INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE Ministério da Agricultura Edição de Nota de abertura Julho - Setembro de 2012 Nº 23 IIAM Expõe na 48ª Edição da FACIM Estimados leitores do Boletim do IIAM, Estamos na edição número 23! Evidenciamos mais um trimestre de actividades da nossa instituição. Destacamos a FACIM 2012 onde como não devia deixar de ser o IIAM esteve presente. Que, o SIMLESA avaliou sua interveção e planificou o que está por vir. Que o projecto WEMA reuniuseus parceiros regionais em Nairobi. Ainda que, comunidades foram treinadas em agroprocessamento de batata-doce. Mas como a ciência faz parte de nós, partilhamos a reflexão sobre “Vacinação da Galinha Landim e aumento do Rendimento dos Criadores Evidência das Zonas Rurais de Moçambique”. Reportamos um debate sem paralelo sobre bolsas de mercadorias no nosso país em uma palestra que trouxe sugestões da análise de impacto das intervenções agrárias. É aqui divulgada a recente criação do Fórum Pecuário e, o seminário que vai discutir a utilização de minerais na produção agrária, bem assim é projectada segunda fase do Projecto WEMA a arrancar em 2013. Por fim, mas não menos importante, quadros do IIAM foram capacitados no Brasil em diagramação e fluxo editorial. Deste modo fechamos a presente edição. Votos de uma boa leitura! Feliciano Mazuze /DFDTT Stand do IIAM A 48ª Edição da Feira Agro – Pecuária, Comercial e Industrial de Moçambique, decorreu de 27 de Agosto a 2 de Setembro do ano corrente em Ricatla, distrito de Marracuena na província de Maputo. O evento realizou-se sob o lema “Expandindo o Horizonte dos negócios, optimizando sinergias”. As instituições participantes levaram seus produtos para mostrar o quão grande é o seu contributo na expansão do agro negócio, sendo a agricultura o instrumento para reduzir a pobreza e a base para o desenvolvimento, garantindo a segurança alimentar no país. Foi neste âmbito que o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), representado pelas Direcções Técnicas de Agronomia e Recursos Naturais (DARN), de Ciências Animais (DCA), de Formação, Documentação e Transferência de Tecnologias (DFDTT) e a presença dos, Grupo Consultivo para a Pesquisa Agrária Internacional (CGIARs), seus parceiros, idealizou o stand fazendo-se presente na FACIM com produtos como resultados de investigação, serviços como soluções tecnológicas para o desenvolvimento do agro negócio e a segurança alimentar e nutricional. No dia da abertura (27/08/12), o pavilhão onde o IIAM tinha o seu stand foi visitado por Sua Excelência, o Presidente da República, Armando Emílio Guebuza, acompanhado por membros do governo e outros quadros. Boletim do IIAM DESTAQUES Ainda durante a feira, no dia alusivo à agricultura o pavilhão foi visitado por Sua Excelência o Ministro da Agricultura, José Pacheco e o Vice Ministro da Agricultura acompanhados por membros do governo e convidados. Apreciaram todos os stands, mas no stand do IIAM, o Ministro, questionou sobre a origem das sementes de milho expostas e quando foram libertadas e se já estavam disponíveis para venda aos produtores e interessados. Em relação às sementes de arroz a (variedade makassanhane), em particular Sua Excia o Sr. Ministro referiu que já conhecia esta variedade e aproveitou a oportunidade para exortar o técnico do IIAM para que seja feito o seu registo. Para além de sementes de arroz e milho, foram expostas outras sementes de novas variedades de culturas alimentares como: feijão vulgar, nhemba e soja; sementes florestais e tipos de madeira existente em Moçambique, dois tipos de arrumação de feno conservado para alimentar o gado bovino no tempo de escassez, plântulas de variedades de batata doce de polpa alaranjada e respectiva batata, produtos processados de mandioca (rale, farinha e raspa), plântulas de plantas forrageiras, equipamento usado na inseminação artificial nos bovinos, material bibliográfico, posters, para identificar o IIAM; o roll up evidenciando a visão e missão do IIAM. O s a s p e c t o s o rg a n i z a c i o n a i s estiveram a cargo do CEPAGRI que respondeu às exigências dos expositores e também do público visitante em termos de espaço para circular dentro do pavilhão e deu um espaço suficiente a cada instituição participante de acordo com o material disponível, bem como a distribuição atempada dos cartões de livre trânsito. 2 A participação do IIAM na FACIM 2012 ora finda superou as expectativas, embora não tivesse mostrado evolução dos materiais, produtos e serviços apresentados. O Departamento de Transferência de Tecnologias (DTT) da DFDTT, desde cedo fez esforços necessários para que a participação do IIAM fosse um sucesso e conseguiu o que se mostrou ao incluir a participação dos CGIARs. Releva perceber como surgiu a FACIM A 1ª edição da FACIM – FEIRA AGRO-PECUÁRIA, COMERCIAL E INDUSTRIAL DE MOÇAMBIQUE foi inaugurada no dia 24 de Julho de 1965. Todavia, é importante mencionar que, em 1950, os terrenos da zona compreendida entre a Rua Belmiro Muianga e Escola Náutica, Av. 25 de Setembro e Av. 10 de Novembro, albergaram a Exposição do Mundo Português, que assinalou a visita do General Oscar Carmona, Presidente da República Portuguesa à então Colónia de Moçambique. Os edifícios onde funciona uma parte do Ministério da Juventude e Desportos: o Restaurante Zambi e o Atelier do Pintor Naguib, são restos das instalações utilizadas naquele certame. A FACIM surgiu por iniciativa de um grupo de colonos portugueses ligados a variados interesses financeiros e agrícolas, com o objectivo de demonstrar a vitalidade económica da então Província de Moçambique. Em 1970 a FACIM – Feira Agro-Pecuária, Comercial e Industrial de Moçambique foi admitida como membro de pleno direito na UFI – União das Feiras