Transmídia, conectivismo e educação
Nombre del autor/a/es: Luciana Renó; José Ismael Peña Reyes
Institución: Universidad Nacional de Colombia; Universidad Nacional de Colomgia
Dirección electrónica: [email protected]; [email protected]
Resumen
A educação está se modificando junto com mudanças da sociedade. As teorias de aprendizagem
estão agora relacionadas com a tecnologia. Tais mudanças estão ocorrendo devido à forma que
as informações estão livres nas redes sociais para a aprendizagem. Há muitas ferramentas que
são desenvolvidas para auxiliar esta nova forma de aprendizagem. Este artigo apresenta a partir
de investigação bibliográfica e estudo de caso da rede social SAPO Campus, uma analise
tecnológica e de construção narrativa para a compreensão dessas novas ferramentas sobre a
educação.
Abstract
Education is changing along with changes of society. The learning theories are now related to
technology. Such changes are ocurring due to the way the information is free social network for
learning. There are many tools that are designed to help this new way of learning. This article
presents research from the literature and case study of the social network SAPO Campus, a
technology analysis and narrative construction to understand these new tools on education.
Palabras clave:
Comunicação, Conectivismo, Narrativa transmídia
Introdução
O mundo está mudando sua maneira de ver as teorias de aprendizagem, de comunicar-se e
de aprender, já que agora tudo está relacionado com a tecnologia, tornando tudo mais veloz. O
conectivismo define a ideia de que a informação está na rede para todos, porém a informação é
utilizada de uma forma individualizada. A narrativa transmídia completa a ideia do conectivismo
com definições que permitem aplicar mais adequadamente as informações com a tecnologia.
Este trabalho tem a intenção de ajudar a compreender o desenvolvimento de ferramentas,
através de um estudo de caso, de um espaço/projeto educativo que apoia sua filosofia no
conectivismo e na narrativa transmídia.
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A investigação se iniciou com uma discussão sobre o papel das tecnologias digitais nos
processos educativos contemporâneos. Depois, se fez um desenvolvimento baseado em marcos
teórico sobre o conectivismo, onde se mostra a ideia da aprendizagem e conhecimento través da
rede, as experiências individuais, a aprendizagem constante, a diversidade de informações para
obter a melhor, entre outras. Posteriormente, se discutem sobre transmídia, as características
necessárias para que a informação seja transmidiática e sobre como ter uma estrutura narrativa
com fragmentos de histórias divididas e circulando pela rede.
O marco teórico apresenta um estudo de caso de caráter descritivo sobre a rede social para
a educação SAPO Campus, desenvolvida pela Universidade de Aveiro (Portugal). O estudo faz
parte de um estudo mas amplo e se justifica pela necessidade de compreender as experiências no
campo do conectivismo e das narrativas transmídias que tiveram êxito.
Tecnologia digital e educação
Não se pode falar de tecnologia digital e educação sem falar de Frederic Skinner e sua
máquina de ensinar. Em seus trabalhos sobre a educação, Skinner mobiliza dois conceitos: o
controle e a modelagem. Skinner concebeu um aparato conhecido como a “caixa de Skinner”, um
pequeno dispositivo manipulado por um experimentador, e que utiliza o conceito de “caixa
preta” tomado do pensamento de sistema clássico (Smith, 1994).
Inicialmente a máquina de ensinar de Skinner estava em papel. Continha várias páginas,
cada uma delas identificada por um número de série, de maneira que elas não pudessem ser
utilizadas fora de ordem. O dispositivo permite ao estudante ler um texto pequeno. Logo
apresenta uma pergunta que o estudante deve responder e a resposta era correta, permitia seguir a
lição seguinte. O dispositivo permitia retomar a lição a partir do ponto deixado na última sessão.
A lógica da máquina de ensinar de Skinner esteve imersa nos primeiros programas de
computador utilizados em processos de ensino. Cada resposta correta era seguida de um reforço
positivo: uma mensagem de felicitação, um aumento na pontuação ou uma nova pergunta com
um maior grau de dificuldade. Ao contrario, se a resposta era equivocada, o estudante recebia
uma punição: mensagem de fracasso, a obrigação de voltar atrás ou uma redução da pontuação.
Era a “sistematização” de processos de tecnologia educativa ou do “ensino programado”.
