A evolução Teórica do Conceito de Segurança e a Percepção das Novas Ameaças pela Região Andina e o Cone Sul Caroline Targino Silva¹, Bryanna Rayllane Dantas¹, Aline Melquíades Silva¹, Cláudio Victor Rosas Pacheco¹, Karina Guimarães Marques²; ¹Graduando(a) em Ciência Política com Ênfase em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; ²Graduanda em Letras Espanhol pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE Resumo: Este artigo tem por objetivo analisar as transformações ocorridas no contexto internacional que corroboraram na evolução teórica e surgimento do novo conceito de segurança, adaptado a enfrentar as chamadas “novas ameaças”, e como estas são percebidas no cenário global, por organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e União Europeia (EU), apreendendo também a percepção de ameaças por dois blocos de países, o Cone Sul e a Região Andina, através de seus documentos oficiais de defesa, que nos fornecem material empírico para distinguir as visões estratégicas nas regiões. A abordagem teórica é apresentada através dos estudos de importantes teóricos e autores das Relações Internacionais como Barry Buzan e Grace Tanno, com utilização da metodologia comparativa que consiste na definição e classificação de ameaças pelos países analisados. Conclui-se que há similitudes e divergências na percepção de ameaças, tanto na relação dos blocos Região Andina - Cone Sul, quanto entre os próprios Estados pertencentes a cada bloco, e que há predominância da identificação das “novas ameaças” na análise. Palavras-Chave: Conceito de Segurança – Cone Sul – Novas ameaças – Organizações Internacionais – Região Andina INTRODUÇÃO O campo de estudos acadêmicos de Relações Internacionais é bastante recente se comparado a outros campos das ciências humanas e sociais. Surgido logo após a Primeira Guerra Mundial, tal seara acadêmica deriva sua discussão teórica da Ciência Política, adaptando seu enfoque na ação estratégica dos Estados, posteriormente também em atores não-nacionais, no cenário internacional. Os debates acadêmicos foram, portanto, evoluindo ao longo do século XX e tiveram como marco principal as guerras, fatores tidos como determinantes na discussão, enfrentamento e evolução das escolas de pensamento que viriam a surgir. Os principais centros de ensino e pesquisa da área estavam bipolarmente distribuídos nos Estados Unidos e na Europa, com forte preponderância do primeiro na formulação das linhas de pensamento teóricas iniciais. Desta maneira, o pensamento internacional refletia a doutrina política e realidade interna desse país. Surge, portanto, a escola realista como principal concepção teórica da área. Com a derrocada da União Soviética e, consequente, fim da Guerra Fria, outra corrente de pensamento consegue fincar-se definitivamente no centro das políticas guiadoras das relações internacionais. Além desse fato, apontam-se outros anteriores tais qual o declínio da economia americana, as crises do petróleo, a crescente importância atribuída às relações de cooperação e a interdependência econômica resultante do processo de globalização. Logo, criaram-se inúmeros desafios ao paradigma realista. Surgem então novas correntes teóricas adaptadas ao novo contexto internacional. Eventos como a queda do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria, ataques terroristas contemporâneos, entre outros, o cenário da secutirização modificou-se, dando espaço para o novo conceito de segurança, conceito este que surge diante das “novas ameaças”, o presente artigo discutira como se deu o processo evolutivo nos estudos de 1 segurança, da formulação do novo conceito de segurança e da definição das novas ameaças, assim como trará a percepção acerca de ameaças por parte de organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas, União Europeia e por fim de dois blocos de países, a Região Andina e o Cone Sul. 1. O Contexto Internacional e a Evolução do Conceito de Segurança O realismo permeia sua discussão na afirmação de que o Estado é o cerne das Relações Internacionais, representando-se como um ator monolítico que busca duplamente o “interesse mínimo de se resguardar e o interesse máximo de aumentar seu poder no sistema internacional” (Waltz, 1979)1. Além disso, o ambiente internacional é caracterizado pela inexistência de uma autoridade suprema acima dos Estados. Consoante o pensamento realista, as Relações Internacionais são definidas basicamente por questões de high politics2e hard power3. Entretanto, verifica-se que os realistas são incapazes de prever e/ou explicar veemente determinados fatos ocorridos no cenário internacional. O início dos anos de 1990 vem a se tornar um importante divisor de águas para a corrente realista sob uma perspectiva macro teórica. Com a derrocada da União Soviética e, consequente, fim da Guerra Fria, outra corrente de pensamento consegue fincar-se definitivamente no centro das políticas guiadoras das relações internacionais. Além