INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA DE MOÇAMBIQUE Ministério da Agricultura Edição Janeiro - Abril de 2012 Nº 21 Nota de abertura IIAM tem novo Director Geral Caros leitores do Boletim do IIAM, Este é o nosso encontro número 21! Nesta edição, tal como nas precedentes, procuramos mapear as actividades desta instituição de pesquisa que mais se notaram no trimestre em referência. Pelo que, destacamos que já temos novo Director Geral. Que, num esforço de atingir mais pessoas, criamos uma conta facebook. Importa referir que, investigadores do IIAM estiveram na Conferência Mundial de Leguminosas de Grão. Igualmente, foi realizado um seminário que discutiu o futuro da Agricultura de Conservação no nosso país. Sendo o IIAM uma instituição de pesquisa, partilhamos para a investigação o artigo “Efeito de Consociação de Algodão “Gosssypium sp” com Faixas de Culturas na Densidades de Pragas e de Inimigos Naturais e na Produção no Distrito de Meconta”. Na reportagem, no âmbito da AWARD, investigadoras do IIAM partilharam a sua experiência com alunos da Noroeste I como forma de inspira – los para o futuro. Alguns profissionais do IIAM participaram no treinamento de produção de video. Os videos animados têm se apresentado como um eficiente instrumento de transferência de tecnologias agrárias. Em divulgação, despedimo – nos de duas grandes figuras que muito deram ao IIAM e ao desenvolvimento do sector agrário em Moçambique, falamos dos Doutores Calisto Bias e Cynthia Danovan que terminam suas missões de DG do IIAM e de Representante do MSU em Moçambique, respectivamente. Por último, apresentamos um assunto que exige consideração no processo de gestação de tecnologias agrárias: as mudanças climáticas no nosso contexto. Esperançosos de que terão uma optima leitura, dizemos, Da esquerda a direita Calisto Bias ex-DG do IIAM, José Pacheco Ministro da Agricultura e o Actual DG do IIAM Inácio Calvino Maposse Inácio Calvino Maposse, foi apresentado como novo Director Geral (DG) do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), no dia 27 de Fevereiro de 2011, aos funcionários desta instituição de pesquisa. A cerimónia dirigida por S. Excia o Ministro da Agricultura, José Pacheco, foi o culminar dum processo de selecção que levou pouco mais de 3 meses tendo o novo DG do IIAM ombreado com mais candidatos de prestígio e qualidade técnico profissional reconhecida no campo da pesquisa e liderança, nomeadamente os Doutores Manuel Amane e Carvalho Ecole. Até breve. Feliciano Mazuze /DFDTT O Doutor Inácio Maposse, sucede ao, Doutor Calisto Bias que dirigiu os destinos do IIAM desde a sua nomeação em Aabril de 2005. De recordar que, à luz do seu Plano Estratégico 2011-2015, o IIAM tem a missão de “gerar conhecimento e soluções tecnológicas para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e a segurança alimentar e nutricional”. Desta feita, o Doutor Maposse tem a nobre tarefa de, para além de continuar no trilho do que seu antecessor, com audácia e perspicácia executou, imprimir uma dinâmica que se traduza em resultados conducentes ao alcance dos objectivos estratégicos da instituição. Quem é Inácio Calvino Maposse? Nasceu a 11 de Agosto de 1964, em Chibuto, Província de Gaza, filho de Calvino Maposse e de Helena Boletim do IIAM DESTAQUES Mucaxua. Entre 1971 e 1976, frequentou as escolas primárias Santo Agostino de Gomba e Oficial de Mahombe. O novo DG do IIAM, concluiu a licenciatura em Agronomia pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM) em 1988 onde veio a trabalhar. Completou com sucesso o seu nível secundário em 1981, passando pela Escola Secundária de Chibuto, Escola Industrial 7 de Setembro de Xai – Xai e, Escola Secundária de Chókwè. De 1988 a 1991, para além de trabalhar para a UEM, prestou serviços na área de forragem, no então Instituto de Produção Animal (IPA) uma das instituições que hoje constitui o IIAM. Terminou o nível médio em 1983 na Escola Secundária Francisco Manyanga, em Maputo. Adquiriu o grau de Mestre em 1993 pela Universidade de Nebraska na área de pastos e forragens Em 1997 completou o doutoramento em Auburn, Alabama. No seu percurso académico e profissioal, o Dr. Maposse ocupou vários cargos a destacar o de Director da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) e, o de Presidente do Conselho Científico Temático de Agricultura. (Sostino Mocumbi/DFDTT/DIC) IIAM Tem uma Conta Facebook utentes, sobretudo o Facebook, o IIAM aderiu a este instrumento de comunicação como mais uma janela que vai reportar os assuntos relativos a geração e transferência de tecnologias agrárias no nosso país . De referir que, Facebook é um site e serviço de rede social que foi lançado em 4 de Fevereiro de 2004. Em Fevereiro de 2012, o Facebook tinha mais de 845 milhões de usuários activos. Ambiente da rede do facebook aderida pelo IIAM O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) já aderiu à rede social Facebook, desde o início deste ano, como forma de assegurar um maior e melhor fluxo de informação entre a instituição e seus públicos interno e externo. identificação, avaliação e transferência contínua e sustentável de tecnologias agrárias, aliadas à capacitação e formação dos quadros e produtores do sector agrário e a um eficiente sistema de coordenação, comunicação e informação. O IIAM, para além de gerar tecnologias agrárias ajustadas à realidade dos produtores moçambicanos, tem de garantir a divulgação dos seus resultados de pesquisa, contribuindo para o desenvolvimento do País através da Para a prossecução desse desafio tem contado com os relatórios técnicos, palestras, seminários, website, folheto, brochuras, manuais, boletim do IIAM, videoimagem e outros instrumentos de comunicação. Pelo facto das redes socias conquistarem cada vez mais 2 Para aderir é simples. Os usuários