indústria de produtos bélicos, produtos farmacêuticos e borracha sintética. A indústria química inglesa experimentou um crescimento notável. Os Estados Unidos mantiveram sua posição de segunda potência química mundial com destaque para a tecnologia de produtos inorgânicos, que era bastante desenvolvida em comparação com a de produtos orgânicos (WONGTSCHOWSKI, 1999). O período entre as duas Guerras Mundiais foi caracterizado por grande atividade na área de pesquisa e desenvolvimento aplicados. Com o início da Segunda Guerra Mundial e a conseqüente 47 escassez de matérias primas a indústria química foi chamada a desenvolver novas tecnologias e a produzir as substâncias necessárias à guerra a partir de matérias primas locais (WONGTSCHOWSKI, 1999). Os Estados Unidos, após a Segunda Guerra, assumiram a posição de liderança na indústria química mundial. A tecnologia química apresentou grandes avanços principalmente na área de polímeros. A transição dos processos em batelada para os processo contínuos com o suporte da engenharia química foi um dos grandes diferenciais que permitiram aos Estados Unidos assumirem a liderança na área química (WONGTSCHOWSKI, 1999). 2.1. Indústria Química no Brasil A indústria do açúcar a partir da cana de açucar, que teve início no século XVI e atingiu seu auge no século XVIII, foi a primeira atividade química no Brasil. Até a chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, a produção química era pequena e restringia-se ao sabão, óxido e hidróxido de cálcio, corantes vegetais, sal, salitre e pólvora. Também eram fabricados medicamentos, potassa, barrilha, cloreto de amônio e resinas vegetais (WONGTSCHOWSKI, 1999; VANIN, 1994). A chegada de D.João VI ao Brasil deu impulso à indústria química. Nesse período até à Proclamação da República, o Brasil já contava com indústrias na área de extração mineral, vegetal e animal, indústrias siderúrgicas e de cimento, entre outras. Também era grande o número de produtos químicos produzidos. A crise cafeeira de 1896-1897 restringiu as importações e dificultou a expansão industrial, que só veio a ganhar força a partir de 1906. Com a chegada da Segunda Guerra Mundial a indústria química brasileira sentiu falta de matérias primas, que eram importadas (WONGTSCHOWSKI, 1999; VANIN, 1994). No período entre as duas Grandes Guerras, o crescimento industrial brasileiro se situou bem abaixo daquele registrado nas primeiras décadas do século. Nesse período, e na década seguinte, entretanto, é que se dá a expansão das indústrias metalúrgicas, de cimento e químicas, além da 48 entrada de diversas indústrias transnacionais no Brasil, tais como a Lever, Dupont e Union Carbide (WONGTSCHOWSKI, 1999; VANIN, 1994). No final da década de 50 e início da década de 60, tem início a consolidação da indústria química brasileira que se concentra no Estado de São Paulo, responsável por 50% da produção nacional. Nas décadas seguintes são implantados os pólos petroquímicos de São Paulo (1972), Nordeste (1978) e Sul (1982). A complementação da indústria química nacional ocorre na década de 1980 com a implantação de indústrias de química fina tais como intermediários para a indústria de defensivos agrícolas, produtos farmacêuticos, pigmentos, etc (WONGTSCHOWSKI, 1999; VANIN, 1994). A brusca abertura da economia brasileira às importações, no início da década de 1990, teve impacto significativo na indústria química. As empresas mais competitivas resistiram à concorrência externa, chegando a aumentar significativamente as suas exportações. Entretanto, um bom número de empresas foi obrigada a fechar suas portar por não conseguir competir com os produtos estrangeiros (WONGTSCHOWSKI, 1999). ACHILLADELIS et al (1990) demonstraram, com base na análise de patentes solicitadas pelas principais empresas químicas entre 1950 e 1980, que a indústria química mundial, após seu auge nos anos 1970, atingiu no final do século XX um estágio de maturidade. A análise, em questão, envolveu as áreas de plásticos, detergentes, pigmentos, pesticidas e fibras sintéticas e corroborou um estudo feito anteriormente nos Estados Unidos, por CHAKRABARTI (1988) utilizando uma metodologia similar. Num estágio de maturidade, como o da indústria química, as inovações tecnológicas ocorrem de forma incremental e não, através de grandes saltos. Nesse cenário, empresas com um razoável domínio de sua tecnologia de produção e aplicação, como é o caso de algumas pequenas e médias indústrias químicas brasileiras, têm a oportunidade de, em seus nichos de atuação, apresentarem uma liderança tecnológica. As duas empresas utilizadas para o estudo de caso do presente trabalho se enquadram nesse caso disputando a liderança de mercado no seu nicho com empresas multinacionais de grande porte. 49 2.5. Pequenas e Médias Indústrias Químicas Paulistas FREITAS (1992) realizou uma pesquisa com 13 pequenas indústrias químicas paulistas dedicadas, em sua maioria, ao mercado de especialidades químicas. Esse tipo de indústria química é voltada para produtos diferenciados produzidos em pequena escala visando atender necessidades específicas dos clientes. A complexidade desses processos de produção não é muito elevada, envolvendo muitas vezes, apenas a mistura das matérias primas sem que ocorra reação química entre elas. Nas empresas pesquisadas o investimento inicial em equipamentos é, relativamente, elevado, diferentemente do que ocorre em outros segmentos industriais. Os equipamentos empregados são multi-propósito devido à constante necessidade de diversificação das linhas de produtos. A maioria das empresas pesquisadas nunca recebeu apoio governamental ou de órgãos voltados para assistência de pequenas empresas. A Fundação SEADE, entre os meses de agosto de 1997 e dezembro de 1998, realizou uma Pesquisa da Atividade Econômica Paulista – PAEP. Após o encerramento dos trabalhos de campo a PAEP teve como resultado quase 22 mil questionários respondidos. Destes questionários, 1.846 se referiam a indústrias químicas paulistas distribuidas pelas 9 áreas de atividade apresentadas na Tabela 2.1 (SEADE, 1999). Com o objetivo de facilitar a visualização da grande massa de resultados da PAEP, foi elaborado um gráfico em que a percentagem de respostas correspondentes a cada tipo de fonte é multiplicada por um peso relativo à sua importância para a empresa. Foi atribuído peso um às fontes indiferentes ou de pouca importância, peso dois às fontes importantes, peso três às fontes muito importantes e peso quatro às fontes cruciais. O resultado desse tratamento dos dados é apresentado na Tabela 2.1 em que se verifica que as principais fontes de tecnologia para as indústrias químicas são, pela ordem, os clientes, os fornecedores de matérias primas e os competidores. O destaque dos clientes como fonte de tecnologia pode ser explicada pela tendência cada vez maior das empresas de terceirizarem parte de suas operações para empresas de menor porte que industrializam em suas instalações industriais os produtos dos clientes utilizando tecnologia fornecida 50 pelos próprios. As duas empresas utilizadas para o estudo de caso do presente trabalho prestam esse tipo de serviço para empresas de maior porte. BELL & PAVITT (1993) propuseram uma classificação de empresas baseadas em tecnologia. Nessa classificação as pequenas empresas aparecem num extremo como dependentes da tecnologia de seus fornecedores de matérias primas e equipamentos ou, no outro extremo, como fornecedoras especializadas em que o seu domínio de uma tecnologia em especial lhes garante uma vantagem competitiva. A maior parte das pequenas empresa se enquadra na classificação dos autores como empresas dominadas pelo fornecedor. Nesse tipo de empresa observa-se que os seus clientes são bastante sensíveis ao preço. Fato esse que impede a geração de fundos para investimento em atividades tecnológicas de médio e longo prazo. O principal foco dessas atividades tecnológicas por sua vez se concentra na redução de custos, pois é uma forma de manter margem diante de clientes sensíveis a preço. Por isso as pesquisas relatadas anteriormente mostram o grande impacto dos custos e dos serviços de contabilide. Outra característica dessas indústrias é que as principais fontes de tecnologia estão relacionadas com a aquisição de equipamentos e os processos decorrentes de suas operações de manutenção. Daí a importância do fornecedor para esse tipo de empresa. O aparecimento, na PAEP, dos fornecedores como segunda principal fonte de tecnologia das pequenas empresas químicas é explicado pela atuação da maior parte dessas empresas em setores dominados por fornecedores como é o caso dos setores de sabões & detergentes, cosméticos e tintas & vernizes. A classificação dos competidores como terceira fonte de tecnologia pode se dever a um trabalho de “benchmarking” desenvolvido pelas pequenas empresas ou ao processo de utilização da tecnologias de outras empresas a partir da cópia pura e simples que, como registram SÁBATO & MACKENZIE (1981), é um dos mais antigos processos de obtenção de novas tecnologias. O mesmo método de elaboração da Figura 2.1, utilizando pesos, foi utilizado para a elaboração da Figura 2.2, em que são apresentados os resultados da PAEP em relação à motivação para a inovação nas indústrias químicas. Ao contrário do caso anterior, nenhum motivo se destaca 51 acentuadamente dos demais. As motivações maiores foram qualidade, custos, segurança e meio ambiente e mercado. As pequenas indústrias químicas atuando, em sua maioria, em segmentos dominados pelos fornecedores de matérias primas e, em alguns casos de equipamentos, não encontram motivações maiores para a inovação tecnológica uma vez que, resignadas com essa posição de dependência tecnológica procuram se diferenciar no mercado por aspectos que foram lembrados como motivação para a inovação tais como qualidade, custos, segurança e meio ambiente e mercado. A informação tecnológica tem o potencial de dar a essas pequenas empresas a opção entre fazer seu próprio caminho ou continuar na dependencia de seus fornecedores. O treinamento do pequeno empresário na resolução de seus próprio problemas tecnológicos além de atender suas necessidades imediatas também o qualifica para no futuro, com esse conhecimento adquirido resolver problemas sem necessidade de suporte externo. A maior parte dos problemas de natureza tecnológica relacionada com qualidade, custo segurança, meio ambiente e mercado nas pequenas e médias empresas pode ser resolvida com soluções do tipo “troubleshouting” que pode ser provida pelo fornecedor ou por um sistema de informação tecnológica. No primeiro caso a solução do problema perpreta a dependência, no segundo caso existe a possibilidade de gerar processo de aprendizagem interna, que é o primeiro passo 52 Tabela 2.1. Número e Percentagem de Indústrias Químicas por Faixa de Pessoal Ocupado e por Setor de Atividade Total Global > 1000 500 a 999 100 a 249 50 a 99 30 a 49 1 a 19 20 a 29 Indústrias Químicas - Setor de Atividade 250 a 499 Número e Percentagem de Indústrias Químicas por Faixa de Pessoal Ocupado nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % nº % Produtos Químicos Inorgânicos 73 57 4 3 10 8 14 11 9 7 7 6 10 8 0 128 100 Produtos Químicos Orgânicos 34 43 3 3 19 24 13 16 4 5 1 2 4 5 2 3 79 100 Resinas e Elastômeros 13 22 17 27 5 6 10 4 7 3 5 2 3 62 100 Fibras, Fios, Cabos e Filamentos Continuos 7 24 19 63 0 0 0 1 3 29 100 Produtos Farmacêuticos 83 31 29 11 34 12 43 16 31 12 19 7 25 9 7 3 271 100 Defensivos Agrícolas 0 0 11 100 1 11 0 3 2 14 1 13 Sabões, Deterg., Prod. Limpeza e Artigos de Perfum. 304 64 53 11 54 11 24 5 22 4 11 2 5 1 7 2 479 100 Tintas, Vernizes, Esmaltes, Lacas e Produtos Afins 91 46 38 19 14 7 28 14 18 9 10 5 0 1 0 200 100 Produtos e Preparados Químicos Diversos 348 59 51 8 65 11 51 9 13 2 3 1 5 1 586 100 Total 954 52 214 12 185 10 206 11 143 8 68 4 49 3 25 1 1.846 100 49 12 9 40 9 1 11 18 4 Fonte: SEADE, 1999 0 8 0 53 Figura 2.1. Importância Relativa das Fontes de Tecnologia para os Setores de Atividade da Indústria Química 16,1 18,00 10,0 10,4 10,3 9,9 8,9 7,4 7,0 7,3 5,9 5,9 6,6 3,8 2,6 4,1 4,4 5,4 4,2 5,0 5,2 5,4 5,7 4,6 5,3 3,8 4,0 4,2 5,0 7,1 6,8 7,0 5,9 6,7 5,3 3,5 1,5 1,8 2,0 1,0 1,0 0,0 0,0 0,5 1,0 1,5 1,0 1,0 1,0 2,00 1,5 1,5 1,7 2,1 2,2 2,4 2,9 3,4 3,6 7,4 7,2 6,8 5,0 5,7 4,3 4,3 7,5 7,5 7,6 7,7 8,1 8,2 8,2 8,4 8,7 9,0 7,4 7,1 5,8 5,4 5,7 6,5 6,6 6,3 7,0 7,1 7,1 5,5 5,5 5,2 3,7 4,00 8,4 8,7 8,2 8,3 7,9 5,9 6,00 5,4 8,00 9,9 10,2 9,4 10,00 11,1 11,2 10,7 10,9 11,0 12,00 12,1 12,4 13,2 14,00 13,2 16,00 0,00 Produtos Químicos Inorgânicos Clientes Fornec Mat Produtos Químicos Orgânicos Competidores Resinas e Elastômeros Universidade Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 1999 Fibras, Fios, Cabos e Filamentos Contínuos Fornec Bens Cap Produtos Farmacêuticos Dept P&D Defensivos Agrícolas Outros Depts Sabões, Deterg., Tintas, Vernizes, Prod. Limpeza e Esmaltes, Lacas e Artigos de Produtos Afins Perfum. Outras Empr Grupo Inst Pesq Conf Public Produtos e Preparados Químicos Diversos Feiras Outros 54 Figura 2.2. Motivação para a Inovação nos Setores de Atividade da Indústria Química 6,1 5,9 6,1 6,7 7,6 8,5 8,7 7,8 7,7 7,5 7,3 10,8 9,4 9,8 10,2 10,3 8,7 8,5 8,2 7,7 6,8 10,7 10,3 11,8 11,9 13,1 12,8 10,2 11,6 10,2 11,2 9,1 9,9 9,9 9,9 9,5 8,4 7,7 7,3 6,6 7,6 8,00 9,9 9,6 11,0 10,5 10,8 10,4 9,3 9,2 8,9 9,0 10,00 10,4 10,0 9,7 10,2 10,5 10,1 12,00 12,2 12,2 12,0 12,5 14,00 13,8 14,6 14,4 13,6 14,0 14,3 13,8 16,00 3,9 3,6 1,0 1,0 1,0 1,5 1,5 1,5 1,5 1,5 2,00 1,5 2,3 4,00 4,0 5,3 6,00 0,00 Produtos Químicos Inorgânicos Qualidade Produtos Químicos Orgânicos Custos Resinas e Elastômeros Seg Trabalho Fibras, Fios, Cabos e Filamentos Contínuos Meio Ambiente Fonte: Elaborado a partir de SEADE, 1999 Produtos Farmacêuticos Partic Mercado Defensivos Agrícolas Novos Mercados Sabões, Deterg., Tintas, Vernizes, Prod. Limpeza e Esmaltes, Lacas e Artigos de Produtos Afins Perfum. Mix Produtos Obsolescência Flexib Produção Produtos e Preparados Químicos Diversos Outros 55 3. INFORMAÇÃO TECNOLOGICA 3.1. Informação e Conhecimento A palavra informação tem origem no latim informare, que significa dar forma a um material como a pedra, a madeira ou o couro. Com o passar do tempo a palavra informação passou a designar a ação de informar, formação ou moldagem da mente e do caráter, treinamento, instrução, ensinamento, comunicação de conhecimento instrutivo. O conceito de informação está intimamente ligado ao de sistemas organizados que precisam trocar informações para se manterem (SCARROTT, 1994). A Teoria da Informação de SHANNON (1948) revolucionou esse conceito ao caracterizar um sistema de informação como sendo formado por uma fonte, um transmissor, um canal (sujeito a ruídos), um receptor e um destinatário. Nesse sistema de informação o significado da informação não tem importância, o que importa é que a informação transmitida seja igual a recebida (Figura 3.1). Figura 3.1. Sistema de Comunicação com Ruído Fonte Transmissor Canal Receptor Destinatário Ruído Fonte: SHANNON (1948) No campo da Ciência da Informação é feita uma distinção entre dados, informação e conhecimento. Dados são todos os tipos de caracteres que podem ser armazenados, transmitidos e recuperados e 56 aos quais pode ser atribuído um significado. Conhecimento é a compreensão ganha através de experiências passadas ou associações. Informação é novo conhecimento (GOLDMANN, 1992). Segundo NONAKA & TAKEUCHI (1997), os pesquisadores ocidentais vêem a organização como uma máquina de processamento de informações e não fazem distinção entre dados, conhecimento e informação. Desse pecado não escapam, nem mesmo, autores consagrados como Peter Drucker. Alvin Toffler, por exemplo, em seu livro Powershift utiliza as palavras “dados”, “informação” e “conhecimento” de forma intercambiável de modo a “evitar repetições tediosas”. NONAKA & TAKEUCHI (1997) classificam o conhecimento em dois tipos (Tabela 3.1). O primeiro é o conhecimento explícito que pode ser expresso na linguagem formal, falada ou escrita. O segundo tipo é o conhecimento tácito, que é o mais importante e difícil de ser articulado na linguagem formal, dificultando a sua transmissão. Esse conhecimento diz respeito à experiência pessoal de cada um e a própria pessoa que o possui não se dá conta de sua extensão. É o caso do artesão experiente que é incapaz de explicitar os princípios técnicos e científicos envolvidos no trabalho, que desenvolve com perfeição. Tabela 3.1. Dois tipos de Conhecimento Conhecimento Tácito (subjetivo) Conhecimento da experiência (corpo) Conhecimento simultâneo (aqui e agora) Conhecimento análogo (prática) Fonte: NONAKA & TAKEUCHI (1997) Conhecimento Explícito (objetivo) Conhecimento da racionalidade (mente) Conhecimento seqüencial (lá e então) Conhecimento digital (teoria) NONAKA & TAKEUCHI (1997) utilizam a definição de conhecimento como uma “crença verdadeira justificada” que, diferentemente da informação, diz respeito a crenças e compromissos e está relacionado à ação e, da mesma forma que a informação, diz respeito ao significado. A informação proporciona uma nova perspectiva sobre eventos e objetos, dessa maneira, a “informação é um meio ou material necessário para extrair e construir o conhecimento”. Enquanto a 57 informação é um fluxo de mensagens, o conhecimento é o resultado desse fluxo interagindo com as crenças de seu detentor. O conhecimento só pode ser criado pelas pessoas. A criação ocorre por meio da interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito de quatro maneiras possíveis (Figura 3.2): socialização (de conhecimento tácito para tácito); externalização(de conhecimento tácito para explícito); internalização(de conhecimento explícito para tácito); e combinação(de conecimento explícito para explícito) (NONAKA & TAKEUCHI 1997). Figura 3.2. Quatro Modos de Conversão do Conhecimento Socialização Externalização (Conhecimento Compartilhado) (Conhecimento Conceitual) Conhecimento tácito Conecimento tácito Conhecimento tácito Conhecimento explícito Internalização Combinação (Conhecimento Operacional) (Conhecimento Sistêmico) Conhecimento explícito Conhecimento tácito Conhecimento explícito Conhecimento explícito Fonte: NONAKA & TAKEUCHI (1997) GORMAN (2002) classifica a informação como um tipo de conhecimento, dentre os quatro tipos de conhecimento descritos em seu modelo que, além da informação, considera também as habilidades, julgamento e sabedoria como tipos de conhecimento. Esses conhecimentos podem ser declarativos (explícitos) ou tácitos (implícitos) conforme apresentados na Tabela 3.2. 58 Tabela 3.2. Quatro tipos de conhecimento Declarativo Tácito (explícito) (implícito) Informação (o que) Memorização Reestruturação Habilidade (como) Algoritmos Heurística Julgamento (quando) Regras Modelos mentais Sabedoria (por que) Códigos Imaginação moral Fonte: GORMAN (2002) 3.2. Ciência e Tecnologia O termo ciência tem origem na palavra latina scientia que significava saber e conhecimento. Num sentido mais amplo, ciência é uma sistematização do conhecimento na forma de um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos. A ciência é desenvolvida utilizando o método científico que surgiu como uma tentativa de organizar o pensamento com o objetivo de alcançar conhecimentos válidos e verdadeiros. No método indutivo o conhecimento é o resultado de experimentações contínuas e do aprofundamento do conhecimento empírico. No método dedutivo o conhecimento é adqurido através da elaboração lógica de hipóteses e a busca de sua confirmação ou negação (BELLO, 2000). BUNGE (1980) faz distinção entre ciência básica, ciência aplicada e tecnologia. Tanto a ciência básica quanto a ciência aplicada fazem uso do método científico. Entretanto, a ciência básica não se preocupa com a utilização do conhecimento gerado, enquanto a ciência aplicada estuda problemas com possível interesse social. A diferença entre a ciência, básica ou aplicada, e a pesquisa tecnológica é que a preocupação desta última não é o conhecimento pelo conhecimento e sim a utilização prática desse conhecimento. A distinção entre ciência básica e aplicada está cada vez mais tênue. A preocupação de ambas é a ampliação do conhecimento da humanidade. Esse conhecimento é divulgado em publicações de 59 circulação mundial podendo ser utilizado livremente por qualquer um sem qualquer retribuição ao pesquisador além de uma eventual citação de seu nome e título do trabalho. O número de vezes que um trabalho é citado é utilizado como indicador de sua qualidade no meio acadêmico. Esse tipo de avaliação dos trabalhos científicos leva, por vezes, a distorções apontadas há mais de 30 anos por SAGASTI (1986). Pesquisadores, de países com escassos recursos para pesquisa, acabam trabalhando em assuntos desvinculados das necessidades de seus países mas, com maiores chances de serem citados, por atenderem às necessidades dos países que lideram a pesquisa científica mundial. BUNGE (1980), entretanto, acredita que qualquer tentativa de direcionamento da pesquisa básica, para assuntos mais relevantes para as necessidades econômicas e sociais dos países, “é a forma mais eficiente de acabar com ela”. “Tecnologia é o conjunto organizado de todos os conhecimentos – científicos, empíricos ou intuitivos – empregados na produção e comercialização de bens e de serviços” (LONGO, 1984). O aspecto comercial da tecnologia faz com que sua circulação não seja tão livre quanto a da ciência básica. As inovações tecnológicas são, geralmente, objeto de patente obrigando o interessado em fazer uso dela a pagar royalties para o detentor do documento de patente. As fronteiras entre ciência e tecnologia também estão se aproximando, da mesma maneira que as fronteiras entre ciência básica e ciência aplicada. NARIN & OLIVASTRO (1992) verificaram que é cada vez maior o número de referências à literatura científica nos documentos de patente, e que o prazo para a citação dessas referências é quase o mesmo que para a citação delas em periódicos científicos. 3.3. Inovação Tecnológica O termo inovação técnica ou, simplesmente, inovação é usado para descrever a introdução e difusão, na economia, de produtos e processos novos ou aperfeiçoados. Por outro lado, inovação tecnológica é utilizado para descrever avanços no conhecimento (FREEMAN, 1982). 60 A importância da inovação no processo de desenvolvimento econômico foi enfatizada por Schumpeter que definiu inovação não apenas como novos produtos e processos, mas também, como novas formas de organização, novos mercados e novas fontes de matérias primas (SCHUMPETER, 1988). Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, estabeleceu-se a idéia de que a ciência básica era a origem do todo o desenvolvimento econômico. De acordo com esse modelo linear do relacionamento entre ciência e inovação tecnológica, se cientistas competentes fossem contratados e dispusessem de recursos financeiros e tempo para desenvolver ciência básica, as instituições científicas dariam origem a novos produtos e processos que resultariam em vendas, lucros e crescimento econômico. Esse modelo, chamado de “science push” (ciência empurrando) teve amplo apoio da comunidade científica e serviu de argumento para maciços investimentos governamentais em ciência básica (CLARK & WET, 1995; FREEMAN, 1995). Nos anos 1960, surgiu um novo modelo como resposta ao insucesso do modelo “science push” em atender às necessidades do mercado. Esse novo modelo incorporava o mercado ao modelo anterior na forma de um modelo bi-direcional com as componentes “science push” e “market pull” (mercado puxando) como apresentado na Figura 3.3 (CLARK & WET, 1995). Figura 3.3. Modelo linear bi-direcional de relacionamento entre ciência e inovação tecnológica Science Push Ciência básica Ciência aplicada Desenvolvimento Market Pull Fonte: CLARK & WET, 1995 Produção Marketing 61 Nas décadas de 1970/80, os países ocidentais, que investiam maciçamente em ciência, enfrentavam dificuldades econômicas, enquanto, países orientais, sem tradição de investimentos em ciência básica, apresentavam pronunciado desenvolvimento econômico. Nessa situação, os modelos anteriormente apresentados passaram a ser questionados quanto à sua validade de representar o complexo relacionamento entre ciência, tecnologia e desenvolvimento econômico. Verificou-se que a falha desses modelos era a associação de ciência com pesquisa, como no modelo de ciclo de vida de um produto apresentado na Figura 3.4, que é bastante similar ao da Figura 3.3 (CLARK & WET, 1995). Figura 3.4. Ciclo de Vida de um Produto Pesquisa Design Desenvolvimento Industrialização Produção Utilização e Suporte Fonte: CLARK & WET, 1995 Figura 3.5. Ciência, Pesquisa e Ciclo de Vida de um Produto Conhecimento / Ciência Pesquisa Tecnologia Pesquisa Design Desenvolvimento Industrialização Produção Utilização e Suporte Fonte: CLARK & WET, 1995 62 Na realidade, o papel da pesquisa deveria ser de obtenção de conhecimento não só sobre os aspectos científicos mas, também, sobre todas as tecnologias envolvidas no restante do ciclo de vida do produto, conforme o modelo apresentado na Figura 3.5. As pequenas empresas, em função de suas especificidades e limitações, comentadas anteriormente, não tem como atuar em todas as etapas do ciclo de vida, limitando-se as etapas de produção, utilização e suporte. Os serviços de informação tecnológica se propõe a conectar as pequenas empresas com o conhecimento necessário para sua operação de forma competitiva. Esse conhecimento não seria representado pela ciência e sim pela tecnologia, de que a pequena empresa é carente. 