desse fato, apontam-se outros anteriores tais qual o declínio da economia americana, as crises do petróleo, a crescente importância atribuída às relações de cooperação e a interdependência econômica resultante do processo de globalização. Logo, criaram-se inúmeros desafios ao paradigma realista. Dada a nova ordem no contexto internacional, os autores do Liberalismo têm em voga suas assertivas. Defendem que a interdependência econômica é a chave para o equilíbrio de forças entre os Estados. Concentrando seus esforços no avanço da tecnologia e ciência, integrando-se regionalmente e estabelecendo um sistema econômico mundial que possibilite a maximização dos interesses e necessidades de cada ator, os países conceberiam uma configuração em que o enfrentamento militar se tornaria mais dispendioso. Dessa maneira, seria possível consolidar, por exemplo, organizações supranacionais que viriam a sustentar através dos regimes jurídicos internacionais essa disposição do cenário externo. É importante frisar que, assim como no Realismo, o Liberalismo não forma um grupo teórico homogêneo. É um “guarda-chuva de teorias” que abarca estudiosos com crenças e afirmações afins sobre determinadas questões principais, mas que também diferem em outros pontos. Sendo um dos subcampos das Relações Internacionais, o estudo sobre segurança também é fortemente determinado pela complexidade do contexto internacional. E a evolução deste influencia nas percepções daquele. Na área de segurança internacional, a evolução dos conceitos se deu de maneira similar às principais escolas de pensamento internacionalistas. Logo, percebe-se que de início há uma inegável preponderância dos realistas na conceituação do subcampo de estudo. 1 Waltz, 1979 in TANNO, Grace. A contribuição da escola de Copenhague aos estudos de segurança internacional. Contexto int., Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 47-80, Junho 2003. 2 Questões vitais ligadas ao fim principal de sobrevivência do Estado. Esse conceito está dinamicamente ligado à discussão de segurança nacional e internacional. 3 Criado por Joseph Nye, esse termo refere-se ao uso de força principalmente militar como forma de influenciar e defender interesses por parte dos Estados. 2 Conforme apresenta Grace Tanno (2003), Na área de segurança internacional, o debate permitiu a consolidação de três vertentes teóricas:a tradicionalista, a abrangente e a crítica. A primeira proposta, consonante com as premissas teóricas realistas, defende que os estudos da área devem se restringir às questões militares e resguardar o Estado como unidade básica de análise (Walt, 1991); a vertente abrangente (do inglês “widener”) sustenta que os estudos de segurança devem incorporar tanto as ameaças militares quanto aquelas advindas das áreas política, econômica, ambiental e societal (Buzan, 1991); a perspectiva crítica, associada aos trabalhos da Escola de Frankfurt, propõe que as pesquisas de segurança devam colaborar para a emancipação humana. Os teóricos críticos salientam que outros valores como a igualdade e a liberdade, além da segurança, devem ser priorizados pelos acadêmicos (Booth, 1995). À vista disso, podemos concluir que o conceito de segurança passa de uma noção mais tradicional, vinculada ao uso da força e questões militares e que enxerga as ameaças a partir de uma perspectiva objetivista para uma vertente mais abrangente. Essa vertente é representada pela Escola de Copenhague e defende que o conceito de segurança deve exceder o âmbito bélico-militar. Surge, portanto, a outras noções de segurança, como a econômica, humana, societal, ambiental e a segurança cooperativa e coletiva. Além disso, vê-se a questão das ameaças como sendo subjetivas. Ou seja, as ameaças à segurança são algo socialmente construído. Barry Buzan, um dos principais expoentes dessa escola de pensamento, defende que, [...] uma abordagem objetivista da segurança só é viável em casos de ameaças inequívocas e imediatas, como tanques hostis cruzando a fronteira de um país. Mesmo nesse caso, no entanto, os autores observam que a condição de "hostilidade" resulta de uma relação constituída socialmente e, por conseguinte, não é objetiva; os tanques poderiam ser, por exemplo, parte de uma operação de paz. (Buzan et al. 1998, p. 30) Esse alargamento teórico da segurança internacional se deve ao fato de que a academia tinha interesse em formular uma contribuição original para os debates teóricos realizados nessa área, além de que essa era uma tendência verificável nas agendas de segurança europeias, em que cada vez mais questões não-militares eram também entendidas igualmente como questões de segurança4. Desta forma, chega-se à conclusão de que há uma intrínseca relação do conceito de segurança e a disposição do contexto internacional, assim como verifica-se também essa influencia em relação às demais conceituações do campo das Relações Internacionais. 