CENTRO ESPÍRITA "A CAMINHO DA LUZ"
Volta Redonda - RJ
Departamento de Estudo e Doutrina
Programa Integrado de Estudo das Obras Básicas
1ª Fase
1988
1
A EVOLUÇÃO ANÍMICA
"Em a natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".
(LAVOISIER)
"Natura non facit saltus".
(LEIBNITZ) (1)
"Omne vivum ex ovo".
(HARVEY) (2)
"Mens agitat molem".
(VIRGILIO) (3)
"De te fabula narratur".
(HORACIO) (4)
2
ÍNDICE
1. OBJETIVO .......................................................................................
2. INTRODUÇÃO .................................................................................
3. A PIRÂMIDE ....................................................................................
4. O LADO DIREITO ............................................................................
5. O LADO ESQUERDO ......................................................................
5.1. A Mônada ...........................................................................
5.2. A Lei das unidades coletivas ..............................................
5.2.1. Exemplos ............................................................................
5.3. Conclusão ...........................................................................
5.3.1. Observação .........................................................................
6. RESUMO .............................................................................................
7. APLICAÇÃO ........................................................................................
7.1. A Curva ...............................................................................
7.2. Os Reinos ...........................................................................
7.3. A Pirâmide e a Curva ..........................................................
7.3.1. Raios de Influência ..............................................................
8. NOTAS .................................................................................................
8.I
Estágios ..............................................................................
8.I. ª. REINO MONÁDICO ............................................................
8.I.b. REINO MINERAL ...............................................................
8.I.c. REINO VEGETAL ................................................................
8.I.d. REINO ANIMAL ...................................................................
8.I.e. REINO HOMINAL ................................................................
8.I.f . REINO ANGELICAL ............................................................
8.I.g. Resumo Gráfico ...................................................................
8.II. A Alma Grupo ......................................................................
8.III. Os Extremos da Curva ........................................................
8.IV. A "Onda Gama" e o "Efeito Gênesis" .................................
8.V. Duração no tempo ...............................................................
9.
10.
11.
12.
A CURVA COMPLETA .....................................................................
PALAVRAS FINAIS ..........................................................................
BIBLIOGRAFIA .................................................................................
CITAÇÕES ........................................................................................
3
Pág.
5
5
5
5
5
6
6
6
7
7
8
8
8
8
9
9
10
10
10
10
11
12
12
14
15
16
16
16
16
17
18
19
19
1 - OBJETIVO: A meta destas anotações consiste em tornar mais clara, de uma forma mais
didática e sintética, alguns comentários de vários autores, encarnados e
desencarnados, sobre o problema da evolução do Princípio Inteligente, segundo a
Doutrina Espírita.
2 - INTRODUÇÃO: Esta questão pode ser abordada sob vários aspectos. Um dos que mais
nos interessa é a demonstração da hierarquia existente entre Deus e as obras por ele
criadas, e a finalidade destas criações. Esta hierarquia pode ser expressa sob a forma
de uma pirâmide: A Pirâmide da Evolução.
3 - A PIRÂMIDE: A formação desta pirâmide é claramente demonstrada pela conjugação de
três perguntas, encontradas no Livro do Espíritos (LE), que são as de n º 01, 23 e 27 e
ainda o insuperável e incomparável cap. XI da Gênese (G), que podem se resumir da
seguinte forma:
D E U S
(LE. 01)
(LE. 23) (G.XI, 1 à 9)
(LE. 27) (G.VI, 10 e 11)
PRINCÍPIO
INTELIGENTE
FLUIDO
UNIVERSAL
4 - O LADO DIREITO: De uma leitura atenta das perguntas de n.º 27, 30 e 64 do (LE) e das
informações complementares do cap. VI, itens 3 a l8 da (G), chega-se facilmente a esta
conclusão:
FLUIDO
UNIVERSAL
(LE. 27) (G.VI, 10 e 11
(LE. 30) (G.VI, 3 à 7)
(LE. 64 e 65) (G.VI, 17 e 18 – X, 16 à 18)
MATÉRIA
FLUIDO
VITAL
5 - O LADO ESQUERDO: Ao analisar este lado da pirâmide, o da gênese do Espírito, sob o
ponto de vista das Obras Básicas, encontramos escassos informes. Pode-se deduzir da
leitura do cap. XI-19 e cap. XI-7 da (G), que no século passado - época da codificação,
era, no mínimo, inconveniente a criação de polêmicas teológicas, prejudiciais à
implantação do Espiritismo. Prudentemente os Espíritos Superiores calaram-se sobre
esse assunto.