devem efectuar o registo antes de utilizar o site. Em seguida, podem criar um perfil pessoal, adicionar outros usuários como amigos e trocar mensagens, incluindo notificações automáticas quando atualizarem o seu perfil. Moçambique situa-se no 124º lugar, de uma lista de 213 países, com 200.220 usuários da mais popular rede social, o Facebook, de acordo com estatísticas divulgadas pelo site Socialbakers.. Ao nível do continente africano, Moçambique ocupa o 21º lugar numa lista de 49 países, com o Egipto, África do Sul e Marrocos a ocuparem as DESTAQUES posições cimeiras e São Tomé e Príncipe na cauda com 5.400 usuários. Quanto ao ranking dos países africanos de expressão Portuguesa, Angola é líder com 385.360 usuários do Facebook (16° lugar em África), seguido de Moçambique (21° lugar) com 200.220 usuários, Cabo Verde (31° lugar) com 87.260 usuários, Guiné Bissau (40° lugar) com 41.100 usuários e, em último lugar, São Tomé e Príncipe (49° lugar) com 5.400 usuários.. O Facebook foi fundado por Mark Zuckerberg e por seus colegas de quarto da faculdade Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes. Boletim do IIAM O Facebook do IIAM conta neste momento com 365 amigos dentre funcionários da instituição, de instituições parceiras, estudantes e publico em geral. De referir que, esta cifra apresenta fortes tendências a subir dada a quantidade diária de pedidos de amizade. (Sostino Mocumbi/DFDTT/DIC) Investigadores do IIAM Participam na Conferência Mundial sobre Leguminosas de Grão Trata – se de Celestina Joshua, Soares Xerinda e Isabel Cachomba que representando o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), juntaram-se a cerca de 90 cientistas de leguminosas de grãos do mundo em Kigali, Ruanda, de 13 a 17 de Fevereiro de 2012. A ideia central do encontro era de debater como os avanços da pesquisa podem transformar de forma sustentável as culturas com base em sistemas de cultivo, aumentar a produtividade e melhorar o acesso aos alimentos nutritivos para uma melhor nutrição, particularmente para mulheres e crianças. De referir que, o evento, organizado pela Pulse CRSP (Collaborative Research Support Programmes), programa da Universidade de Michigan, teve a honra de ser oficialmente aberto por S. Excia o Ministro da Agricultura e Recursos Animais ruandês, Dr. Agnes Kalibata. Projectos de pesquisa colaborativa entre os Estados Unidos de América (EUA) e os cientistas dos países beneficiários, concebidos e administrados pela Dry Grain legumes a partir do Gabinete de Gestão CRSP na Michigan State University, têm vivido um impacto significativo nos meios de subsistência, nutrição e segurança alimentar na África Subsaariana, América Latina, e Estados Unidos. A Doutora Celestina Joshua liderou o debate em torno do poster por ela apresentado com o tema “DIVERSITY OF ROOT PHENES OF COMMON BEAN (PHASEOLUS VULGARIS L.) FROM ANDEAN AND MESOAMERICAN GENE POOLS”. Por sua vez, o Doutor Soares Xerinda, esteve a frente do debate que foi sendo construído ao apresentar o poster i n t i t u l a d o “ I M PA C T S O F P EFFICIENT BEAN LINES ON A G R O E C O S Y S T E M PRODUCTIVITY AND SUSTAINABILITY”. Por fim, em representação do Engenheiro Magalhães Miguel, o Doutor Xerinda trouxe o debate em torno do tema “PHENE SYNERGISM BETWEEN ROOT HAIRS AND BASAL ROOT GROWTH ANGLE FOR PHOSPHORUS ACQUISITION IN COMMON BEAN”. Houve um quarto debate no qual estavam em volta dois pesquisadores da Colombia, EUA e do IIAM, Celestina Joshua e Magalhães Miguel. O programa Dry Grain Pulse CRSP concentra-se em melhorar a produtividade e o valor de leguminosas comestíveis, produzidas por pequenos agricultores com poucos recursos para atender a esses objectivos. As leguminosas de grãos, que podem ser cultivadas numa ampla gama de ambientes, são culturas de rendimento importantes, alimentos ricos em nutrientes para as zonas rurais e urbanas pobres, especialmente para mulheres e crianças. Além disso, feijão-manteiga e feijão-nhemba são frequentemente cultivados pelas mulheres em muitos países, diminuindo o hiato económico de gênero difundido. Pragas e doenças dos solos; degradados e de baixa fertilidade, falta de acesso a insumos, incluindo sementes de variedades melhoradas, e estresses abióticos acentuados pelas mudanças climáticas, são factores limitantes ao rendimento comum. Amitigação desses factores constitui um grande desafio para pequenos produtores, nos países em desenvolvimento. Nos últimos cinco anos, pesquisadores de universidades americanas têm trabalhado em colaboração com 3 Boletim do IIAM DESTAQUES cientistas de instituições de pesquisa para melhorar a alimentação, nutrição e segurança econômica através de 14 projetos de pesquisa colaborativa que se concentram em 19 países da África Ocidental, África Oriental e Austral e da América Central . Entre as muitas histórias de sucesso destacadas na conferência de 2012: Em Ruanda, onde a terra agrícola é limitada, a introdução de variedades de feijão aumentou o rendimento das culturas em 20 por cento em 2010. Na Nicarágua, Honduras e Guatemala, a introdução de variedades de sementes melhoradas e da criação de mais de 200 bancos comunitários de sementes têm garantido o acesso a sementes de feijão de qualidade para dezenas de milhares de agricultores. Na África Ocidental, os estudos genômicos permitiram o desenvolvimento de estratégias de gestão integrada de pragas que utilizam agentes de controle biológico de pragas para melhorar o rendimento do feijão nhemba. Tanto para feijão manteiga como para nhemba, as características de tolerância à seca, incluindo traços de raiz melhoradas morfológicas, estão sendo criadas em linhagens superiores para melhorar a adaptação às condições de seca terminais. Os cientistas da Pulse CRSP também realizaram estudos em feijão comum e feijão-nhemba com especial enfoque