Internacionais, como reconhecimento da importância do papel que desempenhava na divulgação das actividades económica da região onde se situa. Em 1971 a FACIM – FEIRA INTERNACIONAL DE LOURENÇO MARQUES passou a existir com esta denominação em resultado do seu reconhecimento internacional alcançado no ano anterior, mantendo, porém, a sigla FACIM por ter já conquistado um espaço na emergente economia colonial de Moçambique. Em 1978 a FACIM registou o maior certame de todos os tempos. Ao todo 403 mil pessoas visitaram a feria, presenciando os produtos de 866 expositores distribuídos por 120 pavilhões nacionais e 40 internacionais, dos quais 25 países e 15 empresas privadas estrangeiras. Foi ocupada uma área total de 32.715 metros quadrados. (Isabel Lavo IIAM/DFDTT/DTT) Reunião Anual de Revisão e Planificação do SIMLESA Teve lugar um encontro de avaliação e planificação do programa de Intensificação Sustentável de MilhoLeguminosas e Sistemas de Cultivo para a Segurança Alimentar na África Oriental e Austral (SIMLESA), de 03 a 04 de Setembro de 2012, em Chimoio, Manica. Um encontro de dois dias que pretendia partilhar as experiências das actividades desenvolvidas nos 12 meses imediatamente passados, foi oficialmente aberto pelo Director Geral do IIAM, Doutor Inácio Maposse. O programa SIMLESA é uma colaboração entre os sistemas nacionais agrícolas na Etiópia, Quénia, Malawi, Moçambique e Tanzânia, com o Centro Internacional para o Melhoramento do Milho e Trigo DESTAQUES (CIMMYT), com o Centro Internacional para a Pesquisa nos Trópicos Semi-Áridos (ICRISAT), com a Associação para o Reforço da Investigação Agrícola na África Oriental e Central (ASARECA), com a Aliança de Queensland para Agricultura, Inovação e Alimentos Universidade de Queensland (QAAFI-UQ), Murdoch University, o Conselho de Pesquisa Agrária (ARC), e com o governo australiano através do Centro Australiano para a Pesquisa Agrícola Internacional (ACIAR). Moçambique continua a ser um dos países da África Austral, com baixos rendimentos de milho em média cifrado em 0,73 t / ha, devido à baixa aplicação de fertilizantes (<4%) e baixo uso de variedades melhoradas de milho (<10%), com impacto inevitável a segurança alimentar e ainda, sobre a produtividade. Através de uma pesquisa participativa e de desenvolvimento com os agricultores, agências de extensão, organizações não-governamentais, Boletim do IIAM universidades e agróindústrias ao longo da cadeia de valor, o programa SIMLESA visa melhorar a produtividade de milho e leguminosas em 30% e reduzir o risco de rendimento em 30% em cerca de 500.000 propiedades agricolas dentro de dez anos. de dados de desempenho; (4) apoiar o desenvolvimento de sistemas de inovações regionais e locais (a ser implementado pela ASARECA); e (5) desenvolver capacidades para aumentar a eficiência da investigação agrária hoje e no futuro. A coordenação geral do SIMLESA é feita a partir do CIMMYT pelo economista agrário Mulugetta Mekuria. O SIMLESA tem 5 objectivos a saber: (1) caracterizar a produção de milho e leguminosas de entrada e de saída da cadeia de valor e identificar grandes constrangimentos sistémicos e opções para os testes de campo; (2) testar e desenvolver sistemas de produção sustentável de milho, leguminosas e sistemas de inovação para massificação local; (3) aumentar a disponibilidade de variedades de milho e de leguminosas para os pequenos agricultores através do melhoramento acelerado, teste e lançamento regional e disponibilidade Em Moçambique, o Eng. Domingos Dias, em serviço no Centro Zonal Centro, é o coordenador do projecto. Cada objectivo é coordenado por um investigador. Assim, o objectivo 1 é coordenado pela Eng. Isabel Cachomba, o objectivo 2 pelo Eng. Domingos Dias, o objectivo 3 pelo Dr. Pedro Fato e, a monitoria e avaliação e género coordenado pela Eng. Angela Manjichi, esta última do Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM). (Sostino Mocumbe/IIAM/DFDTT/ IIAM). Parceiros do IIAM no Projecto WEMA interagem com seus pares regionais em Nairobi Uma Missão de representantes de parceiros do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) no Projecto WEMA (Water Efficient Maize for Africa), participou na Segunda Reunião Regional de parceiros deste Projecto africano de pesquisa agrária de melhoramento de culturas para a tolerância à seca e resistência a insectos, com particular enfoque no milho, cereal de importância capital em Moçambique. O evento, realizado de 10 a 13 de Setembro de 2012, em Nairobi e Kiboko, República do Quénia, foi organizado e financiado pela Fundação Africana para as Tecnologias Agrárias (AATF), em coordenação com o Instituto de Investigação Agrária do Quênia (KARI), tendo o IIAM, facilitado o processo de preparação e acompanhamento da participação da missão moçambicana. O Presidente substituto da comissão da agricultura na AR intervindo na sessão A missão moçambicana àquele evento regional do projecto WEMA, liderada por Sua Excelência Sr. Dr. Casimiro Pedro Sacadura Huate, Deputado da Assembleia da República de Moçambique, e Presidente Substituto da Comissão de Agricultura, Desenvolvimento Rural, Actividades Económicas e Serviços, era composta por 9 membros, representando 6 instituições, entre públicas e privadas, a saber: Assembleia da República de Moçambique, Governo do Distrito de Chókwè, Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), Associação dos Produtores de Chókwè, Mozseeds – Chókwè, e o Jornal Notícias. No seu relatório de 3 Boletim do IIAM DESTAQUES missão, os participantes consideram que tanto a organização geral do evento pelas instituições sediadas em Nairobi, como a preparação e o acompanhamento feitos pelo IIAM satisfizeram as suas expectativas. Em Nairobi, a Missão soube representar de forma coesa os parceiros