Teoria de Karl Marx (1818-1883) Método: Materialismo Histórico e Dialético Objeto: Capitalismo Sociologia/ Prof. Antonio Mateus Soares www.contatosociologico.crh.ufba.br www.bizusociologico.blogspot.com Biografia de Karl Marx Karl Heinrich Marx – Nasceu em Tréveris (1818) – Faleceu em Londres (1883), foi um intelectual alemão considerado um dos fundadores da sociologia. Podemos encontrar a influência de Marx em várias outras áreas tais como: filosofia, economia e história. Teve participação como intelectual e como revolucionário no movimento operário, sendo que ambos (Marx e o movimento operário) influenciaram uns aos outros durante o período em que o autor viveu. Atualmente é bastante difícil analisar a sociedade humana sem referenciar-se, em maior ou menor grau, à produção de K. Marx, mesmo que a pessoa não seja simpática a sua ideologia. Principais temas: Modo de produção; mais-valia; acumulação primitiva; materialismo histórico e dialético, luta de classes. MODOS DE PRODUÇÃO Maneira pela qual a sociedade produz seus bens e serviços, como os utiliza e os distribui. O modo de produção de uma sociedade é formado por suas forças produtivas e pelas relações de produção existentes nessa sociedade. Modo de produção = forças produtivas + relações de produção. O modo de produção é o centro organizador de todos os aspectos da sociedade e sub divide-se em: Primitivo, Asiático, Escravista, Feudal, Capitalista, Comunista. PRÉ-HISTÓRIA: período da história que antecede a invenção da escrita (evento que marca o começo dos tempos históricos registrados), que ocorreu aproximadamente em 4.000 a.C. COMUNIDADE PRIMITIVA:. Do trabalho de todos retiravam-se o sustento de todos. Os meios de produção e os frutos do trabalho eram propriedade coletiva, ou seja, de todos. Os instrumentos eram poucos desenvolvidos. Não existia ainda a ideia da propriedade privada dos meios de produção, nem havia a oposição proprietários x não proprietários. IDADE ANTIGA: É o período que se estende desde a invenção da escrita (3500 a.C a 476 d.C) até a queda do Império Romano do Ocidente. Seus principais modos de produção são: Modo de Produção asiático e modo de produção escravista. MODOS DE PRODUÇÃO ASIÁTICO: Teve início em 2500 a.C., na Idade Antiga, caracteriza pelos primeiros Estados surgidos na Ásia Oriental, Índia, China e Egito. A agricultura base da economia desses Estados, era praticada por comunidades de camponeses presos à terra, que não podiam abandonar seu local de trabalho e viviam submetidos a um regime de trabalho compulsório. Os camponeses tinham acesso à coletividade das terras de sua comunidade, ou seja, pelo fato de pertencerem a tal comunidade, eles tinham o direito e o dever de cultivar as terras desta. MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA: Surgiu na Grécia clássica e foi assimilado pelos Romanos. Com o surgimento da propriedade privada, os parentes mais próximos dos chefes dos clãs ficaram com as melhores terras. Com o aumento das famílias nobres, eram necessários mais terras e mais gente para trabalhar no cultivo dessas terras. Esse problema era resolvido com guerras de conquista: guerreava-se com povos vizinhos, as terras conquistadas eram repartidas entre os nobres, e o povo derrotado era escravizado. Os escravos eram propriedades do Estado cedidas aos nobres para o trabalho em suas terras. Um cidadão não-estrangeiro também poderia se tornar escravo de alguém, se adquirisse dessa pessoa uma dívida da qual não pudesse pagar. IDADE MÉDIA: É o período que se estende ( 476 d.C até o século XV). No final deste período vivenciou a expansão ultramarina, formação dos estados nacionais. MODO DE PRODUÇÃO FEUDAL: Tem suas origens no século IV a partir das invasões germânicas (bárbaras) ao Império Romano (Europa). As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado, economia baseada na agricultura de subsistência, trabalho servil, economia monetária e sem comércio, onde predomina a troca (escambo), o sistema econômico é de subsistência. Os trabalhadores do feudo trabalhavam sob um regime de servidão, ficavam presos à terra, não podendo abandoná-las, porém não eram considerados escravos pois recebiam proteção de seus senhores e além disso, possuíam direitos. As principais obrigações devidas pelos trabalhadores eram: corvéia e a talha. IDADE MODERNA: Período específico da história do Ocidente, um momento de transição. Tradicionalmente aceita-se o início estabelecido pelos historiadores franceses, em 1453 quando ocorreu a Tomada de Constantinopla e o término foi com a Revolução Francesa em 1789. MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISMO): MERCANTILISTA (PRÉ Práticas econômicas desenvolvida na Europa na Idade Moderna, entre século XV, e o final do século XVIII. O mercantilismo originou um conjunto de medidas econômicas diversas de acordo com os Estados. Caracterizou-se por uma forte intervenção do Estado na economia. Consistiu numa série de medidas tendentes a unificar o mercado interno e teve como finalidade a formação de fortes Estados nacionais. Este período estende-se do século XVI ao XVIII. Inicia-se com as Expansões Marítimas Europeias. IDADE CONTEMPORÂNEA Período específico atual da história do