1. 2005 Publicação da Divisão Coromant da Sandvik do Brasil ISSN 1518-6091 RG. BN 217.147 Sandvik Coromant do Brasil 1 Já é lugar comum discutir os efeitos da globalização, seus prós e contras. Porém, essa acirrada disputa por market share ou, simplesmente, ganhar as rédeas do mercado, não é nem um pouco nova. Desde que o mundo é mundo, os povos disputaram a conquista, preservação e ampliação de seu próprio “espaço” de ação. E o que fez a diferença de quem sempre esteve à frente foi, sobretudo, o know-how tecnológico e aí se incluem boas estratégias de gestão de recursos, visão empreendedora, criatividade e, sobretudo, capacidade de inovar, para citar alguns. Lembremos, por exemplo, do período das grandes navegações, que revolucionou a tecnologia da época, com o astrolábio, a bússola, a pólvora. Por outro lado, a tônica do novo milênio não se limita mais a isso. A sociedade do conhecimento intensivo, como pontuado na seção Suprimentos; a quantidade enorme de consultas ao site do CIMM; a ousadia de empresas de consultoria em sistemas de gerenciamento e automação como a Adept, que acaba de ganhar o prêmio Talentos Empreendedores; a importância de sistemas da tecnologia da informação, auxiliares de processo e de produção, como os softwares CAD/CAM e as pesquisas constantes em busca de otimização e refinamento de materiais, ferramentas, processos, para redução de custos, facilitação de rotinas de trabalho; o intercâmbio de práticas, etc., nos mostram que a necessidade de informação é muito grande. Estarmos bem informados tornou-se praticamente um dever, cabendo, por exemplo, às empresas, o papel de captar informações, reprocessando-as continuamente e disponibilizando-as a seus respectivos colaboradores e clientes. Em ano de FEIMAFE (9 a 14 de maio) o setor necessita de informações suplementares e atualizadas para suas tomadas de decisão. Nesta edição, a OMU oferece um pouco desse universo, no intuito de continuar contribuindo para a vida profissional de seus leitores. Faça você também essa viagem, lembrando que nossos descobridores lançaram-se aos mares em busca de novas terras e invariavelmente descobriram um mundo bem mais amplo. Índice Suprimentos Vantagem competitiva através da logística: o ponto de vista de marketing .......................................................................... pág. 04 Ponto de Vista Motores, Canetas e Papéis ................................................................................. pág. 08 Empreendedores ADEPT: ousadia para começar e sustentar um empreendimento de sucesso ............................................................. pág. 12 Produtividade Fresamento de Bimetálicos ................................................................................ pág. 18 Interface CIMM: Interesse crescente leva portal a 10 milhões de acessos .................................................................................... pág. 23 Pesquisa & Desenvolvimento Sistemas de Resfriamento influenciam a produção de moldes e matrizes ........................................................................ pág. 25 Gestão Empresarial CoroMill 210 incrementa parceria com a Valtra ...................................................... pág. 32 O TS A importância do CAD/CAM na usinagem contemporânea .................................................................................. pág. 36 Destaques ..................................................................................................... pág. 43 Contatos ....................................................................................................... pág. 46 2 O Mundo da Usinagem O Mundo da Usinagem O Cerne da Produtividade O desenvolvimento apresentado pelo mercado brasileiro durante o primeiro trimestre de 2005 só confirma nossas Publicação trimestral da Divisão expectativas estabelecidas no final do ano passado. Nosso Coromant da Sandvik do Brasil S.A. mercado, apesar dos terríveis problemas de seca que tivemos ISSN 1518-6091 RG.BN 217.147 em uma região tão importante como a região sul, com e-mail: conseqüências negativas em nossa produção agroindustrial, [email protected] apresenta fortes sinais de crescimento contínuo, fato este SANDVIK DO BRASIL Presidente: José Viudes Parra que não vivenciávamos há muito tempo. DIVISÃO COROMANT O grande crescimento, no entanto, vem de nossas Diretor Coromant exportações, que batem recordes consecutivos, mês após Cláudio José Camacho mês, comprovando que realmente o mundo descobriu o Gerente de Marketing e Treinamento potencial do mercado e do povo brasileiro. Cabe a nós, Francisco Carlos Marcondes agora, darmos continuidade a este desenvovimento, fato Coordenadora de Marketing Heloisa Helena Pais Giraldes este que não é de simples execução. Da mesma forma que as exportações são importantes para o Brasil, outros Assistência ao Marketing Cibele Aparecida Rodrigues dos Santos países também muito competitivos dependem dela para seu Daiane Miranda próprio desenvolvimento, o que nos traz um desafio enorme Conselho Editorial na manutenção de nossos planos. Nivaldo L. Coppini, Adriano Ventura, José Carlos Maciel, Tadeu B. Lins, Alguns pré-requisitos muito importantes que nos levaram Francisco C. Marcondes, Roberto ao aumento de nossos negócios no âmbito mundial, como Saruls, Heloisa H. P. Giraldes, baixos custos de produção, flexibilidade e qualidade, já não Marlene Suanno, Aryoldo Machado, José Edson Bernini e Fernando G. de são mais diferenciais para futuros negócios, pois estes Oliveira mesmos países que falamos acima, também podem oferecer Coordenadora da publicação condições semelhantes. O diferencial de hoje e que também Vera Lúcia Natale terá uma importância muito maior no futuro é a Editoria: competitividade que nós poderemos alcançar em cada uma Depto. de Marketing da Divisão Coromant das atividades que executamos. Devemos ser cada dia mais Responsável: competitivos através do aumento constante de nossa Francisco C. Marcondes produtividade, em todas as coisas que fazemos, por Jornalista responsável Heloisa Helena Pais Giraldes MTB 33846 menores que elas possam parecer. Muitos autores já afirmaram que a fase das grandes Propaganda: Gerente de contas invenções que traziam grandes reduções financeiras Thaís Almeida já passou, e que agora o vencedor será aquele que Tel.: (11) 6335-7558 Cel.: (11) 9909-8808 conseguir fazer muitas pequenas reduções de centavos, Fotógrafos constantemente, pois a diferença entre a vitória e a Izilda França derrota estará nos centavos. A tarefa é árdua, porém Lio Simas certamente trará resultados positivos. Criação, Ilustração,Editoração: Embora eu já tenha abordado este tema em outros Arte Gráfica momentos, acredito deva ser ele repetido inúmeras Revisor: Fernando Sacco Fotolito: vezes, até que passemos a incorporar este conceito Gráfica: e aplicá-lo de uma forma muito natural, fazendo parte Tiragem: 25.000 exemplares integrante de nossas vidas. Quando conseguirmos isso, aí sim, teremos certeza de estarmos prontos para os futuros desafios, e que podemos transmitir estes ensinamentos para nossos filhos e para nossas Av. das Nações Unidas, 21.732 gerações futuras. Santo Amaro - São Paulo - SP Boa leitura! Devemos ser cada dia mais competitivos através do aumento constante de nossa produtividade, em todas as coisas que fazemos, por menores que elas possam parecer. Cláudio José Camacho Diretor - Coromant CEP 04795-914 Sandvik Coromant do Brasil 3 Vantagem competitiva através da logística: o ponto de vista de marketing Imagine-se na seguinte situação: sentado em frente à televisão, no intervalo do seu programa favorito, prestando pouca ou nenhuma atenção às peças publicitárias veiculadas e, de repente, uma em especial chama sua atenção: é uma propaganda de um novo iogurte, feito para quem se preocupa com saúde e qualidade de vida, com sabores variados, a embalagem é prática para carregar na mala do laptop (no caso dos homens) ou na bolsa (no caso das mulheres). I mediatamente você imagina qual seria o preço médio deste novo produto no ponto de venda e decide-se a, no dia seguinte, passar no supermercado e comprá-lo. Produto certo, para o cliente certo, comunicado da forma certa. Final feliz da história? Não. Porque, no dia seguinte, o cliente foi ao supermercado em que costuma comprar e não encontrou o produto a que foi apresentado na noite anterior. Frustração? Não, porque havia um produto similar, de um concorrente, cujas características eram semelhantes e, afinal, o cliente já conhecia as características que procurava num iogurte para mercado adulto. Edith F. Wagner Diretora da PRÓ-MARKETING. Professora do IBMEC e GVPEC. Marcelo L. D. S. Gabriel Gerente de Exportação e Marketing da ArvinMeritor do Brasil. Professor da Universidade São Marcos. 4 O Mundo da Usinagem Então, onde está o problema? O cliente não ficou satisfeito? O supermercado não fez a venda? Como profissionais de marketing somos sempre levados a pensar de forma sistêmica e integradora, avaliando o produto, o preço, a comunicação e a distribuição dentro de um mercado e para certo público-alvo. No caso apresentado acima, quase tudo estava perfeito. O produto estava formatado para atender o público-alvo correto, a comunicação foi feita de forma eficaz, no momento em que o cliente potencial estava apto a receber a mensagem publicitária que, de tão boa, levou o cliente a imaginar até qual preço médio estaria disposto a pagar por tal produto. Quase tudo estava perfeito pois, no momento e local exato da compra, esta converteu-se em ponto para o concorrente, que estava lá disponível e acessível. Cumpriuse então a satisfação da utilidade de tempo, lugar e posse. Na medida em que a expansão da tecnologia tem permitido aos fabricantes (de qualquer produto) acessar o “estado da arte” em máquinas, ferramentas e equipamentos, o produto, na sua natureza intrínseca, deixa de ser um fator de vantagem competitiva. A consolidação do global sourcing e o estabelecimento de preços fechados para as matérias-primas mundialmente, assim como fatores subjacentes à produção, como custos de mão-de-obra, energia e depreciação, há muito transformaram a vantagem competitiva por custo total numa opção pouco vantajosa aos produtores, pois a acirrada concor- Obter a atenção do consu.mido apto a receber a me.nsag rência de competidores globais (como a China) tem trazido produtos de qualidade aceitável pelos compradores com preço extremamente reduzido. Na sociedade do conhecimento “intensivo” somos bombardeados maciçamente por estímulos sensoriais como som, imagem e a combinação destas em recursos multimídia, popularizados com a mesma intensidade que a Internet, invadindo nosso ambiente de trabalho, nossa casa e até nosso telefone celular. Obter a atenção do consumidor potencial, no momento em que ele estaria apto a receber a mensagem, tem se tornado uma tarefa titânica para as agências de publicidade que, cada vez mais, têm que provar e comprovar a eficácia e a eficiência de suas ações em termos de retorno sobre o