2. O Novo Conceito de Segurança Durante a vigência das relações bipolares que marcaram o período da guerra fria, a segurança se baseava nas premissas da teoria realista, com uma maior centralidade em aspectos estratégicos e militares de defesa territorial. Entretanto, atrelado ao processo de globalização houve o desenvolvimento e a redefinição teórica do conceito de segurança nas relações internacionais, com sua consequente ampliação, fruto das novas ameaças que surgiram no ambiente internacional e da maior permeabilidade das fronteiras entre as nações, incluindo assim, vertentes relacionadas à segurança econômica, humana, social, ambiental e coletiva (Roboredo, 2010). Deste modo, nas sessões seguintes discutir-se-á as premissas teóricas de cada nova perspectiva de segurança. 4 Huysmans (1998b, p. 493) in idem, ibidem. 3 2.1.Segurança Militar O desenvolvimento de novas perspectivas do conceito de segurança não impediu que a abordagem tradicional se adaptasse ao recente contexto do sistema internacional, decorrente do surgimento de novas ameaças de natureza transnacional, e a consequente emergência da cooperação internacional. No entanto, o Estado ainda é o principal detentor da segurança num sentido mais tradicional, pelo uso legitimo da força, com fim a impedir o desenvolvimento de uma ameaça (Buzan et al, 1998). Assim, [..]constata-se que o processo de securitização encontra-se mais institucionalizado no setor militar. Com a institucionalização do monopólio da força pelo Estado moderno, as elites militares tornaram-se porta-vozes legais das ameaças à segurança nacional. Na área militar, o Estado será, portanto, o principal objeto de referência no campo da segurança, e as elites militares conformarão os principais atores securitizadores.(Wæver et all, 1998 apud Tanno, 2003) 2.2.Segurança Econômica Por meio da liberalização dos mercados no mundo, houve uma crescente especialização da produção e aumento da comercialização de produtos, gerando uma grande rede de interdependência comercial. Deste modo, crises econômicas se propagam facilmente, provocando efeitos em diversos países. Além disso, há o paradoxo da insegurança no capitalismo, onde segundo Buzan (1991 apud Tanno 2003) a insegurança econômica se tornaria ameaça quando extrapolasse a esfera econômica, ampliando-se para o âmbito militar. Ainda segundo Tanno (2003), o setor da segurança econômica é marcado por posições ideológicas divergentes: os mercantilistas sustentarão que o Estado é o principal objeto do setor, apontando que a divisão do trabalho defendida pelos liberais aumenta a dependência, e consequentemente, a vulnerabilidade em relação a outros países; enquanto que os liberais defenderão que a posição central é ocupada pelas regras que garantem o bom funcionamento dos mercados, e que as políticas mercantilistas facilitam os conflitos. Para Buzan (1991 apud Tanno 2003:67), o liberalismo é a melhor escolha em termos econômicos e militares, devido a maior segurança garantida pela liberalização, fruto dos processos de regionalização econômica que são agregados a formação de comunidades de segurança. 2.3.Segurança Humana O termo segurança humana foi oficializado em relatório do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD 1994), em que incentivava uma transição conceitual do termo “segurança nuclear” (equivalente à militar) para “segurança humana”. Esta mudança ocorreria através da modificação do foco da segurança territorial para a segurança da população, e da segurança através de armamento para uma voltada ao desenvolvimento sustentável (Roboredo, 2010). É influenciado por quatro desenvolvimentos: a rejeição do desenvolvimento econômico como principal indicador do desenvolvimento bem como a noção de que “desenvolvimento humano” é fator de maior capacitação (empowerment) das pessoas; o aumento de conflitos internos; o impacto da globalização no alastramento de perigos transnacionais como o terrorismo e pandemias; a ênfase pós guerra-fria colocada na defesa dos direitos 4 humanos e na intervenção humanitária.(Baylis et al., 2007, p. 495 apud Escorrega 2009). A segurança humana pode ser agrupada em sete categorias, a saber: (a) a segurança econômica, que diz respeito à garantia de rendimento básico, fruto de trabalho produtivo ou segurança social pública; (b) a segurança alimentar, que concerne à garantia ao acesso, físico e econômico, aos alimentos básicos; (c) a segurança da saúde, realizada através da proteção contra doenças e estilos de vida que não sejam saudáveis; (d) a segurança ambiental, com fins na garantia da sustentabilidade de recursos naturais, por meio da não deterioração ambiental e proteção das pessoas contra devastações; (e) a segurança pessoal, realizada por meio da proteção contra violência física, seja esta realizada pelo Estado (tortura), por guerras, por tensões étnicas, pela criminalidade, por violência doméstica contra a mulher ou maus tratos infantis, ou pelo suicídio; (f) a segurança da comunidade, que objetiva a garantia de participação em grupos da sociedade, protegendo as pessoas da perda de valores e da violência étnica; (g) a segurança política, que visa a garantia de direitos humanos básicos e liberdades pessoais (PNUD, 1994:25-38). Em suma, a segurança humana busca prover a população de cuidados básicos, relacionados ao seu desenvolvimento e bem-estar, responsabilizando o Estado pela promoção da segurança da população. 