Ano II - Número 29 12 a 25 de junho /2006 Fotos: Ricardo Lima Entrevista Pró-reitor Germano Rigacci Júnior Projeto privilegia calouros A Pró-Reitoria de Graduação implementa a partir de agosto o Projeto de Acompanhamento Acadêmico do Aluno, uma proposta pioneira no Ensino Superior, que envolverá cerca de 1,6 mil alunos ingressantes e 44 docentes em 18 faculdades. O projeto deve ser ampliado, gradativamente, e, em 2007, os veteranos concluintes serão contemplados com a terceira fase, na qual receberão suporte para efetuar com maior segurança a transição da vida acadêmica para a profissional. Esse projeto e outros assuntos integram a entrevista com o pró-reitor de Graduação Germano Rigacci Júnior. Página 04 MURAL Alunos da Engenharia Ambiental promovem bolão, troca de figurinhas, feijoada e muita integração em busca do hexa Paixão nacional mobiliza galera Clima verde-amarelo toma conta dos campi da Universidade, que suspenderá parcialmente suas atividades nos dias de jogos do Brasil O País pentacampeão de futebol, cujas paisagens turísticas ou periféricas sempre contam com um bate bola em suas composições, não poderia deixar as frustrações políticas e sociais apagarem a corrente patriótica que invade os corações dos brasileiros. Nos campi da Universidade, a moçada aproveita a ocasião para compartilhar opiniões sobre futebol, trocar figurinhas, organizar bolão, planejar feijoada e esbanjar criatividade na decoração. Nem o Centro Cirúrgico do Hospital e Maternidade Celso Pierro escapa do patriotismo sazonal. A PUC-Campinas torce para o Brasil e suspende parcialmente suas atividades nos dias de jogos. Em 13 e 22 de junho, dias nos quais a seleção brasileira joga pela primeira fase da Copa do Mundo, o Setor Administrativo interrompe suas atividades às 14h e retorna às 18h30. As aulas do vespertino serão finalizadas às 15h. O período noturno funcionará regularmente. Página 05 Miguel revela bastidores da Justiça O professor e ex-diretor da Faculdade de Direito e juiz aposentado, Jamil Miguel (acima), lança o livro Causas & Causos com histórias hilárias inspiradas nos bastidores da Justiça, que ele conhece desde o tempo em que trabalhou no Fórum de Campinas ainda como datilógrafo. Como quem conta um conto sempre aumenta um ponto, Miguel admite que exagerou alguns detalhes. E por falar em histórias, as inscrições para o concurso de crônica terminam no Página 07 próximo dia 30. EVENTO CELEBRA TRADIÇÃO E FUTURO A tradição consolidada e exaltada em discursos e em depoimentos e o desafio do futuro nortearam a solenidade das comemorações dos 65 anos da PUC-Campinas, que ocorreu no dia 7 de junho no Auditório Monsenhor Salim, no Campus II. Como na foto ao lado, alunos, professores e colaboradores se misturam aos membros da Administração Superior da Universidade para confraternizar e reafirmar laços para a construção da PUC-Campinas do futuro. Página 08 02 12 a 25 de junho /2006 Jornal da PUC-Campinas Editorial Realidades unidas pelo Espírito Q uando o papa Bento XVI visitava recentemente o campo de concentração de Auschwitz se perguntava como pôde Deus permitir esse massacre sem fim, esse triunfo do mal. Expressava, sem meias palavras, o grau extremo de perplexidade diante do triunfo do mal. O espanto que brota ao se contemplar, em negativo, as imensas possibilidades de expressão de gratuidade radical, amorosa e do coração humano. Certamente em grau menor, experimentamos sensação semelhante na segunda-feira de violência, comentada em nossa última edição. Essa lembrança vem a propósito de dois momentos chaves na vida da Igreja: a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e a festa de Pentecostes. E também, em âmbito mais "familiar", lembramos os 65 anos de nossa Universidade. Se há uma palavra capaz de unificar essas três realidades é Espírito. No Pentecostes, a Igreja celebra a irrupção do Espírito de Deus no mundo. Tal como na Páscoa - na qual natureza e história se fundem para definir a condição humana - Pentecostes é originalmente uma festa agrícola sem significado histórico maior. É festa da colheita, das primícias do trigo. A significação histórica veio posteriormente, quando se transformou na comemoração do aniversário da outorga da Lei a Moisés, ao longo da travessia do deserto. A entrega da lei era o sinal visível de uma aliança de amor de Deus com seu povo. Na observância da Lei, mais do que simples preceitos, o que se tinha era a memória da ação libertadora de Deus. Só no interior de uma relação de amor de Deus com seu povo é que as prescrições tinham sentido. Amor que mostrava na História, no gesto concreto de Deus solidário com seu povo, caminhando com ele em busca da terra prometida. Lei era sinônimo de solidariedade na busca de uma terra onde correm leite e mel, ou seja, onde se experimenta em plenitude a abundância dos dons de Deus. O Cristianismo aprofunda ainda mais esse sentido. O Espírito de Jesus agora é dado à comunidade, que, impulsionada por Ele, rompe todas as barreiras de línguas, etnias e nações. A linguagem do amor solidário rompe todas as barreiras, vence todos os preconceitos e alarga todas as fronteiras. A Semana da Oração pela Unidade dos Cristãos relembra à Igreja de Jesus Cristo que, para além de tradições diferentes, há uma só fé, um só batismo e que a diferença, fruto de grandezas e misérias vividas na história, devem unir os cristãos e não separá-los. Que as diferenças façam resplandecer a beleza do Deus único, cujo Espírito dá vida à criação. E que só a infidelidade a esse Espírito faz com que as diferenças se transformem em divisões irreconciliáveis e não em ocasião de diálogo. A PUC-Campinas faz 65 anos. Funcionários, alunos e professores fazemos parte de sua história e ela de nosso ser e agir no mundo. Ela deve ser animada por um espírito de universalidade, de abertura ao novo, de criatividade e de solidariedade com tudo o que é humano. Mas, como nos seus primórdios, ela