Ano II - Número 29
12 a 25 de junho /2006
Fotos: Ricardo Lima
Entrevista
Pró-reitor Germano Rigacci Júnior
Projeto
privilegia
calouros
A Pró-Reitoria de Graduação implementa a partir de agosto o Projeto de
Acompanhamento Acadêmico do
Aluno, uma proposta pioneira no
Ensino Superior, que envolverá cerca de 1,6 mil alunos ingressantes e
44 docentes em 18 faculdades. O
projeto deve ser ampliado, gradativamente, e, em 2007, os veteranos
concluintes serão contemplados com
a terceira fase, na qual receberão
suporte para efetuar com maior segurança a transição da vida acadêmica
para a profissional. Esse projeto e
outros assuntos integram a entrevista com o pró-reitor de Graduação
Germano Rigacci Júnior.
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MURAL
Alunos da Engenharia Ambiental promovem bolão, troca de figurinhas, feijoada e muita integração em busca do hexa
Paixão nacional
mobiliza galera
Clima verde-amarelo toma conta dos campi da Universidade, que
suspenderá parcialmente suas atividades nos dias de jogos do Brasil
O País pentacampeão de futebol, cujas paisagens turísticas ou periféricas sempre contam com um bate bola
em suas composições, não poderia deixar as frustrações
políticas e sociais apagarem a corrente patriótica que
invade os corações dos brasileiros. Nos campi da
Universidade, a moçada aproveita a ocasião para compartilhar opiniões sobre futebol, trocar figurinhas, organizar bolão, planejar feijoada e esbanjar criatividade na
decoração. Nem o Centro Cirúrgico do Hospital e
Maternidade Celso Pierro escapa do patriotismo sazonal. A PUC-Campinas torce para o Brasil e suspende
parcialmente suas atividades nos dias de jogos. Em 13
e 22 de junho, dias nos quais a seleção brasileira joga
pela primeira fase da Copa do Mundo, o Setor Administrativo interrompe suas atividades às 14h e retorna
às 18h30. As aulas do vespertino serão finalizadas às
15h. O período noturno funcionará regularmente.
Página 05
Miguel revela
bastidores da Justiça
O professor e ex-diretor da Faculdade
de Direito e juiz aposentado, Jamil
Miguel (acima), lança o livro Causas &
Causos com histórias hilárias
inspiradas nos bastidores da Justiça,
que ele conhece desde o tempo em
que trabalhou no Fórum de Campinas
ainda como datilógrafo. Como quem
conta um conto sempre aumenta um
ponto, Miguel admite que exagerou
alguns detalhes. E por falar em
histórias, as inscrições para o
concurso de crônica terminam no
Página 07
próximo dia 30.
EVENTO CELEBRA TRADIÇÃO E FUTURO
A tradição consolidada e
exaltada em discursos e em
depoimentos e o desafio do
futuro nortearam
a solenidade das
comemorações dos 65
anos da PUC-Campinas,
que ocorreu no dia 7 de
junho no Auditório
Monsenhor Salim, no
Campus II. Como na foto
ao lado, alunos, professores
e colaboradores se
misturam aos membros
da Administração Superior
da Universidade para
confraternizar e reafirmar
laços para a construção da
PUC-Campinas do futuro.
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12 a 25 de junho /2006
Jornal da PUC-Campinas
Editorial
Realidades unidas pelo Espírito
Q
uando o papa Bento XVI visitava recentemente o campo de
concentração de Auschwitz se perguntava como pôde Deus
permitir esse massacre sem fim, esse triunfo do mal. Expressava,
sem meias palavras, o grau extremo de perplexidade diante do
triunfo do mal. O espanto que brota ao se contemplar, em negativo, as imensas possibilidades de expressão de gratuidade radical, amorosa e do coração humano. Certamente em grau menor, experimentamos sensação semelhante na segunda-feira de violência, comentada em nossa última edição.
Essa lembrança vem a propósito de dois momentos chaves na vida da
Igreja: a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e a festa de
Pentecostes. E também, em âmbito mais "familiar", lembramos os 65 anos
de nossa Universidade. Se há uma palavra capaz de unificar essas três
realidades é Espírito. No Pentecostes, a Igreja celebra a irrupção do Espírito
de Deus no mundo. Tal como na Páscoa - na qual natureza e história se
fundem para definir a condição humana - Pentecostes é originalmente
uma festa agrícola sem significado histórico maior. É festa da colheita, das
primícias do trigo. A significação histórica veio posteriormente, quando se
transformou na comemoração do aniversário da outorga da Lei a Moisés,
ao longo da travessia do deserto. A entrega da lei era o sinal visível de uma
aliança de amor de Deus com seu povo. Na observância da Lei, mais do
que simples preceitos, o que se tinha era a memória da ação libertadora de
Deus. Só no interior de uma relação de amor de Deus com seu povo é que
as prescrições tinham sentido. Amor que mostrava na História, no gesto
concreto de Deus solidário com seu povo, caminhando com ele em busca
da terra prometida. Lei era sinônimo de solidariedade na busca de uma
terra onde correm leite e mel, ou seja, onde se experimenta em plenitude a
abundância dos dons de Deus.
O Cristianismo aprofunda ainda mais esse sentido. O Espírito de
Jesus agora é dado à comunidade, que, impulsionada por Ele, rompe
todas as barreiras de línguas, etnias e nações. A linguagem do amor
solidário rompe todas as barreiras, vence todos os preconceitos e alarga todas as fronteiras. A Semana da Oração pela Unidade dos Cristãos
relembra à Igreja de Jesus Cristo que, para além de tradições diferentes,
há uma só fé, um só batismo e que a diferença, fruto de grandezas e misérias vividas na história, devem unir os cristãos e não separá-los. Que as
diferenças façam resplandecer a beleza do Deus único, cujo Espírito dá
vida à criação. E que só a infidelidade a esse Espírito faz com que as diferenças se transformem em divisões irreconciliáveis e não em ocasião de diálogo. A PUC-Campinas faz 65 anos. Funcionários, alunos e professores fazemos parte de sua história e ela de nosso ser e agir no mundo.
Ela deve ser animada por um espírito de universalidade, de abertura ao
novo, de criatividade e de solidariedade com tudo o que é humano. Mas,
como nos seus primórdios, ela é um universal partilhado no diálogo professor-aluno, representando mais que figuras individualizadas, gerações
que se renovam ao pôr em confronto a experiência e a inovação.
