Transporte de Sal e de Energia no Canal do Espinheiro (Ria de Aveiro) Nuno Vaz João Miguel Dias (UA), Paulo Leitão (HIDROMOD) OBJECTIVOS • Identificação dos principais mecanismos de transporte de energia e de sal ao longo do canal do Espinheiro e sua dependência das condições fronteira • Estudar as trocas de energia e de sal entre a Ria de Aveiro e o Oceano Atlântico e entre o rio Vouga e a Ria de Aveiro • Estabelecimento e desenvolvimento de metodologias convencionais de amostragem de temperatura da água, salinidade e caudais • Implementação de um modelo numérico (MOHID) para o estudo de mecanismos de transporte de energia e de sal ao longo do Canal do Espinheiro e das suas fronteiras com o exterior ÁREA DE ESTUDO • 11 km de Extensão • Profundidade média de 6 metros (no seu eixo) • Orientação Este-Oeste • Canal de ligação entre o Rio Vouga e o Oceano Atlântico TAREFAS MODELAÇÃO DE PROCESSOS FÍSICOS NA RIA DE AVEIRO AMOSTRAGEM DE GRANDEZAS FÍSICAS NA RIA DE AVEIRO • Actualização da batimetria da Ria de Aveiro Campanhas de amostragem de: • Construção de uma malha de passo variável - salinidade • Calibração/validação do modelo hidrodinâmico e de transporte (Mohid) (2D) • Implementação do modelo de transporte 3D para o canal do Espinheiro - temperatura da água - velocidade da corrente - caudais (campanha efectuadas no canal do Espinheiro entre Setembro de 2003 e Setembro de 2004) CALIBRAÇÃO E VALIDAÇÃO DO MODELO HIDRODINÂMICO • Forçamento: maré • Malha de 568 x 429 pontos de cálculo • Coeficientes de Manning entre 0.022 e 0.045 • Calibração feita comparando dados de alturas de água do modelo com dados observados pelo Instituto Hidrográfico em 24 estações de (dados de 1987 e 1988) • Validação feita comparando séries observadas de altura de água e velocidade da corrente com resultados do modelo em 11 e 10 estações de amostragem, respectivamente (Verão de 1997) • Dados de caudal observados e calculados para a embocadura da Ria de Aveiro (Outubro de 2002) RESULTADOS CALIBRAÇÃO DO MODELO HIDRODINÂMICO RESULTADOS VALIDAÇÃO DO MODELO HIDRODINÂMICO VALIDAÇÃO DO MODELO HIDRODINÂMICO - Caudais • Comparação de séries de caudal calculado com o modelo e calculados a partir de dados de d.d.p. eléctrico (eléctrodos ligados por um cabo submarino que cruza a embocadura da Ria) (Comparação relevante dados que a Ria apenas tem um canal de comunicação com o oceano) • Caudal de origem lunar (+ de 90% da energia da maré) • Constituintes da maré: M2, M4 e O1 E=vF IMPLEMENTAÇÃO DO MODELO DE TRANSPORTE • Maré (constantes harmónicas de 1996 e 1997) • Dados meteorológicos usados para o cálculo de fluxos de calor à superfície: temperatura do ar, humidade relativa, componentes u e v do vento e radiação solar (dados do NCEP) • Fronteira aberta oceânica: séries de salinidade e de temperatura da água • Rios: caudal fluvial, salinidade e temperatura • comparação de séries de salinidade e temperatura da água em 7 estações (calibração) e 11 estações de amostragem (validação) (Julho de 1996 e Junho de 