3.4. Sistema Nacional de Inovação A constatação de que o processo de inovação é um processo interativo levou os estudiosos a começar a pensar no mesmo na forma de um sistema, abandonando os modelos lineares apresentados anteriormente. O economista sueco Lundvall, em 1985, utilizou o conceito de “sistema de inovação” para englobar o relacionamento entre laboratórios de pesquisa e desenvolvimento e institutos tecnológicos com o sistema produtivo. Esse conceito, que teve origem nos trabalhos de Friedrich List, foi ampliado para “sistemas nacionais de inovação” ao considerar as diferenças entre os diversos países com respeito aos mercados organizados, relacionamento universidade-indústria, sistema educacional, políticas governamentais, tradições culturais e vários outros aspectos (LUNDVALL, 1999; FREEMAN, 1995) List, em 1841, propôs uma série de políticas relacionadas com o aprendizado e aplicação de novas tecnologias visando o desenvolvimento da Alemanha. Graças aos trabalhos de List, e de outros economistas alemães, a Alemanha desenvolveu um dos melhores sistemas de educação técnica em todo o mundo, que lhe permitiu ultrapassar a Inglaterra em meados do século XIX. Foi também na indústria química alemã de pigmentos que, em 1870, foi implantado o primeiro departamento formal de pesquisa e desenvolvimento dentro de uma indústria (FREEMAN, 1995). 63 ALBUQUERQUE (1996) propôs uma tipologia para os sistemas nacionais de inovação. Na primeira categoria foram incluídos Estados Unidos, Japão e Alemanha seguidos da Inglaterra, França e Itália. Esses sistemas de inovação capacitam os países a manterem liderança tecnológica. Na segunda categoria foram incluídos países pequenos de alta renda (Suécia, Dinamarca, Holanda e Suiça) e países asiáticos de desenvolvimento recente e acelerado tais como Coréia do Sul e Taiwan. Nesses países o objetivo principal do sistema de inovação é a difusão de inovações. O Brasil aparece numa terceira categoria onde estão os países cujos sistemas de ciência e tecnologia não se transformaram, ainda, em sistemas de inovação devido a uma baixa capacidade de absorção da difusão tecnológica mundial. FREEMAN (1988) enfatiza que os sistemas de inovação são efetivos “apenas na medida em que eles apoiem os setores-chave da economia, processos de learning by doing e learning by interacting”. LUNDVALL (1999) reforça a importância do aprendizado ao afirmar que, a longo prazo, formação de habilidades gerenciais e competências centrais é o mais importante, e ao citar a frase de SENGE (1999) de que “a única fonte continuada de vantagem competitiva é a habilidade de aprender”. 3.5. Transferência de Tecnologia A expressão “transferência de tecnologia” é utilizada, de uma maneira geral, para designar tanto a passagem de conhecimentos de um ambiente para outro, interna ou extermamente a uma organização, quanto o processo comercial envolvido nesse processo (BARBIERI, 1990; LEONARD-BARTON & SINHA, 1993). As diversas descrições do processo de transferência de tecnologia fazem uma analogia de forma direta (WALLENDER III, 1979) ou indireta (BARBIERI, 1990, URDANETA, 1992) com a Teoria da Informação, destacando uma entidade fonte e outra receptora entre às quais acontece uma transferência de conhecimento, conforme demonstrado na Figura 3.6. 64 Figura 3.6. Os Atores do Processo de Transferência de Tecnologia Fonte: WALLENDER III (1979) apud DUARTE (2001) A transferência de tecnologia implica numa forma de aprendizagem e adaptação por parte dos receptores de tecnologia, sendo uma transferência de conhecimento. Essa abordagem é a mais adequada para “se analisar o papel da informação científica e tecnológica no processo de inovação” (CYSNE, 1996). A conceituação de informação científica e tecnológica ainda é objeto de discussões (JANNUZZI & MONTALLI 1999), entretanto, utilizamos as definições de AGUIAR (1991), que já se tornaram clássicas: “a informação científica é [...] o conhecimento que constitui, em um certo momento da evolução da ciência, um acréscimo ao entendimento universal então existente sobre algum fato ou fenômeno, tendo-se tornado disponível como resultado de uma pesquisa científica, ou seja, de um trabalho de investigação conduzido segundo o método científico”, e “informação tecnológica é todo tipo de conhecimento relacionado com o modo de fazer um produto ou prestar um serviço, para colocá-lo no mercado”. DUARTE (2001) analisa os determinantes para o sucesso de um processo de transferência de tecnologia e identifica três grupos de fatores principais. O primeiro grupo são fatores externos 65 relacionados com o macro ambiente. A seguir vêm os fatores internos relacionados com a empresa receptora da nova tecnologia. Finalmente, vêm os fatores de integração tanto entre os agentes internos da empresa receptora quanto entre a empresa receptora e o fornecedor de tecnologia. LEONARD-BARTON & SINHA (1993) definem o sucesso na transferência de tecnologia em termos da satisfação do usuário que poderia ser medida segundo três dimensões. A primeira seria o impacto da tecnologia na eficiência. A segunda a facilidade do processo de transferência de tecnologia e a terceira seria o atingimento dos objetivos. O sucesso do processo de transferência de tecnologia pode ser determinado na medida em que o receptor da tecnologia incorpora esse conhecimento ao seu dia a dia e melhora essa tecnologia com base em seus próprios conhecimentos. Entretanto, não se pode perder de vista a necessidade de avaliação do retorno de investimento e aumento da vantagem competitiva da empresa. Os modos de conversão do conhecimento entre suas formas explícitas e implícitas apresentado por NONAKA & TAKEUCHI (1997) se adequa com precisão ao processo de transferência de tecnologia e a operação dos serviços de informação tecnológica. Estes serviços tem como objetivo transformar um conhecimento que na maioria das vezes se encontra sob forma explícita, como documento impresso, em conhecimento absorvido pelo pequeno empresário, que só após a internalização desse conhecimento terá condições de utilizá-lo. 66 4. SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA Os serviços de informação tecnológica tiveram sua origem na tentativa de transferir tecnologia para o parque industrial de um país, especialmente para as pequenas e médias empresas que tem maior dificuldade de obter informações. Os serviços originalmente surgiram como um desdobramento das atividades de bibliotecas técnicas. Em função dessa origem, durante muito tempo, os serviços de informação atuaram na forma de “balcão” onde o interessado solicitava a informação desejada e recebia em resposta uma série de documentos escritos sobre o assunto. A história dos serviços de informação no Brasil tem início com a engenheira química Ângela Pompeu que, recebendo a incumbência de estruturar um serviço de informações tecnológicas no Instituto Nacional de Tecnologia (INT) no início da década de 70. Após uma pesquisa sobre os serviços de informação existentes na época, foi escolhido o Danish Technological Institute (DTI), que na época era referência mundial sobre o assunto, para servir de modelo ao serrviço de informações tecnológicas do INT. Os serviços de informação tecnológica, no princípio, prestavam apenas serviços relacionados à área de biblioteconomia tais como: informações referenciais, que consistia em consultas básicas a normas técnicas e publicações do acervo do serviço de informações e pesquisas bibliográficas. Atendendo solicitações dos usuários, fonte não tão acadêmicas, como listas de “páginas amarelas”, passaram a ser utilizadas para obter informações de fornecedores. O passo seguinte foi a incorporação aos acervos dos serviços de informação de catálogos de equipamentos, que durante muito tempo foram os itens mais procurados pelos pequenos empresários. A constatação que os simples serviços de “balcão” não estavam atendendo plenamente às necessidades dos usuários levou a incorporação de engenheiros às equipes dos serviços de informação tecnológica por falarem a “mesma língua que os empresários”. Ainda hoje, a maior parte dos profissionais atuando em serviços de informação são bibliotecárias ou engenheiros. 67 Subsequentemente novos serviços, com maior valor agregado, passaram a ser prestados pelos serviços de informação tecnológica. A resposta técnica, por exemplo, consiste na preparação de um dossiê sobre o assunto da consulta, com base em pesquisa em diversas fontes, até mesmo a profissionais da área consultada. A resposta técnica, entretanto, não se preocupa em analisar os documentos fornecidos nem a coerência entre as diversas informações passadas para o usuário, presupondo que este tenha qualificação técnica para analisar os documentos recebidos. Depois da resposta técnica os próximos produtos por ordem de quantidade de valor agregado são a assistência técnica, ou tecnológica, a consultoria, e no nível mais alto, o desenvolvimento de projetos tecnológicos. Nos serviços de informação a resposta a consulta é, geralmente, entregue na forma de relatório cujo conteudo o usuário deverá internalizar para, só então, fazer uso desse novo conhecimento. Essa forma de atendimento, chamada de “balcão de informações” foi a forma padrão de atendimento dos serviços de informação, que não julgavam ser seu papel ir além desse tipo limitado de fornecimento de informações. A constatação de que o processo de internalização do conhecimento não ocorria da parte do pequeno empresário se ele não contase com algum tipo de suporte fez com que os serviços de informação iniciassem um processo de transformação que ainda não ocorreu totalmente em muitos deles. Esse processo de transformação observado em serviço de informação de alguns países têm como fator central o desenvolvimento de uma mentalidade voltada para o aprendizado e não apenas o atendimento de uma solução tópica. Outra transformação importante é a análise de problemas muito comuns com o objetivo de criar pacotes de soluções para serem disponibilizadas ampliando o atendimento dos serviços de informação e reduzindo a necessidade de atenção individualizada. 4.1. Importância dos Serviços de Informação Tecnológica O fenômeno da globalização dos mercados e a redução dos ciclos de vida dos produtos têm forçado as empresas a inovar continuamente seus produtos e processos. Em função disso, a maior 68 parte dos programas de apoio às pequena empresas têm como objetivo aumentar a capacidade de inovação e absorção de novas tecnologias pelas pequenas empresas. Independentemente da área de atuação, a internalização do conhecimento é uma etapa necessária no desenvolvimento do conhecimento dentro das empresas (NONAKA, TAKEUCHI 1997) A existência de uma infraestrura econômica e tecnológica, só disponível por grandes empresas é, normalmente, um pré-requisito para o desenvolvimento de inovações tecnológicas. Entretanto, em alguns segmentos as pequenas empresas conseguem levar vantagem sobre as maiores em termos de inovação tecnológica. Uma área crítica em que as pequenas empresas ficam em desvantagem em relação às grandes, é a obtenção de informação cientifica e tecnológica (ROTHWEL, 1992; ACS & AUDRETSCH, 1990). Organismos internacionais, tal como a UNIDO - United Nations Industrial Development Organization, desenvolvem programas visando a difusão de informações para pequenas e médias indústrias como forma de alavancar a economia de países em desenvolvimento. No Brasil, políticas governamentais visando a modernização industrial deram origem a diversos serviços dedicados ao fornecimento de informações para as pequenas e médias empresas. Dentre essas iniciativas destacase a Rede de Núcleos de Informação Tecnológica incorporada ao PADCT - Programa Brasileiro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, viabilizado através de convênio com o Banco Mundial (VIEIRA, 1996). 4.2. Serviços de Informação no Brasil O Centro de Informações Tecnológicas do Instituto Nacional de Tecnologia, tendo à frente Ângela Pompeu, no início dos anos 70, foi a iniciativa pioneira de serviço de informação tecnológica no Brasil. Esses serviços, entretanto, somente procuraram atingir o pequeno empresário nos anos 80 através da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica implantada com recursos da primeira e segunda fase do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT) (VIEIRA, 1996; ARAUJO, FREIRE, MENDES 1997). As Tabelas 4.1 e 4.2 apresentam os 69 Núcleos componentes da Rede, que na primeira fase totalizavam 17 Núcleos e na segunda fase, 20 Núcleos. O Estudo da Oferta e da Demanda Nacional por Serviços Tecnológicos elaborado pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR) e pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) identifica 253 instituições no Brasil que prestam algum tipo de serviço tecnológico, sendo que 75% delas são privadas. Serviços de informação tecnológica são prestados por 38% dessas empresas (TECPAR/CNI 2001). Não se têm informações sobre o volume de serviços prestados pelos serviços privados de informações tecnológicas. Na Tabela 4.3 são apresentados dados obtidos para alguns Núcleos da Rede de Informação Tecnológica. Tabela 4.1. Rede de Núcleos de Informação Tecnológica – 1ª Fase 1. Núcleo de Normas Técnicas – Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - RJ 2. Núcleo de Normas Técnicas – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) - RJ 3. Núcleo de Patentes – Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) - RJ 4. Núcleo Regional Intersetorial do Ceará – Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial (NUTEC) - CE 5. Núcleo Regional Intersetorial do Espírito Santo – Instituto Euvaldo Lodi (IEL) / Instituto Tecnológico da UFES (ITUFES) – ES 6. Núcleo Regional Intersetorial de São Paulo – Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – SP 7. Núcleo Setorial de Alimentos – Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) – SP 8. Núcleo Setorial de Conservação de Energia – Fundação Centro Tecnológico (CETEC) - MG 9. Núcleo Setorial de Couro – Centro Tecnológico de Couros, Calçados e Afins (CTCCA) - RS 10. Núcleo Setorial de Desenho Industrial – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) – SP 11. Núcleo Setorial de Maquinário Agrícola – Fundação de Ciência e Tecnologia (CIENTEC) – RS / IPT – SP 12. Núcleo Setorial de Metal Mecânica – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – SC 13. Núcleo Setorial de Mobiliário e Madeira – Centro Tecnológico do Mobiliário do SENAI (CETEMO) - RS 14. Núcleo Setorial de Plástico e Borracha – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Estado da Bahia (CEPED) – BA 15. Núcleo Setorial de Química Fina – Companhia de Desenvolvimento Tecnológico (CODETEC) 16. Núcleo Setorial Têxtil e Confecção Industrial – Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do SENAI (CETIQT) – RJ 17. Núcleo Setorial de Corrosão – Instituto Nacional de Tecnologia (INT) – RJ* OBS: * Não dependente de recursos do PADCT. Fonte: VIEIRA (1996) 70 Segundo SILVA (2002) os serviços de informação tecnológica brasileiros estão reestruturando suas operações, passando a oferecer produtos com maior valor agregado e procurando obter sua autonomia financeira pois, mesmo as instituições públicas estão tendo seus orçamentos reduzidos. Nas seções seguintes são feitos pequenos descritivos das atividades dos Núcleos Regionais da Rede de Informação Tecnológia em São Paulo e no Rio de Janeiro. Aproveitamos a oportunidade para relatar as atividades do SEBRAE-SP, do INPI e do Disk-Tecnologia da USP. O SEBRAESP foi selecionado pois, apesar de não pertencer à Rede, é a porta de entrada da maioria das consultas de pequenos empresários. O INPI é lembrado com um objetivo de alertar para o seu abandono. O Disk-Tecnologia foi incluido por ser uma experiência bem sucedidade de atuação de uma universidade na prestação de serviços de informação tecnológica. Tabela 4.2. Rede de Núcleos de Informação Tecnológica – 2ª Fase 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. Núcleo Regional de São Paulo – Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – SP Núcleo Regional do Ceará – Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial (NUTEC) - CE Núcleo Regional do Espírito Santo – Instituto Euvaldo Lodi (IEL) – ES Núcleo Regional do Paraná – Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR) - PR Núcleo Regional de Minas Gerais – Fundação Centro Tecnológico (CETEC) - MG Núcleo Regional do Rio de Janeiro – Instituto Nacional de Tecnologia (INT) – RJ Núcleo Especializado em Máquinas e Equipamentos – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) - SP Núcleo Setorial de Design – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) – SP Núcleo Setorial de Plástico – Centro de Tecnologia Industrial Pedro Ribeiro (CETIND) – BA Núcleo Setorial de Mobiliário e Madeira – Centro Tecnológico do Mobiliário do SENAI (CETEMO) - RS Núcleo Setorial Têxtil e Confecção Industrial – Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do SENAI (CETIQT) – RJ Núcleo Setorial de Alimentos – Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) – SP Núcleo Setorial de Gemas, Jóias e Bijuterias – Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) - DF Núcleo Setorial de Processamento de Peles, Couros e Tratamento de Resíduos Industriais – Centro Tecnológico do Couro (CTC) - RS Núcleo Setorial de Automatização Industrial – Centro de Automatização da Manufatura (SENAI) - SP Núcleo Setorial de Normas Técnicas – Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – SP Núcleo Setorial de Patentes – Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) - RJ Núcleo Setorial de Construção Civil - Instituto Euvaldo Lodi (IEL) - GO Núcleo Setorial de Materiais – Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - SP Núcleo de Capacitação de Pessoal em Informação Tecnológica – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - MG Fonte: VIEIRA (1996) 71 Tabela 4.3. Atividades da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica 1. 2. 3. 4. 5. 6. Atividade Ano Núcleo Regional de São Paulo Núcleo Regional do Ceará Núcleo Regional do Espírito Santo Núcleo Regional do Paraná Núcleo Regional de Minas Gerais Núcleo Regional do Rio de Janeiro Resp. Tec. 1997 190 237 20 37 117 100 Resp. Tec. 1998 457 -9 -213 -- Ext. Tec. 1997 3 81 132 89 100 34 Ext. Tec. 1998 2 -195 -143 -- * Resp.Tec.: Resposta Técnica ** Ext. Tec.: Extensão Tecnológica Fonte: SILVA (2002) 4.3. IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas Em 1899, foi instalado, num pequeno pavilhão anexo à recém fundada Escola Politécnica de São Paulo, o Gabinete de Resistência dos Materiais, que não tinha autonomia sendo utilizado para as atividades práticas das cadeiras da Escola Politécnica. O Gabinete após passar por diversas ampliações e modernizações, em 1926, é chamado de Laboratório de Ensaios de Materiais e a partir de 1934, de Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Em 1976, o IPT transforma-se em sociedade anônima ganhando mais autonomia para ampliar laboratórios, contratar especialistas e atender às necessidades tecnológicas do parque industrial brasileiro. Nesse mesmo ano, tem início as atividades dos serviços de informação no Departamento de Engenharia Naval, onde a bibliotecária Sonia Wada pesquisava informações para atender à demanda interna do Departamento. Esse serviço, aos poucos, foi estendido para outros Departamentos, mas sempre, tendo como principal cliente, o público interno. Em 1985, foi criado o Departamento de Informação Técnico-Industrial (DITI) que ganhou um impulso adicional com os recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico e passou a dar uma atenção maior ao usuário externo. Em 1994, foi criado o Centro de Informação Tecnológica (CITEC) com o objetivo atender ao próprio IPT e ao setor produtivo público e privado. O CITEC reúne importante acervo de livros, periódicos, normas técnicas e catálogos de produtos industriais, acessa bases de dados nacionais e internacionais e, está integrado 72 à Rede Nacional de Núcleos de Informação Tecnológica Industrial do PADCT, coordenada pelo IBICT/CNPq – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. As principais áreas de atuação do CITEC são engenharia civil, economia, engenharia de sistemas, produtos florestais, química, embalagens, transportes, mecânica, eletricidade, geologia, metalurgia, informação tecnológica, couros e calçados, informática e telecomunicações. O CITEC conta com um quadro de 44 funcionários sendo 32 próprios e 12 bolsistas, dos quais 30 com graduação, um com especialização e um com mestrado. O CITEC presta serviços de informação com um maior ou menor nível de agregação de valor às informações inicialmente levantadas. Entre os serviços com pequeno valor agregado estão: • Levantamento de Fornecedores, • Pesquisa e Recuperação Bibliográfica, • Informação Referencial (sobre normas técnicas e acervo bibliográfico da instituição), • Atualização de Acervo de Normas Técnicas (das empresas que usam o serviço), e • Informação para Prospecção e Estudos. Desses serviços, o levantamento de Informação para Prospecção e Estudos é o que exige um maior esforço e preparo do pesquisador que busca as informações solicitadas nas mais diversas fontes. São consultados desde relatórios de patentes a bases de dados on-line, passando por periódicos técnico-científicos até a internet.Os serviços com maior valor agregado são: • Resposta Técnica, • Assistência Tecnológica, e • Assessoria Tecnológica. Os três serviços com maior valor agregado guardam uma semelhança muito grande entre eles diferindo apenas no grau de complexidade da resposta. A Resposta Técnica é uma compilação de informações, obtidas em diversas fontes (livros, periódicos, entrevistas com especialistas, Internet, etc.) e organizadas de forma a facilitar a compreensão do cliente de um processo produtivo. Também são fornecidas normas e uma listagem de fornecedores de matérias-primas e equipamentos 73 relacionados ao processo, além das referências consultadas. O principal público-alvo deste serviço é o empreendedor, ou seja, aquele indivíduo que deseja iniciar um pequeno negócio, mas não possui conhecimentos profundos a respeito deste. Com as informações fornecidas pela Resposta Técnica este indivíduo poderá dar seus primeiros passos de forma muito mais certeira, cotando preços de máquinas, equipamentos, matérias-primas e tomando um primeiro contato com o processo industrial que pretende desenvolver. A Assistência Tecnológica tem a mesma estrutura da Resposta Técnica, entretanto, as respostas são mais específicas uma vez que as consultas provêm de pequenas ou médias empresas que identificam o problema pontual a ser resolvido. Em muitos casos, é identificado um pesquisador do IPT apto dar uma resposta à consulta e esta é transmitida ao cliente. O atendimento para micro e pequenas empresas pode ser realizado com apoio do Programa SEBRAETEC, no qual o SEBRAE-SP custeia uma parcela significativa das horas técnicas utilizadas. A Assessoria Tecnológica é prestada da mesma forma que os dois serviços vistos anteriormente. Entretanto, as consultas são mais extensas e relacionadas ao desenvolvimento de processos e produtos necessitando, muitas vezes, de uma etapa de implantação. Micro e pequenas empresas podem, também, contar com o apoio financeiro do SEBRAE-SP. 4.4. INT - Instituto Nacional de Tecnologia O Instituto Nacional de Tecnologia foi criado em 1933 a partir da Estação Experimental de Combustíveis e Minérios criada em 1921. A Biblioteca do INT iniciou suas operações em 1936. Os serviços de informação a tecnológica só tiveram início no final da década de 1960. Entre 1969 e 1973, sob a coordenação da engenheira química Ângela Pompeu, os serviços de informação tecnológica do INT tiveram sua primeira fase. Ângela Pompeu estudou os serviços de informação tecnológica de diversos países em busca do modelo que mais se adapta-se à necessidade brasileira. O modelo escolhido foi o do Danish Technological Information (DTI). 