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A maneira de exemplo, Huang apresenta sete elementos para utilizar a tecnologia com
ideias construtivistas em processos de educação a distancia: 1) ter em conta características
humanas e as condições do aprendiz. Muitos educadores, afirmam, não compreender que a
educação a distancia seja mais que utilização de tecnologia digital, desconhecendo o contexto
social do aprendiz; 2) Os alunos devem determinar a qualidade e a autenticidade de sua própria
aprendizagem; 3) o rol do professor deve ser o facilitador, conselheiro e guia; 4) Os materiais e
os ambientes de aprendizagem devem corresponder ao mundo real do aluno e levar em conta a
interação entre eles; 5) a evolução é para melhorar os processos de aprendizagem; 6) a
aprendizagem deve centrar-se sobre o aluno e 7) o professor deve reconhecer a contradição que
existe entre o aluno colaborativo e as diferenças individuais. Sem dúvida, o conhecimento se
constrói pela interação social. O professor pode sentir a dificuldade de considerar os objetivos de
aprendizagem individual, as preferencias e as capacidades dos alunos (Huang, 2002).
A rede é um sistema dinâmico no qual, uma vez ativado com uma entrada, difunde no
usuário excitações ou inibições entre suas unidades. Para compreender como um sistema
conexionista desempenha uma tarefa cognitiva, é necessário fornecer-lhe uma interpretação. Isto
se faz tipicamente mediante a visualização das atividades iniciais fornecidas ao sistema como a
especificação de um problema. A configuração estável resultante da rede se considera a solução
do problema (Bechtel & Abrahamsen, 2002; Davis, 1992).
Conectivismo e transmedia: estruturas e linguagem do conhecimento
A discussão sobre as teorias de aprendizagem se foi reativada em diferentes épocas da
história das ideias pedagógicas. Em algumas ocasiões se reinicia a discussão quando surgem
feitos que fazem pensar que a concepção sobre a realidade não é a adequada (discussão
ontológica). Também quando se pensa que se estão compreendendo mal os processos que se
ativam quando os seres humanos aprendem (discussão epistemológica). Frequentemente, quando
se supõe que os métodos não são efetivos para uma determinada visão ontológica ou
epistemológica, discussão metodológica, e também, entre muitas outras, porque se considera que
há mudanças nos alunos que tornam obsoleta uma visão sobre o processo de
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ensino/aprendizagem (Peña Reyes, 2011). Cada teoria de aprendizagem define um modelo de
aprendizagem.
De maneira geral, podemos aceitar que os modelos de aprendizagem definem
principalmente: o rol do professor, o grau de controle que pode exercer no aluno, a importância
do contexto, a situação dada e as necessidades sociais do aluno assim como as atividades
individuais ou em grupo que este deve desenvolver.
As teorias de aprendizagem atuais têm como objetivo o conhecimento que se obtém
através do raciocínio e/ou experiências e se centram na maneira que se da o processo de
aprendizagem e não em seu valor, quer dizer, não tem a ver com o conteúdo aprendido.
O conectivismo dirige seus processos ao individuo, não de uma forma individualista,
senão como resultado das conexões estabelecidas nas redes sociais. As informações estão
expostas em ambientes digitais a partir da tecnologia web 2.0, e são alimentas por representantes
da sociedade, organizações e de instituições, formando um fluxo de informações e constituindo a
aprendizagem individual.
Sobre o tema, Siemens (2006b) reitera em seu artigo, como resposta a críticas de
Verhagen, que o crescimento e a complexidade do conhecimento requerem, atualmente, de nossa
capacidade para aprender, que está nas conexões que estabelecemos com pessoas e a informação,
muitas vezes medidas ou facilitadas pela tecnologia. Segundo Siemens, a mudança do
conhecimento, como algo interno e individual sobre algo externo e público, é importante e se
baseia no desenvolvimento da internet como estrutura conectada, permitindo o desenvolvimento
do conhecimento e da aprendizagem, e não somente dos dados e da informação.
Siemens (2008a) defende que o conectivismo é essencialmente o conhecimento que está
distribuído na rede e que o ato de aprender se relaciona com a criação e a navegação nas redes, o
que se percebe no processo de uma narrativa transmídia. A distribuição natural do conhecimento
e o crescimento complexo de todos os aspectos da sociedade exigem um aumento da utilização
da tecnologia para ajudar a manter-se atualizados, promover a abundancia de informação e
solucionar problemas altamente complexos.
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Com base em estes conceitos, se compreendem os pontos principais do conectivismo,
uma teoria de aprendizagem contemporânea que considera que a mudança do conhecimento entre
atores sociais é um caminho que permite a construção do conhecimento.
