Ano I - Número 03
14 a 27 de março/2005
A vitória do novato
Bruno Rodrigues de Lima é o aluno mais jovem da Universidade e está
entre os contemplados pelo Programa Universidade para Todos (ProUni)
PROMOÇÃO
Quer livros de graça? Ingressos de
cinema? Descontos no jantar?
Peça de decoração?
Ligue para a redação:
(19) 3756-7248 e 3756-7662
ou envie um e-mail
[email protected]
Confira na página 07 e participe!
Luciana de Mello atua no Centro Boldrini
Professores
conquistam novos
espaços para ensinar
As áreas de atuação dos professores
foram ampliadas nos últimos cinco
anos. Eles ensinam em hospitais, sindicatos, instituições governamentais
e não-governamentais e até em acampamentos de lazer. As novas conquistas vêm acompanhadas por avaliações positivas de educadores especialistas. Porém, dados do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep) indicam uma
carência de 250 mil professores no
Ensino Médio da rede pública.
Página 04
Entrevista
Com apenas 16 anos de idade, aparentando
menos, Bruno já morou em Nova Iorque,
já se filiou a um partido político e atuou no
comércio de frangos. Atualmente, reside
em Itatiba e cursa a Faculdade de Direto
com a intenção de ajudar os excluídos. Para
ele, o ProUni está promovendo "uma revolução na educação". Sabe qual é seu o sonho?
"Viver bem. Eu não preciso de muito dinheiro, graças a Deus", responde parafraseando
o grupo Rappa.
Página 05
Bruno Rodrigues de Lima deixa sua casa, na zona rural de Itatiba, com destino à PUC-Campinas ainda de madrugada
MURAL
Opinião
Música e
fotografia são
os destaques
da coluna,
que vem
embalada
pelo som
eletrônico do estudante de Relações Públicas Du
Cabelo. Ele acabou de chegar de Londres e prepara seu
primeiro CD. Atrás das lentes, a ex-aluna da Faculdade de
Jornalismo, Xandra Stefanel, ganha os holofotes com o ensaio
fotográfico que produziu durante as gravações do
videodocumentário Mulheres da Terra - da Lona ao Concreto.
Página 07
" O programa de governo que elegeu o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva articulava,
no âmbito da política educacional, três eixos
centrais para ampliar o acesso ao Ensino
Superior: expansão da universidade pública e
gratuita, revisão do mecanismo de
financiamento estudantil e concessão de
bolsas de estudo. Os críticos do ProUni
apontam a incompatibilidade entre essas três
linhas de ação, pois partem de uma visão
maniqueísta da díade 'setor público versus
setor privado'....". Por Fernando Haddad,
secretário executivo do MEC, e João Paulo
Bachur, assessor jurídico do MEC.
Página 03
Ministro Roberto Rodrigues
Ministro defende
a qualificação de
profissionais
Para o Ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Roberto
Rodrigues, a capacitação dos profissionais, o desenvolvimento de pesquisa e a melhoria dos portos estão
entre os desafios do agronegócio.
Rodrigues participou do seminário
O Agronegócio Brasileiro no início do
Século XXI, no último dia 4, na
PUC-Campinas. O setor é responsável por 34% do Produto Interno
Bruto (PIB), 43% das exportações
e 37% dos empregos nacionais.
Página 06
02
14 a 27 de março/2005
Jornal da PUC-Campinas
Editorial
Da porteira ao porto
O
agronegócio é de grande relevância para o Brasil, respondendo
por cerca de um terço das riquezas nacionais. Sua participação
das pautas de exportações e da geração de empregos é fundamental para a estabilidade econômica e social do País. Todavia, os desafios
enfrentados pelo setor, representados, entre outros aspectos, pela abertura
comercial, desregulamentação dos mercados, integração a blocos econômicos e pelo protecionismo, são crescentes. Em seminário recente, realizado no
Campus I, com apoio de 11 instituições de pesquisa que integram a Fundação
Fórum Campinas (FFC) e prestigiado com a presença do ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, apresentamos
um panorama sobre as mudanças e tendências agropecuárias, como o encadeamento dos diferentes segmentos envolvidos, desde a produção e distribuição de insumos até a comercialização de alimentos, fibras e energia.
Durante o evento também foi dada uma resposta prática à necessidade de
maior apoio ao desenvolvimento do setor: a criação do Programa de Apoio
ao Desenvolvimento Agrícola e ao Agronegócio. O desafio que se coloca para
o programa, formado pela PUC-Campinas e as instituições da FFC, é
refletir e buscar caminhos para a superação dos obstáculos enfrentados, contribuindo para o crescimento sustentável e eqüitativo do setor. O agronegócio, na prática, é o principal alicerce do saldo comercial do País. Sua con-
tribuição social é igualmente fundamental, seja no combate à fome ou às
desigualdades sociais, um perfil que muito se aproxima da missão da nossa Universidade. Mas entendemos que sua importância para o País pode
ser muito maior do que já é. Portanto, não podemos ficar fora dele. Embora
não tenhamos tradição de pesquisas tecnológicas agropecuárias, temos condições de, associados às instituições da FFC, dar nossas contribuições. Junto
com as instituições parceiras, pretendemos estimular atividades de pesquisa sobre gestão na agricultura, bem como oferecer cursos de extensão e especialização para contemplar segmentos das cadeias produtivas nos quais há
reconhecida carência de profissionais capacitados. Também vamos disponibilizar pesquisas, oferecer consultorias, programas de extensão universitária e serviços para estimular pólos de desenvolvimento agroindustriais
integradores dos eixos da cadeia produtiva. Estaremos abertos para os grandes produtores, pequenos produtores e cooperativas, procurando assessorálos da porteira ao porto. Temos certeza de que esta nossa contribuição há de
ser efetiva. De tal forma que compartilhamos do otimismo expresso pelo
ministro Rodrigues na entrevista para esta edição, na qual faz prognósticos sobre o promissor papel do agronegócio nacional na economia mundial
do futuro.