Atualmente, com a larga difusão da Doutrina Espírita e a gradativa eliminação
dos "inconvenientes", tornou-se necessária, para fins de estudo, a criação de
hipóteses que iluminassem este ponto obscuro. A mais coerente dessas hipóteses é a
que se encontra a seguir.
Partindo da questão n.º 79 do (LE), somos levados a concluir que os Espíritos
são a INDIVIDUALIZAÇÃO do Princípio Inteligente; entretanto esta individualização
opera-se ao longo de muitos milhões de anos, onde o Princípio Inteligente sofre
infinitas transformações; porém a que mais particularmente nos interessa nessa
análise, é a PRIMEIRA (1ª) transformação ou mutação ou adaptação (ou qualquer outro
nome que se queira dar) do Princípio Inteligente.
4
A esta altura faz-se necessária a escolha de um termo que defina esta primeira
transformação. À falta de outro mais adequado, ficamos com o sugerido por André Luiz em
(EDM) conforme abaixo descrito, que é uma ligeira adaptação do conceito proposto pelo
matemático e filósofo G. W. Leibnitz (1646-1716).
5.1.
MÔNADA (Grego: Monás, Monádos; Latim: Monade, unidade): Unidade
atômica simples e perfeita, ativa, indecomponível e indivisível; energia espiritual primária
dotada de uma peculiar tendência à formação de colônias, segundo a Lei das Unidades
Coletivas. A título de esclarecimento, podemos estabelecer esta comparação: A Mônada
está para o Princípio Inteligente, assim como INVERSAMENTE, o Átomo está para a
matéria.
5.2.
LEI DAS UNIDADES COLETIVAS: Esta lei acha-se descrita e desenvolvida no
cap. XXVII da (GS), assim resumida: "Toda individualidade resulta composta de
individualidades menores que, a seu turno, são agregados de outras individualidades ainda
menores, até ao infinito negativo; e é, por sua vez elemento constitutivo de
individualidades ainda maiores, que o são de outras ainda maiores, até ao infinito positivo".
Graficamente:
-00
0
+00
5.2.1. EXEMPLOS: Por se tratar de uma lei universal, tem infinitas aplicações.
Uma delas no campo da astronomia, refere-se às concentrações formadas por diversas
galáxias, conforme observa-se no seguinte trecho: " As galáxias aparecem, em geral, como
componentes de pares de galáxias interagentes. Estes constituem o tipo mais simples de
agrupamento. Na realidade, elas tendem a se reagrupar, compondo aglomerados de vários
tipos. Esta tendência revela-se tão acentuada, que os astrônomos costumam afirmar que a
melhor maneira de se encontrar uma galáxia é procurá-la perto de outra. Nossa própria
galáxia não foge a essa regra, pois forma um sistema triplo com as Nuvens (Grande e
Pequena) de Magalhães, que estão a uma distância da ordem de 170.000 anos-luz. (...) A
nossa galáxia e a de Andrômeda constituem os pólos de um conjunto de galáxias,
composto por cerca de trinta membros, gravitacionalmente interligados que constituem o
chamado "Grupo Local". Chama-se "Grupo" a um conjunto pouco numeroso de galáxias,
ao passo que se usa a denominação de "Aglomerado" para indicar complexos constituídos
por grande número de elementos" (CPA). O Aglomerado de Virgem contém algumas
centenas de galáxias. Entre os que recebem o nome de "Aglomerados Ricos", está o que se
acha mais próximo do nosso sistema, situa-se na Cabeleira de Berenice e sues
componentes chegam a alguns milhares.