mundo ocidental, iniciado a partir da Revolução Francesa (1789 d.C.). O seu início foi bastante marcado pela corrente filosófica iluminista, que elevava a importância da razão. MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA: O capitalismo é um sistema econômica em que os meios de produção e distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos; decisões sobre oferta, demanda, preço, distribuição e investimentos são realizadas pelos proprietários. O termo capitalismo foi criado e utilizado por socialistas e anarquistas ( Karl Marx, Proudhon e Sombart), no final do séc. XIX e início do séc. XX, para identificar o sistema político econômico existente na sociedade ocidental quando se referiam a ele em suas críticas. MODO DE PRODUÇÃO COMUNISTA É uma ideologia política e socioeconômica, que pretende promover o estabelecimento de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum e no controle dos meios de produção e da propriedade em geral. Karl Marx, postulou que o comunismo seria a fase final na sociedade humana, o que seria alcançado através de uma revolução proletária. O "comunismo puro", no sentido marxista refere-se a uma sociedade sem classes, sem Estado e livre de opressão, onde as decisões sobre o que produzir e quais as políticas devem prosseguir são tomadas democraticamente, permitindo que cada membro da sociedade possa participar do processo decisório, tanto na esfera política e econômica da vida. DIVISÃO DA SOCIEDADE EM DE KARL MARX SUPERESTRUTURA CAPITALISMO ESTRUTURA PRINCIPAIS CATEGORIAS DA TEORIA DE KARL MARX ALIENAÇÃO: Para Marx, tem um sentido negativo, em que o trabalho, ao invés de realizar o homem, o escraviza; ao invés de humanizá-lo, o desumaniza. O homem é estimulado a troca o verbo SER pelo TER: sua vida passa a medir-se pelo que ele possui, não pelo que ele é... Para Marx a religião e o Estado são formas de alienação. A alienação econômica é uma forma do homem explorar o próprio homem, utilizando formas de manipulação e expropriação. IDEOLOGIA: Marx não separa a produção das ideias e as condições sociais e históricas nas quais são produzidas (tal separação é o que caracteriza a ideologia). Pode ser compreendida como ciência das idéias; para Marx a ideologia age como uma deformadora de realidade, pois mascaras as explorações do sistema capitalista. A ideologia é utilizada nos processos de alienação. PRODUÇÃO-CONSUMO: Atividade de transformação mediada pelo trabalho. "Sem produção – afirma Marx – não há consumo, porém, sem consumo tampouco há produção, já que neste caso a produção não teria objeto". As esferas da produção e do consumo estão interligadas por um terceiro momento: o distributivo. Marx alinha produção, distribuição, intercâmbio e consumo. FETICHE: Significa “objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto. Significado conferido ao fenômeno da atribuição de valor simbólico aos produtos (manufaturas). É um objeto material ao qual se atribuem poderes mágicos ou sobrenaturais, positivos ou negativos. TRABALHO: se refere a uma atividade própria do homem. O trabalho é um desprendimento de energia exclusivamente humano. Neste processo, o homem se enfrenta como um poder natural, em palavras de Karl Marx, o trabalho transforma a natureza. MAIS VALIA: O valor do trabalho é abstrato, no sentido em que o valor padrão de um salário para uma determinada atividade (e para uma determinada duração da jornada de trabalho) é dado pelo Mercado, isto é, pela demanda agregada dos capitalistas. A mais valia seria a ampliação da duração da jornada de trabalho mantendo o salário constante - o que ele chama de mais-valia absoluta; ou ampliar a produtividade física do trabalho pela via da mecanização - o que ele chama de mais-valia relativa. É uma relação que associa TEMPO – LUCRO – TRABALHO - EXPLORAÇÃO. Karl Marx e as Classes Sociais A perspectiva de Karl Marx era a do Materialismo Histórico e Dialético, ou seja, interpretando os acontecimentos históricos como fatores econômicos sociais. A produção e reprodução da sociedade capitalista só se realiza porque capitalistas e trabalhadores entram em uma relação de dominação e exploração. Para Marx o Estado é o instrumento no qual uma classe domina e explora outra, assim, o Estado é a classe dominante que deste modo, garante os seus interesses e o bom funcionamento da economia. ANTAGONISMO DE CLASSE Inversão da pirâmide social PATRÃO PROLETARIADO Revolução socialista PROLETARIADO PATRÃO SOCIALISMO, COMUNISMO, ANARQUISMO Socialismo: Corrente reformista que tinha como seu objetivo a socialização dos meios de produção com base no pressuposto de que os problemas são oriundos das desigualdade sociais. Comunismo: é um sistema de governo, no qual o objetivo era acabar com as classes sociais, a propriedade privada e o Estado. Anarquismo: seria organizada de acordo com a necessidade das comunidades, cujas relações seriam voltadas ao auto-abastecimento sem fins lucrativos e à base de trocas. O anarquismo postulava o fim do Estado e de toda e qualquer forma de governo, que seriam as causas da existência dos males sociais e deveriam ser substituídas por uma sociedade em que os homens fossem livres, sem leis, polícia, tribunais ou forças armadas.