LOGÍSTICA REVERSA: RECALL DE PRODUTOS REVERSE LOGISTIC: PRODUCTS RECALL Euclides Reame Junior – Professor Mestre - UnisalesianoLins [email protected] RESUMO O recall de produtos ou rechamada é um dos fluxos de atividades existentes na Logística Reversa (LR). Surge quando por algum motivo há a necessidade de retorno ao fabricante para correção, substituição ou descarte, por um problema que coloca o usuário em risco ou não. Tão logo há a necessidade de um recall, essa informação é repassada aos clientes para que retornem com o produto ao seu ponto de origem para reparos. Diante deste cenário projetou-se essa pesquisa. Ela foi estruturada por uma revisão teórica na literatura e reportagens publicadas na mídia. Os objetivos são descrever os conceitos sobre logística reversa de pós-venda e pós-consumo; casos de recall; fatores que afetam os clientes antes do processo de recall; fatores que afetam as empresas nos processos de recall. A pesquisa foi efetivada de forma sistêmica dentro do proposto, denotando-se que as ações de recall, com o tempo, tanto podem fortalecer a marca de um fabricante, como também podem faze-la perder credibilidade perante os consumidores, principalmente pelo número excessivo de acontecimentos. Palavras-chave: Logística Reversa. Rechamadas. Ciclo de vida de produtos. INTRODUÇÃO Este trabalho, direcionado ao pesquisador inserido no universo da iniciação científica em nível de graduação, descreve uma abordagem sistêmica sobre a logística, a sua evolução como ciência ao longo do século XXI e suas ramificações. Uma delas, é a Logística Reversa (LR), que faz a trajetória inversa, ou seja, o retorno de produtos do cliente ao ponto de origem. A LR apresenta duas divisões: a logística reversa de pós-venda (LRPV) e de pós consumo (LRPC). Especificamente a LRPV estabelece o fluxo de retorno dos bens devolvidos por alguns motivos, tais como: erro de processamento de pedidos, falhas/defeitos, avarias no transporte e retornos por garantia / qualidade. Os retornos por garantia / qualidade, ocorrem devido a falhas de funcionamento, defeitos gerais de fabricação e/ou montagem (Pereira, A.L. et al, 2012). Nessa classificação os produtos retornam ao ponto de origem para que passem por novas inspeções, análises ou trocas, isso ocorre por intermédio do recall ou rechamada. A palavra recall, de origem inglesa, é utilizada para indicar o procedimento, previsto em lei, e a ser adotado pelos fornecedores, de chamar de volta os consumidores em razão de defeitos verificados em produtos ou serviços colocados MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000 Site: www.unisalesiano.edu.br - E-mail: [email protected] 1 no mercado, evitando, assim, a ocorrência de acidentes de consumo (Procon, 2015) e tem por objetivo básico proteger e preservar a vida, saúde, integridade e segurança do consumidor, bem como evitar prejuízos materiais e morais. O recall visa, ainda, a retirada do mercado, reparação do defeito ou a recompra de produtos ou serviços defeituosos pelo fornecedor. Deve ser gratuito, efetivo e sua comunicação deve alcançar todos os consumidores expostos aos riscos. OBJETIVOS O estabelecimento do objetivo de uma pesquisa é etapa que indica e caracteriza o que o pesquisador tem em vista alcançar com sua investigação e ocorre quando o problema já foi estabelecido (MEDEIROS, 2007, p. 244). Assim, os objetivos desta pesquisa são descrever ao pesquisador da iniciação científica: a) conceitos sobre logística reversa de pós-venda e pós-consumo; b) casos de recall; c) fatores que afetam os clientes antes do processo de recall; d) fatores que afetam as empresas nos processos de recall. METODOLOGIA O caminho ou método utilizado para o desenvolvimento deste trabalho é a revisão bibliográfica. Conforme Santos e Candeloro (2006), pode ser chamada de referencial teórico ou revisão de literatura e consiste na opinião de vários autores sobre um determinado assunto. É importante que nesta fase seja feita a junção entre uma ideia e outra, contrapondo ou concordando quando for preciso. Também é necessário que sejam feitas citações diretas e indiretas. Ao longo do trabalho, a revisão bibliográfica é apresentada em dois