Reitor da PUC-Campinas
Padre José Benedito de Almeida David
Saúde
Colesterol alto não poupa nem jovens
Cerca de 33% das mortes em
Campinas são decorrentes de
doenças cardiovasculares. A
informação é da Secretaria
Municipal de Saúde e sinaliza
a gravidade das complicações
decorrentes do colesterol ruim
alto, o LDL. Uma pesquisa realizada na PUC-Campinas indicou uma incidência significativa de colesterol alto entre os
funcionários. "A nossa estimativa é que entre 10 e 15 pessoas
morram diariamente em Campinas de infarto do miocárdio
do coração", afirma o chefe do
Serviço de Cardiologia do
Hospital e Maternidade Celso
Pierro (HMCP) e diretor da
Faculdade de Medicina, José
Francisco Kerr Saraiva. O mal
atinge cada vez mais pessoas
jovens, sedentárias e com alimentação inadequada.
O funcionário Valmir Domingo Esteves: aumento de peso e sedentarismo
O levantamento realizado
no ano passado pela nutricionista Maria Cristina Pinheiro
Zullo registrou uma importante incidência de colesterol ruim
alto nos funcionários do Setor
de Administração e do Departamento de Serviços Gerais da
Sociedade Campineira de
Educação e Instrução (SCEI).
Cerca de 62% deles estavam
com o colesterol acima dos
níveis aceitáveis. A pesquisa foi
realizada com 464 funcionários. O auxiliar do Departamento Pessoal, Valmir Domingo Esteves, pertence a este
grupo. Em 1999, Esteves pesava cerca de 75 quilos. Atualmente, a balança marca 100 quilos. "Eu descontrolei mesmo.
E meu colesterol alto é o resultado disto. Dedico todo o meu
tempo a minha esposa e
minha filha. Mas, agora, pretendo mexer o corpo, nem
que seja em uma caminhada
curta", promete.
Na PUC-Campinas, o
colesterol é uma das preocupações também do Departamento
de Medicina do Trabalho, que
realiza periodicamente exames
laboratoriais nos funcionários
da Universidade. Segundo o
diretor da Faculdade de Medi-
cina, até os jovens e as crianças
vêm sofrendo com o descontrole do colesterol. "Há estudos
recentes feitos em crianças que
morreram tragicamente mostrando que elas tinham placas
de colesterol em suas artérias e
vasos. Isto indica que esta geração em breve deve sofrer complicações cardiovasculares", alerta Saraiva.
Apesar de os dados indicarem uma proporção epidêmica, segundo os especialistas, a
prevenção é das mais simples:
exercícios físicos e dieta alimentar. A Coordenadoria de
Atenção à Comunidade Interna (Caci) está atenta ao
sedentarismo. Neste mês, a
Caci abre as inscrições para o
programa No Pique da PUC,
que oferece várias modalidades
esportivas.
Notas
Transporte interno circula no Campus I
Práticas oferecem quase 22 mil vagas
Estão em circulação, no Campus I, duas vans são responsáveis pelo transporte interno gratuito de alunos no trajeto dos estacionamentos até os locais
próximos aos Centros. As vans circulam no período noturno. Na entrada para
as aulas, entre 18h30 e 20h30, os veículos partem do Bolsão C em direção à
capela. Na saída das aulas, as vans podem ser encontradas próximas à capela,
entre 22h10 e 23h30, de onde retornam para o Bolsão C. O objetivo do transporte é proporcionar conforto para o aluno que, ao deixar seu carro no estacionamento do campus, estará contribuindo para desafogar o trânsito.
No dia 5 de março começaram as atividades desenvolvidas pelas Práticas de Formação. São 21.936 vagas oferecidas
em 222 atividades das mais variadas. Para este ano, foi definido
um elenco específico para os calouros. São atividades que dão
subsídios para o primeiro ano letivo. As práticas são obrigatórias, porém a escolha das atividades é livre.
>> Serviços
Informações: [email protected]
Expediente
Reitor- Padre José Benedito de Almeida David; Vice-rreitor - Padre Wilson Denadai; Conselho Editorial - Ciça Toledo, Wagner José de Mello e Domenico Feliciello;
Coordenador de Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Coordenador do Setor de Jornalismo - Aderval Borges; Editora - Eunice Gomes (MTB 21.390);
Redatores - Du Paulino, Eunice Gomes, Aderval Borges, Marcelo Sacrini e Fábio Guzzo; Revisão - Luiz Antonio Razera; Fotografia - Ricardo Lima; Projeto Gráfico e Editoração
Eletrônica - Neo Arte Gráfica Digital; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones:
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03
Jornal da PUC-Campinas
14 a 27 de março/2005
Opinião
Um passo atrás, dois à frente
Fernando Haddad
João Paulo Bachur
O
programa de governo que elegeu
o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva articulava, no âmbito da política educacional, três eixos centrais para
ampliar o acesso ao Ensino Superior: expansão da universidade pública e gratuita, revisão do mecanismo de financiamento estudantil e concessão de bolsas de estudo.
Os críticos do ProUni apontam a incompatibilidade entre essas três linhas de ação,
pois partem de uma visão maniqueísta da
díade "setor público versus setor privado",
afirmando que os recursos correspondentes
à isenção deveriam ser canalizados para a
expansão da universidade pública ou para
o financiamento estudantil. Sem compatibilizar todos os instrumentos disponíveis, não
alcançaremos a meta do Plano Nacional
de Educação de atingir até 2011 a marca
de 30% de jovens entre 18 e 24 anos matriculados em instituições de Ensino Superior.