investimento, palavra pouco usual no jargão dos criativos, mas presente em qualquer reunião realizada na empresa anunciante. Todo este quadro é visto à luz do mercado de bens de consumo. Se formos analisar o mercado de bens industriais como ferramentas, máquinas e equipamentos, a situação tende a ficar ainda mais dramática, agravada pela alta concorrência em preços, a pouca diferenciação entre os produtos de uma mesma categoria e a pequena eficiência dos meios de comunicação de massa em definir e atingir quem detém o poder de decisão no processo de compra. Embora os produtos estejam se tornando cada vez mais parecidos, com preços variando pouco em uma mesma categoria de produtos e com uma enxurrada de mensagens pouco conexas, difusas e contínuas, cabe à logística o papel de fazer a diferença neste mercado. No caso que apresentamos acima, o que fez a diferença? Estar no lugar certo, na hora certa. Parece lugar-comum, mas é parte da finalidade da função Distribuição, no Composto de Marketing, prover a utilidade de tempo (no momento certo), de lugar (no sentido não necessariamente físico, já que a Internet mudou este conceito) e de posse, ou seja, estar disponível para a aquisição do cliente potencial. Dentro das organizações que se dedicam ao comércio varejista, novas estratégias estão sendo adotadas como o ECR (Efficient Consumer Response) no sentido de que os agentes (fornecedores, atacadistas e varejistas) trabalhem de forma integrada para eliminar ineficiências, reduzir custos excessivos e atender as necessidades e expectativas dos clientes, maximizando a eficiência dos negócios. Assim como a adoção desta estratégia modificou a relação entre fornecedores, atacadistas e varejistas no âmbito do comércio de bens de consumo, no caso dos bens industriais, no recém batizado B2B (Business to Business), prover a utilidade de tempo, lugar e posse pode fazer a diferença entre a escolha do fornecedor A em detrimento do fornecedor B. onsu.midor potencial, no momento em que ele estaria a me.nsagem, tem se tornado uma tarefa titânica Sandvik Coromant do Brasil 5 6 O Mundo da Usinagem [ S uprimentos ] Não estamos necessariamente falando de kanban, just-in-time ou milk-run, mas de uma estratégia de Canais de Marketing que permita a manutenção de vantagem competitiva sustentável que seja mais difícil de copiar que as demais, como preço, produto ou comunicação, pelos concorrentes. Para Rosenbloom (2002:24), uma estratégia de Canal de Marketing deve se basear em três pilares: ser de longo prazo: selecionar e treinar seus revendedores ou distribuidores, desenvolver práticas comerciais saudáveis que permitam a manutenção destes no negócio e tornando a revenda ou distribuição de seu produto a natureza do empreendimento deles; estrutura: montada em pessoas e organizações capazes de implementar e manter a estratégia; relacionamento e pessoas: um Canal de Marketing é o resultado da interação de pessoas de diferentes organizações. O sucesso de uma estratégia de Canal de Marketing baseia-se em quão efetivamente as pessoas e as organizações se relacionam no desempenho de suas atividades. No mercado de bens industriais esta estrutura de relacionamento pode ser exercida pelo consultor técnico, também conhecido como engenheiro de aplicação ou engenheiro de vendas, que faz a pré e a pós-venda, e garante a presença da marca na mente dos tomadores de decisão (por exemplo os gerentes de manutenção) e os compradores. Estar presente é fundamental e, no caso de commodities, esta presença deve ser constante pois como não há um ponto de venda físico, como um supermercado, a lembrança de marca é o fator preponderante no processo de compra. Assim, a escolha de uma estratégia que não privilegie o ganho mútuo, onde não haja investimento equânime das partes, que não se baseie em modelos sólidos e não entenda a dinâmica do relacionamento entre as pessoas e as organizações, conduz à desistência de continuar os negócios, à ausência de serviço ao cliente e à exposição desnecessária de profissionais e empresas. Por outro lado, uma escolha adequada de revendedores e distribuidores, a criação e manutenção de uma estrutura que permita um relacionamento de longo prazo entre pessoas e organizações, transformam a logística, que passa de movimentação de materiais para estratégia de Marketing. Referências Bibliográficas: GHISI, Flavia A. & SILVA, Andréa L., “Uma análise da implementação do ECR no Brasil: um estudo multicaso”, in ANGELO, Claudio F.; SILVEIRA, José A.G. (coord.). Varejo competitivo. vol. 7. São Paulo: Atlas, 2003. p. 135-167. LEVITT, Theodore, A imaginação de Marketing. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1990. PORTER, Michael E., Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 14ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989. ROSENBLOOM, Bert, Canais de Marketing: uma visão gerencial. São Paulo: Atlas, 2002. Sandvik Coromant do Brasil 7 Motores, canetas e papéis B rasil, segundo semestre de 1992. A gente assistia o tombo do presidente Collor, no primeiro impeachment de nossa história. Em 1992, o carro mais vendido era o Gol, primeira geração, já com 12 anos de idade. A garotada sonhava com um Gol 1000, um Uno Mille, um Chevette Jr., enquanto a Ford anunciava o Escort Hobby. Tecnologia? Omega, o absoluto, que existia na Alemanha desde 1986. Futuro? Injeção eletrônica, catalisador, 16 válvulas, ABS, air bags... Em pouco mais de uma década, viramos o segmento automotivo de cabeça para baixo. Duplicamos a produção. Mudamos todos os modelos. Introduzimos tecnologias de processo e produto, numa revolução que nenhum outro país teve igual. Mas aí a gente olha para trás, revendo as grandes discussões do setor automotivo nestes dez anos: alguém assina um papel. Nasce o Mercosul. Alguém assina um papel acabando com a reserva de mercado. Surge a eletrônica embarcada. Alguém assina um papel mudando alíquotas. Começa a venda de carro importado. Alguém assina um papel. Nasce a inspeção v e i c u l a r, q u e n ã o é i m p l e Luciano Pires Diretor de Comunicação Corporativa da Dana 8 O Mundo da Usinagem mentada porque falta alguém assinar outro papel... Alguém assina um papel mudando alíquotas. Acaba a venda de carro importado. Alguém assina um papel criando PIS, COFINS. Surge o imposto em cascata. Alguém assina um papel. Surgem as Câmaras Setoriais, com a função de propor papéis para serem assinados. Alguém assina um papel. Nasce o Programa de C o n t ro l e d e E m i s s õ e s Ve i culares...E chega a injeção eletrônica. Alguém assina um papel e a fábrica vai para o Paraná. Ou Rio Grande do Sul. Ou Bahia. Logística? Não, papel. Alguém assina um papel. Nasce o carro popular que, dez anos depois, alcança 80% das vendas, não é exportável e, provavelmente, tem o custo de fabricação igual ao de um veículo mais potente. Mas tem um papel assinado. Que futuro há para uma indústria apoiada na assinatura de um papel? Refém do trabalho de bastidores junto ao legislativo? Cujo key business driver não é tecnologia. Produto. Preço. Inovação. Muito menos o cliente. O mercado. Ou a distribuição? É um papel assinado. Será que os mexicanos, indianos e chineses também ficam aguardando uma canetada para definir seu futuro? Onde estão os planos de médio e longo prazo para o desenvolvimento da indústria auto-motiva no Brasil? O ano de 2004 foi um exemplo: ninguém apostava, no final de 2003, que quebraríamos o recorde histórico de fabricação de veículos no Brasil. Todo mundo estava ressabiado, apostando num crescimento parco ou nulo. Gatos escaldados, com medo de água fria. E 2004 começa aquecido, continua aquecido e termina aquecido. Se compararmos a produção de veículos do ano 2000 com a de 2004, veremos um crescimento anual superior a 6% ! No entanto... Esse crescimento acontece quase que à revelia da indústria automotiva, cuja capacidade de produção encolheu ao longo da última década. Mas como encolheu, se temos visto o crescimento ano a ano? Não se fala numa capacidade instalada de produção de mais de 3 milhões de veículos no Brasil? Bravata. Não temos essa capacidade simplesmente porque a cadeia de suprimentos, enfraquecida por quase uma década de redução de investimentos, está no limite. Talvez as montadoras tenham a capacidade para montar 3 milhões de veículos, mas vai faltar pneu. Vai faltar parafuso. E tinta. E aço. E quando a oferta de tudo isso estiver normalizada, vão faltar estradas, contêineres... Nada de novo no país do curto prazo, não é? Mas, espera um pouco! No tempo das Capitanias Hereditárias, o rei assinava as concessões para amigos e parentes. D. João assinou a abertura dos portos. A Princesa Isabel assinou a Lei Áurea...Mais recentemente, con- cessões de TV são assinaturas. A Constituição mudou com assinaturas. O Brasil só anda quando alguém assina um papel!! E a indústria automotiva é seu reflexo! O poder não é dos engenheiros. Ou dos administradores. Nem do consumidor. O poder é de quem influencia quem assina o papel. O poder é político. Sendo assim, a conclusão é óbvia. A indústria automotiva brasileira devia ser um partido político. Já pensou? O Partido do Carro Popular? P. C.P.? Ou o Partido da Inspeção Automotiva? P.I.A.? Melhor! O Partido Oficial do Crescimento dos Ônibus, Tratores e Otomóveis. O P.O.C.O.T.Ó. Seria a expressão definitiva para este começo de milênio do nosso Brasil das Medidas Provisórias. As opiniões expressas em Ponto de Vista são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Sandvik Coromant do Brasil 9 10 O Mundo da Usinagem Sandvik Coromant do Brasil 11 Ousadia para Começar e Sustentar um Empreendimento de Sucesso Com resultados lucrativos, reconhecimento de mercado e único representante no TM Brasil do AutoTAS – programa de gerenciamento de ferramentas da Sandvik Coromant–, a Adept completa 11 anos, acumulando prêmios de qualidade e histórias de sucesso. M as a empresa, que oferece e desenvolve sistemas especializados em gerenciamento e automação para corporações de mídia e indústrias do setor metalmecânico, nem sempre foi assim. Bem antes de receber o Prêmio Talentos Empreendedores 2004, concedido pelo SEBRAE, RBS e grupo GERDAU, a Adept surgiu exclusivamente da determinação dos seus sócios iniciais – Adilson Silveira e Giancarlo Juliano dos Santos – na época, recém-saídos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Nos seus primeiros anos de Adept, para visitar e prospectar clientes, Adilson percorreu mais de 135.360 quilômetros de ônibus, o suficiente para dar três voltas ao mundo na linha do Equador. Isso porque a empresa não gerava caixa suficiente para transportar funcionários e sócios por avião. Entre os sacrifícios de início da vida de empresário, Silveira lembra da sua primeira visita à GM em São José dos Campos Cindy Corrêa 12 O Mundo da Usinagem (SP), que foi feita de ônibus. Partiram da sede da Adept em Florianópolis (SC), dormiram na rodoviária no interior de SP por falta de recursos e, na volta, foram roubados no Terminal Tietê em São Paulo, perdendo o seu