na nutrição. N a Ta n z â n i a , u m e s t u d o d e alimentação, envolvendo crianças Seropositivas foram administradas alimentos à base de feijão-nhemba visando demonstrar o potencial de reabilitação nutricional e reforço do sistema imunológico no crescimento desta população em risco. A CRSPs apoia, a longo prazo, pesquisas colaborativas que levam ao desenvolvimento de produtos tangíveis (tecnologias, práticas de gestão, conhecimento) que contribuem para a redução da pobreza, segurança alimentar, melhoria da subsistência das mulheres, alinhados aos objetivos relacionados a estratégia alimentar da USAID em países como Moçambique. A CRSPs trabalha directamente com as instituições do país anfitrião (para o caso de Moçambique, o IIAM) para alcançar estes objectivos através dageração de tecnologias e conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades dos recursos humanos nas ciências agrícolas para apoiar de forma sustentável as cadeias de valor. (Sostino Mocumbe /DFDTT / DDIC /IIAM) Semináro Sobre O Futuro da Agricultura de Conservação em Moçambique” O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) através da Plataforma para Investigação Agrária e I n o v a ç ã o Te c n o l ó g i c a e m Moçambique (PIAIT) com o suporte da USAID, organizou no dia 28 de Fevereiro de 2012, na sala Zambeze do IIAM, em Maputo um Seminário sobre “ O Futuro da Agricultura de Conservação em Moçambique”, com o objectivo de partilhar as experiências e informações existentes sobre as actividades de Agricultura de Conservação (AC) em Moçambique e na região. O encontro focalizou ainda os desafios e casos de sucesso para definir o caminho a seguir de modo que se tenha a AC como uma oportunidade para melhorar a 4 Agricultura Familiar no país. O evento contou com cerca de 70 participantes, provenientes do IIAM Sede, seus Centros Zonais, Centros Internacionais de Investigação (CIAT, CYMMIT, ICRISAT, IITA e o ILRI), Instituições de ensino superior e de investigação (UEM, MSU e Universidade de Tennesee dos Estados Unidos da América), Instituições públicas (DNSA, DNEA, INGC), Representantes de Agricultores (UNAC, UCAM), Empresas privadas (TECNOSERV, TLC Moçambique, ASV), ONG´s (Clean Star Mozambique, Abiodes, Save the Children, Clusa, CARE, ADRA, AGRIFUTURO, PROSAVANA e AGA KHAN FOUNDATION), e parceiros de Cooperação (AGRA, USAID, FAO, NORAD, Cooperação Italiana, Embaixada da Suécia, União Europeia, Embaixada da Irlanda, IFAD, USDA). O evento foi formalmente aberto pelo Exmo Senhor Secretário Permanente (SP) do Ministério da Agricultura (MINAG) Daniel Clemente Ângelo. Na sua intervenção, o Secretário Permanente focalizou os objectivos gerais do seminário tendo sublinhado a importância da Agricultura de Conservação para o aumento da produtividade agrária no país, numa altura em que se fala de mudanças climáticas, acompanhadas pela DESTAQUES ocorrência de secas cíclicas, pluviosidade errática e progressivo declínio da fertilidade dos solos. Após a abertura, seguiu-se a intervenção do Director Geral (DG) do IIAM contextualizando o seminário no âmbito dos princípios e objectivos da PIAIT. Este, enalteceu mais uma vez o papel da Plataforma, na busca de formas para garantir que as soluções tecnológicas agrárias sejam o resultado de um esforço conjugado de existência de vários intervenientes na promoção de tecnologias da Agricultura de Conservação, o nível de adopção destas é ainda muito baixo. Foi possível identificar e mapear as zonas agro-ecológicas com mais actividades da Agricultura de Conservação. Igualmente foram identificados os aspectos comuns e transversais no âmbito da promoção da Agricultura de Conservação. DISCUSSÃO E RECOMENDAÇÕES SOBRE AS APRESENTAÇÕES todos interessados na agenda de Investigação. O seminário compreendeu sessões de apresentação em plenária sobre os diversos trabalhos em curso em Moçambique e na região, e de discussão em grupo sobre as lacunas na área da Agricultura de Conservação entre outros pontos com objectivo de dinamizar a pesquisa e divulgação deste sistema no país. EXPERIÊNCIAS DE AGRICULTURA DE CONSERVAÇÃO EM MOÇAMBIQUE E NA REGIÃO Esta sessão contou com sete (7) apresentações sobre várias experiências em Agricultura de Conservação no país e uma apresentação a representar a região com o tema “Desempenho da Agricultura de Conservação entre os Pequenos Agricultores: Evidência a Partir de Algodão na Zâmbia”. Das apresentações foi possível constatar que, não obstante haver várias organizações de diversos sectores de acção a trabalharem na promoção da Agricultura de Conservação no país, existe ainda um grande vazio no que diz respeito à investigação. Não obstante a Durante a sessão de discussões houve intervenções de vários participantes as quais destacavam a necessidade dos projectos de promoção da Agricultura de Conservação serem de média e longa duração uma vez que os seus resultados não podem ser alcançados a curto prazo. Destacou-se ainda, a necessidade de mudar as estratégias de abordagem alargando o leque das tecnologias em Agricultura de Conservação ao invés de limitadas opções que até agora são oferecidas aos produtores. Ficou claro que a investigação deve empenhar-se na avaliação destas tecnologias de forma a adequá-las às condições específicas de cada região agro-ecológica, bem como avaliar os seus benefícios ambientais e sócio-económicos. Da discussão foi possível perceber a vontade de alguns representantes de diversas organizações em intensificar a sua acção e incentivar a colaboração entre os diferentes intervenientes no país. Dai a necessidade de criação de um Task Force que tivesse objectivos e planos de acção, bem definidos para que a Agricultura de Conservação seja uma alternativa de solução visando a minimização da crónica insegurança alimentar que assola o país. Boletim do IIAM CONSIDERAÇÕES