Outra referencia, quando se fala sobre conceitos de conectivismo é Stephen Downes.
Uma contribuição muito importante foi adicionar um novo tipo de conhecimento, o
conhecimento distribuído, aos já conhecidos conhecimentos qualitativos e quantitativos. Segundo
Downes (2005), o conhecimento distribuído agrega uma terceira categoria importante ao domínio
do conhecimento, conhecimento que poderia ser descrito como conectivo. Além disso, Downes
estabelece o conhecimento conectivo como o fundamento estrutural do conectivismo.
Em Siemens (2006a, pág. 28), se define que as redes de conhecimento conectivo possuem
quatro características: Diversidade, autonomia, interatividade, abertura.
A partir de estes conceitos, compreendemos os pontos principais do conectivismo, uma
teoria de aprendizagem contemporânea que considera a mudança do conhecimento entre os
indivíduos um caminho do conhecimento.
Uma definição interessante de transmedia, de acordo com Denis Renó et al (2011), é que
um texto em um processo comunicacional pode ter sua exibição vinculada a vários meios de
distintas maneiras, interferindo umas nas outras, completando, alterando, passando de uma a
outra, impregnando a mensagem com suas peculiaridades. A esta troca de um meio a outro é que
se denomina transmídia.
Transmídia e conectivismo têm muitas coisas em comum. Ambas as teorias apontam que
hoje a forma adequada para a aprendizagem é que a informação está totalmente livre na rede, nos
meios para que se possa ter acesso a elas. Trata-se do processo cognitivo de construção por
conhecimento coletivo. Tanto as narrativas transmídias como o conectivismo propõem
ferramentas de edição, participação, interatividade e distribuição de conteúdos por redes sociais e
ambientes wiki. A diferença está em que a narrativa transmídia não somente é promovida para
fins do conhecimento, senão também para o entretenimento e o mercado. Jenkins (2009, pág.
135) define com claridade o tema transmídia como uma historia transmídia que se desenvolve
através de múltiplos suportes midiáticos, com cada novo texto contribuindo de maneira distinta e
valiosa para o todo.
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Esta definição encaixa perfeitamente no conectivismo, porque nele, cada parte faz sua
parte através de suportes midiáticos diferentes. A diferença é que no conectivismo, a matéria
prima é o conhecimento, enquanto Jenkins propõe uma discussão no campo do entretenimento.
Carlos Scolari (2008, pág. 21) questiona algo que pode ajudar na compreensão da
realidade e relacionam os dois temas estudados neste capítulo: “Pode uma tecnologia – ou o uso
de uma tecnologia – remodelar uma teoria?”. Este questionamento tem que ver muito com as
teorias de Siemens e Downes. No conectivismo, eles defendem que não há mais processo de
aprendizagem sem tecnologia. Segundo Siemens (2004), a tecnologia veio para reorganizar a
forma em que se vive, se comunica e se aprende. Muitos dos processos tratados previamente
pelas teorias de aprendizagem (em especial os que se referem ao processamento cognitivo da
informação) podem ser agora realizados, ou apoiados pela tecnologia. A inclusão da tecnologia e
a identificação de conexão como atividades de aprendizagem, começam a mover as teorias de
aprendizagem para a era digital.
Espaços conect-trans
O site SAPO Campus foi criado pela Universidade de Aveiro, Portugal em conjunto com
TMN, que é o operador de comunicação móvel do Grupo Portugal Telecom. Em seu site de
internet se utiliza a cor verde por ser a cor da Universidade.
A plataforma SAPO Campus, como se informa no próprio site, oferece serviços como
colaboração e comunicação, tornando aquela ferramenta mais eficaz tanto pelos princípios do
conectivismo como de transmídia, é uma forma de dialogar com a sociedade acadêmica. Ali
também se informa que esses serviços estão disponíveis através de um simples login de acesso.
Outro ponto interessante é que quando se acessa a página, em sua parte direita há um link para
aprender a utilizar o site. Além disso, conta com um tutorial de explicações dinâmico.
Depois, um pouco mais abaixo, há uma célula com informações sobre “quem anda por
lá”, como o define o próprio site, com seus dados e fotos. Basta fazer um click na foto para obter
mais informações da pessoa que se está buscando. No site se observa que há uma estrutura
narrativa clara, onde são publicados textos e aulas, e com mensagens e comentários se constrói a
estrutura transmidiática.