notebook, o maior investimento da Empresa até aquele momento. O resultado da estressante viagem foi, contudo, o contrato com uma das unidades da GM! A primeira experiência de tra- balho de Silveira foi como estagiário no GRUCON - grupo de pesquisa incentivado pela UFSC na área de automação industrial. Foi aí que o estudante de ciência da computação se envolveu com a área metal-mecânica, participando do desenvolvimento de um sistema de gerenciamento de ferramentas para usinagem com o professor Lourival Boehs. Em 1993, quando ele decidiu largar sua atividade no laboratório Sócios da Adept Systems: Adilson Silveira; Giancarlo Juliano dos Santos e Fabiano da Costa. GRUCON e criar uma empresa própria, não tinha recursos, infra-estrutura ou produto próprio. Alugaram uma kitchenette e com um computador “velho”, segundo Silveira, conseguiram uma primeira venda, que gerou como faturamento duas cadeiras. “Foram três meses até a empresa começar a gerar capital, mas foram necessários três anos até o faturamento ser suficiente para sustentar toda a operação, período em que Fabiano da Costa passou a integrar a equipe como estagiário, vindo a se tornar sócio posteriormente”, explicou Silveira. Estrategicamente, os sócios souberam criar e manter bons contatos. A primeira fase de expansão da Adept aconteceu quando o professor da UFSC, Lourival Boehs, convidou a empresa para retomar um projeto do qual Silveira já tinha participado, quando era do GRUCON. Com isso foi desenvolvido o GEFER que, segundo ele, é o primeiro software gerenciador de ferramentas brasileiro. Mas em 1994, com a economia brasileira conturbada, o mercado não estava consumindo muito. Por isso, a Adept optou por diversificar e passou a atuar no setor de comunicação – atendendo emissoras de televisão das diferentes redes brasileiras e empresas de publicidade. A empresa criou o software TV+, um sistema para automação de emissoras de televisão, enquanto para as agências de publicidade a solução foi o Publisys, que inter-relaciona atendimento, criação, mídia, produção, tráfego, financeiro e gerência. O sucesso foi tão grande que a divisão para televisão foi vendida no ano passado para uma empresa de grande porte. A equipe da Adept se orgulha do prêmio recém-recebido. A diversificação permitiu que a empresa tivesse fôlego para sobreviver e celebrar uma nova parceria na área metal-mecânica, com a Sandvik Coromant. Desde 2001, o setor produtivo brasileiro ampliou a procura por softwares de gerenciamento de ferramentas e a Sandvik decidiu trazer a sua solução AutoTAS para o país. Mas como o objetivo da empresa não é vender software, optou por definir um representante brasileiro para o AutoTAS, e a Adept foi a escolhida. Marco Tahara, técnico de produto da Sandvik Coromant, explicou que a Adept já atuava nessa área com o GEFER e era uma das empresas de maior sucesso e melhor administração nesse segmento. Hoje, são cerca de 15 empresas utilizando a solução da Sandvik e cada vez mais fabricantes procuram esse tipo de sistema, segundo a Adept. Isso por que a instalação do AutoTAS possibilita significativos ganhos de produtividade. Um exemplo disso é o caso da John Deere, em Horizontina (RS), na unidade produtora de máquinas agrícolas, que através de uma parceria com a ARWI, representante da Sandvik Coromant no Rio Grande do Sul, permitiu com que, dentro do projeto de gerenciamento de ferramentas, a empresa reduzisse as paradas de máquina por falta de ferramenta para praticamente zero com o auxílio do AutoTAS. “Com o sistema, a empresa passa a ter o controle efetivo do ferramental, consegue redução de custo com ferramentas de corte, em decorrência da otimização do seu respectivo uso e, por fim, redução de estoque”, explicou Tahara. Outro exemplo do bom desempenho do AutoTAS está na unidade de caminhões da DaimlerChrysler em São Bernardo do Campo (SP). O programa administra todo o estoque de ferramenta de corte, uma diversidade de 5 mil itens. Para os sócios da Adept, o acordo com a Sandvik Coromant também trouxe a oportunidade de conhecer a estrutura da empresa sueca. “Vendo uma cultura de administração diferente, começamos a rever nossos esquemas de produção. Então, com o apoio do Sebrae, a empresa iniciou, em 2003, um processo de busca de Sandvik Coromant do Brasil 13 [ E mpreendedores ] Vista do estoque de ferramentas de corte da Sandvik Coromant na fábrica da John Deere (Horizontina), gerenciado pelo AutoTAS. qualidade total na gestão de processos, investindo, inclusive, em qualificação de pessoal”, disse Silveira. Desde então, o Sebrae de Santa Catarina usa a Adept como empresa modelo nessa questão. Além dos programas internos de melhoria de qualidade, a Adept aproveita ao máximo as vantagens de fazer parte, há oito anos, do Centro de Tecnologia Avançada (Celta). Essa instituição, em Florianópolis, convida empresas com potencial de crescimento para fazer parte do Centro e cria um ambiente com treinamento de gestão e troca de informações entre as participantes. Outra vantagem do Celta é oferecer constantemente cursos e palestras, junto com o Sebrae, de gestão e novas tecnologias. As melhorias realizadas trouxeram, no fim de 2004, um motivo de comemoração para a Adept: o Prêmio Talentos Empreendedores, categoria empresa de base tecnológica, premiação concedida pelo Sebrae, RBS e grupo GERDAU. Silveira explica Os engenheiros Marco Tahara e Pablo de Castro estão diretamente envolvidos na área de gerenciamento de ferramentas da Sandvik Coromant. 14 O Mundo da Usinagem que esse prêmio é um dos mais importantes da região Sul e possibilita grande visibilidade na mídia. Ao todo, foram 1.149 companhias analisadas em 2004. O prêmio avalia a habilidade gerencial, estratégia de vendas, criatividade do gestor, aproveitamento das oportunidades do mercado, estratégia de gestão interna e qualidade total. Outro destaque que levou a organização do prêmio a escolher a Adept foi a expansão para o mercado externo com a comercialização de softwares próprios. Atualmente, a empresa conta com clientes na Argentina, Paraguai, Colômbia, Bolívia e Angola. Satisfeito com o prêmio, o Engenheiro Adir Zonta Júnior, responsável na Adept pelo AutoTAS, não deixa de pensar no futuro. Ele está de olho nas possíveis reduções de custos e melhoria no atendimento que podem ser oferecidas para os clientes, como suporte via telefonia IP, webchat, acesso remoto, além Sandvik Coromant do Brasil 15 16 O Mundo da Usinagem [ E mpreendedores ] da ampliação dos serviços, envolvendo a integração do sistema com os demais softwares utilizados na área (CAD, CAM, ERP). Na análise de Zonta, as empresas estão cada vez mais conscientes da necessidade de gerenciamento de ferramentas. Por isso, o volume de instalações de soluções está crescendo 100% ao ano na Adept, o que deverá dobrar o faturamento em 2005. O resultado é que a empresa já tem planos para contratação de mais funcionários, aumentando a folha dos atuais 20 funcionários, para 30, até o fim do ano. Adept e Sandvik Coromant, parceiros na seriedade O AutoTAS (Automatic Tool Administration System) é um software que gerencia todo o processo de utilização de ferramentas dentro de uma fábrica, desde a compra dos itens, incluindo o controle de estoque, até a preparação do ferramental para a máquina. Desenvolvido pela Sandvik Coromant, a solução é utilizada por cerca de 500 unidades fabris no mundo, incluindo DaimlerChrysler, BMW, Ford e ABB. No Brasil, são 15 clientes entre eles Volkswagen, GM, John Deere e Visteon. Atualmente o AutoTAS é uma ferramenta utilizada pela Sandvik Coromant exclusivamente em empresas com que se tem o acordo de parceria formalizado. Composto por 11 módulos distintos, o sistema contempla as principais informações e tarefas relacionadas ao processo de usinagem e utilização do ferramental da empresa. Os módulos podem ser divididos por suas funções: configuração do sistema, administração das bibliotecas, planejamento, administração do estoque, preparação das ferramentas, estatísticas e relatórios. Tela inicial do AutoTAS. Pablo Amarante de Castro, da área de desenvolvimento de negócios da Coromant, explica que o AutoTAS automatiza o processo de controle e fornece informações rápidas, por meio de 52 tipos diferentes de relatórios. Alguns exemplos se referem a: itens no estoque, consumo médio, qual centro de custo que mais consome, entre outros. Além do AutoTAS, a Adept Systems está iniciando a representação do software TDM no Brasil com uma parceria selada com a empresa TDM Systems da Alemanha, pertencente ao grupo Sandvik. Na busca por apresentar para os clientes o melhor suporte técnico e as melhores soluções, a Adept e a Sandvik, em parceria com a Machining on Line e Tool Services, criaram também um sistema de apoio ao processo de compra que permite realizar a aquisição on-line dos produtos controlados pelo AutoTAS. A ferramenta de relacionamento entre o fabricante e seus fornecedores leva o nome de BTOOLB. O sistema controla estoque, utilização e, ao registrar a necessidade de novas compras, faz um ranking dos fornecedores por tipo e valor da oferta. A própria Sandvik instalou o novo sistema, para compra de peças e matérias-primas, e gostou tanto do produto que levou para a matriz na Suécia avaliar. “Existe o estudo para utilizar essa ferramenta mundialmente pela empresa. O grupo Sandvik está de olho no que acontece na área de tecnologia no Brasil”, disse orgulhoso Adilson Silveira, sócio da Adept. Sandvik Coromant do Brasil 17 Fresamento de Bimetálicos A produção de motocicletas que atendem às necessidades de profissionais que fazem entregas de pequenos volumes e ainda satisfazem as pessoas que as utilizam nas atividades de lazer e locomoção é um desafio, porque tais veículos precisam unir qualidades que são difíceis de se obter de forma econômica o suficiente para caber mesmo em bolsos pouco recheados. U ma moto para atender motoboys – e também pessoas que não a utilizam para atividades profissionais – necessita, no mínimo, ser segura e robusta, para enfrentar as armadilhas das ruas esburacadas e necessitar o mínimo de manutenção; ágil, para escapar do caótico trânsito das grandes cidades e, ainda, ter apelo estético compatível com as tendências contemporâneas. Tudo isso a custo baixo, para a moto chegar no mercado a um preço que caiba em orçamentos reduzidos. A Yamaha conseguiu essa façanha com o modelo YBR 125, Eng. Marcelo Carlos Pinheiro Yamaha Motor do Brasil , Depto.de Engenharia Industrial 18 O Mundo da Usinagem no mercado desde 2000. Mais de 120 mil unidades dessa motocicleta são vendidas anualmente. O segredo para se conseguir fazer uma motocicleta como a YBR 125 é de polichinelo: está nos detalhes. Cada peça, cada operação, cada profissional envolvido na produção precisa estar atento aos detalhes para que a operação seja desenvolvida de forma absolutamente econômica, ainda que o termo “absolutamente” seja contraditório já que não existe processo que não possa ser melhorado. O Departamento de Engenharia da Yamaha Motor do Brasil