2.4.Segurança Societal (ou identitária) Segundo Tanno (2003), a Escola de Copenhague defende que a sociedade é mais do que a soma das partes, mas também não pode ser reduzida ao indivíduo porque dependeria da existência de uma identidade coletiva, que no sistema internacional se traduz em clãs, nações, civilizações e religiões, e assim, a ameaça societal existiria quando uma dessas identidades está em “perigo”, como por exemplo, em tensões relativas à migração e intolerância religiosa. Deste modo, a segurança societal tem como objetivo a proteção de grupos sociais, com alguma característica identitária, diferente da segurança do Estado (soberania). Assim, como defende Escorrega (2009): “Permite compreender os novos conflitos intra-estatais onde não existe correspondência entre o Estado e a nação. Estes conflitos por vezes transpõem a fronteira Estatal, transformando-se em conflitos regionais e/ou internacionais”. 2.5.Segurança Ambiental Há um grande desenvolvimento da segurança ambiental, devido a degradação a que se submete os ecossistemas e o ambiente em geral, e recentemente intensificada pelas alterações climáticas. Assim, “a segurança ambiental é uma perspectiva da segurança baseada no princípio do desenvolvimento sustentável. Foca os seguintes aspectos: utilização sustentável dos recursos naturais, controle da poluição e na garantia de acesso aos recursos vitais pelas populações” (ONU, 2000 apud Roboredo 2010). Contudo, dois problemas são identificados nesse setor: primeiro que as ameaças não seriam intencionais, e segundo que haveria incerteza sobre quais estruturas políticas seriam produzidas pelas questões ambientais (Buzan 1991 apud Tanno 2003). Tanno (2003), chama ainda atenção para a heterogeneidade de estruturas voltadas a proteção ambiental, desde movimentos sociais às Organizações não-governamentais, como o Greenpeace. Outros problemas estariam relacionados à divergência da agenda governamental e da científica, ao alto nível de politização e baixo nível de securitização, e a competição por recursos como um potencial gerador de conflitos. 5 2.6.Segurança Cooperativa e Coletiva Os conceitos de segurança cooperativa e coletiva possuem uma tênue diferenciação, pois enquanto o primeiro se propõe a prevenir os conflitos, o segundo foca na resolução destes. De forma geral, ambos buscam a participação ativa e colaborativa dos atores principais para fornecer respostas coletivas na comunidade internacional. Assim, Ambos os conceitos - segurança cooperativa e segurança colectiva - se relacionam com a estruturação de um sistema de segurança comunitária, partindo de um compromisso associativo entre Estados, e tendo como meta a segurança entre os membros da comunidade. A diferença principal está no momento em que se neutralizam os conflitos. Enquanto na segurança cooperativa se actua anteriormente, prevenindo o surgimento de conflitos que possam alterar a status-quo de segurança entre os Estados membros, (ênfase na prevenção) a segurança colectivaactua neutralizando o conflito, após este ter surgido (ênfase na resolução). (Hardy, 2003 apud Escorrega 2009) Na segurança cooperativa busca-se atenuar conflitos impostos pelo dilema de segurança, através da adoção de medidas preventivas para redução não só de ameaças militares, como controle de armamento e transparência militar, mas também em relação as instituições democráticas e cooperação cientifica ou tecnológica. Já a segurança coletiva, é formada pela associação de países, que formam uma entidade supra-estatal que centraliza a força e objetiva fornecer respostas multilaterais à problemas de segurança visando a paz comum. A ONU é o principal exemplo de uma entidade de segurança coletiva (Escorrega, 2009; Roboredo, 2010). 3. As Novas Ameaças Faz-se necessário o perscrute e distinção entre os termos risco e ameaças, Segundo a Estratégia Internacional para Redução de Desastres (EIRD) da Secretaria da Estratégia Internacional para Redução de Desastres da ONU, ameaça corresponde a “Evento físico, potencialmente prejudicial, fenômeno e/ou atividade humana que pode causar a morte e/ou lesões, danos materiais, interrupção de atividade social e econômica ou degradação ambiental. Isso inclui condições latentes que podem levar a futuras ameaças ou perigos, as quais podem ter diferentes origens: natural (geológico, hidrometeorológico, biológico) ou antrópico (degradação ambiental e ameaças tecnológicas). As ameaças podem ser individuais, combinadas ou sequênciais em sua origem e efeitos. Cada uma delas se caracteriza por sua localização, magnitude