1997) RESULTADOS CALIBRAÇÃO DO MODELO DE TRANSPORTE CONCLUSÃO GERAIS • No geral, os resultados mostram que o modelo consegue reproduzir a propagação da onda de maré na Ria de Aveiro • Resultados de caudal obtidos com o cabo submarino funcionam como uma ferramenta válida para a calibração e validação de modelos hidrodinâmicos • Resultados dos níveis são sobretudo influenciados por problemas de batimetria ou por uma malha de 40 m não conseguir resolver bem zonas com largura inferior • Salinidade e temperatura da água na Ria de Aveiro são fortemente influenciadas pelas condições fronteira … Apesar de tudo… “Os resultados mostram que, no geral, foi conseguida uma boa implementação do modelo (hidrodinâmico e de transporte) e considera-se o modelo bem calibrado e validado para a Ria de Aveiro!!” Nuno, Março de 2005 AMOSTRAGEM DE GRANDEZAS FÍSICAS (TRABALHO DE CAMPO) • Campanhas de amostragem de salinidade, temperatura da água, velocidade da corrente e de caudais (Setembro de 2003 a Setembro de 2004) • 10 secções de amostragem (1 km entre secções) • perfis de salinidade, temperatura da água e velocidade da corrente • Amostragem efectua-se em períodos de máxima amplitude de maré (marés vivas) e no período de mínima amplitude de maré seguinte (marés mortas) (inicio: 1h 40 min depois da hora de baixa-mar prevista para a Barra de Aveiro) CAUDAIS LOCAL DE AMOSTRAGEM • Amostragem realiza-se 3 horas depois da hora de baixa-mar prevista para a Barra de Aveiro • Divisão da secção do rio Vouga em segmentos de 2 metros • Medição de velocidade da corrente a 60% da coluna de água SALINIDADE – caudal fluvial baixo (02/10)/elevado (05/12) (marés mortas) 02/10/2003 surface 40º42' 05/12/2003 surface Vouga River Cha n 6.11 m3s-1 16.0 12.0 32.0 28.0 24.0 Es C pin ha h nn eir el o 20.0 40' Atlantic Ocean 24.0 Salinity 28.0 36.0 20.0 3 -1 115.97 m s Aveiro 8.0 Aveiro 4.0 38' 4.0 0.0 41' 02/10/2003 mid-water 41' 8º45' 40º42' 05/12/2003 mid-water Vouga River Cha n 36.0 S. J acin to 32.0 20.0 6.11 m3s-1 40' Atlantic Ocean Es C pin ha h nn eir el o 24.0 Salinity 28.0 16.0 12.0 36.0 32.0 28.0 24.0 20.0 3 -1 115.97 m s Aveiro 8.0 Aveiro 4.0 38' 4.0 0.0 41' 37' 02/10/2003 channel bed 41' 8º45' 40º42' Vouga River Vouga River nel Cha n 36.0 S. J acin to 32.0 20.0 6.11 m3s-1 40' Atlantic Ocean Es C pin ha h nn eir el o 24.0 Salinity 28.0 16.0 12.0 36.0 32.0 28.0 24.0 20.0 3 -1 12.0 8.0 Aveiro 38' 8.0 Aveiro 4.0 38' 0.0 8º45' 41' 37' 16.0 115.97 m s 4.0 0.0 8º45' 41' 37' Salinity Cha n S. J acin to Atlantic Ocean 40' 37' 05/12/2003 channel bed nel 40º42' 0.0 Es C pin ha h nn eir el o 8º45' 16.0 12.0 8.0 38' Salinity Cha n S. J acin to Atlantic Ocean 40' 37' nel Vouga River nel 40º42' 0.0 37' Es C pin ha h nn eir el o 8º45' 16.0 12.0 8.0 38' Salinity 32.0 Es C pin ha h nn eir el o Atlantic Ocean 40' 36.0 S. J acin to S. J acin to Cha n nel Vouga River nel 40º42' Campos longitudinais de salinidade (Outono de 2003) Campos longitudinais de temperatura (Outono de 2003) DADOS OBSERVADOS Vs DADOS DO MODELO