tem dado contribuições para que a YBR 125 seja cada vez mais competitiva no mercado. Muitas dessas contribuições são efetivadas com o auxílio de profissionais de empresas parceiras, como a Sandvik Coromant do Brasil, que teve importante participação no desenvolvimento de processo de usinagem do cilindro de motor das motocicletas modelo YBR-125, de 125 cilindradas, produzido em bimetálico (alumínio e ferro fundido), um material cujo uso é crescente na indústria de duas rodas desde a década de 1980. Até então, o cilindro de motor era totalmente de ferro fundido. O processo de usinagem tem sido tão eficaz que o mesmo cilindro é também utilizado no modelo lançado posteriormente, em 2002, o Yamaha XTZ. Para se ter idéia, entre as muitas vantagens do processo nacionalizado está a alta produtividade. Concebido pela matriz japonesa e exportado para o Brasil em 2003, o processo foi “tropicalizado”. Conforme o projeto da matriz, a produtividade era de 2,2 minutos por peça. Hoje, com a “tropicalização”, que envolveu o desenvolvimento da ferramenta, cada peça é feita em1,65 minuto. Sandvik Coromant do Brasil 19 [ P rodutividade ] Usinagem da face sem óleo de corte. O Processo O cilindro de motor da Yamaha XBR 125 e Yamaha XTZ foi concebido para usar o bimetálico alumínio e ferro fundido. Os componentes - corpo de alumínio e camisa de ferro fundido chegam à linha de produção separados. Basicamente, a camisa de ferro fundido é embutida no corpo de alumínio e, então, é realizada a operação de fresamento do alumínio com o ferro fundido, usando a fresa Sandvik Coromant R 590, originalmente desenvolvida para operações de fresagem em alumínio (tem geometria altamente positiva). No nosso processo, usamos a mesma pastilha para usinar, pela ordem, a parte de ferro fundido e, posteriormente, o alumínio, realizando a interpolação circular e utilizando, para o ferro fundido, a velocidade de corte de 160 m/min e avanço de 1,12 mm/ volta. Com a ferramenta anteri20 O Mundo da Usinagem or, a velocidade de corte era 395 m/min e avanço de 0,17 mm/volta. Para o alumínio, utilizamos a velocidade de corte de 1.256 m/ min e avanço de 1,2 mm/volta. Anteriomente, usávamos a velocidade de 1.410 m/min e avanço de 0,33 mm/volta. Com a mudança de processo, que envolveu a substituição da Face usinada: alumínio e ferro fundido. ferramenta, conseguimos reduzir o tempo do processo conjugado em 73%. O consumo de pastilhas também caiu significativamente, 37%. Passamos a consumir menos pastilhas devido ao aumento da vida últil da ferramenta, e isso causa um impacto bastante favorável nos custos. Basta lembrar que, anteriomente, cada aresta de corte possibilitava fazer 90 peças, sendo que, atualmente, fazemos nada menos que 550. Para chegarmos ao processo utilizado atualmente, foram necessários cerca de 20 dias de trabalho conjunto com a equipe da Sandvik Coromant. Um tempo de desenvolvimento relativamente elevado mas, pelos resultados obtidos, justificável. Como se sabe, além de produtividade, peças técnicas precisam ter qualidade inquestionável. No caso de cilindros de motor, a exigência sobre os itens rugosidade e planicidade são elevadíssimas. A rugosidade na face pode chegar a, no máximo, 6,3 Rz e a planicidade tem de ser total, pois caso essas exigências não sejam Aplicação do cilindro na motocicleta YBR 125. cumpridas, há o risco de perda de potência. O cilindro se acopla ao cabeçote e, se as faces de ambos os componentes não forem absolutamente planas e com baixíssima rugosidade, pode haver redução de potência por perda de compressão. Além dos ganhos de produtividade, é importante frisar que conseguimos outros benefícios que não foram contabilizados. A fresa atual pesa menos da metade da anterior, o que certamente terá reflexos na vida útil da máquina-ferramenta. O trabalhador também foi beneficiado. Anteriomente havia a necessidade de substituir, em média, cinco vezes ao dia a ferramenta, que era bem mais pesada. Hoje, a ferramenta que pesa bem menos é substituída apenas uma vez ao dia, numa linha que roda 24 horas em três turnos. Para nós da Yamaha, um processo nunca está perfeito. A busca de melhoria é contínua e acreditamos que sempre é possível otimizar o ótimo. Assim, após um certo período realizando a fresagem utilizando óleos de corte na operação, decidimos desenvolver o processo sem o uso de fluidos refrigerantes, para reduzir mais custos e também para desenvolver processo ecologicamente mais amigável. A Yamaha é extremamente preocupada com as questões ambientais, assim como a maioria das empresas de origem japonesa, até porque o Japão é um país cuja legislação ambiental é das mais severas. Decidimos realizar a refrigeração por ar comprimido e os resultados se mostram positivos. Com a substituição dos fluidos pelo ar comprimido conseguimos eliminar o processo de lavagem das peças e aumentamos a vida útil das pastilhas. No processo com óleo solúvel fazíamos 370 peças/aresta. Com ar comprimido chegamos a 550 peças. Como se vê, produção ecologicamente correta pode também rimar com redução de custos e produtividade. Sandvik Coromant do Brasil 21 22 O Mundo da Usinagem Interesse Crescente leva Portal a 10 Milhões de Acessos O Centro de Informação Metal Mecânica (CIMM – www.cimm.com.br), maior portal de informações sobre o setor metal-mecânico em língua portuguesa, entra em seu oitavo ano comemorando um recorde de acessos. No total, o CIMM teve 4.470.901 páginas vistas no ano passado, registrando um crescimento de 93,12% em relação a 2003. Em 2000, quando o número de acessos passou a ser computado, o portal teve 235.731 páginas vistas. O crescimento em quatro anos foi de quase 20 vezes. Até fevereiro de 2005, o CIMM havia recebido mais de 10 milhões de acessos, alcançando um pico de 750.000 em um só mês. O CIMM foi o primeiro portal em português voltado para o setor metal-mecânico. Surgiu em 1997 por iniciativa do professor Lourival Boehs, do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, como uma extensão do Centro de Informação de Usinagem (CINFUS). O projeto foi desenvolvido pela empresa Machining On Line (MOL) que até hoje mantém e administra o portal. Nos anos seguintes ao surgimento, o CIMM estabeleceu parcerias com empresas do setor metal-mecânico – entre elas, Sandvik, Castrol, Villares Metals e Aços Villares – , com a disponibilização de catálogos de produtos, lançamentos, novidades e um guia de empresas no portal. Um dos principais objetivos do portal é o de gerar possibilidades de negócios para as empresas que fazem parte da sua comunidade. Para isso, possui uma área de classificados e disponibiliza cerca de 60 mil produtos na seção Catálogo On Line. O CIMM trabalha também com a divulgação de seus parceiros por meio do boletim semanal envia- do para 50 mil endereços do setor metal-mecânico. O conteúdo do CIMM, com mais de 10 mil links, está organizado em seções que podem ser acessadas a partir da página principal de modo inteiramente gratuito. As áreas abordadas são: Usinagem, Soldagem, Materiais, Conformação Mecânica, Engenharia de Produção, Produção Mecânica, Computação, Ciências da Informação e Engenharia Sanitária e Ambiental. O maior destaque é a seção Guia de Empresas, com 1,5 mil empresas cadastradas, cujos acessos somaram cerca de 830 mil páginas vistas no ano passado. Entre os diversos serviços que presta, o portal auxilia no encaminhamento de negócios, ajuda pesquisadores a registrarem uma marca ou invento, fornece informações sobre qualidade ambiental para as empresas, traz material didático sobre Engenharia Mecânica e Engenharia Ambiental e possui uma biblioteca virtual com 4,3 mil obras para consulta - entre livros, teses, artigos e dissertações. O CIMM é mantido por uma equipe de 20 pessoas de diversas áreas, como Engenharia Mecânica, Engenharia de Materiais, Engenharia Sanitária e Ambiental, Ciências da Computação, Administração, Jornalismo e Design. Tem apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) – por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) - e de empresas patrocinadoras. Querendo fazer parte desta comunidade, basta acessar o endereço www.cimm.com.br e usufruir gratuitamente do maior portal de conteúdo metal-mecânico do Brasil. Sandvik Coromant do Brasil 23 24 O Mundo da Usinagem Sistemas de Resfriamento Influenciam a Produção de Moldes e Matrizes O trabalho trata do estudo experimental da variação da temperatura em materiais endurecidos, utilizados na fabricação de moldes e matrizes, submetidos ao fresamento com altas velocidades de corte. O s materiais utilizados foram os aços AISI H13 e AISI D2 com 50 e 57 HRc de dureza, sendo os ensaios realizados com uma ferramenta de ponta esférica (BallNose) com revestimento de (TiAl)N e os corpos de prova apresentaram o formato de ¼ (um quarto) de um tubo com diâmetro externo de 28 mm e comprimento de 100 mm. Os testes realizados demonstram a variação da temperatura em função de diferentes sistemas de resfriamento. Empregou-se ar comprimido e ar resfriado, comparando-se as temperaturas na peça com o sistema sem refrigeração alguma. Foram avaliadas também as deformações sofridas pela superfície usinada, sujeitas às variações de temperatura dos sistemas de refrigeração testados. Introdução Para os sistemas de manufatura que utilizam o processo de usinagem como principal meio de produção, novas técnicas, conceitos de automação e estratégias surgem com a finalidade de aumentar e melhorar o desempenho. Para potencializar este aumento de Lincoln Cardoso Brandão Universidade Federal de São João del Rei – UFSJ Reginaldo Teixeira Coelho Escola de Engenharia de São Carlos – USP produtividade, a tecnologia de usinagem com alta velocidade (HSM – High Speed Machining) surge como uma nova ferramenta. Isto se deve ao fato do processo HSM proporcionar altas taxas de remoção de material, minimização de tempos improdutivos, forças de corte mínimas, facilidade na expulsão dos cavacos e dissipação do calor, o que resulta em baixa distorção das peças aumentando a precisão das partes e o acabamento superficial (FALLBÖHMER, 2000). A indústria de moldes e matrizes produz componentes com formatos próximos à sua forma final. Muitos destes componentes exigem que os moldes e matrizes apresentem complicados formatos a serem esculpidos. A complicada geometria dessas superfícies, o elevado grau de dureza dos materiais das diferentes matrizes utilizadas e a precisão dimensional exigida necessita que seja usada uma avançada tecnologia nestes processos de usinagem (ELBESTAWI, 1997). A rápida produção de moldes e matrizes utilizando a técnica HSM incorporada às seqüências de fabricação pode reduzir o tempo de produção e o custo. Isto insere no mercado produtos no- vos mais rapidamente e com custos muito baixos através da elevada queda dos tempos de projeto, de produção e de ciclos de prototipagem (ALTAN, 2001). Assim, com a utilização da tecnologia HSM espera-se encontrar soluções, em termos de ferramentas, velocidades de corte e taxas de avanço, além de acabamento