Ainda no Macrocosmo, poderíamos citar as concentrações de estrelas que
formam os "Aglomerados Abertos" e os "Aglomerados Globulares". Entretanto,
essencialmente, é mais uma confirmação da lei anteriormente citada; com relação ao
5
Microcosmo, basta lembrar o mundo atômico, onde partindo do elemento mais simples que
existe, o átomo de Hidrogênio (núcleo: 1 próton; eletrosfera: 1 elétron), com arranjo dos
prótons e elétrons em aglomerações cada vez mais complexas, chega-se por exemplo ao
átomo do Urânio (núcleo: 92 prótons e neutros; Eletrosfera: 92 elétrons), que por sua vez
ainda não é o mais complexo, e concluiremos que a Lei doas Unidades Coletivas é
realmente universal.
5.3.
CONCLUSÃO: Agora podemos finalmente compor o lado esquerdo da Pirâmide
Evolutiva, assim resumindo:
PRINCÍPIO
INTELIGENTE
(LE. 23) (G.XI, 1 à 9)
(LE. 79) (G.XI,6)
M M M M M M M M M M M M M M M M
MÔNADAS
5.3.1 OBSERVAÇÃO: De uma leitura cuidadosa dos itens 4 e 5, tira-se uma conclusão
importantíssima: O Fluido Universal é a fonte geradora de TODAS AS INFINITAS formas de
energia existentes no Cosmos (na Pirâmide, sob o título genérico de "Matéria"), sendo o
Fluido Vital apenas UMA destas infinitas formas (colocado em separado na Pirâmide, por
ter propriedades "sui generis"), PORÉM o Princípio Inteligente gera ÚNICA
e
EXCLUSIVAMENTE a Mônada, que através do processo evolutivo, alguns bilhões de anos
mais tarde, tornar-se-á UM ESPÍRITO.
Graficamente:
OCEANO ENERGÉTICO DO PRINCÍPIO INTELIGENTE
EVOLUCAO (Bilhões de anos)
MÔNADA
(uma “gota“)
ESPÍRITO OU ALMA
(ser humano)
6
6.
RESUMO: A Pirâmide Evolutiva pode ser assim esquematizada:
D E U S
PRINCÍPIO
INTELIGENTE
FLUIDO
MATÉRIA
MÔNADA
UNIVERSAL
FLUIDO VITAL
7. APLICAÇÃO: Como conseqüência dos conceitos anteriormente analisados, torna-se
necessário, para fins de estudo, a demonstração da utilidade e finalidade da criação divina
(sem qualquer tola pretensão ou vaidade de justificar as obras e os atos de Deus. Não
teríamos envergadura para tanto e Ele, definitivamente, não necessitaria de corroboração
neste sentido). Entretanto, o estudo é imperioso; então admite-se que o processo evolutivo
da Mônada desenvolve-se segundo Leis rigidamente estabelecidas pelo Criador. Estas Leis
estão matematicamente definidas em seus códigos. Podemos então, a título de exercício
mental, imaginar uma curva geométrica qualquer que exprima, no papel, o desenvolvimento
destas Leis.
7.1.
A CURVA: Coloca-se em um eixo cartesiano uma curva genérica qualquer. O
eixo horizontal (das abcissas) traduz o transcurso do tempo e que é infinito. O eixo vertical
(das ordenadas) traduz o somatório de experiências vividas pela Mônada. A reta vertical,
colocada à direita do eixo das ordenadas, representa a Perfeição-DEUS. O desenho a seguir
elucida a questão.
00
DEUS
EXP.
CURVA GENÉRICA
T
00
0
Notar que, no desenvolvimento da curva, a Mônada tende a se aproximar da
divindade, sem contudo atingi-la (esta reta é a curva das assintóticas). Este fato confirma
as informações contidas nas questões de n.º 96 a 131 (LE).
7.2.
