Vírus e Aparelho Respiratório
 75% das infecções agudas do trato respiratório são de
etiologia virusal. São, na maioria das vezes, quadros
benignos, limitados às vias respiratórias.
 Existem , segundo se sabe, mais de duas centenas de
vírus, diferentes, que atacam o aparelho respiratório
 O mais conhecido, é o vírus da gripe ( vírus influenzae) ,
já relatados os seus efeitos desde Hipócrates e que foi
devastador ao longo dos séculos pelas suas pandemia.
Vírus e Aparelho Respiratório
 Mas há muitos outros vírus com grande impacto
tanto na morbilidade como na mortalidade.
 Estão mais susceptíveis a população pediátrica ,
os imuno-comprometidos, a população idosa ou
aqueles que têm co-morbilidades.
 Os virus têm


grande capacidade de modificar o seu genoma
esta
grande
variabilidade
antigénica
facilmente resistente aos meios de profilaxia
torna-o
Figura 3.
Vírus RNA
Cadeia Simples
positiva
Invólucro
Sem invólucro
Cadeia Simples
Cadeia Dupla
negativa
sem invólucro
Invólucro
gripe
Coronavírus
Picornaviridae
Retroviridae
Calciviridae
Togaviridae
Orthomyxoviridae
Paramyxoviridae
Rhabdoviridae
Bunyaviridae
Arenaviridae
Filoviridae
Reoviridae
Vírus DNA
Dupla Cadeia
Invólucro
Sem invólucro
Circular
Herpesviridae
Hepadnaviridae
Papovaviridae
Cadeia Simples
Complexa
invólucro
sem invólucro
Linear
Adenoviridae
Parvoviridae
Poxviridae
Vírus Responsáveis pelas Infecções
Respiratórias
Família
Género
Tipos e Grupos
 Orthomyxovirus
Influenza
A,B,C
 Paramyxovirus
 Picornavirus
Paramyxovirus
Pneumovirus
Rinovirus Enterovirus
 Coronavirus
Coronavirus
Parainfluenza virus 1-4
VRS
Muitos serotipos(105)
Coxsachie, Echo, Entero
3 tipos
 Adenovirus
Mastadenovirus
41 serotipos
 Herpes
Herpesvirus
Herpes simplex,
Varicela zoster, CMV,
Epstein-Barr
Doença
Vírus
Constipação
Rhinovírus
Coronavírus
Parainfluenza
Faringite
Parainfluenza
Citomegalovírus
Influenza A e B
Bronquite
Parainfluenza
Respiratório Sincicial
Influenza A e B
Bronquiolite
Parainfluenza
Respiratório Sincicial
Croup
Respiratório Sincicial
Parainfluenza
Gripe
Influenza A e B
Broncopneumonia
Influenza A e B
Respiratório Sincicial
Parainfluenza
Virus influenza ( cortesia da Prof. M.H.R.Andrade)
Vírus da Gripe
 É uma partícula esférica de 100 nm ( nanómetro) de
diâmetro
 O invólucro é constituído por uma dupla camada lipídica
derivada da membrana citoplasmática do hospedeiro
 Nesta dupla camada, exterirmente, estão “espetadas” várias
centenas de espículas que são:
 500 moléculas de Hemaglutinina (“H”)
 100 moléculas de Neuraminidase ( “N”)
 Dentro da dupla camada do invólucro:
 A proteína da matriz com 3000 moléculas
 Envolvida pela matriz estão 8 moléculas de RNA
Serotipos A, B e C
 Os vírus A e B são morfologicamente semelhantes.
 O vírus C possui antigénios diferentes dos A e B, sendo
de importância menor, já que a sua circulação endémica é
clinicamente pouco aparente
 As glicoproteínas de superfície do vírus A têm maior
variabilidade que as dos B e C
 O vírus A aparece em várias espécies animais(porcos,
galinhas, cavalos, patos, etc.) enquanto o B é
exclusivamente humano
Há casos esporádicos de gripe durante todo o ano, muitos
deles sem diagnóstico, falando-se muito em “sindromas
gripais”
No inverno, quando os casos de gripe são em número
elevado, o diagnóstico clínico, assegura 70% dos
diagnósticos de gripe.
É nestas fases que os Médicos Sentinela em contacto com
o Centro Nacional de Gripe, fazem estudos de
prevalência e da estirpe predominante, havendo, portanto,
uma monitorização constante da população.
Apresentação Clínica da Gripe
 Início abrupto
 Mal estar, febre, arrepios, cefaleias, rinorreia, mialgias
tosse, de início seca, posteriormente produtiva,
 Estes sintomas perduram 3 a 5 dias, mas a tosse e o mal
estar podem durar mais de duas semanas.
 O virus A/H3N2 tem uma clínica mais exuberante, o
A/H1N1 e o virus B têm formas mais benignas
 A sonolência e os sintomas gastrointestinais, são mais
frequentes nas idades extremas.
Infecção pelo influenza
Faringite
Pneumonia
Tratamento da gripe sem
complicações
 Popular: “abifa-te, avinha-te e abafa-te”
 Naturistas: tomilho, roseira brava,
sabugueiro,equinácia , zinco, etc.
 Terapêutica sintomática :Salicilatos,
codeínicos, reforço da hidratação

