INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE
Ministério da Agricultura
Edição de
Nota de abertura
Julho - Setembro de 2012
Nº 23
IIAM Expõe na 48ª Edição da FACIM
Estimados leitores do Boletim do
IIAM,
Estamos na edição número 23!
Evidenciamos mais um trimestre de
actividades da nossa instituição.
Destacamos a FACIM 2012 onde
como não devia deixar de ser o IIAM
esteve presente. Que, o SIMLESA
avaliou sua interveção e planificou o
que está por vir. Que o projecto
WEMA reuniuseus parceiros
regionais em Nairobi. Ainda que,
comunidades foram treinadas em
agroprocessamento de batata-doce.
Mas como a ciência faz parte de nós,
partilhamos a reflexão sobre
“Vacinação da Galinha Landim e
aumento do Rendimento dos
Criadores Evidência das Zonas
Rurais de Moçambique”.
Reportamos um debate sem paralelo
sobre bolsas de mercadorias no
nosso país em uma palestra que
trouxe sugestões da análise de
impacto das intervenções agrárias.
É aqui divulgada a recente criação do
Fórum Pecuário e, o seminário que
vai discutir a utilização de minerais
na produção agrária, bem assim é
projectada segunda fase do Projecto
WEMA a arrancar em 2013.
Por fim, mas não menos importante,
quadros do IIAM foram capacitados
no Brasil em diagramação e fluxo
editorial.
Deste modo fechamos a presente
edição.
Votos de uma boa leitura!
Feliciano Mazuze /DFDTT
Stand do IIAM
A 48ª Edição da Feira Agro – Pecuária,
Comercial e Industrial de
Moçambique, decorreu de 27 de
Agosto a 2 de Setembro do ano
corrente em Ricatla, distrito de
Marracuena na província de Maputo. O
evento realizou-se sob o lema
“Expandindo o Horizonte dos
negócios, optimizando sinergias”.
As instituições participantes levaram
seus produtos para mostrar o quão
grande é o seu contributo na expansão
do agro negócio, sendo a agricultura o
instrumento para reduzir a pobreza e a
base para o desenvolvimento,
garantindo a segurança alimentar no
país. Foi neste âmbito que o Instituto de
Investigação Agrária de Moçambique
(IIAM), representado pelas Direcções
Técnicas de Agronomia e Recursos
Naturais (DARN), de Ciências
Animais (DCA), de Formação,
Documentação e Transferência de
Tecnologias (DFDTT) e a presença
dos, Grupo Consultivo para a Pesquisa
Agrária Internacional (CGIARs), seus
parceiros, idealizou o stand fazendo-se
presente na FACIM com produtos
como resultados de investigação,
serviços como soluções tecnológicas
para o desenvolvimento do agro
negócio e a segurança alimentar e
nutricional.
No dia da abertura (27/08/12), o
pavilhão onde o IIAM tinha o seu stand
foi visitado por Sua Excelência, o
Presidente da República, Armando
Emílio Guebuza, acompanhado por
membros do governo e outros quadros.
Boletim do IIAM
DESTAQUES
Ainda durante a feira, no dia alusivo à
agricultura o pavilhão foi visitado por
Sua Excelência o Ministro da
Agricultura, José Pacheco e o Vice
Ministro da Agricultura
acompanhados por membros do
governo e convidados. Apreciaram
todos os stands, mas no stand do
IIAM, o Ministro, questionou sobre a
origem das sementes de milho
expostas e quando foram libertadas e
se já estavam disponíveis para venda
aos produtores e interessados.
Em relação às sementes de arroz a
(variedade makassanhane), em
particular Sua Excia o Sr. Ministro
referiu que já conhecia esta variedade
e aproveitou a oportunidade para
exortar o técnico do IIAM para que
seja feito o seu registo.
Para além de sementes de arroz e
milho, foram expostas outras
sementes de novas variedades de
culturas alimentares como: feijão
vulgar, nhemba e soja; sementes
florestais e tipos de madeira existente
em Moçambique, dois tipos de
arrumação de feno conservado para
alimentar o gado bovino no tempo de
escassez, plântulas de variedades de
batata doce de polpa alaranjada e
respectiva batata, produtos
processados de mandioca (rale,
farinha e raspa), plântulas de plantas
forrageiras, equipamento usado na
inseminação artificial nos bovinos,
material bibliográfico, posters, para
identificar o IIAM; o roll up
evidenciando a visão e missão do
IIAM.
O s a s p e c t o s o rg a n i z a c i o n a i s
estiveram a cargo do CEPAGRI que
respondeu às exigências dos
expositores e também do público
visitante em termos de espaço para
circular dentro do pavilhão e deu um
espaço suficiente a cada instituição
participante de acordo com o material
disponível, bem como a distribuição
atempada dos cartões de livre trânsito.
2
A participação do IIAM na FACIM
2012 ora finda superou as expectativas,
embora não tivesse mostrado evolução
dos materiais, produtos e serviços
apresentados. O Departamento de
Transferência de Tecnologias (DTT)
da DFDTT, desde cedo fez esforços
necessários para que a participação do
IIAM fosse um sucesso e conseguiu o
que se mostrou ao incluir a
participação dos CGIARs.
Releva perceber como surgiu
a FACIM
A 1ª edição da FACIM – FEIRA
AGRO-PECUÁRIA, COMERCIAL E
INDUSTRIAL DE MOÇAMBIQUE
foi inaugurada no dia 24 de Julho de
1965. Todavia, é importante mencionar
que, em 1950, os terrenos da zona
compreendida entre a Rua Belmiro
Muianga e Escola Náutica, Av. 25 de
Setembro e Av. 10 de Novembro,
albergaram a Exposição do Mundo
Português, que assinalou a visita do
General Oscar Carmona, Presidente da
República Portuguesa à então Colónia
de Moçambique.
Os edifícios onde funciona uma parte
do Ministério da Juventude e
Desportos: o Restaurante Zambi e o
Atelier do Pintor Naguib, são restos das
instalações utilizadas naquele certame.
A FACIM surgiu por iniciativa de um
grupo de colonos portugueses ligados a
variados interesses financeiros e
agrícolas, com o objectivo de
demonstrar a vitalidade económica da
então Província de Moçambique. Em
1970 a FACIM – Feira Agro-Pecuária,
Comercial e Industrial de Moçambique
foi admitida como membro de pleno
direito na UFI – União das Feiras
Internacionais, como reconhecimento
da importância do papel que
desempenhava na divulgação das
actividades económica da região onde
se situa.