aspectos: o primeiro descreve contextualizações acerca do tema principal, tendo como citações, obras de autores clássicos brasileiros e estrangeiros pesquisados em obras em formato livro e artigos científicos publicados em sítios internacionais de pesquisa científica, mais conhecidos e referenciados com o termo journais. O segundo aspecto é descrito ao pesquisador por intermédio de fontes como sítios especializados (Fundação PROCON, portal de notícias G1, portal UOL e Jornal Folha de São Paulo). Em relação a Fundação Procon, é uma instituição vinculada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo e tem por objetivo elaborar e executar a política de proteção e defesa dos consumidores do Estado de São Paulo. A pesquisa, não aprofundada, delimita-se ao ano de 2013 e seu público alvo principal MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000 Site: www.unisalesiano.edu.br - E-mail: [email protected] 2 é o estudante de graduação em nível de iniciação científica. Os segmentos de mercado utilizados como amostras e descritos na pesquisa são de bens de consumo. Finalizando, este trabalho propõe a seguinte pergunta-problema: “Quais os fatores que afetam os clientes e as empresas no recall de produtos? ” . 1 REFERENCIAIS TEÓRICOS 1.1. Contextualizações sobre logística A origem da logística demanda às operações militares. Ao decidir avançar suas tropas seguindo uma determinada estratégia, os generais precisavam ter, sob suas ordens, uma equipe que providenciasse o deslocamento, na hora certa, de munição, víveres, equipamentos e socorro médico para o campo de batalha (Novaes, 2007, p.31). No campo corporativo, a logística expandiu-se a partir do século XX. Esse fato é evidenciado em Fleury et al. (2009) que classificaram essa área do conhecimento em cinco fases assim descritas: do campo ao mercado; funções segmentadas; funções integradas; foco no cliente; logística como elemento diferenciador. Autores contribuem de forma expressiva para um conceito ou forma de entendimento do que realmente ela possa ser. Assim Christopher (1997) entende que abrange o processo de aquisição, movimentação e armazenagem, bem como a recuperação dos produtos descartados pelos usuários. O mesmo autor defende que aqueles produtos recuperados no descarte proporcionam ganhos financeiros e ambientais. Já o autor Moura (1998, p. 51) afirma que um ambiente logístico compreende a embalagem, a estocagem e a armazenagem, o manuseio, a movimentação interna e o transporte até o local de utilização do produto pelo cliente. Um dos autores clássicos desta área do conhecimento, Ballou (2001, p. 21) interpreta que a missão da logística é dispor a mercadoria ou serviço certo, no lugar certo, no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior contribuição à empresa. Em Novaes (2007, p.35), a logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. Esse autor complementa afirmando que a logística tem por objetivo disponibilizar produtos e serviços para os clientes no local certo, no momento certo, com qualidade e ao menor custo possível. Ainda o mesmo autor afirma que esse processo facilita a integração MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000 Site: www.unisalesiano.edu.br - E-mail: [email protected] 3 entre informações, transporte, estoque, armazenamento, manuseio de materiais e embalagem. Em uma compreensão mais atual, Ballou (2010) define-a como a ciência que estuda formas de prover o melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição por intermédio de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem. A ciência logística tem uma participação expressiva para o desenvolvimento de empresas e de países, pois é por seu intermédio que produtos e serviços são entregues dentro de parâmetros temporais e geográficos. Porém os ciclos de vida dos produtos (CVP) estão sendo reduzidos por parte dos fabricantes e como resultado, há quantidades maiores de produtos, com pouco uso ou já consumidos, que retornam de alguma forma ao ciclo produtivo ou de negócios. Neste cenário, surge uma outra área de estudo dentro da logística: a logística reversa (LR). Ela tem dois pilares de atuação, são eles: o pós-venda e o pós-consumo (LEITE, 2009). 