Reitor da PUC-Campinas
Padre Wilson Denadai
Ricardo Lima
Agenda
13, 21 e 28/06
Curso para gestantes, promovido pelo Hospital e
Maternidade Celso Pierro, das 19h às 22h, no
auditório do hospital.
Informações: (19) 3729-8487
14/06
Cinefórum, às 19h no Auditório Nobrão, Campus
Central. Informações: (19) 3756-7657
Dom Amaury
Castanho na
Catedral
Metropolitana
de Campinas
em fevereiro,
quando
ocorreu
a posse
da nova
Reitoria
16/06
Último dia para conferir a exposição Refazendo o
Caminho: 20 Anos de Gravura, da artista plástica
Marlene Crespo. De segunda à sexta-feira, das 13h
às 22h, na Galeria da Faculdade de Artes Visuais,
Prédio H07, Campus I.
Informações: (19) 3756-7176
18/06
Comunidade lamenta morte de dom Amaury
A comunidade acadêmica lamentou a perda do bispo emérito de Jundiaí, dom Amaury Castanho, que
contribuiu na construção da história da PUCCampinas. O religioso, licenciado em Filosofia e
Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de
Roma, faleceu em 1º de junho último, aos 78 anos,
em Itu (SP). Depois de sua ordenação na Igreja do
Gesú (Roma), em 1951, retornou ao Brasil para exercer o magistério na PUC-Campinas, entre as décadas
de 50 e 60. Além de docente, dom Amaury também
ocupou os cargos de diretor de faculdade e vice-reitor da Universidade. Em 1952, obteve o registro de
jornalista, profissão que sempre exerceu atuando em
publicações eclesiásticas. Escreveu nove livros sobre
religião, ética, social e história, sendo o mais conhe-
cido A Presença da Igreja no Brasil, publicado em 1998.
Contribuía, semanalmente, com artigos e matérias
para diversos jornais na região.
"Dom Amaury deixa para nós um exemplo de fidelidade e dedicação à Igreja, à doutrina e à nossa querida Universidade. Estamos tristes, mas estamos reconhecidamente gratos pela grande contribuição que ele
legou a esta Universidade", afirmou o reitor da PUCCampinas, padre Wilson Denadai. "Sacerdote zeloso,
ele deixa, verdadeiramente, um sentido devotado de
amor à Igreja cuja fidelidade espelhou sempre seus trabalhos, escritos e atividades apostólicas. Emérito jornalista, se despede nos deixando um grande vazio de
saudade", completou o assessor da Reitoria, cônego
Haroldo Niero.
Aula de Anotações de Enfermagem, promovido pelo
Hospital e Maternidade Celso Pierro.
Informações: (19) 3729-8487 e
[email protected]
20/06
Apresentação dos grupos artísticos de dança e
música de câmara da PUC-Campinas, às 20h30,
na Sala 803, Campus I.
Informações: (19) 3756-7282
21/06
Apresentação do Coral Universitário da PUC, às
20h40 no Auditório Nobrinho, Campus Central.
Informações: (19) 3756-7282.
22/06
Apresentação dos grupos artísticos de dança e
música de câmara da PUC-Campinas, às 20h30, no
Vão Livre do Prédio Administrativo, Campus II.
Informações: (19) 3756-7282
Expediente
Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Denise Tavares, Wagner José de Mello e Sílvia Regina Machado de Campos;
Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390);
Repórteres - Aderval Borges, Adriana Furtado, Crislaine Gava, Du Paulino, Eunice Gomes e Renata Rondini; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima;
Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas,
Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3756-7147 e 3756-7674. E-mail: [email protected]
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Jornal da PUC-Campinas
12 a 25 de junho /2006
Opinião
A Copa e o racismo no futebol europeu
Heloisa Reis e Manuel Alves Filho
O
hooliganismo inglês parecia ser a
única expressão da violência no
futebol europeu nos anos oitenta.
No entanto, nos períodos subseqüentes o
continente experimentou diferentes manifestações de mesma ordem, inicialmente
vistas como mimetismo do comportamento dos espectadores britânicos. À medida
que o problema aumentou e tornou-se uma
questão de segurança pública, medidas rigorosas de enfrentamento à violência em dias
de jogos foram propostas pelo Conselho da
Europa. Assim, em 1985 foi aprovado o
documento intitulado Convênio Europeu
sobre a Violência e Mau Comportamento
em Eventos Esportivos e em Particular nos
Jogos de Futebol. Tal iniciativa levou os países signatários a adequarem sua legislação
para atender o acordo.
Na Espanha, país que cumpriu exemplarmente o convênio, a fórmula encontrada foi a criação da Comissão Nacional de
Prevenção da Violência em Espetáculos
Esportivos, que centralizou em quatro subcomissões os estudos e propostas de prevenção da violência. Com a política setorial
implementada, a Espanha logrou moderni-
...a sociedade
européia se
vê ameaçada
na Copa
do Mundo de
futebol pelos
racistas...
zar seus estádios, criar uma legislação atualizada e minuciosa e transformar suas arenas
esportivas em templos do futebol mundial.
Todavia, assim que os objetivos iniciais foram
atingidos, novas formas de expressão pública
da violência foram verificadas, mais uma vez
elegendo os estádios como palco.
Dessa forma, gestos e verbalizações deprimentes passaram a ser vistos e ouvidos em
vários estádios europeus. A forma de agressão escolhida, desta feita, foi simbólica, com
brancos imitando macacos e oferecendo bananas aos jogadores afrodescendentes.
Expressões lamentáveis de racismo foram
verificadas também entre os próprios atletas.
Preocupados com a expansão acelerada das
manifestações racistas no futebol, clubes,
federações e associações de jogadores, entre
Espaço leitor
outros, uniram-se e firmaram, em março de
2005, o Protocolo Espanhol contra o Racismo,
documento que estabeleceu medidas para o
enfrentamento do problema.
No Brasil, país que vive o racismo de forma dissimulada, a violência no futebol segue
no plano das agressões físicas entre torcedores rivais e entre torcidas e polícia, situação
que levou os ministérios da Justiça e do Esporte
a criarem uma comissão para propor soluções ao problema. Retornando à questão do
racismo na Europa, o aumento da intolerância contra imigrantes e negros na parte central do continente fez com que as autoridades refletissem sobre o real significado de tais
manifestações.