Em 1971 a FACIM – FEIRA
INTERNACIONAL DE LOURENÇO
MARQUES passou a existir com esta
denominação em resultado do seu
reconhecimento internacional
alcançado no ano anterior, mantendo,
porém, a sigla FACIM por ter já
conquistado um espaço na emergente
economia colonial de Moçambique.
Em 1978 a FACIM registou o maior
certame de todos os tempos. Ao todo
403 mil pessoas visitaram a feria,
presenciando os produtos de 866
expositores distribuídos por 120
pavilhões nacionais e 40
internacionais, dos quais 25 países e 15
empresas privadas estrangeiras. Foi
ocupada uma área total de 32.715
metros quadrados.
(Isabel Lavo IIAM/DFDTT/DTT)
Reunião Anual de
Revisão e Planificação
do SIMLESA
Teve lugar um encontro de avaliação e
planificação do programa de
Intensificação Sustentável de MilhoLeguminosas e Sistemas de Cultivo
para a Segurança Alimentar na África
Oriental e Austral (SIMLESA), de 03 a
04 de Setembro de 2012, em Chimoio,
Manica.
Um encontro de dois dias que
pretendia partilhar as experiências das
actividades desenvolvidas nos 12
meses imediatamente passados, foi
oficialmente aberto pelo Director
Geral do IIAM, Doutor Inácio
Maposse.
O programa SIMLESA é uma
colaboração entre os sistemas
nacionais agrícolas na Etiópia, Quénia,
Malawi, Moçambique e Tanzânia, com
o Centro Internacional para o
Melhoramento do Milho e Trigo
DESTAQUES
(CIMMYT), com o Centro
Internacional para a Pesquisa nos
Trópicos Semi-Áridos (ICRISAT),
com a Associação para o Reforço da
Investigação Agrícola na África
Oriental e Central (ASARECA), com
a Aliança de Queensland para
Agricultura, Inovação e Alimentos Universidade de Queensland
(QAAFI-UQ), Murdoch University, o
Conselho de Pesquisa Agrária (ARC),
e com o governo australiano através do
Centro Australiano para a Pesquisa
Agrícola Internacional (ACIAR).
Moçambique continua a ser um dos
países da África Austral, com baixos
rendimentos de milho em média
cifrado em 0,73 t / ha, devido à baixa
aplicação de fertilizantes (<4%) e
baixo uso de variedades melhoradas
de milho (<10%), com impacto
inevitável a segurança alimentar e
ainda, sobre a produtividade.
Através de uma pesquisa participativa
e de desenvolvimento com os
agricultores, agências de extensão,
organizações não-governamentais,
Boletim do IIAM
universidades e agróindústrias ao
longo da cadeia de valor, o programa
SIMLESA visa melhorar a
produtividade de milho e leguminosas
em 30% e reduzir o risco de rendimento
em 30% em cerca de 500.000
propiedades agricolas dentro de dez
anos.
de dados de desempenho; (4) apoiar o
desenvolvimento de sistemas de
inovações regionais e locais (a ser
implementado pela ASARECA); e (5)
desenvolver capacidades para
aumentar a eficiência da investigação
agrária hoje e no futuro.
A coordenação geral do SIMLESA é
feita a partir do CIMMYT pelo
economista agrário
Mulugetta
Mekuria. O SIMLESA tem 5
objectivos a saber: (1) caracterizar a
produção de milho e leguminosas de
entrada e de saída da cadeia de valor e
identificar grandes constrangimentos
sistémicos e opções para os testes de
campo; (2) testar e desenvolver
sistemas de produção sustentável de
milho, leguminosas e sistemas de
inovação para massificação local; (3)
aumentar a disponibilidade de
variedades de milho e de leguminosas
para os pequenos agricultores através
do melhoramento acelerado, teste e
lançamento regional e disponibilidade
Em Moçambique, o Eng. Domingos
Dias, em serviço no Centro Zonal
Centro, é o coordenador do projecto.
Cada objectivo é coordenado por um
investigador. Assim, o objectivo 1 é
coordenado pela Eng. Isabel
Cachomba, o objectivo 2 pelo Eng.
Domingos Dias, o objectivo 3 pelo Dr.
Pedro Fato e, a monitoria e avaliação e
género coordenado pela Eng. Angela
Manjichi, esta última do Instituto
Superior Politécnico de Manica
(ISPM).
(Sostino Mocumbe/IIAM/DFDTT/
IIAM).
Parceiros do IIAM no Projecto WEMA interagem com seus pares
regionais em Nairobi
Uma Missão de representantes de
parceiros do Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique (IIAM) no
Projecto WEMA (Water Efficient
Maize for Africa), participou na
Segunda Reunião Regional de
parceiros deste Projecto africano de
pesquisa agrária de melhoramento de
culturas para a tolerância à seca e
resistência a insectos, com particular
enfoque no milho, cereal de
importância capital em Moçambique.
O evento, realizado de 10 a 13 de
Setembro de 2012, em Nairobi e
Kiboko, República do Quénia, foi
organizado e financiado pela
Fundação Africana para as
Tecnologias Agrárias (AATF), em
coordenação com o Instituto de
Investigação Agrária do Quênia
(KARI), tendo o IIAM, facilitado o
processo de preparação e
acompanhamento da participação da
missão moçambicana.
O Presidente substituto da comissão da
agricultura na AR intervindo na sessão
A missão moçambicana àquele evento
regional do projecto WEMA, liderada
por Sua Excelência Sr. Dr. Casimiro
Pedro Sacadura Huate, Deputado da
Assembleia da República de
Moçambique, e Presidente Substituto
da Comissão de Agricultura,
Desenvolvimento Rural, Actividades
Económicas e Serviços, era composta
por 9 membros, representando 6
instituições, entre públicas e privadas,
a saber: Assembleia da República de
Moçambique, Governo do Distrito de
Chókwè, Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique (IIAM),
Associação dos Produtores de
Chókwè, Mozseeds – Chókwè, e o
Jornal Notícias. No seu relatório de
3
Boletim do IIAM
DESTAQUES
missão, os participantes consideram
que tanto a organização geral do
evento pelas instituições sediadas em
Nairobi, como a preparação e o
acompanhamento feitos pelo IIAM
satisfizeram as suas expectativas.