74 O INT atravessou sérias dificuldades financeiras durante a década de 1970, o que afetou os serviços de informação tecnológica. Estes só vieram a ganhar novo impulso no começo dos anos 80, com a contratação da bibliotecária Gilda Massari, em 1983, e de vários outros técnicos nos anos seguintes. No início os serviços se restringiam às pesquisas e aos alertas bibliográficos, que consistiam no envio para os usuários de listas de publicações recentemente acrescidas ao acervo da instituição nas áreas previamente selecionadas pelos usuários. Em 1982 foi criado o Programa de Informação em Química de Básica e Tecnológica, em convênio com a Fundação de Tecnologia Industrial (FTI) e o Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq). Em 1985 foi criado um Núcleo de Informação em Corrosão que expandiu a atuação da área puramente bibliográfica para a de respostas técnicas. A metodologia de atendimento a respostas técnicas teve que ser desenvolvida toda de novo, pois nada restara da experiência anterior do início dos anos 70. Nos anos 90 o serviço de respostas técnicas se consolidou juntamente com o de buscas em bancos de dados online (Dialog, STN, etc). Em 1993 foi firmado um convênio com o SEBRAE para atendimento de pequenos empresários pelo INT. Em 1996, o INT passou a fazer parte da Rede de Tecnológia do Rio de Janeiro. Os clientes dos serviços de informação do INT eram, em sua maioria, pequenas empresas e empreendedores encaminhados pelo SEBRAE. A avaliação da qualidade dos serviços era feita pelo SEBRAE que enviava questionários aos clientes atendidos obtendo um retorno de 60%, sendo que a maior parte das avaliações era positiva. O SEBRAE, enquanto fazia a intermediação entre os pequenos empresários e o INT, foi aos poucos dominando a metodologia de elaborar respostas técnicas, uma vez que, depois de certo tempo elas começam a se repetir. O SEBRAE montou um repositório das respostas às consultas mais comuns e passou a enviar as consultas mais complexas ao INT que viu a demanda pelos serviços de informação tecnológica cair com o passar do tempo. A Divisão de Informação Tecnológica do INT (DINT) tem um quadro de 18 funcionários sendo 12 próprios e seis bolsistas, dos quais cinco com especialização, seis com mestrado e dois com doutorado. A DINT ainda presta diversos serviços de informação tecnológica tais como 75 prospecção tecnológica e respostas técnicas, entretanto, está migrando cada vez mais para a prestação de serviços com maior valor agregado. Entre os motivos para a migração está o maior retorno financeiro desses novos serviços que permitem ao INPI caminhar no sentido de uma autosustentação financeira já que os recursos destinados pelo Estado estão cada vez menores. A Inteligência Competitiva é a principal das novas atividades do INT, na qual já foi criado, inclusive, um curso de especialização em convênio com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 4.5. SEBRAE-SP - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SP O Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (CEBRAE) foi criado em 17 de julho de 1972, vinculado ao Ministério do Planejamento. Em 9 de outubro de 1990, o CEBRAE foi transformado num serviço social autônomo, desvinculado do setor público, e mudou de nome para Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Hoje, o SEBRAE atua no Brasil inteiro através de uma rede com 600 pontos de atendimento. Apesar da capilaridade desse sistema é muito difícil atender a uma demanda de quase 4 milhões de micro e pequenas empresas em todo o país. Por esse motivo o SEBRAE tem procurado desenvolver parcerias para multiplicar sua capacidade de ação. Outra maneira de otimizar a aplicação de seus recursos é o de atendimento a grupos de empresários, seja na forma de cursos ou consultorias. Na área tecnológica o SEBRAE tem como metas para os próximos anos a ampliação dos programas de inovação tecnológica de produtos e serviços voltados à competitiva das pequenas empresas. Outras metas são o desenvolvimento de parques tecnológicos e incubadoras de empresas, a valorização de profissionais das universidades e centros tecnológicos e o fortalecimento das redes tecnológicas estaduais. O serviço de informação tecnológica do SEBRAE-SP está incluído no Programa SEBRAE de Consultoria Tecnológica (SEBRAETEC) através do qual o pequeno empresário recebe consultoria tecnológica a baixos custos. Normalmente, o empresário com um problema tecnológico é 76 encaminhado para um grupo de outros empresários com problemas similares de reduzir os custos de atendimento e ampliar a atuação do SEBRAE-SP. Caso esse grupo não exista, procura-se identificar se existem outros empresários com as mesmas dificuldades de modo a viabilizar a formação de um grupo. O SEBRATEC opera com um quadro de quatro funcionários que têm a função de gerenciar as demandas recebidas direcionando-as para serem atendidas por parceiros. Nos últimos 10 anos o SEBRAETEC já fez mais de 10.000 atendimentos. Destes, cerca de 10% com um complexidade maior que exigiu a criação de projetos. A consultoria tecnológica é prestada por parceiros do SEBRAE-SP tais como institutos de pesquisa, universidades e escolas técnicas. A maioria das consultas não envolve muitas horas de trabalho do consultor para serem resolvidas. O baixo custo da consultoria (R$ 30/h) associado aos subsídios que o SEBRAE-SP oferece de 80% para consultas de até 2 horas, 60% para consultas entre 2 e 10 horas e 40 % para consultas entre 11 e 20 horas, fazem com que o programa seja um excelente negócio para o empresário com dificuldades tecnológicas. Problemas tecnológicos mais complexos acabam exigindo a elaboração de um projeto que, se considerado relevante pode ser financiado por meio do Apoio Direto à Inovação (ADI) que é uma uma linha de crédito Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) voltada para micro e pequenas empresas. 4.6. INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é uma autarquia federal, criada em 1970, em substituição ao Departamento Nacional de Propriedade Industrial. O INPI tem como principal atividade executar, no âmbito nacional, as normas que regulam a propriedade industrial, tendo em vista a sua função social, econômica, jurídica e técnica. O INPI concede marcas e patentes, averba 77 contratos de transferência de tecnologia, registra programas de computador, contratos de franquia empresarial, registros de desenho industrial e de indicações geográficas. Os documentos de patente são uma forma de reserva de mercado que garante ao seu titular a exclusividade de exploração de seu invento por um determinado período de tempo. Os documentos de patente possuem uma descrição técnica do invento que os torna uma valiosa fonte de informação tecnológica que pode ser utilizada após o término do período de exclusividade concedida ao inventor ou se a patente não tiver sido registrada no país. O INPI dispõe de um acervo de cerca de 20 milhões de documentos de patente dos quais mais de 90% pode ser usado livremente, sem a necessidade de pagamento de direitos ao inventor. Um dos primeiros e mais bem sucedidos produtos de informação tecnológica do INPI é o PROFINT – Programa de Fornecimento Automático de Informação Tecnológica criado no início dos anos 80, mas que só teve um grande impulso a partir de 1985. O PROFINT visa atender empresas que tenham capacitação para utilizar os documentos de patente como fonte de informação tecnológica e desenvolvam atividades de pesquisa e desenvolvimento. Para tanto, antes de ingressar no PROFINT a empresa é avaliada quanto à sua capacitação, sendo necessário que a empresa tenha uma estrutura de Pesquisa & Desenvolvimento interna. Desde a criação do PROFINT uma média de 100 empresas tem utilizado esse serviço. Atualmente o maior número de empresas que utilizam o PROFINT são da área químico (37%), seguidas das empresas mecânicas (19%). Em meados dos anos 90, foi feita uma avaliação do serviço junto às empresa contratantes e o PROFINT foi muito bem avaliado. Não existem registros, entretanto, dessa avaliação. O PROFINT envia regularmente cópia das páginas de rosto das patentes concedidas em todos os países desenvolvidos de modo a permitir que as empresas que utilizam esse serviço se mantenham a par do “estado da arte” da tecnologia. Por volta de 1985 foi criado um Programa de Apoio à Pequena Empresa para atender as pequenas empresas que, embora não estivessem capacitadas a utilizar o PROFINT, muito se beneficiariam da utilização das informações contidas em documentos de patente. Esse Programa, entretanto, não teve 78 muito sucesso pela falta de capacitação das pequenas empresas. Essa falta de capacitação incluia desde a falta de domínio do idioma inglês, no qual está redigida a maior parte dos documentos de patentes, até a falta de capacidade de entender a terminologia empregada nos documentos. Sentiuse a necessidade de um elemento que fizesse um trabalho de intermediação tornando mais acessível a linguagem do documento de patente para o pequeno empresário, já que o INPI não tinha recursos humanos e materiais para fazê-lo. O pequeno empresário, entretanto, além do problema de intermediação, não tem disponibilidade de tempo e recursos para investir em tecnologia. Esse empresário, na maioria das vezes, só procura o INPI quando é objeto de um processo movido contra ele por infração de propriedade intelectual. Infelizmente, a infraestrutura do INPI não permite o atendimento desses empresários nos prazos necessários. Um prazo razoável de resposta a uma consulta de tecnologia deveria ser, no máximo, de 10 dias e uma consulta que envolvesse um processo judicial deveria ser respondida a tempo de ser útil no processo, o que, às vezes significa uma resposta imediata. O Setor de Informação Tecnológica do INPI, para permitir esse nivel de atendimento deveria contar com um número maior de funcionários. Entretanto, nos últimos anos o quadro de funcionários foi reduzido de 12 para 6 engenheiros. O Setor de Informação Tecnológica do INPI faz cerca de 2.000 atendimentos por ano. 500 desses atendimentos são pesquisas de informação e, 1.500 são orientação de pessoas que fazem as pesquisas por conta própria, por ser mais barato. Esse número de atendimentos é irrisório frente a riqueza do acervo do INPI e do número de empresas existentes no país. O ideal seria que esse número de atendimentos fosse muito maior, entretanto, o INPI não tem infraestrutura para atender uma demanda maior que a atual. Se a demanda fosse incentivada o INPI não teria condições de atendê-la. O INPI dispõe, atualmente, de 100 engenheiros qualificados para trabalhar com propriedade intelectual e procura desenvolver o interesse na capacitação de pessoal dentro das pequenas empresa através de palestras e cursos. Entretanto, esses esforços não têm surtido os resultados esperados. 79 Para atender à necessidade de informações de patentes do país, o INPI necessitaria de mais técnicos e recursos financeiros. O INPI, entretanto, passou no ano de 2002 por uma das maiores crises financeiras de sua história com um corte de 48% de seu orçamento para custeio e investimento, sendo obrigado a demitir profissionais, paralizar treinamentos e atrasar o, já baixo, ritmo de prestação de serviços (BINPI, 2002). Alguns projetos de automação que estão em curso poderão amenizar essa situação. Entre esses projetos destaca-se a disponibilização do banco de patentes do INPI através da Internet, que resolveria parte do impedimento para utilização de documentos de patente como fonte de informação tecnológica. Ficaria faltando treinar os pequenos empresários para que fizessem uso dos documentos. Nos defrontaríamos, então com o caso já citado de dificuldade de internalização do conhecimento uma vez que o fato de ter um documento nas mãos não é garantia de qualquer transferência de tecnologia. 4.7. Disk Tecnologia da USP Em 1991, foi criado o Projeto Disk-Tecnologia na Coordenadoria Executiva de Cooperação e de Atividades Especiais (CECAE) da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com o Sindicato da Micro e Pequena Indústria de São Paulo (SIMPI). O Projeto tinha por objetivo atender consultas dos pequenos empresários não apenas nas áreas técnicas mas também nas administrativas. A partir de um banco de dados com a formação e linha de pesquisa dos professores da USP foi montado um cadastro de Especialistas e Especialidades, com os professores que se dispuseram a participar do projeto. As consultas recebidas eram direcionadas para os especialistas da respectiva área. Após um tempo da existência do Programas verificou-se que havia um certo número de perguntas que se repetiam com frequência e para as quais não era mais necessário consultar um professor para solucioná-la. Bastava apenas uma consulta ao arquivo de casos resolvidos. Os casos consultados com maior frequência foram disponibilizados via Internet de modo a agilizar o atendimento dos 80 usuários. Embora na sua maioria das vezes as consultas sejam feitas por empresários, um número significativo (30%) de profissionais liberais e particulares.também consultam o serviço. As consultam levam cerca de dez dias para serem atendidas e o Disk-Tecnologia, ao longo desses anos de existência, já fez mais de 15.000 atendimentos e recebe em media 15 chamados por dia. Para não sobrecarregar os professores com esse imenso número de consultas, que muitas vezes não precisam de um profisional com uma qualificação tão grande quanto a dos professores para serem atendidas, a maior parte dessas consultas são repassadas paras as empresas juniores da USP. 4.8. Avaliação dos Serviços de Informação O desempenho dos serviços de informação depende de fatores econômicos, sociais e tecnológicos, o que aumenta a complexidade da avaliação de suas atividades. Uma maneira direta de avaliar os serviços de informação tecnológica seria comparar os resultados obtidos com os objetivos da instituição. Estes objetivos, entretanto, são, normalmente vagos, redigidos em termos de missão, tais como aumento de competitividade das empresas e desenvolvimento econômico e social da região. O desenvolvimento de ferramentas robustas de avaliação é ainda um desafio para os gerentes de serviços de informação (SHAPIRA, YOUTIE & ROESSNER, 1996) Indicadores relacionados à lucratividade, faturamento, empregos criados e exportação de produtos são utilizados. Entretanto, a maneira mais comum de acompanhamento dos serviços de informação é o registro do número de atendimentos, o nome das empresas atendidas e o tipo de consulta (WOOD 1994, SHAPIRA, YOUTIE & ROESSNER, 1996). SILVA (2002) verificou, através de análise bibliométrica, que entre 1970 e 2000, o número de publicações sobre “serviços de informação” atingiu um ponto máximo em 1990, passando a cair desde então (Figura 4.1). As causas dessa queda não são claras e merecem um estudo mais aprofundado. A autora sugere a possibilidade de que novos termos de indexação tenham surgido para o assunto dando uma falsa impressão de queda de interesse no mesmo. 81 Figura 4.1. Número de Publicações Anuais sobre Serviços de Informação 1 2 0 0 1 0 0 0 8 0 0 6 0 0 4 0 0 N ú m e r o d e P u b l i c a ç õ e s 2 0 0 20 00 19 98 19 96 19 94 19 92 19 90 19 88 19 86 19 84 19 82 19 80 19 78 19 76 19 74 19 72 19 70 0 A n o Fonte: SILVA (2002) SILVA (2002), ao mesmo tempo, verifica em sua pesquisa que grandes serviços de informação tecnológica, que serviam de referência para o restante do mundo, mudaram sua forma de operar, sendo que alguns não prestam mais serviços de informação. Entre esses serviços estão a Agence Régionele d’Information en Sciences et Technologie (ARIST) e o Centre Technique des Industries Mécaniques (CETIM) ambos na França, o Centre de Recherche Industrialle du Québec (CRIQ) no Canadá, o Danish Technological Institute (DTI) na Dinamarca, o Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (INETI) em Portugal e o Información y Servicios Tecnologicos (INFOTEC) no México. No Brasil, nessa última década, também houve o fechamento e/ou mudança do tipo de serviços prestados por muitos dos antigos Núcleos da Rede de Informação Tecnológica. Entre os que fecharam está o NIT de Química que fucionava na FIESP. Entre os que mudaram parcialmente o tipo de serviço estão o IPT e o INT, os dois centros regionais da Rede de Núcleos, respectivamente, de São Paulo e do Rio de Jabneiro. 4.9. Avaliação de Serviços de Informação no Brasil TARGINO & BARRETO (1990) observam que apesar dos esforços, as instituições latino americanas destinadas a fornecer informações para as empresas não têm atingido seus objetivos. As autoras acreditam que o fato se deve ao predomínio de instituições governamentais que enfrentam 82 problemas que vão desde a falta de autonomia administrativa até a falta de treinamento do pessoal técnico. PINHEIRO (1991) acredita que o distanciamento entre os serviços de informação e os usuários se deve ao “equívoco” de imaginarem que as necessidades do usuários das pequenas empresas têm as mesmas necessidades que pesquisadores na área de ciência e tecnologia” MENDONÇA (1992) verificou a existência, nos serviços de informação brasileiros, ao mesmo tempo de técnicos bem qualificados e de gerentes ineficientes sem noções de estratégia, comportamento empreendedor ou interesse em satisfazer o cliente. MONTALI (1997) questiona se o percentual insignificante de profissionais com títulos de mestres e doutores nos serviços de informação não se reflete em uma falta de visão macroscópica dos problemas da área de informação para empresas do país. A falta de infra-estrutura física, humana e sócio econômica das empresas é um dos principais obstáculos à transferência efetiva de tecnologia no Brasil, entretanto, os serviços de informação também precisam ser redesenhados urgentemente para atenderem com mais objetividade as necessidades do país (CYSNE 1996). Segundo a mesma autora não existe uma infra-estrutura de serviços de informação no país capaz de transferir tecnologia (CYSNE 1999). Estudos realizados no Brasil por MONTALLI (1991), FREITAS (1992), TASCA et al (1993) e CNI/DAMPI & SENAI/CIET (1997) mostram que a maioria das empresas desconhece ou tem pouca informação sobre os serviços de informação existentes. Pesquisa elaborada pela ABIMAQ/SINDIMAQ (1996) verificou que apenas 51% dos pequenos empresários tinham utilizado alguma vez um serviço de informação tecnológica, sendo que, em 65% das vezes essas consultas visavam identificar fornecedores de máquinas e equipamentos. Estudos realizados na indústria de eletrodomésticos e de confecções mostraram que as principais fontes de informação utilizadas pelas empresas eram outras empresas da mesma cadeia produtiva (MARIOTTO 1992). 83 As justificativas para essa série de avaliações negativas pode estar na metodologia com que são avaliados internamente os serviços de informação. Na abordagem tradicional o que se media era a quantidade de informações fornecidas ao usuário e não, quantas delas eram de interesse do mesmo. A nova abordagem é chamada de “centrada no usuário” e faz muito mais sentido do ponto de vista de atendimento das necessidades do cliente (FERREIRA 1997; SILVA, FERREIRA, BORGES 2002). SILVA, FERREIRA, BORGES 2002 fizeram um levantamentos sobre as pesquisas de necessidades de informações de setores industriais brasileiros nos últimos anos. Foram identificados 13 estudos de demanda dos quais, quatro foram analisados em profundidade. Em todos os estudos analisados a componente da abordagem tradicional foi mais forte do que as abordagens centradas nos usuários. Entretanto, em três dos estudos já é possível sentir um interesse maior em entender as necessidades dos usuários a partir do entendimento dos processos empresariais. O entendimento do processos internos das empresas e da maneira como é utilizada a informação é fundamental para que o profissional que está desenvolvendo o sistema de informações para o setor tenha como adequá-lo às necessidades do cliente. O processo de desenvolvimento do sistema de informações deve ser interativo para que não se perca de vista as necessidades do cliente. O procedimento, bastante usual, de entregar junto com o relatório da consulta um questionário para que o cliente avalie a qualidade dos serviços tende a gerar falsas ilusões de que se está fornecendo um serviço adequado. No momento em que recebe em suas mãos um relatório, dificilmente o usuário tem condições de avaliar se este atende suas necessidades de informação. Para livrar-se da obrigação e ser simpático com os atendentes do serviço as avaliações são, via de regra, positivas. 84 5. METODOLOGIA DA PESQUISA O presente trabalho de tese consiste numa pesquisa de campo em que se procura testar as hipóteses apresentadas na Introdução (SELLTIZ, WRIGHTSMAN & COOK 1987). São pesquisados as fontes e os receptores da informação tecnológica. Em função das características distintas dos dois grupos, utilizaram-se métodos diferentes para cada um. O Estado de São Paulo foi escolhido pela facilidade de acesso, por representar cerca de 40% do Produto Interno Bruto do país, por concentrar algumas das melhores instituições de ensino, pesquisa e desenvolvimento e por ter um cadastro atualizado de empresas. 5.1. Pesquisa nas Pequenas e Médias Indústrias A escolha de questionários como instrumento de pesquisa das pequenas e médias empresas químicas foi a escolha natural em função de seu elavado número e dispersão por todo o Estado de São Paulo. O questionário foi elaborado com o objetivo de obter o máximo de informações possíveis sobre a empresa sem, entretanto, ser extremamente longo e cansativo, o que desmotivaria o empresário a preenchê-lo. As questões foram divididas em oitos grandes grupos totalizando 43 perguntas (Anexo 1). O primeiro grupo de perguntas versava sobre a EMPRESA. Não foi solicitado o nome da empresa de modo a preservar o sigilo, entretanto, solicitou-se o Código de Endereçamento Postal (CEP) para possibilitar o agrupamento, e análise, das empresas por região. Foi solicitado, também, a área de atividade da empresa, principal produto, faturamento e número de empregados. 85 No segundo e terceiro grupos de perguntas procurou-se saber sobre a formação e experiência profissional do PRINCIPAL EXECUTIVO e dos RECURSOS HUMANOS da empresa. No quarto e quinto grupo de perguntas indagou-se sobre a utilização da INFORMÁTICA e programas da QUALIDADE. No sexto e sétimo grupos de perguntas procurou-se saber sobre as instalações do LABORATÓRIO e INSTALAÇÕES INDUSTRIAS. O último e maior grupo de perguntas trata de TECNOLOGIA. Nessas perguntas procura se saber o estágio tecnológico atual da empresa e seu relacionamento / utilização com serviços de informação tecnológica, institutos de pesquisa e de ensino. O questionário, antes de enviado, foi avaliado pelo químico industrial João Dias e pelo engenheiro químico Eduardo Maso, proprietários respectivamente, da Jaltex Química Ltda. e da Midland Química do Brasil Ltda. O engenheiro químico Paulo Kokot, com mais de 30 anos de experiência de consultoria em empresas químicas, também avaliou o questionário. Em função das modificações mínimas sugeridas, optou-se por apenas essas três avaliações preliminares do questionário. Os endereços para o envio dos questionários seriam originários do Primeiro Recadastramento Empresarial do Estado de São Paulo, realizado pela Junta Comercial do Estado de São Paulo, e disponibilizados no mercado pela empresa CIC – Central de Informações Comerciais, com atualizações trimestrais. Esse cadastro fornecia, além do nome e endereço das empresas, o capital, ramo de atividade, número de funcionários, área ocupada e consumo de energia elétrica, entre outras informações. Infelizmente, a Junta Comercial do Estado de São Paulo decidiu não mais disponibilizar esse cadastro, obrigando a busca de cadastros alternativos. A FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo comercializa um cadastro com cerca de 1.000 micro, pequenas e médias empresas químicas. A CETESB - Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo também comercializa um cadastro de empresas químicas com cerca de 1.000 indústrias. O cadastro mais completo de indústrias químicas paulistas, que foi identificado, pertence ao Conselho Regional de Química – 4ª Região (CRQ-IV) que 86 contava, no final de 2002, com 2.210 indústrias com menos de 500 funcionários e em situação regular perante o Conselho. Essas indústrias se distribuíam por diversos setores de atividades da indústria química, classificados conforme a Resolução Normativa nº 122 do Conselho Federal de Química, de 09/11/1990 . Na tabela Tabela 5.1 são apresentados os percentuais de empresas por setor de atividade. Tabela 5.1. Indústria Químicas por setor de Atividade Setor de Atividade % de Indústrias Sabão e detergente 20,30% Perfumaria e cosméticos 16,82% Tintas e vernizes 13,70% Desinfetantes 8,43% Óleos, graxas e lubrificantes 7,91% Fertilizantes 7,23% Preparados para limpeza e polimento 6,74% Concentrados aromáticos 4,11% Químicos inorgânicos 3,26% Gases industriais 2,59% Químicos orgânicos 2,18% Resinas fenólicas 1,95% Outros setores 4,78% Fonte: Conselho Regional de Química – 4ª Região O cadastro do CRQ-IV foi o escolhido por ser o mais completo. O fato desse cadastro reunir somente empresas em situação regular perante o Conselho é uma garantia extra de que essas empresas têm um mínimo de estruturação e já saíram do estágio de “fundo de quintal”. Um estudo realizado por ALPAR & SPITZER Jr. (1989) verificou que não existe uma diferença significativa no padrão de respostas de pequenos empresários quando comparados ao público em geral. Infelizmente, esse resultado foi de pouca utilidade na elaboração e envio de questionários da pesquisa porque parece não haver consenso entre os diversos autores sobre as variáveis que afetam o número e a qualidade de respostas a pesquisas por correio. 