Campos longitudinais de salinidade e de temperatura da água observados integrados na vertical Versus Resultados Mohid 2D (a) (c) Vouga River 13.8 26 13.6 24 13.4 22 13.2 20 3 -1 115.97 m s Aveiro 38' 13.0 18 12.8 16 12.6 14 12.4 12 12.2 10 12.0 8 11.8 6 11.6 4 11.4 Temperature [ºC] Salinity Atlantic Ocean 40' 28 14.0 Es ch pin an he ne iro l S. J acin to c han n el 40º42' 2 11.2 0 11.0 41' 8º45' (d) (b) Vouga River ann el 40º42' 37' to c h Salinity[ºC] Temperature 22 13.4 20 13.1 18 Es ch pin an he ne iro l S. J acin Atlantic Ocean 40' 28 14.0 26 13.7 24 12.8 16 14 12.5 3 -1 115.97 m s 12 12.2 10 11.9 8 Aveiro 38' 6 11.6 4 11.3 2 11.0 0 8º45' 41' 37' ESTAÇÃO FIXA • Perfis verticais de salinidade, temperatura da água e velocidade da corrente • Caracterização sazonal da laguna em termos de estrutura salina, térmica e de circulação • Classificação do estuário em termos de circulação e de estratificação (Hansen & Rattray, 1965) • Cálculo de fluxos de sal através de uma secção (trabalho a decorrer!!) • Local de amostragem: Junto à foz do Rio Vouga - EXEMPLO - Período de amostragem: 15/01/2004 a 16/01/2004 - Intervalo de amostragem: 1h 2min (hora lunar) - Grandezas amostradas: salinidade, temperatura da água e velocidade da corrente - Caudal fluvial estimado: 51.8 m3s-1 - Maré: Período de marés mortas Canal do Espinheiro 32 30 6 28 SALINIDADE 24 22 4 20 18 16 14 2 12 Salinidade [PSU] Altura de Água [m] 26 10 8 6 0 4 10 15 20 Tempo [horas] 25 16/01/2004 11:30 AM Canal do Espinheiro TEMPERATURA DA ÁGUA Altura de Água [m] 6 4 2 0 0 15/01/2004 10:30 AM 5 10 15 20 Tempo [horas] 25 16/01/2004 11:30 AM Canal do Espinheiro VELOCIDADE DA CORRENTE Altura de Água [m] 6 4 2 0 0 15/01/2004 10:30 AM 5 10 15 Tempo [horas] 20 25 16/01/2004 11:30 AM 2 0 13.8 13.6 13.4 13.2 13.0 12.8 12.6 12.4 12.2 12.0 11.8 11.6 11.4 11.2 11.0 10.8 10.6 10.4 10.2 10.0 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.0 -0.1 -0.2 -0.3 -0.4 -0.5 -0.6 -0.7 -0.8 -0.9 -1.0 -1.1 Temperatura [ºC] 5 Velocidade da Corrente [m/s] 0 15/01/2004 10:30 AM CONCLUSÕES GERAIS E TRABALHO FUTURO • As propriedades hidrológicas são fortemente influenciadas pelas condições fronteira (marés, caudal fluvial e condições meteorológicas) • Caudal fluvial elevado leva à formação de estratificação vertical. Caudal fluvial baixo leva a que o canal “se encha” de água salgada tornando-o um sistema bem misturado • Modelo bidimensional mais ajustado para cálculos em situações de caudal fluvial pouco elevado (caudal elevado – modelo tridimensional é mais apropriado) • Todos os resultados mostram o comportamento tipicamente estuarino do Canal do Espinheiro (circulação gravitacional) • Implementação tridimensional do modelo hidrodinâmico e de transporte para o canal do Espinheiro (calibração e validação) • Malha horizontal em coordenadas curvilíneas • Acoplamento do modelo de turbulência GOTM • Estudo da estrutura vertical da salinidade, da temperatura da água e do escoamento no canal do Espinheiro e na interface com o Oceano Atlântico