Em Nairobi, a Missão soube
representar de forma coesa os
parceiros nacionais do Projecto
WEMA, participando de todas as
sessões e actividades programadas.
Na cerimónia de abertura oficial do
evento, o Presidente Substituto da
Comissão de Agricultura,
Desenvolvimento Rural, Actividades
Económicas e Serviços, da
A s s embleia da República de
Moçambique, foi chamado a intervir,
tendo referido que “esperamos que
esta reunião nos venha a aproximar
mais ainda no quadro dos nossos
esforços regionais ora congregados
nos propósitos do projecto WEMA que
visam contribuir para a introdução de
novas variedades de culturas
tolerantes à seca e resistentes a
insectos, mais especificamente,
variedades de milho, que respondam
aos anseios dos nossos produtores de
alimentos.” Num outro
desenvolvimento, aquele líder
parlamentar moçambicano fez saber
aos presentes que a Comissão de que é
Presidente Substituto, congratula-se
por testemunhar o trabalho
desenvolvido pelos parceiros do
WEMA, sendo que em Moçambique a
iniciativa é bem vinda, calorosamente
recebida, e precisa de muito mais
fluxo de informação, com cada vez
mais espaço aberto ao diálogo, por
forma a permitir as clarificações
necessárias e atempadas sobre
quaisquer mal-entendidos que possam
emergir do processo de pesquisa. Na
ocasião, foi apresentado o estágio da
implementação do WEMA ao nível
regional, e de cada país parceiro,
incluindo Moçambique, cuja
apresentação esteve a cargo do IIAM,
através do Dr. Pedro Fato, que
internamente coordena o WEMA. Por
outro lado, foram colhidas
informações e partilhadas
4
experiências, lições e boas práticas
sobre a implementação do WEMA nos
cinco países parceiros (Quénia,
Uganda, Tanzânia e África do Sul,
Moçambique), e nas organizações
internacionais de pesquisa agrária
envolvidas (CYMMIT e
MONSANTO, AATF).
Ainda o âmbito da reunião, foi
Pesquisador do CYMMIT explicando como são
desenvolvidos e usados insectos no laboratório póscolheita
realizada uma visita aos campos de
ensaios e laboratórios de pós-colheita
do Instituto de Investigação Agrária do
Quénia (KARI), no Centro de Pesquisa
de Kiboko, cerca de 150 Km de
Nairobi, onde se desenvolvem
actividades do WEMA, à semelhança
do que em Moçambique se desenvolve
no Campo de Ensaios do WEMA,
construído em 2010, na Estação
Agrária de Chókwè. A visita ao Centro
de Pesquisa de Kiboko foi organizada
com elevado requinte, tendo os
participantes sido divididos em três
grupos para facilitar a sua interacção
com os quadros que com competência
faziam as apresentações e
acompanhavam os visitantes. Naquele
Centro, funciona um Laboratório de
Pós-Colheita, onde estão sendo
desenvolvidos e testados insectos para
se poder materializar a resistência de
culturas como o milho a estas pragas. O
trabalho naquele Laboratório é
impressionante, como o são os quadros
que o fazem e os equipamentos de
ponta ali montados. No âmbito do
projecto WEMA, que prevê a
componente de resistência a insectos,
espera-se que Moçambique, através do
IIAM, venha a beneficiar-se de
tecnologia similar, tendo para o efeito
já sido iniciados os preparativos,
incluindo o treinamento de alguns
quadros.
Reforçando a Confiança
nos quadros nacionais
No seu relatório de missão, a
delegação moçambicana conclui que
com a reunião de Nairobi, os grandes
desafios residem na tomada de
consciência e responsabilidade de que
as acções devem ser levadas
comseriedade cabendo a todos a
responsabilidade pelo melhor
desempenho do projecto em
Moçambique. A presença de uma
delegação multi-sectorial e
envolvendo o nível parlamentar,
reafirma o compromisso dos parceiros
de Moçambique para com os
objectivos do WEMA, de combate à
fome e à insegurança alimentar, facto
que igualmente reforça a advocacia
pela continuidade da aceitação de
Moçambique neste tipo de iniciativas
regionais. Por outro lado, indica o
relatório, deve ser reforçada a
confiança nos quadros e nas
instituições envolvidas em cada pais,
insistindo-se que os parceiros e outros
especialistas não tenham receios em
desenvolver, experimentar, e adoptar
novas tecnologias em benefício da
produção de alimentos, do combate à
fome e à insegurança alimentar. o
relatório enfatiza que, a componente
de comunicação, deverá incrementar
cada vez mais o seu papel de
divulgação e facilitação do processo
junto das comunidades e mais actores
interessados, partilhando com as
instituições, as lideranças e os
diferentes parceiros cada passo dado,
visando tornar melhor conhecida e
reconhecida a abordagem do WEMA,
bem como propiciar que se
ultrapassem a tempo quaisquer
constrangimentos que necessitem de
intervenção pronta de qualquer das
partes interessadas no nosso país.
(Roseiro Mário Moreira/DFDTT
/DDIC)
DESTAQUES
Boletim do IIAM
IIAM Promove Agroprocessamento de batata doce de polpa
alaranjada
As equipes de transferência de
associações num total de 80 pessoas
A metodologia adoptada para efectivar
tecnologias e de agroprocessamento
entre homens e mulheres.
as formações foi interação com os
grupos,
do IIAM, realizaram este ano, 4
participação dos membros.
sessões de dias de campo e formação
Na essência do trabalho realçaram-se
Foram feitas demonstrações sobre os
sobre agroprocessamento de batata
os aspectos de conservação, adição de
procedimentos adequados e para
doce de polpa alaranjada, integrando
valor aos produtos processados,
tornar o processo mais interactivo à
técnicos dos serviços de actividades
nutrição e segurança alimentar.
medida que se realizavam as
demonstrações, os participantes eram
Económicas (SDAE) - Matola.