OS REINOS: As experiências vividas pela Mônada ao longo do tempo, podem
ser didaticamente divididas em seis eras, fases, ou reinos, a saber: 1) REINO MONÁDICO
(M); 2) REINIO MINERAL (m); 3) REINO VEGETAL (v); REINO ANIMAL (a); 5) REINO
HOMINAL (H); 6) REINO ANGELICAL (A).
7
Graficamente temos:
DEUS
00
EXP.
CURVA DAS EXPERIÊNCIAS EM FUNÇÃO
DO TEMPO: EXP.= f (T)
T
1
0
M
7.3.
2
m
3
4
v
a
5
H
00
6
A
A PIRÂMIDE e a CURVA: Superpondo-se os gráficos até agora obtidos,
chegamos à seguinte situação resumida:
D E U S
00
PRINCÍPIO
INTELIGENTE
FLUIDO
UNIVERSAL
6
MATÉRIA
MÔNADA
DEUS
EXP.
FLUIDO VITAL
5
4
3
2
1
T
0
00
M
m
v
a
H
A
7.3.1. RAIOS DE INFLUÊNCIA: Dentro da superposição anterior, cumpre
notar duas coisas:
1 - O raio de ação da matéria está compreendido entre os pontos 1 e 5 (LE.22a)-Gráfico 1.
2 - O raio de influência do Fluido Vital estende-se do ponto 2 ao 5, entretanto ele principia,
na realidade, no ponto 1. Isto se deve ao fato de, normalmente, só considerarmos "seres
vivos" as espécies vegetais e animais, porém os minerais absorvem uma parcela
infinitesimal do Fluido Vital (G.VI, 17 e 18 ) - Gráfico 2.
8
MATÉRIA
1
0
2
FLUIDO
3
4
5
6
0
2
3
4
5
6
GRÁFICO 02
GRÁFICO 01
8.
1
VITAL
NOTAS: A "Curva da Evolução Anímica" ainda comporta algumas considerações,
tais como:
I - O Princípio Inteligente estagia, conforme visto anteriormente em seis reinos diferentes
onde, em cada um deles aprende a reagir adaptando-se às solicitações do meio ambiente;
entretanto as características fundamentais a serem desenvolvidas em cada reino, estão a
seguir relacionadas:
a - REINO MONÁDICO (do ponto 0 ao 1): O Princípio Unificador (DEE, II - pg.
45) rege e orienta a AGLUTINAÇÃO na formação das aglomerações ou colônias (ver 5.1)
Fisiologia: desenvolvimento puramente na dimensão
fechada sobre si mesma em estado embrionário, não possuindo formas físicas.
espiritual,
Anatomia: assemelha-se a uma bolha de sabão, onde um campo
energético de altíssima voltagem está contido (fig. 1).
b - REINO MINERAL (do ponto 1 ao ponto 2): O Princípio-Unificador rege e
orienta a ATRAÇÃO dos átomos para a formação de cadeias moleculares segundo uma
direção preferencial ditada pelo EIXO-VITAL. Aqui a Mônada é exercitada através de
repetições constantes e "vai se categorizando pelas tentativas e experiências, reunindo
cada vez mais moléculas de Hidrogênio, Carbono, Nitrogênio e Oxigênio até que, num
determinado momento, torna-se senhora deste jogo molecular e passa a reger e orientar a
ATRAÇÃO dos átomos para a formação de cadeias e coordenar finalmente a vida". (DEE, II
- pg. 45).
Fisiologia: desenvolvimento cíclico alternado nas duas dimensões: Espiritual
e Material, cujos intervalos, na dimensão espiritual, são extremamente reduzidos, quase
nulos; nesta última, a forma e o crescimento são difusos, ou seja, em toda e qualquer
direção.
Anatomia: sua aparência exterior é amorfa, entretanto no interior do mineral,
os átomos estão dispostos matematicamente segundo um projeto pré-estabelecido: as
redes cristalinas (embrião do futuro perispírito), que são impostas pelo campo de força do
EIXO-VITAL: "quantum" infinitesimal de Fluido Vital que os minerais absorvem e que
diferencia cada "espécie" química do Reino Mineral. (fig. 2).