87 Revisões bibliográficas sobre os fatores que afetam a taxa de resposta a pesquisas são publicadas com uma freqüência grande por autores norte americanos (DUNCAN, 1979; YU & COOPER, 1983; YAMMARINO, SKINNER, CHILDERS, 1991; CAVUSGIL & ELVEY-KIRK, 1998). Entretanto, não existe consenso nem mesmo se incentivos monetários aumentam a taxa de resposta. Em função desses resultados e, considerando, mesmo que houvesse um consenso, os resultados não poderiam ser transpostos diretamente para o Brasil sem levar em consideração a componente cultural, decidimos agir com base no bom senso e na única pesquisa brasileira que encontramos. O trabalho brasileiro foi elaborado por BECKER et al (1982) que verificaram que a menção ao patrocínio da pesquisa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul aumentou consideravelmente a taxa de retorno. Por esse motivo, mencionamos no questionário que se tratava de uma pesquisa de um aluno de doutorado da Fundação Getúlio Vargas, com o apoio do Conselho Regional de Química – 4ª Região e da Revista Química Industrial. Outras iniciativas tomadas para aumentar a taxa de resposta da pesquisa foram a elaboração de um questionário pouco extenso e o envio dos questionários com a resposta paga. A Editora Signus, que edita a revista Química Industrial, uma das maiores e mais respeitadas publicações brasileiras dirigidas à indústria química, patrocinou a diagramação, impressão e envio dos 2.210 questionários com resposta paga. No questionário enviado pelo correio foi informada a possibilidade de resposta pela Internet no endereço http://quimica.cjb.net (Anexo 2). Foi solicitando que, se possível, fosse utilizada a opção da Internet por facilitar a tabulação dos resultados das pesquisa. O questionário foi hospedado gratuitamente no serviço Yahoo!Geocities no endereço http://geocities.yahoo.com.br/tecnologiaquimica/. Para facilitar o acesso a esse endereço foi utilizado o serviço de redirecionamento gratuito oferecido por http://www.cjb.net onde o endereço Geocities foi cadastrado como http://quimica.cjb.net. As respostas dos questionários preenchidos pela Internet eram enviadas, pelo serviço de processamento gratuito de formulários Response-O-Matic (http://www.response-o-matic.com/) 88 diretamente para o endereço eletrônico do pesquisador, sendo a seguir copiadas para a planilha de tabulação de respostas sem a necessidade de redigitação das mesmas. Como forma de sensibilizar as empresas para responder ao questionário foi feita uma matéria de meia página no Informativo CRQ-IV que é a revista distribuída bimensalmente pelo Conselho Regional de Química – 4ª Região aos seus associados (Anexo 3). O Informativo CRQ-IV tem tiragem de 74.000 exemplares e todas as empresas que receberam o questionário, bem como seus profissionais com formação em química, receberam o Informativo e o questionário no início de dezembro de 2002. Em alguns dos estudos citados sobre taxas de resposta, é sugerido o estabelecimento de uma data limite para o recebimento das respostas como forma de aumentar o número de respostas e a rapidez da devolução. Por esse motivo foi estabelecida a data limite de 31 de dezembro de 2002 para o envio dos questionários preenchidos. Nesse intervalo de tempo, foram recebidas somente 41 respostas aproveitáveis do total de 2.210 questionários enviados configurando um percentual resposta de 1,85%. No início de fevereiro, foi divulgada nova matéria de meia página solicitando a resposta ao questionário e ampliando a prazo de recebimento dos questionários para 31 de março de 2003 (Anexo 4). A divulgação inicial da pesquisa e da prorrogação do prazo também foi feita no sitio da Internet do CRQ-IV (Anexos 5 e 6). Infelizmente não foram recebidas respostas adicionais em função dessa nova matéria. A possibilidade de cobrar a resposta das empresas que não responderam ficou limitada em função de não termos acesso direto ao cadastro do CRQ-IV. As etiquetas com os endereços foram enviadas diretamente para um posto dos Correios da confiança do CRQ-IV e, lá, foram coladas nos envelopes por nós remetidos para a agência. A alternativa mais viável seria o reenvio dos questionários para todas as empresas novamente. Essa alternativa tinha o inconveniente do custo e da falta de certeza de que daria resultado, pois verificamos, informalmente, que algumas empresas descartavam sistematicamente qualquer correspondência proveniente do CRQ-IV que não fosse uma cobrança. A queixa dos empresários é que os Conselhos Regionais só sabem cobrar não oferecendo algo em troca. 89 Dentre as 41 empresas que responderam ao questionário, 36 empresas puderam ser identificadas, por terem fornecido o nome ou por meio de seu endereço de correio eletrônico, sendo contatadas por telefone para complementar as informações prestadas. Essa complementação se deu principalmente nas perguntas referentes à utilização de Serviços de Infomação, que foram deixadas em branco pela maior parte das empresas. Verificou-se que a falta de respostas se deveu a não utilização desses Serviços pela maioria das empresas. Não é possível tirar conclusões com base estatística da tabulação das respostas dos 41 questionários recebidos no primeiro momento, somadas às dos três questionários cujo preenchimento foi obtido posteriormente em empresas conhecidas. As respostas, entretanto, bastante consistentes, e apresentadas no Capítulo 6, nos levaram a redirecionar o trabalho de pesquisa para um estudo de caso. YIN (2003) aponta o estudo de casos do tipo explanatório como a melhor estratégia quando se quer responder às perguntas “como” e “porque”, não se tem controle sobre os eventos e o foco é um assunto contemporâneo num contexto de vida real. A nossa pergunta era: porque os seviços de informação tecnológica são pouco procurados? Duas empresas químicas da Cidade da Jandira, na região da Grande São Paulo, foram escolhidas para o estudo de caso. O motivo principal da escolha foi que há 7 anos essas empresas participaram, junto com mais 14 indústrias químicas da região, do Projeto Piloto do Setor Químico Paulista, em que o autor atuou como consultor e, posteriormente, coordenador da atividades do Sindicato da Indústrias Químicas do Estado de São Paulo (SINPROQUIM). 5.2. Pesquisa nos Serviços de Informação Tecnológica Paralelamente ao envio dos questionários foram feitas entrevistas semi-estruturadas com profissionais de serviços de informação e de associações de empresas. Foram entrevistados profissionais dos Núcleos Regionais da Rede de Informação Tecnológica da 2ª Fase do PADCT 90 do Estado de São Paulo (IPT) e do Estado do Rio de Janeiro (INT). Em função da proximidade do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que era o Núcleo Setorial de Patentes, do INT, aproveitou-se a viagem ao Rio de Janeiro para entrevistar profissionais de ambos os Núcleos. O SEBRAE, embora não faça parte da Rede de Núcleos de Informação Tecnológica, é a porta de entrada do pequeno empresário nesses Núcleos. Em função disso, foram entrevistados profissionais do SEBRAE-SP e o Sr. Mauro Arruda, Assessor do Presidente do SEBRAE Nacional. Como preparação para as entrevistas foram pesquisados os serviços de informações, que seriam visitados, em periódicos da área de Ciência da Informação e na Internet. O material coletado serviu como uma boa base para preparação da tese uma vez que, mesmo os entrevistados com grande número de anos de trabalho, não se lembravam de detalhes da história ou das operações de suas instituições. Cumpre aqui destacar a importância, para essa fase do trabalho, da tese de doutorado de Cícera Henrique da Silva, Tecnologista Sênior do INT (SILVA, 2002). As entrevistas foram importantes para a validação de alguns pontos pouco claros nos sítios na Internet das instituições e para captar opiniões pessoais e sugestões sobre a operação da instituição ou do sistema brasileiro de informações para a indústria como um todo, uma vez que a maior parte dos profissionais entrevistados trabalha há pelo menos 10 anos na área. Nesse sentido, as entrevistas tiveram como maior importância dar subsídios para o capítulo de Conclusões e Recomendações da tese do que, propriamente, para obter detalhes da operação dos serviços de informação. Em função da constatação de que a utilidade maior das entrevistas não era o conhecimento aprofundado da operação dos serviços de informação tecnológica, informações essas facilmente obtidas em outras fontes, deu-se uma ênfase maior em entrevistar profissionais, não obrigatoriamente ligados a serviços de informações no momento da entrevista, mas com grande experiência no setor. No Anexo 7 é apresentado o roteiro inicial das entrevista com profissionais de serviços de informação e no Anexo 8 uma lista de profissionais entrevistados e suas instituições. 91 6. RESULTADOS DA PESQUISA 6.1. Questionário Enviado para as Empresas O pequeno número de respostas ao questionário (2% do total enviado) não permite a aplicação de técnicas estatísticas aos dados. Entretanto, se não é possível se chegar a conclusões com rigor estátistico dos dados obtidos, estes servem para dar uma visão geral, sem muitas distorções do pequeno empresáro da indústria química paulista. 6.1.1. Empresa Questão 1: CEP Aproximadamente 40% das empresas que responderam ao questionário localizam-se na Grande São Paulo (CEP iniciado pelo dígito zero) e os restantes 60% localizam-se no interior (CEP iniciado pelo dígito um). Esssa distribuição é o inverso da distribuição dos destinatários do questionário que eram compostos por aproximadamente 40% de empresas da Grande São Paulo e 60% do interior. 92 Questão 2: Atividade da empresa (CNAE95) Questão 4: Principais produtos fabricados O perfil de atividades das empresas que responderam à pesquisa é diferente do perfil geral da indústria química paulista fornecido pelo Conselho Regional de Química – 4ª Região e apresentado na Tabela 5.1. Entretanto, como seria de esperar, pelo fato da amostra ser de pequenas empresas, é bastante semelhante ao perfil obtido na Pesquisa de Atividade Econômica Paulista (PAEP) para indústrias químicas de pequeno porte apresentado na Tabela 2.1. As atividades que se destacaram foram a produção de Sabões & Detergentes, Cosméticos e Tintas & Vernizes e os produtos responsáveis pelas maiores parcelas de faturamento foram especificados genericamente como detergentes, xampus e tintas, respectivamente, para cada uma das atividades. Na Figura 6.1 é apresentado o percentual de empresas pesquisadas por área de atividade. Figura 6.1. Percentual de empresas por área de atividade na indústria química 50 45 45 40 37,5 35 30 25 20 15 10 10 7,5 5 0 Outros Sabões e Detergentes Cosméticos Tintas e Vernizes 93 Questão 3: Faturamento anual da empresa O Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte classifica as empresas em micro, com um faturamento anual inferior a R$ 240.000, e pequenas, com um faturamento anual entre R$ 240.000 e R$ 1.200.000. Com base nessa classificação, somente 41% das empresa que responderam à pesquisa são micro ou pequenas empresas embora essas empresas sejam as mais numerosas no Estado e devessem ser as mais numerosas na amostra da pesquisa. Na Figura 6.2. é apresentado o percentual de empresas por porte com base no faturamento anual. Figura 6.2. Percentual de empresas por porte com base no faturamento anual. 70,0 59,0 60,0 50,0 40,0 30,0 25,6 20,0 15,4 10,0 0,0 Micro Pequena Média 94 Questão 5: Número de funcionários (inclui a direção da empresa) O número de funcionários de uma empresa, da mesma forma que seu faturamento, pode ser utilizado para classificá-la quanto ao porte. Entretanto, utilizando esse parâmetro temos resultados muito diferentes dos que obtivemos na questão anterior e as micro e pequenas empresas, que eram minoria em nossa amostra, passam a ser maioria. O valor médio encontrado de faturamento por funcionário na amostra foi de R$ 118.000. Na Figura 6.3. é apresentado o percentual de empresas por porte com base no número de funcionários. Figura 6.3. Percentual de empresas por porte com base no número de funcionários 60,0 50,0 48,7 46,2 40,0 30,0 20,0 10,0 5,1 0,0 Micro Pequena Média 95 Questão 6: Ano de fundação da empresa As empresas que fazem parte da amostra são maduras com uma média de idade de nove anos e todas com mais de três anos de existência. Considerando os elevados índices de mortalidade de pequenas empresas apresentados no Capítulo 1, essas empresas são “sobreviventes” e já passaram pela fase mais crítica de mortalidade. Na Figura 6.4. é apresentado o percentual de empresas por grupo de idade. Figura 6.4. Percentual de empresas por grupo de idades 30,0 25,6 25,0 23,1 20,0 17,9 17,9 15,4 15,0 10,0 5,0 0,0 0-5 anos 6-10 anos 11-15 anos 16-20 anos >20 anos 96 6.1.2. Principal Executivo Questão 7: Formação do Principal Executivo A Figura 6.5 mostra o percentual de executivos segundo sua escolaridade. A maior parte dos executivos das empresas pesquisadas tem formação superior (66%). A parcela dos executivos que tem o curso superior incompleto (10%) é igual à dos que tem segundo grau completo (10%). Somente 2% dos executivos tem apenas o primeiro grau, sendo que 12% dos executivos não informou sua formação. Um número elevado de executivos (29%) tem formação superior na área química. É importante lembrar que como as empresas pesquisadas estavam com a situação regularizada no Conselho Regional de Química (CRQ) todas elas deveriam ter pelo menos um químico no seu quadro de funcionários. É possível o conjunto das empresas que não esteja em situação regular com o CRQ tem um número menor de químicos. Figura 6.5. Percentual dos executivos segundo a escolaridade 70,0 60,0 27,8 50,0 40,0 30,0 20,0 38,9 2,8 10,0 2,8 8,3 11,1 5,6 2,8 2º Grau Graduação Incompleta 0,0 1º Grau Curso Regular Outros Química Graduação Pós-Graduação 97 Questão 8: Administração do tempo pelo principal executivo Na análise da administração do tempo pelo executivo foram calculados dois valores para cada atividade. O primeiro valor é a percentagem do tempo do executivo gasto com essa atividade. O segundo valor é o percentual de executivos que citaram a atividade e é uma maneira de verificar quais são as atividades consideradas mais importantes pelos executivos ainda que eles não tenham o tempo necessário para executá-la. Podemos verificar da Figura 6.6 que a maior parte do tempo dos executivos é dedicada ao contato com clientes (19,1%). Num segundo patamar, estão os aspectos ligados à produção/tecnologia, respectivamente, 15 e 12,7%, planejamento (14,2%) e fornecedores (13,4%). Apesar dos executivos dedicarem parcelas de tempos diferentes para cada uma dessas atividades, elas foram citadas um número de vezes muito próximo o que pode significar que os executivos dão a esse conjunto de atividades a mesma importância. Isso confirmaria a situação relatada na literatura de que o pequeno empresário tem que dividir-se entre um grande número de atividades todas do mesmo nível de prioridade. Figura 6.6. Alocação percentual do tempo dos executivos 100,0 94,4 94,4 88,9 90,0 88,9 86,1 80,6 80,6 80,0 66,7 70,0 61,1 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 19,1 15,0 14,2 13,4 12,7 8,3 10,0 8,0 5,5 3,7 0,0 Clientes Produção Planejamento Fornecedores Tecnologia Tempo Dedicado à Atividade (%) Contabilidade Funcionários Empresas que Citam a Atividade (%) Burocracia Manutenção 98 6.1.3. Recursos Humanos (inclui a direção da empresa) Questão 9: Escolaridade dos Funcionários Na Figura 6.7 podemos verificar que boa parte dos funcionários (44%) tem o segundo grau completo sendo que quase 9% são técnicos químicos. O bom número de graduados e de pós graduados não permite o raciocínio simplista de que a falta de preparo do pequeno empresário é o que faz com que ele não procure os serviços de informação. Figura 6.7. Percentual dos funcionários segundo a escolaridade 50,0 45,0 40,0 8,7 35,0 5,7 30,0 25,0 20,0 36,5 29,8 15,0 4,4 10,0 11,5 5,0 1,2 2,2 0,0 1º Grau 2º Grau Curso Regular Graduação Outros Química Pós-Graduação 99 Questão 10: Qualificação dos Funcionários A Figura 6.8 apresenta uma série de conhecimentos/atividades que seriam desejáveis num processo de transferência de tecnologia. Verificamos que 85,7% das empresas tem funcionários trabalhando em pesquisa e desenvolvimento e que 74,3% dos funcionários tem conhecimentos de inglês técnico. Os dois valores percentuais parecem um pouco acima da média usualmente verificada e podem ser atribuidos a uma amostragem reduzida do universo em estudo. Figura 6.8. Percentual dos funcionários segundo a qualificação 90,0 85,71 80,0 74,29 68,57 70,0 60,0 50,0 37,14 40,0 30,0 20,0 10,0 8,3 11,43 5,5 8,57 6,8 1,8 0,2 0,2 0,0 Conhecimentos Indispensáveis de Processos Atuando em P&D Conhecimento de Inglês Técnico Funcionários (%) Conhecimento de Espanhol Técnico Empresas que citaram (%) Conhecimento de Francês Técnico Conhecimento de Alemão Técnico 100 6.1.4. Informática Questão 11: Número de computadores (incluindo portáteis) Como podemos verificar da Figura 6.9, a maior parte das empresas tem computadores pessoais relativamente novos. Somente as empresas muito pequenas não utilizam o computador. 87,8% das empresas pesquisadas possuem pelo menos 1 computador sendo que a média é de 0,33 computadores por funcionário. Figura 6.9. Percentual do tipo de computador 84,7 12,3 3,1 Computadores Pentium Computadores 486 Outros Computadores 101 Questão 12: Principais aplicativos utilizados Na análise dos aplicativos utilizados foram calculados dois valores para cada aplicativos. O primeiro valor é a percentagem das empresas que citam o aplicativo. O segundo valor é o total das notas atribuidas a cada um dos aplicativos, ajustado em relação ao total obtido pelo aplicativo planilha de cálculo, que obteve maior pontuação e teve sua nota fixada em 100. Podemos verificar na Figura 6.10 que a pontuação atribuida aos aplicativos guarda uma certa relação com a citação dos mesmos. Os aplicativos mais utilizados, como seria de esperar, são a planilha eletrônica, o processador de texto e os navegadores de Internet. O aparecimento de bancos de dados em segundo lugar na lista surpreende um pouco por não ser um aplicativo de uso tão simples como os outros três. Figura 6.10. Aplicativo utilizado 120,0 100,0 96,7 100,0 88,3 78,4 78,4 87,5 80,8 78,4 80,0 74,2 70,3 73,3 67,5 64,9 62,2 59,5 56,860,0 59,5 56,8 60,0 50,8 35,133,3 40,0 20,0 Empresas que citam o Aplicativo (%) ec R de o tã es G Pontuação atribuida ao Aplicativo s os ro ut O um sH so ur ad gr te In as em st Si an tã es de os de le tro on eC to en am Pl an ej G od Pr rô et El io re or C A o ão uç co ni ad lid bi on C te nd ta C de to en im sa es oc Pr e es lie ex eT sd re do or ad eg av nt to et rn te In de es co an B N Pl an ilh as de de C D ál ad cu os lo 0,0 102 Questão 13:.Principais atividades realizadas na Internet Na análise das atividades foram calculados dois valores para cada atividade. O primeiro valor é a percentagem das empresas que citam a atividade. O segundo valor é o total das notas atribuidas a cada uma das atividades, ajustado em relação ao total obtido pela atividade correio eletrônico, que obteve maior pontuação e teve sua nota fixada em 100. Podemos verificar na Figura 6.11 que o pequeno empresário químico além de utilizar seu correio eletrônico, passa um bom tempo conectado na Internet fazendo pesquisas. A disponililidade de acesso fácil à Internet pode ser um dos motivos do esvaziamento dos serviços de informação tecnológica uma vez que se tornou fácil a realização de consultas. A possibilidade de encontrar soluções de forma simplificada em organizações assemelhadas deve ser considerada como uma ameça aos produtos rotineiros dos sistema de informação tecnológica. Por outro lado sabendo que uma grande quantidade de uso da internet é para pesquisas como identificado na Figura 6.11 uma recomendação para o serviço de informação tecnológica seria criar acessos online e padronizar soluções rotineiras. Figura 6.11. Atividades realizadas na Internet 120,0 100,0 100,0 91,2 94,1 94,1 89,2 87,7 80,0 73,5 55,4 60,0 55,9 40,8 40,0 38,2 25,4 20,0 0,0 Correio Eletrônico Pesquisas Técnicas Pesquisas Comerciais Empresas que citam a Atividade (%) Exposição de Produtos Vendas Pontuação atribuida à Atividade Outros 103 6.1.5. Qualidade Questão 14: Procedimentos documentados Questão 15: Procedimentos conhecidos e praticados Questão 16: Melhorias propostas são incorporadas Questão 17: Satisfação do cliente Questão 18: Lotes identificados Podemos verificar na Figura 6.12 que os princípios da qualidade estão razoavelmente disseminados na pequena indústria química. As soma das avaliações positivas (Concordo Fortemente e Concordo) somam em todos os casos mais de 80%. Figura 6.12. Situação de Programas de Qualidade 80 70 70 65 60 52,5 50 50 40 40 40 35 32,5 30 30 25 20 12,5 10 12,5 7,5 10 7,5 5 2,5 2,5 0 Os procedimentos da Os procedimentos são As melhorias propostas pelos empresa são documentados conhecidos e praticados por funcionários são incorporadas na forma de manuais, normas todos nos processos de produção e roteiros Concorda fortemente Concorda Neutro Discorda O grau de satisfação do cliente é avaliado periodicamente Discorda fortemente Os lotes de produção são identificados 104 6.1.6. Laboratório Questão 20 / 21:. Utilização do laboratório Podemos verificar a partir da Figura 6.13 que os laboratórios, apesar de serem utilizados principalmente para o controle de qualidade, são também utilizados bastante para o desenvolvimento de produtos. Esses desenvolvimentos não devem envolver operações sofisticadas em função do limitado aparelhamento dos laboratórios que verificamos na próxima questão. Figura 6.13. Utilização do laboratório 70 60 60 57,5 50 37,5 40 37,5 30 20 10 2,5 2,5 2,5 0 Concorda fortemente Concorda Controle de qualidade Neutro Desenvolvimento de produtos Discorda 105 Questão 22:.Número de Equipamentos de Laboratório. Verificamos a partir da Figura 6.14 que a maior parte das empresas tem seus laboratórios equipados com o mínimo necessário para as análises de rotina. Quaisquer análises mais complexas terão que ser feitas fora da empresa. O pequeno número de capelas é preocupante pois a sua ausência evidência um problema de saúde ocupacional. Figura 6.14. Número de equipamentos do laboratório 120 97,3 100 81,1 80 60 40 54,1 37,8 36 30 24,3 20 20 16,2 14 9 6 0 Balança Phmetro Capela Ocorrenc. Espectro-fotometro % que tem Colorímetro Cromatografo 106 6.1.7. Instalações Industriais Questão 23:.Idade média dos principais equipamentos A Figura 6.15 nos mostra que as instalações das empresas pesquisadas são relativamente novas, com menos de cinco anos de utilização. Considerando que a idade média das empresas pesquisadas é de 9 anos e que equipamentos industriais tem uma vida útil de pelo menos 20 anos, essas empresas devem ter feito investimentos em novos equipamentos recentemente para explicar uma baixa idade média dos mesmos. Essa questão será melhor abordada na questão 24. Figura 6.15. Idade média dos principais equipamentos 66,7 25,0 8,3 0 a 5 anos 6 a 10 anos 10 a 20 anos 107 Questão 24:.Origem dos principais equipamentos Tradicionalmente o pequeno empresário químico tem utilizado equipamentos usados para iniciar seus negócios. A resposta sobre a origem dos equipamentos, apresentada na Figura 6.16, eventualmente, aponta para uma mudança no comportamento dos empresários. Talvez uma das razões para poucas empresas solicitarem serviços de informação seja o fato de que 50% dos equipamentos são novos e nessa fase inicial a assistência técnica do fornecedor é suficiente para resolver os problemas. Figura 6.16. Origem dos principais equipamentos 47,5 30,0 12,5 10,0 Novos Novos na Maior Parte Usados na Maior Parte Usados 108 Questão 25: Flexibilidade das instalações de produção Questão 26: Utilização da flexibilidade de produção A partir da Figura 6.17 verificamos que a maior parte das empresas tem equipamento multi propósito que lhes dá grande flexibilidade de produção, e que as empresas fazem uso dessa flexibilidade . A possibilidade de industrialização de produtos para terceiros é devida a essa flexibilidade. Figura 6.17. Flexibilidade das instalações de produção 57,5 59,0 35 30,8 5 5,1 5,1 2,5 Concorda fortemente Concorda Flexibilidade de Produção Neutro Discorda Utiliza Flexibilidade de Produção Discorda fortemente 109 Questão 27: Tipo de controle de processo Questão 28: Número de malhas de controle A Figura 6.18 nos mostra que praticamente todo o controle da produção das pequenas empresas é feito manualmente. Isso além de evidenciar um atraso tecnológico implica em que não é recomendável a utilização dessas instalações para processos em que se corra o risco de perder o controle como, por exemplo, os processos altamente exotérmicos. Figura 6.18. Controle de processos 77,5 13,67 12,5 7,5 2,5 Manual 2,75 Pneumática % de empresas Eletrônica Nº de malhas Pneumática e Eletrônica 110 Questão 29: Número de reatores A Figura 6.19 nos mostra que a maior parte das empresas tem reatores de produção e também reatores piloto para desenvolvimentos. Seria interessante tentar descobrir como as empresas que não tem reatores viabilizam sua produção. Figura 6.19. Número de reatores 68 60 36 28 3,13 Reatores Encamisados c/ Agitador 4,18 2,14 Reatores c/ Agitador e sem Camisa % que tem Outros tipos de Reatores Nº de reatores 1,11 Reator Piloto 111 Questão 30:Produção de vapor Questão 31:Vazão de água de resfriamento Pelos valores observados na Figura 6.20 verificamos que são poucas as empresas que tem processos um pouco mais complexos que necessitem de aquecimento e/ou resfriamento. Essa constatação da utilização de processos simples, que já tinha sido feita no comentário sobre