1.1.1 Logística Reversa (LR) Para Rogers e Tibben-Lembke (1998), a LR é o processo utilizado para a recolha de produtos usados, danificados, indesejados ou produtos obsoletos. Ainda conforme os mesmos autores, uma vez retornado, pode ser remanufaturado /reformado, reempacotado, recuperado, doado a caridade, reciclagem, descarte em aterro, e caso o produto não tenha sido utilizado pode ser revendido a um cliente diferente. Conforme Leite (2009), enquanto a logística tradicional trata do fluxo dos produtos fábrica até o cliente, a LR trata do retorno de produtos, materiais e peças do consumidor final ao processo produtivo da empresa novamente. Conforme o mesmo autor, a LR é a área que projeta, atua e controla a direção, e as informações logísticas correspondentes ao retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas, tais como econômico, ecológico, legal, competitivo, de imagem corporativa, dentre outros. A LR tornou-se prioridade nos negócios, em virtude do seu potencial de incremento simultâneo entre a satisfação do cliente e a rentabilidade de uma empresa. Para Daugherty et al (2001) as boas práticas da LR proporcionam: redução dos custos de operação, rentabilidade expressiva, elevação do prestígio da marca e imagem da empresa entre outros fatores. De acordo com Giacobo et al (2003), a LR MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000 Site: www.unisalesiano.edu.br - E-mail: [email protected] 4 precisa ter seu foco direcionado a um melhor serviço ao cliente, além da visão ecológica, é necessária uma visão comercial, buscando rentabilidade e fortalecendo a posição da empresa no mercado de atuação. A LR é aplicada tanto no pós-venda como no pós-consumo de bens. Para Leite (2009) a LRPV é a área que realiza o planejamento, operação e o controle do fluxo físico de bens de pós-venda, sem uso ou com pouco uso que por diferentes motivos retornam aos diversos elos da cadeia de distribuição direta, sendo reintegrados ao ciclo de negócios, por meio de uma diversidade de formas de comercialização e de processamentos. Segundo Pereira et. al. (2012) enquadram-se na LRPV: prazo de validade expirado; erro de processamento de pedido; falhas/defeitos; avarias no transporte; problemas de estoque; garantias/qualidades; políticas de marketing. Com isso, podese entender que o fluxo de pós-venda é formado por bens que foram comprados e que por algum motivo chegaram ao seu destino final com algum dano, tendo que retornar ao seu produtor. Ainda conforme os mesmos autores em relação as “garantias/qualidades” existem vários motivos para os retornos de produtos. O quadro 1, descreve na coluna “garantias / qualidades” os tipos existentes e na coluna “Motivos de retorno” as justificativas dos eventos. Quadro 1 – Principais motivos de retorno de produtos em pós-venda Garantias / qualidades Motivos de retorno Qualidade intrínseca Produto na garantia, defeituosos, danificados Validade de produto Expiração da validade Fim de vida do produto Expiração da utilidade Recall de produtos Substituição / manutenção, recolhimento de produto Fonte: Leite (2009) e Rogers e Tibben-Lembke (1998) Para Giacobo (2003) a LRPC refere-se a produtos que já foram consumidos, ou cumpriram o seu prazo de vida útil, e será descartado de alguma forma. Esse descarte obrigatoriamente deve ser realizado de maneira apropriada tendo em vista que o mesmo no futuro possa servir novamente de matéria-prima, ou que no caso de não ser reaproveitado que receba o descarte apropriado. A LRPC segundo Leite MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000 Site: www.unisalesiano.edu.br - E-mail: [email protected] 5 (2009) subdivide-se em: reuso: definem-se como aqueles onde há a extensão de uso de um produto de pós-consumo, mantendo-se a mesma função que desempenhava; desmanche: diversos materiais são obtidos através da desmontagem de bens de pós-consumo e reaproveitados retornando ao ciclo produtivo; reciclagem: é o canal reverso de revalorização em que os materiais constituintes dos produtos descartados são extraídos industrialmente, transformando-se em matérias primas secundárias ou recicladas que serão reincorporados à fabricação de novos produtos. 