Com relação à expansão da universidade pública, há que se considerar que o
orçamento para as instituições federais em
2005 permitirá recuperar, em três anos,
75% das perdas acumuladas ao longo dos
oito anos anteriores. Além disso, seis mil
cargos de docentes serão preenchidos em
2005, de forma que, também em três anos,
terão sido ocupadas mais vagas que nos
oito anos anteriores. Não bastasse o incre-
O custo do Fies soma
R$ 1 bilhão e
apenas com a
inadimplência
consomem-se R$ 200
milhões ao ano
mento orçamentário e do corpo docente, o
MEC tem investido substancialmente na
expansão do sistema público com cerca de
12 novos projetos, dentre os quais destacase a Universidade do ABC. Não é por outra
razão que a taxa de expansão das matrículas nas universidades públicas federais, que
foi de 5% nos últimos dois anos do governo
anterior, passou a 6,8% no primeiro ano do
governo Lula, um aumento de quase 40%.
Paralelamente, é necessário repensar o
mecanismo de financiamento estudantil privado. O Fundo de Financiamento ao
Estudante de Ensino Superior (Fies) é cada
vez mais deficitário, porque o financiamento tem sido concedido a alunos carentes que
têm tido graves dificuldades para adimplir o
empréstimo contratado. O custo do Fies soma
R$ 1 bilhão e apenas com a inadimplência
consomem-se R$ 200 milhões ao ano. A revisão desse sistema tem de ser, obviamente,
qualitativa e não quantitativa: apenas aportar recursos ao Fies não corrigirá sua lógica
deficitária.
Sob essa luz, a concessão de bolsas de
Espaço leitor
MULHERES
NADA FRÁGEIS
"Estou acompanhando o jornal, que
aliás é excelente, e gostaria de sugerir uma pauta: esportes praticados
antigamente só por homens, e que
hoje estão sendo invadidos pelas
mulheres como, por exemplo, boxe,
rali, futebol, etc.. Acho também que
poderiam abordar temas sobre saúde e beleza. Espero ver minhas
sugestões publicadas".
Telma Cruz Bianco,
funcionária da
PUC-Campinas
edição traz um alerta sobre o colesterol.
SANDY
"Gostaria de pedir que me enviassem as fotos da cantora Sandy que
saíram na última edição do Jornal
da PUC-Campinas. Ficaria muito
grato se fizessem isso. Aguardo uma
resposta."
Gustavo Fernandes
NOTA DA REDAÇÃO - Gustavo,
infelizmente não poderemos atender
à sua solicitação porque não divulgamos fotos nem informações acadêmicas dos alunos da PUC-Campinas.
As imagens dos alunos só podem ser
utilizadas em veículos de circulação
interna. Compreendemos o seu interesse como fã, mas não poderemos
atendê-lo.
Constituição para o gozo de isenções. Além
disso, condiciona a permanência da instituição no ProUni à avaliação pelo Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior
(Sinaes), obrigando as instituições a um
esforço adicional em busca de qualidade.
Como se vê, o ProUni não obsta a expansão do Ensino Superior público nem compromete o Fies; não é um privilégio às instituições privadas, mas a remodelagem de
um pacto social e constitucional esquecido. Por todas essas razões, o antagonismo
entre a universidade pública, o Fies e o
ProUni é ilusório.
Em 2005, 118 mil jovens com renda
familiar per capita de até três salários mínimos poderão ingressar numa instituição de
Ensino Superior, sendo que 72 mil com bolsa integral. Estamos aumentando em 60%
a oferta de ensino gratuito num único ano.
Sem comprometer o orçamento do Ministério da Educação, constitucionalmente
assegurado.
Fernando Haddad (foto), secretário executivo
do Ministério da Educação (MEC).
João Paulo Bachur, assessor jurídico
da Secretaria Executiva do MEC.
COMO VOCÊ AVALIA O PROGRAMA
UNIVERSIDADE PARA TODOS (PROUNI)?
Thaís Maria Sartori Burnier, coordenadora
do Centro de Cultura e Artes (CCA)
Paulo André Souza dos Santos, funcionário do
Centro de Linguagem e Comunicação (CLC)
"É uma
importante
oportunidade
para as
pessoas
carentes, mas
vejo com
reservas o
ProUni. Os
critérios são
muito econômicos. Acredito, pela minha
experiência, que os critérios precisariam ser
mais educacionais".
"Acho justo esta
moçada ter direito
a uma vaga nas universidades privadas, já que ela não
tem oportunidade
nas universidades
públicas e estaduais, que deveriam atender a população mais carente. A
moçada do ProUni não deve ter reforço numa sala separada porque isto geraria um tratamento diferenciado. Esses
alunos contarão com a solidariedade dos outros alunos
para vencer mais uma etapa na vida".
Gisele Dias, aluna da
Faculdade de Educação Física (Faefi)
"O lema da Universidade é que seja para todos, não é? Com o ProUni, acho
que isto vai acontecer realmente. Também acredito que eles não terão
problemas com o aprendizado, porque, quando a gente quer alguma coisa,
vai lá, luta e consegue. Da mesma forma que lutaram para chegar até a
Universidade, acho que vão continuar lutando para se formar."
Imagens
NOTA DA REDAÇÃO - Telma,
agradecemos suas sugestões. As pautas sugeridas são bem legais e vamos
desenvolvê-las nas próximas edições.
Realmente ainda não escrevemos
sobre beleza. Já sobre saúde, esta
Galeria
estudo surge como alternativa complementar e não antagônica à universidade pública, apesar do que pretendem seus opositores. O ProUni não compromete recursos do
setor público e, ainda, requalifica o financiamento estudantil: enquanto as bolsas atenderão aos estudantes mais desprovidos, o
Fies poderá ser canalizado a uma faixa de
renda um pouco superior, mais capaz de restituir o financiamento aos cofres públicos,
reduzindo assim o risco da inadimplência.
De outro lado, como as isenções fiscais do
ProUni representam menos de R$ 200
milhões, basta que a inadimplência do Fies
seja reduzida a patamares aceitáveis para
que a diminuição do custo do programa de
financiamento compense parte significativa
das isenções adicionais. Além disso, com o
definitivo enquadramento da filantropia, muitas instituições ditas filantrópicas, por vontade própria ou por força de uma fiscalização mais atuante, deixarão de sê-lo, passando a pagar a cota patronal junto ao INSS.