controle de processos, e confirmada pelas respostas dessas questões. Figura 6.20. Consumo de utilidades 45,00 21,95 14,63 1,68 Produção de Vapor (t/h) Vazão de Água de Resfriamento (m3/h) % que tem Quantidade 112 6.1.8. Tecnologia Questão 33: Tecnologia empregada em relação ao “mundial” Questão 34: Tecnologia empregada em relação aos concorrentes A soma dos resultados apresentados na Figura 6.21 dos empresários que se julgam atrasados em relação ao “estado da arte” é de quase 50% o que é preocupante. Quando se trata da tecnologia utilizada pelos concorrentes esse total tem uma queda significativa para cerca de 13%. Imaginamos que por boa parte das pequenas empresas atuarem em mercados dominados pelos fornecedores, os dados devem estar corretos exintindo uma certa homogenidade nas tecnologias utilizadas no país. Figura 6.21. Nível tecnológico 56,4 43,6 35,9 15,4 15,4 12,8 10,3 5,1 2,6 Muito atrasada 2,6 Atrasada Mesmo nível Mundial de ponta Adiantada Concorrência Muito adiantada Não sabe 113 Questão 35: Fatores motivadores de inovação Observando os resultados apresentados na Figura 6.22 verificamos que eles são bastante parecidos com os obtidos na pesquisa do PAEP (Figura 2.2) em que não havia nenhum fator que se destacasse como motivador da inovação tecnológica. Figura 6.22. Motivadores de inovação 120,0 100,0 100,0 94,9 100,0 87,2 84,5 84,5 76,9 80,0 83,1 80,3 79,6 76,9 74,4 69,2 69,2 58,5 60,0 59,0 59,0 56,3 53,8 51,4 40,0 20,0 2,6 3,5 s ro ut cê es ol bs O O nc ia es or rn Fo da ili ib ex Fl Total ec od Pr de a nç ra gu Se Citada (%) ed uç al ab Tr er M os ov N ão ho s do ca ut od Pr ov o ei M os A o çã ia pl m A os te m M bi er en ca du ro eP ad lid ua Q N to o çã du ro sP sto Cu do 0,0 114 Questão 36: Principais fontes de tecnologia Podemos verificar que fornecedores e clientes, ao lado de literatura técnica e catálogos são as grandes fontes de informação tecnológica para os pequenos empresários da área química. Num segundo patamar de utilização estão a Internet, congressos, feiras e consultores. Na Figura 6.23 são apresentados dois valores para cada fonte de informação tecnológica. O primeiro valor é o total das notas atribuidas a cada uma das fontes, ajustado em relação ao total obtido pela fonte fornecedores, que obteve maior pontuação e teve sua nota fixada em 100. O segundo valor corresponde ao percentual de empresários que citaram a fonte, independentemente de lhe terem atribuido, ou não, uma boa nota. Figura 6.23. Fontes de tecnologia 100 100 90 80,17 80 76,32 76,03 68,42 70 68,42 71,90 68,42 60,53 60,53 60 52,63 51,24 50,41 47,37 50 52,63 50,41 47,93 44,63 44,74 42,15 40,50 39,47 39,47 39,47 36,84 40 34,21 30,58 30 34,21 29,75 26,45 31,58 24,79 19,83 20 34,21 28,95 25,62 18,18 14,05 7,89 10 2,48 ia nc ce Li Total ajustada % citada s ro ut O id ad es SE do BR re AE sE st ra ng ei D Em ro es s ev p. .C Co on lig j. ad Co Li as ce nc nc or re ia do nt es re sN ac io na A is ss oc .C la ss e Pa te D nt isk es Te cn ol og ia rs Có pia ve ni U Pe sq u In s t. to re isa s s ira ul ss Fe ns Co os et Co ng re te In lo rn go s es tá ra nt Ca ie ra tu or ed te Li ec rn Fo Cl es 0 115 Questão 37: Tipo de relacionamento com universidades Na elaboração dessa questão foi usado como base a tipologia de BONACCORSI, PICCALUGA 1994 para o relacionamento entre empresa e universidade. Os resultados apresentados na Figura 6.24 fazem supor um relacionamento mais forte do que o que realmente verificamos existir quando da complementação da pesquisa utilizando contato telefônico com os empresários. Os relacionamentos são classificados numa escala que começa no relacionamento informal, passa pelo relacionamento formal na forma de cursos ou estágios, e evolui para convênios formais com objetivos definidos. Um estágio intermediário que o autor também inclui é o relacionamento por meio de associações de classe ou institutos de pesquisa. Figura 6.24. Relacionamento com universidades 100 90 100 89,74 86,67 80,00 80 74,36 70 66,67 60,00 60 48,72 50 40 30 20 10 0 Rel Informal Rel Formal Rel Terceiros Total ajustada % citada Proj Formal 116 Questão 38: Desenvolvimento de projetos em conjunto com outras empresas Questão 39: Resultados do projeto Somente 34% das empresas informaram ter desenvolvido um projeto com parceiros. Em todos os casos havia a relação de cliente / fornecedor e foi desenvolvido um novo produto. Não foram fornecidos detalhes sobre os novos produtos. 6.2. Estudo de Caso com Empresas No início de 1997 foi feita uma parceria entre o Programa de Apoio Integrado a Setores Empresariais (PAISE) do SEBRAE-SP, o Sindicato das Indústrias Químicas do Estado de São Paulo (SINPROQUIM) e a Associação Industrial de Jandira (ASSIJA) para a viabilização do Projeto Piloto do Setor Químico Paulista. O objetivo do Projeto, que se estendeu de março de 1997 a fevereiro de 1998, era descentralizar e ampliar o apoio do SEBRAE-SP às micro e pequenas empresas químicas paulistas por meio de parcerias com sindicatos, associações de empresas e instituições de ensino e pesquisa incentivandoos a desenvolver atividades de interesse das pequenas empresas. Um dos produtos resultantes do Projeto foi a elaboração e validação de uma metodologia de diagnóstico de pequenas empresas, que se fosse adequada serviria de modelo para outros projetos desse mesmo estilo em outras cidades. O Projeto começou com a participação de 16 indústrias químicas da Cidade da Jandira, na região da Grande São Paulo, e ao longo do tempo três indústrias abandonaram o Projeto. Ao elaborarmos um estudo de caso com essas empresas, levamos em conta a recomendação de YIN (2003) que sugere que se siga uma lógica de “replicação” estudando múltiplos casos. Por esse motivo, foram selecionadas as duas empresas que, pelo diagnóstico desenvolvido, se classificaram em quinto e sexto lugar entre as 13 finalistas. Ao analisarmos a Tabela 6.1 verificamos que o estudo de caso das empresas Jaltex e Phanter, que foram identificadas na tabela como A e B, pode ser considerado como um experimento em “duplicata”, em função das características muito próximas entre elas. 117 Tabela 6.1 Diagnóstico das Empresas do Projeto Piloto do Setor Químico Paulista 118 6.2.1. Jaltex Química Indústria e Comércio Ltda A Jaltex Química Indústria e Comércio Ltda. é uma empresa nacional, fundada em 1984, instalada no Centro Industrial de Jandira/SP. A empresa tem 20 funcionários e um faturamento anual de R$ 3.000.000. O químico Industrial Superior João Pereira Dias, após anos de trabalho na indústria de galvanoplastia fundou a Jaltex Química Indústria e Comércio Ltda. no início de 1984. A empresa iniciou suas atividades focada no mercado de tratamento de superfícies metálicas, para o qual comercializava ácidos e hidróxido de sódio. A Jaltex, desde o início de suas atividades, também produziu aditivos para banhos de galvanoplastia tais como inibidores, tensoativos, além de especialidades químicas. A Jaltex tem clientes nos ramos de anodização, pré-pintura, galvanização, zincagem, metalurgia e trefilação, entre outros e oferece, como um diferencial, uma assistência técnica personalizada. Para o desenvolvimento de produtos e assistência técnica é utilizado o laboratório próprio ou são feitas parcerias com pesquisadores externos. O químico João Dias destaca como um dos maiores sucessos da Jaltex o desenvolvimento do sulfato de estanho em pó que é produzido no país por apenas outra empresa, controlada por uma multinacional. Até a introdução no mercado do sulfato de estanho, era utilizado o sulfato de cobalto. O sucesso comercial do sulfato de estanho não se deveu apenas ao desenvolvimento do processo de produção mas, também, a um trabalho de assistência técnica junto ao cliente. Além de mostrar ao cliente a superioridade do sal de estanho, foi necessário orientá-lo numa série de modificações em seu processo, necessárias para trabalhar com a nova matéria prima. Esse trabalho junto ao cliente não foi feito pelo concorrente o que garantiu um destaque à Jaltex. O mercado de galvanoplastia é extremamente dinâmico e obriga as empresas, como a Jaltex, que atuam nesse segmento, a constantemente desenvolverem novos produtos. Em função de sua atuação na área administrativa da empresa sobrava pouco tempo para químico João Dias dedicar-se à 119 atividade técnica o que fez com que buscasse o apoio de algumas instituições sem muito sucesso. Há cerca de 6 anos a contadora Cristiane Dias, filha do químico João Dias, passou aos poucos a assumir as funções administrativas do pai. Atualmente, Cristane domina a área administrativa da empresa, tendo elaborado um planejamento estratégico bastante ambicioso de crescimento da empresa e liberado o químico João Dias para atuar na área de desenvolvimento. A introdução, em breve, no mercado de uma nova linha de produtos de massas para polimento é resultado dessa maior disponibilidade de tempo do químico João Dias. A exemplo do que aconteceu no caso do sulfato de estanho, a Jaltex pretende investir fortemente na orientação dos clientes na utilização da nova linha de produtos como forma de garantir um bom posicionamento no mercado antes que a concorrência copie seus produtos. O químico João Dias nunca se preocupou em patentear seus desenvolvimentos, entre os quais, produtos e processos para clientes específicos e aditivos que não agridem o meio ambiente. No seu entender, o patenteamente apenas facilitaria a cópia mais rápida de seus desenvolvimentos. A Jaltex já procurou o apoio de diversas intituições, tais como USP, FIESP e SEBRAE, para o desenvolvimento de novos produtos. Infelizmente a empresa nunca teve sucesso nessas tentativas. Numa universidade estadual o valor cobrado pelo apoio técnico era extremamente elevado o que impediu o progresso nos contatos. Em outra universidade estadual, a Jaltex foi atendida pelos integrantes da empresa júnior, que apesar de serem bons alunos, não tinham conhecimentos técnicos nem visão empresarial suficientes para ajudar a empresa. O Projeto Jandira, anteriormente mencionado, teve como maior benefício para a Jaltex o fato de conhecerem o engenheiro químico e consultor de negócios Paulo Kokot que ainda hoje presta serviços para a empresa. Do ponto de vista tecnológico, que era a maior necessidade da Jaltex, o Projeto não ajudou em nada. O químico João Dias acredita que projetos como o que está sendo desenvolvido pela Universidade de São Carlos junto com a Fundação Theodorato Souto, que busca associar pesquisadores universitários com profissionais com experiência no mercado, tem boas chances de atender às necessidade de tecnologia de pequenas empresas. Entretanto, nesse caso específico, a Jaltex tem poucas possibilidades de vir a ser beneficiada, pois um dos técnicos, com experiência no mercado, 120 que foi convidado foi o próprio João Dias, que não tem tempo nem interesse de divulgar seus conhecimentos para a concorrência. Para resolver esse impasse, o ideal seria que os profissionais com experiência, que fossem recrutados, estivessem aposentados de modo a evitar o conflito de interesses. O irônico da situação é que mesmo agora, dispondo de mais tempo para o desenvolvimento de produtos, o químico João Dias sente necessidade de um apoio técnico e descobre que entre os mais qualificados para prestar esse apoio está ele mesmo! A Jaltex planeja crescer atingindo o mercado externo e para isso precisará de algum tipo de apoio comercial. A Jaltex faz todos seus investimentos com capital próprio não recorrendo a bancos nem mesmo para o desconto de duplicatas em função dos elevados juros de mercado. É provável, entretanto, que para viabilizar os planos de crescimento da empresa ela tenha necessidade de uma alavancagem financeira. A preocupação da Jaltex com o atendimento rápido das necessidades dos clientes levou a empresa a manter uma frota própria para agilizar as entregas além de receber pedidos, solicitações de cotação e fazer assistência técnica através da Internet. 6.2.2. Phanter Oils Ltda A Phanter Oils Ltda. é uma empresa nacional, fundada em 1983, instalada no Centro Industrial de Jandira/SP. A empresa tem 13 funcionários e um faturamento anual de R$ 5.000.000. O engenheiro mecânico Karl Falk, após uma longa carreira internacional, veio para o Brasil dirigir as operações da empresa Sintex, fabricante de lubrificantes para a indústria têxtil. No ano de 1983, a matriz da Sintex decidiu focar seus investimentos no mercado asiático e retirar-se do Brasil. Ao engenheiro Falk coube a tarefa de encerrar as operações da Sintex no Brasil antes de ser relocado para a Ásia. Entretanto, durante o processo de fechamento da empresa, o engenheiro Falk recebeu solicitação de diversos clientes para que continuasse as operações. 121 Falk, percebendo a existência de um nicho de mercado, decidiu permanecer no Brasil após o fechamento da Sintex, e fundou a Phanter Oils Ltda., em 1983. A empresa começou a operar com um único produto, um lubrificante para a indústria têxtil. Em pouco tempo, em função da grande experiência na área de lubrificantes de seu proprietário, a Phanter desenvolveu novos produtos. Foram desenvolvidos, além de produtos para a indústria têxtil, aditivos para a fabricação de óleos lubrificantes e para a elaboração de fluidos solúveis lubrorefrigerantes e anti-corrosivos. A Phanter, em 1999, passou a importar com exclusividade os óleos sintéticos automotivos fabricados pela Schmierstoffraffinerie Salzbergen Gmbh. Esses lubrificantes de última geração são indicados para motores de alta performance, turbo aspirados, movidos a gasolina, álcool, gás natural e diesel. Os óleos da Schmierstoffraffinerie Salzbergen Gmbh são homologados, e tem seu uso recomendado, pelas maiores indústrias automobilísticas, entre as quais a BMW, a Volkswagen, a Audi e a Porsche. A Phanter Oils está instalada no Centro Industrial de Jandira/SP, em moderna planta industrial de 5.800m², sendo 2.000m² de área construída, contando com equipamentos para capacidade de produção equivalente a 300 toneladas de produtos por mês. Em função da capacidade instalada e da diversidade de equipamentos multi-propósito da Panther, a empresa possui uma linha de especialidades químicas, desenvolvida para os mais diversos segmentos, por especificações de seus clientes, atendendo empresas dos setores de construção civil, borracha, polietileno, compostos de PVC e outros polímeros plásticos. A Phanter Oils também industrializa produtos para terceiros em suas instalações. A Phanter, apesar de ter um laboratório limitado em termos de pessoal técnico e equipamento, mantem estreitas relações com fábricas e laboratórios do Brasil, EUA e Alemanha, além de outros países para comprovação ou extensão dos testes de aplicação de seus produtos. O químico da Phanter tem uma boa experiência no desenvolvimento de novos produtos. Entretanto, a falta de conhecimentos mais aprofundados faz com que, algumas vezes, esse desenvolvimento se faça em sucessivas etapas de tentativa e erro. A Phanter já teve um pesquisador com doutorado em seus 122 quadros, entretanto, os resultados obtidos não cobriam os custos de manter um profissional com um salário da ordem de 4.000 dólares mensais. O desenvolvimento de um lubrificante, para a extrusão de polipropileno, à base de óleo de mamona sulfonado é um exemplo de desenvolvimentos internos bem sucedidos. Entretanto, o mercado em que a Phanter atua é extremamente dinâmico e os concorrentes ou copiam ou procuram desenvolver produtos alternativos a preços mais baixos, obrigando a um contínuo esforço de desenvolvimento de novos produtos. A tecnologia utilizada no desenvolvimento de produtos na Phanter, não é uma tecnologia de ponta. Muitas vezes ela já se encontra disponível sob a forma de documentos de patente que precisam ser analisados para, a partir deles, desenvolver um processo. O engenheiro Falk se queixa dessa falta de apoio tecnológico por parte dos serviços de apoio às pequenas empresas. Nos institutos de pesquisa os custos são proibitivos e nas universidades a burocracia é muito grande, o desenvolvimento é lento e os resultados nem sempre são os esperados. Como alternativa, sempre aparecem pesquisadores “bem intencionados” dispostos a ajudar na pesquisa utilizando os equipamentos e reagentes da instituição pública e recebendo uma “ajuda de custo” “por fora”. O engenheiro Falk, embora não tenha recorrido a esses pesquisadores, vê a situação como uma consequência previsível das condições de trabalho dos pesquisadores. O engenheiro Falk acredita que a disponibilização de meios de acesso à tecnologia e ao mercado externo seriam as duas principais formas de ajudar as pequenas empresas. Iniciativas como as desenvolvidas pelo Projeto Jandira, anteriormente mencionado, que disponibilizava um consultor por um determinado número de horas para fazer um diagnóstico na empresa acabam tendo um impacto muito pequeno em empresas como a sua. O engenheiro Falk sugere como exemplo de suporte tecnológico um tipo de serviço existente na Alemanha e subsidiado pelas associações de indústrias. Esse serviço, que utiliza profissionais experientes, muitos dos quais aposentados, e dispõe de uma completa infraestrutura de laboratórios, orienta as indústrias no desenvolvimento de novos produtos e realiza as análises necessárias durante 123 o desenvolvimento. Uma vez concluído o desenvolvimento de um produto, esse serviço realiza os ensaios de certificação do produto e indica potenciais compradores. Dessa forma, o pequeno empresário não precisa investir pequenas fortunas na instalação de laboratórios próprios e tem apoio qualificado para o desenvolvimento, certificação e comercialização de novos produtos. O engenheiro Falk sugere a China como exemplo de agilidade na viabilização do comércio internacional. Ele cita contatos que teve com missões comerciais chinesas que em poucos dias disponibilizaram para a Phanter nomes e endereços de empresas chinesas que teriam interesse em comprar e/ou vender os produtos especificados. Além dessa lista, foi fornecida outra com produtos, que por similaridade, poderiam ser do interesse da Phanter produzir ou comprar, com os nomes das empresas interessadas. A Phanter exporta para o Mercosul. A empresa já exportou para a África e Oriente Médio mas teve grandes dificuldades em receber. A Phanter vem concentrando recursos, investimentos e tecnologia na produção e comercialização de óleos para ensimagem têxtil, óleos lubrificantes automotivos, óleos industriais, aditivos para formuladores de óleos de processo, produtos especiais para indústrias de plásticos, curtumes, cosméticos, eletroeletrônica, aceleradores de vulcanização para borrachas e desmoldantes para formas de concreto. O crescimento da Panther é a maior comprovação de sua aceitação pelos clientes. A Panther domina 80% do mercado, no seu segmento, atendendo, principalmente, empresas multinacionais e grandes empresas brasileiras que se dispõe a pagar um pouco mais por um produto com qualidade assegurada e com nota fiscal. O restante desse mercado é atendido por empresas multinacionais entre as quais se destaca a multinacional alemã Henkel. A sobrecarga tributária é apontada pelo engenheiro Falk como um dos principais motivos da baixa rentabilidade da empresa (3 a 5%) e falta de competitividade com empresas de menor porte que burlam o fisco. Devido à baixa rentabilidade e às elevadas taxas de juros do mercado financeiro a Phanter faz todos seus investimentos com capital próprio nunca tendo utilizado o desconto de duplicatas. 124 A Phanter tem condições, segundo o engenheiro Falk, de explorar diversas oportunidades de mercado aumentando, em pelo menos 5 vezes, sua produção que é, atualmente, de cerca de 120 toneladas por mês. Isso, entretanto, demandaria uma dedicação maior do mesmo aos negócios da empresa o que não é de seu interesse por ter 60 anos e desejar aproveitar melhor sua velhice. O engenheiro Falk não vê motivos para fazer a Phanter crescer uma vez que não tem para quem deixála pois seu filho mora na Alemanha e não tem intenção de vir para o Brasil administrar a empresa. Os motivos acima levaram o engenheiro a estudar, nos últimos tempos, algumas propostas de compra da Phanter (US$ 2,5 milhões). 6.2.3. Análise Comparativa As duas empresas estudadas, como já tinhamos ressaltado, tem bastantes pontos em comum que vão desde a localização no Centro Industrial de Jandira, a menos 1000 metros de distância uma da outra até seu tempo de vida. Essas empresas podem ser caracterizadas como “spill-over” de grandes empresas porisso a fonte original de tecnologia são os proprietários. Ambas têm experiências negativas com respeito a serviço de informação tecnológica, universidades e institutos de pesquisa. A avaliação dessas empresas é importante por serem ativas em termos tecnológicos. Tabela 6.2 Comparação da Jaltex com a Phanter Ano de fundação Número de empregados Faturamento anual Área de atuação Jaltex Phanter 1984 1983 20 13 3 milhões 5 milhões Produtos para tratamento de Galvanoplastia superfícies Fonte original de tecnologia Proprietário Proprietário Formação do Proprietário Químico Industrial Eng. Mecânico Interno Interno Desenvolvimento de tecnologia 125 Propriedade intelectual Não patenteia Utiliza patentes como fonte de informação tecnológica Proteção contra imitação Não patenteia Altos salários Proprietário é o único que Documentação dos detem o conhecimento procedimentos Industrialização para terceiros Sim Sim 6.3. Análise de resultados Primeira Hipótese A pesquisa através do envio de questionário teve um aproveitamento limitado dos dados obtidos em função da pequena taxa de resposta, que impede a utilização de ferramentas estatísticas para análise dos resultados. A pesquisa serviu, entretanto, para evidenciar o desconhecimento quase total dos serviços de informação por parte das empresas. As perguntas relativas a esses serviços foram praticamente todas deixadas em branco ou respondidas de forma equivocada. Duas empresas deram respostas mencionando a solução de problemas por pessoal interno. Outras duas mencionam o suporte de fornecedores para resolver problemas encontrados. E, finalmente, outras duas empresas mencionaram, acertadamente, consultas feitas ao IPT. Para ter certeza que o motivo da falta de respostas era a não utilização e/ou desconhecimento desses serviços, foi feita uma complementação da pesquisa utilizando o telefone. Foram contatadas por telefone 36 das empresas que responderam ao questionário e que puderam ser identificadas por terem fornecido nome ou endereço de correio eletrônico. Como esperado, com exceção das duas empresas que tinham tido um contato com o IPT, nenhuma empresa sabia do conhecimento desse tipo de serviço. Quando perguntadas sobre que fatores aumentariam a 126 utilização desse tipo de serviço todas destacaram uma maior divulgação, confirmando a Primeira Hipótese, do desconhecimento da existência dos serviços de informação. O desdobramento da Primeira Hipótese, de que a divulgação dos serviços não é feita de maneira adequada, acaba sendo uma consequência imediata da verificação da Primeira Hipótese. Entretanto, temos motivos para acreditar que essa má divulgação seja proposital como forma de evitar a sobrecarrega dos serviços de informação. Durante uma entrevista no INPI, obtivemos uma declaração de que se a demanda de serviços fosse maior do que a atual não haveria como atendêla. Essa situação, embora não explicitada tão abertamente pelos outros serviços de informação tecnológica, parece se aplicar a todos. A capacidade restrita de atendimento desses serviços pode ser verificada pela infra estrutura dos mesmos e pelo reduzido número de consultas atendidos pelos Núcleos Regionais da Rede de Informação Tecnológica (Tabela 4.3), frente ao público potencial. Diante desse público, até mesmo os 10.000 atendimentos feitos pelo SEBRAETEC nos últimos 10 anos parecem muito pouco. A situação faz lembrar uma campanha no início dos anos 90 quando o conhecido ator Lima Duarte fez a divulgação num comercial de televisão do recém criado Balcão SEBRAE onde o empreendedor e pequeno empresário teriam todos seus problemas resolvidos. A expectativa criada foi muito alta e não houve como atender a avalanche de pessoas buscando orientação. A maioria dos serviços de informação tecnológica não tem capacidade de auto sustentação dependendo de recursos de suas instituições mantenedoras, que com o passar dos anos, estão reduzindo esses recursos. Essa situação, retratada por SILVA (2002) é global e atinge até serviços de informação tecnológica que eram referências mundiais como o DTI e o INFOTEC. Para fazer frente a essa nova situação, e sobreviver, os serviços de informação estão diversificando sua atuação para atividades em áreas tais como a Gestão de Conhecimento (reutilização da informação e experiência para aumentar a velocidade da inovação e resposta a mudanças) e a Inteligência Competitiva (informação para a tomada de decisão com o objetivo de manter ou aumentar a competitividade) que, por serem novas e agregarem valor significativo à informação, são melhor remuneradas. 