As formações tinham por objectivo
chamados a praticar o processo como
principal dotar os participantes com
forma de consolidar pois se assume
conhecimento e habilidades para
processar a batata doce de polpa
alaranjada, agregando deste modo o
seu valor. Visava também transmitir
mensagens nutricionais e de saúde para
Campo de batata doce
As formações aconteceram no âmbito
das actividades de transferência de
que, neste tipo de treinamento
está
previsto o empoderamento das
comunidades através do
desenvolvimento de práticas
inovadoras que promovem a
participacão e envolvimento de todos.
o bem estar dos participantes, seus
familiares, amigos e da comunidade
em geral.
tecnologias (disseminação de
tecnologias apropriadas e decorreram
durante os meses de Abril e Maio de
2012 nas instalações dos SDAE da
Matola e nas sedes das Associações de
produtores assistidas pela rede de
Derivados da batata doce de polpa alaranjada
produzidos na formação
extensão dos SDAE Matola.
Foi pressuposto que, com os
Foram abrangidas as seguintes
produtores treinados sobre as
associações e cooperativas de
tecnologias de processamento, uso e
produtores: Cooperativa 7 de Abril,
aproveitamento de raízes e tubérculos
Cooperativa 29 de Setembro;
(a batata doce de polpa alaranjada e
Associação Ahiphuneni de Tsalala e
mandioca), agrega-se deste modo o seu
Associação 1 de Maio.
valor e criam-se oportunidades de
Confraternização do grupo, saboreando os
produtos produzidos durante a formação
Beneficiaram das formações alguns
batata doce de polpa alaranjada e
Como resultados foram
confeccionados os seguintes produtos
derivados da batata doce: bolos 100%
de batata doce de polpa alaranjada;
bolos 50% de batata doce de polpa
alaranjada e 50% de farinha de trigo;
biscoitos com 50% de batata doce de
polpa alaranjada mais 50% de farinha
de trigo; sumo de batata doce e batata
doce frita.
técnicos extensionistas e alguns
mandioca e relativamente de baixo
(Itália de Sousa/IIAM/DFDTT /DTT).
funcionários do SDAE e produtores de
custo.
mercados de produtos feitos na base de
5
Boletim do IIAM
INVESTIGAÇÃO
Vacinação da Galinha Landim Aumenta o Rendimento dos Criadores
Evidência das Zonas Rurais de Moçambique
a
b
b
c
d
d
Alda Tomo, Eric Crawford, Cynthia Donovan, James Lloydb, Henk Udo and Theo Viets
a
Centro de Estudos Socio-Económicos, Instituto de Investigação Agrária de Moçambique
b
Departamento de Economia Agrária, Alimentos e Recursos, Universidade Estadual de Michigan
cCentro de Medicina Veterinária, Universidade Estadual de Michigan
d
Departmento de Ciências Animais, Universidade de Wageningen
Introdução
contribuir em larga medida para a fundamental no melhoramento da
redução da pobreza e insegurança nutrição e do rendimento. As
Apesar de grande avanços
registados no que se refere a
redução de pobreza e malnutrição
nas últimas duas décadas, muita
gente continua pobre e malnutrida
em Moçambique. Estimativas
recentes de pobreza mostram que
do total de 21.5 milhões de pessoas
existentes no país em 2008/9, cerca
de 12 milhões viviam abaixo da
linha de pobreza, enquanto que
cerca de 46% de crianças com
menos de 5 anos eram malnutridas
( M P D / D N E A P, 2 0 1 0 ) . A
incidência da pobreza e
malnutrição é maior nas zonas
rurais, onde 70% de agregados
familiares vivem e quase todos eles
(96%) dependem da agricultura
para sua sobrevivência. Assim, as
acções e investimentos orientados
para o aumento da productividade
agrária são fundamentais para o
alcance dos objectivos de
crescimento económico e de
desenvolvimento.
alimentar. O papel deste sector na galinhas são fácilmente criados
m i t i g a ç ã o d o s f e n ó m e n o s para venda e auto-consumo, e
anteriormente mencionados reside representam um dos poucos bens
no aumento
e diversificação do que os pobres possuem (Copland
rendimento dos criadores, and Alders, 2005). A GL
reduzindo desta forma, o risco e providencia uma forma de
vulnerabilidade, sobretudo em poupança que ajuda a cobrir as
locais onde o potencial para a despesas de emergência, tais como
produção de culturas é limitado medicamentos, roupas e despesas
(World Bank, 2006; Branckaert and escolares. Os produtores podem
Guèye, 1999). Dentre as espécies aproveitar os picos de procura
pecuárias de possível impacto ao como é o caso das festas religiosas
nivel das comunidades rurais, a e outras celebracões, para aumentar
galinha é a mais significativa tendo o seu rendimento (Johnston and
em conta os níveis de posse, acesso Cumming, 1991). A GL fornece a
à proteína animal e potencial para proteína escassa, contribuindo em
geração de rendimento (SANDCP, cerca de 20% na necessidade de
2005). Em Moçambique, cerca de p r o t e í n a n o s p a í s e s e m
58% dos agregados familiares desenvolvimento (Jensen and
rurais criam galinhas (TIA, 2008). Dolberg, 2003). O papel da galinha
Porém, em vez de produzir em é particularmente relevante para a
grande escala e num sistema nutrição e geração de rendimento
confinado, os pequenos produtores em agregados com deficientes,
criam a galinha landim (GL), idosos e que perderam membros
produzida num sistema extensivo activos devido à guerra ou
A pecuária é um dos sectores chave
com baixo uso de insumos, e é HIV/SIDA (Copland and Alders,
para o desenvolvimento do país,
geralmente possuída e gerida pelos 2005).
sendo que investimentos
pobres rurais, na sua maioria
orientados para este sector podem
mulheres. A GL joga um papel Contudo, a Doença de Newcastle
6
INVESTIGAÇÃO
das perdas devido a DN, o nível de
vacinação das galinhas contra a DN
no país ainda é baixo visto que,
apenas 4% de agregados que criam
galinhas vacinaram as suas
galinhas contra a DN (TIA, 2008).
Embora a expansão da cobertura da
vacinação seja vital para aumentar
a adopção da vacina ao longo prazo,
a evidência empírica mostrando
que a vacinação de galinhas
aumenta o rendimento dos
criadores, é igualmente importante.
Ernst et al. (1994) defendem que
mesmo que a viabilidade financeira
de uma tecnologia não seja
suficiente, esta é uma condição
necessária para a adopção da
tecnologia a longo prazo.