9
"Sabemos que em nosso globo a vida aparece a princípio sob formas mais simples e
elementares; que, em seguida, se elevou, com progressão constante, de forma a forma, de
espécie a espécie, até ao tipo humano que coroa a criação terrestre". (DM-XI).
c - REINO VEGETAL (do número 2 ao 3): O EIXO-VITAL transmutando-se em
PSIQUISMO-PRIMÁRIO, desenvolve novas "qualidades" baseadas em uma sensibilidade
maior em relação ao reino anterior. "As qualidades que vivem, oscilam e se transformam
constantemente na matéria orgânica... (são) incorporadas sob forma de aptidões e serão
transferidas sempre na morfogênese dos elementos vivos que estão despontando. desse
modo, os elementos vivos vão trazendo consigo a potência arquetípica, com suas
modificações evolutivas nos dois planos, físico e espiritual" (DEE, II - pg. 49). Esta
sensibilidade faculta o aparecimento de uma faculdade chamada IRRITABILIDADE, que é a
capacidade de reagir ao meio exterior e é o embrião do primeiro e mais primitivo sentido
físico: o tato.
Nesta fase a Mônada, já distanciada do ciclo colonial, possui a individualidade (visto
que cada vegetal é único), muito embora não tenha consciência disto (LE. 586).
Fisiologia: Desenvolvimento cíclico nas duas dimensões: espiritual e
material, cujos intervalos na 1ª dimensão são reduzidos ao mínimo indispensável. Na 2ª
dimensão, a transmutação do Eixo-Vital em Psiquismo-Primário acelera e transforma o
crescimento difuso dos minerais, numa única direção: a vertical. Na área sexual são
hermafroditas.
Anatomia: Os vegetais possuem um DUPLO-ETÉRICO extremamente
compacto (fato característico da transmutação anteriormente mencionada), e é o primeiro
veículo da manifestação do campo de forças atávicas da Mônada. Sua estrutura baseia-se
numa absorção maior e mais diferenciada do Fluido Vital terrestre. (fig. 3).
"O sentimento da justiça absoluta diz-nos que, não apenas o homem, mas também o
animal não deve viver e sofrer inutilmente; uma cadeia ascendente e contínua, parece unir
entre si todas as criações, o mineral ao vegetal, o vegetal ao animal e este ao homem. Ela
pode uni-los duplamente, na matéria e no Espírito: estas duas formas da evolução são
paralelas e solidárias, pois que a vida é uma manifestação do espírito que se traduz em
movimento" (DM-XI).
d - REINO ANIMAL (do ponto 3 ao 4): o Psiquismo-Primário após muitos milhões de
anos e experiências incontáveis, transforma-se no INSTINTO ANIMAL que é um conjunto
complexo de faculdades e capacidades que permitem à Mônada, diante das solicitações do
meio exterior, analisar (de maneira sumária) e reagir de modo característico (embora
automático), mas que varia de indivíduo par indivíduo e de espécie para espécie. (LE. 75 comentário).
Fisiologia: Desenvolvimento nas duas dimensões: espiritual e material, cujos
intervalos na 1ª dimensão, via de regra, variam de horas, podendo chegar a alguns anos
nos animais superiores (conforme a necessidade). Na 2ª dimensão, a direção de
crescimento sofre um giro de 90º e passa a ocupar a posição horizontal.
Anatomia: A transformação evolutiva do Psiquismo-Primário em instinto
animal provoca uma melhoria no campo de forças atávicas da Mônada. Esta melhoria
opera-se em dois estágios distintos:
10
1º) Nos animais inferiores: caracteriza-se pelo melhoramento incessante do
duplo-etérico, que se torna gradativamente menos compacto. Sexualmente, quase
na totalidade, são hermafroditas;
2º) Nos animais superiores: é notório o aparecimento de um "perispírito"
rudimentar, além de um duplo-etérico ainda menos denso. O sexo está diferenciado
em macho e fêmea. (fig. 4).