é um universal partilhado no diálogo professor-aluno, representando mais que figuras individualizadas, gerações que se renovam ao pôr em confronto a experiência e a inovação. Reitor da PUC-Campinas Padre Wilson Denadai Ricardo Lima Agenda 13, 21 e 28/06 Curso para gestantes, promovido pelo Hospital e Maternidade Celso Pierro, das 19h às 22h, no auditório do hospital. Informações: (19) 3729-8487 14/06 Cinefórum, às 19h no Auditório Nobrão, Campus Central. Informações: (19) 3756-7657 Dom Amaury Castanho na Catedral Metropolitana de Campinas em fevereiro, quando ocorreu a posse da nova Reitoria 16/06 Último dia para conferir a exposição Refazendo o Caminho: 20 Anos de Gravura, da artista plástica Marlene Crespo. De segunda à sexta-feira, das 13h às 22h, na Galeria da Faculdade de Artes Visuais, Prédio H07, Campus I. Informações: (19) 3756-7176 18/06 Comunidade lamenta morte de dom Amaury A comunidade acadêmica lamentou a perda do bispo emérito de Jundiaí, dom Amaury Castanho, que contribuiu na construção da história da PUCCampinas. O religioso, licenciado em Filosofia e Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, faleceu em 1º de junho último, aos 78 anos, em Itu (SP). Depois de sua ordenação na Igreja do Gesú (Roma), em 1951, retornou ao Brasil para exercer o magistério na PUC-Campinas, entre as décadas de 50 e 60. Além de docente, dom Amaury também ocupou os cargos de diretor de faculdade e vice-reitor da Universidade. Em 1952, obteve o registro de jornalista, profissão que sempre exerceu atuando em publicações eclesiásticas. Escreveu nove livros sobre religião, ética, social e história, sendo o mais conhe- cido A Presença da Igreja no Brasil, publicado em 1998. Contribuía, semanalmente, com artigos e matérias para diversos jornais na região. "Dom Amaury deixa para nós um exemplo de fidelidade e dedicação à Igreja, à doutrina e à nossa querida Universidade. Estamos tristes, mas estamos reconhecidamente gratos pela grande contribuição que ele legou a esta Universidade", afirmou o reitor da PUCCampinas, padre Wilson Denadai. "Sacerdote zeloso, ele deixa, verdadeiramente, um sentido devotado de amor à Igreja cuja fidelidade espelhou sempre seus trabalhos, escritos e atividades apostólicas. Emérito jornalista, se despede nos deixando um grande vazio de saudade", completou o assessor da Reitoria, cônego Haroldo Niero. Aula de Anotações de Enfermagem, promovido pelo Hospital e Maternidade Celso Pierro. Informações: (19) 3729-8487 e [email protected] 20/06 Apresentação dos grupos artísticos de dança e música de câmara da PUC-Campinas, às 20h30, na Sala 803, Campus I. Informações: (19) 3756-7282 21/06 Apresentação do Coral Universitário da PUC, às 20h40 no Auditório Nobrinho, Campus Central. Informações: (19) 3756-7282. 22/06 Apresentação dos grupos artísticos de dança e música de câmara da PUC-Campinas, às 20h30, no Vão Livre do Prédio Administrativo, Campus II. Informações: (19) 3756-7282 Expediente Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Denise Tavares, Wagner José de Mello e Sílvia Regina Machado de Campos; Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390); Repórteres - Aderval Borges, Adriana Furtado, Crislaine Gava, Du Paulino, Eunice Gomes e Renata Rondini; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3756-7147 e 3756-7674. E-mail: [email protected] 03 Jornal da PUC-Campinas 12 a 25 de junho /2006 Opinião A Copa e o racismo no futebol europeu Heloisa Reis e Manuel Alves Filho O hooliganismo inglês parecia ser a única expressão da violência no futebol europeu nos anos oitenta. No entanto, nos períodos subseqüentes o continente experimentou diferentes manifestações de mesma ordem, inicialmente vistas como mimetismo do comportamento dos espectadores britânicos. À medida que o problema aumentou e tornou-se uma questão de segurança pública, medidas rigorosas de enfrentamento à violência em dias de jogos foram propostas pelo Conselho da Europa. Assim, em 1985 foi aprovado o documento intitulado Convênio Europeu sobre a Violência e Mau Comportamento em Eventos Esportivos e em Particular nos Jogos de Futebol. Tal iniciativa levou os países signatários a adequarem sua legislação para atender o acordo. Na Espanha, país que cumpriu exemplarmente o convênio, a fórmula encontrada foi a criação da Comissão Nacional de Prevenção da Violência em Espetáculos Esportivos, que centralizou em quatro subcomissões os estudos e propostas de prevenção da violência. Com a política setorial implementada, a Espanha logrou moderni- ...a sociedade européia se vê ameaçada na Copa do Mundo de futebol pelos racistas... zar seus estádios, criar uma legislação atualizada e minuciosa e transformar suas arenas esportivas em templos do futebol mundial. Todavia, assim que os objetivos iniciais foram atingidos, novas formas de expressão pública da violência foram verificadas, mais uma vez elegendo os estádios como palco. Dessa forma, gestos e verbalizações deprimentes passaram a ser vistos e ouvidos em vários estádios europeus. A forma de agressão escolhida, desta feita, foi simbólica, com brancos imitando macacos e oferecendo bananas aos jogadores afrodescendentes. Expressões lamentáveis de racismo foram verificadas também entre os próprios atletas. Preocupados com a expansão acelerada das manifestações racistas no futebol, clubes, federações e associações de jogadores, entre Espaço leitor outros, uniram-se e firmaram, em março de 2005, o Protocolo Espanhol contra o Racismo, documento que estabeleceu medidas para o enfrentamento do problema. No Brasil, país que vive o racismo de forma dissimulada, a violência no futebol segue no plano das agressões físicas entre torcedores rivais e entre torcidas e polícia, situação que levou os ministérios da Justiça e do Esporte a criarem uma comissão para propor soluções ao problema. Retornando à questão do racismo na Europa, o aumento da intolerância contra imigrantes e