vigilância apertada, prevenindo as
complicações nos grupos de maior risco
(idosos, crianças) e naqueles com comorbilidades.
Gripe em grupos de risco
(BC/E, asma, fibrose quística, cardiopatias, idosos
debilitados, imunossuprimidos, etc.) Pode trazer
exacerbações destas co-morbilidades.
 vigilância apertada, prevenindo as complicações
 Ponderar anti-bacterianos
 fármacos antivirais (Inib. neuraminidase) nos que não
foram vacinados e nos dts institucionalizados (?)
 Hospitalização se necessário
PNEUMONIA BACTERIANA POS-GRIPAL
 Pneumonia bacteriana após um intervalo de alguns dias (20% nas
virusA e 10 nos virusB)
 Pneumococus, Hemóphilus, Staphilococus, os mais frequentes
 Pontada, tosse produtiva (podendo ser hemoptóica), febre
 sinais auscultatórios de condensação ou mesmo de derrame
pleural
 Rx com opacidade do tipo da pneumonia por vezes com afectação
pleural, podendo complicar com empiemas ou com abcessos
 Leucocitose com neutrofilia
 Tratamento com Amoxicilina ou Macrólidos ou Cefalosporinas, para
além da restante terap.
PNEUMONIA GRIPAL PRIMITIVA


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


MAU PROGNÓSTICO (MORTALIDADE PRÓXIMA DOS 100%)
A CLÍNICA DE PNEUMONIA SURGE LOGO AO 2º OU 3º DIA
MAIS FREQUENTE NOS SURTOS PANDÉMICOS
MAIS SUSCEPTÍVEIS AS PESSOAS COM ANTECEDENTES
PATOLÓGICOS
DISPNEIA, CIANOSE, TAQUICARDIA, TOSSE PRODUTIVA MUCÓIDE
OU HEMOPTÓICA, CHOQUE
AUSCULTAÇÃO: CREPITAÇÕES FINAS DIFUSAS
RADIOGRAFIA: PADRÃO ALVEOLO-INTERSTICIAL DIFUSO
EVOLUÇÃO PARA ARDS,
TRATAMENTO DA PNEUMONIA GRIPAL
PRIMITIVA
 TERAPÊUTICA EM UNIDADE DE CUIDADOS
INTENSIVOS
 APOIO VENTILATÓRIO
 MEDICAMENTOS ANTI - VIRUSAIS (?)
Vacinação Antigripal
  mortalidade em 68%;
  hospitalização em 50%;
  pneumonia 53%;
  27-54% todas as causas de morte na época de gripe.
 Beneficio da vacina a nível comunitário: evita-se que o indivíduo
faça parte da cadeia epidémica de transmissão da doença
Antivíricos utilizados no tratamento da
Gripe
 Amantadina (inib da prot. M2) ( só efectiva na Gripe por
virus A e com vários efeitos indesejáveis)
 Rimantadina ( Inib da prot. M2) ( idem )
 Oseltamivir (Inib da neuraminidase) (Efectiva na Gripe A e
B e sem efeitos indesejáveis)
 Zanamivir (Inib da neuraminidase) ( idem )
Recomendações para vacinar contra a gripe
Pessoas consideradas em alto risco de desenvolver complicaçlões pós-infecção gripal
Pessoas com 65 ou mais anos de idade, particularmente se residentes em lares
ou outras instituições;
Pessoas residentes ou com internamento prolongado em instituições
preatadoras de cuidados de saúde, independentemente da idade;
Pessoas sem abrigo;
Todas as pessoas com idade superior a 6 meses, incluindo grávidas e mulheres
a amamentar, que sofram das seguintes patologias:
. Doenças crónicas cardíacas, renais, hepáticas ou pulmonares (incluindo asma);
. Diabetes mellitus ou outras doenças metabólicas;
. Outras situações que provoquem depressão do sistema imunitário, incluindo medicação
ou infecção pelo vírus da imunodeficiência humana e cancro;
Crianças e adolescentes (6 meses a 18 anos) em terapêutica prolongada com
salacilatos
Pessoas que podem transmitir o vírus a outras consideradas de alto risco
Pessoal do serviço de saúde e outros serviços com contacto directo com
pessoas de alto risco;
Pessoal dos serviços de saúde que trabalha em hospitais e que tenha contacto
directo com doentes internados;
Coabitantes (incluindo crianças >6 meses) de pessoas de alto risco
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Vírus da Gripe