Diga-se, ademais, que o ProUni foi idealizado justamente a partir do diagnóstico de
que o setor privado de educação superior,
apesar de movimentar quase 1% do PIB
nacional, não só não recolhia impostos, como
gerava uma contrapartida social ínfima. Ora,
85% das matrículas se dão em instituições
sem fins lucrativos, filantrópicas e não-filantrópicas. O que o ProUni fez, em grande medida, foi disciplinar as exigências previstas na
CANTEIRO DE OBRAS – A foto à esquerda registra o início das obras do prédio da Biblioteca Setorial do Campus II, em 2004. À direita
a imagem da obra concluída, que abriga um acervo de 130 mil itens, entre livros, teses, dissertações e fascículos de periódicos. Com 3.500 metros quadrados de área construída, ela é a maior biblioteca da Universidade e passou a funcionar no dia 1º de março. O Sistema de Bibliotecas e Informação
(SBI) avisa que, por meio do catálogo on-line, os alunos podem fazer renovações e reservas de títulos sem sair da frente do computador.
“Há dois tipos
@APESSOAS :
as que fazem AS
coisas E as que
dizem QUE fizeram
as coisas. TENTE
ficar no primeiro
tipo. Há menos
COMPETIÇÃO.”
Indira Gandhi (1817-1984), ex-primeira
ministra da Índia, assassinada por
membros de sua guarda pessoal
04
14 a 27 de março/2005
Jornal da PUC-Campinas
Educação
Pedagogos ampliam áreas de atuação
Hospitais, sindicatos e acampamentos
ganham salas de aula, aumentando a
oferta de trabalho para os educadores;
pesquisa do MEC indica a falta de
professores no Ensino Médio
A
Eunice Gomes
[email protected]
s salas de aula extrapolaram os
muros das escolas e ocupam
as empresas, as instituições
governamentais e não-governamentais, os sindicatos, os hospitais e
até os acampamentos de férias e lazer,
ampliando as possibilidades de atuação
dos professores dos ensinos Fundamental e Médio. A carreira de professor passou por diversas modificações
nas últimas décadas e, atualmente, esboça um desenho positivo que indica "um
resgate da dignidade do educador",
segundo especialistas. Enquanto isto
ocorre, o mercado de trabalho registra
uma carência de 250 mil professores no
Ensino Médio da rede pública, de acordo com dados do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais
(Inep/MEC).
"Eu avalio que a falta de professores
deve-se à ausência de uma política educacional e à concentração de professores em certas localidades do País. Na
década de 70 ocorreu uma profissionalização do ensino com o fim de algumas disciplinas da área de humanas e
uma saturação nas áreas de exatas e biológicas. Conseqüentemente, uma procura menor por essas formações, que
acaba repercutindo agora. Acredito que
na década de 90, com a LBD (Leis
de Diretrizes e Bases -1996) e o
movimento de educadores em
todo o País, o quadro melhorou
muito e registra-se a criação de
projetos que contemplam mais a
realidade do País ", afirma o professor Jamil Cury Sawaya, da
Coordenadoria Especial de
Licenciaturas (Celi), ligada à Reitoria.
A PUC-Campinas
oferece dez cursos de
licenciatura com 3.215
alunos e mantém a tradição de formar a maioria
dos profissionais que atua
na região de Campinas
desde 1941, quando foram
criados os primeiros cursos da Universidade.
"Percebemos, ao longo
desses anos, que, com um
esforço de diretores, professores e funcionários as salas da
Pedagogia sempre se mantiveram completas de alunos. Em alguns outros cursos notamos uma certa oscilação. Mas,
com raríssimas exceções, oferecemos
sempre as licenciaturas em quase todos
os vestibulares", pondera Sawaya, que
há 33 anos ministra aulas.
Com a ampliação das áreas de atua-
Luciana Assunção Ramos Silva de Mello com seus alunos no Setor de
Apoio Pedagógico do Centro Boldrini; ao lado, o professor Jamil Cury
Sawaya, da Coordenadoria Especial de Licenciatura (Celi)
ção do educador,
consolidada nos
últimos cinco anos,
a carreira de professor conta com um
importante incremento. As pedagogas Melissa Ramos
Bryar e Luciana Assunção Ramos Silva de Mello, formadas pela Faculdade de Educação da
PUC-Campinas, são exemplos disto.
Luciana trabalha desde 1997 no Centro
Boldrini, que atende crianças e adolescentes que sofrem de câncer. Melissa
também atuou no Boldrini e, agora, trabalha com pedagogia/recreativa em um
acampamento de férias e lazer, em São
Programa desperta jovens para a cidadania
Du Paulino
[email protected]
A universitária Bárbara Vizelli
Maumesso escolheu cursar a
Faculdade de Artes Visuais com
ênfase em Design na PUCCampinas e planejava viver da
venda dos quadros que pintasse, sem preocupação em contribuir ativamente para o futuro
da sociedade. Esta aparente alie- Bárbara sonha em transformar a vida da comunidade
nação começou a mudar o ano
passado, quando Bárbara ingressou no Programa Escola da Família foi criado
Programa Escola da Família. Atual- em 2003 pela Secretaria Estadual de
mente, a jovem sonha em usar a arte Educação de São Paulo, com o apoio da
para transformar a vida de pessoas. Organização das Nações Unidas para a
Bárbara está entre os 50 alunos da Educação, a Ciência e a Cultura (UnesUniversidade que atuam no Programa co). O programa tem como objetivo atrair
Escola da Família. As vagas para este a população para as escolas nos fins de
ano já estão preenchidas.
semana para participar de atividades eduEla atua na Escola Estadual Luiz cativas e de lazer, contribuindo para a
Galhardo, no Bairro Swift, onde dá diminuição da violência urbana. Dados
aulas de artesanato para cerca de 100 desta secretaria indicam uma queda de
alunos e moradores que passam pelo 44% nas ações de vandalismo nas escolocal a cada fim de semana. Alguns des- las nos meses de outubro e novembro
ses alunos voltaram a estudar depois de 2003, comparando ao mesmo períoque conheceram o programa. O do do ano anterior.