RECOMENDAÇÕES FINAIS E Durante a segunda sessão foram constituídos três (3) grupos de trabalho que se debruçaram sobre alguns assuntos fulcrais da Agricultura de Conservação durante cerca de uma (1) hora. As apresentações dos grupos foram precedidas pela discussão a volta dos “Passos Seguintes para os próximos 5 anos”. Durante essa discussão houve várias ideias que culminaram com a formação de um “Grupo de Trabalho para Investigação e Promoção em Agricultura de Conservação em Moçambique” para se debruçar melhor sobre a matéria tomando como base as constatações e recomendações chave avançadas nas apresentações e grupos de trabalho. · O Director Geral do IIAM encerrou o encontro enaltecendo a iniciativa dos organizadores e demonstrando total entusiasmo pelo grande interesse dos participantes do seminário e pelo tema. Usou a oportunidade para realçar mais uma vez o papel da plataforma para o cumprimento da missão do IIAM e apelou para que a recente “miniplataforma” formada neste encontro possa trazer grandes resultados com vista ao crescimento da Agricultura Moçambicana e especificamente da Agricultura de Conservação. Apelou a todos os envolvidos para trabalhem em comunhão de modo a conseguirem pôr em prática uma boa parte das recomendações deixadas pelos grupos de trabalho. (Antonieta Nhamusso & Bordalo Mouzinho) 5 Boletim do IIAM INVESTIGAÇÃO Efeito de Consociação de Algodão Gosssypium sp com Faixas de Culturas na Densidades de Pragas e de Inimigos Naturais e na Produção no Distrito de Meconta Raimundo, A1 e Chamuene, A1 e Rego2, J.M. 1IIAM-CZNd-Centro de Investigação e Multiplicação de Sementes de Algodão de Namialo 2UCM-Faculdade de Agricultura de Cuamba, Departamento de Ciências de Solo Introdução A Consociação de culturas em faixas (Strip intercropping) é o cultivo de duas ou mais culturas crescendo simultaneamente em diferentes faixas, suficientemente largas para permitir operações culturais independentes, mas suficientemente apertadas para deixar que as culturas interajam agronómicamente. Neste sistema de cultivo a diversidade biológica aumenta em áreas agrícolas, o que pode manter as populaçãoes de insectos em equilíbrio e facilitar a acção de controlo natural. Deste modo foi avaliado o efeito das culturas em faixas (algodão com mapira, feijãonhemba, milho, soja, mucuna-preta e algodão puro), no maneio de pragas lagarta americana (Helicovepa armigera), lagarta vermelha (Diparopsis castanea), jassideos (Empoasca facialis), afideos (Aphis gossipy) e inimigos naturais sendo joaninha (Hippodamia convergens) e aranha, estabelecendo-se um ensaio com delineamento experimental de blocos completos casualizados (DBCC) com 3 repetições e 6 tratamentos. Resultados e Discussão Em função da semana As densidades das pragas e dos inimigos naturais apresentam diferenças significativas (p<0,05) em todas as semanas, excepto ovo da lagarta vermelha (p>0,05) em todos os tratamentos. No caso das faixas, as diferenças significativas (p<0,05) foram observadas nas densidades populacionais da lagarta vermelha e da aranha. Nos restantes insectos não houve efeito significativo (p>0,05) das faixas sobre as densidades populacionais. A interacção entre semana e faixa não teve efeito significativo (p>0,05) nas densidades tanto de pragas como de inimigos naturais. 6 Maiores densidades de afideos foram observadas nas semanas, 7, 8 e 11 com médias 3,20, 2,80 e 2,79 respectivamente; as semanas 4, 9 e 12 foram as que menores densidades de afideos apresentaram com 0,96, 1,07 e 1,41 respectivamente. No caso de Jassideos, maiores médias das densidades populacionais foram registadas nas semanas 12 e 11 com 1,43 e 1,15 respectivamente; as menores densidades desta praga foram observadas nas semanas 5-9, com uma média de 0,81 insectos. Em relação à lagarta vermelha, a média de ovos foi constante em todas as semanas com 0,71 unidades; porém a média da densidade populacional das lagartas foi maior na semana 10 com 0,78 e menor densidade nas semanas 4 e 5 ambas com média 0,71. A densidade populacional da lagarta americana foi maior nas semanas 6 e 9 (ovos) e semana 6 (lagartas), respectivamente 0,77 e 1,01 em média; menor densidade desta praga observou-se nas semanas 4, 5, 7, 8 e 12 ambas com uma média de 0,71. Os inimigos naturais tiveram maiores densidades populacionais nas semanas 6, 7 e 9 com média de 86,7 de joaninha; a menor densidade deste insecto observou-se nas semanas 4 e 12 com uma média de 0,72. Para a aranha maiores densidades foram registadas nas semanas 6 e 12 ambas com 0,86 e menores densidades nas semanas 5, 8, 9 e 10 com uma média de 0,76. Em função das faixas A média das densidades populacionais dos afideos foi de 2,08 em todos os sistemas de cultivo de algodão (cultivo puro e em faixa). No caso de jassídeos, menores densidades populacionais foram observadas em todos os sistemas de cultivos em faixas em relação ao cultivo puro, onde as densidades foram relativamente maiores. Para ovos da lagarta vermelha registaram-se menores densidades em todos os sistemas de cultivo em faixas comparativamente com o cultivo puro do qual foram relativamente maiores. As densidades da lagarta vermelha foram maiores no sistema de cultivo em faixa (algodão e milho) e o cultivo puro, e as menores densidades populacionais foram observadas nos restantes sistemas de cultivo. A lagarta americana também apresenta médias de ovos superiores no cultivo puro comparado com o em faixas. Porém, suas médias referentes às lagartas apresentam uma média de 0,78 para todos os sistemas de cultivos. Para inimigos naturais, a joaninha registou uma média de 0,80 em todos tratamentos, enquanto que a aranha a maior densidade foi no sistema de cultivo de algodão com faixa de soja em relação aos restantes tratamentos. Segundo Tahvanainen & Root (1972), afirmam que, as razões para