nacionais do Projecto WEMA, participando de todas as sessões e actividades programadas. Na cerimónia de abertura oficial do evento, o Presidente Substituto da Comissão de Agricultura, Desenvolvimento Rural, Actividades Económicas e Serviços, da A s s embleia da República de Moçambique, foi chamado a intervir, tendo referido que “esperamos que esta reunião nos venha a aproximar mais ainda no quadro dos nossos esforços regionais ora congregados nos propósitos do projecto WEMA que visam contribuir para a introdução de novas variedades de culturas tolerantes à seca e resistentes a insectos, mais especificamente, variedades de milho, que respondam aos anseios dos nossos produtores de alimentos.” Num outro desenvolvimento, aquele líder parlamentar moçambicano fez saber aos presentes que a Comissão de que é Presidente Substituto, congratula-se por testemunhar o trabalho desenvolvido pelos parceiros do WEMA, sendo que em Moçambique a iniciativa é bem vinda, calorosamente recebida, e precisa de muito mais fluxo de informação, com cada vez mais espaço aberto ao diálogo, por forma a permitir as clarificações necessárias e atempadas sobre quaisquer mal-entendidos que possam emergir do processo de pesquisa. Na ocasião, foi apresentado o estágio da implementação do WEMA ao nível regional, e de cada país parceiro, incluindo Moçambique, cuja apresentação esteve a cargo do IIAM, através do Dr. Pedro Fato, que internamente coordena o WEMA. Por outro lado, foram colhidas informações e partilhadas 4 experiências, lições e boas práticas sobre a implementação do WEMA nos cinco países parceiros (Quénia, Uganda, Tanzânia e África do Sul, Moçambique), e nas organizações internacionais de pesquisa agrária envolvidas (CYMMIT e MONSANTO, AATF). Ainda o âmbito da reunião, foi Pesquisador do CYMMIT explicando como são desenvolvidos e usados insectos no laboratório póscolheita realizada uma visita aos campos de ensaios e laboratórios de pós-colheita do Instituto de Investigação Agrária do Quénia (KARI), no Centro de Pesquisa de Kiboko, cerca de 150 Km de Nairobi, onde se desenvolvem actividades do WEMA, à semelhança do que em Moçambique se desenvolve no Campo de Ensaios do WEMA, construído em 2010, na Estação Agrária de Chókwè. A visita ao Centro de Pesquisa de Kiboko foi organizada com elevado requinte, tendo os participantes sido divididos em três grupos para facilitar a sua interacção com os quadros que com competência faziam as apresentações e acompanhavam os visitantes. Naquele Centro, funciona um Laboratório de Pós-Colheita, onde estão sendo desenvolvidos e testados insectos para se poder materializar a resistência de culturas como o milho a estas pragas. O trabalho naquele Laboratório é impressionante, como o são os quadros que o fazem e os equipamentos de ponta ali montados. No âmbito do projecto WEMA, que prevê a componente de resistência a insectos, espera-se que Moçambique, através do IIAM, venha a beneficiar-se de tecnologia similar, tendo para o efeito já sido iniciados os preparativos, incluindo o treinamento de alguns quadros. Reforçando a Confiança nos quadros nacionais No seu relatório de missão, a delegação moçambicana conclui que com a reunião de Nairobi, os grandes desafios residem na tomada de consciência e responsabilidade de que as acções devem ser levadas comseriedade cabendo a todos a responsabilidade pelo melhor desempenho do projecto em Moçambique. A presença de uma delegação multi-sectorial e envolvendo o nível parlamentar, reafirma o compromisso dos parceiros de Moçambique para com os objectivos do WEMA, de combate à fome e à insegurança alimentar, facto que igualmente reforça a advocacia pela continuidade da aceitação de Moçambique neste tipo de iniciativas regionais. Por outro lado, indica o relatório, deve ser reforçada a confiança nos quadros e nas instituições envolvidas em cada pais, insistindo-se que os parceiros e outros especialistas não tenham receios em desenvolver, experimentar, e adoptar novas tecnologias em benefício da produção de alimentos, do combate à fome e à insegurança alimentar. o relatório enfatiza que, a componente de comunicação, deverá incrementar cada vez mais o seu papel de divulgação e facilitação do processo junto das comunidades e mais actores interessados, partilhando com as instituições, as lideranças e os diferentes parceiros cada passo dado, visando tornar melhor conhecida e reconhecida a abordagem do WEMA, bem como propiciar que se ultrapassem a tempo quaisquer constrangimentos que necessitem de intervenção pronta de qualquer das partes interessadas no nosso país. (Roseiro Mário Moreira/DFDTT /DDIC) DESTAQUES Boletim do IIAM IIAM Promove Agroprocessamento de batata doce de polpa alaranjada As equipes de transferência de associações num total de 80 pessoas A metodologia adoptada para efectivar tecnologias e de agroprocessamento entre homens e mulheres. as formações foi interação com os grupos, do IIAM, realizaram este ano, 4 participação dos membros. sessões de dias de campo e formação Na essência do trabalho realçaram-se Foram feitas demonstrações sobre os sobre agroprocessamento de batata os aspectos de conservação, adição de procedimentos adequados e para doce de polpa alaranjada, integrando valor aos produtos processados, tornar o processo mais interactivo à técnicos dos serviços de actividades nutrição e segurança alimentar. medida que se realizavam as demonstrações, os participantes eram Económicas (SDAE) - Matola. As formações tinham por objectivo chamados a praticar o processo como principal dotar os participantes com forma de consolidar pois se assume conhecimento e habilidades para processar a batata doce de polpa alaranjada, agregando deste modo o seu valor. Visava também transmitir mensagens nutricionais e de saúde