"A Alma, após lenta elaboração, atinge o estado humano do qual não pode mais involuir, e
conquista a consciência: as formas que reveste, qualquer que seja o seu grau de perfeição,
são a expressão do seu valor intrínseco, e o posto que ocupa na cadeia dos seres é sempre
adequado ao seu grau de perfeição" (DM-XI).
e - REINO HOMINAL (do ponto 4 ao 5): O instinto animal depois de alguns milhares
de anos, sofre uma transformação radical, facultando o aparecimento da INTELIGÊNCIA.
Ela permite ao homem pensar e raciocinar, tomando decisões. Este fato implica no
surgimento da noção de responsabilidade, decorrente do uso do Livre-Arbítrio, fator que
torna o Reino Hominal distinto do determinismo vigente nos reinos anteriores. Nesta fase a
Mônada tem consciência integral da sua Individualidade e passa a se chamar ESPÍRITO
(LE. 76).
Fisiologia:
Desenvolvimento cíclico nas duas dimensões: Espiritual e
Material, cujos intervalos na 1ª dimensão, genericamente, estão compreendidos entre
vários anos e alguns séculos (sempre segundo as necessidades). Na segunda dimensão a
direção de crescimento sofre outro giro de 90º em relação ao Reino Animal e 180º em
relação ao Reino Vegetal.
Anatomia: No Reino Hominal a ALMA (LE.134) caracteriza-se por possuir um
equipamento fisiológico altamente complexo e diferenciado. O ser humano compreende
sete campos de energia distintos, a saber (C):
1)
2)
3)
4)
5)
6)
7)
O ESPÍRITO;
A MENTE ESPIRITUAL;
O INTELECTO;
A MENTE INSTINTIVA;
O CORPO ASTRAL;
O CORPO VITAL;
O CORPO FÍSICO.
Note-se que Kardec sábia e didaticamente assim os resumiu (LE.135; G.XI-17 E 18):
1) O ESPÍRITO;
2) O PERISPÍRITO:
Síntese dos equipamentos intermediários: "...é o regulador das funções, o arquiteto que
vela pela manutenção do edifício, porque esta tarefa não pode, absolutamente, depender
das atividades cegas da matéria" (R.pg.59).
3) O CORPO FÍSICO. (fig. 5).
11
"No dia em que a Alma, chegada ao estágio humano, conquista a própria autonomia e a
responsabilidade moral com a compreensão do dever, ela não atinge por isso a sua
finalidade, nem termina aí a sua evolução. Longe de terminá-la, sua verdadeira vida apenas
está começando; novos deveres a esperam, e as lutas do passado são apenas o prelúdio
daquelas que o futuro lhe reserva. Seus renascimentos no corpo físico se repetirão sobre
esta terra; ela reiniciará, a cada vez, com órgãos rejuvenescidos, a obra de
aperfeiçoamento interrompida com a morte, para continuá-la e progredir cada vez mais.
Assim a Alma, viajora eterna, sairá de esfera em esfera, para o bem e a razão infinita,
conquistando novos graus, progredindo sem cessar no saber, na sapiência e na virtude"
(DM-XI).
f - REINO ANGELICAL (do ponto 5 ao 6): A inteligência que permitiu ao homem
pensar, raciocinar e tomar decisões desenvolve-se em dois setores fundamentais: o
Intelectual e o Sentimental. O 1º desenvolve-se com relativa facilidade e algum esforço,
porém o 2º somente desenvolve-se com sacrifício, às vezes penosamente ao longo de
milênios; entretanto um sentimento chamado AMOR PURO (LE.918), que resume todos os
demais, é o ideal de perfeição a que todos os seres humanos almejam, uma vez que uma
pequena parcela dele, dentro dos nossos corações, incessantemente se dilata e expande,
muito embora ainda se ache atado ao Amor-Instinto (sexual) (LE.890), ansiando por se
libertar deste último para voar até Deus.
Fisiologia: Desenvolvimento puramente na dimensão espiritual (LE.113): "Eles
são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da
harmonia universal".