Acostumada com o discurso da igualdade social, a sociedade européia se vê ameaçada na Copa do Mundo de futebol pelos
racistas e por grupos organizados de neonazistas. Estes dificilmente perderão a oportunidade de aproveitar os holofotes que estarão voltados ao evento para expressarem hostilidade contra seus alvos favoritos. Embora
a Fifa tenha aprovado, no último mês de março, uma legislação anti-racista para ser aplicada durante o Mundial da Alemanha, o próprio presidente da entidade, Joseph Blatter,
antecipou que ela não alcançará os torcedo-
Galeria
Heloisa Reis,
professora da Unicamp
e coordenadora do
Grupo de Estudos e
Pesquisas sobre o
Futebol (GEF)
Manuel Alves
Filho, jornalista e
pesquisador do
Grupo de Estudos
e Pesquisas sobre o
Futebol (GEF)
COMO VOCÊ AVALIA O FAVORITISMO
DO BRASIL NA COPA DO MUNDO?
Fotos: Ricardo Lima
"Eu penso que o favoritismo
do Brasil nos envaidece, é
claro que como brasileiros
não podíamos sentir nada
diferente, é uma
empolgação geral. Porém,
há de se distinguir a
problemática social, política
do nosso tempo, com esta
provável vitória do Brasil."
Marina de Macedo
Arruda, professora da
Faculdade de Educação
Qual sua opinião sobre o Jornal da
PUC-Campinas? Quer sugerir uma pauta? Divulgar o que
você está fazendo? Participe! Mande uma mensagem para a redação.
@
[email protected]
EMPRESA JÚNIOR
Represento a Empresa Júnior do Centro de Economia e Administração
(CEA) e gostaria de saber qual o procedimento que devo tomar para que
uma notificação da Empresa Júnior da PUC-Campinas seja publicada no
jornal. Obrigado.
Diego Biscaia, estudante da
Faculdade de Administração
NOTA DA REDAÇÃO - Essa é uma dúvida recorrente entre a comunidade, por isso exige uma explicação sobre o processo de produção do Jornal da
PUC-Campinas. As matérias veiculadas devem, obrigatoriamente, atender
aos critérios jornalísticos, tais como o interesse dos leitores e a abrangência
do fato. Temas específicos de determinadas áreas que não aguçam a curiosidade do leitor são evitados. A Universidade é muito grande e fomenta importantes e diferentes debates em várias áreas e o espaço do jornal é limitado,
portanto priorizamos pautas de interesse geral. Porém, precisamos, sempre,
de novas informações que devem ser enviadas ao jornal. Elas serão submetidas à avaliação do Conselho Editorial e, se aprovadas, serão pautadas, produzidas e escritas por jornalistas. Apenas o editorial, o artigo da seção Opinião
e a coluna Pé na Estrada contam com contribuições externas à redação.
Obrigada pela sua participação e aguardamos informações da Empresa Júnior.
res, pois seria "complicado" identificá-los
nas arquibancadas.
Diante de quadro tão complexo, a pergunta que fica é: Como a Europa rica lidará com o radicalismo de seus comunitários
que cresceram em um estado de bemestar social e que agora vêem os imigrantes e afrodescendentes como invasores e/ou
representantes de sub-raças? Assim como
em relação aos jogos que serão disputados na Alemanha, o mundo estará atento
a essa resposta.
" Lógico que há um
favoritismo do Brasil na
Copa, mas eu sou contra o
fanatismo do brasileiro.
Abrir mão de tudo na
época da Copa, sermos
brasileiros só de quatro em
quatro anos e o País parar
durante um mês. Sou a
favor da diversão, mas sem
o fanatismo."
Renata Moreira,
estudante da Faculdade
de Direito
"O nosso técnico colocou na
cabeça que já ganhou, mas não
ganhou nada. Com o
favoritismo, da primeira fase
passa, mas na segunda, já vai
começar a complicar. Com
muito sapatinho alto, não traz
o caneco não."
Airton de Camargo,
funcionário do
Departamento de
Serviços Gerais
“O futebol
É O ópio
Imagem
DO POVO
EO
narcotráfico
O AMOR ESTÁ NO AR - O primeiro dia de circulação desta edição ocorre quando a maioria dos apaixonados comemora o Dia dos
Namorados. Nos campi, as cenas protagonizadas por casais enamorados não seguem apenas o calendário do consumismo e expressam, a qualquer
hora e dia, a beleza do sentimentos juvenis, retratados na foto (à esq.) pelos estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) Fabrício
Linardi e Ana Paula Pinho, juntos há quase um ano. O casal curtiu o Bishow, festa tradicional realizada em maio pela FAU, que este ano reuniu
bandas e muita irreverência numa tarde diferente no Campus I.
DA mídia”.
Millor Fernandes (1923),
escritor carioca
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Jornal da PUC-Campinas
Entrevista
Ricardo Lima
PROJETO garante
inserção dos calouros
Acompanhamento Acadêmico do Aluno será
implementado em agosto pela Pró-Reitoria de
Graduação com envolvimento de 1,6 mil ingressantes
e 44 docentes em 18 faculdades
Eunice Gomes
[email protected]
Raio X
Pró-reitor Germano Rigacci Júnior planeja oferecer suporte aos concluintes
>Número de alunos : 19. 441
>Número de cursos: 39
>Práticas de Formação: Inscrições de
17 a 22 de julho (www.puc-campinas.edu.br/aluno)
JP - Entre os 15 projetos estratégicos
que devem ser implementados neste
ano, temos o Projeto de Acompanhamento Acadêmico do Alunos. Ele é
uma experiência pioneira?
Rigacci Júnior - Esse é um projeto
pioneiro e a nossa Instituição possibilita aos seus estudantes um caminho
de inserção na vida acadêmica diferenciada. O aluno pode ter conhecimento do seu curso, das atividades da
Universidade e ter subsídios para
entender o que é uma boa universidade, um bom curso, um bom aluno
e um bom profissional. Isso tudo ele
faz com o acompanhamento de um
docente. O aluno desenvolve uma
autonomia intelectual que lhe possibilita uma capacidade de autocrítica e
de crítica da vida acadêmica. O projeto propicia ao aluno estabilidade até
emocional para lidar com os desafios
que a nova vida universitária impõe.
