A Evolução Histórica do RH nas Organizações Introdução O RH que hoje conhecemos e que faz parte da nossa organização é fruto de uma longa e positiva evolução histórica e em nada se parece com o cenário antigo das instituições. Para que possamos ter uma idéia concreta desta evolução precisamos nos remeter à uma das primeiras formas de trabalho existentes no Brasil. O Trabalho Escravo Sob forte pressão física e psicológica trabalhadores negros realizavam seu trabalho na maioria das vezes em troca apenas de seu alimento. O trabalho era realizado tanto nas lavouras, pelos homens, como nos interiores das casas grandes, pelas mulheres, responsáveis pelos trabalhos domésticos. Não precisamos relatar a ausência do fator humano nesta forma de trabalho. Porém, já fazia parte da consciência destes trabalhadores a necessidade de reverter este quadro, desejo este explicitado pelas grandes fugas dos negros aos quilombos, até o momento oficial de sua libertação. A Era Artesanal Apesar de não existir oficialmente como instituição, cada atelier ou oficina funcionava como uma empresa formada por um proprietário e seus colaboradores. Esta fase é caracterizada pela existência de uma maior relação humana. Era uma organização de caráter familiar. O artesão proprietário era o detentor do seu trabalho por completo, ou seja, desde o momento da encomenda até o momento da entrega do mesmo. Ele ainda contava com a possibilidade de acompanhar todo o processo de desenvolvimento de suas famílias, já que a maioria dos negócios funcionava em casa. A Era Artesanal Destra forma, o homem da era artesanal detinha tanto o controle financeiro do seu negócio, como também o controle administrativo de sua casa. Todo este tranqüilo processo resultava numa maior aproximação com seus colaboradores. Existia todo um clima de harmonia e confiança em ambas as partes. A Revolução Industrial Iniciada na Inglaterra, no século XVIII, a revolução industrial logo faz sua entrada no Brasil e traz consigo fortes mudanças no cenário das organizações. Passamos da manufatura para a produção em série de grandes quantidades de produtos. Grandes foram as perdas para os trabalhadores como jornadas de trabalho estafantes, péssimas condições de trabalho, além da compartimentalização de seu trabalho. O homem que era responsável pela fabricação total de seu produto passa agora a produzir partes de produtos. A Revolução Industrial Nesta época, para auxiliar nos trabalhos de contratação e demissão de trabalhadores, as industrias agregam aos seus organogramas departamentos que podem ser considerados os primórdios do RH. Porém, é importante observar que dentre as funções desempenhadas por este setor, nenhuma delas vislumbrava a preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores. Surgia assim, o Departamento Pessoal. O Departamento Pessoal Desde o final do século XIX até meados 1930, tínhamos a figura do DP, setor ligado diretamente às áreas financeira e administrativa e que realizava todas as atividades que envolvessem folha de pagamento, admissão e demissão de funcionários, treinamento, dentre outras atividades. Além do chefe do setor, e de seus auxiliares , existia também o contador, pessoa responsável pelos complexos cálculos das empresas e que por questões de convenções estava fisicamente lotado neste departamento. O Departamento Pessoal Cabia ao DP conhecer e dominar toda a legislação referente aos direitos e deveres do trabalhador, que nesta época, já contava com a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT. Foi nessa época que as empresas passaram a contratar para o cargo de chefe de DP pessoas formadas em Direito. Tudo isso para evitar problemas futuros com empregados. Era assim que tudo funcionava. A Nova Postura do RH Logo depois, entre os anos de 1970 e 1980, o RH assumiu uma postura estratégica, ou seja, suas atividades, bem como suas ferramentas de ações eram baseadas nas estratégias desenvolvidas pelas próprias empresas. Neste caso o grande desafio do RH era o de tornar as suas ações compatíveis com as da empresa. Passou-se a perceber que o mais importante era o valor que tinha o cliente interno (colaborador) para a organização, por isso foi necessária uma revisão das funções até então desempenhadas pelo RH, por ser o setor de maior contato com os colaboradores. A Nova Postura do RH Percebeu-se, também, que somente um RH motivador, dinâmico e criativo poderia fazer da sua empresa uma instituição mais desenvolvida e mais competitiva. Segundo Porter (1989), "a gerência de Recursos Humanos afeta a vantagem competitiva em qualquer empresa", Hoje, em plena era tecnológica, o RH passa a ser responsável por uma “Gestão de Pessoas”, que busca implantar e desenvolver todo um clima de relação humana nas organizações. Chega a ser até dicotômico, pois ao passo que a tecnologia separa fisicamente as pessoas, possibilitando contatos virtuais rápidos e eficazes, o RH tenta mostrar que nada pode substituir uma conversa entre amigos ou um café no meio de expediente.