para Campo de batata doce As formações aconteceram no âmbito das actividades de transferência de que, neste tipo de treinamento está previsto o empoderamento das comunidades através do desenvolvimento de práticas inovadoras que promovem a participacão e envolvimento de todos. o bem estar dos participantes, seus familiares, amigos e da comunidade em geral. tecnologias (disseminação de tecnologias apropriadas e decorreram durante os meses de Abril e Maio de 2012 nas instalações dos SDAE da Matola e nas sedes das Associações de produtores assistidas pela rede de Derivados da batata doce de polpa alaranjada produzidos na formação extensão dos SDAE Matola. Foi pressuposto que, com os Foram abrangidas as seguintes produtores treinados sobre as associações e cooperativas de tecnologias de processamento, uso e produtores: Cooperativa 7 de Abril, aproveitamento de raízes e tubérculos Cooperativa 29 de Setembro; (a batata doce de polpa alaranjada e Associação Ahiphuneni de Tsalala e mandioca), agrega-se deste modo o seu Associação 1 de Maio. valor e criam-se oportunidades de Confraternização do grupo, saboreando os produtos produzidos durante a formação Beneficiaram das formações alguns batata doce de polpa alaranjada e Como resultados foram confeccionados os seguintes produtos derivados da batata doce: bolos 100% de batata doce de polpa alaranjada; bolos 50% de batata doce de polpa alaranjada e 50% de farinha de trigo; biscoitos com 50% de batata doce de polpa alaranjada mais 50% de farinha de trigo; sumo de batata doce e batata doce frita. técnicos extensionistas e alguns mandioca e relativamente de baixo (Itália de Sousa/IIAM/DFDTT /DTT). funcionários do SDAE e produtores de custo. mercados de produtos feitos na base de 5 Boletim do IIAM INVESTIGAÇÃO Vacinação da Galinha Landim Aumenta o Rendimento dos Criadores Evidência das Zonas Rurais de Moçambique a b b c d d Alda Tomo, Eric Crawford, Cynthia Donovan, James Lloydb, Henk Udo and Theo Viets a Centro de Estudos Socio-Económicos, Instituto de Investigação Agrária de Moçambique b Departamento de Economia Agrária, Alimentos e Recursos, Universidade Estadual de Michigan cCentro de Medicina Veterinária, Universidade Estadual de Michigan d Departmento de Ciências Animais, Universidade de Wageningen Introdução contribuir em larga medida para a fundamental no melhoramento da redução da pobreza e insegurança nutrição e do rendimento. As Apesar de grande avanços registados no que se refere a redução de pobreza e malnutrição nas últimas duas décadas, muita gente continua pobre e malnutrida em Moçambique. Estimativas recentes de pobreza mostram que do total de 21.5 milhões de pessoas existentes no país em 2008/9, cerca de 12 milhões viviam abaixo da linha de pobreza, enquanto que cerca de 46% de crianças com menos de 5 anos eram malnutridas ( M P D / D N E A P, 2 0 1 0 ) . A incidência da pobreza e malnutrição é maior nas zonas rurais, onde 70% de agregados familiares vivem e quase todos eles (96%) dependem da agricultura para sua sobrevivência. Assim, as acções e investimentos orientados para o aumento da productividade agrária são fundamentais para o alcance dos objectivos de crescimento económico e de desenvolvimento. alimentar. O papel deste sector na galinhas são fácilmente criados m i t i g a ç ã o d o s f e n ó m e n o s para venda e auto-consumo, e anteriormente mencionados reside representam um dos poucos bens no aumento e diversificação do que os pobres possuem (Copland rendimento dos criadores, and Alders, 2005). A GL reduzindo desta forma, o risco e providencia uma forma de vulnerabilidade, sobretudo em poupança que ajuda a cobrir as locais onde o potencial para a despesas de emergência, tais como produção de culturas é limitado medicamentos, roupas e despesas (World Bank, 2006; Branckaert and escolares. Os produtores podem Guèye, 1999). Dentre as espécies aproveitar os picos de procura pecuárias de possível impacto ao como é o caso das festas religiosas nivel das comunidades rurais, a e outras celebracões, para aumentar galinha é a mais significativa tendo o seu rendimento (Johnston and em conta os níveis de posse, acesso Cumming, 1991). A GL fornece a à proteína animal e potencial para proteína escassa, contribuindo em geração de rendimento (SANDCP, cerca de 20% na necessidade de 2005). Em Moçambique, cerca de p r o t e í n a n o s p a í s e s e m 58% dos agregados familiares desenvolvimento (Jensen and rurais criam galinhas (TIA, 2008). Dolberg, 2003). O papel da galinha Porém, em vez de produzir em é particularmente relevante para a grande escala e num sistema nutrição e geração de rendimento confinado, os pequenos produtores em agregados com deficientes, criam a galinha landim (GL), idosos e que perderam membros produzida num sistema extensivo activos devido à guerra ou A pecuária é um dos sectores chave com baixo uso de insumos, e é HIV/SIDA (Copland and Alders, para o desenvolvimento do país, geralmente possuída e gerida pelos 2005). sendo que investimentos pobres rurais, na sua maioria orientados para este sector podem mulheres. A GL joga um papel Contudo, a Doença de Newcastle 6 INVESTIGAÇÃO das perdas devido a DN, o nível de vacinação das galinhas contra a DN no país ainda é baixo visto que, apenas 4% de agregados que criam galinhas vacinaram as suas galinhas contra a DN (TIA, 2008). Embora a expansão da cobertura da vacinação seja vital para aumentar a adopção da vacina ao longo prazo, a evidência empírica mostrando que a vacinação de galinhas aumenta o rendimento dos criadores, é igualmente importante. Ernst et al. (1994) defendem que mesmo que a viabilidade financeira de uma tecnologia não seja suficiente, esta é uma condição necessária para a adopção da tecnologia a longo prazo. Todavia, pouca atenção tem sido