ou intensidade, frequência e probabilidade”. Para tanto, risco é definido como: “Probabilidade de consequências prejudiciais ou perdas esperadas, como: mortes, lesões, propriedades, meios de subsistência, interrupção de atividade econômica ou ambiente ameaças naturais ou antropogênicas e condições de vulnerabilidade. Convencionalmente, o risco é expresso por R=A x V, onde: (R) Risco, (A) (V) Vulnerabilidade”. Destarte, observamos que as ameaças contemporâneas são cada vez mais difusas quanto a sua natureza, estas novas ameaças, são em sua maioria transnacionais e infraestatais, ou seja, incluem desde eventos ambientais, migratórios, ecológicos, como também pobreza, narcotráfico, terrorismo, entre outros, assim: As ameaças que não tardaremos a enfrentar não podem ser facilmente categorizadas como agressões de Estados; de fato, pela primeira vez desde o nascimento do Estado, não há mais necessidade de uma estrutura estatal para 6 organizar a violência em uma escala devastadora para a sociedade. (BOBBITT, 2003:774) 3.1 Percepções de ameaças no cenário global As percepções de ameaças por parte dos Estados e organizações internacionais alteraram-se com o impulso da globalização e mudanças no contexto internacional. 3.1.2 Organização das Nações Unidas (ONU) De acordo com o Relatório do Grupo de Alto Nível sobre Ameaças, Desafios e Mudança da Organização das Nações Unidas, intitulado: “Um mundo mais seguro: a nossa responsabilidade partilhada”, ameaça pode ser definida como “qualquer acontecimento ou processo que cause mortes em grande escala ou uma redução maciça das expectativas de vida e que enfraqueça o papel do Estado como unidade básica do sistema internacional”. Este documento elenca seis grupos de ameaças às quais merecem prioridade global nas próximas décadas, são estes: (1) Guerra entre Estados; (2) Violência intra-estatal (guerras civis, atentados aos direitos humanos em larga escala e genocídios); (3) Pobreza, degradação do meio-ambiente e proliferação de doenças infecciosas; (4) Terrorismo; (5) Crime Organizado transnacional; 3.1.3 União Europeia (EU) A União Européia (UE), em seu documento “Uma Europa segura num mundo melhor: estratégia Europeia em matéria de segurança” (UE,2003:3-5), destaca as seguintes ameaças como sendo os principais desafios globais: (1) Terrorismo; (2) Proliferação de Armas de Destruição de Massa (ADM); (3) Conflitos Regionais; (4) Fragmentação e fracasso dos Estados; (5) Criminalidade Organizada; Em 2008, a União Europeia publica O “Relatório sobre a Execução da Estratégia Europeia de Segurança: Garantir a Segurança num Mundo em Mudança” (UE, 2008b: 3-5) que traz novas ameaças e reforça algumas discutidas no documento anterior, são estas: (1) Proliferação de Destruição de Massa (ADM); (2) Terrorismo e Criminalidade Organizada; (3) Ciber-segurança; (4) Segurança Energética; (5) Alterações Climáticas; 4. Percepção de ameaças: Região Andina A região Andina é constituída geograficamente e politicamente pelos seguintes Estados: Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. 4.1 Bolívia Conforme Figura 1, as ameaças não-convencionais, também conhecidas como “novas ameaças” são responsáveis por causar os conflitos contemporâneos e podem implicar no uso das Forças Armadas, em sua resolução. Apontam-se como principais: terrorismo, narcotráfico, delinquência internacional e trafico de armas. Em seu Livro Branco de Defesa (2004), a Bolívia elenca que também são consideradas ameaças à defesa nacional: pobreza, racismo, exclusão social, depredação do meio ambiente, crime organizado, entre outros. 7 Estado BOLÍVIA Fonte Libro Blanco de Defensa (2004) Tipos de ameaças Convencionais São aquelas que se dão de Estado para Estado. Não convencionais São conhecidos como “conflitos contemporâneos ou novas ameaças” e muitas vezes implicam no uso das Forças armadas, na resolução dos mesmos. Figura 1. Percepção de ameaças – Bolívia 4.2 Colômbia De acordo com a Política de Defesa e Seguridade Democrática (2003) as ameaças à Colômbia têm ligações entre si e são muitas vezes caracterizadas pela capacidade de transbordamento das fronteiras nacionais. Por constituírem risco imediato ao país, às instituições e à população, listam-se as seguintes ameaças: terrorismo; comércio de drogas ilícitas; finanças ilícitas; tráfico de armas, munições e explosivos; sequestro e extorsão; homicídio. A Política Integral de Seguridad y Defensa para la Prosperidad (2011), reforça a percepção do documento anterior e aborda a importância do combate ao terrorismo praticado por organizações armadas ilegais, principalmente aqueles grupos ligados ao tráfico de drogas, como as FARC. Estado COLÔMBIA Política de Defensa y Seguridad Democrática (2003) Fonte Política Integral de Seguridad y Defensa para la Prosperidad (2011) Tipos de ameaças Ameaças Graves Constituem-se como ameaças de grande impacto, porém, de solução não imediata. Ex: Corrupção Ameaças Imediatas Constituem-se como ameaças de