127 Trabalhando ainda sobre o desdobramento da Primeira Hipótese, de que a divulgação dos serviços não é feita de maneira adequada, nos perguntamos de que maneira pode ser classificado o caso do IPT. Esse Instituto, que é sinônimo de qualidade em serviços, firmou uma reputação no mercado de apresentar propostas de projetos com valores extremamente elevados para a realidade de uma pequena empresa. Seria essa fama um boato maldoso ou um intencional “marketing ao contrário” com o objetivo de reduzir a demanda de seus serviços mantendo o número de consultas dentro do limite de atendimento da instituição. A posição dos técnicos do IPT consultados a respeito da fama de “careiros” é de que ela não tem fundamento, e mesmo que tivesse, os projetos de pequenas empresas podem ser financiados através de linhas de crédito especiais. Os empresários consultados, entre os quais, um dos que respondeu ao questionário, afirmam o contrário. Segundo este empresário, ele recebeu uma proposta de levantamento inicial do problema de sua empresa no valor de R$ 7.000,00 e declinou da proposta por não ter dinheiro e imaginar que se o estudo inicial tinha esse valor, o projeto completo não sairia por menos de R$ 70.000,00. Por uma fração desse valor, o empresário acredita que poderia contratar os serviços “por fora” de alguns técnicos e professores universitários que prestam consultoria utilizando os recursos de suas instituições e cobrando valores acessíveis. Segunda Hipótese A Segunda Hipótese do trabalho, de que os pequenos empresários, utilizam fontes de informação tecnológicas alternativas em lugar dos serviços de informação pode ser verificada pelas respostas à questão de número 36 do questionário de pesquisa (Tabela 6.23). Podemos verificar que fornecedores e clientes, ao lado de literatura técnica e catálogos são as grandes fontes de informação tecnológica para os pequenos empresários da área química. Num segundo patamar de utilização estão a Internet, congressos, feiras e consultores. Na análise das respostas da questão 36 são apresentados dois valores para cada fonte de informação tecnológica. O primeiro valor é o total das notas atribuidas a cada uma das fontes, ajustado em relação ao total obtido pela fonte fornecedores, que obteve maior pontuação e teve sua 128 nota fixada em 100. O segundo valor corresponde ao percentual de empresários que citaram a fonte, independentemente de lhe terem atribuido, ou não, uma boa nota. A fonte de informação fornecedores obteve a maior nota é foi a fonte mais citada. O mesmo ocorreu, em ordem decrescente, com as fontes literatura, clientes e catálogos comprovando sua liderança como fontes de informação. É interessante verificar que existem fontes que apesar de bastante lembradas, talvez em função de algum condicionamento, não recebem notas equivalentes a esse “lembrança”. É curiosa a maneira como a cópia é tratada como fonte de informação. A cópia, apesar de bastante lembrada, no que poderia ser um “ato falho”, na hora de receber notas não se sai tão bem. A presença dos fornecedores como fonte de informação tecnológica é algo previsível, especialmente no caso de pequenas empresas atuando em segmentos “dominados pelos fornecedores” onde se enquadram uma boa parte das pequenas indústrias químicas atuando nos ramos de Sabões & Detergentes, Cosméticos e Tintas & Vernizes (BELL & PAVITT, 1993). O destaque dado aos concorrentes como fonte de informação tecnológica na Pesquisa da Atividade Econômica Paulista (PAEP) ( Figura 2.1) associado com o destaque dado à cópia como fonte de informação, pode indicar que a cópia tem um grande grupo de adeptos na pequena indústria química. Esse fato, entretanto, não configure automaticamente um caso de “pirataria” uma vez que essa cópia poderia estar sendo feita de concorrentes não diretos ou que não exista relacionamento entre as duas pesquisas. Ambas as empresas acompanhadas no estudo de caso desenvolvem seus próprios produtos e processos e tem grande preocupação com a perda de informações tecnológicas para a concorrência. Essa perda de informações é feita, não pelo roubo de formulas secretas ou algo parecido, mas sim pela contratação de profissionais que além do conhecimento explícito que levam da empresa na forma de literatura e anotações, também levam o conhecimento tácito. 129 A forma de evitar a pirataria varia entre as duas empresas. A Phanter paga salários acima de mercado para seu pessoal chave e afirma que seus empregados sabem que mesmo que conseguissem salários melhores em outras empresas, após poucos meses de trabalho, quando tivessem repassado todo o conhecimento de que dispõe, seriam descartados. A Jaltex, nunca patenteou algum desenvolvimento com medo de ser copiada. Na Jaltex todo o conhecimento tecnológico que é o diferencial da empresa no suporte aos seus clientes é detido por seu proprietário que conseguiu passar suas atribuições administrativas para a filha, mas que se resente da falta de um "herdeiro” para seus conhecimentos tecnológicos. A passagem dessa herança tecnológica é vital para os planos de crescimento da empresa e para sua sobrevivência após o afastamento do atual proprietário. A utilização de métodos não técnicos como os utilizados pelas duas empresas, como proteção contra imitações é apontado por BELL & PAVITT (1993) como uma das características de pequenas empresas atuando em mercados dominados por fornecedores. A condenação dos métodos piratas de obtenção de tecnologia, por parte destes empresários, não leva em conta que, de alguma maneira, estes também trouxeram para suas empresas conhecimentos adquiridos em outras empresas. O “spill over” apesar de, algumas vezes desmotivar o investimento da empresas em tecnologia, é uma das maiores fontes de informação tecnológica para as pequenas empresas (ACS, AUDRETSCH, FELDMAN 1994). Terceira Hipótese A Terceira Hipótese considera que os empresários já tiveram uma oportunidade de interagir com os serviços de informação tecnológica e, a partir de uma má experiência, deixaram de fazer uso desse serviços. Essa hipótese não se verificou verdadeira como justificativa para a pequena utilização dos servicos de informação uma vez que o número de empresários que alguma vez foram atendidos por serviços de informação é muito pequeno em relação ao universo de empresários que poderiam ser atendidos. Esse pequeno número de empresários atendidos pode ser verificado pelo pequeno número de empresários que na pesquisa, complementar ao questionário, por telefone afirmou conhecer e ter utilizado algum serviço de informação tecnológica. 130 Como outra maneira de verificar a Terceira Hipótese procuramos obter informações do grupo de 16 empresas do Projeto Piloto de Jandira. Verificamos que passados 7 anos os empresários se lembram do projeto mas, sem grande entusiasmo. A menção ao fato do autor ter participado do Projeto não foi um incentivo para o preenchimento dos questionários da pesquisa levados pessoalmente, nem abriu portas junto as empresas. Para algumas delas o Projeto deixou a desejar por se concentrar na área administrativa enquanto esse grupo, em particular, buscava apoio tecnológico. Conclui-se que, apesar do Projeto Jandira não ter sido um sucesso estrondoso, isso não gerou uma predisposição contra os serviços de informação embora possa ter deixado alguns empresários céticos quanto aos possíveis resultados de programas similares. O primeiro desdobramento da Terceira Hipótese de que os provedores de informação não conseguem entender as necessidades da indústria, verificou-se válido. Essa comprovação pode ser feita com base nas inúmeras autocríticas feitas por profissionais da área e após ouvir as queixas dos empresários. É bastante repetida a história de que em resposta a uma consulta um empresário recebeu um pacote de documentos de patente num idioma que não dominava. Ao tentar explicar que não era exatamente isso o que esperava receber o empresário foi informado secamente que a parte que cabia ao serviço de informações já tinha sido feita e que cabia agora a ele fazer a parte dele. Apesar da história em questão ter poucas chances de ser verídica, ela é emblemática pois da uma boa ideia da falta de sintonia entre provedores de informação e empresários. Essa falta de sintonia, certamente, faz com que o empresário além de não voltar a procurar serviços de informação, ainda espalhe esse tipo de histórias entre os conhecidos. O segundo desdobramento da Terceira Hipótese de que falta qualificação técnica às indústrias para explicitar suas necessidades de informação. Não parece ser o caso da indústria química que conforme verificamos na pesquisa e no estudo de casos tem uma qualificação média dos profissionais bastante razoável. Histórias folclóricas como a do empresário que procura uma “química” para aumentar a vida de prateleira de sua pizza congelada, que é fornecida para o mercadinho do bairro, que descobre que não tem necessidade de “química” e sim de higiene no manuseio dos alimentos, tem menores chances de ocorrer em indústrias químicas. A própria exigência do Conselho Regional de Química da existência de um químico responsável na indústria é 131 uma garantia da presença de profissionais qualificados na empresa. A existência de profissionais responsáveis por uma empresa que raramente a visitam, comum em algumas profissões, não é tão comum assim na indústria química em função da necessidade de um profissional acompanhando o dia a dia da empresa. Normalmente, o químico sabe exatamente o que perguntar mas não encontra quem lhe possa dar a resposta procurada. O proprietário da Phanter conta o caso do desenvolvimento de um produto em que foi necessário passar quase que um mês num processo de tentativa e erro para encontrar as concentrações mas adequadas dos reagentes para a melhor conversão das matérias primas. O processo em questão estava sendo desenvolvido a partir de informações disponíveis em documento de patente não registrado no Brasil. As empresas multinacionais fornecedoras das matérias primas diziam não conhecer o processo e os pesquisadores de instituições de pesquisa e/ou ensino também não. A falta de incentivo para profissionais qualificados darem suporte aos serviços de informação é o terceiro desdobramento da Terceira Hipótese que pode ser verificado na pesquisa, no estudo de casos e em conversas com profissionais. Não identificamos uma maneira, em nossa pesquisa, de verificar a validade do quarto desdobramento da Terceira Hipótese de que os receptores da informação não conseguem decodificá-la fazendo com que esta passe a fazer parte do acervo de conhecimentos da empresa. Imaginávamos ao elaborar a pesquisa que nos casos de insucesso de transferência de tecnologia esse seria um dos motivos mais citados, mas não tivemos notícia de nenhum caso em que esse fosse o fator decisivo. A situação de falta de informações não nos permite aceitar nem refutar esse desdobramento da Terceira Hipótese. No caso da Phanter, a empresa acabou descobrindo por conta própria a concentração dos reagentes. O processo de descoberta desses parâmetros de produção deve ter se incorporado ao acervo de conhecimentos da empresa e será útil num próximo desenvolvimento. Entretanto, é certo que um melhor embasamento teórico não apenas agilizaria essa pesquisa como também, no caso da 132 informação ter sido obtida externamente, facilitaria sua absorção por se encaixar num modelo mental já estruturado. A Phanter utiliza a documentação dos procedimentos internos como objetivo de capturar o capturar o conhecimento da empresa e explicitá-lo na forma de manuais reduzindo a vulnerabilidade da empresa a posíveis “roubos” de profissionais. A questão 36 do questionário foi elaborada com o objetivo de obter maiores informações sobre o relacionamento universidade-empresa. Observamos que cerca de 30% da empresas tinha algum relacionamento com a universidade embora ele se concentrasse nas formas de consultoria informal ou de relacionamentos através de vículos formais como estágios ou cursos de pós-graduação. Os relacionamentos na forma de convênios formais com objetivos definidos tais como projetos de pesquisa e treinamento foram poucos. O relacionamento através de terceiros tais como associações ou institutos de pesquisa foi muito pequeno. Não foi possível identificar se isso ocorre por uma falha, ou falta de interesse, dessas instituições em intermediar esse relacionamento ou se parte dos proprios empresários a busca do contato direto com a universidade. A informação obtida do estudo de caso é que são poucos os pesquisadores dispostos a darem apoio às empresas sem receberem uma remuneração por suas atividades, como no caso do DiskTecnologia. Essa remuneração, que no entender dos empresários é justa, acaba sendo paga “por fora” devido à burocracia da universidade, a necessidade de um suporte pontual que não justificaria o estabelecimento de convênios formais e a necessidade de respostas rápidas. Os pesquisadores da universidades e institutos de pesquisa não podem arcar com toda a culpa por essa situação que é antes de tudo estrutural. Apesar de terem uma carga reduzida de aulas, os professores são cobrados por produtividade científica. Isto é, a publicação de artigos técnicos em publicações especializadas. Este é o mais importante parâmetro na avaliação não só dos profissionais quanto das instituições em que atuam. Em função disso alguns departamentos de grandes universidades estaduais tem verbas para pagarem “prêmios” aos professores que publicam. Esses valores chegam a R$ 2.000 por trabalho publicado em periódico nacional e até o dobro para 133 periódicos estrangeiros. Um pesquisador com boa produtividade, que publique um trabalho por mês, além do “prêmios” por publicações se qualifica a receber bolsas de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) que engorda um pouco mais seus rendimentos com cerca de R$ 1.000 por mês. Pesquisadores “produtivos” também recebem benefícios indiretos tais como pagamento de viagens para congressos nacionais e internacionais e aquisição de equipamentos para laboratórios. A Quarta Hipótese de que “uma série de condicionantes estabelecem uma trajetória tecnológica que passa ao largo da consulta de informação” se verificou parcialmente nas empresas analisadas no estudo de caso. O conceito de “trajetória tecnológica” foi estabelecido por DOSI (1982) e explicado em palavras simples pelo próprio autor significaria seguir uma linha de raciocínio ou de ação que seria “o normal a fazer”. No caso, para algumas empresas, que estariam seguindo uma “trajetória tecnológica” a utilização de serviços de informação não seria algo “normal” a fazer. O empreendedor ou pequeno empresário que procure informações sobre como implantar uma pequena indústria química tem acesso a quantidade abundante de informações disponíveis tanto da rede de suporte ao pequeno empresário, da qual o SEBRAE é o representante mais conhecido, quanto de fornecedores de matéria prima e equipamentos. Esses novos empreendimentos na indústria química, geralmente são nas áreas de Sabões & Detergentes, Cosméticos e Tintas & Vernizes. A motivação do empresário, quando não é da área química, é a visualização de oportunidades de negócio, reais ou imaginárias. As empresas da área de matérias primas para essas pequenas indústrias tem dificuldades de se estabelecer se não derem suporte técnico aos seus clientes e fornecerem “receitas” para os diversos produtos utilizando suas matérias primas. As pequenas empresas criadas dessa maneira que conseguiram sobreviver e crescer, aos poucos começam a desenvolver suas próprias formulações, entretanto, mantem a dependência dos fornecedores de matérias primas como provedores de informações. Para essa empresas, que formam uma parcela significativa do universo de pequenas empresas, faz pouco sentido entrar em contato com serviços de informações tecnológicas quando elas tem o suporte que precisam de seus 134 fornecedores. Essas empresas utilizam os serviços de apoio a pequenas empresas, principalmente, para suporte nas áreas administrativas. As empresas que tem necessidade de informações tecnológicas tem uma gênese diferente da descrita anteriormente. Essas empresas são criadas por profissionais da área química que trazem conhecimentos de sua vida acadêmica, ou com maior frequência, de outras empresas em que trabalharam anteriormente. Para esses empresários a informação tecnológica tem fundamental importância por ser a base sobre a qual vão competir com seus antigos empregadores. O desafio é produzir produtos com características tão boas quanto os produtos “copiados” mas com preços menores em função de uma estrutura empresarial mais enxuta. Uma dificuldade, relatada nos dois estudos de caso, é a obtenção de pequenas quantidades de matérias primas a preços que permitam que seu produto final seja competitivos. Porém como verificado em estudos de caso e na pesquisa o sistema de informação tecnológica estão aquem das necessidades dessas empresas. Provavelmente o serviço de origem, qual seja a de serem concebidos dentro de uma proposta de “science-push”. A concepção de um sistema ofertista que está por trás desse modelo pode ser razoavelmente eficaz para grandes empresas que possuem unidades de pesquisa e desenvolvimento, mas não para aquelas como as que foram objeto deste trabalho. É possível fazer uma analogia entre a empresa que precisa de informação tecnológica e a empresa que precisa de dinheiro no sistema bancário. Quem tem dinheiro consegue dinheiro, quem não tem não consegue. No caso da informação também são as empresas que produzem muito conhecimento através das suas atividades de pesquisa e desenvolvimento as que estão aptas de se beneficiar do sistema de informação criados desde a década de 80. 135 7. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS As pequenas empresas desempenham um importante papel na economia nacional pelo seu potencial de gerador de empregos e inovações. Como forma de dar suporte as pequenas empresas já foram criados diversos programas, em geral voltados para a parte administrativa da pequena empresa. O potencial de inovação da pequena empresa é geralmente esquecido. Na década de 80, com recursos do PADCT e coordenada pelo IBICT, foi criada uma Rede de Núcleos de Informação Tecnológica que tinha como objetivo fazer a ligação entre os detentores da tecnologia, que seriam as universidades e institutos de pesquisa, entre outros, com os pequenos empresários. A Rede no início contava com 17 núcleos, que numa segunda fase, a partir de 1993, foram ampliados para 20, sendo seis Núcleos regionais e 14 Núcleos especializados. Paralelamente à estruturação dessa rede de núcleos, e a ela interligada, foi criada a Rede Antares reunindo mais de 200 Serviços de Informação em Ciência e Tecnologia. Com o passar do tempo a Rede de Núcleos foi se desestruturando. Alguns Núcleos foram extintos for falta de demanda da pequena empresa, enquanto outros, aos poucos tem mudado sua atividade principal para áreas como qualidade, inteligência competitiva e gestão do conhecimento. O trabalho de tese procurou verificar os motivos da falta de demanda aos serviços de informação tecnológica. Verificou-se que o desconhecimento da existência desses serviços por parte do pequeno empresário é a maior causa da pequena demanda. Por outro lado, também verificamos que, se a demanda aumentasse, por pouco que fosse, a maior parte dos serviços de informação não teria como atendê-la. Em função do exposto e com base nas informações obtidas no trabalho de tese propomos a possibilidade de se pensar em novas estruturas para os serviços de informação tecnológica com um maior suporte da iniciativa privada na forma de associações de empresas. As associações de empresas químicas são formadas por umas poucas centenas de empresas de grande porte que movimentam a maior parte do mercado químico nacional. A presença de pequenas empresas nas associações é bastante reduzida uma vez que elas tem uma atuação bastante tímida em relação as essas empresas. 136 A falta de sintonia dessas associações com as pequenas.empresas vai desde o estabelecimento de anuidades proibitivas à participação de pequenas empresas até a negociação de pisos salariais e programas de metas ambientais totalmente fora da realidade das pequenas empresas. Uma associação de empresas que estabeleceu condições especiais para a participação de pequenas empresas enfrentou uma revolta interna das grandes empresas que temiam que um grande número de pequenas empresas se associasse e juntas “tomassem o poder” o que levou a não divulgação das condições especias de associação para as pequenas empresas. Passados alguns anos do ocorrido, a participação das pequenas empresas na associação em questão continua bastante reduzida. Embora seja questionável o interesse das pequenas empresas, se soubessem das condições especiais de associação, de participar de uma entidade em que são tão “bem vistas”. Numa época em que a palavra de ordem é parceria, associações de empresas químicas poderiam desempenhar um papel de destaque na “inclusão tecnológica” das pequenas empresas. As grandes empresas químicas são as maiores fornecedoras de matérias primas para as pequenas. Dentro do espírito dos programas da industria química internacional que no programa Atuação Responsável de coloca como responsável pelos seus produtos desde o momento em que são concebidos, passando pelo uso, até a disposição final, seria coerente dar um suporte à utilização das matérias primas adquiridas por seus clientes. A criação de uma estrutura de suporte para a pequena indústria química com o apoio da grande indústria, a exemplo do caso alemão citado pelo engenheiro Falk não seria difícil de concretizar fazendo uso de programas de incentivos e renúncias fiscais existentes. Boa parte do necessário já existe na forma de laboratórios equipados em institutos de pesquisa e profissionais qualificados em universidades e serviços de apoio a indústria. O desafio é fazê-los trabalhar de maneira coordenada pois cada instituição tem objetivos distintos e é avaliada de forma distinta, como já pudemos comentar no caso das universidades. Cabe, então, a pergunta se vale apena enfrentar o desafio ou, se não seria melhor, partir do zero e criar uma nova estrutura. 137 A estrutura proposta não precisaria ser, obrigatoriamente, deficitária. A maioria dos serviços de informação de todo o mundo estão profissionalizando suas administrações e buscando a auto sustentação. A prestação de serviços tecnológicos está se tornando um bom negócio. O Estudo da Oferta e da Demanda Nacional por Serviços Tecnológicos (TECPAR/CNI) ressalta que 50,2% das instituições que atuam no setor são empresas privadas o que “demonstra que a oferta de serviços tecnológicos é um mercado que se tem tornado atraente para a iniciativa privada, além desta possuir maior sintonia com a própria demanda” Uma queixa frequente dos empresários com respeito a soluções acadêmicas é que elas são muitas vezes “elegantes” mas desvinculadas da realidade do chão de fábrica e do mercado. Tendo em conta a importância da visão multidisciplinar, em lugar de super consultores com experiências poderia ser pensada uma solução em que a multidiciplinariedade não estivesse concentrada numa só pessoa mas num grupo delas cada uma com uma especialidade distinta. Profissionais aposentados com dezenas de anos de experiência prática tem sido empregados com sucesso em outros países na consultoria para pequenas empresas. No Brasil, a utilização desses profissionais, que não precisariam ter, obrigatoriamente, curso de graduação seria uma maneira de manter esses profissionais ativos numa ocupação de tempo parcial e complementaria suas aposentadorias. Dessa maneira uma quantidade imensa de conhecimentos adquiridos por esses profissionais, ao longo de toda a vida, deixaria de ser perdida para ser incorporada aos conhecimentos de outras empresas. O consultores “seniores” poderiam passar períodos prolongados de tempo dentro das empresas em consultorias que se estendessem por vários meses de modo que seu conhecimento pudesse ser transmitido da melhor maneira possível através de processos como o “aprendendo fazendo”, “aprendendo observando” e outros descritos nas disciplinas de gestão do conhecimento. O consultor “senior” poderia ser acompanhado, durante sua estadia nas empresas, de um consultor “júnior” para o qual funcionaria como “mentor” tendo a responsabilidade de repassar seus conhecimentos. 138 Concluindo, propomos o estudo da possibilidade de criação de serviços de apoio tecnológico da indústria para a indústria, que seriam operados por associações de indústrias. Esses serviços seriam auto suficientes financeiramente e teriam como missão o desenvolvimento tecnológico das empresas, e, em última instância do país. Na área de consultoria seriam privilegiados os aspectos de transferência do conhecimento utilizado o enorme potencial de contribuição de profissionais aposentados. O presente trabalho teve uma série de limitações dentre as quais partir do cadastro de empresas de uma agência reguladora da atividade profissional (CRQ-IV) que inclui apenas as empresas em situação regular. Embora, no universo de pequenas empresas químicas, esse viés introduzido não deva ser muito grande, a utilização desse cadastro foi em parte responsável pelo pequeno número de respostas obtidas, que é outra falha do trabalho. Ao concluirmos o trabalho verificamos diversas possibilidades de ampliação do mesmo, seja pela replicação em outros segmentos indústriais seja pelo estudo específico de casos de sucesso e insucesso na prestação de serviços de informação tecnológica. Uma linha de pesquisa que nos chamou a atenção por ser vivida pela empresa Jaltex, e no qual pretendemos nos aprofundar, é o tratamento da sucessão familiar na área tecnológica pelas empresas. 