JP - Existe uma preocupação da PróReitoria de Graduação com os cursos que formam profissionais cujas
áreas de atuação sofreram uma retração no mercado de trabalho pelas próprias mudanças da sociedade?
Rigacci Júnior - Entendemos que
todos os cursos da Universidade
devem desenvolver um processo permanente de reflexão e avaliação do seu
projeto pedagógico. Em nossa concepção, o projeto pedagógico deve,
por um lado, fundamentar-se na identidade, nos valores da Universidade,
na legislação federal e na dimensão
também epistemológica que se inse-
No próximo semestre, a PUCCampinas implementa o Projeto de
Acompanhamento Acadêmico do
Aluno, uma proposta pioneira no Ensino
Superior que envolverá cerca de 1,6 mil
alunos ingressantes e 44 docentes em 18
faculdades. Com objetivo de contribuir
para a inserção do estudante na
Universidade e promover vínculos afetivos com o curso e a comunidade, o projeto é oferecido como atividades das
Práticas de Formação e corresponde a
um crédito, 17 horas/aula. O Acompanhamento Acadêmico ao Aluno pretende ampliar, gradativamente, a participação dos ingressantes e para 2007 deve
consolidar a terceira etapa, na qual os
veteranos dos últimos anos receberão
suporte para efetuar com maior segu-
re no seu curso e atender também as
demandas sociais. Então, essa é uma
preocupação que não é apenas daqueles cursos que nesse momento passam por dificuldades de preenchimento de vagas, mas com todos. Deve-se
pensar em que medida nossos cursos
atendem às demandas sociais.
JP - Há um olhar especial para os cursos de licenciaturas?
Rigacci Júnior - Temos uma Coordenadoria Especial de Licenciatura (Celi)
cuja preocupação é proporcionar o
desenvolvimento e a qualificação em
nossos cursos de licenciatura. A
Universidade tradicionalmente se
diferencia porque forma professores
para os Ensinos Fundamental e Médio.
Muitos docentes que atuam hoje na
região são docentes que passaram pela
PUC-Campinas, isso nos orgulha.
Em razão desse orgulho e dessa qualidade de formação temos a preocupação com os cursos de licenciatura,
na sua manutenção e no seu aprimoramento. A PUC-Campinas tem um
apreço grande pelos cursos de licenciatura.
JP - Existe a intenção de disponibilizar recursos da internet para os cursos de graduação com incremento das
atividades a distância?
Rigacci Júnior - Eu penso que, nesse
momento, nós estamos nos informando sobre as propostas da Coordenadoria de Ensino a Distância da
Universidade. É uma ferramenta eu
diria, uma metodologia interessante
rança a transição da vida acadêmica para
a profissional. A fase experimental do
projeto começou em 2005, quando cerca de 500 alunos e 18 professores de seis
faculdades refletiram nas salas de aula
o contexto universitário, o projeto pedagógico e as diversas possibilidades que
a PUC-Campinas oferece para a formação do estudante. Esse projeto e o
que trata da Avaliação dos Docentes
foram destacados pelo pró-reitor de
Graduação, Germano Rigacci Júnior,
durante uma entrevista concedida ao
Jornal da PUC-Campinas. Os 15 projetos
estratégicos tiveram início em maio com
a constituição de grupos de trabalho,
integrados por 170 docentes, envolvidos, inclusive, na equipe de avaliação de
projetos pedagógicos. Confira abaixo
alguns trechos e a íntegra no Portal
PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br).
e que merece um pouco mais de estudo para sua incorporação na formação dos nossos projetos.
JP - Como está o Projeto de Avaliação
de Ensino?
Rigacci Júnior - É um de nossos projetos estratégicos, aí nós temos o
Projeto da Avaliação Docente, que tem
algumas fases. A primeira é levantar os
instrumentos de avaliação que já são
empregados em alguns cursos em nossa Universidade. Na segunda fase pretende-se fazer uma análise desses instrumentos. E a partir daí propor, efetivamente, um instrumento de avaliação da Universidade que incorpore elementos comuns para a avaliação
e elementos específicos de cada curso. Nós estamos na fase de levantamento dos instrumentos já existentes
em alguns cursos da Universidade,
tais como questionários, avaliação oral
e conversas com professores. Vamos
chegar num procedimento único e
levar ao aprimoramento cada vez
maior da atividade de ensino e valorizar o professor que se destaca na sala
de aula. Valorizar e reconhecer esse
docente. Temos até novembro para
apresentar a ferramenta de avaliação.
Queremos depois de delinear o instrumento, discuti-lo com a comunidade. Faremos essa discussão até o início do próximo ano, talvez por ocasião
do Planejamento Pedagógico.
JP - O que esse projeto pode desencadear para o professor que não apresentar resultados satisfatórios?
Rigacci Júnior - Nós queremos dar
oportunidade a esses professores.
Estamos oferecendo um outro projeto estratégico, que prevê oficinas de
capacitação em algumas atividades
como monitoria, trabalho de conclusão de curso, entre outras atividades
docentes. Nessas oficinas estamos
com uma oferta para o segundo
semestre de 600 vagas. O que queremos é, depois de feita a avaliação e
identificado o problema, dar condições ao docente de passar pela capacitação feita por oficinas dentro da
Universidade.
JP - Este ano serão oferecidas Práticas
de Formação para o calouro só no
segundo semestre. O que mudou e
qual a importância dessas atividades?
Rigacci Júnior - Não há mudanças
profundas, só mudou o período de
oferecimento para que o ingressante possa primeiro se inserir no contexto da Universidade e depois escolher as suas Práticas de Formação. A
PUC-Campinas ministra uma formação profissional de excelência e
de capacitação para o trabalho. Uma
formação que proporciona autonomia intelectual e solidariedade ao
exercício da cidadania. As Práticas
de Formação são um componente
importante nesse contexto, porque
o aluno tem condições de escolher
uma série de atividades e avançar
mais na área de interesse. As práticas cumprem um papel importantíssimo nesse processo de formação
do estudante.