grande impacto e de solução imediata. Ex: Terrorismo, Drogas ilícitas, Finanças Ilícitas, Tráfico de armas, munições e explosivos, Sequestro, Extorsão e Homicídios, além de ameaças transnacionais como o narcotráfico. Figura 2. Percepção de ameaças – Colômbia 8 4.3 Equador Em sua Política de Defesa Nacional, o Equador caracteriza o atual cenário global pela presença das “novas ameaças”. As ameaças se dividem quanto ao meio de sua origem, externa ou interna como observa a Figura 3. As ameaças externas são: Ameaças convencionais, que se dão por conflitos entre Estados; Efeitos resultantes de problemas no controle das fronteiras, como o aumento de imigrantes e refugiados relacionados ao aumento das taxas de violência urbana e crime organizado no país; Tráfico de drogas e o crime organizado, que são fenômenos conhecidos como “ameaças de rede” por estarem relacionados à outros crimes; Terrorismo internacional; Desigualdade no comércio internacional; Proliferação de armas de destruição em massa; e Deterioração do meio ambiente. Pobreza, corrupção, migração descontrolada, conflitos advindos de crises governamentais, deterioração do meio ambiente, efeitos adversos de desastres naturais e conflitos étnicos e culturais, são consideradas ameaças internas. Estado EQUADOR Fonte Política de La Defensa Nacional Del Ecuador (2002 e 2006) Tipos de ameaças Externas São as ameaças convencionais e novas ameaças de origem externas ao Estado Internas São as ameaças de origem internas ao Estado, como: pobreza, corrupção, conflitos étnicos, culturais, políticos, entre outros. Figura 3. Percepção de ameaças – Equador 4.4 Peru O Peru identifica as ameaças por sua origem, sendo elas ações incompatíveis com a vigência do direito internacional, as que resultem de conflitos por recursos energéticos, como também terrorismo, narcotráfico e delinquência internacional. As ameaças internas são: corrupção, depredação do meio ambiente, tráfico de drogas, ações de grupos terroristas contrários ao ordenamento constitucional e grupos radicais que promovam violência social. Estado PERU Fonte Libro Blanco de Defensa Nacional – Perú (2005) Tipos de Ameaças Externas Considera-se ameaças externas qualquer ação incompatível com as regras do Direito Internacional, ameaças aos recursos energéticos do Estado e as “novas ameaças” de origem externa ao Estado. Internas Compreende ameaças de origem interna ao Estado. Como as “novas ameaças”, corrupção, delinquência organizada e depredação do meio ambiente. Figura 4. Percepção de ameaças – Peru 9 4.5 Venezuela A percepção de conflitos e ameaças para a Venezuela se dá por sua origem no ambiente interno ou externo, em seu documento oficial são consideradas ameaças à segurança nacional: conflitos entre países vizinhos nas fronteiras, pressão de potências estrangeiras que buscam apoio às suas políticas externa, terrorismo, corrupção, tráfico de drogas, imigração ilegal, pesca ilegal, sequestro, extorsão, pirataria, e delinquência organizada. Estado VENEZUELA Fonte Ley Orgánica de Seguridad de la Nación (2002) Concepto Estratégico Militar de la Fuerza Armada Nacional (2005) Tipos de Ameaças Externas Ameaças advindas do meio externo Internas Ameaças advindas de dentro do Estado Figura 5. Percepção de ameaças – Venezuela 5. Percepção de ameaças: Cone Sul O Cone Sul, região composta pelas zonas Austrais da América do Sul, em seu sentido mais amplo é constituído pelos Estados: Argentina, Brasil, Chile e Uruguai. 5.1 Argentina Como se observa na Figura 6, de acordo com o Livro Branco de Defesa (1999) e o Anuário de Defesa da Argentina (2007), a defesa nacional responde a uma série de ameaças e conflitos derivados de três esferas: (I) No cenário global, antagonismos e da concorrência derivada de confrontos estratégicos Leste-Oeste; (II) A nível sub-regional, disputas transfronteiriças e / ou territoriais; (III) Na esfera doméstica, os conflitos resultantes do confronto contra os grupos políticos internos, no âmbito da assim chamada "luta contra a subversão". A nova política de defesa do país está focada em medidas de confiança na arena regional, o que poderia permitir a desembaraçar conflitos históricos do país com os países vizinhos. A principal responsabilidade das Forças Armadas é a defesa contra as agressões militares estaduais a soberania e a integridade territorial da Nação. Os militares só podem enfrentar as ameaças não militares, incluindo o tráfico de drogas transnacional e o terrorismo, de tempos em tempos quando chamados pelo sistema de segurança interna, de acordo com disposições da Lei de Segurança Doméstica. 