que alguns insectos-pragas apresentem menores densidades populacionais em cultivos consociados incluem a maior diversidade destes agroecossistemas, mudanças no microclima da cultura e o incremento das populações de inimigos naturais. Estes factores podem justificar a menor ocorrência de algumas pragas do algodoeiro cultivado em sistema consociado. Ver i f i c o u - s e m a i o r d e n s i d a d e populacional de pragas no sistema de cultivo puro em relação aos sistemas de cultivo em faixas. Estes resultados estão de acordo com o Vandermeer (1989), segundo o qual as maiores densidades populacionais de pragas foram observadas em sistema de cultivo puro do que em consociação. Observou-se também, menor densidade populacional de pragas no INVESTIGAÇÃO sistema consociado (algodão x feijão), não discordando portanto com os resultados verificados por Armstrong & Mckinlay (1997) e Booij et al. (1997) ao cultivarem trevo consociado com repolho, que mostraram uma redução da população de pragas devido ao aumento de inimigos naturais. Existem evidências de que estes inimigos naturais afectam a dinâmica populacional das pragas das culturas consociadas (Best & Beegle, 1977). Maior densidade populacional de inimigos naturais registou-se no sistema de cultivo em faixa do algodão consociado com soja comparativamente com os restantes sistemas de cultivo incluindo a testemunha (algodão puro). Este resultado é similar aos estudos feitos por (Hsin et al., 1979; Bechinsk & Pedigo, 1981) que mostraram a grande abundância de insectos predadores nas culturas de soja consociada com milho. Porém, observou-se menor densidade de inimigos naturais no cultivo puro. O sistema de cultivo puro faz com que as plantas fiquem mais visíveis para os herbívoros (Altieri, 1993). I n d i c a d o re s d e P ro d u ç ã o e Rendimento do Algodão-Caroço cultivo puro e os sistemas consociados algodão+mucuna-preta e algodão+mapira. No caso da produção por parcela o sistema de cultivo não afectou em todos os tratamentos tendendo como média de 8,604kg. A mesma situação voltou a observar-se no rendimento em que não sofreu efeitos do sistema de cultivo em todos os tratamentos com uma média geral de 860,4 kg/há. As correlações de Pearson entre indicadores de produção e rendimento por hectare são positivas (r>0) e significativas (p <0,05) com a excepção da densidade de plantas (p>0,05). Contudo, a produção por planta teve maior contribuição no rendimento por hectare (r = 0,75). Os inimigos naturais também têm uma relação positiva (r> 0) embora não seja significativa. Isto significa que a contribuição destes organismos não influenciou bastante no rendimento de campo, devido provavelmente ao efeito de insecticidas químicos aplicados. No caso de pragas, porém, verificou-se uma correlação negativa (r <0) e não significativa (p> 0,05). Significa que o rendimento baixa com o aumento das pragas, apesar dessa redução não ser significativa devido a estes insectos. Conclusões A média da densidade de plantas teve diferenças significativas (p<0,05) entre todos os sistemas de cultivo. Porém, a altura das plantas não sofreu efeito do sistema do cultivo (p>0,05). No caso da produção por planta, produção da área útil e rendimento por hectare as suas médias sofreram efeitos significativos (p<0,05) em todos os sistemas de cultivo. Maiores densidades populacionais de afideos foram observadas nas semanas 7, 8 e 11. No caso dos jassideos maiores médias das densidades populacionais foram registadas nas semanas 11 e 12. Em relação a lagarta americana, a maior densidade populacional foi observada nas semanas 6 e 9 (ovos) e semana 6 (larvas). A densidade de plantas foi maior no cultivo puro em relação aos restantes sistemas de cultivo em faixa; enquanto a altura das plantas não sofreu efeitos do sistema de cultivo em todos os tratamentos tendo como média geral de 1,09 m. No concernente a produção por planta observou-se que os sistemas de cultivo em faixa (5, 3 e 2) tiveram maior produção em comparação com os sistemas de No que diz respeito aos inimigos naturais, tiveram maiores densidades populacionais nas semanas 6, 7 e 9 de joaninhas, enquanto que a aranha maiores densidades foram observadas nas semanas 6 e 12. O sistema de cultivo de algodão consociado com faixas de soja teve maiores densidades populacionais de inimigo natural (aranha) em relação aos restantes tratamentos, enquanto que no sistema Boletim do IIAM de consociação de algodão com feijãonhemba observou-se menor densidade populacional de pragas em relação aos restantes sistemas. Maiores densidades populacionais de pragas foram observadas no sistema de cultivo puro, como consequência de baixa densidade populacional de inimigos naturais comparando com os restantes sistemas de cultivos. Contudo, o sistema que apresentou maiores densidades populacionais de inimigos naturais foi a consocição de algodão com faixas de soja. Não se registaram diferenças de rendimentos entre sistemas de cultivo de algodão (consociado e puro), embora haja diferenças na produção por planta. Tanto na produção do algodão por parcela como rendimento do algodão por hectare não sofreram efeitos do sistema do cultivo em todos os tratamentos, tendo como médias gerais de 8,604 kg/parcela e 860,4kg/ha respectivamente. No caso de pragas, porém, verificou-se uma correlação negativa (r <0) e não significativa (p> 0,05). Significa que os rendimentos baixam com o aumento das pragas. Entretanto, os inimigos naturais têm uma correlação positiva (r> 0) embora não significativa. Portanto, significa que a contribuição desses organismos não influenciou bastante no rendimento, provavelmente devido o efeito de insecticidas aplicados que também controlavam os inimigos naturais provocando uma redução na sua densidade populacional. As faixas das culturas, reduziram 20% da área total do algodão. Contudo, pode ser compensada pelo o incremento da produtividade devido ao efeito das faixas e pelas vantagens de melhoramento do solo para o caso das faixas de leguminosas (feijãonhemba, soja e mucuna-preta), melhor utilização de recursos ambientais, estabilidade da produção das culturas e da manutenção da biodiversidade. 