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Jornal da PUC-Campinas
12 a 25 de junho /2006
Fotos: Ricardo Lima
Comportamento
O Brasil faz a cabeça dos médicos e residentes do Centro Cirúrgico do HMCP
CLIMA
canarinho
invade campi
Não poderia ser diferente: a galera
veste a camisa, decora as salas, troca
figurinhas, define o cardápio, organiza
o bolão e prepara o grito de gol
P
Renata Rondini
[email protected]
Para muitos brasileiros, a Copa do Mundo significa a ocasião perfeita para esquecer os desgostos sociais
e políticos, relevar o saldo bancário, relaxar, deixar a
alegria dominar a rotina atribulada e se reunir com os
amigos e familiares em torno da paixão nacional, o
futebol. Entender as táticas, as regras e saber o que significa quadrado mágico não são essenciais. Na hora de
torcer pelo hexa, o que vale são os gritos de incentivo,
a torcida paramentada de verde e amarelo, a galera reunida e muita animação. Até mesmo o uniforme dos
médicos e residentes do Hospital e Maternidade Celso
Pierro (HMCP) ganhou um novo adereço: lencinho
com a bandeira estampada na cabeça.
Para envolver a moçada da PUC-Campinas no
clima, o aluno do 3º ano de Engenharia Ambiental,
André Roccatti, organizou uma feijoada para acompanhar as partidas da seleção brasileira e supervisio-
RUMO AO
HEXA - Fascinados
Estudante Ana Clara Rossetto coleciona figurinhas da Copa por influência dos colegas
nou um bolão, que, a princípio, seria apenas para
alguns colegas próximos, mas quando o assunto é
futebol, não há quem resista a um palpite. "O bolão
seria somente para a minha turma. Contudo, a galera se animou. Deixei o regulamento no xerox e as
apostas extrapolaram a sala", comentou Roccatti, que
no final de maio estava com seu álbum da competição completo. A mania de colecionar figurinhas contagiou os universitários como Ana Clara Rossetto.
"Até assisto futebol pela TV, mas não sou fanática.
Porém, fui motivada pelos meninos com o álbum. O
clima de Copa do Mundo envolve todo mundo",
comentou a estudante de Engenharia Ambiental.
O fenômeno da Copa do Mundo invade a rotina do brasileiro de tal forma que até mesmo as pessoas avessas às bolas e chuteiras não conseguem
escapar. As habilidosas jogadas do quadrado mágico, integrado por Ronaldinho, Ronaldo, Adriano
e Kaká, não são exatamente a razão que levará a alu-
pelo mundo da bola,
os jovens apresentam
uma sede de
conhecimento sobre
os detalhes da Copa
do Mundo, as histórias
dos craques e as
glórias do Brasil. Para
buscar esse
aprendizado, alunos
do Ensino
Fundamental II do
Colégio PIO XII
realizaram pesquisas
sobre variados temas
como, por exemplo,
as últimas quatro
edições do evento e a performance da seleção brasileira no Mundial. As informações
levantadas foram expostas nas salas de aula proporcionando um ambiente de preparação para
as emoções dos lances de Ronaldinho e Cia. "Com a pesquisa descobri o site especial da Fifa,
o qual reúne muitos dados da Copa e tem versões nas línguas dos diversos países que
disputam o Mundial 2006", comentou João Marcos Gonçalves, aluno da 8ª série.
na do 4º ano de Fisioterapia, Carolina Airoldi de
Faria, a marcar presença em frente à TV. "Não
conheço nem a escalação, só memorizei as datas
dos jogos por causa do encontro com os amigos.
Curto a Copa em razão do envolvimento com as
pessoas queridas. É a oportunidade de estar com
quem gosto, num clima festivo e alegre", afirmou
Carolina, que além de comprar acessórios verdes
e amarelos, desenhou uma camiseta especial para
uniformizar a torcida pelo hexa.
Com bandeirolas, cartazes e bandeiras do País, o
patrulheiro Felipe da Cruz Costa, criou um 'ambiente
canarinho' no Laboratório de Meio de Transmissão
do Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de
Tecnologias (Ceatec). "Trabalhar num ambiente decorado com o verde e amarelo nos deixa mais animados. É divertido, pois a decoração expressa o clima de
ansiedade em que estamos pela conquista de mais um
título", comentou Costa.
Copa movimenta mercado literário
O mercado literário aproveita o interesse pela Copa do Mundo e coloca
à disposição uma grande variedade de opções. A Fnac Campinas registrou
um aumento de 30% na procura por publicações relacionadas à bola e,
segundo a assessoria da livraria, mais de dez obras foram publicadas neste
ano. Entre os lançamentos encontra-se o livro Publicidade na Copa - Uma
análise do discurso publicitário na Copa do Mundo, do publicitário e ex-aluno da
PUC-Campinas, Sérgio Peres. Em 144 páginas, o autor apresenta um jogo
contagiante de palavras e imagens que permeia o cenário da publicidade no
maior campeonato de futebol do mundo.
Outro título que deve ser lançado este ano é o Oras, Copas, projeto
experimental de conclusão da Faculdade de Jornalismo, elaborado pelos exalunos Maurício Vargas, Carlos Giacomeli e Rafael Felippe. A obra traz
histórias e relatos de profissionais que atuaram na cobertura de copas. Caso
seja confirmada a publicação, os autores têm a intenção de atualizar o
material com o campeonato de 2006.
>> Serviços
Publicidade na Copa - www.base3.com.br
Oras, Copas - [email protected]
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Jornal da PUC-Campinas
Inclusão
s irmãos Érick e Lívia Firmino
Andrade,18 e 21 anos respectivamente, têm gangliosidose tipo 1, uma doença rara, só existe o
caso deles relatado em Campinas, que
atinge descendentes de italianos e japoneses. O desenvolvimento da doença é
diferente de pessoa para pessoa. O Érick,
por exemplo, tem idade mental de uma
criança de 3 anos e tira o sossego da
família com sua hiperatividade. Já a Lívia
perdeu os movimentos das pernas e
ficou avessa a contatos físicos até mesmo da família. Atitudes que, de acordo
com a mãe dos jovens, Raquel Firmino
Andrade, começaram a mudar há três
anos quando os dois entraram para o
Ciad socializa
a diversidade
Centro Interdisciplinar de Atenção ao
Deficiente promove uma série de eventos
que propõe a reflexão sobre a sociedade e
os portadores de necessidades especiais
Fotos: Ricardo Lima
>Ciad: 15 anos de atividade
>Atendimentos: 600 por semana
>Estagiários: 60 alunos
>Extensão: oito atividades
>Informações: (19) 3756 - 7116
Raio X
O
Du Paulino
[email protected]
Ao lado, Érick e Lívia exemplificam
os bons resultados do atendimento na
Universidade; acima, coordenadora
Roberta Puccetti defende uma
maior visibilidade do centro
grupo Formação de Vínculos Afetivos
com Autistas e Pessoas Portadoras de
Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, uma das oito atividades de
extensão desenvolvidas pelo Centro
Interdisciplinar de Atenção ao Deficiente (Ciad), que promove durante
todo este ano uma série de eventos sobre
os deficientes e a sociedade.