Anatomia: Numa primeira fase, continuam a possuir a configuração humana
proporcionada pelo Perispírito e a conseqüente distinção sexual: masculino/feminino,
embora em vias de extinção (fig.6 a); posteriormente o Perispírito sublima-se e funde-se
com o Espírito, consequentemente desaparecem os caracteres sexuais, proporcionado um
espetáculo de rara beleza, onde o Ser Espiritual perde a conformação humana e torna-se
um foco luminoso, uma Estrela Espiritual (fig.6b).
"O Espírito, após ter percorrido o ciclo de suas existências planetárias, depois de
ter-se purificado nas suas reencarnações e nas suas migrações através dos mundos,
encerra a série das existências e entra na vida espiritual definitiva, a verdadeira vida da
Alma, que não conhece o mal, a sombra, o erro. Então, mesmo as derradeiras influências
materiais desaparecem; a calma, a serenidade, a segurança profunda substituem os afãs,
as inquietações anteriores: a alma atingiu o termo de suas provas e está certa de não mais
sofrer. Com que emoção ela lembra então os fatos de sua vida dispersa nos tempos, de sua
longa peregrinação à conquista de seus méritos e de seu estado!
Quantos ensinamentos ao longo desta ascensão contínua, durante a qual se
constituiu e se afirma a unidade de sua natureza e de sua personalidade imortal!
Recordações distantes, tempos de apreensões, de cuidados, de dores, ela compara com a
felicidade presente que saboreia com delícia.
Que inebriamento sentir-se viver entre espíritos iluminados, pacientes e meigos,
unir-se-lhes com afeição serena, dividir com eles as aspirações, os trabalhos, os desejos,
saber-se compreendidos, sustidos, amados, triunfadores da necessidade e da morte,
jovens, de uma juventude que não sente a corrosão dos séculos! Depois estudar, admirar,
12
glorificar a obra infinita e penetrar-lhe mais intimamente os divinos mistérios, reconhecer
em cada coisa a justiça, a beleza, a bondade celeste e identificar-se com elas, saciar-se e
nutrir-se delas, acompanhar os gênios superiores em suas jornadas, segui-los em suas
missões, compreender a possibilidade de chegar a igualá-los, de subir ainda mais alto,
onde sempre novas alegrias, novos trabalhos, novos progressos nos esperam, tal é a vida
eterna, magnífica, exuberante, a vida do espírito purificado pela dor (DM-XXXV).
g - RESUMO GRÁFICO (EA. II, pg.109):
♂
♀
٨
MONÁDICO (fig.1)
HOMINAL (fig.5)
SUPERFÍCIE
♂
♀
٨
٧
(fig.6a)
♂
♀
VEGETAL (fig.3)
♀
٨
♂
(fig. 6b)
ANGELICAL
ANIMAL (fig.4)
13
II) Nos reinos inferiores da criação (M, m, v, a) o Princípio Inteligente desenvolve-se sob o
comando e orientação do que se convencionou chamar ALMA GRUPO (DEE.III, pg. 105),
que nada mais é que os Espíritos Superiores, encarregados de dirigir este
desenvolvimento. André Luiz os chamou poeticamente de Arquitetos do Espírito (EDM. IX,
pg. 69. São eles que presidem a ação do Princípio-Unificador (M, m) do Psiquismo-Primário
(v) e do Instinto (a). Nos reinos superiores (H, A) com o advento do livre-arbítrio, cessa a
influência determinística, nascendo a liberdade de escolha.
III) O desenvolvimento do Princípio Inteligente, nos extremos da curva, ou seja, no 1º reino
(M) e no 6º e último (A), desenrola-se exclusivamente no Plano Espiritual, enquanto que
nos intermediários (m, v, a, H) verifica-se o ciclo reencarnatório: uma etapa na dimensão
espiritual e outra na material, alternadamente.