10 Estado ARGENTINA Fonte White book on National Defense (1999) Anuário de Defesa da Argentina (2007) Tipos de Ameaças Nível global São conhecidas como ameaças tradicionais, como confrontos com nações antagônicas. Nível sub-regional Disputas transfronteiriças e/ou territoriais. Nível Doméstico Onde se inserem ameaças resultantes do confronto contra os grupos políticos internos. Novas ameaças Devido aos novos conhecimentos e novas tecnologias, surgem novas ameaças as quais as Forças Armadas têm que se adaptar, estas podem surgir nos três níveis. Figura 6. Percepção de ameaças – Argentina 5.2 Brasil Em sua Estratégia Nacional de Defesa (2008) e Livro Branco Nacional de Defesa (2012), o Brasil identifica ameaças de origem externas, internas e ameaças de origens difusas, percenendo que o fenômeno da globalização trouxe o agravamento de ameaças de naturezas disseminadas e que novos temas – ou novas formas de abordar temas tradicionais – passaram a influenciar no cenário global, assim, questões como: biopirataria, proteção da biodiversidade, defesa cibernética, as tensões decorrentes do aumento da escassez de recursos, os desastres naturais, ilícitos transnacionais, terrorismos e atuação de grupos armados marginalizados, são, para o Brasil, ameaças a defesa nacional. Estado BRASIL Fonte Estratégia Nacional de Defesa– Brasil Livro Branco de Defesa Nacional – Brasil (2012) Tipos de Ameaças Ameaças Externas Ameaças advindas da relação entre Estados. (2008) Ameaças Internas São as ameaças de origem interna ao Estado Ameaças difusas - Novas ameaças Também considerados como “conflitos do futuro”, sejam eles as guerras de informação e os conflitos de pequena escala, como também narcotráfico, o tráfico de armas e a pirataria marítima, caracterizados como ameaças difusas por possuírem natureza distinta, assim, as Forças Armadas são orientadas a cumprir missões variadas a fim de propiciar suporte às ações do Estado. Figura 7. Percepção de ameaças – Brasil 11 5.3 Chile O posicionamento do Chile diante de conflitos internacionais (relação de interesses contrapostos entre atores internacionais, em que pelo menos um seja um estado, havendo um duelo de vontade versus resistência), se dá de acordo com a sua classificação. O Chile classifica os conflitos internacionais em dois tipos básicos: “crise” ou “Guerra”, embora um possa derivar do outro. O tipo “Crise” se refere à conflitos de intensidade limitada, que buscam alterar o status quo, nestes, são utilizadas ações nas quais se tenta influenciar através do uso de ameaças de dano, de forma a dissuadir o outro ator para que se faça uma nova negociação, constitui-se como uma ótima oportunidade para o emprego da diplomacia, os objetivos são conquistados através de pressão e negociação, sem chegar ao uso da força. A classificação “Guerra” é dada a conflitos os quais não são solucionados pelos elementos anteriores, se opta então, pelo uso da força com o propósito de alcançar a vitória por todos os meios possíveis. Esta é, portanto a expressão mais severa do conflito. Estado CHILE Fonte Libro de la Defensa Nacional del Chile (2002 e 2010) Tipos de ameaças Crise Conflitos e ameaças de intensidade limitada, que buscam alterar o status quo, nos quais podem estar envolvidos diferentes atores internacionais. Guerra São os conflitos de alta intensidade; Conflito armado no qual os interesses vitais do Estado encontram-se ameaçados. Figura 8. Percepção de ameaças – Chile 5.4 Uruguai Os riscos de um confronto nuclear em escala mundial foram reduzidos, dando lugar a outros riscos e ameaças como o terrorismo, os extremismos étnicos e religiosos, o narcotráfico, depreciação do meio ambiente, disputas por bens escassos como água e recursos energéticos, o fluxo de imigrantes por razões políticas, religiosas, econômicas ou pelo crescimento dos sentimentos xenófobos, e o acesso às armas de destruição em massa. Como ressalta o documento “Bases para una Política de Defensa Nacional (1999)”, no tocante ao aspecto estritamente militar, as chances de um confronto entre grandes potências são mínimas, sendo a hipótese mais provável, de um conflito entre poderes regionais. Embora existam muitos Estados do mundo que mantêm difíceis relações com os seus vizinhos, é possível prever que só no caso de países com Forças Armadas muito poderosas e maciçamente implantadas em suas fronteiras, possa surgir um conflito militar em qualquer momento. Em relação às novas ameaças, são fenômenos que podem ser considerados muitas vezes distantes, mas têm o potencial de afetar a comunidade internacional como um todo. 12 Estado URUGUAI Fonte Bases para una Politica de Defensa Nacional (1999) Tipos de ameaças Ameaças contemporâneas de origem interna ou externa Consideram-se como ameaças ao Estado, problemas de origens externas ou internas que em geral estão mais relacionadas à segurança que a Defesa, como: crime organizado, terrorismo, narcotráfico, etc. Figura 9. Percepção de ameaças – Uruguai CONSIDERAÇÕES FINAIS Por se tratar de um subcampo das Relações Internacionais, o estudo das temáticas securitárias encontra-se inerentemente relacionado às alternâncias do contexto internacional. Isto é, assim como o momento histórico definiu a preponderância de certas ideias nas correntes de pensamento internacionalistas, como o realismo que se relacionou com o período de