dada à avaliação de retornos económicos de intervenção em sanidade animal. A maioria de estudos de impacto realizados nos países em desenvolvimento têm dado mais ênfoque a avaliação de tecnologias relacionadas com a produção de culturas (McSween et al. 2006; Bellon et al. 2005; Marasas et al. 2004; Howard et al., 2003; Oehmke and Crawford, 1996). denominado VIPOSIM. Este Modelo incorpora os aspectos dinâmicos da produção da GL, incluíndo aspectos como mortalidade, reprodução, opções de gestão, entre outros. Para garantir a robustez das estimativas, foram usadas na análise, quer nas abordagens determinísticas quer estocásticas. Os dados primários usados na análise foram colhidos no distrito de Chibuto, onde o programa de vacinação tem sido promovida pelo governo e ONGs desde 1999 e está bem funcional. Resultados e Recomendações Os resultados desta análise revelam que em geral, o controlo da DN com uso da vacina I-2 resulta num aumento considerável no rendimento dos criadores. Por isso, pode-se anferir que a rentabilidade financeira da vacina I-2 não faz parte do grupo de factores que limitam a adopção da vacina I-2 em Moçambique. Para abordar adequadamente o problema de baixa adopção da vacina I-2, devem ser concentrados esforços nas estratégias de extensão e distribuição da mesma. Dados e Métodos de Análise Fonte: Arquivo do IIAM/ Jonas Malapende (DN) é um dos maiores constrangimentos na produção de galinha em Moçambique. Cerca de 42% agregados moçambicanos rurais que criaram galinhas na campanha de 2007/2008 perderam parte das galinhas devido a doenças. A DN contribui para cerca de 50% a 100% de mortes anuais da GL (MADER, 2005; MADER, 2004; Bangnol, 2001), aumentando deste modo, a vulnerabilidade à insegurança alimentar e malnutrição. Esta doença é particularmente devastadora para os pequenos criadores que geralmente têm recursos limitados para proteger a sua criação. É consesual que não haverá nenhum progresso na indústria avícola, se a DN não for controlada. A vacinação contínua é actualmente a única forma efectiva de controlar a DN (Udo et al., 2006; Alders and Spradbrow, 2001). Em Moçambique, o governo e as organizações nãogovernamentais (ONGs) têm promovido o uso da vacina I-2 para o controle da DN no sector familiar. Esta vacina I-2 vem sendo produzida localmente desde 1999, e alguns estudos revelam que a I-2 é efectiva e apropriada para o pequenos criadores (World Bank, 2006; Alders and Spradbrow, 2001). Boletim do IIAM Este estudo estima os benefícios da vacinação das galinhas contra a DN a nível dos agregados familiares, Justificação do Estudo Não obstante a importância da vacinação da galinha na redução combinando a análise de custos e benefícios com um modelo de simulação bio-económico, Imagem da galinha Landim 7 Boletim do IIAM REPORTAGEM IIAM Hospeda Debate Sobre Bolsas de Mercadorias em Moçambique A sala Zambeze da sede do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) acolheu o seminário sob o tema “Bolsas de Mercadorias: Estágio Actual em Moçambique e Experiências de alguns Países Africanos”, a 20 de Setembro de 2012, numa co-organização da Direcção de Eonomia do Ministério da Agricultura (MINAG), Ministério da Indústria e Comércio (MIC) e Universidade Estadual do Michigan (MSU). Tem havido, nos últimos anos, bastante interesse na possibilidade de se estabelecer uma bolsa de mercadorias para melhorar a comercialização de cereais e outros produtos agrícolas em Moçambique. Bolsa de Mercadorias é um local centralizado (físico e virtual) onde compradores e vendedores se encontram para fazer transacções de uma forma organizada com apoio de sistemas integrados e “regras de jogo” claras e transparentes. Foram oradores no seminário o Eng. Victorino Xavier, Director de Economia e Coordenador da Bolsa de Mercadorias no MIC e o Professor David Tschirley da MSU. A apresentação sobre o estágio actual da criação da bolsa de mercadorias em Moçambique foi feita pelo Eng. Victorino Xavier, Director de Economia no MINAG, enquanto que, Prof. David Tschirley trouxe a experiência noutros países africanos. De alguns princípios das Bolsas de Mercadorias, podemos destacar: Padronização, Eficiência, Integridade, Transparência, Sustentabilidade e Benefícios. A ideia de estabelecer bolsas de mercadorias em países africanos não é nova. Para além da Etiópia,existem bolsas no Quénia, Malawi, Zimbabwe, Zâmbia, entre outros países. Portanto, é possível e necessário aprender destas experiências. Em Moçambique, este exercício tem enquadramento, visto que, o próprio Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP) recomenda implantar Bolsa de Produtos Alimentares e propomos incluir mais produtos para além dos alimentares. Falando de mais valia, com a implantação da Bolsa, o país ganharà, O desenvolvimento de bolsas de mercadorias agrícolas em África tornou-se uma estratégia cada vez mais popular para lidar com alguns dos constrangimentos que afligem os mercados alimentares africanos, incluindo os sistemas de gestão de riscos pouco desenvolvidos, os elevados custos de transacção e a dificuldade no processo de formação de preços. 