negros na parte central do continente fez com que as autoridades refletissem sobre o real significado de tais manifestações. Acostumada com o discurso da igualdade social, a sociedade européia se vê ameaçada na Copa do Mundo de futebol pelos racistas e por grupos organizados de neonazistas. Estes dificilmente perderão a oportunidade de aproveitar os holofotes que estarão voltados ao evento para expressarem hostilidade contra seus alvos favoritos. Embora a Fifa tenha aprovado, no último mês de março, uma legislação anti-racista para ser aplicada durante o Mundial da Alemanha, o próprio presidente da entidade, Joseph Blatter, antecipou que ela não alcançará os torcedo- Galeria Heloisa Reis, professora da Unicamp e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre o Futebol (GEF) Manuel Alves Filho, jornalista e pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre o Futebol (GEF) COMO VOCÊ AVALIA O FAVORITISMO DO BRASIL NA COPA DO MUNDO? Fotos: Ricardo Lima "Eu penso que o favoritismo do Brasil nos envaidece, é claro que como brasileiros não podíamos sentir nada diferente, é uma empolgação geral. Porém, há de se distinguir a problemática social, política do nosso tempo, com esta provável vitória do Brasil." Marina de Macedo Arruda, professora da Faculdade de Educação Qual sua opinião sobre o Jornal da PUC-Campinas? Quer sugerir uma pauta? Divulgar o que você está fazendo? Participe! Mande uma mensagem para a redação. @ [email protected] EMPRESA JÚNIOR Represento a Empresa Júnior do Centro de Economia e Administração (CEA) e gostaria de saber qual o procedimento que devo tomar para que uma notificação da Empresa Júnior da PUC-Campinas seja publicada no jornal. Obrigado. Diego Biscaia, estudante da Faculdade de Administração NOTA DA REDAÇÃO - Essa é uma dúvida recorrente entre a comunidade, por isso exige uma explicação sobre o processo de produção do Jornal da PUC-Campinas. As matérias veiculadas devem, obrigatoriamente, atender aos critérios jornalísticos, tais como o interesse dos leitores e a abrangência do fato. Temas específicos de determinadas áreas que não aguçam a curiosidade do leitor são evitados. A Universidade é muito grande e fomenta importantes e diferentes debates em várias áreas e o espaço do jornal é limitado, portanto priorizamos pautas de interesse geral. Porém, precisamos, sempre, de novas informações que devem ser enviadas ao jornal. Elas serão submetidas à avaliação do Conselho Editorial e, se aprovadas, serão pautadas, produzidas e escritas por jornalistas. Apenas o editorial, o artigo da seção Opinião e a coluna Pé na Estrada contam com contribuições externas à redação. Obrigada pela sua participação e aguardamos informações da Empresa Júnior. res, pois seria "complicado" identificá-los nas arquibancadas. Diante de quadro tão complexo, a pergunta que fica é: Como a Europa rica lidará com o radicalismo de seus comunitários que cresceram em um estado de bemestar social e que agora vêem os imigrantes e afrodescendentes como invasores e/ou representantes de sub-raças? Assim como em relação aos jogos que serão disputados na Alemanha, o mundo estará atento a essa resposta. " Lógico que há um favoritismo do Brasil na Copa, mas eu sou contra o fanatismo do brasileiro. Abrir mão de tudo na época da Copa, sermos brasileiros só de quatro em quatro anos e o País parar durante um mês. Sou a favor da diversão, mas sem o fanatismo." Renata Moreira, estudante da Faculdade de Direito "O nosso técnico colocou na cabeça que já ganhou, mas não ganhou nada. Com o favoritismo, da primeira fase passa, mas na segunda, já vai começar a complicar. Com muito sapatinho alto, não traz o caneco não." Airton de Camargo, funcionário do Departamento de Serviços Gerais O futebol É O ópio Imagem DO POVO EO narcotráfico O AMOR ESTÁ NO AR - O primeiro dia de circulação desta edição ocorre quando a maioria dos apaixonados comemora o Dia dos Namorados. Nos campi, as cenas protagonizadas por casais enamorados não seguem apenas o calendário do consumismo e expressam, a qualquer hora e dia, a beleza do sentimentos juvenis, retratados na foto (à esq.) pelos estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) Fabrício Linardi e Ana Paula Pinho, juntos há quase um ano. O casal curtiu o Bishow, festa tradicional realizada em maio pela FAU, que este ano reuniu bandas e muita irreverência numa tarde diferente no Campus I. DA mídia. Millor Fernandes (1923), escritor carioca 04 12 a 25 de junho /2006 Jornal da PUC-Campinas Entrevista Ricardo Lima PROJETO garante inserção dos calouros Acompanhamento Acadêmico do Aluno será implementado em agosto pela Pró-Reitoria de Graduação com envolvimento de 1,6 mil ingressantes e 44 docentes em 18 faculdades Eunice Gomes [email protected] Raio X Pró-reitor Germano Rigacci Júnior planeja oferecer suporte aos concluintes >Número de alunos : 19. 441 >Número de cursos: 39 >Práticas de Formação: Inscrições de 17 a 22 de julho (www.puc-campinas.edu.br/aluno) JP - Entre os 15 projetos estratégicos que devem ser implementados neste ano, temos o Projeto de Acompanhamento Acadêmico do Alunos. Ele é uma experiência pioneira? Rigacci Júnior - Esse é um projeto pioneiro e a nossa Instituição possibilita aos seus estudantes um caminho de inserção na vida acadêmica diferenciada. O aluno pode ter conhecimento do seu curso, das atividades da Universidade e ter subsídios para entender o que é uma boa universidade, um bom curso, um bom aluno e um bom profissional. Isso tudo ele faz com o acompanhamento de um docente. O aluno desenvolve uma autonomia intelectual que lhe possibilita uma capacidade de autocrítica e de crítica da vida acadêmica. O projeto propicia ao aluno estabilidade até emocional para lidar com os desafios que a nova vida universitária impõe. JP - Existe uma preocupação da PróReitoria de Graduação com os cursos que formam profissionais cujas áreas de atuação sofreram uma retração no