A atividade é fruto de uma tese de
doutorado defendida em 2003 pela
professora Maria Helena Cirne Toledo
que, juntamente com 15 estagiários,
atende os 28 usuários do centro.
Quando eles chegam, se mostram arredios e nem permitem a aproximação.
"Ao longo do ano começam a dar respostas verbais e gestuais e até abraçam
seus monitores", completou Maria
Helena. O resultado é confirmado pela
mãe de Érick e Lívia que registrou
maior sociabilidade dos filhos depois
que entraram para o grupo.
Trabalhos que buscam a inclusão
social de deficientes são realizados em
toda a Universidade, seja em forma de
pesquisas ou pelas atividades de extensão como as do Ciad. Atento à proposta da Campanha da Fraternidade 2006,
cujo tema é sobre a inclusão das pessoas
portadoras de deficiência no meio social,
o Ciad realizou no dia 25 de maio o
Seminário A Universidade Socializando
a Diversidade, que teve como objetivo
apresentar as 15 pesquisas e trabalhos
de extensão da PUC-Campinas. "O
Ciad está dentro da Universidade, esta,
por sua vez, está dentro de Campinas,
então seus trabalhos e ações precisam
ser apresentados para as comunidades
interna e externa. Ele não pode ficar
isolado", argumentou a coordenadora
do Ciad, Roberta Puccetti.
Participaram do evento instituições filiadas à Federação das Entidades
Assistenciais de Campinas (Feac) e
outras 63 independentes. Além da
apresentação das pesquisas e projetos, os convidados conferiram o lançamento do selo comemorativo aos
15 anos de atividades do Ciad. O
evento marcou o início das atividades que ocorrerão durante todo o ano
na Universidade com objetivo de
fomentar e aprofundar o debate sobre
a sociedade e os deficientes. Estão previstos simpósios, mostra itinerante de
artes, o lançamento de um programa
em parceria com a TV PUCCampinas, torneios olímpicos especiais e um festival sobre artes sem barreiras. O ponto alto da programação
do CIAD será o Congresso Nacional
sobre Inclusão de Pessoas com
Deficiência, que deve ocorrer em
novembro e deverá reunir os principais especialistas brasileiros sobre o
assunto na PUC-Campinas.
87% apoiam política de bolsas de estudo
Uma pesquisa produzida por alunos de Engenharia
de Computação da PUC-Campinas aponta que 45%
dos estudantes não conhecem o projeto de Reforma
Universitária. O levantamento, resultado de um trabalho acadêmico da disciplina de Estatística, foi realizado em setembro passado com 611 alunos das áreas
de Humanas e Exatas da Universidade. O estudo também indica que 87% dos entrevistados apoiam a oferta de bolsas para estudantes de baixa renda e 67% afirmam que o fortalecimento do Ensino Público seria
mais adequado do que o sistema de cotas para ingresso nas universidades públicas. A pesquisa foi divulgada e debatida durante um evento sobre a Reforma
Universitária, realizado no dia 25 de maio, no Campus
I, com organização da Coordenadoria de Atenção à
Comunidade Interna (Caci).
Para ampliar a discussão sobre o tema, participaram do seminário o presidente da União Nacional
dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta, e professores da casa, entre eles Otávio Jacobini, orientador da
pesquisa realizada pelos alunos Elisson da Silva,
Mariana Bottazzini e Roberto Badô. "O debate sobre
a Reforma Universitária foi bastante relevante porque os estudantes desconhecem pontos importantes
Presidente da UNE, Gustavo Petta (em pé), participa
de evento sobre Reforma Universitária, no Campus I
do projeto. Na oportunidade, a pesquisa foi divulgada ao público e os alunos tiveram a chance de esclarecer dúvidas e compartilhar opiniões sobre o assunto", avaliou Jacobini.
Para a aluna do 1º ano de Engenharia de
Computação Daiane Tomaz, o evento auxiliou os
universitários a conhecerem profundamente o assunto. "Deixei o painel sabendo mais sobre o tema e concordo com a maioria das propostas. Contudo, sou
contra a separação de cotas entre negros e brancos,
pois se ambos saíram do ensino público, devem ter
as mesmas chances para conquistar uma vaga universitária", afirmou.
Segundo Gustavo Petta, a educação no Brasil necessita de políticas estruturais, como a expansão acelerada das universidade públicas, e emergenciais, como
o ProUni e a reserva de vagas. "Apoiamos a reforma,
porém a UNE ainda discute alguns pontos como,
por exemplo, as eleições diretas em todas as universidades e a abertura da negociação das mensalidades
com as entidades estudantis. Portanto, é importante
que o estudante conheça o projeto para se posicionar,
pois no final do processo mercadológico da educação,
ele é o maior prejudicado", considerou Petta. A UNE
aproveitou a ocasião para divulgar a Ouvidoria do
Estudante, lançada em fevereiro passado em parceria
com a União Estadual dos Estudantes de São Paulo
(UEE). Com sede em São Paulo, a ouvidoria é mais
um canal de orientação aos universitários.