As vagas são destinadas aos
universitários que tenham cursado o Ensino Médio em escolas públicas estaduais. Os mais
de 20 mil bolsistas do programa
em todo o Estado têm de prestar 16 horas semanais de serviços comunitários. O governo
paulista custeia até R$ 267,00
das mensalidades. O restante é
subsidiado pela instituição de
Ensino Superior, responsável
pela escolha dos cursos que
integram o programa. A PUC-Campinas oferece bolsas nos dez cursos de
licenciatura.
Bárbara não considera sacrifício passar seus fins de semana trabalhando. "A
satisfação é muito grande, principalmente quando os pequenininhos sentam no seu colo, te chamam de tia e não
querem ir embora". A coordenadora
pedagógica do Escola da Família na
PUC-Campinas, professora Sílvia
Mascarim, vai mais além ao afirmar:
"Eles amam o que fazem porque fazem
para a escola onde estudaram e para o
bairro onde moram".
Paulo. "Acredito que, com a LDB de 96
e as demandas sociais, o trabalho do educador pôde ser ampliado e com isto surgiram novas oportunidades. Mas ainda
estamos caminhando a passos lentos",
avalia Melissa.
O Setor de Apoio Pedagógico do
Centro Boldrini realiza cerca de 280
atendimentos por mês. "Nosso objetivo é manter todo o processo educacional, para que os pacientes que vêm de
outros Estados e países e ficam até dois
anos em tratamento não percam o ano
letivo. Aplicamos as provas do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem), o
Sistema Nacional de Avaliação de
Educação Básica (Saeb) e a 1ª fase do
vestibular da Unicamp", conta Luciana.
Agenda
14/03
Ciclo de palestras para todos os alunos e
professores do curso de Terapia Ocupacional
(TO). Entre os palestrantes estão as
professoras Ana Luiza Ferrer e Sandra
Gallego. No Auditório Monsenhor Salim,
Campus II, a partir das 7h.
14 e 15/03
Ciclo de palestras Pedagogia Universitária no
Atual Contexto do Ensino Superior Brasileiro. O
evento é comemorativo aos 15 anos do
Programa de Pós-Graduação em Educação.
No Auditório Nobrão, Campus Central, das
9h às 17h.
II Mostra de Iniciação Científica do Centro de
Linguagem e Comunicação (CLC). Na Sala
800, Campus I, e no prédio da Faculdade de
Letras.
17/03
Reunião do Conselho Universitário.
24 a 26/03
Suspensão das atividades - Semana Santa.
31/03
Até esta data os interessados em obter a Uol
Bolsa Pesquisa devem enviar os seus projetos.
O programa tem como objetivo incentivar o
desenvolvimento de tecnologias e
conhecimentos sobre a Internet. Informações:
http:// bolsapesquisa.uol.com.br/
01/04
Atenção professores: até o próximo dia 1º
estará disponível, no Canal Pesquisa do Portal
PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br),
o Sistema de Iniciação Científica (SIC) para
inscrições ao Programa Integrado de Iniciação
Científica (PIC).
Jornal da PUC-Campinas
Perfil
Filiado ao
Partido dos
Trabalhadores
e atuando no
Movimento
Quilombola e
no Educafro,
Bruno planeja
ajudar os
excluídos
O
05
14 a 27 de março/2005
'BIXO CAÇULA'
entra pelo ProUni
Professor Samuel Mendonça aposta na
igualdade dos estudantes
Bruno Rodrigues de Lima chega no Campus Central para seu primeiro dia de aula
Fábio Guzzo
[email protected]
"O ProUni é uma revolução na educação, porque você provoca um choque ao trazer pobre, negro e descendente de índio para dentro da Universidade". Esta é a avaliação de Bruno Rodrigues de Lima, um dos bolsistas do Programa Universidade para
Todos (ProUni) na Faculdade de Direito. Ao lado de outros 236 alunos que ingressaram pelo programa na PUC-Campinas, Bruno iniciou no dia 28 de fevereiro suas
aulas. De acordo com a Secretaria-Geral, ele é o aluno mais novo matriculado na
Universidade, tendo nascido em 22 de novembro de 1988.
Bruno mora em uma chácara própria na zona rural de Itatiba (a 65 quilômetros de
Campinas). O caçula dos calouros usará o transporte coletivo intermunicipal para
chegar à Universidade, acordando às 5h45 e gastando cerca de uma hora entre caminhadas e o trajeto de ônibus até o Campus Central, onde funciona a Faculdade de
Direito. A única renda fixa da sua família com quatro integrantes são os R$ 600,00 do
aluguel de uma casa em São Paulo. "Mesmo assim, nós nunca passamos necessidades", garante Bruno. Apesar disto, sua família se desiludiu com o comércio de frangos que fazia em sacolões paulistanos e, em 1996, resolveu arriscar a sorte em Nova
Iorque (EUA), onde já morava um tio. "Em julho de 1996, estava no meio da segunda série no Brasil e lá estava iniciando o ano letivo. Então, os americanos consideraram minha segunda série cursada e entrei na terceira. Quando voltamos, faltava um
mês para terminar a quarta série lá. De volta ao Brasil, 1998, deram a minha quarta
série por cursada e entrei no segundo bimestre da quinta série. Então, em três anos
cursei quatro séries", explica Bruno.