mercado de trabalho pelas próprias mudanças da sociedade? Rigacci Júnior - Entendemos que todos os cursos da Universidade devem desenvolver um processo permanente de reflexão e avaliação do seu projeto pedagógico. Em nossa concepção, o projeto pedagógico deve, por um lado, fundamentar-se na identidade, nos valores da Universidade, na legislação federal e na dimensão também epistemológica que se inse- No próximo semestre, a PUCCampinas implementa o Projeto de Acompanhamento Acadêmico do Aluno, uma proposta pioneira no Ensino Superior que envolverá cerca de 1,6 mil alunos ingressantes e 44 docentes em 18 faculdades. Com objetivo de contribuir para a inserção do estudante na Universidade e promover vínculos afetivos com o curso e a comunidade, o projeto é oferecido como atividades das Práticas de Formação e corresponde a um crédito, 17 horas/aula. O Acompanhamento Acadêmico ao Aluno pretende ampliar, gradativamente, a participação dos ingressantes e para 2007 deve consolidar a terceira etapa, na qual os veteranos dos últimos anos receberão suporte para efetuar com maior segu- re no seu curso e atender também as demandas sociais. Então, essa é uma preocupação que não é apenas daqueles cursos que nesse momento passam por dificuldades de preenchimento de vagas, mas com todos. Deve-se pensar em que medida nossos cursos atendem às demandas sociais. JP - Há um olhar especial para os cursos de licenciaturas? Rigacci Júnior - Temos uma Coordenadoria Especial de Licenciatura (Celi) cuja preocupação é proporcionar o desenvolvimento e a qualificação em nossos cursos de licenciatura. A Universidade tradicionalmente se diferencia porque forma professores para os Ensinos Fundamental e Médio. Muitos docentes que atuam hoje na região são docentes que passaram pela PUC-Campinas, isso nos orgulha. Em razão desse orgulho e dessa qualidade de formação temos a preocupação com os cursos de licenciatura, na sua manutenção e no seu aprimoramento. A PUC-Campinas tem um apreço grande pelos cursos de licenciatura. JP - Existe a intenção de disponibilizar recursos da internet para os cursos de graduação com incremento das atividades a distância? Rigacci Júnior - Eu penso que, nesse momento, nós estamos nos informando sobre as propostas da Coordenadoria de Ensino a Distância da Universidade. É uma ferramenta eu diria, uma metodologia interessante rança a transição da vida acadêmica para a profissional. A fase experimental do projeto começou em 2005, quando cerca de 500 alunos e 18 professores de seis faculdades refletiram nas salas de aula o contexto universitário, o projeto pedagógico e as diversas possibilidades que a PUC-Campinas oferece para a formação do estudante. Esse projeto e o que trata da Avaliação dos Docentes foram destacados pelo pró-reitor de Graduação, Germano Rigacci Júnior, durante uma entrevista concedida ao Jornal da PUC-Campinas. Os 15 projetos estratégicos tiveram início em maio com a constituição de grupos de trabalho, integrados por 170 docentes, envolvidos, inclusive, na equipe de avaliação de projetos pedagógicos. Confira abaixo alguns trechos e a íntegra no Portal PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br). e que merece um pouco mais de estudo para sua incorporação na formação dos nossos projetos. JP - Como está o Projeto de Avaliação de Ensino? Rigacci Júnior - É um de nossos projetos estratégicos, aí nós temos o Projeto da Avaliação Docente, que tem algumas fases. A primeira é levantar os instrumentos de avaliação que já são empregados em alguns cursos em nossa Universidade. Na segunda fase pretende-se fazer uma análise desses instrumentos. E a partir daí propor, efetivamente, um instrumento de avaliação da Universidade que incorpore elementos comuns para a avaliação e elementos específicos de cada curso. Nós estamos na fase de levantamento dos instrumentos já existentes em alguns cursos da Universidade, tais como questionários, avaliação oral e conversas com professores. Vamos chegar num procedimento único e levar ao aprimoramento cada vez maior da atividade de ensino e valorizar o professor que se destaca na sala de aula. Valorizar e reconhecer esse docente. Temos até novembro para apresentar a ferramenta de avaliação. Queremos depois de delinear o instrumento, discuti-lo com a comunidade. Faremos essa discussão até o início do próximo ano, talvez por ocasião do Planejamento Pedagógico. JP - O que esse projeto pode desencadear para o professor que não apresentar resultados satisfatórios? Rigacci Júnior - Nós queremos dar oportunidade a esses professores. Estamos oferecendo um outro projeto estratégico, que prevê oficinas de capacitação em algumas atividades como monitoria, trabalho de conclusão de curso, entre outras atividades docentes. Nessas oficinas estamos com uma oferta para o segundo semestre de 600 vagas. O que queremos é, depois de feita a avaliação e identificado o problema, dar condições ao docente de passar pela capacitação feita por oficinas dentro da Universidade. JP - Este ano serão oferecidas Práticas de Formação para o calouro só no segundo semestre. O que mudou e qual a importância dessas atividades? Rigacci Júnior - Não há mudanças profundas, só mudou o período de oferecimento para que o ingressante possa primeiro se inserir no contexto da Universidade e depois escolher as suas Práticas de Formação. A PUC-Campinas ministra uma formação profissional de excelência e de capacitação para o trabalho. Uma formação que proporciona autonomia intelectual e solidariedade ao exercício da cidadania. As Práticas de Formação são um componente importante nesse contexto, porque o aluno tem condições de escolher uma série de atividades e avançar mais na área de interesse. As práticas cumprem um papel importantíssimo nesse processo de formação do estudante. 