Todavia, pouca atenção tem sido
dada à avaliação de retornos
económicos de intervenção em
sanidade animal. A maioria de
estudos de impacto realizados nos
países em desenvolvimento têm
dado mais ênfoque a avaliação de
tecnologias relacionadas com a
produção de culturas (McSween et
al. 2006; Bellon et al. 2005;
Marasas et al. 2004; Howard et al.,
2003; Oehmke and Crawford,
1996).
denominado VIPOSIM. Este
Modelo incorpora os aspectos
dinâmicos da produção da GL,
incluíndo aspectos como
mortalidade, reprodução, opções
de gestão, entre outros. Para
garantir a robustez das estimativas,
foram usadas na análise, quer nas
abordagens determinísticas quer
estocásticas. Os dados primários
usados na análise foram colhidos
no distrito de Chibuto, onde o
programa de vacinação tem sido
promovida pelo governo e ONGs
desde 1999 e está bem funcional.
Resultados e Recomendações
Os resultados desta análise revelam
que em geral, o controlo da DN
com uso da vacina I-2 resulta num
aumento considerável no
rendimento dos criadores. Por isso,
pode-se anferir que a rentabilidade
financeira da vacina I-2 não faz
parte do grupo de factores que
limitam a adopção da vacina I-2 em
Moçambique. Para abordar
adequadamente o problema de
baixa adopção da vacina I-2,
devem ser concentrados esforços
nas estratégias de extensão e
distribuição da mesma.
Dados e Métodos de Análise
Fonte: Arquivo do IIAM/ Jonas Malapende
(DN) é um dos maiores
constrangimentos na produção de
galinha em Moçambique. Cerca de
42% agregados moçambicanos
rurais que criaram galinhas na
campanha de 2007/2008 perderam
parte das galinhas devido a
doenças. A DN contribui para
cerca de 50% a 100% de mortes
anuais da GL (MADER, 2005;
MADER, 2004; Bangnol, 2001),
aumentando deste modo, a
vulnerabilidade à insegurança
alimentar e malnutrição. Esta
doença é particularmente
devastadora para os pequenos
criadores que geralmente têm
recursos limitados para proteger a
sua criação. É consesual que não
haverá nenhum progresso na
indústria avícola, se a DN não for
controlada. A vacinação contínua é
actualmente a única forma efectiva
de controlar a DN (Udo et al.,
2006; Alders and Spradbrow,
2001). Em Moçambique, o
governo e as organizações nãogovernamentais (ONGs) têm
promovido o uso da vacina I-2 para
o controle da DN no sector
familiar. Esta vacina I-2 vem sendo
produzida localmente desde 1999,
e alguns estudos revelam que a I-2
é efectiva e apropriada para o
pequenos criadores (World Bank,
2006; Alders and Spradbrow,
2001).
Boletim do IIAM
Este estudo estima os benefícios da
vacinação das galinhas contra a DN
a nível dos agregados familiares,
Justificação do Estudo
Não obstante a importância da
vacinação da galinha na redução
combinando a análise de custos e
benefícios com um modelo de
simulação bio-económico,
Imagem da galinha Landim
7
Boletim do IIAM
REPORTAGEM
IIAM Hospeda Debate Sobre Bolsas de Mercadorias em Moçambique
A sala Zambeze da sede do Instituto de
Investigação Agrária de Moçambique
(IIAM) acolheu o seminário sob o
tema “Bolsas de Mercadorias: Estágio
Actual em Moçambique e
Experiências de alguns Países
Africanos”, a 20 de Setembro de 2012,
numa co-organização da Direcção de
Eonomia do Ministério da Agricultura
(MINAG), Ministério da Indústria e
Comércio (MIC) e Universidade
Estadual do Michigan (MSU).
Tem havido, nos últimos anos,
bastante interesse na possibilidade de
se estabelecer uma bolsa de
mercadorias para melhorar a
comercialização de cereais e outros
produtos agrícolas em Moçambique.
Bolsa de Mercadorias é um local
centralizado (físico e virtual) onde
compradores e vendedores se
encontram para fazer transacções de
uma forma organizada com apoio de
sistemas integrados e “regras de jogo”
claras e transparentes.
Foram oradores no seminário o Eng.
Victorino Xavier, Director de
Economia e Coordenador da Bolsa de
Mercadorias no MIC e o Professor
David Tschirley da MSU.
A apresentação sobre o estágio actual
da criação da bolsa de mercadorias em
Moçambique foi feita pelo Eng.
Victorino Xavier, Director de
Economia no MINAG, enquanto que,
Prof. David Tschirley trouxe a
experiência noutros países africanos.
De alguns princípios das Bolsas de
Mercadorias, podemos destacar:
Padronização, Eficiência, Integridade,
Transparência, Sustentabilidade e
Benefícios.
A ideia de estabelecer bolsas de
mercadorias em países africanos não é
nova. Para além da Etiópia,existem
bolsas no Quénia, Malawi, Zimbabwe,
Zâmbia, entre outros países. Portanto, é
possível e necessário aprender destas
experiências.
Em Moçambique, este exercício tem
enquadramento, visto que, o próprio
Plano de Acção para a Redução da
Pobreza (PARP) recomenda implantar
Bolsa de Produtos Alimentares e
propomos incluir mais produtos para
além dos alimentares.
Falando de mais valia, com a
implantação da Bolsa, o país ganharà,
O desenvolvimento de bolsas de
mercadorias agrícolas em África
tornou-se uma estratégia cada vez
mais popular para lidar com alguns
dos constrangimentos que afligem os
mercados alimentares africanos,
incluindo os sistemas de gestão de
riscos pouco desenvolvidos, os
elevados custos de transacção e a
dificuldade no processo de formação
de preços.
8
em termos gerais: (1) actividade de
mercado mais intensiva; baixos custos
de fazer agro-negócio e mais negócios;
(2) informação de mercado para
oportunidades actuais e futuras; (3)
gestão de riscos nos preços, quantidade
e qualidade; (4) a terra passa a ter valor
apenas com o seu uso, retirando a
pressão sobre a discussão relativa a
terra como propriedade do Estado.