1.1.2. Fatores para a adoção das práticas da LR Na opinião de Miguez (2010), a conscientização dos consumidores, pressão do governo, questão legal, responsabilidade ambiental e geração de lucro, são fatores motivadores para a adoção da LR por empresas. Para Alberto, Filho e Ribeiro (2006), regulamentações e normas específicas são essenciais para que a reutilização e reciclagem não sejam motivadas de maneira exclusiva pelos aspectos econômicos. Nessa segunda definição, os autores destacam que sem as leis, a motivação seria exclusiva para a geração de lucros. Braga Jr, Costa e Merlo (2006) abordam que o desenvolvimento da LR é motivado por inúmeras discussões. Como principais vertentes discutidas, os mesmos autores citam a legislação ambiental, a qual obriga as empresas a retornarem seus produtos e cuidar do tratamento necessário; benefícios econômicos gerados pelo uso de produtos que retornaram ao processo de produção e o aumento da conscientização ambiental dos consumidores. Já nessa terceira definição, LR é desenvolvida pela questão legal, que obrigada às empresas a retornarem seus produtos e dar-lhes o devido tratamento. “A questão de custos está sempre ligada às operações logísticas em geral”. (LEITE, 2009, p. 27). Nesta definição, entende-se que o motivo maior é financeiro, pois a LR pode proporcionar custos menores na produção. RESULTADOS Conforme informado no quadro 1, o recall de produto pode ser motivado por: substituição, manutenção ou recolhimento do produto do mercado. Assim, segundo o Procon (2015), durante o ano de 2013 o segmento de bens de consumo que MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000 Site: www.unisalesiano.edu.br - E-mail: [email protected] 6 apresentou, por substituição, o maior número de recall foi o de alimentos e bebidas, levando-se como base o critério “quantidades de produtos afetados” (tabela 1) com 44%, seguido pelo segmento de higiene com 18%. O Procon não informou o motivo da substituição dos produtos. O segmento que mais efetuou campanhas foi o automobilístico com aproximadamente 72% (tabela 1) dentro do universo pesquisado. Tabela 1 – Quantidades de produtos afetados e nº de campanhas (2013) Segmento Qtd. prods. afetados Alimentos e Bebidas % Nº de campanhas % 2.113.000 44,0 4 3,9 Higiene e Limpeza 886.000 18,4 2 2,0 Produtos p/ saúde 810.000 16,9 4 3,9 Veículos 676.000 14,1 73 71,6 Produtos infantis 313.000 6,5 17 16,7 5.000 0,1 2 2,0 4.803.000 100,0 102 100,0 Eletro e eletrônicos TOTAIS Fonte: adaptado de Procon (2015) Desta forma, adotando-se o critério do número de campanhas efetuadas, são descritos nessa seção casos de recall de veículos (quadro 2) visando a substituição e/ou manutenção de peças e partes componentes conforme a fonte da pesquisa, o Procon (2015). O quadro 2 apresenta três colunas. Na coluna intitulada “Montadora”, são descritos os nomes das empresas atuantes em todo território brasileiro durante o ano de 2013. A coluna “Mês” informa os meses em que os avisos de riscos foram veiculados na mídia. Na coluna “Motivos de retorno”, são descritas as irregularidades bem como os modelos de veículos. A fonte da pesquisa não descreve alguns modelos de veículos bem como os motivos de retorno. As informações referentes ao número de série dos chassis dos veículos não foram consideradas. O Procon (2015) destaca ainda que a montadora de motocicletas Kawasaki Ninja, convocou em recall os modelos 300 ABS e Z800 ABS para a substituição da unidade hidráulica do sistema de freios, devido uma falha no processo de fabricação. Ainda conforme a fonte citada, algumas unidades podem ter sido montadas com uma rebarba de alumínio, assim, no acionamento dos freios durante a condução da motocicleta, esta rebarba pode se alojar em uma válvula de retenção da unidade hidráulica, causando falha no funcionamento do freio em situações de frenagens bruscas e o travamento das rodas, o que pode conduzir a uma situação do risco e MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000 Site: www.unisalesiano.edu.br - E-mail: [email protected] 7 colisão. Quadro 2 – Casos de recall de veículos – ano 2013 Montadora Mês Motivos do retorno (substituição