IV) Uma das mais incríveis transformações do Fluido Universal, é um tipo particular de
energia radiante chamada "FLUIDO VITAL", detentora de uma propriedade "sui generis": A
faculdade de engendrar a vida (LE. 60; G. X, 16). Esta transmutação do Fluido Universal cria
infinitas formas de ondas com estas características, todas elas genericamente chamadas
de "Fluido Vital" (LE. 66), inclusive a formidável Onda Gama, geradora do "Efeito Gênesis":
estopim das mais primitivas formas de manifestação da Mônada no orbe terrestre (EDM. III;
ACL. I - O Verbo; JE. II).
v) A Mônada gasta entre os pontos 2 e 4, nada menos que 1,5 bilhão de anos e entre os
pontos 4 e 5, pelo menos 200 000 anos (EDM. III - 6, VI - 7), ou no mínimo 1000 encarnações
segundo o espiritualista Caio Miranda (plenamente de acordo com André Luiz). Quanto aos
outros pontos, não dispomos de informações suficientes.
9. A CURVA COMPLETA: Todas as considerações anteriormente descritas, podem ser
sintetizadas no gráfico da página seguinte:
14
15
"Nenhuma teoria filosófica pode, como o Espiritismo, explicar todos estes fenômenos.
Graças à lei da Reencarnação e ao conhecimento da natureza da Alma, fácil se torna
compreender o progresso do Espírito, desde as modalidades mais rudimentares, até as
manifestações mais altas".
"O Princípio Pensante percorreu, lentamente, todas as escalas da vida orgânica, e foi por
meio de uma ascensão ininterrupta, em transcurso de séculos inumeráveis, que ele pôde,
pouco a pouco, demoradamente, fixar no invólucro fluídico todas as leis da vida vegetava,
orgânica e psíquica".
"Foi-lhe preciso rematerializar-se um sem-número de vezes, para que todos esses
momentos, sentidos, conscientes, desejados, chegassem à inconsciência e ao
automatismo perfeito, que caracterizam as reações vitais e as ações reflexas. Não é de
improviso que o ser, seja qual for, chega a esse resultado, pois a natureza não faz milagres,
e opera sempre do simples para o complexo. Para que um ser tão complexo quanto o
homem, que reúne os caracteres mais elevados de todas as criaturas vivas, possa existir,
importa absoluta e necessariamente, tenha percorrido toda a série, cujos diferentes
estados ele em si resume".
(AREA, VI, pg. 244).
9.
PALAVRAS FINAIS: Não é nossa pretensão penetrar nos arcanos do Criador,
mas única e exclusivamente, contribuir no esclarecimento de algumas idéias, que se
encontram esparsas em vários livros, resumindo-as o máximo possível, de modo a tornálas mais compreensíveis aos neófitos (assim esperamos).
Igualmente não pretendemos ter esgotado o assunto, que ainda poderia ser
desdobrado em vários outros aspectos, com abordagens e enfoques diferentes, mas que
extrapolariam os limites físicos de uma simples apostila.
"Non multa, sed multum; non nova, sed nove". (5)
16
10.
BIBLIOGRAFIA:
1)
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(AEA)
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(JE II)
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11.
CITAÇÕES:
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4)
5)
: O LIVRO DOS ESPÍRITOS
: A GÊNESE
: A EVOLUÇÃO ANÍMICA
: OS CHACRAS
: A CAMINHO DA LUZ
: CURSO PRÁTICO DE ASTRONOMIA
: DINÂMICA ESPIRITUAL DA EVOLUÇÃO
: DEPOIS DA MORTE
: A EVOLUÇÃO DE ADÃO
: EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS
: A GRANDE SÍNTESE
: JORNADA NAS ESTRELAS II (filme)
"A IRA DE KHAN"
: A REENCARNAÇÃO
Allan Kardec
Allan Kardec
Gabriel Delanne
C.W. Leadbeater
Emmanuel/FCX
Riográfica
Jorge Andréa
Léon Denis
J.D. Martins
André Luiz/FCX/WV
Pietro Ubaldi
Gabriel Delanne
"A Natureza não dá saltos". (Leibnitz)
"Todo ser vivo provém de um germe". (Harvey)
"O espírito move a matéria". (Virgílio)
"É de ti que se trata nesta história". (Horácio).
"Não muitas coisas, mas algo importante; não coisas novas, mas de uma nova
maneira". (provérbio latino)
FIM
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