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As histórias são divididas em fragmentos, como se vê no site, já que as aulas, textos e
notas são publicados por patês, formando assim um conteúdo completo. Esses fragmentos
também são distribuídos pelas múltiplas plataformas de meio, onde há possibilidade de publicar
fotos, vídeos, blogs, wiki e celulares, tudo isto com o fim de dividir informação dentro do site da
Universidade de Aveiro.
O site oferece uma interatividade clara e forte, tanto por parte dos professores como dos
estudantes. A informação circula também por redes sociais como Twitter e Facebook, o que
apoia esta distribuição dentro da estratégia viral Além disso há uma plataforma de acesso para
celulares, onde se pode visualizar o ambiente de aprendizagem pessoal (Personal Learning
Environment).
Considerações
A partir das análises feitas anteriormente, se pode observar que a utilização da tecnologia
para a educação atualmente é algo intrínseco. Observa-se no site estudado que a circulação da
informação se torna fácil e simples, e que é um auxilio interessante para o novo formato de
ensino através da tecnologia. Hoje, quando se busca algo se vai à internet, dividindo, produzindo
e consumindo informação.
O conectivismo e a transmídia são duas linguagens comunicacionais que, se se
desenvolvem em conjunto, complementam dinamicamente a maneira de criar novar formas de
aulas.
No site SAPO Campus se comprova a relação entre o conectivismo e o processo de
aprendizagem devido às conexões que se podem criar com as pessoas e a navegação pelas redes.
Além disso, se observou que a interface do SAPO Campus resgata uma sensação conhecida pelos
jovens estudantes, pois segue os mesmos conceitos que outas redes sociais não criadas para a
educação, como Facebook e Hi5. Por fim, se pode perceber no SAPO Campus inúmeros recursos
de conteúdos disponíveis, como blogosfera, vídeos, chats e fóruns, o que amplia as
possibilidades de acesso por parte de estudantes e professores para a construção do
conhecimento.
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Com estas observações, fica claro como o conectivismo e a transmídia estão falando da
mesma forma mas inicialmente de assuntos diferentes. Já se pode encontrar muitas aplicações
que envolvam conectivismo e transmídia na educação. A utilização dos conceitos completa a
ideia do conectivismo para seu uso na educação, para torná-la mais dinâmica e adotando as redes
sociais.
Bibliografia
Bechtel, William, & Abrahamsen, Adele. (2002). Connectionism and the Mind: Parallel
Processing, Dynamics, and Evolution in Networks. Oxford: Wiley-Blackwell.
Davis, Steven, ed. (1992). Connectionism: theory and practice. Oxford: Oxford University Press.
Downes, S. (2005). An Introduction to Connective Knowledge.Obtenido de Stephen’s Web:
http://www.downes.ca/cgi-bin/page.cgi?post=33034
Huang, Hsiu-Mei. (2002). Toward constructivism for adult learners in online learning
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Jenkins, H. (2009). Cultura da convergência. São Paulo: Aleph.
Peña Reyes, Jose Ismael. (2011). E-learning en communautés isolées. Le double isolement de
l'apprenant. Berlin: Éditions Universitaires Européennes. Südwestdeutscher Verlag.
Renó, D., Versuti, A. C., Gonçalves, E. M., & Gosciola, V. (2011). Narrativas transmídia:
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Scolari, C. (2008). Hipermediaciones: Elementos para una Teoría de la Comunicación Digital
Interactiva.Barcelona: Editora Gedisa S.A.
Siemens, G. (2004). Connectivism: A learning theory for the digital age. Obtenido de
Internacional Journal of Instructional Technology and Distance Learning:
http://www.itdl.org/journal/jan_05/article01.htm
Siemens, G. (2006a). Knowing Knowledge. Raleigh, N.C: Lulu Press.
Siemens, G. (2006b). Connectivism: Learning Theory or Pastime of the Self-Amused?Obtenido
de Elearnspace: http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism_self-amused.htm
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Siemens, G. (2008a). New structures and spaces of learning: The systemic impact of connective
knowledge, connectivism, and networked learning. Comunicación presentada en el
Ecuentro sobre Web 2.0. Braga: Universidad do Minho. Obtenido de Elearnspace:
http://elearnspace.org/Articles/systemic_impact.htm.
Smith, Louis M. (1994). B. F. Skinner. Perspectivas 24(3-4), 529-542.
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