e/ou manutenção) BMW (Bayerische Motoren Werke ou Fábrica de Motores da Baviera) Fevereiro Junho Setembro Outubro Maio Agosto Agosto Setembro Outubro Junho Janeiro Junho Junho Agosto Outubro Março Março Abril Junho Janeiro Abril Abril Janeiro Setembro Abril Outubro Janeiro Falhas em peças do freio – modelos não citados Airbag – modelos não citados Airbag – modelos não citados Sistema de freio – diversos modelos não citados Airbag – modelo 300C Caixa de cambio – modelo Jeep Grand Cherokee Airbag – modelo Town & Country Airbag – modelo Jeep Grand Cherokee Direção – modelo Pick Ram Vazamento da bomba de combustível – modelo Fusion Rodas e pneus – modelo Onix Pedal do freio – modelos – Cobalt, Onix, Prisma e Spin Tubulação de combustível – modelo Sonic Tubulação do combustível – modelo Pickup S10 Encosto do banco dianteiro – modelos Onix e Prisma Vazamento na direção hidráulica – modelo Accor Airbag – todos os modelos Vidro elétrico – modelo FIT Vidro elétrico – modelo FIT Vidro do teto solar – modelo não citado Luz do freio – modelos Santa Fé, Veracruz e Tucson Luz do freio – modelos i30 e i35, modelo Azera Caixa de direção – modelo não citado Resfriamento do motor – modelo não citado Luz do freio – modelos Soul, Carens, Carnival e Sorento Luzes do freio – modelos não citados Caixa de direção e bomba de combustível – modelo Veloster Retorno do bico injetor de combustível – todos os modelos Vazamento em tanque de combustível – todos os modelos Ar condicionado – modelos Sprinter Capô – modelo Triton Dispositivo de acionamento do vidro panorâmico – modelo ASX AWD Sistema de freios – modelos 308 e 408 Tampa do porta mala – modelo Mégane perua Cintos de segurança = todos os modelos Airbag – modelo Corolla Ar condicionado – modelos Amarok e Tiguan Chrysler Ford Motors Company General Motors Company Honda Hyundai Motor Brasil Jaguar (Tata Motors) Kia Motors Landrover Setembro Março Mercedes Benz Mitsubishi Motors Peugeot Renault Toyota Volkswagen Novembro Março Julho Maio Abril Março Abril Novembro Fonte: adaptado de Procon (2015) Conforme o Jornal Folha de São Paulo (2013), algumas marcas de leite longa vida foram recolhidas do mercado pelos seus fabricantes. São elas: Italac, LatVida, Líder e Mumu. O principal motivo foi a adulteração dos produtos. Outro exemplo de recall por recolha do produto é constatado no sítio eletrônico G1.com (2013) que descreve a recolha pela empresa Unilever de um lote do suco concentrado Ades sabor de maçã de 1,5 litro, onde 96 unidades do produto, após MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000 Site: www.unisalesiano.edu.br - E-mail: [email protected] 8 análises, foram consideradas inapropriadas para o consumo. Segundo a empresa, o lote com as iniciais AGB 25, fabricado em 25 de fevereiro de 2013, com validade até 22 de dezembro de 2013 foi recolhido. O portal de notícias Uol.com.br (2013) relata que a empresa farmacêutica Schering-Plough comunicou o recolhimento, no mercado nacional, das amostras grátis do creme vaginal Ovestrion, 7,5g, do lote 28806. Conforme o portal, a empresa informa que dois lotes do produto, distribuídos a ginecologistas, para que fossem dados a pacientes, apresentaram resultados positivos nos testes microbiológicos e poderiam causar infecção vaginal ou vaginite. Fatores que afetam os clientes antes de um processo de recall Apesar dos programas de qualidade aplicados pelas empresas, o risco de falhas ao longo do processo de produção de um bem pode ser considerado uma condição que não se deve desprezar. Assim um produto pode chegar ao consumidor ou usuário final com irregularidades. Deparando-se com essa situação, surgem três fatores que impactam o cliente, são eles: a confiança e competência depositadas no fabricante e a benevolência do cliente em relação a ele. Essa situação é certificada pelos autores Bortoli e Freundt (2014) em que afirmam que uma situação de falha do produto afetará a confiança e encadeará um processo no qual serão avaliadas pelo cliente, a competência da empresa e a benevolência em relação a ela para restabelecer a relação. A confiança pode ser reparada quando a falha é corrigida. Diante disso, a realização de recall