A implantação da Bolsa traz como
impacto para os produtores, em termos
específicos: (1) preços mais favoráveis
devido a uma maior participação e
poder de negociação de preços; (2)
mais produtos de qualidade tendo
como incentivo, a diferenciação de
preços e melhor gestão pós-colheita,
que permite que se pague mais aos
produtos de maior qualidade; (3)
menos riscos para os produtores em
contratos futuros; (4) depósito seguro
de produtos com garantia de um título
de armazenamento válido para
obtenção de crédito para prosseguir
com a campanha agrícola enquanto o
produtor aguarda por melhor preço.
Prevê-se o estabelecimento de
unidades operacionais em regiões de
produção, centros comerciais
importantes ou perto de terminais de
importação/exportação: numa
primeira fase em Gorongosa, Milange,
Malema e Ancuabe; e na segunda fase
em Lichinga, Angónia, Mucuba,
Montepuez. Outras a considerar
seriam Nacala e Beira.
Fora de África do Sul, Etiopia é o único
pais da Africa Sub Sahariana com
bolsa que atingiu volumes que
garantam a sua sustentabilidade. Na
visão de Prof Tschirley, sem volume a
bolsa de mercadorias não tem como
funcionar de forma efectiva.
A questão básica respondida por uma
Bolsa de Mercadorias funcional é
como coordenar transacções
de
mercado de forma eficiente, entre os
diferentes actores na economia, entre
eles, produtores e consumidores
dispersos, com impacto na redução da
pobreza.(Sostino Mocumbe/IIAM/
DFDTT/DDIC).
REPORTAGEM
Boletim do IIAM
IIAM Acolhe Palestra Sobre “Avaliação de Impacto de Intervenções
Agrárias”
Foi realizada uma palestra
subordinada ao tema “Avaliação de
Impacto: Métodos e Desafios
Práticos”, a 27 de de Julho de 2012, na
sede do Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique, tendo como
oradora principal a Doutora Mywish
Marédia, professora associada da
Universidade Estadual do Michigan,
Estados Unidos da América (EUA).
A premissa do debate trazido pela
Doutora Marédia é a de que o objetivo
de qualquer esforço de
desenvolvimento é alcançar impactos
positivos na vida das pessoas.
Na área da agricultura, a atenção
principal dos esforços de
desenvolvimento concentra-se em
alcançar impactos relacionados com a
vida das pessoas, tais como a redução
da insegurança alimentar, a fome e a
pobreza.
A motivação para avaliar os impactos
dos esforços de desenvolvimento
decorre da necessidade de prestação
de contas (quantificação do impacto
dos esforços de desenvolvimento na
vida das pessoas e no seu meio
ambiente e da aprendizagem
institucional (como os impactos são
alcançados ou não alcançados e que
lições podem ser derivadas para
melhorar os programas).
A avaliação e documentação de
impactos fornece a "prova" da
interesse manifestado pelos parceiros
de desenvolvimento e os profissionais
para entender melhor a teoria, prática e
uso de métodos de avaliação de
impacto das diferentes abordagens
para desenvolvimento do sector
agrário.
Para esse objetivo, Marédia apresentou
o panorama conceptual e contextual de
avaliação de impacto, os diferentes
métodos (experimental e quaseexperimental) utilizados para enfrentar
o desafio da estratégia de identificação
do contrafactual.
trabalha como investigadora de
Avaliação do Impacto do Programa
financiado pela USAID Pulse CRSP
no Instituto Internacional de
Agricultura e membro do Painel
Permanente de Avaliação de Impacto o
CGIAR Conselho Científico. Na sua
rica carreira profissional destaque vai
para o Prémio dissertação em 1994 da
American Agricultural Economics
Association.
Interesses profissionais:
· Avaliação de impacto de Pesquisa &
Desenvolvimento agrícola;
Quem é Mywish Marédia
Mywish Maredia trabalhou com
alguma profundidade na área de
avaliação de impacto e os aspectos
económicos da ciência e tecnologia
a g r íc o la . E l a t e m u ma v a s ta
experiência de trabalho com projectos
em África e na América Latina e tem
trabalhado como consultora com
muitas organizações internacionais,
incluindo o Banco Mundial, FAO,
PNUD, CGIAR, CIMMYT e a OMPI.
Ela tem ampla experiência na gestão de
projectos e avaliação de impacto nos
países em vias de desenvolvimento,
com um foco particular sobre os
impactos económicos da pesquisa
agrícola (ciências biológicas e sociais),
a capacitação institucional e economia
da política científica e tecnológica.
· Métodos e abordagens para avaliar os
impactos das intervenções de
desenvolvimento agrícola sobre as
metas de desenvolvimento (ou seja, a
pobreza, a segurança alimentar e a
sustentabilidade ambiental);
· Economia, políticas científicas e
tecnológicas, especialmente aquelas
relacionadas à biotecnologia;
· Implicações de direitos de
propriedade intelectual sobre as
políticas públicas e pesquisa agrícola
nos países em vias de
desenvolvimento; e
Avaliação da pesquisa com enfoque
para as questões do Sistema de
Sementes e políticas de
desenvolvimento nos países em vias de
desenvolvimento.
funcionalidade ou não dos esforços de
desenvolvimento e os seus contextos.
A apresentação da Doutora Marédia,
foi motivada por um crescente
Além de sua nomeação no
Departamento de Economia Agrícola,
Alimentos e Recursos, Mywish
(Sostino Mocumbe/IIAM/DFDTT/
DDIC)
9
Boletim do IIAM
DIVULGAÇÃO
O Forum Pecuário Reforçará a Comunicação entre os Criadores e o
Governo
Foi a nota dominante no decurso do
lançamento do Forum Nacional de
Pecuária (FONAPE), a 06 de
Setembro na sede do Instituto de
Investigação Agrária de Moçambique
(IIAM) tendo participado
representantes da Direcção Nacional
dos Serviços Veterinários (DNSV),
associações, cooperativas e toda
cadeia de produtores do ramo.
Esta iniciativa teve o apoio do
Instituto Internacional para a Pesquisa
Veterinária (designação em inglês
ILRI – International Livestock
Reseach Institute).
De referir que, dados do TIA (2007)
indicam que a pecuária desempenha
um papel vital para a população rural
em Moçambique, onde 65% das
famílias rurais têm galinhas, 25% têm
pequenos ruminantes (principalmente
caprinos), 12% têm porcos e 6% têm
gado bovino.