7 Boletim do IIAM REPORTAGEM Investigadoras do IIAM Falam da sua Experiência na Noroeste “I” Rafael Uaiene. Stella Nhanala, também investigadora no IIAM, é Engenheira Agrónoma licenciada em 2009 pela Universidade de Algerve em Portugal, trabalha no Laboratório de Biotecnologia com enfoque para a cultura de tecidos vegetais, preocupada com a segurança alimentar no sector familiar e, tem como mentora a Dra. Anabela Manhiça. Mentoras e Discipulas no role modeling na Noroeste “I” No âmbito do Programa AWARD (African Women in Agricultural Research and Development), investigadoras do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM), realizaram o “Role Modelling: Inspirando e incentivando a rapariga a contribuir para o desenvolvimento económico do país”, no dia 23 de Março de 2012, na Escola Secundária Noroeste 1. O evento que contou com a colaboração do Centro Internacional da Batata-Moçambique (CIP), tinha como principal pressuposto a partilha de experiências profissionais e oportunidades do programa AWARD, às alunas, professores e comunidade circunvizinha na Escola Secundária Noroeste I, com o objectivo de as incentivar a seguir a área de ciências agrárias. Trata – se da Drª. Anabela Manhiça e da Engª. Alda Tomo que se fizeram ao evento acompanhadas das suas discípulas, as Engenheiras Agrónomas Stella Nhanala e Márcia Maposse, respectivamente. Anabela Manhiça, investigadora no IIAM, é Médica Veterinária, Mestrada em Saúde Animal pela Universidade de Pretória em 2008, trabalha na área de Transferência de Tecnologias, com uma sensibilidade para a produção agropecuária e segurança alimentar, e tem como mentora, a Doutora Maria Isabel Andrade. O AWARD tem como objectivo, criar oportunidades de desenvolvimento profissional para as mulheres africanas que trabalham em prol do desenvolvimento agrário, através de treinamentos, desenvolvimento de habilidades de liderança, troca de experiências e debates sobre o papel da investigação agrária e das cientistas no desenvolvimento económico do país. 8 Alda Tomo, igualmente investigadora no IIAM, é Engenheira Agrónoma, Mestrada em Economia Agrária pela Universidade do Estadual de Michigan, em 2009, ocupa o seu dia trabalhando na área de sócio – economia agraria, tem um interesse especial em fazer avaliações sócio – económicas de impacto de tecnologias agrárias e, tem como mentor o Doutor Por fim, mas não menos importante, Márcia Maposse, Sócia – Gerente da Bindzu Agro Business & Consultoria, Lda., licenciada em Agronomia pela Universidade Eduardo Mondlane em 2006, trabalha em desenvolvimento rural e produção agrícola, com forte interesse para desenvolvimento rural e, tem como mentora a Enga. Alda Tomo. Foi um evento concorrido tendo reunido estudantes (maioritariamente do sexo feminino), professores e representantes da Direcção da Escola Secundária Noroeste I. No final do evento, os estudantes deixaram ficar a sua impressão no que tange à iniciativa: 1. Agnel Massunda, 12ª Classe, 19 anos: “Eu achava que agronomia é só ir a machamba! Eu sempre quis fazer agronomia, uma vez que meu pai faz agricultura! Gosto de cuidar das plantas! Em casa faço enxertia, produzindo limoeiros, laranjeiras, pinheiros e orquídias! A visita das investigadoras do IIAM veio reforçar a minha vontade de ser agrónomo! Portanto, estou feliz com a iniciativa”. 2. José Manuel João Manhique, 12ª Classe, 17 anos: “Acho que a iniciativa é boa! Iniciativas desse género deviam acontecer sempre porque ajudam os alunos a decidirem o que querem ser no futuro! Antes da iniciativa pensei REPORTAGEM em ser um eng. civil! Com a palestra estou a pensar em ser eng. Agrónomo! 3. Arminda Vicente Macuácua, 11ª Classe, 16 anos: “A iniciativa foi boa porque nem sequer sabia que existia batata doce de polpa alaranjada e nunca tive uma oportunidade de plantar uma batata, como se prepara a terra, qual é a melhor terra para o plantio, como fazer a selecção e preparação da terra! A inicativa devia abranger mais pessoas porque é muito interessante! Eu quero ser advogada. A palestra me deu força de perseguir o meu sonho e nunca desistir”. 4. Físhua José Dango, 12ª Classe, 18 anos “Achei a iniciativa muito boa, construtiva e de um futuro melhor! A palestra me inspirou muito porque me fez ver que a agricultura não é só ir a machamba cultivar. Esta iniciativa me mostrou outros lados da agricultura como o laboratório, por exemplo! Percebi que temos que agarrar as oportunidades! Estudar! E nunca desistir dos nossos sonhos! Eu sempre quis ser economista, mas agora, tal como a eng Alda Tomo sei que é possível juntar a economia e agronomia! A minha paixão sempre foi economia, mas, com uma queda por agronomia! Estudar, estudar, estudar” 5. Celina Gabriel Hobjane, 11ª Classe, 17 anos: “Uma iniciativa muito boa! Sempre gostei de agricultura porque eu ia a machamba com minha mãe! Com a palestra aprendi a plantar batata seguindo regras agronómicas! A palestra me motivou a não desistir dos meus sonhos! Meu sonho é ser advogada! Agora sei que nunca devo desistir de fazer o que eu quero! Tenho que seguir em frente sempre! Penso que a iniciativa devia abrangir mais escolas secundárias e até primárias!”