Logo no primeiro dia de aula, vestindo uma camiseta do grupo hip hop Negre-se,
ele esclarece suas pretensões futuras. "Quero entender as leis para ajudar as pessoas
que precisam. Lá em Itatiba, por exemplo, tinha um quilombo que estava sendo ameaçado por um loteamento. Durante a legalização desta comunidade, não teve um advogado no Estado inteiro que fosse lá defender
aqueles excluídos sociais", indigna-se. Apesar da
pouca idade, Bruno é ativo politicamente. Além
da atuação junto ao Movimento Quilombola,
ele também participa do cursinho comunitário
Educafro e é filiado ao Partido dos Trabalhadores
(PT), ambos em sua cidade. "No dia seguinte ao
meu aniversário de 14 anos, preenchi a ficha de
filiação ao PT. Só não fui antes porque o estatuto do partido não permitia", comenta.
Em seu primeiro dia de aula, Bruno causou
frenesi entre seus pares. "Você viu aquele garoto? Nem parece ter 16 anos... Ele vai ser o mascote da turma", decreta Caroline Sales, aluna sentada na carteira ao lado de Bruno. Já o professor
de Metodologia Jurídica, Samuel Mendonça,
acredita que os universitários que ingressaram
pelo ProUni não enfrentarão dificuldades para
acompanhar o curso. "A partir do momento que
eles entram na Universidade, zera tudo! Como o conhecimento é novo, todos os alunos partem do mesmo ponto", garante. Já a mãe de Bruno, Elaine Aparecida Rodrigues,
tece elogios ao programa federal. "Eu não tenho dinheiro para pagar uma universidade particular. Se não existisse o ProUni, ou o Bruno estaria trabalhando ou tentaria
entrar em uma faculdade pública, o que seria extremamente difícil", afirma.
Jogo rápido
COMIDA: feijoada
TIME: Corinthians
ESPORTE: futebol
MÚSICA: Desde Tom Zé
até o axé do Pisirico do
Povão.
SONHO: viver bem. Mas
sem exagero, como diz o
Rappa: "eu não preciso de
muito dinheiro, graças a
Deus".
LIVRO: o que jogar na
minha frente eu leio. Gostei
do Rota 66 e Abusado (Caco
Barcellos). Estou lendo As
Veias Abertas da América
Latina (Eduardo Galeano).
REVISTA: Caros Amigos.
FILME: A Experiência (Oliver
Hirschbiegel) e Madame Satã
(Karim Aïnouz)
MAIOR ELOGIO QUE
RECEBEU: quando meu avô
materno me disse que eu
tenho futuro. Me bateu tão
forte porque eu brigava
muito com ele e, pouco
antes dele morrer, falou isso.
RELIGIÃO: Não tenho uma
definida, mas gosto da
umbanda
O universitário é
devoto de São Jorge
Administração
lidera o ranking
do programa
Administração e Direito lideram o
ranking dos cursos com o maior
número de vagas destinadas aos
alunos selecionados pelo ProUni. O
curso mais concorrido da
PUC-Campinas, Medicina, tem sete
estudantes selecionados pelo
programa. No dia 12 de março
ocorreu a segunda seleção para o
preenchimento de parte das vagas do
ProUni. As demais serão distribuídas
a partir de um estudo da
Universidade, que oferece ao todo
513 vagas para o programa. Os
números abaixo correspondem à
soma dos períodos.
Administração
Direito
Ciências Econômicas
Educação Física
Análise de Sistemas
Pedagogia
Ciências Contábeis
Relações Públicas
Jornalismo
Publicidade e Propaganda
Ciências Biológicas
Engenharia Elétrica
Administração (Comércio Exterior)
Psicologia
Engenharia Ambiental
Enfermagem
Administração (Logística e Serviços)
Engenharia Civil
Turismo
Engenharia de Computação
Arquitetura e Urbanismo
Letras
Química Tecnológica
Artes Visuais (Design)
Ciências Farmacêuticas
Fisioterapia
Medicina
Nutrição
Ciências Sociais
Filosofia
Serviço Social
Odontologia
Terapia Ocupacional
Geografia
História
Matemática
Formação Específica em
Tecnologia da Informação
Fonoaudiologia
Ciência da Informação
48
37
32
22
21
20
19
19
18
18
18
16
15
14
13
13
12
12
12
11
11
10
09
07
07
07
07
07
06
06
06
06
06
05
05
05
05
04
04
F o n t e : Co o r d e n a ç ã o d o P r o Un i ,
ligada à Pró-RReitoria de Graduação
06
14 a 27 de março/2005
Jornal da PUC-Campinas
Entrevista
Capacitação
de profissionais
desafia o
agronegócio
Para o Ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento,
Roberto Rodrigues, o País precisa
desenvolver pesquisas e qualificar
os trabalhadores do setor
A
O ministro Roberto Rodrigues, chega no Auditório Dom Gilberto, Campus I, no último dia 4
A manutenção das rendas dos produtores e a melhoria dos portos, das estradas, da
armazenagem, assim como a realização de pesquisas e a capacitação de profissionais
são os principais desafios do Brasil no agronegócio. Esta avaliação é do ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, que esteve no último dia
4, na PUC-Campinas. Sobre a Lei de Biossegurança referente aos transgênicos, o ministro disse que " Não se trata propriamente de liberação, mas de regras para que essa tecnologia seja aplicada de forma controlada e satisfatória". Rodrigues participou do seminário O Agronegócio Brasileiro no início do Século XXI, quando a Universidade lançou o Programa
de Apoio ao Desenvolvimento Agrícola e ao Agronegócio, que prevê a oferta de cursos de
extensão e especialização e também atividades de pesquisa em parceria com a Fundação
Fórum Campinas. Confira abaixo trechos da entrevista concedida pelo ministro . O Portal
PUC-Campinas (www.puc-campinas.edu.br) disponibiliza a entrevista na íntegra.
Aderval Borges
[email protected]
JP - O que é agronegócio?