8 em termos gerais: (1) actividade de mercado mais intensiva; baixos custos de fazer agro-negócio e mais negócios; (2) informação de mercado para oportunidades actuais e futuras; (3) gestão de riscos nos preços, quantidade e qualidade; (4) a terra passa a ter valor apenas com o seu uso, retirando a pressão sobre a discussão relativa a terra como propriedade do Estado. A implantação da Bolsa traz como impacto para os produtores, em termos específicos: (1) preços mais favoráveis devido a uma maior participação e poder de negociação de preços; (2) mais produtos de qualidade tendo como incentivo, a diferenciação de preços e melhor gestão pós-colheita, que permite que se pague mais aos produtos de maior qualidade; (3) menos riscos para os produtores em contratos futuros; (4) depósito seguro de produtos com garantia de um título de armazenamento válido para obtenção de crédito para prosseguir com a campanha agrícola enquanto o produtor aguarda por melhor preço. Prevê-se o estabelecimento de unidades operacionais em regiões de produção, centros comerciais importantes ou perto de terminais de importação/exportação: numa primeira fase em Gorongosa, Milange, Malema e Ancuabe; e na segunda fase em Lichinga, Angónia, Mucuba, Montepuez. Outras a considerar seriam Nacala e Beira. Fora de África do Sul, Etiopia é o único pais da Africa Sub Sahariana com bolsa que atingiu volumes que garantam a sua sustentabilidade. Na visão de Prof Tschirley, sem volume a bolsa de mercadorias não tem como funcionar de forma efectiva. A questão básica respondida por uma Bolsa de Mercadorias funcional é como coordenar transacções de mercado de forma eficiente, entre os diferentes actores na economia, entre eles, produtores e consumidores dispersos, com impacto na redução da pobreza.(Sostino Mocumbe/IIAM/ DFDTT/DDIC). REPORTAGEM Boletim do IIAM IIAM Acolhe Palestra Sobre “Avaliação de Impacto de Intervenções Agrárias” Foi realizada uma palestra subordinada ao tema “Avaliação de Impacto: Métodos e Desafios Práticos”, a 27 de de Julho de 2012, na sede do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, tendo como oradora principal a Doutora Mywish Marédia, professora associada da Universidade Estadual do Michigan, Estados Unidos da América (EUA). A premissa do debate trazido pela Doutora Marédia é a de que o objetivo de qualquer esforço de desenvolvimento é alcançar impactos positivos na vida das pessoas. Na área da agricultura, a atenção principal dos esforços de desenvolvimento concentra-se em alcançar impactos relacionados com a vida das pessoas, tais como a redução da insegurança alimentar, a fome e a pobreza. A motivação para avaliar os impactos dos esforços de desenvolvimento decorre da necessidade de prestação de contas (quantificação do impacto dos esforços de desenvolvimento na vida das pessoas e no seu meio ambiente e da aprendizagem institucional (como os impactos são alcançados ou não alcançados e que lições podem ser derivadas para melhorar os programas). A avaliação e documentação de impactos fornece a "prova" da interesse manifestado pelos parceiros de desenvolvimento e os profissionais para entender melhor a teoria, prática e uso de métodos de avaliação de impacto das diferentes abordagens para desenvolvimento do sector agrário. Para esse objetivo, Marédia apresentou o panorama conceptual e contextual de avaliação de impacto, os diferentes métodos (experimental e quaseexperimental) utilizados para enfrentar o desafio da estratégia de identificação do contrafactual. trabalha como investigadora de Avaliação do Impacto do Programa financiado pela USAID Pulse CRSP no Instituto Internacional de Agricultura e membro do Painel Permanente de Avaliação de Impacto o CGIAR Conselho Científico. Na sua rica carreira profissional destaque vai para o Prémio dissertação em 1994 da American Agricultural Economics Association. Interesses profissionais: · Avaliação de impacto de Pesquisa & Desenvolvimento agrícola; Quem é Mywish Marédia Mywish Maredia trabalhou com alguma profundidade na área de avaliação de impacto e os aspectos económicos da ciência e tecnologia a g r íc o la . E l a t e m u ma v a s ta experiência de trabalho com projectos em África e na América Latina e tem trabalhado como consultora com muitas organizações internacionais, incluindo o Banco Mundial, FAO, PNUD, CGIAR, CIMMYT e a OMPI. Ela tem ampla experiência na gestão de projectos e avaliação de impacto nos países em vias de desenvolvimento, com um foco particular sobre os impactos económicos da pesquisa agrícola (ciências biológicas e sociais), a capacitação institucional e economia da política científica e tecnológica. · Métodos e abordagens para avaliar os impactos das intervenções de desenvolvimento agrícola sobre as metas de desenvolvimento (ou seja, a pobreza, a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental); · Economia, políticas científicas e tecnológicas, especialmente aquelas relacionadas à biotecnologia; · Implicações de direitos de propriedade intelectual sobre as políticas públicas e pesquisa agrícola nos países em vias de desenvolvimento; e Avaliação da pesquisa com enfoque para as questões do Sistema de Sementes e políticas de desenvolvimento nos países em vias de desenvolvimento. funcionalidade ou não dos esforços de desenvolvimento e os seus contextos. A apresentação da Doutora Marédia, foi motivada por um crescente Além de sua nomeação no Departamento de Economia Agrícola, Alimentos e Recursos, Mywish (Sostino Mocumbe/IIAM/DFDTT/ DDIC) 9 Boletim do IIAM DIVULGAÇÃO O Forum Pecuário Reforçará a Comunicação entre os Criadores e o Governo Foi a nota dominante no decurso do lançamento do Forum Nacional de Pecuária (FONAPE), a 06 de Setembro na sede do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) tendo participado representantes da Direcção Nacional dos Serviços Veterinários (DNSV), associações, cooperativas e toda cadeia de produtores do ramo. Esta iniciativa teve o apoio do Instituto Internacional para a Pesquisa Veterinária (designação em inglês ILRI – International Livestock Reseach Institute). De referir que, dados do TIA (2007) indicam que a pecuária desempenha um papel vital para a população rural em Moçambique, onde 65% das famílias rurais têm galinhas, 25% têm pequenos ruminantes (principalmente caprinos), 12% têm porcos e 6% têm gado bovino. A pecuária, especialmente caprinos e galinhas, é um importante contribuinte para a