Renata Rondini ([email protected])
>> Serviços
Reforma Universitária - www.mec.gov.br/reforma
UNE - www.une.org.br
Pesquisa - [email protected]
07
Jornal da PUC-Campinas
Ricardo Lima
HQs previram
ataques do PCC Até os auto-
res de histórias em quadrinhos (HQs)
previram a crise de segurança pública
ocorrida entre 12 e 16 de maio, quando
ataques de marginais e boatos também
por eles espalhados paralisaram as principais cidades paulistas, entre as quais
Campinas. O roteirista Gonçalo Junior e
o desenhista Flávio Luiz, ambos da trupe paulistana Beco do Grafite, acabam
de lançar O Messias, pela Opera Graphica
Editora, na qual narram um dia fictício
em que os favelados, sob ordem de um
líder criminoso carismático, tomam a
cidade de assalto. Detalhe: a história é
de 1997. A revista tem 128 páginas e custa R$ 29,00 nas livrarias.
O outro lado
do rock Em
Jamil
Miguel
publica um
pouco dos
bastidores de
uma Justiça
atípica:
engraçada
Sua excelência, o
contador de causos
Aderval Borges
[email protected]
ra uma vez um caboclo do Interior Paulista que
E
se formou em Direito pela PUC-Campinas, consagrou-se advogado, tornou-se juiz e publicou um
livro de histórias engraçadas sobre os bastidores da
Justiça. O livro chama-se Causas & Causos, lançado
em maio pela Millenniun Editora e assinado pelo
professor e ex-diretor da Faculdade de Direito e juiz
aposentado, Jamil Miguel. "Meu objetivo principal
é mostrar que por trás dos profissionais que atuam
nos edifícios forenses, com suas togas e becas, há
homens comuns, com virtudes e defeitos como
quaisquer outros, que vão aos estádios de futebol
e gostam de dar boas risadas como todos os brasileiros", explicou Miguel. Embora nascido na pequena Pirambóia, cidade com nome de peixe da região
de Botucatu (SP), Miguel cresceu em Campinas e
não é bem um caboclo. O livro buscou inspiração
nos causos dos caipiras com quem tanto conviveu na
infância. Todas as histórias são reais, porém com algumas pitadas de exagero. "Causo que se preze tem de ter
exagero", resumiu o autor.
MURAL
classificados
IMAGINÁRIO
A narrativa oral, na qual me
inspirei para escrever as
histórias, valoriza o
imaginário. Portanto, os
exageros são propositais e
necessários.
ESTEREÓTIPOS
Todos os personagens do
livro são figuras engraçadas
e pitorescas. Pessoas sérias
não sustentam bons causos.
Os próprios contadores
interpretam personagens,
portanto, acabam se
transformando em
estereótipos deles mesmos.
MEMÓRIA DA INFÂNCIA
O hábito de contar
histórias está não só na
12 a 25 de junho /2006
minha alma, mas na de
todo brasileiro. Somos
contadores de histórias
natos. É um dos motivos
por que a crônica, que é
um "causo" escrito, é
gênero literário
tipicamente nacional.
PISADA NO CALO
O pior que pode acontecer
a um contador de causos é
ouvir um sujeito sem graça
contando uma estória que
ele pode contar muito
melhor.
MUDANÇA DE PERFIL
Aos 17 anos, trabalhava
como datilógrafo do
Fórum de Campinas.
Portanto, cresci no meio de
juízes e acabei me
tornando um deles. Foi
grande a transformação
nesse período. Os juízes de
hoje são cada vez mais
acessíveis e estão
abandonando até os jargões
de linguagem.
SEM GRAÇA
Nem tudo é divertido nos
bastidores da justiça. Se a
sociedade está apreensiva
com as ações dos
criminosos, imaginem
aqueles que os julgam.
Evidente que os juízes
precisam de mais
segurança e de que sejam
minimizados os riscos a
que estão sujeitos.
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1966 o rock-and-roll
trocava os arranjos
simples e letras bobas
sobre amor, garotas e
carros por algo mais
elaborado. Em
Londres, no mesmo
estúdio onde os
Beatles gravavam
Sargent Peppers, um
grupo formado pelos
alunos de Arquitetura
Roger Waters, Rick
Wright, Nick Mason e
o genial Syd Barret misto de compositor,
poeta, pintor e artista
performático produziam The Piper at
Gates Of Dawn. Pela
qualidade das músicas
e pelo uso pioneiro de
efeitos visuais nos
shows, o grupo, que
passaria a se chamar
Pink Floyd, causou
uma revolução no
cenário do rock.
Barret entrou em
surto psicótico e
indicou o amigo David
Gilmour para substituílo. O grupo continuou
gravando suas canções,
enviadas de uma
clínica, com letras e
melodias cada vez mais
complexas, até que
parou de produzi-las
de vez. Em
homenagem a ele a
banda lançou, em
1973, um dos seus
melhores álbuns da
história da música pop:
Dark Side of The Moon
ino Brasil O neo-realismo, movrra
Neo-realismo no, ocorreu posterior à Segunda Gue74
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Deus e o Diabo na anse - estão entre as melhoTr
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stria cinem
res obras da indú
Concurso de crônicas
prorroga inscrições
DEVIDO ÀS SOLICITAÇÕES DA COMUNIDADE ENVIADAS AO JORNAL DA
PUC-CAMPINAS, O CONCURSO DE CRÔNICAS SOBRE O TEMA HISTÓRIAS
DA PUC-CAMPINAS, EM ALUSÃO À CELEBRAÇÃO DO 65º ANIVERSÁRIO
DA UNIVERSIDADE, FOI PRORROGADO. OS AUTORES TERÃO ATÉ 30 DE
JUNHO PARA ENVIAR À REDAÇÃO TEXTOS COM ATÉ 3 MIL CARACTERES
(COM ESPAÇOS) A CRÔNICA VENCEDORA SERÁ PUBLICADA NA PRIMEIRA
EDIÇÃO DO SEGUNDO SEMESTRE E RECEBERÁ UM LIVRO SOBRE O
GÊNERO. AS CRÔNICAS DEVEM SER ENVIADAS POR E-MAIL
([email protected]) OU ENTREGUES NA REDAÇÃO
DO JP (DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO -PRÉDIO DA PASTORAL I,
NO CAMPUS I. ). CADA AUTOR PODE APRESENTAR APENAS UMA
CRÔNICA. O CONCURSO É ABERTO À PARTICIPAÇÃO DAS COMUNIDADES
INTERNA E EXTERNA. INFORMAÇÕES: (19) 3756-7248
08
12 a 25 de junho /2006
Jornal da PUC-Campinas
Comemorações
Reitor delineia
UNIVERSIDADE
FUTURA
A
Eunice Gomes
[email protected]
GALERIA
Frei Agostinho Salvador Piccolo, vicereitor da Universidade São Francisco
"A Universidade
só tem que se
orgulhar de suas
realizações.