05 Jornal da PUC-Campinas 12 a 25 de junho /2006 Fotos: Ricardo Lima Comportamento O Brasil faz a cabeça dos médicos e residentes do Centro Cirúrgico do HMCP CLIMA canarinho invade campi Não poderia ser diferente: a galera veste a camisa, decora as salas, troca figurinhas, define o cardápio, organiza o bolão e prepara o grito de gol P Renata Rondini [email protected] Para muitos brasileiros, a Copa do Mundo significa a ocasião perfeita para esquecer os desgostos sociais e políticos, relevar o saldo bancário, relaxar, deixar a alegria dominar a rotina atribulada e se reunir com os amigos e familiares em torno da paixão nacional, o futebol. Entender as táticas, as regras e saber o que significa quadrado mágico não são essenciais. Na hora de torcer pelo hexa, o que vale são os gritos de incentivo, a torcida paramentada de verde e amarelo, a galera reunida e muita animação. Até mesmo o uniforme dos médicos e residentes do Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP) ganhou um novo adereço: lencinho com a bandeira estampada na cabeça. Para envolver a moçada da PUC-Campinas no clima, o aluno do 3º ano de Engenharia Ambiental, André Roccatti, organizou uma feijoada para acompanhar as partidas da seleção brasileira e supervisio- RUMO AO HEXA - Fascinados Estudante Ana Clara Rossetto coleciona figurinhas da Copa por influência dos colegas nou um bolão, que, a princípio, seria apenas para alguns colegas próximos, mas quando o assunto é futebol, não há quem resista a um palpite. "O bolão seria somente para a minha turma. Contudo, a galera se animou. Deixei o regulamento no xerox e as apostas extrapolaram a sala", comentou Roccatti, que no final de maio estava com seu álbum da competição completo. A mania de colecionar figurinhas contagiou os universitários como Ana Clara Rossetto. "Até assisto futebol pela TV, mas não sou fanática. Porém, fui motivada pelos meninos com o álbum. O clima de Copa do Mundo envolve todo mundo", comentou a estudante de Engenharia Ambiental. O fenômeno da Copa do Mundo invade a rotina do brasileiro de tal forma que até mesmo as pessoas avessas às bolas e chuteiras não conseguem escapar. As habilidosas jogadas do quadrado mágico, integrado por Ronaldinho, Ronaldo, Adriano e Kaká, não são exatamente a razão que levará a alu- pelo mundo da bola, os jovens apresentam uma sede de conhecimento sobre os detalhes da Copa do Mundo, as histórias dos craques e as glórias do Brasil. Para buscar esse aprendizado, alunos do Ensino Fundamental II do Colégio PIO XII realizaram pesquisas sobre variados temas como, por exemplo, as últimas quatro edições do evento e a performance da seleção brasileira no Mundial. As informações levantadas foram expostas nas salas de aula proporcionando um ambiente de preparação para as emoções dos lances de Ronaldinho e Cia. "Com a pesquisa descobri o site especial da Fifa, o qual reúne muitos dados da Copa e tem versões nas línguas dos diversos países que disputam o Mundial 2006", comentou João Marcos Gonçalves, aluno da 8ª série. na do 4º ano de Fisioterapia, Carolina Airoldi de Faria, a marcar presença em frente à TV. "Não conheço nem a escalação, só memorizei as datas dos jogos por causa do encontro com os amigos. Curto a Copa em razão do envolvimento com as pessoas queridas. É a oportunidade de estar com quem gosto, num clima festivo e alegre", afirmou Carolina, que além de comprar acessórios verdes e amarelos, desenhou uma camiseta especial para uniformizar a torcida pelo hexa. Com bandeirolas, cartazes e bandeiras do País, o patrulheiro Felipe da Cruz Costa, criou um 'ambiente canarinho' no Laboratório de Meio de Transmissão do Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias (Ceatec). "Trabalhar num ambiente decorado com o verde e amarelo nos deixa mais animados. É divertido, pois a decoração expressa o clima de ansiedade em que estamos pela conquista de mais um título", comentou Costa. Copa movimenta mercado literário O mercado literário aproveita o interesse pela Copa do Mundo e coloca à disposição uma grande variedade de opções. A Fnac Campinas registrou um aumento de 30% na procura por publicações relacionadas à bola e, segundo a assessoria da livraria, mais de dez obras foram publicadas neste ano. Entre os lançamentos encontra-se o livro Publicidade na Copa - Uma análise do discurso publicitário na Copa do Mundo, do publicitário e ex-aluno da PUC-Campinas, Sérgio Peres. Em 144 páginas, o autor apresenta um jogo contagiante de palavras e imagens que permeia o cenário da publicidade no maior campeonato de futebol do mundo. Outro título que deve ser lançado este ano é o Oras, Copas, projeto experimental de conclusão da Faculdade de Jornalismo, elaborado pelos exalunos Maurício Vargas, Carlos Giacomeli e Rafael Felippe. A obra traz histórias e relatos de profissionais que atuaram na cobertura de copas. Caso seja confirmada a publicação, os autores têm a intenção de atualizar o material com o campeonato de 2006. >> Serviços Publicidade na Copa - www.base3.com.br Oras, Copas - [email protected] 06 12 a 25 de junho /2006 Jornal da PUC-Campinas Inclusão s irmãos Érick e Lívia Firmino Andrade,18 e 21 anos respectivamente, têm gangliosidose tipo 1, uma doença rara, só existe o caso deles relatado em Campinas, que atinge descendentes de italianos e japoneses. O desenvolvimento da doença é diferente de pessoa para pessoa. O Érick, por exemplo, tem idade mental de uma criança de 3 anos e tira o sossego da família com sua hiperatividade. Já a Lívia perdeu os movimentos das pernas e ficou avessa a contatos físicos até mesmo da família. Atitudes que, de acordo com a mãe dos jovens, Raquel Firmino Andrade, começaram a mudar há três anos quando os dois entraram para o Ciad socializa a diversidade Centro Interdisciplinar de Atenção ao Deficiente promove uma série de eventos que propõe a reflexão sobre a sociedade e os portadores de necessidades especiais Fotos: Ricardo Lima >Ciad: 15 anos de atividade >Atendimentos: 600 por semana >Estagiários: 60 alunos >Extensão: oito atividades >Informações: (19) 3756 - 7116 Raio X O Du Paulino [email protected] Ao lado, Érick e Lívia exemplificam os bons resultados do atendimento na Universidade; acima, coordenadora Roberta Puccetti defende uma maior visibilidade do centro grupo Formação de Vínculos Afetivos com Autistas e Pessoas Portadoras de Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, uma das oito atividades de extensão desenvolvidas pelo Centro Interdisciplinar de Atenção ao Deficiente (Ciad), que promove durante todo este ano uma série de eventos sobre os deficientes e a sociedade. A atividade é fruto de uma tese de doutorado defendida em 2003 pela professora Maria Helena Cirne Toledo que, juntamente com 15 estagiários, atende os 28 usuários do centro. Quando eles chegam, se mostram arredios e nem permitem a aproximação. "Ao longo do ano começam a dar respostas verbais e gestuais e até abraçam seus monitores", completou Maria Helena. O resultado é confirmado pela mãe de Érick e Lívia que registrou maior sociabilidade dos filhos depois que entraram para o grupo. Trabalhos que buscam a inclusão social de deficientes são realizados em toda a Universidade, seja em forma de pesquisas ou pelas atividades de extensão como as do Ciad. Atento à proposta da Campanha da Fraternidade 2006, cujo tema é sobre a inclusão das pessoas portadoras de deficiência no meio social, o Ciad realizou no dia 25 de maio o Seminário A Universidade Socializando a Diversidade, que teve como objetivo apresentar as 15 pesquisas e trabalhos de extensão da PUC-Campinas. "O Ciad está dentro da Universidade, esta, por sua vez, está dentro de Campinas, então seus trabalhos e ações precisam ser apresentados para as comunidades interna e externa. Ele não pode ficar isolado", argumentou a coordenadora do Ciad, Roberta Puccetti. Participaram do evento instituições filiadas à Federação das Entidades Assistenciais de Campinas (Feac) e outras 63 independentes. Além da apresentação das pesquisas e projetos, os convidados conferiram o lançamento do selo comemorativo aos 15 anos de atividades do Ciad. O evento marcou o início das atividades que ocorrerão durante todo o ano na Universidade com objetivo de fomentar e aprofundar o debate sobre a sociedade e os deficientes. Estão previstos simpósios, mostra itinerante de artes, o lançamento de um programa em parceria com a TV PUCCampinas, torneios olímpicos especiais e um festival sobre artes sem barreiras. O ponto alto da programação do CIAD será o Congresso Nacional sobre Inclusão de Pessoas com Deficiência, que deve ocorrer em novembro e deverá reunir os principais especialistas brasileiros sobre o assunto na PUC-Campinas. 87% apoiam política de bolsas de estudo Uma pesquisa produzida por alunos de Engenharia de Computação da PUC-Campinas aponta que 45% dos estudantes não conhecem o projeto de Reforma Universitária. O levantamento, resultado de um trabalho acadêmico da disciplina de Estatística, foi realizado em setembro passado com 611 alunos das áreas de Humanas e Exatas da Universidade. O estudo também indica que 87% dos entrevistados apoiam a oferta de bolsas para estudantes de baixa renda e 67% afirmam que o fortalecimento do Ensino Público seria mais adequado do que o sistema de cotas para ingresso nas universidades públicas. A pesquisa foi divulgada e debatida durante um evento sobre a Reforma Universitária, realizado no dia 25 de maio, no Campus I, com organização da Coordenadoria de Atenção à Comunidade Interna (Caci). Para ampliar a discussão sobre o tema, participaram do seminário o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta, e professores da casa, entre eles Otávio Jacobini, orientador da pesquisa realizada pelos alunos Elisson da Silva, Mariana Bottazzini e Roberto Badô. "O debate sobre a Reforma Universitária foi bastante relevante porque os estudantes desconhecem pontos importantes Presidente da UNE, Gustavo Petta (em pé), participa de evento sobre Reforma Universitária, no Campus I do projeto. Na oportunidade, a pesquisa foi divulgada ao público e os alunos tiveram a chance de esclarecer dúvidas e compartilhar opiniões sobre o assunto", avaliou Jacobini. Para a aluna do 1º ano de Engenharia de Computação Daiane Tomaz, o evento auxiliou os universitários a conhecerem profundamente o assunto. "Deixei o painel sabendo mais sobre o tema e concordo com a maioria das propostas. Contudo, sou contra a separação de cotas entre negros e brancos, pois se ambos saíram do ensino público, devem ter as mesmas chances para conquistar uma vaga universitária", afirmou. Segundo Gustavo Petta, a educação no Brasil necessita de políticas estruturais, como a expansão acelerada das universidade públicas, e emergenciais, como o ProUni e a reserva de vagas. "Apoiamos a reforma, porém a UNE ainda discute alguns pontos como, por exemplo, as eleições diretas em todas as universidades e a abertura da negociação das mensalidades com as entidades estudantis. Portanto, é importante que o estudante conheça o projeto para se posicionar, pois no final do processo mercadológico da educação, ele é o maior prejudicado", considerou Petta. A UNE aproveitou a ocasião para divulgar a Ouvidoria do Estudante, lançada em fevereiro passado em parceria com a União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE). Com sede em São Paulo, a ouvidoria é mais um canal de orientação aos universitários. Renata Rondini ([email protected]) >> Serviços Reforma Universitária - www.mec.gov.br/reforma UNE - www.une.org.br Pesquisa - [email protected] 07 Jornal da PUC-Campinas Ricardo Lima HQs previram ataques do PCC Até os auto- res de histórias em quadrinhos (HQs) previram a crise de segurança pública ocorrida entre 12 e 16 de maio, quando ataques de marginais e boatos também por eles espalhados paralisaram as principais cidades paulistas, entre as quais Campinas. O roteirista Gonçalo Junior e o desenhista Flávio Luiz, ambos da trupe paulistana Beco do Grafite, acabam