segurança alimentar em Moçambique através das vendas para comprar alimentos em tempos de crise, por exemplo, após quebra de colheita devido à falta de chuva. Em Moçambique, o ILRI em conjunto com os seus parceiros está a trabalhar no sentido de aumentar a segurança alimentar e no fortalecimento do sector pecuário de diferentes maneiras com destaque para: (i) melhoria da produção animal com a introdução de uma melhor gestão dos animais em termos de alimentação e saúde animal; (ii) melhoraria do acesso aos mercados de pequenos criadores através da introdução de abordagens inovadoras das cadeias de valor, tais 10 como plataformas de inovação; (iii) geração de dados sobre o sector da pecuária para informar o planeamento estratégico em investigação e desenvolvimento do sector pecuário; (iv) contribuição para a formação de agricultores assim como de profissionais de investigação e extensão. A criação de um Fórum Nacional de Pecuária é o resultado de um esforço conjunto entre produtores privados, fornecedores de insumos e processadores, bem como o Ministério da Agricultura e do ILRI e foi uma das actividades do projecto financiado pela USAID, entitulado: “Mobilização da investigação e extensão pecuária para a segurança alimentar e alívio à pobreza.” A fim de construir um sector pecuário forte, e premente que haja um interlocutor credível que pode interagir com o Ministério da Agricultura, instituições de investigação, bem como com os investidores em nome dos criadores de Moçambique. De momento, o FONAPE tratará de gado bovino, pequenos ruminantes, como caprinos e ovinos e porcos. As aves (ainda) não estão incluídas já que o sector avícola já tem sua própria organização: Associação Moçambicana de Avicultores (AMA). Através deste órgão, espera-se que os produtores irão deliberar sobre questões de interesse comum com respeito à produção e comercialização de todas as cadeias de valor e das diferentes espécies. Por exemplo algumas das questões poderiam relacionar-se com as pautas aduaneiras de alguns insumos e produtos animais. O Fórum poderá apresentar as questões para consideração de uma forma organizada. Informação sobre ILRI em Moçambique Em Junho de 2006, o Instituto Internacional de Investigação Pecuária (ILRI) abriu um escritório para África Austral, em Maputo, Moçambique. Esta abertura deveu-se a um convite do Governo de Moçambique para que o ILRI fosse parceiro no processo de reconstrução do rebanho nacional do país a ser desenvolvido através do reforço da capacidade de investigação e do desenvolvimento do sector pecuário O ILRI é membro do Consórcio de Centros Internacionais de Investigação Agrícola (CGIAR), que trabalha para reduzir a fome, doença, pobreza e degradação ambiental em países em desenvolvimento através de gerar e compartilhar novos conhecimentos, tecnologias e políticas. O trabalho do ILRI é realizado em parcerias amplas e estratégicas que f acilitam e ag r eg am v alo r à contribuição de muitos outros actores na investigação pecuária para o desenvolvimento, incluindo os sistemas nacionais de investigação como o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), o sector privado, as organizações nãogovernamentais, os grupos de agricultores, as universidades, as organizações regionais e outros centros internacionais de investigação agrícola. Para maiores informações favor consultar: www.ilri.org/mozambique DIVULGAÇÃO Boletim do IIAM Apostando em maior tolerância à seca e resistência a insectos Projecto WEMA avança para a Segunda Fase em 2013 Indica a Fundação Africana para as Tecnologias Agrárias (AATF) A segunda fase da iniciativa regional de pesquisa agrária para o desenvolvimento de novas variedades de milho tolerantes à seca e resistentes à insectos, na qual o IIAM é parceiro, arranca em 2013, nos cinco países que implementam o Projecto WEMA (Water Efficient Maize for Africa), incluindo Moçambique. Esta informação foi avançada, pelo Gestor Regional do WEMA (Water Efficient Maize for Africa), o Doutor Sylvester Oikeh, numa comunicação de actualização sobre o Projecto WEMA, circulada aos parceiros, a partir da sede da Fundação Africana para as Tecnologias Agrárias (AATF), em Nairobi, Quénia. A comunicação serviu também para marcar a passagem do quarto aniversário do Projecto WEMA, destacando alguns dos seus desenvolvimentos e realizações mais importantes. Segundo dados em posse deste Boletim, Moçambique foi aceite como parceiro do projecto WEMA em Julho de 2008, através do IIAM, impulsionado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Em Fevereiro de 2009, o IIAM assinou, um acordo de parceria com a AATF, para a implementação do projecto WEMA, que envolve pesquisadores de sistemas nacionais de investigação agrária do Uganda, Quénia, Tanzânia, Moçambique e África do Sul, tendo como financiadores as Fundações Bill & Melinda Gates e Howard G. Buffet. Conforme a comunicação do gestor regional do WEMA, durante os últimos quatro anos (Março 2008 a Março 2012), a sua excelente parceria com CIMMYT, Monsanto e os Sistemas Nacionais de Investigação Agrária do Quénia, Uganda, Tanzânia, Moçambique, e África do Sul, saldouse em progressos significativos rumo ao desenvolvimento e alocação de variedades de milho tolerantes à seca e resistentes a insectos, para os pequenos agricultores da África Subsariana. Mais adiante, a comunicação do WEMA regional informa que em 2011, ambos os programas convencionais de melhoramento genético e molecular tiveram grandes desenvolvimentos, dos quais se destacam as duas variedades não geneticamente modificadas que foram introduzidas nos ensaios nacionais no Quénia. Quanto à introdução e evolução da pesquisa nos países parceiros do WEMA, salienta-se que enquanto Moçambique e Tanzânia apenas realizaram pré-ensaios com material