conflitos entre nações, o liberalismo que teve suas bases verificadas com o fim da Guerra Fria e tendo o processo de globalização se acelerado, o conceito de segurança do mesmo modo fora influenciado pelo meio. A abrangência de outros temas não ligados diretamente a aspectos militares, por exemplo, permitiram que o entendimento de modo basilar, sobre o conceito de segurança fosse expandido. Isso se deve ao fato de que os estudiosos da área se encontraram diante da insuficiência da corrente realista para o perscrute de casos e contextos que representavam ameaças ao Estado, mas que não estavam diretamente ligados às concepções tradicionais de segurança. Observa-se que o modelo tradicional de organização da defesa e suas instituições militares no período da Guerra Fria, era adaptado a um conceito de segurança em um contexto inerentemente marcado pela ação protetora das Forças Armadas contra ataques de outros Estados e posteriormente contra qualquer ameaça à segurança doméstica. Destarte, o novo conceito de segurança se distingue pela sua ampliação que inclui assim, vertentes relacionadas à segurança econômica, humana, social, ambiental e coletiva, sendo este, fruto da maior permeabilidade das fronteiras entre as nações, e do surgimento das novas ameaças. As percepções de ameaças por parte dos Estados e organizações internacionais alteraram-se com o impulso da globalização e mudanças no contexto internacional, dando espaço às “novas ameaças”, que então, apresentam natureza difusa, advindo tanto do meio externo quanto interno ao Estado, assim como resultam da ação de atores diversos no cenário global. Na perspectiva de organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas e a União Europeia, as novas ameaças em sua maioria são listadas como prioridade em seus documentos oficiais e dentre estes, ambas identificam em comum, o terrorismo e o crime organizado. Na análise da percepção de ameaças pelos países da Região Andina e Cone Sul, nota-se que Equador, Peru, Venezuela, Brasil e Uruguai percebem as ameaças de acordo com o seu meio de origem, sendo ele externo ou interno ao Estado. A Argentina define de acordo com o campo em que as ameaças se manifestam, podendo ser a nível global, subregional ou doméstico. A Colômbia e o Chile identificam as ameaças de acordo com sua intensidade, restando à Bolívia a peculiaridade de classificá-las em convencionais e não convencionais, que se referem respectivamente aos conflitos entre Estados e às novas ameaças. 13 Podemos então notar algumas tendências ao nível da análise do conjunto, visto que todos os Estados analisados identificam as novas ameaças, havendo países cujas percepções estratégicas convergem e se assemelham quanto à percepção de ameaças dentro dos blocos Região Andina e Cone Sul quanto entre si. Em suma, as ameaças são por eles tipificadas quanto: (1) ao seu meio de origem e manifestação, (2) convencionalidade e (3) intensidade. Constata-se também, que a grande maioria das ameaças é de natureza não-estatal. Ao analisar o Brasil através da Estratégia Nacional de Defesa, da Política Nacional de Defesa e do Livro Branco de Defesa Nacional, percebe-se que temas que não eram tratados no âmbito da segurança nacional, agora o são, tendo em vista a situação atual do sistema internacional. O capítulo dois do Livro Branco de Defesa Nacional é apresenta que “Novos temas — ou novas formas de abordar temas tradicionais — passaram a influir no ambiente internacional deste século” (LBDN, p.28), e posteriormente, “As implicações para a proteção da soberania, ligadas ao problema mundial das drogas e delitos conexos, a proteção da biodiversidade, a biopirataria, a defesa cibernética, as tensões decorrentes da crescente escassez de recursos, os desastres naturais, ilícitos transnacionais, atos terroristas e grupos armados à margem da lei explicitam a crescente transversalidade dos temas de segurança e de defesa” (Ibidem). Afere-se assim, que o que outrora se limitava as questões estratégico-militar, expandiu-se englobando temas antes restritos ao universo político e da sociedade civil, ou seja, assuntos foram transportados para a esfera securitária em decorrência da influência das mudanças ocorridas no contexto internacional e a percepção de novas ameaças. REFERÊNCIAS “A more secure world: Our shared responsibility -Report of the High-level Panel on Threats, Challenges and Change - Executive Summary” (ONU, 2004: 2) - Publicado pelo Departamento de Informação Pública das Nações Unidas. DPI/2372 - Dezembro de 2004) Bases para uma Politica de Defensa Nacional. Uruguai: 1999 – Disponível em www.oas.og/csh/spanish/doc/librdefUrug.asp - Visto em 05 de julho de 2015 Brasil. Ministério da Defesa. Estratégia Nacional de Defesa. Brasília, DF, 2008. Brasil. Ministério da Defesa. Livro Branco de Defesa Nacional. Brasília, DF, 2012. Brasil. Ministério da Defesa. Política de Defesa Nacional. Brasília, DF, 2005. 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