superficial e sistemas de resfriamento que possibilitem o aprimoramento na fabricação de moldes e matrizes. A temperatura é um dos principais fatores que influenciam o desgaste de ferramenta e as deformações na peça. Determinar tecnicamente com precisão as temperaturas na região de corte é muito difícil, pois existem três fontes principais de calor na formação de cavacos; na zona primária, zona secundária e zona terciária de produção de calor. Segundo Sales (1999), o calor gerado pelo cisalhamento no interior do cavaco pode ser considerado benéfico, sendo que este calor aumenta nas zonas primárias e secundárias, diminuindo a continuidade da deformação plástica. Desta forma, o calor gerado no processo de formação de cavacos deve ser considerado um aliado da ferramenta devido ao amolecimento Sandvik Coromant do Brasil 25 [Pesquisa & Desenvolvimento ] do cavaco produzido, diminuindo a resistência mecânica do material recalcado, mas ao mesmo tempo aumenta a temperatura da ferramenta, prejudicando sua resistência ao desgaste. O objetivo deste trabalho é relacionar o aumento da temperatura com eventuais distorções que possam ocorrer nos aços AISI H13 (50 HRc) e AISI D2 (57 HRc), quantificando estas deformações e fazendo um mapeamento destas variações ao longo da superfície usinada. Um estudo comparativo com três sistemas de resfriamento é também proposto com o objetivo de qualificar os sistemas de resfriamento quanto à sua capacidade de retirar calor do processo e de corrigir ou provocar deformações no material. Materiais e Métodos Os ensaios foram realizados em um centro de usinagem vertical HERMLE C 800 U, com potência do motor principal de 18 kW e a faixa de rotação de 20 a 24.000 RPM. A tabela 1 apresenta as condições de corte e as ferramentas utilizadas. O formato do corpo de prova foi de ¼ de circunferência com diâmetro de 28 mm, comprimento de 100 mm e espessura de 5 mm, Figura (2), montado em uma morsa especial para a fixação. Na parte interna do corpo de prova foram montados 5 termopares distribuídos de forma eqüidistante ao longo do comprimento e da circunferência. Os termopares utilizados foram do tipo T (Cobre-Constantan) calibrados para uma faixa de aplicação de 10 a 90ºC. A utilização destes sistemas teve o objetivo de avaliar a capacidade de retirar calor do processo e provocar o resfriamento da peça tanto pelo sistema de ar comprimido convencional, assim como pelo sistema de ar gelado. Para a medição dos corpos de prova foi utilizado o sistema para referenciamento automático da máquina. Foram distribuídos cinco perfis ao longo do formato da peça com vinte pontos de medição em cada perfil. O primeiro e o último ponto eram posicionados a 1 mm das extremidades e os demais distribuídos de forma eqüidistante. Dessa forma, conse- guiu-se obter perfis ao longo do comprimento da peça e obter uma referência a respeito das variações dimensionais do perfil final da peça. Análise dos Resultados Os gráficos das Figuras (5) e (6) mostram o comportamento da temperatura durante a usinagem do corpo de prova de aço AISI D2 e os gráficos das figuras (7) e (8) para o corpo de prova do aço AISI H13. Observa-se um comportamento da temperatura similar para os dois aços, apresentando apenas uma variação de temperatura menor em função da diferença de dureza dos dois materiais. As Figuras (9) e (10) mostram um gráfico resumido do gradiente (DT) da temperatura máxima atingida em cada termopar para a ferramenta utilizada na usinagem do aço AISI D2 e AISI H13 com os três sistemas de refrigeração, respectivamente. Observa-se um aumento das temperaturas na usinagem a seco para os dois aços utilizados. Os valores de temperatura encontrados nos ensaios sem fluido demonstram que uma boa Material Vc[m/min] fz[mm/rot.] Vf [mm/min] RPM [rpm] ap [mm] Código da Ferramenta AISI H13 AISI D2 384,53 230,72 0,07 0,07 1.071 643 7.650 4.590 0,2 0,2 R216.42 16030 – AK32G 1610 R216.42 16030 – AK32G 1610 Tabela 1. Condições de usinagem e as ferramentas utilizadas nos ensaios de fresamento Figura 2. Modelo do corpo de prova utilizado nos ensaios 26 O Mundo da Usinagem Figura 3. Sistema de resfriamento com ar gelado Figura 4. Sistema de resfriamento com ar comprimido convencional Curvas de Aquecimento do Aço AISI D2 ensaio com ar gelado - Fr1 Curvas de Aquecimento do Aço AISI D2 - Fr1 80 80 Termopar 0 Termopar 1 Termopar 2 Termopar 3 Termopar 4 75 70 65 Termopar 0 Termopar 1 Termopar 2 Termopar 3 Termopar 4 70 60 60 55 50 50 40 45 40 30 35 30 20 25 0 500 1000 Tempo [seg] 1500 Figura 5. Curvas de aquecimento do aço AISI D2 ensaio a seco. 0 500 80 Termopar 0 Termopar 1 Termopar 2 Termopar 3 Termopar 4 70 65 1500 Figura 6. Curvas de aquecimento do aço AISI D2 ensaio com ar gelado. Curvas de Aquecimento do Aço AISI H13 ensaio com ar gelado - Fr1 Curvas de Aquecimento do Aço AISI H13 - Fr1 75 1000 Tempo [seg] 80 Termopar 0 Termopar 1 Termopar 2 Termopar 3 Termopar 4 70 60 60 55 50 50 45 40 40 30 35 30 20 500 1000 Tempo [seg] 1500 Temperatura T [C] Figura 7. Curvas de aquecimento do aço AISI H13 ensaio a seco. 30 25 20 15 10 5 0 -5 -10 Sistem S1 S2 as de Resfria S3 T4 mento T0 T1 T2 res T3 o pa m r Te Figura 9. Comportamento das temperaturas em função dos sistemas de resfriamento no fresamento do aço AISI D2 (S1 – sem fluido de corte, S2 – com ar comprirmido e S3 com ar gelado). 0 500 1000 Tempo [seg] 1500 Figura 8. Curvas de aquecimento do aço AISI H13 ensaio com ar gelado Temperatura T [C] 25 0 30 25 20 15 10 5 0 -5 Sist ema s de S1 Res S2 S3 friam ento T2 T3 T4 rm Te T1 a op T0 res Figura 10. Comportamento das temperaturas em função dos sistemas de resfriamento no fresamento do aço AISI H13 (S1 – sem fluido de corte, S2 – com ar comprirmido e S3 com ar gelado). Sandvik Coromant do Brasil 27 [Pesquisa & Desenvolvimento ] parte do calor gerado no processo é transferido para o material, elevando consideravelmente a temperatura da peça Figuras (5) e (7). Os dois sistemas alternativos de refrigeração da peça se mostraram eficientes em remover calor da peça. O sistema que utilizou basicamente ar comprimido conseguiu manter a temperatura da peça próxima à temperatura ambiente, e o sistema de ar gelado conseguiu proporcionar uma diminuição de temperatura para os termopares posicionados nas extremidades iniciais da peça, Figuras (6) e (8), mostrando-se eficiente não somente em remover o calor introduzido durante o processo, como também proporcionar uma queda da temperatura na peça. Em ambos ensaios nota-se uma elevação um pouco maior da temperatura para os termopares que foram montados no meio do corpo de prova. Este fato se deve ao acúmulo do calor ao longo da usinagem e sendo registrado simultaneamente pelos termopares posteriores ao movimento da ferramenta. Além disso, o primeiro e o quinto termopar foram montados próximos às extremidades e por isso facilmente trocam calor com a morsa de fixação e com o meio ambiente, este fato é perceptível e se repete para os dois materiais. A figura (11) apresenta perfil da usinagem sem fluido do aço AISI D2, e as figuras (12) e (13) mostram os perfis com ar comprimido e ar gelado. Para a usinagem sem fluido observa-se que não ocorreu nenhuma distorção dimensional na superfície usinada, constatada através dos cinco perfis medidos ao longo do comprimento. Para o perfil usando o sistema 28 O Mundo da Usinagem Figura 11. Gráfico do perfil do corpo de prova após ensaio de usinagem do aço AISI D2 sem fluido. Figura 12. Gráfico do perfil do corpo de prova após ensaio de usinagem do aço AISI D2 com ar comprimido. de resfriamento com ar comprimido, Figura (12), observa-se o formato convexo bem localizado na parte central do corpo de prova, demonstrando que o sistema foi eficiente em remover calor na parte inferior do corpo de prova inclusive onde a velocidade de corte era alta, provocando deformações de cerca de 39 micrômetros. Para o sistema de resfriamento com o ar gelado, Figura (13), notase um formato côncavo no primeiro e segundo perfil e convexo para os três últimos perfis, atingindo cerca de 10 micrô0metros, fato este que se deve a uma contração da peça durante a usinagem devido à diminuição da temperatura. Para a usinagem do aço AISI H13, fatos semelhantes ocorreram, com a diferença de que os valores das distorções foram em alguns casos maiores que os encontrados para o aço AISI D2. A Tabela (3) mostra um resumo das distorções provocadas pela temperatura nos ensaios a seco e com os sistemas de refrigeração alternativos, apresentando uma tendência da deformação final do perfil. Figura 13. Gráfico do perfil do corpo de prova após ensaio de usinagem do aço AISI D2 com ar gelado. Tipo de Ensaio Variação dimensional máxima [µm] Tipo de Perfil predominante Perfil 1 Perfil 1 Perfil 2 Perfil 3 Perfil 4 Seco Ar comprimido Ar gelado 5 -12 -13 -4 -22 -11 -6 39 10 -2 24 8 4 11 7 Côncavo Convexo Convexo Seco Ar comprimido Ar gelado 12 -5 -9 -9 -7 -8 -11 13 35 -21 10 13 -23 8 10 Côncavo Convexo Convexo Tabela 3. Resumo das distorções dimensionais dos aços AISI D2 e H13 em todos os ensaios. Sandvik Coromant do Brasil 29 [Pesquisa & Desenvolvimento ] Conclusões Conforme os resultados apresentados na usinagem dos aços AISI D2 e H13 com altas velocidades de corte, as seguintes conclusões podem ser tiradas: 1. Existe um aumento de temperatura nas peças de aço endurecido fresadas com altas velocidades de corte, o qual deve ser considerado. Nas condições testadas houve um aumento ?T na temperatura de 27,16 ºC graus no aço AISI D2 fresado sem fluido e uma diminuição de cerca de 6,69 ºC quando foi refrigerado com ar a – 4 graus ºC, para o aço AISI H13 estes valores de ?T foram de 28,94 ºC e 2,12 ºC, respectivamente. 2. Observa-se também que, de modo geral, a ferramenta empregada possui geometria favorável à formação de cavacos, com ângulos de saída bastante positivos, podendo assim contribuir na redução da temperatura na peça. 3. Os dois sistemas de resfriamento para o processo de usinagem, alternativos aos fluidos de corte tradicionais se mostraram eficientes para a refrigeração dos corpos de prova, conseguindo reduzir satisfatoriamente a temperatura da peça. 4. O resfriamento com ar gelado se apresenta como uma boa alternativa para o futuro, que poderá ser empregada em processos dos quais se esperam aumentos significativos de temperatura e maiores deformações em produtos usinados e desgaste de ferramentas. 5. As deformações encontradas nos corpos de prova mostram que pequenas variações geométricas podem ocorrer mesmo em processos de usinagem com altas velocidades de corte onde não se considera o calor como fator de influência. 