voluntário, em comparação à ausência do mesmo, impactará positivamente a imagem da empresa. Fatores que afetam as empresas em um processo de recall Os autores Van Heerde, Helsen, & Dekimpe (2007) e Carrol (2009) indicam que o recall afeta negativamente as vendas, impactam desfavoravelmente a reputação, a marca e a expectativa em relação à empresa que conduz o recall. Já no entendimento de Govindaraj, Jaggi, & Lin (2004) e Carrol, (2009) são afetados o potencial de lucros e a avaliação das ações das empresas. Para Chen et al. (2009) provocam perdas tanto do valor financeiro das empresas de capital aberto, como na intenção dos investidores de continuar a financiar empresas privadas. Os autores Cleeren, van Heerde, Dekimpe (2013) apontam que de acordo com a concentração e número de concorrentes em um mercado, o recall de um produto pode afetar toda a categoria da qual ele faz parte MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000 Site: www.unisalesiano.edu.br - E-mail: [email protected] 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa descreveu a logística reversa e as suas divisões: o pós-venda e o pós-consumo. A proposta apresentada foi a ênfase no pós-venda, especificamente no grupo “garantias / qualidades”, o foco do estudo deu-se no requisito “recall de produtos”. A contribuição do trabalho está orientada no sentido de informar o pesquisador da iniciação científica, conteúdos acerca do tema principal (logística reversa) e suas especificidades, descritas no corpo do texto. Apresentou-se constructos sobre recall de produtos por segmentos. A metodologia utilizada foi uma revisão na bibliografia, desenvolvida tanto em autores clássicos que estudam o tema, passando por sítios eletrônicos de organismos públicos (Fundação Procon) e de jornais. Além de publicações internacionais editadas de formal viral, conhecidas como journais. Assim, considera-se que o recall de produtos está ligado diretamente à qualidade do produto, porém, apesar de as empresas preocuparem-se com a implantação de programas de qualidade na produção, as falhas no âmbito desse processo poderão acontecer, principalmente por descuido e falta de atenção do homem. A pesquisa descreveu os fatores que interferem no comportamento dos consumidores em relação aos avisos de riscos informados pelas empresas, bem como aqueles fatores que afetam as empresas nesse processo. Para trabalhos futuros propõe-se eleger um produto e desenvolver um estudo de caso aprofundado sobre os impactos do recall no comportamento do seu público alvo. REFERÊNCIAS ALBERTO, S. D. G.; FILHO, J. F. D. P.; RIBEIRO, P. C. C. Logística reversa na prática da reciclagem de resíduos celulósicos. São Paulo: FGV-EAESP, v. IX SIMPOI - Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais, 2006. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. 4º edição. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2001. MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO – MANTENEDORA UNISALESIANO LINS – Rua Dom Bosco, 265 – Vila Alta – CEP 16400-505 – Fone (14) 3533-5000 Site: www.unisalesiano.edu.br - E-mail: [email protected] 10 BALLOU, R. H. Logística Empresarial, Transportes, Administração de Materiais, Distribuição Física. São Paulo: 1ª Ed. Atlas, 2010 BORTOLI, L.V. e FREUNDT, V. L. M. Efeitos do recall voluntário de produtos na confiança do consumidor. XXXVIII ENANPAD 2014. Disponível em: http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2014_EnANPAD_MKT1919.pdf Acesso em: 12 de Abril de 2015. BRAGA, Jr. S. S. B.; COSTA, P. R. D.; MERLO, E. M. Logística Reversa como alternativa de ganho para o varejo - Um estudo de caso em um supermercado de médio porte. 9. ed. São Paulo: Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais, 2006. CARROLL, C. - Defying a Reputational Crisis – Cadbury's Salmonella Scare: Why are Customers Willing to Forgive and Forget? Corporate Reputation Review, 12(1), 64-82, 2009. CHEN, Y., GANESAN, S., & LIU, Y. Does a Firm's Product-Recall Strategy Affect Its Financial Value? An Examination of Strategic Alternatives During ProductHarm Crises. Journal of Marketing, 73 (6), 214-226, 2009. 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