de lançar O Messias, pela Opera Graphica Editora, na qual narram um dia fictício em que os favelados, sob ordem de um líder criminoso carismático, tomam a cidade de assalto. Detalhe: a história é de 1997. A revista tem 128 páginas e custa R$ 29,00 nas livrarias. O outro lado do rock Em Jamil Miguel publica um pouco dos bastidores de uma Justiça atípica: engraçada Sua excelência, o contador de causos Aderval Borges [email protected] ra uma vez um caboclo do Interior Paulista que E se formou em Direito pela PUC-Campinas, consagrou-se advogado, tornou-se juiz e publicou um livro de histórias engraçadas sobre os bastidores da Justiça. O livro chama-se Causas & Causos, lançado em maio pela Millenniun Editora e assinado pelo professor e ex-diretor da Faculdade de Direito e juiz aposentado, Jamil Miguel. "Meu objetivo principal é mostrar que por trás dos profissionais que atuam nos edifícios forenses, com suas togas e becas, há homens comuns, com virtudes e defeitos como quaisquer outros, que vão aos estádios de futebol e gostam de dar boas risadas como todos os brasileiros", explicou Miguel. Embora nascido na pequena Pirambóia, cidade com nome de peixe da região de Botucatu (SP), Miguel cresceu em Campinas e não é bem um caboclo. O livro buscou inspiração nos causos dos caipiras com quem tanto conviveu na infância. Todas as histórias são reais, porém com algumas pitadas de exagero. "Causo que se preze tem de ter exagero", resumiu o autor. MURAL classificados IMAGINÁRIO A narrativa oral, na qual me inspirei para escrever as histórias, valoriza o imaginário. Portanto, os exageros são propositais e necessários. ESTEREÓTIPOS Todos os personagens do livro são figuras engraçadas e pitorescas. Pessoas sérias não sustentam bons causos. Os próprios contadores interpretam personagens, portanto, acabam se transformando em estereótipos deles mesmos. MEMÓRIA DA INFÂNCIA O hábito de contar histórias está não só na 12 a 25 de junho /2006 minha alma, mas na de todo brasileiro. Somos contadores de histórias natos. É um dos motivos por que a crônica, que é um "causo" escrito, é gênero literário tipicamente nacional. PISADA NO CALO O pior que pode acontecer a um contador de causos é ouvir um sujeito sem graça contando uma estória que ele pode contar muito melhor. MUDANÇA DE PERFIL Aos 17 anos, trabalhava como datilógrafo do Fórum de Campinas. Portanto, cresci no meio de juízes e acabei me tornando um deles. Foi grande a transformação nesse período. Os juízes de hoje são cada vez mais acessíveis e estão abandonando até os jargões de linguagem. SEM GRAÇA Nem tudo é divertido nos bastidores da justiça. Se a sociedade está apreensiva com as ações dos criminosos, imaginem aqueles que os julgam. Evidente que os juízes precisam de mais segurança e de que sejam minimizados os riscos a que estão sujeitos. MORADIA Divido apartamento Próximo ao Campus Central (14) 8136-0686 MORADIA Vagas para universitárias Próximo ao Campus I (19) 3227-0293 e 9642-1102 TRANSPORTE HD Transportes Campinas - Campus I (19) 3268-0914 e 9137-1430 MORADIA Aluga-se casa para estudantes Próximo ao Campus II (19) 3241-6031 e 9103-4242 SERVIÇO Aulas de Inglês e Português [email protected] (19) 8125-8620 TRANSPORTE Daniela Transportes Campinas - Campus I (19) 3278-0191 e 9741-7547 As ofertas acima são de responsabilidade dos anunciantes 1966 o rock-and-roll trocava os arranjos simples e letras bobas sobre amor, garotas e carros por algo mais elaborado. Em Londres, no mesmo estúdio onde os Beatles gravavam Sargent Peppers, um grupo formado pelos alunos de Arquitetura Roger Waters, Rick Wright, Nick Mason e o genial Syd Barret misto de compositor, poeta, pintor e artista performático produziam The Piper at Gates Of Dawn. Pela qualidade das músicas e pelo uso pioneiro de efeitos visuais nos shows, o grupo, que passaria a se chamar Pink Floyd, causou uma revolução no cenário do rock. Barret entrou em surto psicótico e indicou o amigo David Gilmour para substituílo. O grupo continuou gravando suas canções, enviadas de uma clínica, com letras e melodias cada vez mais complexas, até que parou de produzi-las de vez. Em homenagem a ele a banda lançou, em 1973, um dos seus melhores álbuns da história da música pop: Dark Side of The Moon ino Brasil O neo-realismo, movrra Neo-realismo no, ocorreu posterior à Segunda Gue74 ) ráfico italia ca (1901-19 mento cinematog res Vittorio De Si to re di s lo pe do ça e Roma, Cidade Mundial, encabe (1906-1977). Filmes como Paisà i De Sica, moslin el de ss a, e Roberto Ro ões de Biciclet dr La e i, lin el ss Ro omia arrasada Aberta, ambos de diferente da atual, com a econ neo-ream be de miseráveis. O , surgião tram uma Itália laç pu po a um ileiro as por ema Novo bras e as ruas ocupad influência do Cin s Glauber Rocha, Nelson al cip in pr a i fo lismo retore b liderança dos di raceni, Walter do nos anos 60 so Cacá Diegues, Paulo César Sa filos, s três principais Pereira dos Sant Arnaldo Jabor. O gão da Maldade ta ris ta en m co Lima Jr. e o hoje Terra do Sol, Dra Deus e o Diabo na anse - estão entre as melhoTr mes de Rocha erreiro e Terra em a mundial. fic contra o Santo Gu rá og at stria cinem res obras da indú Concurso de crônicas prorroga inscrições DEVIDO ÀS SOLICITAÇÕES DA COMUNIDADE ENVIADAS AO JORNAL DA PUC-CAMPINAS, O CONCURSO DE CRÔNICAS SOBRE O TEMA HISTÓRIAS DA PUC-CAMPINAS, EM ALUSÃO À CELEBRAÇÃO DO 65º ANIVERSÁRIO DA UNIVERSIDADE, FOI PRORROGADO. OS AUTORES TERÃO ATÉ 30 DE JUNHO PARA ENVIAR À REDAÇÃO TEXTOS COM ATÉ 3 MIL CARACTERES (COM ESPAÇOS) A CRÔNICA VENCEDORA SERÁ PUBLICADA NA PRIMEIRA EDIÇÃO DO SEGUNDO SEMESTRE E RECEBERÁ UM LIVRO SOBRE O GÊNERO. AS CRÔNICAS DEVEM SER ENVIADAS POR E-MAIL ([email protected]) OU ENTREGUES NA REDAÇÃO DO JP (DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO -PRÉDIO DA PASTORAL I, NO CAMPUS I. ). CADA AUTOR PODE APRESENTAR APENAS UMA CRÔNICA. O CONCURSO É ABERTO À PARTICIPAÇÃO DAS