A pecuária, especialmente caprinos e
galinhas, é um importante
contribuinte para a segurança
alimentar em Moçambique através das
vendas para comprar alimentos em
tempos de crise, por exemplo, após
quebra de colheita devido à falta de
chuva.
Em Moçambique, o ILRI em conjunto
com os seus parceiros está a trabalhar
no sentido de aumentar a segurança
alimentar e no fortalecimento do
sector pecuário de diferentes maneiras
com destaque para:
(i) melhoria da produção animal com
a introdução de uma melhor gestão
dos animais em termos de alimentação
e saúde animal;
(ii) melhoraria do acesso aos
mercados de pequenos criadores
através da introdução de abordagens
inovadoras das cadeias de valor, tais
10
como plataformas de inovação;
(iii) geração de dados sobre o sector da
pecuária para informar o planeamento
estratégico em investigação e
desenvolvimento do sector pecuário;
(iv) contribuição para a formação de
agricultores assim como de
profissionais de investigação e
extensão.
A criação de um Fórum Nacional de
Pecuária é o resultado de um esforço
conjunto entre produtores privados,
fornecedores de insumos e
processadores, bem como o Ministério
da Agricultura e do ILRI e foi uma das
actividades do projecto financiado pela
USAID, entitulado: “Mobilização da
investigação e extensão pecuária para a
segurança alimentar e alívio à
pobreza.”
A fim de construir um sector pecuário
forte, e premente que haja um
interlocutor credível que pode interagir
com o Ministério da Agricultura,
instituições de investigação, bem como
com os investidores em nome dos
criadores de Moçambique.
De momento, o FONAPE tratará de
gado bovino, pequenos ruminantes,
como caprinos e ovinos e porcos. As
aves (ainda) não estão incluídas já que
o sector avícola já tem sua própria
organização: Associação
Moçambicana de Avicultores (AMA).
Através deste órgão, espera-se que os
produtores irão deliberar sobre
questões de interesse comum com
respeito à produção e comercialização
de todas as cadeias de valor e das
diferentes espécies. Por exemplo
algumas das questões poderiam
relacionar-se com as pautas aduaneiras
de alguns insumos e produtos animais.
O Fórum poderá apresentar as questões
para consideração de uma forma
organizada.
Informação sobre ILRI
em Moçambique
Em Junho de 2006, o Instituto
Internacional de Investigação
Pecuária (ILRI) abriu um escritório
para África Austral, em Maputo,
Moçambique. Esta abertura deveu-se a
um convite do Governo de
Moçambique para que o ILRI fosse
parceiro no processo de reconstrução
do rebanho nacional do país a ser
desenvolvido através do reforço da
capacidade de investigação e do
desenvolvimento do sector pecuário
O ILRI é membro do Consórcio de
Centros Internacionais de
Investigação Agrícola (CGIAR), que
trabalha para reduzir a fome, doença,
pobreza e degradação ambiental em
países em desenvolvimento através de
gerar e compartilhar novos
conhecimentos, tecnologias e
políticas.
O trabalho do ILRI é realizado em
parcerias amplas e estratégicas que
f acilitam e ag r eg am v alo r à
contribuição de muitos outros actores
na investigação pecuária para o
desenvolvimento, incluindo os
sistemas nacionais de investigação
como o Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique (IIAM), o
sector privado, as organizações nãogovernamentais, os grupos de
agricultores, as universidades, as
organizações regionais e outros
centros internacionais de investigação
agrícola.
Para maiores informações favor
consultar: www.ilri.org/mozambique
DIVULGAÇÃO
Boletim do IIAM
Apostando em maior tolerância à seca e resistência a insectos
Projecto WEMA avança para a Segunda Fase em 2013
Indica a Fundação Africana
para as Tecnologias Agrárias
(AATF)
A segunda fase da iniciativa regional
de pesquisa agrária para o
desenvolvimento de novas variedades
de milho tolerantes à seca e resistentes
à insectos, na qual o IIAM é parceiro,
arranca em 2013, nos cinco países que
implementam o Projecto WEMA
(Water Efficient Maize for Africa),
incluindo Moçambique. Esta
informação foi avançada, pelo Gestor
Regional do WEMA (Water Efficient
Maize for Africa), o Doutor Sylvester
Oikeh, numa comunicação de
actualização sobre o Projecto WEMA,
circulada aos parceiros, a partir da
sede da Fundação Africana para as
Tecnologias Agrárias (AATF), em
Nairobi, Quénia. A comunicação
serviu também para marcar a
passagem do quarto aniversário do
Projecto WEMA, destacando alguns
dos seus desenvolvimentos e
realizações mais importantes.
Segundo dados em posse deste
Boletim, Moçambique foi aceite como
parceiro do projecto WEMA em Julho
de 2008, através do IIAM,
impulsionado pelo Ministério da
Ciência e Tecnologia (MCT). Em
Fevereiro de 2009, o IIAM assinou,
um acordo de parceria com a AATF,
para a implementação do projecto
WEMA, que envolve pesquisadores
de sistemas nacionais de investigação
agrária do Uganda, Quénia, Tanzânia,
Moçambique e África do Sul, tendo
como financiadores as Fundações Bill
& Melinda Gates e Howard G. Buffet.
Conforme a comunicação do gestor
regional do WEMA, durante os
últimos quatro anos (Março 2008 a
Março 2012), a sua excelente parceria
com CIMMYT, Monsanto e os
Sistemas Nacionais de Investigação
Agrária do Quénia, Uganda, Tanzânia,
Moçambique, e África do Sul, saldouse em progressos significativos rumo
ao desenvolvimento e alocação de
variedades de milho tolerantes à seca e
resistentes a insectos, para os pequenos
agricultores da África Subsariana.
Mais adiante, a comunicação do
WEMA regional informa que em 2011,
ambos os programas convencionais de
melhoramento genético e molecular
tiveram grandes desenvolvimentos,
dos quais se destacam as duas
variedades não geneticamente
modificadas que foram introduzidas
nos ensaios nacionais no Quénia.