Estou
impressionada
com o
crescimento nesses 65 anos e o
colosso de profissionais e cidadãos
formados por essa instituição".
Nadyr Tank, ex-aluna da Faculdade
de Geografia e História e
representante da 1ª turma
homenageada no evento
Fotos: Ricardo Lima
Renata Rondini
[email protected]
"A Universidade nunca poderá se submeter ao império
da utilidade e praticabilidade que enfatiza mais o que é do que
o que deveria ser. A Universidade deve elevar o homem para
além de si mesmo, para que ele seja , plenamente, ele mesmo. Deve ser o lugar da imaginação criadora". Com essas
palavras e citando desde o ex-ministro da Educação Cristovam
Buarque até o filósofo alemão Immanuel Dealer Kant, o reitor da PUC-Campinas, padre Wilson Denadai, delineou sua
perspectiva de uma Universidade ideal após a consolidação
de uma tradição de 65 anos. Padre Wilson falou para uma
platéia constituída por ex-alunos, alunos, professores, próreitores, diretores, representantes do clero, ex-reitores, autoridades e convidados durante a sessão solene que ocorreu em
7 de junho no Auditório Monsenhor Salim, no Campus II.
Ocasião em que o ex-reitor padre José Benedito de Almeida
David recebeu o título Doutor Scientiae et Honoris Causa.
"É preciso pensar como artesão não como técnico mecanizado. O artesão quer entender porque um pedaço de madeira ou um código de informática funcionam ou não. O pensar artesão opõe-se ao pensar técnico, burocrático e do consumidor", reafirmou padre Wilson. Ele admitiu durante seu
discurso e em entrevistas à imprensa, que ao longo dos anos,
a marca de convivência familiar da PUC-Campinas cedeu
lugar às relações formais. "É preciso resgatar seu sentido profundo de comunidade universitária e universitária católica",
alertou padre Wilson. Norte ratificado pelo arcebispo metropolitano de Campinas e grão-chanceler da PUC-Campinas,
dom Bruno Gamberini. "O Desafio da Universidade é buscar a formação de excelência com a dimensão católica e humanitária. Incrementando sempre os serviços à população para
permitir que as pessoas desenvolvam a dignidade", afirmou
dom Bruno.
Padre Wilson ressaltou ainda em seu discurso, que a
Universidade só pode ser viva em meio à tensões que desencadeiam dilemas: entre o pensador e o administrador, entre o
operacional-pragmático e o utópico-crítico. Na avaliação do
reitor, as universidades brasileiras estão inseridas atualmente
num contexto de tensão aguda. "Para trabalhar tensões só há
um caminho: o do debate, da participação, do confronto de
propostas. Um caminho que exige a mediação e a discussão
face a face", orientou o reitor.
"A PUC-Campinas tem um passado,
vive o presente e olha para o futuro,
mantendo o dinamismo da evolução.
Ela prioriza um ensino de qualidade
para a formação profissional e
humanizada de acordo com a
proposta das universidades católicas".
Padre Wilson Denadai defende
a imaginação criadora
e a elevação do homem na
Universidade durante a
solenidade no Campus II
Reitor discursa
durante a sessão
solene do Conselho
Universitário
(Consun), presidida
por dom Bruno
Gamberini
DEDICAÇÃO RECONHECIDA -
O ex-reitor
e atual secretário-geral da PUC-Campinas, padre José
Benedito de Almeida David, foi homenageado na noite
de 7 de junho de 2006 com a mais importante
honraria acadêmica: o título Doutor Scientiae et
Honoris Causa. A seção solene teve como secretáriageral 'ad hoc' a professora Rosa Maria Gontijo. O
reconhecimento coroou a dedicação de 28 anos à
Universidade, na qual padre David atuou também
como docente. "Esse momento é de densa
importância para a minha existência e um mergulho
em minha vida", afirmou o homenageado emocionado
ao receber o diploma Honoris Causa. Devoção
conduziu a atuação do ex-reitor, como lembrou seu
irmão Joaquim de Almeida David. "Ele sempre teve
como objetivo servir e estar pronto para auxiliar a
todos. É assim com a família, um grande apoio e
exemplo, e também com a Universidade".
"A comemoração dos 65 anos é um
momento histórico não só para a
PUC-Campinas, como também
para a sociedade. É um momento
de grande festa para a cidade que
tem uma Universidade
comprometida com a comunidade".
José Francisco Kerr Saraiva, secretário
de Saúde de Campinas
"Para um país se
desenvolver é
necessário
conhecimento, e
a Universidade
colabora
expressivamente
para esse
desenvolvimento. Ela contribui
para o bem-estar da sociedade
como um todo".
José Carlos Rossetti, presidente do
Conselho Curador da Fundação
Fórum Campinas
Missa
celebrada
no dia 7 de
junho por
dom Bruno
no Nobrinho,
Campus
Central
"A Universidade
está totalmente
inserida na
sociedade. Ela
tem a cara de
Campinas, não
somente pela
qualidade do
ensino e
pesquisa, mas também por todas as
suas ações para a sociedade".
Dário Saadi, presidente da Câmara
Municipal de Campinas
"A PUC-Campinas é a grande
formadora de profissionais para as
empresas da região de Campinas. O
melhor desse fato é que os colegas de
faculdade continuam sendo os colegas
profissionais, sendo assim, a rede de
relacionamentos perdura".
Fábio Perez, ex-aluno da Faculdade de
Economia, homenageado no evento
"Essa Universidade é
um ícone nacional,
realmente uma
referência de
ensino. Reúne em
seu corpo docente
os maiores nomes
da pesquisa e ensino. Uma instituição
em constante evolução, preservando
sua posição no setor de educação
com uma expressiva expansão"
Hervem Hudson Bozello, Capitão
da Polícia Militar e ex- aluno
da Faculdade de Direito
"A
PUC-Campinas
fez o que sou
hoje. Foi a
Instituição que
meu deu as
ferramentas
necessárias para eu construir o
meu futuro".
Adriana Santos David, ex-aluna
da Faculdade de Odontologia
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