COMUNIDADES INTERNA E EXTERNA. INFORMAÇÕES: (19) 3756-7248 08 12 a 25 de junho /2006 Jornal da PUC-Campinas Comemorações Reitor delineia UNIVERSIDADE FUTURA A Eunice Gomes [email protected] GALERIA Frei Agostinho Salvador Piccolo, vicereitor da Universidade São Francisco "A Universidade só tem que se orgulhar de suas realizações. Estou impressionada com o crescimento nesses 65 anos e o colosso de profissionais e cidadãos formados por essa instituição". Nadyr Tank, ex-aluna da Faculdade de Geografia e História e representante da 1ª turma homenageada no evento Fotos: Ricardo Lima Renata Rondini [email protected] "A Universidade nunca poderá se submeter ao império da utilidade e praticabilidade que enfatiza mais o que é do que o que deveria ser. A Universidade deve elevar o homem para além de si mesmo, para que ele seja , plenamente, ele mesmo. Deve ser o lugar da imaginação criadora". Com essas palavras e citando desde o ex-ministro da Educação Cristovam Buarque até o filósofo alemão Immanuel Dealer Kant, o reitor da PUC-Campinas, padre Wilson Denadai, delineou sua perspectiva de uma Universidade ideal após a consolidação de uma tradição de 65 anos. Padre Wilson falou para uma platéia constituída por ex-alunos, alunos, professores, próreitores, diretores, representantes do clero, ex-reitores, autoridades e convidados durante a sessão solene que ocorreu em 7 de junho no Auditório Monsenhor Salim, no Campus II. Ocasião em que o ex-reitor padre José Benedito de Almeida David recebeu o título Doutor Scientiae et Honoris Causa. "É preciso pensar como artesão não como técnico mecanizado. O artesão quer entender porque um pedaço de madeira ou um código de informática funcionam ou não. O pensar artesão opõe-se ao pensar técnico, burocrático e do consumidor", reafirmou padre Wilson. Ele admitiu durante seu discurso e em entrevistas à imprensa, que ao longo dos anos, a marca de convivência familiar da PUC-Campinas cedeu lugar às relações formais. "É preciso resgatar seu sentido profundo de comunidade universitária e universitária católica", alertou padre Wilson. Norte ratificado pelo arcebispo metropolitano de Campinas e grão-chanceler da PUC-Campinas, dom Bruno Gamberini. "O Desafio da Universidade é buscar a formação de excelência com a dimensão católica e humanitária. Incrementando sempre os serviços à população para permitir que as pessoas desenvolvam a dignidade", afirmou dom Bruno. Padre Wilson ressaltou ainda em seu discurso, que a Universidade só pode ser viva em meio à tensões que desencadeiam dilemas: entre o pensador e o administrador, entre o operacional-pragmático e o utópico-crítico. Na avaliação do reitor, as universidades brasileiras estão inseridas atualmente num contexto de tensão aguda. "Para trabalhar tensões só há um caminho: o do debate, da participação, do confronto de propostas. Um caminho que exige a mediação e a discussão face a face", orientou o reitor. "A PUC-Campinas tem um passado, vive o presente e olha para o futuro, mantendo o dinamismo da evolução. Ela prioriza um ensino de qualidade para a formação profissional e humanizada de acordo com a proposta das universidades católicas". Padre Wilson Denadai defende a imaginação criadora e a elevação do homem na Universidade durante a solenidade no Campus II Reitor discursa durante a sessão solene do Conselho Universitário (Consun), presidida por dom Bruno Gamberini DEDICAÇÃO RECONHECIDA - O ex-reitor e atual secretário-geral da PUC-Campinas, padre José Benedito de Almeida David, foi homenageado na noite de 7 de junho de 2006 com a mais importante honraria acadêmica: o título Doutor Scientiae et Honoris Causa. A seção solene teve como secretáriageral 'ad hoc' a professora Rosa Maria Gontijo. O reconhecimento coroou a dedicação de 28 anos à Universidade, na qual padre David atuou também como docente. "Esse momento é de densa importância para a minha existência e um mergulho em minha vida", afirmou o homenageado emocionado ao receber o diploma Honoris Causa. Devoção conduziu a atuação do ex-reitor, como lembrou seu irmão Joaquim de Almeida David. "Ele sempre teve como objetivo servir e estar pronto para auxiliar a todos. É assim com a família, um grande apoio e exemplo, e também com a Universidade". "A comemoração dos 65 anos é um momento histórico não só para a PUC-Campinas, como também para a sociedade. É um momento de grande festa para a cidade que tem uma Universidade comprometida com a comunidade". José Francisco Kerr Saraiva, secretário de Saúde de Campinas "Para um país se desenvolver é necessário conhecimento, e a Universidade colabora expressivamente para esse desenvolvimento. Ela contribui para o bem-estar da sociedade como um todo". José Carlos Rossetti, presidente do Conselho Curador da Fundação Fórum Campinas Missa celebrada no dia 7 de junho por dom Bruno no Nobrinho, Campus Central "A Universidade está totalmente inserida na sociedade. Ela tem a cara de Campinas, não somente pela qualidade do ensino e pesquisa, mas também por todas as suas ações para a sociedade". Dário Saadi, presidente da Câmara Municipal de Campinas "A PUC-Campinas é a grande formadora de profissionais para as empresas da região de Campinas. O melhor desse fato é que os colegas de faculdade continuam sendo os colegas profissionais, sendo assim, a rede de relacionamentos perdura". Fábio Perez, ex-aluno da Faculdade de Economia, homenageado no evento "Essa Universidade é um ícone nacional, realmente uma referência de ensino. Reúne em seu corpo docente os maiores nomes da pesquisa e ensino. Uma instituição em constante evolução, preservando sua posição no setor de educação com uma expressiva expansão" Hervem Hudson Bozello, Capitão da Polícia Militar e ex- aluno da Faculdade de Direito "A PUC-Campinas fez o que sou hoje. Foi a Instituição que meu deu as ferramentas necessárias para eu construir o meu futuro". Adriana Santos David, ex-aluna da Faculdade de Odontologia