6. A medição da topografia da superfície usinada mostrou que os diferentes sistemas de refrigeração provocaram distorções de até 39 mm no aço AISI D2 e de 35 mm no aço AISI H13. Nas superfícies obtidas na usinagem sem fluido a superfície se mostrou de forma côncava, enquanto que aquelas obtidas com ar comprimido e gelado o formato foi convexo. Referências Bibliográficas: ALTAN, T. et al. (2001). “Manufacturing of dies and molds”, Annals of the CIRP, Paris, v.46, n.1, p.57-62. ELBESTAWI, M.A. et al. (1997). “High speed milling of dies and molds in their hardened state”, Annals of the CIRP, Paris, v.46, n.1, p.57-62. FALLBÖHMER, P. et al. (2000). “High speed machining of cast iron and alloy steels for die and mold manufacturing”, Journal of Materials Processing Technology, Amsterdam, v.98, n.1, p.104-115, Jan. SALES,W.F.et al. (1999). “Nem sempre o fluido com maior poder de refrigerante garante temperaturas de corte mais baixas”, Máquinas e Metais, São Paulo, ano 36, n.407, p.46-61, dez. 30 O Mundo da Usinagem Sandvik Coromant do Brasil 31 Cor oMill 210 incr ementa parceria com a Valtra À esquerda, trator Valtra modelo BM88 e, à direita, modelo BH180 no qual se utiliza o carter usinado com a fresa R210 da Sandvik Coromant. U ma das maiores fabricantes mundiais e detentora de uma expressiva participação no mercado brasileiro de tratores de rodas, a Valtra, sediada em Mogi das Cruzes (SP), planeja aumentar o volume de vendas internas e as exportações, em 2005. O volume de produção da Valtra deverá atingir 10 mil unidades neste ano, contra as 9,8 mil unidades de 2004, ano em que a expansão da receita foi da ordem de 25%, totalizando R$ 832,8 milhões, 70% dos quais obtidos com vendas para o mercado interno. Os restantes 30% foram realizados com exportações para mais de 70 países de todos os continentes, exceto a Europa, que é atendida pela matriz finlandesa, que mantém duas unidades fabris naquele país. DeFato Comunicação 32 O Mundo da Usinagem Para atingir suas metas, a Valtra conta com o suporte de fornecedores estratégicos, como a Sandvik Coromant. Cabe lembrar que o volume de tratores produzidos pela unidade de Mogi da Cruzes é praticamente igual à unidade de tratores vendidos, já que a empresa produz sob encomenda, por meio do “Trator Combinado”, um serviço pioneiro, que permite ao cliente customizar um trator com base em 13 modelos de referência, conforme suas necessidades e preferências estéticas, guardados os limites técnicos. Para atingir as metas, a empresa, que completou 45 anos de atividades no Brasil, terá de contornar as dificuldades impostas pela política econômica brasileira, pela queda dos preços internacionais de commodities agrícolas e pela valorização do real. Essa conjunção de fatores tende a tornar mais difíceis os negócios no mercado brasileiro e também em importantes destinos de exporta- ção, como Argentina e Paraguai, que são responsáveis por 42% dos embarques (o Mercosul responde por 47% dos embarques, Chile 6% e Bolívia 4%). Para manter a competitividade e atingir suas metas, a Valtra tem recebido importante apoio de fornecedores que apresentam soluções técnicas que revertem na redução de custos de produção, na melhoria da qualidade e na desobstrução de gargalos da fábrica. A Sandvik Coromant é um exemplo. A fresa CoroMill 210, lançada pela empresa de origem sueca em 2004, foi apresentada à fabricante de tratores porque embute características técnicas inovadoras que poderiam, na opinião do engenheiro Valteli de Mattos, vendedor técnico da Sandvik do Brasil, solucionar um gargalo da linha de produção. A CoroMill 210 é uma fresa desenvolvida para operações de fresamento em mergulho (plunge) e fresamento a altos avanços. As pastilhas estão disponíveis nas mais modernas classes de metal duro e coberturas, sendo fixadas ao corpo da fresa por parafuso central e posicionadas com ângulo de entrada de 10 graus, o que permite faixas de avanço extremamente altas a baixas profundidades de corte axial, quando a fresa é avançada tangencialmente e também altas profundidades de corte radial quando avançada axialmente em operações de desbaste. Em ambos os casos, a maior parte das forças de corte são direcionadas de encontro ao fuso da máquina, proporcionando uma condição de corte estável e praticamente livre de vibrações ou forças de deflexão lateral. “A Valtra produz internamente um carter para tratores da linha pesada BH-Brazilian Heavy (de 180 CV de potência), cujo tempo de fresamento era de 6 minutos e 40 segundos. Com a R210, o tempo desta operação de usinagem foi reduzido para 4 minutos e 18 segundos”, comemora Valteli. “Tínhamos um gargalo, que foi solucionado”, complementa Marílio Linhares, gerente de suporte à produção da Valtra, lembrando que a Sandvik é uma tradicional parceira de sua empresa e responsável pelo fornecimento de 60% das ferramentas de corte. “ O comprometimento da Sandvik Coromant, de proporcionar Da esquerda para a direita : Eng. Marílio Linhares - Gerente da Eng. de Processos da Valtra do Brasil S/A, Eng. Tadeu Lins - Gerente regional de Vendas da Sandvik Coromant, Eng. Valteli de Mattos - Vendedor Técnico da Sandvik Coromant e Eng. Fernando Mentone - Eng. de Processos da Valtra do Brasil S/A . Sandvik Coromant do Brasil 33 Empresarial] [G e s t ã o anualmente redução de custo através de trabalhos como este, traduz nosso slogan “Sinônimo de Produtividade Máxima”. É estabelecido junto à Valtra metas de redução de custo anual e esse número é medido e discutido periodicamente com o Relatório CVF, (Arquivo do Valor do Cliente), mesmo sistema que utilizamos globalmente”, elucida Lins, da Sandvik Coromant. Além dos ganhos de produtividade da ordem de 35% na operação, a fresa R210 também apresenta vantagens adicionais, como a vida útil mais que duas vezes maior. “Antes fazíamos 7 peças por aresta de corte. Hoje fazemos 15 peças, afirma o engenheiro de processos da Valtra, Fernando Mentone. “Em termos absolutos, houve a redução de R$ 17,14 no custo de produção da peça”, complementa. Devido aos resultados significativamente positivos, a Valtra já decidiu que aplicará a R210 na produção de partes de outros produtos, como o sistema hidráulico de trabalho dos tratores da linha BL -Brazilian Light, com modelos de 77 e 88 CV, que se caracterizam pela extrema versatilidade - os tratores da categoria são os mais vendidos no Brasil. A linha BH, especialmente o modelo de 180 CV é o carro-chefe da Valtra. Líder absoluto em vendas para o mercado de canade-açúcar, o modelo detém 70% de market share do segmento e venceu quatro vezes consecutivas o Master Cana” (2001, 2002, 2003 e 2004), que premia os melhores equipamentos utilizados no setor sucroalcooleiro e é uma das mais importantes premiações do agrobusiness. O carter do BH 180 foi o pro- 34 O Mundo da Usinagem Marco Antonio da Fonseca, operador CNC da Valtra, realizando set-up da fresa Coromant R210. duto escolhido para os testes de fresamento porque além de ser um gargalo na produção, a peça é uma das que oferecem maiores dificuldades na operação pelo porte - são cerca de 4.000 mm de fresamento, a maior realizada internamente à unidade brasileira. “Iniciamos os testes em agosto de 2004 e imediatamente após os resultados decidimos incorporar a ferramenta”, afirma Mentoni. “A relação custo-benefício se mostrou muito favorável, o que justificava plenamente a utilização da fresa”, complementa Linhares. Utilizada num centro de Usinagem, que compõe uma célula de produção com mais duas outras máquinas-ferramenta de grande porte, a fresa R210 trabalha com avanços de 1,5 mm/aresta onde a anterior trabalhava com 0,33 mm/aresta. O avanço da mesa é de 6.300 mm/min contra 1.610 mm/min da anterior. No processo anterior a profundidade de corte axial era de 4 mm, hoje se trabalha com profundidade de 1,5 mm. A usinagem é feita sem refrigeração. Com o processo anterior se produziam 10 unidades de carter por turno, hoje se produzem 11 unidades por turno. A célula de produção é utilizada na produção de 10 peças diferentes, além do carter, tais como berço, chassi, tampa de caixas de câmbio, carcaça do multiplicador. Espera-se que a R210 proporcione reduções Usinagem do carter no Centro de Usinagem - Grob BZ800. significativas no processo de produção dos outros itens.“Em valores absolutos os ganhos serão menores porque os custos de produção dos outros itens são mais baixos. Mas em termos proporcionais, os ganhos tendem a ser similares”, explica Linhares. A R210 é uma fresa de alto avanço (high feed) e baixa profundidade de corte. Realiza maior número de passos na peça usinada e se caracteriza por apresentar desgaste menor. É indicada para operações de fresamento produtivo em mergulho e faceamento com alto avanço. A Valtra está instalada numa área de 142 mil m2 (65 mil m2 de área coberta) em Mogi da Cruzes-SP. A empresa, que completou 45 anos de atividades no Brasil em janeiro de 2005, faturou cerca de R$ 800 milhões em 2004, com crescimento de quase 30%. É verdade que 2004 foi um ano atípico em que praticamen- Carter usinado com a fresa R210 da Sandvik Coromant. te todos os setores da economia apresentaram expansão. Porém, não seria justo afirmar que o desempenho da Valtra simplesmente refletiu este crescimento. A Valtra tem capacidade instalada para produzir 12.500 tratores ao ano com índice de nacionalização da ordem de 80%. Cerca de 15% das peças que com- põem um trator são produzidos internamente pela Valtra, enquanto que 85% são adquiridos de fornecedores externos. Em 2004, a empresa converteu investimentos de R$ 6,77 milhões na renovação do parque fabril, na melhoria da rede de concessionários que soma 84 unidades no País, e em ações de marketing. A Empresa e o Social Instalada na cidade de Mogi das Cruzes-SP desde a década de 1960, a Valtra, que iniciou suas atividades na cidade com nome Valmet - o nome Valtra foi assumido em 1995 e é resultado da junção das três primeiras letras de Valmet e tratores -, é uma empresa que está plenamente inserida na sociedade local. Para retribuir o que a sociedade lhe proporciona, a empresa desenvolve ações de responsabilidade social que contribuem para a elevação da qualidade de vida dos habitantes de Mogi da Cruzes. Um dos exemplos é o Projeto Agente Jovem, de inclusão digital. Por meio deste projeto, computadores e cursos de informática são levados a bairros menos favorecidos da cidade. Desde 2003, o Agente Jovem atendeu 360 pessoas. Um outro projeto, desenvolvido junto com a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) de Mogi das Cruzes, visa a inclusão social e a capacitação profissional. Por meio deste projeto, indivíduos com necessidades especiais fazem a embalagem de peças pequenas. Todo produto embalado neste projeto ganha um selo que informa que foi embalado por pessoas com necessidades especiais. A Valtra também desenvolve projetos de cunho cultural. A empresa mantém a orquestra sinfônica “Minha Terra Mogi” e o “Coral Canarinhos do Itapety”, ambos voltados ao público infanto-juvenil. A OMU cumprimenta a Valtra pela grande acuidade de tais iniciativas. Sandvik Coromant do Brasil 35 A importância do CAD/CAM na usinagem contemporânea D o conceito ao lançamento do produto. Um processo que podia levar meses, hoje é concluído em semanas ou dias, dependo da complexidade. Há urgência de se lançar o produto no mercado porque qualquer atraso redunda no aumento de custos e perda de competitividade. Essa