Quanto à introdução e evolução da
pesquisa nos países parceiros do
WEMA, salienta-se que enquanto
Moçambique e Tanzânia apenas
realizaram pré-ensaios com material
convencional para a testagem dos
campos confinados, dos sistemas de
irrigação instalados e para o
aperfeiçoamento da capacidade
técnica e prática dos técnicos
envolvidos; o Quénia e o Uganda
realizaram as suas terceiras rondas de
ensaios usando material geneticamente
modificado com variedades tolerantes
à seca; a África do Sul, único país no
grupo que já vinha desenvolvendo a
produção comercial de culturas
alimentares geneticamente
modificadas, está na quarta ronda de
ensaios com material geneticamente
modificado no âmbito do WEMA. Por
outro lado, já foram identificadas mais
de 25 variedades de milho tolerantes à
seca não geneticamente modificadas,
as quais servirão de base para futuros
testes no Quênia, Tanzânia e Uganda.
Todos os ensaios foram realizados em
total conformidade com o quadro
normativo atinente a Organismos
Geneticamente Modificados (OGMs)
em cada país específico. Entretanto, o
processo de análise de dados continua,
esperando-se que os resultados sejam
compartilhados logo que estiverem
disponíveis.
Pesquisa ressalta inclusão da
resistência a insectos no
produto final
O milho é uma das culturas alimentares
mais importantes na África SubSahariana, sendo a base alimentar para
mais de 300 milhões de pessoas.
Poém, a cultura tem sido afectada por
secas, pragas e doenças ao longo dos
tempos, o que afecta negativamente o
seu rendimento por hectare, reduzindo
o volume das colheitas e agravando a
exiguidade de reservas alimentares
por família rural. Para Moçambique,
esta situação configura-se num desafio
que põe à prova os investigadores do
IIAM, no sentido de: contribuir para
reverter o drama da fome e da
insegurança alimentar.
Iluminados por esse nobre desiderato,
que faz da pesquisa agrária um
condimento instrumental para o
desenvolvimento, os cientistas
envolvidos na parceria públicoprivada conhecida por projecto
WEMA (Water Efficient Maize for
Africa WEMA) iniciaram as suas
buscas de alternativas de produção de
alimentos, apostando inicialmente
numa vertente de pesquisa voltada à
obtenção de novas variedades de
milho tolerantes à seca, mas a
experiência no terreno tem mostrado a
necessidade de desenvolver novas
características genéticas que tornem a
cultura também resistente a insectos.
Com efeito, durante os primeiros
quatro anos de pesquisa, nos países
que já realizam ensaios com material
geneticamente modificado, a pressão
de insectos nas áreas dos campos de
ensaios confinados – particularmente
brocas do caule de milho – foi
identificada como sendo uma grande
ameaça para os benefícios esperados
das variedades de milho tolerantes à
seca, quer sejam convencionais quer
geneticamente modificadas. Em
tempo de seca, o milho é
particularmente susceptível às pragas
e os agricultores podem perder todas
as suas culturas. Assim, de modo a
fazer face a este desafio, o WEMA está
a aumentando a proteção contra
insectos nas variedades desenvolvidas
no âmbito da sua pesquisa regional.
(Roseiro Mário Moreira/DFDT/
DDIC)
11
Boletim do IIAM
ÚLTIMAS
Técnicos do IIAM Capacitados pela Embrapa - Brasil
edição de publicações impressas
com enfoque para planificação e
responsabilidades no fluxo
editorial, funcionamento dos
comités locais de publicações,
gestão da marca institucional,
padronização das publicações e
normalização bibliográfica, design
gráfico, diagramação com recurso
a Corel Draw e In Design, e
ilustração para formatos diversos.
Técnicos do IIAM com equipa de treinamento da Embrapa Informação Tecnológica
Uma missão constituída por 6
técnicos do Instituto de
Investigação Agrária de
Moçambique (IIAM) deslocou-se
à Republica Federativa do Brasil,
de 15 a 22 de Julho de 2012, para
participar nas actividades do
treinamento e colheita de
experiências relevantes da
Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) para o
melhoramento do fluxo editorial e
design gráfico dos materiais de
comunicação do IIAM.
A missão integrava 5 técnicos do
IIAM de Sede (DFDTT) e 1 do
Centro Zonal Centro,
designadamente Américo António
Humulane, Roseiro Mário
Moreira, Tomás Adriano Sitoe,
Itália Francelina da Conceição
Magalhães e Sousa Cossa, Marcos
Vieira Niuaia e Joaquim Venâcio
Waite.
O treinamento teve lugar na
Embrapa Informação Tecnológia,
uma unidade da Embrapa e foi
realizado no âmbito da Cooperação
Técnica Brasil – Estados Unidos –
Moçambique, operacionalizada
pelo Projecto de Suporte Técnico à
Plataforma de Inovação
Agropecuária de Moçambique
(PIAIT), na componente de
Comunicação para a Transferência
de Tecnologias.
Momento em que se recebia o Certificado
A equipa de Moçambique já
estabeleceu um plano de acções
que culminarão com o
melhoramento do manual editorial,
p r ep ar ação d as n o r mas d e
padronização das publicações,
elaboração do manual de
identidade visual, preparação de
um modelo organizacional e de
funcionamento dos comités locais
de publicações no IIAM.
O objectivo central do evento era
aprender e trocar experiências (Américo Humulane e Roseiro
sobre processos que envolvem a Moreira/IIAM /DFDTT/DDIC).
Director: Doutor Inácio Maposse. Editor: Feliciano Mazuze (DFDTT). Coordenação de Produção: Américo Humulane. Revisão: Roseiro M. Moreira.
Redacção: Sostino Mocumbe, Chamuene et al e Fauldade de Veterinária da UEM, Roseiro Moreira . Colaboração nesta Edição: Feliciano Mazuze, Américo
Humulane, Marta Francisco e Roseiro Moreira.
Maquetização e Arte Final: Alberto Zandamela e Marcos Vieira Niuaia. Fotografia: Jonas Malapende, Arquivo do DDIC e Irene Souza. Impressão: Gráfica
Rápida/Reprografia do IIAM, Tiragem: 500 exemplares.
IIAM-Sede: Av. das FPLM, 2698.
Internet: http//www.iiam.gov.mz. Email: [email protected]. Telefone: 21 460219. Fax: 21 460220.
Propriedade: Instituto de Investigação Agrária de Moçambique. Distribuição Gratuíta: DISP.REG/GABINFO-DEC/2006
12
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Julho- Setembro