139 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS∗ ABIMAQ/SINDIMAQ. Pesquisa de Demanda por Informação Tecnológica do Setor Produtivo. Ciência da Informação, v.25, n.1, p.76-134, jan/abr 1996. ABIQUIM. A Indústria Química: Estatísticas. 2003. http://www.abiquim.org.br/aindu_estati.shtm. Acesso: 24 jun. 2003. 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Não é necessário selar. do Conselho Regional de Química – 4ª Região e da revista Se possível, solicitamos que o questionário seja res- Química Industrial. A pesquisa procura entender o porque pondido através da internet, o que nos ajudaria na tabulação da pequena penetração dos serviços de informação para a dos resultados. O endereço do questionário na Internet é indústria junto ao seu público alvo, que seriam as peque- http://quimica.cjb.net. Se conhecer algum pequeno ou médio empresário da nas e médias indústrias. O questionário é dirigido às indústrias químicas em indústria química, que não tenha recebido o questionário, so- função de sua importância econômica e da grande quanti- licitamos o favor de fornecer-lhe uma cópia do presente ques- dade de consultas técnicas feitas por esse segmento aos tionário ou indicar-lhe o endereço do questionário na Internet. serviços de informação existentes. A data final para recebimento dos questio-nários é 31 Solicitamos que o questionário seja respondido pelo de dezembro de 2002. Esperamos, com o nosso trabalho, principal executivo da empresa ou por alguém indicado por poder contribuir para o sucesso de atividade empresarial e ele. O tempo estimado para o preenchimento do questioná- para isso contamos com sua colaboração, respondendo ao rio é de cerca de 15 min. questionário. As informações fornecidas serão tratadas com Para receber uma cópia dos resultados da pequisa, confidencialidade e apresentadas de maneira agregada de indique no questionário, o e-mail para onde os resultados modo a impedir uma eventual identificação da empresa. As deverão ser enviados. conclusões da pesquisa serão apresentadas como forma Quaisquer dúvidas sobre o preenchimento do questi- de subsídio para o aperfeiçoamento dos serviços de infor- onário e eventuais sugestões e comentários sobre o traba- mação tecnológica brasileiros e, em especial, os voltados lho podem ser endereçadas para Ricardo Torres no e-mail para o atendimento da indústria química. [email protected] ou no telefone (0xx11)3742-3885. Questionário EMPRESA 1.CEP ( _____________ — _______ ) 2.Atividade da empresa (CNAE95) ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Fabricação de cloro e álcalis ) Fabricação de intermediários para fertilizantes ) Fabricação de fertilizantes fosfatados, nitrogenados e potássicos ) Fabricação de gases industriais ) Fabricação de outros produtos inorgânicos ) Fabricação de produtos petroquímicos básicos ) Fabricação de intermediários para resinas e fibras ) Fabricação de outros produtos químicos orgânicos ) Fabricação de resinas termoplásticas ) Fabricação de resinas termofixas ) Fabricação de elastômeros ) Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos contínuos artificiais ) Fabricação de fibras, fios, cabos e filamentos contínuos sintéticos ) Fabricação de produtos farmoquímicos ) Fabricação de medicamentos para uso humano ) Fabricação de medicamentos para uso veterinário ) Fabricação de materiais para usos médicos, hospitalares e odontológicos ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Fabricação de inseticidas ) Fabricação de fungicidas ) Fabricação de herbicidas ) Fabricação de outros defensivos agrícolas ) Fabricação de sabões, sabonetes e detergentes sintéticos ) Fabricação de produtos de limpeza e polimento ) Fabricação de artigos de perfumaria e cosméticos ) Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas ) Fabricação de tintas de impressão ) Fabricação de impermeabilizantes, solventes e produtos afins ) Fabricação de adesivos e selantes ) Fabricação de explosivos ) Fabricação de catalisadores ) Fabricação de aditivos de uso industrial ) Fabricação de chapas, filmes, papéis e outros materiais e produtos químicos para fotografia ( ) Fabricação de discos e fitas virgens ( ) Fabricação de outros produtos químicos não especificados ou não classificados 3.Faturamento anual da empresa R$ ( ________________ ) 4.Principais produtos fabricados e suas participações no faturamento da empresa Produto 1: ____________________________________________________ Participação do Produto 1 no faturam.(%): (_____) Produto 2: ____________________________________________________ Participação do Produto 2 no faturam.(%): (_____) Produto 3: ____________________________________________________ Participação do Produto 3 no faturam.(%): (_____) 5.Número de funcionários (incluir a direção da empresa) 6.Ano de fundação da empresa ) Consulta de informações técnicas ) Consulta de informações comerciais ) Exposição de produtos (Home Page) ) Vendas ) Comunicação com clientes e fornecedores (e-mail) ) Outras finalidades QUALIDADE ( _______ ) 7.Formação do Principal executivo _____________________________________________________________ 8.Indique que percentual do tempo do principal executivo é dispendido nas seguintes atividades. Considere os últimos 12 meses. ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ( ( ( ( ( ( ( ______ ) PRINCIPAL EXECUTIVO ( ( ( ( ( ( ( ( ( 13.Selecione as cinco principais atividades realizadas na Internet atribuindo notas de 1 (menos utilizada) a 5 (mais utilizada). Não dê nota se a atividade não é realizada: ) Lidando com funcionários ) Burocracia (manutenção de arquivos, preenchimento de formulários, etc) ) Vendas e Contato com clientes ) Produção ) Manutenção ) Compras e Contato fornecedores ) Contabilidade, Finanças e Contato com bancos ) Planejamento de mudanças e crescimento da empresa ) Tecnologia (desenvolvimento de produtos e processos) 14.Os procedimentos da empresa são documentados na forma de manuais, normas, roteiros, etc ( ) Concorda fortemente ( ) Discorda fortemente ( ) Concorda ( ) Neutro ( ) Discorda 15.Os procedimentos são conhecidos e praticados por todos ( ) Concorda fortemente ( ) Discorda fortemente ( ) Concorda ( ) Neutro ( ) Discorda 16.As melhorias propostas pelos funcionários são incorporadas nos processos de produção ( ) Concorda fortemente ( ) Discorda fortemente ( ) Concorda ( ) Neutro ( ) Discorda 17.O grau de satisfação do cliente é avaliado periodicamente ( ) Concorda fortemente ( ) Discorda fortemente ( ) Concorda ( ) Neutro ( ) Discorda ( ) Neutro ( ) Discorda 18.Os lotes de produção são identificados RECURSOS HUMANOS: (considerar a direção da empresa) ( ) Concorda fortemente ( ) Discorda fortemente 9.Número de funcionários cujo grau de instrução mais alto é: ( ( ( ( ( ( ( ( ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ) 1º grau completo ) Curso Técnico de Química ) Outros Cursos Técnicos ) 2º grau completo ) Graduação em Química e/ou Engenharia Química ) Outros cursos superiores ) Pós-graduação em Química e/ou Engenharia Química ) Outros cursos de pós-graduação 10.Número de funcionários: ( ___ ) Indispensáveis por serem os únicos a conhecer os processos de produção ( ___ ) Envolvidos em pesquisa e desenvolvimento ( ___ ) Com conhecimento de inglês técnico ( ___ ) Com conhecimento de espanhol técnico ( ___ ) Com conhecimento de frances técnico ( ___ ) Com conhecimento de alemão técnico ( ) Concorda LABORATÓRIO 19.O laboratório é usado para controle de qualidade ( ) Concorda fortemente ( ) Discorda fortemente ( ) Concorda ( ) Neutro ( ) Discorda 20.O laboratório é usado para desenvolvimento de novos produtos ( ) Concorda fortemente ( ) Discorda fortemente ( ) Concorda ( ) Neutro ( ) Discorda 21.Número de: ( ( ( ( ( ( ___ ___ ___ ___ ___ ___ ) pHmetros ) Cromatógrafos ) Espectrofotômetros ) Colorímetros ) Balanças ) Capelas INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS INFORMÁTICA 11.Número de computadores (incluir portáteis) ( ___ ) Microcomputadores Pentium ( ___ ) Microcomputadores 486 e anteriores ( ___ ) Outros 12.Selecione os cinco principais aplicativos utilizados atribuindo notas de 1 (menos utilizado) a 5 (mais utilizado). Não dê nota se o aplicativo não é utilizado: ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Planilhas eletrônicas ) Processadores de texto ) Bancos de Dados ) Navegadores de Internet ) Programas de e-mail ) Programas de Contabilidade ) Programas de Planejamento e Controle da Produção ) Programas de RH e Folha de Pagamento ) Sistemas Integrados de Gestão (ERP) ) Atendimento / Cadastro de Clientes ) Outros programas 22.Idade média dos principais equipamentos (anos) ( _____ ) 23.Os principais equipamentos foram comprados ( ) Novos ( ) Usados ( ) Novos na maior parte ( ) Usados na maior parte 24.Instalações permitem a produção de diversos produtos nos mesmos equipamentos ( ) Concorda fortemente ( ) Discorda fortemente ( ) Concorda ( ) Neutro ( ) Discorda ( ) Neutro ( ) Discorda 25.Essa flexibilidade de produção é utilizada ( ) Concorda fortemente ( ) Discorda fortemente ( ) Concorda 26.O controle de processo é feito de forma ( ) Manual ( ) Pneumática ( ) Eletrônica 27.Número de malhas de controle ( ___ ) Pneumático ( ____ ) Eletrônico ( ) Pneumática e Eletrônica 28.Número de reatores ( ( ( ( ___ ___ ___ ___ 37.A empresa já desenvolveu projetos em conjunto com outras empresas? ) Com camisas de aquecimento e/ou resfriamento e agitadores ) Com agitadores e sem camisa ) Piloto para desenvolvimento de novos produtos ) Outros tipos de reatores 29.Produção de vapor (ton/h) ( _____ ) ( _____ ) 31.Existe um programa de manutenção preventiva das instalações ( ) Concorda ( ) Neutro ( ) Discorda TECNOLOGIA 32.Como a empresa se situa em relação à tecnologia de ponta mundial do seu setor ( ) Está muito atrasada ( ) Não sei ( ) Está atrasada ( ) Está no mesmo nível 33.Como a empresa se situa em relação à tecnologia utilizada pelos concorrentes ( ) Está muito atrasada ( ) Está adiantada ( ) Está atrasada ( ) Está muito adiantada ( ) Está no mesmo nível ( ) Não sei 34.Selecione as cinco principais fatores motivadores de inovação tecnológica dentro da empresa, atribuindo notas de 1 (menos importante) a 5 (mais importante): ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Substitução de produtos em processo de obsolescência ) Ampliação da linha de produtos ) Manutenção e/ou ampliação de participação no mercado ) Fornecedores ) Criação de novos mercados ) Aumento de flexibilidade de produção ) Redução dos custos de produção ) Preservação do meio ambiente ) Melhoria da qualidade do produto ) Melhoria das condições e segurança do trabalho ) Outros. Cite _________________________________ 35.Selecione as cinco principais fontes de tecnologia, atribuindo notas de 1 (menos importante) a 5 (mais importante): ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) Sim. Cite _____________________________________ 38.Quais foram os resultados desse(s) projeto(s) conjunto(s)? _____________________________________________________________ 39.Último atendimento em Serviço de Informação Tecnológica 30.Vazão de água de resfriamento (m3/h) ( ) Concorda fortemente ( ) Discorda fortemente ( ) Não ) Licenciadores nacionais de tecnologia ) Licenciadores estrangeiros de tecnologia ) Clientes ) Fornecedores ) Cópia de concorrentes ) Desenvolvimento conjunto com concorrentes ) Empresas coligadas ) Consultores independentes ) Congressos ) Feiras ) Literatura Especializada ) Internet ) Catálogos Técnicos ) Universidades ) Institutos de Pesquisa ) Associações de Classe ) Patentes (sem pagamento de licenças) ) SEBRAE ) Disk-Tecnologia ) Outros. Cite _________________________________ 36.Se a empresa mantém algum relacionamento com universidades, selecione o tipo de contato, atribuindo notas de 1 (menos importante) a 4 (mais importante). Não dê nota se o tipo de contado não é praticado: ( ) Relacionamento informal com acadêmicos (consultoria paga ou não, troca de informações, etc.) ( ) Relacionamento com acadêmicos através de vínculos formais com a universidade (estágios, pós-graduação, etc.) ( ) Relacionamento com a universidade através de terceiros (associações de classe, institutos de pesquisa, etc.) ( ) Convênios formais com objetivos definidos (pesquisa contratada, treinamento de funcionários, etc.) a.Qual o cargo na empresa da pessoa que identificou o problema? _____________________________________________________________ b. Qual era o problema? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ c.Serviço de Informação procurado: _____________________________________________________________ d.Mês/Ano ( ______ / _____ ) e.Tempo de resposta (dias) ( _____ ) f.Tempo de resposta: ( ) Muito rápido ( ) Rápido ( ) Médio ( ) Muito demorado ( ) Demorado g.Tipo de resposta: ( ) Orientação verbal ( ) Orientação escrita ( ) Relatório ( ) Projeto de pesquisa ( ) Outra. Cite __________________________________ h.A resposta atendeu às necessidades da empresa e foi implementada ( ) Concorda fortemente ( ) Concorda ( ) Neutro ( ) Discorda ( ) Discorda fortemente 40.Penúltimo atendimento em Serviço de Informação Tecnológica a.Qual o cargo na empresa da pessoa que identificou o problema? _____________________________________________________________ b. Qual era o problema? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ c.Serviço de Informação procurado: _____________________________________________________________ d.Mês/Ano ( ______ / _____ ) e.Tempo de resposta (dias) ( _____ ) f.Tempo de resposta: ( ) Muito rápido ( ) Rápido ( ) Médio ( ) Muito demorado ( ) Demorado g.Tipo de resposta: ( ) Orientação verbal ( ) Orientação escrita ( ) Relatório ( ) Projeto de pesquisa ( ) Outra. Cite __________________________________ h.A resposta atendeu às necessidades da empresa e foi implementada ( ) Concorda fortemente ( ) Concorda ( ) Neutro ( ) Discorda ( ) Discorda fortemente 41.Antepenúltimo atendimento em Serviço de Informação Tecnológica a.Qual o cargo na empresa da pessoa que identificou o problema? _____________________________________________________________ b. Qual era o problema? _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ c.Serviço de Informação procurado: _____________________________________________________________ d.Mês/Ano ( ______ / _____ ) e.Tempo de resposta (dias) ( _____ ) f.Tempo de resposta: ( ) Muito rápido ( ) Rápido ( ) Médio ( ) Demorado ( ) Muito demorado g.Tipo de resposta: ( ) Orientação verbal ( ) Orientação escrita ( ) Relatório ( ) Projeto de pesquisa ( ) Outra. Cite __________________________________ h.A resposta atendeu às necessidades da empresa e foi implementada ( ) Concorda fortemente ( ) Concorda ( ) Neutro ( ) Discorda ( ) Discorda fortemente COMENTÁRIOS: _____________________________________________________________ 42.Selecione os cinco principais fatores que aumentariam a utilização de serviços de informação tecnológica pela empresa, atribuindo notas de 1 (mais importante) a 5 (menos importante): ( ( ( ( ( _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ ) Respostas com maior rapidez ) Respostas com maior qualidade ) Maior proximidade dos Centros de Informação ) Visita de consultores à empresa ) Outros. Cite _________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 43.Indique o e-mail para o qual você deseja que seja enviada uma cópia do trabalho de pesquisa: _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ _____________________________________________________________ colar aqui dobrar aqui dobrar aqui PRT/SP - 6413/98 UP-AC BROOKLIN PAULISTA DR/SPM CARTÃO-RESPOSTA NÃO É NECESSÁRIO SELAR O SELO SERÁ PAGO POR 04602-999 – SÃO PAULO - SP 153 ANEXO 2 Questionário disponibilizado na Internet Pesquisa sobre Serviços de Informação Tecnológica para a Pequena e Média Indústria Química O questionário a seguir faz parte de uma de pesquisa de doutorado na Fundação Getúlio Vargas e conta com o apoio do Conselho Regional de Química - IV Região e da revista Química Industrial. A pesquisa procura entender o porque da pequena penetração dos serviços de informação para a indústria junto ao seu público alvo, que seriam as pequenas e médias indústrias. O questionário é dirigido às indústrias químicas em função de sua importância econômica e da grande quantidade de consultas técnicas feitas por esse segmento aos serviços de informação existentes. Solicitamos que o questionário seja respondido pelo principal executivo da empresa ou por alguém indicado por ele. O tempo estimado para o preenchimento do questionário é de cerca de 15 min. Se preferir responder ao questionário em outra ocasião, clique aqui para salvá-lo na sua lista de Favoritos e poder voltar facilmente ao mesmo. As informações fornecidas serão tratadas com confidencialidade e apresentadas de maneira agregada de modo a impedir uma eventual identificação da empresa. As conclusões da pesquisa serão apresentadas como forma de subsídio para o aperfeiçoamento dos serviços de informação tecnológica brasileiros e, em especial, os voltados para o atendimento da indústria química. Para receber uma cópia do trabalho de pequisa, indique no questionário, o e-mail para onde o trabalho deverá ser enviado. Se conhecer algum pequeno ou médio empresário da indústria química, que não tenha recebido o questionário, solicitamos o favor de indicar-lhe o endereço do questionário na Internet (http://quimica.cjb.net). A data final para recebimento dos questionários é 31 de março de 2003. Esperamos, com o nosso trabalho, poder contribuir para o sucesso de atividade empresarial e para isso contamos com sua colaboração, respondendo ao questionário. Quaisquer dúvidas sobre o preenchimento do questionário e eventuais sugestões e comentários sobre o trabalho podem ser endereçadas para Ricardo Torres no e-mail [email protected] ou no telefone (0xx11) 3742-3885. Clique na figura do químico abaixo para iniciar o preenchimento do questionário. Pesquisa sobre Serviços de Informação Tecnológica para a Pequena e Média Indústria Química SUBSTITUA O TEXTO DENTRO DAS CAIXAS DE RESPOSTA PELA SUA RESPOSTA EMPRESA: Localização da empresa (Basta preencher o CEP) CEP Cidade Bairro UF Atividade da empresa (CNAE95) Atividade da empresa Faturamento anual Faturamento da empresa R$ Principais produtos fabricados e suas participações no faturamento da empresa Produto 1 % do Faturamento Produto 2 % do Faturamento Produto 3 % do Faturamento Número de funcionários (incluir a direção da empresa) Funcionários Ano de fundação da empresa Fundação PRINCIPAL EXECUTIVO: Formação do Principal executivo Formação Indique que percentual do tempo do principal executivo é dispendido nas seguintes atividades. Considere os últimos 12 meses. Lidando com funcionários Funcionários Burocracia (manutenção de arquivos, preenchimento de formulários, etc) Burocracia Vendas e Contato com clientes Clientes Produção Produção Manutenção Manutenção Compras e Contato fornecedores Fornecedores Contabilidade, Finanças e Contato com bancos Planejamento de mudanças e crescimento da empresa Tecnologia (desenvolvimento de produtos e processos) Contabil. / Finanças Planejamento Tecnologia RECURSOS HUMANOS: (considerar a direção da empresa) Número de funcionários cujo grau de instrução mais alto seja: 1º grau completo 1º grau Curso Técnico de Química Técnico de Química Outros Cursos Técnicos Outros Cursos Técnicos 2º grau completo 2º grau completo Graduação em Química e/ou Engenharia Química Graduação em Química Outros cursos superiores Outros cursos superiores Pós-graduação em Química e/ou Engenharia Química Pós em Quím. / Eng.Quím. Outros cursos de pós-graduação Outras pós-graduações Número de funcionários: Indispensáveis por serem os únicos a conhecer os processos de produção Envolvidos em pesquisa e desenvolvimento Processos de produção Pesquisa e Desenvolv. Com conhecimento de inglês técnico Inglês técnico Com conhecimento de espanhol técnico Espanhol técnico Com conhecimento de francês técnico Francês técnico Com conhecimento de alemão técnico Alemão técnico INFORMÁTICA: Número de computadores: (incluir portáteis) Microcomputadores Pentium Pentium's Microcomputadores 486 e abaixo 486's e abaixo Outros computadores Outros computadores Selecione os cinco principais aplicativos utilizados atribuindo notas de 1 (menos utilizado) a 5 (mais utilizado). Não dê nota se o aplicativo não é utilizado: Planilhas eletrônicas Planilhas eletrônicas Processadores de texto Processadores de texto Bancos de Dados Bancos de Dados Navegadores de Internet Navegadores de Internet Programas de e-mail Programas de e-mail Programas de Contabilidade Programas de Planejamento e Controle da Produção Programas de Contabilidade Programas de RH e Folha de Pagamento Sistemas Integrados de Gestão (ERP) Atendimento / Cadastro de Clientes Outros programas Programas de PCP Programas de RH e Folha Sistemas Integrados de Gestão(ERP) Atendimento / Cadastro de Clientes Outros programas Selecione as cinco principais atividades realizadas na Internet atribuindo notas de 1 (menos utilizada) a 5 (mais utilizada). Não dê nota se a atividade não é realizada: Consulta de informações técnicas Informações técnicas Consulta de informações comerciais Exposição de produtos (Home Page) Vendas Comunicação com clientes e fornecedores (e-mail) Informações comerciais Outras finalidades Outras finalidades Home Page Vendas E-mail QUALIDADE: Os procedimentos da empresa são documentados na forma de manuais, normas, roteiros, etc Os procedimentos são conhecidos e praticados por todos As melhorias propostas pelos funcionários são incorporadas nos processos de produção O grau de satisfação do cliente é avaliado periodicamente Os lotes de produção são identificados Procedimentos Prática Propostas Satisfação do cliente Identificação de lotes LABORATÓRIO: O laboratório é usado para controle de qualidade O laboratório é usado para desenvolvimento de novos produtos Número de: Controle de qualidade Novos produtos pHmetros pHmetros Cromatógrafos Cromatógrafos Espectrofotômetros Espectrofotômetros Colorímetros Colorímetros Balanças Balanças Capelas Capelas INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS: Idade média dos principais equipamentos (anos) Os principais equipamentos foram comprados Instalações permitem a produção de diversos produtos nos mesmos equipamentos Essa flexibilidade de produção é utilizada O controle de processo é feito de forma Número de malhas de controle: Idade dos equipamentos Origem dos equipamentos Flexibilidade das instalações Utilização da flexibilidade Tipo de controle Malhas de controle pneumático Malhas pneumáticas Malhas de controle eletrônico Malhas eletrônicas Número de reatores: Reatores com camisas de aquecimento e/ou resfriamento e agitadores Reatores com agitadores e sem camisa Piloto para desenvolvimento de novos produtos Encamisados com agitador Com agitador Piloto Outros reatores Outros reatores Produção de vapor (ton/h) Vapor Vazão de água de resfriamento (m3/h) Existe um programa de manutenção preventiva das instalações Água de resfriamento Manutenção das instalações TECNOLOGIA: Como a empresa se situa em relação à tecnologia de ponta mundial do seu setor Como a empresa se situa em relação à tecnologia utilizada pelos concorrentes Selecione as cinco principais fatores motivadores de inovação tecnológica dentro da empresa, atribuindo notas de 1 (menos importante) a 5 (mais importante): Nível tecnológico Nível tecnológico Substitução de produtos em processo de obsolescência Ampliação da linha de produtos Manutenção e/ou ampliação de participação no mercado Fornecedores Obsolescência Ampliação da linha Mercado Fornecedores Criação de novos mercados Aumento de flexibilidade de produção Redução dos custos de produção Novos mercados Preservação do meio ambiente Meio ambiente Melhoria da qualidade do produto Melhoria das condições e segurança do trabalho Outros Qualidade do produto Cite outros fatores Flexibilidade de produção Redução dos custos Segurança Outros Outros fatores Selecione as cinco principais fontes de tecnologia, atribuindo notas de 1 (mais importante) a 5 (menos importante): Licenciadores nacionais de tecnologia Licenciadores estrangeiros de tecnologia Clientes Licenciadores nacionais Fornecedores Fornecedores Cópia de concorrentes Desenvolvimento conjunto com concorrentes Empresas coligadas Cópia de concorrentes Consultores independentes Consultores independentes Congressos Congressos Feiras Feiras Literatura Especializada Literatura Internet Internet Catálogos Técnicos Catálogos Universidades Universidades Institutos de Pesquisa Institutos Associações de Classe Associações Licenciadores estrangeiros Clientes Desenv. com concorrentes Empresas coligadas Patentes (sem pagamento de licenças) SEBRAE Patentes SEBRAE Disk-Tecnologia Disk-Tecnologia Outros Outros Cite outras fontes Se a empresa mantém algum relacionamento com universidades, selecione o tipo de contato atribuindo notas de 1 (menos importante) a 4 (mais importante). Não dê nota se o tipo de contado não é praticado: Relacionamento informal com acadêmicos (consultoria paga ou não, troca de informações, etc.) Relacionamento com acadêmicos através de vínculos formais com a universidade (estágios, pósgraduação, etc.) Relacionamento com a universidade através de terceiros (associações de classe, institutos de pesquisa, etc.) Convênios formais com objetivos definidos (pesquisa contratada, treinamento de funcionários, etc.) A empresa já desenvolveu projetos em conjunto com outras empresas? Que tipo de projetos Quais foram os resultados desse (s) projeto(s) conjunto(s)? Outras fontes Informal Formal Através de terceiros Convênios formais Projetos conjuntos Tipo de Projetos Resultados Projetos Conjuntos SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO: Último atendimento em Serviço de Informação Tecnológica: Qual era o cargo da pessoa que identificou o problema na empresa ? Cargo de quem identificou Qual era o problema? Problema Nome do Serviço de Informação procurado Serviço de Informação Data do atendimento Mês Tempo de resposta (dias) Tempo (dias) Tempo de resposta (avaliação) Tempo (avaliação) Tipo de resposta Tipo de resposta Cite outros tipos de resposta A resposta atendeu às necessidades e foi implementada Penúltimo atendimento em Serviço de Informação Tecnológica: Qual era o cargo da pessoa que identificou o problema na empresa ? Qual era o problema? Nome do Serviço de Informação procurado Data do atendimento Outros tipos de resposta Implementação Cargo de quem identificou Problema Serviço de Informação Mês Tempo de resposta (dias) Tempo (dias) Tempo de resposta (avaliação) Tempo (avaliação) Tipo de resposta Tipo de resposta Cite outros tipos de resposta A resposta atendeu às necessidades e foi implementada Antepenúltimo atendimento em Serviço de Informação Tecnológica: Qual era o cargo da pessoa que identificou o problema na empresa ? Qual era o problema? Nome do Serviço de Informação procurado Data do atendimento Ano Ano Outros tipos de resposta Implementação Cargo de quem identificou Problema Serviço de Informação Mês Ano Tempo de resposta (dias) Tempo (dias) Tempo de resposta (avaliação) Tempo (avaliação) Tipo de resposta Tipo de resposta Cite outros tipos de resposta A resposta atendeu às necessidades e foi implementada Outros tipos de resposta Implementação Selecione os cinco principais fatores que aumentariam a utilização de Serviços de Informação Tecnológica pela empresa, atribuindo notas de 1 (menos importante) a 5 (mais importante): Respostas com maior rapidez Maior rapidez Respostas com maior qualidade Maior proximidade dos Serviços de Informação Visita de consultores à empresa Maior qualidade Outros Outros Cite outros fatores Proximidade Consultores Outros fatores COMENTÁRIOS: Indique o e-mail para o qual você deseja que seja enviada uma cópia do trabalho de pesquisa E-mail Selecione o botão "Enviar" para enviar suas respostas. Enviar Limpar 165 ANEXO 3 Divulgação da Pesquisa no Informativo CRQ-IV Nov/Dez 2002 Pesquisa Estudo apurará transferência de tecnologia para pequenas empresas Com o apoio do CRQ-IV e da Revista Química Industrial, o engenheiro químico Ricardo Torres está realizando uma pesquisa que procurará entender a pequena penetração dos serviços de informação sobre transferência de tecnologia para as pequenas e médias indústrias. A pesquisa integra o trabalho de doutoramento que Torres está fazendo na Fundação Getúlio Vargas. O questionário é dirigido às indústrias químicas em função de sua importância econômica e da grande quantidade de consultas técnicas feitas por esse segmento aos serviços de informação existentes. As indústrias químicas com menos de 500 empregados e registradas no CRQ-IV receberão, pelos Correios, um questionário que, uma vez preenchido, poderá ser colocado numa caixa dos Correios sem necessidade de selar. Às empresas que tiverem disponibilidade de acesso à Internet, é pedido que respondam ao questionário no endereço http://quimica.cjb. net, o que ajudará na tabulação dos resultados. As informações fornecidas serão tratadas com confidencialidade e as conclusões da pesquisa serão apresentadas como forma de subsídio para o aperfeiçoamento dos serviços de informação tecnológica brasileiros e, em especial, os voltados para o atendimento da indústria química. A data final para recebimento dos questionários é 31 de dezembro de 2002 e os resultados da pesquisas serão enviados aos interessados. Quaisquer dúvidas sobre o preenchimento do questionário e eventuais sugestões poderão ser enviadas para o e-mail [email protected]. ABC fará congresso em maio de 2003 Ciclo de Palestras retornará em março A Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC) realizará de 13 a 15 de maio de 2003 o 17º Congresso Brasileiro de Cosmetologia. O ano marcará o trigésimo aniversário de fundação da entidade e por essa razão o congresso repercutirá a atuação da ABC como agente de transformação do setor. O Congresso acontecerá no Transamérica Expo Center, em São Paulo/SP. Para justificar o tema do evento (ABC: 30 anos incentivando a ciência e a tecnologia cosméticas), a associação convidou especialistas de reconhecimento internacional para apresentação de conferências magistrais e cursos. Profissionais também poderão participar enviando trabalhos que serão apresentados durante do congresso. A data limite para remessa dos resumos é 10 de fevereiro. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (0xx11) 5044-5466/5528 ou pelo site www. abc-cosmetologia.org.br. O Ciclo de Palestras CRQ-IV, que só neste ano atendeu a mais de 700 profissionais e estudantes em nas 24 apresentações técnicas realizadas, será retomado a partir de março do ano que vem. A idéia é manter o formato em vigor, com as palestras ocorrendo sempre às sextas-feiras, das 9h às 12h. Existe, entretanto, a possibilidade de serem feitas palestras aos sábados e/ou no período noturno. Profissionais e empresas que desejarem participar do Ciclo apresentando palestras podem manter contato desde já com a Assessoria de Comunicação do Conselho, telefone (0xx11) 3061-6017 ou pelo e-mail [email protected]. Além de promoverem seus nomes pelo Informativo CRQ-IV (que tem tiragem de 74 mil exemplares e é distribuído à todas empresas e profissionais), os colaboradores ganham o direito de utilizar gratuitamente as salas de treinamento do Conselho para realizar cursos.. Informativo CRQ-IV 5 Nov-Dez/2002 167 ANEXO 4 Divulgação da Pesquisa no Informativo CRQ-IV Jan/Fev 2003 Mídia Informativo passa a aceitar anúncios Objetivo é reduzir custos e oferecer espaço numa das maiores publicações do setor A partir desta edição, o Informativo CRQ-IV passa a disponibilizar espaços para empresas e profissionais interessados em anunciar seus produtos e serviços. O jornal do Conselho entra assim nuna nova fase, na qual se buscará reduzir os custos de produção do períodico – sem abrir mão de sua linha editorial –, e ao mesmo tempo criar uma opção de mídia econômica e ao mesmo de grande penetração no setor químico. O Informativo é hoje uma das publicações brasileiras da área com maior tiragem. São mais de 70 mil exemplares distribuídos a cada bimestre e gratuitamente a todos os profissionais e empresas do setor químico dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Também recebem o jornal cerca de 12 mil estudantes matriculados em cursos profissionalizantes de nível médio e superior, escolas técnicas, universidades e entidades de trabalhadores e patronais ligadas ao setor químico. Trata-se, portanto, de um público bastante diversificado e com inegável potencial de consumo. Apesar da sua grande penetração e da qualidade de sua impressão (papel couchê e quatro cores), o que eleva substancialmente as possibilidade de rápido retorno do investimento feito em publicidade, o jornal estabeleceu uma tabela de preços das mais competitivas. Além de pagar menos, o interessado não terá despesas extras – e consideráveis – com a produção de fotolitos, bastando que entregue um arquivo digital do seu anúncio (importante: o Conselho não faz a criação da peça publicitária) É importante salientar ainda que o Informativo CRQ-IV Informativo não depende de anúncios. Isso significa que sempre haverá a garantia de que sua circulação acontecerá dentro dos prazos estipulados (a partir da segunda quinzena dos meses pares). Além da versão impressa, o Informativo também está disponível no formato PDF, que é distribuído a partir do site da entidade (www.crq4.org.br). Assim, os anúncios veiculados no jornal são em seguida transportados para a Internet, o que amplia ainda mais o público com potencial de consumo. COMO ANUNCIAR Para obter mais informações sobre como anunciar no Informativo CRQIV basta entrar em contato com a Assessoria de Comunicação do Conselho, telefones (0xx11) 3061-6017, 3061-6025 ou então pelo e-mail [email protected]. Adiado prazo para entrega da pesquisa Foi adiado para 31 de março o prazo para que as empresas respondam à pesquisa que o engenheiro químico Ricardo Torres está realizando com o objetivo de levantar os motivos que explicam a pequena penetração dos serviços de informação sobre transferência de tecnologia para as pequenas e médias indústrias. Conforme divulgado na última edição do Informativo, a pesquisa integra o trabalho de doutoramento que Torres está fazendo na Fundação Getúlio Vargas e é apoiada pelo CRQ-IV e pela revista Química Industrial. O questionário é dirigido às indústrias químicas com menos de 500 empregados e registradas no CRQ IV. O segmento foi escolhido em função de sua importância econômica e da grande quantidade de consultas técnicas feitas por esse segmento aos serviços de informação existentes. As empresas que concordaderem 12 em participar desse importante levantamento devem acessar o questionário existente no endereço http://quimica.cjb.net. As informações fornecidas serão tratadas com confidencialidade e as conclusões da pesquisa serão apresentadas como forma de subsídio para o aperfeiçoamento dos serviços de informação tecnológica brasileiros e, em especial, os voltados para o atendimento da indústria química. O engenheiro Ricardo Torres continua disponível para sanar dúvidas, prestar quaisquer outros esclarecimentos e receber sugestões. Contatos devem ser feitos pelo e-mail rgtorres@ gvmail.br. Jan-Fev/2003 169 ANEXO 5 Divulgação da Pesquisa no Sítio do CRQ-IV Nov/Dez 2002 . Edição Novembro/ Dezembro 2002 vers ão resumida. mat éria anterior Pesquisa Estudo apurará transferência de tecnologia para pequenas empresas Trabalho é apoiado pelo CRQ-IV e Revista Química Industrial Com o apoio do CRQ-IV e da Revista Química Industrial , o engenheiro químico Ricardo Torres está realizando uma pesquisa que procurará entender a pequena penetração dos serviços de informação sobre transferência de tecnologia para as pequenas e médias indústrias. A pesquisa integra o trabalho de doutoramento que Torres está fazendo na Fundação Get úlio Vargas. O questionário é dirigido às indústrias químicas em função de sua importância econ ômica e da grande quantidade de consultas té cnicas feitas por esse segmento aos servi ços de informação existentes. As indústrias químicas com menos de 500 empregados e registradas no CRQ-IV receberão, pelos Correios, um questionário que, uma vez preenchido, poderá ser colocado numa caixa dos Correios sem necessidade de selar. Às empresas que tiverem disponibilidade de acesso à Internet, é pedido que respondam ao questionário no endereço http://quimica.cjb.net , (colocar link aqui) o que ajudará na tabulação dos resultados. As informações fornecidas ser ão tratadas com confidencialidade e as conclus ões da pesquisa serão apresentadas como forma de subs ídio para o aperfeiçoamento dos serviços de informação tecnológica brasileiros e, em especial, os voltados para o atendimento da indústria química. A data final para recebimento dos questionários é 31 de dezembro de 2002 e os resultados da pesquisas serão enviados aos interessados. Quaisquer dúvidas sobre o preenchimento do questionário e eventuais sugestões poder ão ser enviadas para o e-mail [email protected]. topo voltar 171 ANEXO 6 Divulgação da Pesquisa no Sítio do CRQ-IV Jan/Fev 2003 . Edição Janeiro/ Fevereiro 2003 vers ão resumida. mat éria anterior Sondagem Adiado prazo para entrega da pesquisa Estudo quer a opinião de empresas de pequeno porte Foi adiado para 31 de março o prazo para que as empresas respondam à pesquisa que o engenheiro químico Ricardo Torres está realizando com o objetivo de levantar os motivos que explicam a pequena penetração dos serviços de informação sobre transferência de tecnologia para as pequenas e médias indústrias. Conforme divulgado na última edição do Informativo, a pesquisa integra o trabalho de doutoramento que Torres está fazendo na Fundação Getúlio Vargas e é apoiada pelo CRQ-IV e pela revista Química Industrial. O questionário é dirigido às indústrias químicas com menos de 500 empregados e registradas no CRQ IV. O segmento foi escolhido em função de sua importância econômica e da grande quantidade de consultas técnicas feitas por esse segmento aos serviços de informação existentes. As empresas que concordaderem em participar desse importante levantamento devem acessar o questionário existente no endereço http://quimica.cjb.net. As informações fornecidas serão tratadas com confidencialidade e as conclusões da pesquisa ser ão apresentadas como forma de subsídio para o aperfeiçoamento dos serviços de informação tecnológica brasileiros e, em especial, os voltados para o atendimento da ind ústria química. O engenheiro Ricardo Torres continua disponível para sanar dúvidas, prestar quaisquer outros esclarecimentos e receber sugestões. Contatos devem ser feitos pelo e-mail [email protected]. topo voltar 173 ANEXO 7 Roteiro de Entrevista com Profissionais de Serviços de Informação A. Trajetória da instituição • Data de início de atividades. • Pessoas de destaque/fundador e formação dos mesmos. • Número de funcionários/formação na época da fundação e atualmente. • Público alvo inicial. • Produtos e serviços iniciais. • Produtos de sucesso/fracasso. • Marcos na história da instituição. • Obtenção de cópia de folhetos sobre a instituição. B. Público • Público alvo da instituição. • Público efetivamente atendido. • Perfil do público atendido. • Característica de destaque em empresas que procuram a instituição. C. Produtos & Serviços • Produtos e serviços da instituição • Consulta típica. (% do total de consultas?) • Descrição do processo de atendimento de consulta típica com tempos médios e documentos envolvidos (workflow). • Obtenção de cópia de folhetos sobre os produtos e serviços da instituição. • Obtenção de cópia de documentos utilizados no processamento de uma consulta (se possível preenchidos). 174 D. Avaliação dos Serviços de Informação • Critérios de avaliação interna do serviço (nº de atendimentos, resultados econômicos para a instituição, resultados econômicos para os clientes, reconhecimento pela comunidade, etc). • Desempenho da instituição em cada um dos critérios. • Avaliação da instituição pelos clientes ( % clientes que fazem, solicitação rotineira?) • Queixas quanto ao desempenho. (percentagem, como são tratadas?) • Obtenção de cópia de documentos utilizados no processo de avaliação dos serviços (internamente e pelos clientes). E. Qualificação da Mão de Obra • Formação dos gerentes. • Formação dos atendentes. • Políticas de incentivo à qualificação. F. Melhoria de atendimento • Principais dificuldades. • Programas em andamento. 175 ANEXO 8 Profissionais Entrevistados CIETEC – Centro Incubador de Empresas Tecnológicas Av. Prof. Lineu Prestes, 2.242 05508-000 São Paulo SP 1. Maurício Valter Susteras - Chefe do Departamento de Tecnologia FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Av. Paulista, 1313 01113-293 São Paulo SP 2. Anita Teresa Dedding - Chefe do Departamento de Tecnologia 3. Valdir Tonnon – Consultor de Tecnologia Sênior INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial Praça Mauá, 7 20081-240 Rio de Janeiro RJ 4. Cláudio Treigger - Chefe de Centro de Documentação e Informação Tecnológica 5. Raul Suter - Chefe do Centro de Informação Tecnológica INT - Instituto Nacional de Tecnologia Av. Venezuela, 82 20081-310 Rio de Janeiro RJ 6. Cícera Henrique da Silva – Tecnologista Sênior 7. Gilda Massari - Chefe da Divisão de Informação Tecnológica 176 IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Av. Prof. Almeida Prado, 532 São Paulo SP 8. Sérgio Yamashita – Consultor do Centro de Informação Tecnológica 9. Sônia Wada - Pesquisadora do Centro de Informação Tecnológica Objeto Brasil Rua Virgílio de Carvalho Pinto, 270 05415-020 São Paulo SP 10. Joice Joppert Leal - Diretora SEBRAE -Nacional SEPN Qd.515 Bloco C Loja 32 70770-900 Brasília DF 11. Mauro Arruda – Assessor do Presidente SEBRAE -SP Rua Vergueiro, 1.117 01504-001 São Paulo SP 12. Antonio Carlos Larubia – SEBRAE- Tec Soluções 13. Márcio Landes Claussen - Coordenador do Programa de Apoio Integrado a Setores Empresariais / Química 14. Tarso de Azevedo – SEBRAE- Tec Projetos 177 ANEXO 9 Produtos da Jaltex Ltda. Produtos comercializados: Ácido clorídrico Ácido fenolsulfônico Ácido fosfórico Ácido nítrico Ácido sulfúrico Ácido toluenosulfônico Hidróxido de amônio Óxido de magnésio Soda caústica escamada, perolada e líquida 50% Sulfato de níquel Produtos industrializados: Complexantes Cromatizantes Desengraxantes Emulsionantes Espumantes Fosfatizantes Fosfocromatizantes Inibidores Massas para polimento Passivadores Reducionadores Refinadores Soda ativada 178 ANEXO 10 Produtos da Phanter Ltda. LINHA ADITIVOS Aditivos indicados na fabricação de óleos lubrificantes e aditivos particularmente desenvolvidos para elaboração de fluidos solúveis lubrorefrigerantes e anti-corrosivos. Anchor • ANCHOR 032 - Fluído refrigerante mineral emulsionável, destinado à formuladores. • ANCHOR 162 - Éster de trimetilol propano de ácidos graxos modificados. • ANCHOR RC 100 - Ácido rícinoleico polimerizado. • ANCHOR 2024 - Aditivo destinado para formulação de óleos protetivos. • ANCHOR 2430 - Semi elaborado para formulação de óleos protetivos desaguantes com película oleosa. • ANCHOR 2432 - Semi elaborado para formulação de óleos protetivos desaguantes com película graxa. • ANCHOR 3010 - Sulfonato de Sódio. • ANCHOR 3020 - Sulfonato Básico de Bário • ANCHOR 6628 - Composto nitrogenado de ácidos graxos vegetais. • ANCHOR 6932 - Condensado bórico, inibidor de corrosão para sistemas aquosos. • ANCHOR 6953 - Emulsionante para óleo mineral de base parafínica. • ANCHOR 6958 - Emulsionante para óleo mineral de base naftênica. LINHA ESPECIALIDADES A Phanter Oils, possui uma linha de especialidades químicas, desenvolvida para os mais diversos segmentos, por especificações de seus clientes, atendendo empresas dos setores de construção civil, borracha, polietileno, compostos de PVC e outros polímeros plásticos. Produtos • PHANLUB FR 201 - Pó lubrificante externo, atuando como agente de "flow" e auxiliar de desmoldagem nos compostos de PVC, polietileno e outros polímeros plásticos. 179 • PHANLUB FR 202 - Pó lubrificante interno e externo, atuando como agente de 'flow" e auxiliar de desmoldagem nos compostos de PVC, polietileno e outros polímeros plásticos. • PANTOL AVB 09 - Acelerador de vulcanização para borracha. • PHANDESMOL UNIVERSAL - Emulsão desmoldante para formas de concreto. PANTOL DESMOLD NC - Desmoldante emulsionável para formas de concreto prémoldado. • DESMOLD SPRAY - Desmoldante integral para formas de concreto, de baixa viscosidade, possibilitando aplicação através de pulverização. • PANTOL ALBAQ - Bactericida e fungicida, indicado para tintas e óleos emulsionáveis minerais ou sintéticos. LINHA LUBRIFICANTES PANTOL Lubrificantes industriais • SUPER VL 70 - Vaselina líquida. • WHITE - Vaselina sólida. • PP - Lubrificação geral de máquinas, minerais puros. • CILINDER - Lubrificação geral, altas temperaturas. • GUIA - Lubrificação de guias e barramentos. • TURBINE OIL - Lubrificação de sistemas turbinas. • ZENIT HLP - Sistemas hidráulicos e Circulação. • LUBRIGEAR - Redutores de Velocidade. • TF - Produto função tríplice, indicado para corte, hidráulico e lubrificação geral. • FR HD - Fluido hidráulico resistente ao fogo. • LUB RENT 600 - Correntes e mancais, altas temperaturas. • LUB SINT CR - Correntes e mancais, altas temperaturas. • SIL OIL 455 - Correntes e mancais, altas temperaturas. • WAXFREE F - Compressores de refrigeração. • PLATINA 7 - Lubrificante têxtil para agulhas de teares circulares. • NG EH - Lubrificante não gotejante para teares circulares. • LUB PEEM-25 - Lubrificante sólido. 180 Óleos de processos industriais • SOLÚVEL E - Solúvel mineral convencional • SOLÚVEL PREMIUM - Solúvel mineral EP • SS 1000 - Fluído emulsionável semi sintético usinagem, e retífica de metais. • SINT CUT 2000 - Fluído sintético emulsionável, biodegradável, usinagem e retífica de metais. • GRIND - S - Fluído emulsionável para operações de retífica. • TC 20 - Fluído emulsionável para trefila de metais. • TR 055 - Óleo integral para trefila de metais • STAMPING COMPOUND - Fluído emulsionável para estampagem e repuxo de metais. • PRES-LUB 100 - Óleo integral par aestampagem e repuxo de metais • TANGER - 2500 - Óleo integral de alta viscosidade para operações severas de estampagem e repuxo de metais • CUT EA - Óleo de corte sulfurado ativo • SUPER CUT HD - Óleo de corte sulfurado ativo. • LUBCUT - Óleo de corte sulfurado inativo. • ULTRA CUT NF - Óleo de corte sulfurado inativo. • RA 600 - Usinagem de alumínio • AUXPEN S / RES - Óleo par aeletroerosão • GEL 400 - Lapidação finish, acasalamento de engrenagens • NO RUST ND-S - Fluído anti corrosivo não desaguante • NO RUST DW 500/900 - Fluído anti corrosivo desaguante • NO RUST W 30/50 - Fluído anti corrosivo com película cerôsa • OXID TEMP-2025 - Óleo protetivo emulsionável LINHA LUBRIFICANTES WINTERSHALL A Schmierstoffraffinerie Salzbergen Gmbh, por intermédio da Phanter Oils, com exclusividade, coloca à disposição no mercado brasileiro sua linha de óleos lubrificantes minerais, mundialmente reconhecidos. homologados e seu uso recomendado pelas maiores indústrias automobilísticas, entre 181 elas: Volkswagen, Scania, Volvo, Ford, Caterpillar, Mercedes-Benz, Massey-Ferguson, Suzuki, Chryler, Evinrude, Johnson. Lubrificantes convencionais • Wintershall Antikorrol - SAE 10W, 20W-20,20,50 e 20W-30 APISF/CC MIL-L-21260C -Lubrificante de base mineral, com alto poder anti-corrosivo, utilizado para amaciamento de motores. • Wintershall Rekord - SAE 10W e 20W-30, API SG/CE - Lubrificante monograu de alta performance. • Wintershall Rekord 15/40 - SAE 15W40, API - SG/CE - Lubrificante multiviscoso, indicado para motores à diesel. • Wintershall Turbo-Rekord - SAE 15W40, API CE - Lubrificante multiviscoso, de alta performance, para moto turbo e intercooler, recomendado para 50.000Km. • Wintershall Primanol - SAE 10W-30)W-40, API SF/CE - Lubrificante especialmente desenvolvido para equipamentos agrícolas. • Wintershall Bitaktol - KX - KS PLUS - Super 3, ISO-LETC, API-TC - Lubrificantes para motorres dois tempos, inclusive marítimos. • Wintershall Bitaktol - LS 1, API-TC, Jaso FC e LS 2, API-TC, Global GD • Lubrificantes de alta performance, indicado para motores dois tempos, reduzindo emissão de fumaça. Lubrificantes Sintéticos Automotivos • Wintershall VIVA 1 Synth - SAE 5 W 40. API - SJ, SH/CF/EC • Wintershall VIVA 1 Syinth - SAE 15 W 50, API - SG • Wintershall VIVA 1 Semi-sintético - SAE 10 W 50, API - SG LINHA TÊXTIL Produtos destinados às industrias têxteis, empregados na lubrificação de fibras têxteis (ensimagens) e lubrificantes laváveis, utilizados em processos mecânicos onde se requeiram excelente poder lubrificante e protetivo, aliado à total eliminação através de banhos de purga convencionais ou não. 182 • Pantol 051 - Óleo utilizado em fibras sintéticas, para aplicação em banho de enxague final pós tingimento, cuja aplicação dispensa o repasse na conicaleira, evitando a formação de oligômeros nos processos subsequentes. • Pantol 105 - Óleo para texturização, conicalagem e urdimento de multifilamento de nylon e polyester de alta e média titulagem. • Pantol 400 - Óleo para extrusão ( spin finish) de multifilamentos de polyester. • Pantol 550 - Óleo para texturização, conicalagem e urdimento de multifilamento de nylon e polyester de baixa e média titulagem. • Pantol 655 - Óleo para extrusão de multifilamentos de polipropileno e para fiação de fibras mistas de polyester e de viscose e suas misturas. • Pantol Lub Cotton - Produto utilizado na fiação de algodão, causando redução de poeira e fibrilas em até 90% • Pantol P 11 - Spray lubrificante e desmoldante à base de silicone utilizado nas fieiras de fiação de fibras sintéticas • Pantol Platina 7 - Produto 100% solúvel, utilizado na lubrificação de pés de agulha e platinas de teares circulares e em anéis e viajantes de retorcedeiras e filatórios. • Pantol Super AV 70 - Óleo anti-splash (anti-respingo) para maquinas texturizadoras modernas, onde altas velocidades de trabalho são empregadas. Utilizado principalmente para fios de baixa e média titulagem. • Pantol Super AV 95 - Óleo anti-splash (anti-respingo) para maquinas texturizadoras de altas velocidades. Para fios de alta e média titulagem.