Roberto Rodrigues - É a
soma de toda uma cadeia produtiva relacionada a determinado produto agrícola, envolvendo inúmeras profissões e atividades intermediárias. A da
cevada, por exemplo, inclui desde o agricultor que produz o
grão até o publicitário que cria
a propaganda para vender mais
cerveja no dia de um clássico
do futebol.
JP - Quais os desafios para o
agronegócio nacional?
Rodrigues - Um dos principais é evitar bruscas quedas de
renda, que inibem os avanços.
Temos desafios permanentes,
como a necessidade de melhores portos, estradas, armazenagem, pesquisas em vários setores, profissionais capacitados e
a necessidade de conquistar
novos mercados. Nossos pontos fortes são: disponibilidade
de terras, clima favorável e tecnologia.
JP - Quais as grandes ameaças para o setor nos próximos anos?
Rodrigues - O fim das reservas petrolíferas é uma delas.
Pode causar um aumento avassalador de preços. Por outro
lado, também pode nos bene-
ficiar enormemente. Quais
alternativas tecnológicas existem para substituir o petróleo?
Há várias sendo pesquisadas,
mas o álcool e os biocombustíveis estão entre as mais viáveis
e nenhum país tem o potencial
do Brasil para produzi-los.
JP - Qual é a melhor notícia
recente para nossa economia agrícola?
Rodrigues - A decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) de barrar o protecionismo norte-americano para
o algodão. Foi uma vitória!
Trata-se de um reconhecimento de que os subsídios distorcem o mercado agrícola inter-
nacional. A decisão tem grande impacto político. Significa
que daqui para frente haverá
esse componente novo em
todas as negociações internacionais.
JP - Quais os reflexos da
aprovação da Lei de Biossegurança para a agricultura?
Rodrigues - Trata-se de um
instrumento legal para as pesquisas e para o plantio de
sementes geneticamente modificadas. Não se trata propriamente de liberação, mas de
regras para que essa tecnologia
seja aplicada de forma controlada e satisfatória.
JP - O senhor avalia que haja
contradição entre agronegócio e agricultura familiar?
Rodrigues - De forma alguma. A agricultura familiar é fundamental para várias cadeias
produtivas. Temos reforçado os
créditos e os mecanismos de
assistência para possibilitar que
avance rumo à agricultura
empresarial.
jetos especiais para Campinas?
Rodrigues - Campinas já recebeu um presente no ano passado, que foi a montagem de uma
Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) para
verificação de safras via satélite.
A região conta com institutos e
universidades de grande competência. Precisamos, sim, de
toda essa tradição, como centro
de excelência, para ajudar o
Brasil. Nesse aspecto, meus
parabéns à PUC-Campinas e
aos institutos que são seus parceiros nesta iniciativa.
Produtos exportados pelo Brasil
Complexo de soja - 25,8%
Carnes - 15,7%
Madeiras - 7,5%
Café - 7,9%
Açúcar - 6,8%
Principais mercados
União Européia - 34% das
exportações nacionais
EUA - 15%
Ásia - 12%
(somente a China, 8% )
JP - O Ministério tem pro-
Fonte: Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento
Universidade oferecerá cursos de especialização
O agronegócio é responsável por 34%
do PIB (Produto Interno Bruto).
Responde por 43% das nossas exportações e gera 37% dos empregos nacionais.
Somente em 2004, de acordo com dados
do próprio Ministério da Agricultura, o
setor gerou para o País US$ 39,06 bilhões
e empregou 17,7 milhões de trabalhadores. Desde os anos 80, a agricultura e a
pecuária nacionais apresentam grandes
avanços de produção, graças à competência dos produtores e aos avanços das pesquisas e de novas tecnologias. Para se ter
idéia, na agricultura a área plantada cresceu 48,3%, enquanto a produção cresceu
131,9%.
Mas é reconhecida a falta de profissionais para vários segmentos das cadeias produtivas. Capacitá-los é um dos desafios
para a PUC-Campinas e as instituições
de pesquisa que integram a Fundação
Fórum Campinas: Instituto Agronômico
(IAC), Instituto Biológico (IB), Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada
(Cati), Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), Instituto de
Tecnologia de Alimentos (Ital), Instituto
de Zootecnia (IZ), Unicamp, o Centro
de Pesquisa e Desenvolvimento em
Telecomunicações (CPqD) e o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS).
"Embora a PUC não tenha tradição
de pesquisas tecnológicas agropecuárias,
há condições de, associada às instituições
parceiras, dar grandes contribuições para
os avanços do setor. Pretendemos estimular atividades de pesquisa sobre gestão na agricultura, oferecer cursos de
extensão e de especialização, não só para
acadêmicos como também para os pro-
Reitor padre David com o ministro; ao fundo, o vice-reitor padre Wilson Denadai
fissionais que trabalham nas cadeias produtivas", diz o reitor padre José Benedito
de Almeida David.
Jornal da PUC-Campinas
14 a 27 de março/2005
MURAL
É 'du'
cabelo
Aderval Borges
[email protected]
Tavares Costa, aluE duardo
no de Relações Públicas,
retorna de uma temporada em
Londres com vastas idéias sob a
farta cabeleira. Além de ter aperfeiçoado seu inglês - é professor
do idioma -, aproveitou por lá o
boom da música eletrônica e desponta como um dos mais sofisticados DJ das noites campineiras.
Sob o apropriado nome artístico
de Du Cabelo, ele também está
chacoalhando as noites com sua
banda Projeto Sang Fezí, cujo primeiro CD será lançado no próximo mês.
Para Du, a música eletrônica não é só para animar baladas. Surge para enriquecer o universo da
música popular tradicional. "Está associada à evolução dos recursos tecnológicos. Portanto, não veio
para desbancar a música popular, mas para abrir seus
horizontes como grande laboratório de experimentações", diz ele. De base rítmica, a música eletrônica está em constantes mutações. Du afirma que o
Brasil é fértil para o surgimento de novas tendências. Abaixo, o músico indica os principais gêneros:
House - Batidas repetitivas e compassadas, com
variações melódicas. Uma curiosidade: seu ritmo
hipnótico se inspira nos batimentos cardíacos.
