PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO POPULAR E A PAZ Profa. Dra. Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula Departamento de Educação Universidade Estadual de Ponta Grossa [email protected] ITINERÂNCIA NA EDUCAÇÃO POPULAR Disciplina Optativa- Graduação em Pedagogia Unicamp- Educação Popular com Carlos Rodrigues Brandão (1988) USP- Mestrado em Educação (1990– 1994)- Celso Beisegel, Marilia Sposito, Pedro Jacobi, Eder Sader, Maria Malta Campos UEPG – Participação no Projeto Rondon – Caracaraí (Ex; Pescadores e EJA), Salgado e Projeto de Extensão Disciplina Educação Popular no Mestrado e Parecerista do Grupo de Educação Popular na ANPED http://www.tvbrasil.org.br/fotos/Salto/entrevistas/095254entrevistado-carlos-brandao.jpg LEMBRANÇAS DE PAULO FREIRE 1994 – Defesa de Brasão Mazula – USP 1997- Encontro Pedagogia da Esperança em São Luis do Maranhão http://www.worldproutassembly.org/images/paulo-freire-2.jpg DISCIPLINA EDUCAÇÃO POPULAR NO MESTRADO- EDUCAÇÃO Experiência prazerosa Seleção e leitura das obras Reflexão sobre nossa existência, processos de humanização/desumanização, encorajamento, vontade de correr riscos, dizer a palavra e ser ouvido, enfrentar problemas com bons argumentos (conflitos e amorosidade) Pensar em processos de libertação de situações opressores CONSTATAÇÕES DE EDUCADORES BRASILEIROS Uma Pedagogia do outro (descobrimento) “Há certos fatos que com o passar dos anos a memória se encarrega de tornar mais vivos e presentes, destacando seus contornos e significados. O meu primeiro contato com o meu orientador em Princeton, EUA (1973) é um desses fatos. Sentado em uma sala com paredes repletas de livros, meu orientador comunicou que teríamos que organizar um seminário básico a respeito das obras de Dewey e Paulo Freire. Comentou que eu deveria estar familiarizado com estas leituras. Não sei o que respondi, mas tenho certeza de que tive vergonha de dizer a verdade” (STRECK, 2001, p.51) DIMENSÕES DO DESCOBRIMENTO DA PEDAGOGIA DO OPRIMIDO (Danilo Streck) UM JEITO DIFERENTE DE FAZER PEDAGOGIA – “Aos esfarrapados do mundo e aos que neles se descobrem e, assim, descobrindo-se, com eles sofrem, mas, sobretudo, com eles lutam”. UM NOVO POSTO DO HOMEM NO COSMO- 1968- O homem foi a lua e período da ditadura -Paulo Freire considerava que os movimentos dos jovens nesta época representavam a necessidade de lutar contra as forças que promoviam a desumanização PENSAR CERTO – Paulo Freire considerava que uma das condições necessárias para pensar certo é não estarmos demasiadamente certos de nossas certezas.” (Educação Popular) Miguel Arroyo Paulo Freire pertence ao passado? “Na história da educação escolar e teoria pedagógica ele é um estranho, descartável. Nada mais tranquilo para a Educação Formal, para um certo olhar historiográfico dizer: Paulo Freire, teu altar é bem merecido, mas em outro santuário: lá terás seguidores e admiradores. Entre nós, nas escolas, nos cursos de Pedagogia, não passas de um estranho visionário, tu não fizeste história. Essa imagem e esse reparto de lugares são muito cômodos. A quem interessa essa dicotomia? Como descontruí-la? (Arroyo, 2001,p. 164) http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.ufmg.br/online/ A HUMANIZAÇÃO NA TEORIA DE PAULO FREIRE “Enquanto vivermos em “tempos de cólera”, de opressão, de miséria, subemprego, enquanto houver um mínimo de sensibilidade humana, Paulo Freire com sua figura, continuará incomodando a teoria e a prática educativa formal e informal. Pouco adiantará encostá-lo em outros altares, em outros templos. É a realidade cruel que nos rodeia que continuará nos incomodando como educadores, como incomodou sempre”. (ARROYO, 2001, 166) SENSIBILIDADE DIANTE DOS PROCESSOS DE DESUMANIZAÇÃO “É a partir da dolorosa constatação da desumanização que os homens se perguntam sobre outra viabilidade, a da humanização. Se ambas são possibilidades, só a humanização nos parece ser o que chamamos de vocação dos homens. Vocação negada, mas também afirmada na própria negação. Vocação negada na injustiça, na exploração, na opressão, na violência dos opressores. Mas afirmada no anseio de liberdade, de justiça, de luta pelos oprimidos, pela recuperação de sua humanidade roubada”. (FREIRE, 1987, p.29) “A infância nos torna nossa pedagoga e nos leva pela mão ao encontro de Freire” A infância oprimida entra na escola, com sua sensibilidade e pedagogia. Ela vem na mochila, na tensão entre humanização,desumanização. Bastará olhar os rostos das crianças e adolescentes para não poder deixar de encará-los como Paulo Freire o fez, para sentir que a infância negada nos interroga e nos pede algo mais que o letramento, as contas, as noções elementares. Pede algo mais do que instrução bancária, algo mais que merenda escolar. Elas pedem que recuperemos a humanidade que já lhes foi roubada desde a infância; que os reconheçamos como excluídos e oprimidos, que reaprendamos a “PEDAGOGIA DO OPRIMIDO” (ARROYO, 2001,p. 169) NÃO PODEMOS ESPERAR QUE A SOCIEDADE SE TRANSFORME EDUCAÇÃO POPULAR – É preciso instrumentalizar as classes populares “As classes populares precisam ter condições de saber operar epistemologicamente. Para isso, precisam de afastar de suas experiências e superar a ingenuidade de seu conhecimento. Eles têm um acúmulo de conhecimentos, mas não alcançam a razão de ser desse conhecimento. É isto que permite superar o “senso comum”, através do bom senso e se aproximar da rigorosidade que pretendemos no conhecimento acadêmico”(FREIRE, 2004, p. 143)” BUSCA DA LIBERDADE “A libertação é um processo permanente de busca de liberdade que não é ponto de chegada mas sempre de partida. Se hoje, faminto e negado, preciso de pão e repouso, amanhã, alimentado e dormido, descubro que preciso de som, de imagem e da palavra escrita.” (FREIRE, 2004, p. 160) REFERÊNCIAS ARROYO, Miguel. Paulo Freire em Tempos de Exlusão. In: FREIRE, Ana Maria. A pedagogia da libertação em Paulo Freire, São Paulo, UNESP, 2001, pg.163-170 FREIRE, Ana Maria (org). Paulo. Pedagogia da Tolerância. São Paulo: UNESP, 2004 STRECK, Danilo. Uma pedagogia do (outro) descobrimento. In: FREIRE, Ana Maria. A pedagogia da libertação em Paulo Freire, São Paulo, UNESP, 2001, pg.51-56