convencional para a testagem dos campos confinados, dos sistemas de irrigação instalados e para o aperfeiçoamento da capacidade técnica e prática dos técnicos envolvidos; o Quénia e o Uganda realizaram as suas terceiras rondas de ensaios usando material geneticamente modificado com variedades tolerantes à seca; a África do Sul, único país no grupo que já vinha desenvolvendo a produção comercial de culturas alimentares geneticamente modificadas, está na quarta ronda de ensaios com material geneticamente modificado no âmbito do WEMA. Por outro lado, já foram identificadas mais de 25 variedades de milho tolerantes à seca não geneticamente modificadas, as quais servirão de base para futuros testes no Quênia, Tanzânia e Uganda. Todos os ensaios foram realizados em total conformidade com o quadro normativo atinente a Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) em cada país específico. Entretanto, o processo de análise de dados continua, esperando-se que os resultados sejam compartilhados logo que estiverem disponíveis. Pesquisa ressalta inclusão da resistência a insectos no produto final O milho é uma das culturas alimentares mais importantes na África SubSahariana, sendo a base alimentar para mais de 300 milhões de pessoas. Poém, a cultura tem sido afectada por secas, pragas e doenças ao longo dos tempos, o que afecta negativamente o seu rendimento por hectare, reduzindo o volume das colheitas e agravando a exiguidade de reservas alimentares por família rural. Para Moçambique, esta situação configura-se num desafio que põe à prova os investigadores do IIAM, no sentido de: contribuir para reverter o drama da fome e da insegurança alimentar. Iluminados por esse nobre desiderato, que faz da pesquisa agrária um condimento instrumental para o desenvolvimento, os cientistas envolvidos na parceria públicoprivada conhecida por projecto WEMA (Water Efficient Maize for Africa WEMA) iniciaram as suas buscas de alternativas de produção de alimentos, apostando inicialmente numa vertente de pesquisa voltada à obtenção de novas variedades de milho tolerantes à seca, mas a experiência no terreno tem mostrado a necessidade de desenvolver novas características genéticas que tornem a cultura também resistente a insectos. Com efeito, durante os primeiros quatro anos de pesquisa, nos países que já realizam ensaios com material geneticamente modificado, a pressão de insectos nas áreas dos campos de ensaios confinados – particularmente brocas do caule de milho – foi identificada como sendo uma grande ameaça para os benefícios esperados das variedades de milho tolerantes à seca, quer sejam convencionais quer geneticamente modificadas. Em tempo de seca, o milho é particularmente susceptível às pragas e os agricultores podem perder todas as suas culturas. Assim, de modo a fazer face a este desafio, o WEMA está a aumentando a proteção contra insectos nas variedades desenvolvidas no âmbito da sua pesquisa regional. (Roseiro Mário Moreira/DFDT/ DDIC) 11 Boletim do IIAM ÚLTIMAS Técnicos do IIAM Capacitados pela Embrapa - Brasil edição de publicações impressas com enfoque para planificação e responsabilidades no fluxo editorial, funcionamento dos comités locais de publicações, gestão da marca institucional, padronização das publicações e normalização bibliográfica, design gráfico, diagramação com recurso a Corel Draw e In Design, e ilustração para formatos diversos. Técnicos do IIAM com equipa de treinamento da Embrapa Informação Tecnológica Uma missão constituída por 6 técnicos do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) deslocou-se à Republica Federativa do Brasil, de 15 a 22 de Julho de 2012, para participar nas actividades do treinamento e colheita de experiências relevantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para o melhoramento do fluxo editorial e design gráfico dos materiais de comunicação do IIAM. A missão integrava 5 técnicos do IIAM de Sede (DFDTT) e 1 do Centro Zonal Centro, designadamente Américo António Humulane, Roseiro Mário Moreira, Tomás Adriano Sitoe, Itália Francelina da Conceição Magalhães e Sousa Cossa, Marcos Vieira Niuaia e Joaquim Venâcio Waite. O treinamento teve lugar na Embrapa Informação Tecnológia, uma unidade da Embrapa e foi realizado no âmbito da Cooperação Técnica Brasil – Estados Unidos – Moçambique, operacionalizada pelo Projecto de Suporte Técnico à Plataforma de Inovação Agropecuária de Moçambique (PIAIT), na componente de Comunicação para a Transferência de Tecnologias. Momento em que se recebia o Certificado A equipa de Moçambique já estabeleceu um plano de acções que culminarão com o melhoramento do manual editorial, p r ep ar ação d as n o r mas d e padronização das publicações, elaboração do manual de identidade visual, preparação de um modelo organizacional e de funcionamento dos comités locais de publicações no IIAM. O objectivo central do evento era aprender e trocar experiências (Américo Humulane e Roseiro sobre processos que envolvem a Moreira/IIAM /DFDTT/DDIC). Director: Doutor Inácio Maposse. Editor: Feliciano Mazuze (DFDTT). Coordenação de Produção: Américo Humulane. Revisão: Roseiro M. Moreira. Redacção: Sostino Mocumbe, Chamuene et al e Fauldade de Veterinária da UEM, Roseiro Moreira . Colaboração nesta Edição: Feliciano Mazuze, Américo Humulane, Marta Francisco e Roseiro Moreira. Maquetização e Arte Final: Alberto Zandamela e Marcos Vieira Niuaia. Fotografia: Jonas Malapende, Arquivo do DDIC e Irene Souza. Impressão: Gráfica Rápida/Reprografia do IIAM, Tiragem: 500 exemplares. IIAM-Sede: Av. das FPLM, 2698. Internet: http//www.iiam.gov.mz. Email: [email protected]. Telefone: 21 460219. Fax: 21 460220. Propriedade: Instituto de Investigação Agrária de Moçambique. Distribuição Gratuíta: DISP.REG/GABINFO-DEC/2006 12