. (Sostino Mocumbe/DFDTT/DDIC) Boletim do IIAM Videos Animados: Um Novo Conceito na Transferência de Tecnologias Agrárias Foi lançado nos últimos dois anos o Programa Scientific Animations Without Borders (SAWBO), pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos da América (EUA) com o propósito de apoiar as pessoas a acederem a conhecimento crítico capaz de impulsionar suas vidas através de videos animados. EUA, da Argentina, do Uruguai, do Brasil, do Haiti, da India, da Etiópia, do Niger, da Nigéria, do Borquina Faso, do Madagascar, do Malawi, da África do Sul e, de Moçambique, sendo que para o nosso país, representa-o o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM). Para o caso da agricultura, esta iniciativa figura como uma janela ímpar que vai disponibilizar tecnologias num formato simples e animado por forma a propiciar maior percepção no que se pretende transmitir. A SAWBO, criou uma série de animações a que se pode sobrepôr voz numa diversidade de línguas de todo o mundo e implantados localmente em telefones celulares, bem como outros dispositivos electrónicos com capacidade de visualizar vídeos. Diversos documentos, trabalhos e teses citam problemas e dificuldades no processo de transferência tecnológica, principalmente no processo de validação das tecnologias junto aos agricultores e que boa parte das tecnologias desenvolvidas permanecem nas instituições de pesquisa. O conceito de usar animação é único e é culturalmente neutro, e, portanto, tem um apelo universal além de ser divulgado dentro de período mais curto de tempo possível. Os agricultores serão capazes de armazenar os vídeos nos seus celulares e mostrá-los a outros agricultores. Propostas para aprimorar o processo de transferência de tecnologia já existem e, na sua maioria, citam a necessidade de considerar também a realidade regional/local com envolvimento de sectores públicos e privados que, de forma integrada com os agricultores, desenvolvem todas as etapas do processo de transferência tecnológica. Até hoje já foram produzidos pela SAWBO videos referentes ao tratamento solar do feijão nhemba, administração do insecticida produzido pela semente de neem (azadirachta indica), prevenção contra a cólera e outros. Ta m b é m é f u n d a m e n t a l o envolvimento das instituições de pesquisa e desenvolvimento na interação com técnicos e produtores, possibilitando o fluxo da informação nos dois sentidos. Com esses vídeos é possível incorporar “voice-overs” em línguas locais e poderão ser divulgados através de celulares e outros meios de comunicação como parte do processo de tranferência de tecnologia em prol do aoumento da produtividade agrária. A SAWBO firmou parcerias com cerca de 20 instituições representantes dos (Sostino Mocumbe /DFDTT / DDIC /IIAM) 9 Boletim do IIAM DIVULGAÇÃO Saudação em momento de transição e sucessão no IIAM Caros quadros e parceiros do IIAM Minhas Senhoras, Meus Senhores, Durante anos, temos estado juntos na edificação de uma instituição de investigação agrária moderna, que possa efectivamente dar respostas satisfatórias às demandas que se nos impõem dos nossos consumidores. “Pedra a pedra (...) uma só força”, como recitando o nosso Hino Nacional, temos vindo a dar corpo aos objectivos de investigação, materializando-os em realizações palpáveis do nosso Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) na Dr. Calisto Bias no acto de sua despedida da Direcção geral do IIAM sua amplitude nacional e também abraçando as avenidas da cooperação regional e internacional. Estas acções têm sido concretizadas graças ao empenho e à entrega incondicional de todos os quadros do IIAM, quer nas suas Direcções Técnicas sediadas em Maputo, quer nos seus Centros Zonais com sedes em Chókwè, Sussundenga, Nampula e Lichinga, abrangendo todo o país, por zonas agroecológicas diferenciadas. Hoje, no momento de transição que inclui uma sucessão de titulares no cargo de Director Geral do IIAM, tenho a honra de reconhecer-vos a todos os feitos alcançados, desde a criação da nossa casa de investigação agrária. Cada um de nós lembrarse-á de como iniciamos a marcha, com as distintas instituições que cessaram a sua existência dando lugar ao nascimento do IIAM. Cessaram a sua existência mas trouxeram, cada uma, a sua experiência, o seu conhecimento acumulado e os seus preciosos recursos humanos, materiais e patrimoniais para fortalecer a nova instituição criada. Dessa forma, terão facilitado parte do trabalho de todos nós no IIAM, porquanto para a frente foi sempre onde pretendemos levar a investigação agrária. E, por terem, todos e cada um de vós, ajudado nesta construção até onde nos foi possível conseguir êxitos, permitam-me enaltecer-vos neste momento de transição e sucessão no IIAM. O vosso apoio foi e continuará a ser de muita valia para o progresso do IIAM. Nessa perspectiva, acreditamos que o novo Director Geral do IIAM, o Dr. Inácio Maposse, tem em todos os quadros e parceiros do IIAM o apoio necessário para os novos impulsos que contando com a sua larga experiência irá dinamizar. Fazemos esta afirmação como resultado de toda a confiança que se foi construindo e melhorando entre a Direcção do IIAM a todos os níveis e os seus quadros e parceiros ao longo dos anos em que estivemos em frente da gestão do IIAM. Em palavras comuns, permitam-me reiterar o Meu MUITO OBRIGADO pela inteira colaboração que de diversas formas e fontes recebi. Igualmente em palavras comuns, permitam-me solicitar mais uma vez que continuem a dar o vosso máximo apoio à Direcção do IIAM, e particularmente ao novo Director Geral o Dr. Inácio Maposse, que dentro de dias será empossado e me sucederá no cargo que convosco exerci e levo na memória como uma das mais encorajadoras experiências da minha vida profissional. JUNTOS E SEMPRE JUNTOS NO DESENVOLVIMENTO DO IIAM E DA INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA EM MOÇAMBIQUE! Dr. Calisto Bias Maputo, 27 de Fevereiro de 2012 10 DIVULGAÇÃO Boletim do IIAM Despedida da Cynthia Donovan do MSU em Moçambique e Angola Caros Amigos e colegas, Depois de mais de dois anos vivendo aqui em Maputo, primeiro como pesquisadora e depois