urgência faz com que os sistemas de produção tornem-se mais rápidos e complexos. Hoje não existe máquina sofisticada que não tenha recursos de microeletrônica e de informática. Para utilizar as refinadas funções que as máquinas oferecem, sistemas de Tecnologia da Informação (TI) auxiliares - de processo e de produção tornam-se imprescindíveis. Máquinas-ferramenta CNC que representam a vanguarda tecnológica, como as de cinco eixos e as multitarefas, não se justificam se não operarem integrados a softwares de CAD/CAM (Projeto Auxiliado por Computador/ Manufatura Auxiliada por Computador). Os sistemas De Fato comunicação 36 O Mundo da Usinagem CAD são para os projetistas, enquanto os sistemas CAM são para os processistas ou programadores CNC. São produtos distintos, embora alguns softwares tenham as duas funções. Existem CADs 2D e CADs 3D. Os últimos permitem ao projetista simular o funcionamento de um produto, antes de construí-lo. Estima-se que os CAD 3D possibilitem reduções de até 40% no ciclo de projeto. Os sistemas CAM garantem que o produto será construído conforme o projeto. Integrados a um CAD 3D, permitem a geração de programas para máquinas CNC otimizados, que simulam todo o processo. Máquinas-ferramenta mais sofisticadas podem até sofrer avarias sérias se operarem sem o auxílio dos recursos de TI, já que pode até haver colisões entre os próprios componentes da máquina se os movimentos não forem precisamente calculados. Em tese, os cálculos poderiam ser feitos manualmente, mas do ponto de vista prático isso seria inviável pelo tempo de trabalho exigido. A TI tornou-se tão necessária, que já é comum máquinas-ferramenta CNC incluírem um software de CAM, junto com as ferramentas de corte e os acessórios. Assim como as fabricantes de ferramentas de corte trabalham em parceria com as produtoras de máquinas, as software-houses trabalham em conjunto com fabricantes de máquinas. Recentemente desenvolvedores de softwares passaram a trabalhar em parceria também com as fabricantes de ferramentas de corte, para os processos produtivos se tornarem ainda mais eficientes. Um exemplo, a Pathtrace, que desenvolveu o software EdgeCAM, firmou parceria mundial com a Sandvik, e a nova versão de seu software, a 9.5, inclui a funcionalidade Sandvik Wiper Insert. Essa funcionalidade possibilita a programação CNC com pastilhas tipo Wiper - realizando, por exemplo, a compensação do raio - para ferramentas de torno que estão no Tool Store, a base gráfica de ferramentas do software. Sandvik Coromant do Brasil 37 S ervice ] [Original Tooliing Uma das áreas que mais tem se beneficiado do desenvolvimento das máquinas-ferramenta e dos softwares CAD/CAM é a de moldes e matrizes. A usinagem de formas complexas na cavidade de um molde, que hoje é feita em um dia ou menos - era um processo que podia se estender por semanas, sendo que a qualidade dependia da habilidade dos ferramenteiros, pois geralmente a usinagem era feita em máquinas copiadoras através de modelos de madeira e ou materiais polimerizados, por processo praticamente artesanal. Outra tecnologia que merece destaque é a HSM – High Speed Machining. As máquinas-ferramenta que operam em HSM estão sendo cada vez mais utilizadas. Suportadas pelos sistemas CAM, tais máquinas conseguem usinar moldes em materiais já tratados termicamente e com qualidade tão elevada que dispensam processos posteriores de acabamento. Veja, a seguir, o que os principais fornecedores de softwares de CAD/CAM trazem para o usuário brasileiro. A UVW Computação Gráfica trabalha com os softwares SolidWorks (CAD) e Esprit (CAM). O primeiro é desenvolvido pela SolidWorksUSA; o segundo é produzido pela D.P. Technology-USA. Conforme José Eduardo Escobar, diretor da UVW, a empresa experimentou crescimento de 50% na base instalada em 2004. “Esperamos um crescimento de 60% para 2005 devido às implementações de tecnologias de usinagens e comandos para controle de máquinas multitarefas e 5 eixos”, diz. As novas versões dos dois softwares trazem inúmeras inovações. Na versão 2005 do Esprit, há novos ciclos HSM, comandos 38 O Mundo da Usinagem para controles de máquinas multitarefas, simulação real da usinagem e ciclos otimizados para usinagem a 5 eixos simultâneos, entre outros. Conta com uma biblioteca de processos de usinagem para facilitar a execução da programação de peças repetitivas e inclui ainda o reconhecimento automático de furos, cavidades, faces e regiões a serem usinadas. “O sistema CAM Esprit Uma das áreas que mais tem se beneficiado do desenvolvimento das máquinasferramenta e dos softwares CAD/CAM é a de moldes e matrizes. 2005 permite uma programação CNC em quase metade do tempo da versão anterior”, garante Escobar. UGS - A UGS, que possui centros de desenvolvimento em várias partes do mundo, oferece, para a manufatura, o NX CAM. Para engenharia, produz o Solid Edge (mid-range) e o NX (highend). “O NX é um conjunto/família de soluções que incorpora todos os processos, desde a engenharia conceitual até a manufatura, teste e qualidade de produtos”, explica Edvaldo Guimarães, da área de marketing da Latin America UGS Brasil. Conforme Edvaldo, na América Latina, a UGS cresceu 35% em volume total de negócios. “Para 2005, esperamos um aumento semelhante”, afirma. A empresa está lançando o Solid Edge V17 com mais recursos para a modelagem e desenvolvimento de projetos, e novas funcionalidades para o gerenciamento do ciclo de projeto em uma única interface, utilizando a tecnologia Insight. O NX 4, também em lançamento, amplia as funcionalidades que integram o ciclo de desenvolvimento e manufatura de produtos. “A nova versão integrará mais recursos para o desenvolvimento de superfícies complexas, sofisticadas ferramentas de visualização, recursos que aperfeiçoam a usinagem HSM e funções específicas para otimizar a manufatura de moldes e ferramentas”, afirma Guimarães. “Além disso, o módulo ISV (para simulação de máquinas complexas) apresentará novos recursos para o setor de usinagem”, complementa. Seacam - A Seacam, representa a empresa britânica Delcam no Brasil. Oferece o PowerSHAPE, CAD 3D de sólidos e superfícies e o PowerMILL, CAM de 2 a 5 eixos. Além destes, fornece soluções para processos relacionados, como inspeção tridimensional e engenharia reversa. Carlos Brancaglione Neto, gerente de suporte técnico da Seacam, informa que os softwares fornecidos por sua empresa estão instalados em clientes dos mais variados segmentos, como aeronáutico, automotivo, eletroeletrônico, calçados, ferramentarias e outros. De 2003 para 2004, a Delcam no Brasil cresceu 26%. A expectativa para 2005 Sandvik Coromant do Brasil 39 S ervice ] [Original Tooliing é de expansão de 20%. “O cenário internacional promete ser mais estável, favorecendo as exportações”, avalia. A principal novidade da Seacam é o PowerMILL6. Nesta versão será permitida a utilização de sobremetal negativo, usinagem trocoidal, que alivia a carga na ferramenta e permite fazer uma largura fresada maior que a do diâmetro da ferramenta. Possibilita ainda o desenvolvimento de estratégia 5 eixos, com controle da inclinação da ferramenta para não utilizar o corte na posição normal no caso de ferramentas esféricas. Ainda permite análise do modelo para geração automática dos ciclos de furação e criação das superfícies-tampa nas regiões que serão furadas; e criação de ferramenta com geometria customizada. Oferece também facilidades na edição de percursos; e novos métodos para criação de eixo de coordenadas facilitando usinagens 3+2 eixos. Sycad - A Sycad-Divisão CAD/ CAM comercializa o software Cimatron E, desenvolvido pela Cimatron, de Israel. Presente nas ferramentarias de todo o mundo, nos mais variados segmentos, como o automotivo, aeroespacial, militar e outros, a Cimatron apresentou crescimento da ordem 15% 40 O Mundo da Usinagem em 2004. Neste ano, prevê expansão de até 50%. “Os grandes investimentos em máquinas realizados em 2004 irão exigir novas tecnologias de software para que as novas máquinas desenvolvam plenamente o potencial”, explica Adriano Gomes, do departamento de Marketing e Comunicação, da Sycad. Neste ano, a principal novidade será a versão 6.0, do Cimatron E, a ser lançada no primeiro semestre. O produto traz funções para facilitar a vida dos profissionais que direta ou indiretamente se relacionam com o software. “A proposta é integrar todos os processos de engenharia, incluindo desde cotações e orçamentos à manufatura do produto”, afirma Gomes. Entre as facilidades do produto destacam-se: o Quick Compare, para gerenciar mudanças de engenharia; as funções para suporte ao trabalho colaborativo; DieQuote, para gerar estimativas de custo; Manufatura de Modelos, para a criação de projetos de produto, manipulação de dados importados, preparação de modelo para fabricação e criação de desenhos para as ferramentas requeridas para fabricação. A versão 6.0 do Cimatron E inclui, ainda, soluções orientadas a processo para suportar a maioria das funções de projeto de molde. Os principais produtos de modelamento Cimatron E para o fabricante de moldes são Mold Design, Quick Split, e Quick Electrode. Destaca-se ainda a capacidade de fresamento em 3 eixos. SKA - A SKA Automação de Engenharias distribui o software EdgeCAM, da empresa britânica Pathtrace. Conforme o diretor da SKA, Siegfried Koelln, no mercado industrial a empresa apresentou crescimento da ordem de 20% em 2004. Já no segmento educacional a base instalada passou dos cerca de 100 assentos para 700. A principal novidade da SKA em 2005 será o lançamento do EdgeCAM 9.5, em maio, na Feimafe. Na nova versão o software incorpora melhorias no ciclo de profiling, com usinagem em curvas 3D, usinagem negativa, pontos de início/fim negativos e positivos. Esta versão possibilita também que o código NC seja gerado individualmente por ferramenta. Em torneamento foram criados ciclos para usinagem com ferramentas com pastilhas Wiper da Sandvik Coromant, novas operações de faceamento, novos templates no Code Wizard e também edição do Lathe Setup. A integração com Autodesk Inventor foi aprimorada, permitindo abertura dos arquivos de conjunto. Abordamos apenas aspectos básicos dos softwares CAD/CAM, mostrando ao nosso mercado a importância que eles têm apresentado na cadeia de manufatura. Deve-se entender, contudo, que cada processo tem a sua peculiaridade e a necessidade de um software deve ser definida em conjunto entre as partes que integram todo o processo, ou seja, fabricante de máquinas, fornecedor de softwares, fornecedor de ferramentas e o cliente final. Sandvik Coromant do Brasil 41 ABEPRO - Associação Brasileira de Engenharia de Produção - Universidade Metodista de Piracicaba - Faculdade de Engenharia e de Produção - Programa de Pós Graduação Rod. Santa Bárbara-Iracemápolis - Km 1 - Cep: 13450-000 Santa Bárbara d´Oeste - SP site: www.abepro.org.br e-mail: [email protected] Tel: (0xx19) 3124-1767, 3454-2238 42 O Mundo da Usinagem O EdgeCAM 9.5 Impulsiona a Versatilidade das Pastilhas Wiper da Sandvik