Algumas das músicas têm letras.
Tecno - Procura reproduzir sons mecânicos. É
bastante acelerada, própria para dança, não tem
melodias e muito menos letras.
Trance - Tem forte influência do rock psicodélico dos anos 70. Seus ritmos são baseados em mantras indianos. É mais contemplativa, com menos
Curta pra não ser
pequeno O carioca
apelo para a dança.
Trip hop - Originou-se do rap e do hip hop, embora seja um ritmo mais lento e, por conseqüência,
menos dançante que os dois ritmos que lhe deram
origem.
Break beat - Como o próprio nome diz, significa "quebra de batida". É um ritmo com muitas
variações. Algumas das músicas levam letras.
Drum'n'bass - Envolve, como o nome indica,
bateria e baixo. A batida também é quebrada - vem
do break beat-, porém mais mecanizada, com influências da tecno.
Electro - Tem forte influência da música pop de
vanguarda, sobretudo dos experimentos realizados
por David Bowie nos anos 80.
Outras informações
A Boate Kraft, no Taquaral, toca um gênero de
música eletrônica por noite. Du de vez em quando dá suas canjas por lá como DJ. Ele e sua banda
tocam no Bar e Boate Res, na Galeria Barão, no
Centro da cidade. E-mail [email protected]
Feios, brutos e
essenciais O gringo
Hunter Thompson e o
brasileiro Paulo Francis
tinham repertório superior
à média dos colegas de
profissão, ótimo senso de
humor e não faziam
concessões. Políticos à
direita e à esquerda
respiraram aliviados quando
morreram. O primeiro se
matou há quatro semanas.
O outro teve uma parada
cardíaca em 1997.
Música boa e barata Baixar músicas
pela Internet com programas como Kazaa ou
Morpheus não é crime. Em alguns casos, é a
única forma de adquirir obras raras do
português Alfredo Marceneiro, do alemão
Kurt Weill, do brasileiro Noel Rosa, do
cubano Bola de Nieve, do italiano Roberto
Murolo, do norte-americano Lou Reed e
outros gênios da canção popular.
Domínio público A biblioteca virtual Domínio Público, do Ministério da Educação, reúne
Chacal completa três décadas de batalhas pela mais fina
poesia. Sua obra sucinta e
bem-humorada obedece
parâmetros construtivos rigorosos. Ou seja, é leve sem ser
solta. E a figura não tem essa de
bairrismo barato: é chegado do
mestre Augusto de Campos, da poesia concreta paulista. Seu livro A Vida é Curta pra ser Pequena é jóia rara. Se não encontrar nas livrarias,
proteste junto à Frente Editora: [email protected]
obras nacionais e internacionais de domínio público para serem baixadas gratuitamente. No Brasil,
as obras passam a ser consideradas de domínio após 70 anos da morte do autor. O portal também
oferece hinos, mapas, vídeos e "passeios" culturais. Clique em www.dominiopublico.gov.br
Filosofia
O palco do Campus II recebe no dia 16 de março a
apresentação teatral Colóquio de Filosofia – O que é Realidade? A peça
será encenada por um grupo de alunos do segundo ano da Faculdade
de Psicologia, sob a direção de Leonardo Duart Bastos. O espetáculo acontece dentro do Projeto Momento Cultural, que promove apresentações nas quartas-feiras, às 12h, naquele campus.
Serviços gratuitos de turismo O Centro de Pesquisas e Informações Turísticas (Cepitur) oferece dicas
de viagens para a comunidade universitária, seja no Brasil ou no exterior. Estagiárias da Faculdade de Turismo atendem nos períodos matutino e noturno, na sala 821. Informações: (19) 3756-7227 e [email protected]
Mulheres de sucesso A edição de fevereiro de Caros Amigos, revista de circulação
nacional, traz ensaio fotográfico sobre cenas dos acampamentos de sem-terras do Estado de São
Paulo assinado por Xandra Stefanel. As fotos foram tiradas durante a produção do vídeodocumentário Mulheres da Terra - da Lona ao Concreto, projeto experimental de conclusão do
curso de Jornalismo de 2003, sob orientação do professor Celso Boldstein. Também participaram
do projeto Liliana Batista e Mariana Puga. "São fotos dos bastidores das gravações", conta
Xandra, que atualmente trabalha em uma agência de publicidade, em São Paulo. O vídeo
encontra-se disponível na videoteca da Biblioteca Setorial, no Campus I. Na semana em que se
comemorou o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, a TV PUC-Campinas exibiu programas
pertinentes ao gênero feminino. Entre eles, o vídeo produzido pelas ex-alunas.
Esquerda volver! Louis-Ferdinand Céline (1894-1961), um dos grandes inovadores da literatura moderna, foi vítima de
classificados
perseguições políticas no final da 2ª Guerra Mundial. Adivinhe por parte de quem? De militantes de esquerda agregados à Resistência
Francesa. Está nas livrarias De Castelo em Castelo, lançamento recente da Cia. de Letras, obra na qual o autor dá a sua versão dos fatos.
MORADIA
Procuram-se rapazes p/ dividir
apartamento.
(19) 3243-2357 e 9147-7875
VEÍCULOS
Vendo Fusca / 1986
Azul marinho, motor 1600, álcool
(11) 8342-7394
TRANSPORTE
Transporte Mello
Campus I e Campus II - Campinas.
(19) 3227-7132
MORADIA
Alugam-se suítes para moças
Próximo ao Campus I.
(19) 3256-2615
AULAS PARTICULARES
Aulas de Alemão
(19) 3208-1570
ITT - TRANSPORTE E TURISMO
Itatiba - Campinas.
http://www.itttransporte.com.br
(11) 4487-6850 e 4487-6857
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