Antes de tudo, organizando a vida: Estão disponíveis no xérox 11 textos referentes às aulas já dadas e incluido o texto sobre Marshall McLhuan, que será trabalhado na aula que vem. No FTP, estão disponíveis as apresentações usadas em sala de aula. Dia 7 de outubro: prova de Teoria da Comunicação (individual, sem consulta. Textos base: os que estão disponíveis no xérox, mais o material do FTP) ESCOLA SOCIOLÓGICA EUROPÉIA Umberto Eco, os apocalípticos e os integrados O contexto Década de 60; Os produtos dos meios de comunicação passam a ganhar destaque nas universidades e nas artes em geral (Wandy Warhol); Postura crítica, mas não unidirecional diante dos meios de comunicação; Principais autores: Umberto Eco e Edgar Morin. Os principais autores Umberto Eco (Itália, 1932) Edgar Morin (Paris, 1921) A cultura de massa vai para o banco dos réus “A cultura de massa é a cultura do homem contemporâneo” (Umberto Eco). A cultura de massa se torna uma “definição de ordem antropológica, válida para indicar um preciso contexto histórico, no qual os fenômenos da comunicação estão entrelaçados e já não se pode comparar o nível da produção cultural recente com a de outras épocas” (ECO, apud SANTOS). Critica às escolas anteriores ( Apocalípticos: frankfurtianos Integrados: funcionalistas Eco lança, portanto, um novo olhar sobre as antigas teorias que tentavam explicar a relação entre a sociedade e os meios de comunicação. Segundo ele, há aí uma “problemática mal formulada”. Analisando as peças de acusação: A veiculação que eles realizam de uma cultura homogênea (que desconsidera diferenças culturais e padroniza o público), levando em consideração “uma média de gosto”; Em vez de simbolizarem a emoção, os MCM provocam-na; o estímulo publicitário (criando, junto ao público, novas necessidades de consumo) – estão sujeitos à “lei da oferta e da procura”; Não provocam nenhum esforço, mesmo quando difundem os produtos de uma cultura superior, nivelando-os; Os MCMs encorajam uma visão passiva e acrítica do mundo; Os produtos da indústria cultural são colocados tão próximos quanto possíveis – “Beethoven virou um ‘assovio’”. Contínua reafirmação do que já se pensa – dá ao povo o que ele quer, mas diz também o que ele deve querer; a sua definição como simples lazer e entretenimento, desestimulando o público a pensar, tornando-o passivo e conformista. Nesse sentido, os MCM seriam usados para fins de controle e manutenção da sociedade capitalista. Analisando as peças de defesa: Os MCM são a única fonte de informaçao possível a uma parcela da população que sempre esteve distante das informações; As informações veiculadas por eles poderem contribuir para a própria formação intelectual do público. Elas ajudam a difundir informações que, antes, não eram de acesso público (essa visão, inclusive, compartilhada pelo protofrankfurtiano Walter Benjamin) – “Beethoven está mais próximo!”; A criação de produtos de “massa” não é exclusividade dos meios de comunicação, basta lembrar do circo; A padronização de gosto gerada por eles funcionar como um elemento unificador das sensibilidades dos diferentes grupos. Nesse sentido, os mdcm não seriam característicos apenas da sociedade capitalista, mas de toda sociedade democrática. Dando o veredicto: Os "apocalípticos" estariam equivocados por considerarem a cultura de massa ruim simplesmente por seu caráter industrial. Não se pode ignorar que a sociedade atual é industrial e que as questões culturais têm que ser pensadas a partir dessa constatação. Os "integrados", por sua vez, estariam errados por esquecerem que normalmente a cultura de massa é produzida por grupos de poder econômico com fins lucrativos, o que significa a tentativa de manutenção dos interesses desses grupos por meio dos próprios MCM. Não é pelo fato de veicular produtos culturais que a cultura de massa deva ser considerada naturalmente boa, como querem os "integrados". Os crimes: “O erro dos apologistas é afirmar que a multiplicação dos produtos da indústria seja boa em si, segundo uma ideal homeostase do livre mercado, e não deva submeter-se a uma crítica e a novas orientações.” (ECO) “O erro dos apocalípticos é pensar que a cultura de massa seja radicalmente má, justamente por ser um fato industrial, e que hoje se possa ministrar uma cultura subtraída ao condicionamento industrial.” (ECO) Portanto... “A falha está em formular o problema nestes termos: “é bom ou mau que exista a cultura de massa?” (ECO) “Na verdade, o problema é: do momento em que a presente situação de uma sociedade industrial torna ineliminável aquele tipo de relação comunicativa conhecido como conjunto dos meios de massa, qual a ação cultural possível a fim de que permitir que esses meios possam veicular valores culturais?” (ECO) A saída... “Daí a necessidade de uma intervenção ativa das comunidades culturais no campo das comunicações de massa. O silêncio não é protesto, é cumplicidade; o mesmo ocorrendo com a recusa do compromisso.” (ECO) “A intervenção crítica pode, antes de mais nada, levar à correção da convicção implícita de que a cultura de massa seja a produção de cibo cultural para as massas (entendidas como categorias de subcidadãos), realizada por uma elite de produtores”. A relação, nessa visão, passa a ser dialética: uns interpretam as exigências e as instâncias dos outros.