Coromant Duas vezes a faixa de avanço, ou um acabamento superficial duas vezes melhor? Faça sua escolha! Agora, a bem conhecida versatilidade das pastilhas Wiper da Sandvik Coromant ampliou-se ainda mais, graças ao programa EdgeCAM 9.5 da Pathtrace. A Sandvik Coromant é líder no desenvolvimento desses tipos de pastilhas de alta produtividade. Em um trabalho estreito com a Sandvik, a Pathtrace é a primeira empresa do ramo a oferecer apoio a pastilhas Wiper de alta tecnologia no torneamento de acabamento. O EdgeCAM 9.5 garante precisão no perfil da peça em qualquer direção de avanço. Conforme observa Chris Mills, gerente de desenvolvimento de aplicação da Sandvik Coromant: “O objetivo da Sandvik Coromant é oferecer soluções inovadoras que reduzam os custos de produção de seus respectivos clientes. Para atender a essa meta é essencial que nós possamos combinar produtos otimizados com capacidades de aplicação de ‘primeira classe’. Assim, para ter controle completo de todas as características da tecnologia Wiper que levam à redução de custo, foi necessário desenvolver um software ‘sob medida’. Nós estamos satisfeitos com a cooperação da Pathtrace que agora viabilizou uma fácil aplicação do complexo formato Wiper para operações de torneamento”. David Boucher, diretor de desenvolvimento de produto da Pathtrace, comentou: “Esse projeto ampliará ainda mais os benefícios de nossa colaboração com a Sandvik Coromant e garantirá que nossas soluções para torneamento continuem a liderar no campo em que atuam. A prática nos mostrou que os fabricantes de ferramentas e os que desenvolvem software CAM precisam trabalhar juntos e próximos, para garantir que os clientes sejam capazes de usufruir dos benefícios das novas tecnologias com estratégias de usinagem otimizadas”. A Pathtrace acredita que a chave para uma manufatura bem -sucedida reside no uso efetivo de tecnologia inovadora e está comprometida em proporcionar aos clientes o que há de melhor em soluções de manufatura. O EdgeCAM, aliado às pastilhas Wiper da Sandvik Coromant, oferece melhorias significativas de produtividade e é um grande benefício para muitas indústrias. Os clientes continuam a colher os benefícios da colaboração mundial entre as empresas AB Sandvik Coromant-Suécia e Pathtrace PLC, no Reino Unido. No Brasil o software EdgeCAM, seu suporte e comercialização são de responsabilidade da SKA Automação de Engenharias. Mais informações: www.ska.com.br tel.: 0800 5102000 e-mail: [email protected] Sobre a Pathtrace A Pathtrace Engineering Systems é uma divisão da Pathtrace plc. A Pathtrace possui escritórios no Reino Unido, Estados Unidos, China e Japão, com uma rede mundial de revenda. A Pathtrace Engineering Systems foi quem desenvolveu o EdgeCAM, uma solução de software extremamente poderosa, porém fácil de usar, desti- nada à automação de processos de programação NC em máquinas-ferramenta que realizam usinagem. Vale ressaltar ainda que o EdgeCAM é compatível com o Windows 2000 Professional e XP e tem mais de 28.000 usuários no mundo todo. Para informações sobre a Pathtrace e o EdgeCAM visite nosso website www.edgecam.com Sandvik Coromant do Brasil 43 taques ] [Des Destaques Construa sua própria solução de máquina multitarefa Os investimentos em modernas máquinas multitarefas se destinam à fabricação de peças completas na maioria das vezes em um único set-up, independentemente da complexidade das mesmas. Porém, sem as ferramentas certas, o resultado não será bem sucedido. A Sandvik Coromant introduziu uma opção para você construir sua própria mini-torre multitarefas. Isso é possível combinando-se as novas placas para adaptadores CoroTurn SL com cabeças de cor- te e lâminas para operações de torneamento e canais. Quatro cabeças de corte aplicadas a um portaferramenta, tanto para uso interno quanto externo, não apenas reduzem o tempo de troca de ferramentas, como economizam espaço no magazine. As placas de adaptadores para mini-torres CoroTurn SL estão disponíveis para montagem axial e radial, em dois tamanhos. Furação Curta Recentes desenvolvimentos esquentam o mercado A evolução da broca U agora caminhou para o próximo desenvolvimento que melhorará de modo substancial a economia de produção dentro da área de furação. A Sandvik Coromant introduziu a CoroDrill 880 (patente pendente) com Step Technology e excepcional equilíbrio das forças de corte, proporcionando melhoria significativa na produtividade, bem como na qualidade do furo. O formato exclusivo da pastilha central com a sua respectiva Step Technology facilita uma entrada suave na peça e um balance perfeito das forças de corte, permitindo 44 O Mundo da Usinagem faixas de avanço até 100% mais altas – e o custo por furo usinado é reduzido pela metade. A tolerância estreita das pastilhas com quatro arestas efetivas de corte e geometria Wiper gera um impacto favorável sobre a to- lerância do furo e o acabamento superficial do mesmo, sendo apropriada para furos roscados. Uma escolha abrangente de classes e geometrias de pastilhas tornará possível a otimização da performance em diferentes aplicações e materiais. A versatilidade da broca pode ser usada para realizar interpolação helicoidal, furação em mergulho, mandrilamento, etc. A CoroDrill 880 será introduzida em vários materiais promocionais e abrangerá diâmetros de 12.00 – 63.50 mm (0.473” – 2.500”) em quatro tamanhos diferentes 2 – 5xD. Operações de ranhuramento frontal se beneficiam com nova solução A Sandvik Coromant agora introduziu uma solução de ferramentas para operações de ranhuramento frontal onde uma grande quantidade de porta-ferramentas sólidos pode ser reduzida usando lâminas de corte CoroCut SL combinadas com adaptadores CoroTurn SL. Isso é uma extensão do programa para o novo sistema de ferramental flexível para operações de corte e ranhuramento, particularmente na produção de lotes pequenos. Normalmente, o tip-seat para cortes e canais se desgasta muito mais rápido que os assentos de pastilha desenhados para usinagem geral. Porém, com essa nova solução, quando o tip-seat estiver desgastado é só trocar a lâmina que a eficiência da operação melhorará. Os adaptadores foram desenhados com uma interface serrilhada para uma conexão extremamente robusta para as lâminas, comparável em performance às ferramentas sólidas. As lâminas estão disponíveis nas versões direita e esquerda, no desenho com curvatura tipo B. A flexibilidade é a palavra-chave para essa solução modular de ferramentas, aplicável para todas as operações de corte e ranhuramento. Sandvik Coromant do Brasil 45 Sandvik Coromant - Programa de Treinamento 2005 Mês Abr TBU TFR 25 e 26 11 e 12 Mai 30 e 31 Jun 11 e 12 Jul 29 e 30 Ago UMM EAFT EAFF OUT 16, 17 e 18 06, 07, 08 e 09 18, 19 e 20 04 e 05 TUA TGU 27, 28 e 29 13, 14 e 15 25, 26, 27 e 28 FALE COM ELES 19, 20 e 21 Set 03, 04, 05 e 06 Out Nov 17, 18 e 19 Técnicas Básicas de Usinagem (14 horas em 2 dias) Técnicas de Furação e Roscamento com macho (14 horas em 2 dias) Escolha e Aplicação de Ferramentas para Torneamento (21 horas em 3 dias) Usinagem de Moldes e Matrizes (28 horas em 4 dias) Escolha e Aplicação de Ferramentas para Fresamento (21 horas em 3 dias) ArvinMeritor Tel. (11) 3684-6940 24, 25 e 26 07, 08, 09 e 10 28 e 29 O leitor de O Mundo da Usinagem pode entrar em contato com os editores pelo e-mail: [email protected] 08, 09, 10 e 11 22, 23 e 24 12 e 13 OUF 04, 05 e 06 21, 22 e 23 Otimização da Usinagem em Torneamento (28 horas em 4 dias) Otimização da Usinagem em Fresamento (28 horas em 4 dias) Técnicas para Usinagem Automotiva (21 horas em 3 dias) Técnicas Gerenciais para Usinagem (21 horas em 3 dias) Mais informações sobre os cursos, acesse www.cimm.com.br Visite-nos na FEIMAFE: Stand da Sandvik Coromant do Brasil à rua D90/E91 Stand da revista “O Mundo da Usinagem” à rua K24 Pró-Marketing Tel. (11) 3256-4887 Adept Tel. (48) 239-2262 Yamaha-Motor Tel. (11) 6460-5371 Valtra Tel. (11) 4795-2000 USP São Carlos Tel. (16) 3373 9267 Dana Tel. (11) 4075 5701 CIMM Tel. (48) 3025-4597 SKA Tel. (51) 591 2900 Anunciantes Hanna...............................05 Mazak..................................06 Neutron.....................................07 Castrol.....................................09 Deb’Maq...............................10-11 Villares Metals.........................15 Romi...............................16 Faro.....................................17 TAG. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 9 KabelSchlepp......................21 SKF. . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2 Efep.....................................23 Ergomat..................................24 Cosa.....................................29 Dinamach...................................30 Mitutoyo.....................................31 Technifor.....................................33 Aços Romam.................................37 Hef.........................................37 SKA.........................................37 Metroltech....................................39 Meggatech.............................41 Feimafe.................................42 Blaser Swisslube do Brasil.............45 MD do Brasil................................47 Sandvik Coromant e seus Distribuidores Amazonas-AM: MSC, Manaus, Tel: (92) 6113 2350 Bahia-BA: Sinaferrmaq, Lauro de Freitas, Tel: (71) 3379 5653 Ceará-CE: Ferrametal, Fortaleza,Tel:(85) 3287 4669 Espírito Santo-ES: Hailtools, Vila Velha,Tel: (27) 3320 6047 Mato G. do Sul-MS: Kaymã, Campo Grande, Tel: (67) 321 3593 M i n a s G e r a i s - M G : E s c â n d i a , B e l o H o r i z o n t e , Te l : ( 3 1 ) 3295 7297; Sandi, Belo Horizonte,Tel: (31) 3295 5438; Tecnitools, Belo Horizonte, Tel: (31) 3295 2951; Tungsfer, Ipatinga, Tel: (31) 3825 3637 Paraná-PR: Gale, Curitiba, Tel: (41) 339 2831; Oliklay, Curitiba, Tel: (41) 327 2718; PS Ferramentas, Maringá, Tel: (44) 265 1600 Pernambuco-PE: Recife Tools, Recife,Tel: (81) 3268 1491 Rio de Janeiro-RJ: Jafer, Rio de Janeiro, Tel: (21) 2270 4835; Machfer, Rio de Janeiro, Tel: (21) 2560 0577; Toolset, Rio de Janei- ro, Tel: (21) 2560 0577; Trigon, Rio de Janeiro, Tel: (21) 2270 4566 Rio Grande do Sul-RS: Arwi, Caxias do Sul, Tel: (54) 3026 8888; Consultec, Porto Alegre, Tel: (51) 3343 6666; F.S., Porto Alegre, Tel: (51) 3342 2366 Santa Catarina-SC: GC, Joaçaba, Tel: (49) 522 0955; Repatri, Criciúma, Tel: (48) 433 4415; Thijan, Joinville, Tel: (47) 433 3939; Logtools, Joinville, Tel: (47) 422 1393 São Paulo-SP: Atalanta, São Paulo,Tel: (11) 3837 9106; Cofast, Santo André, Tel: (11) 4997 1255; Cofecort, Araraquara Tel: (16) 3333 7700; Comed, Guarulhos Tel: (11) 6442 7780; Diretha, São Paulo, Tel: (11) 6163 0004; Maxvale, S.José dos Campos, Tel: (12) 3941 2902; Mega Tools, Campinas, Te l : ( 1 9 ) 3 2 4 3 0 4 2 2 ; P S F e r r a m e n t a s , B a u r u , Te l : ( 1 4 ) 3234 4299; Pérsico, Piracicaba, Tel: (19) 3421 2182 Sandvik Coromant, atendimento ao cliente : 0800 - 559698 46 O Mundo da Usinagem Sandvik Coromant do Brasil 47 48 O Mundo da Usinagem