como a coordenadora provisória do Projecto da Universidade do Estado do Michigan (MSU) em Moçambique, eu estarei retornando a minha terra, East Lansing, Michigan, para assumir novas responsabilidades de Directora Adjunta do Programa de Apoio a Pesquisa de Leguminosas (conhecida como Pulse CRSP). Foi um prazer viver e trabalhar em Cynthia Donovan no centro entre o antecessor e o Director Geral Moçambique, com colegas e amigos excelentes, e estou grata por esta oportunidade de compartilhar em Moçambique. Do lado tanto pessoal como profissional, foi um tempo muito produtivo e espero continuar a trabalhar nas actividades da MSU em Moçambique. Para a liderança do programa de MSU Moçambique, os investigadores Rui Benfica e David Tschirley estarão na frente com responsabilidades principais para o projecto MSU. São suportados por nossa equipa muito capaz no país, incluindo Ellen Payongayong e Benedito Cunguara no lado da pesquisa. A MSU está actualmente no processo de recrutamento local e internacional de um coordenador do projecto MSU no país e nós mantê-lo-emos actualizado em todo processo. Entretanto, favor contactar o Dr. Tschirley ([email protected]) ou o Dr. Benfica ([email protected]) a respeito do trabalho de MSU em Moçambique para qualquer informação. Meu novo trabalho na Pulse CRSP inclui oportunidades de trabalhar com investigadores de muitas disciplinas no desenvolvimento das tecnologias e dos conhecimentos que possam contribuir à segurança alimentar e da nutrição através das cadeias de valores de leguminosas (por exemplo, feijão vulgar, feijão nhemba, e feijão boer). O refortalecimento da capacidade humana é um componente chave do trabalho. Dado que a pesquisa e a formação da Pulse CRSP são focalizadosna América Latina e África, incluindo Moçambique, eu continuarei a trabalhar com colegas moçambicanos, assim como colegas do CGIAR. Meu endereço electrónico permanecerá o mesmo. iportunamente enviarei outros contactos. Eu estarei partindo de Moçambique para EUA com muita tristeza em deixar amigos e colegas, na esperança de voltar a vêlos porque o trabalho me trará de volta a Moçambique. Até a próxima, Cynthia Donovan 11 Boletim do IIAM ÚLTIMAS Mudanças Climáticas em Solos dos Antiplanaltos dos Andes Debatidas em Palestra Solos Tropicais. Produziu várias publicações ligadas ao meio ambiente e mudanças climáticas. Doutor Motovalli escala o nosso país num contexto em que as regiões sul e parte centro são as mais afectadas pela seca. As mudaças climáticas em curso poderão aumentar a frequência e intensidade dos eventos de seca em Moçambique. Projecção da fusão glaciar da Chacaltaya O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) acolheu no dia 30 de Março de 2012, na sua sede em Maputo, uma palestra subordinada ao tema “Efeitos de Mudanças Climáticas em Solos dos Antiplanaltos dos Andes, tendo aglutinado investigadores e demais interessados na matéria. Foi um momento sem paralelo de aprendizagem com um especialista de primeira linha no assunto. Trata – se do Doutor Peter P. Motavalli, professor em gestão de nutrientes no solo, trabalha em gestão de nutrientes no Departamento de Ciências Atmosféricas, Meio Ambiente e Solos na Universidade de Missouri – Columbia, nos Estados Unidos da América (EUA). Motovalli tem larga experiência em gestão de projectos de meio ambiente e mudanças climáticas. Conduziu o seu trabalho de investigação para o Doutoramento no Brasil Empraba Cerrados, em Brasília no Programa de Normalmente, as mudanças climáticas são produzidas em diferentes escalas de tempo em um ou vários factores meteorológicos como, por exemplo: temperaturas máximas e mínimas, indices pluviométricos (chuvas), temperaturas dos oceanos, nebulosidades, humidade relativa do ar, etc. O estudo de Motovalli foi focalizado na região planaltica da Ilha Andean (Antiplano) que é uma das zonas mais pobres do mundo com alto nível de vulnerabilidade a eventos de mudanças climáticas com impacto directo e negativo na produção agrária. Protótipo das consequencias das mudanças climaticas precipitação baixa e irregular, e alto risco de seca na época de plantio. Actualmente as mudanças climáticas têm sido alvo de diversas discussões e pesquisas científicas. Os climatologistas verificaram que, nas últimas décadas, ocorreu um significativo aumento da As mudanças climáticas são provocadas por fenómenos naturais ou acções dos seres humanos. Neste último caso, as mudanças climáticas têm sido provocadas a partir da Revolução Industrial (século XVIII), momento em que aumento significativamente a poluição do ar. temperatura mundial, fenómeno conhecido como aquecimento global. Este fenómeno, gerado pelo aumento da poluição do ar, tem provocado o derretimento de gelo das calotas polares e o aumento no nível de água dos oceanos. O processo de desertificação também tem aumentado nas últimas décadas em função das mudanças O clima da região analisada por Motovalli, segundo este especialista, é caracaterizado por altas variações de temperature diurna, riscos de geada, climáticas. (Sostino Mocumbe/DFDTT/ DDIC). Director: Inácio Maposse. Editor: Feliciano Mazuze (DFDTT). Coordenação de Produção: Américo Humulane. Revisão: Roseiro M. Moreira. Redacção: Sostino Mocumbe, Antonieta Nhamusso, Bordalo Mouzinho e Raimundo et al. Colaboração nesta Edição: Feliciano Mazuze, Américo Humulane, Marta Francisco, Roseiro Moreira. Maquetização e Arte Final: Alberto Zandamela e Marcos Vieira Niuaia. Fotografia: Jonas Malapende, Arquivo do DDIC. Impressão: Gráfica Rápida/Reprografia do IIAM.Tiragem: 500 exemplares. Endereços: Sede do IIAM, Av. das FPLM, 2698. Internet: http//www.iiam.gov.mz. Email: [email protected]. Telefone: 21 460219. Fax: 21 460220. Propriedade: Instituto de Investigação Agrária de Moçambique. Distribuição Gratuíta: DISP.REG/GABINFO-DEC/2006 12