INTRODUÇÃO As dúvidas constantes dos alunos em cursos de extensão, graduação e pós- graduação me levaram a estudar a relação existente da força e da flexibilidade. Muitas dúvidas e observações realizadas me despertavam o interesse e às vezes espanto diante de coisas que pareciam claras, mas que para os alunos eram completamente desconhecidas. Tal foi a minha surpresa ao me deparar que muitos professores mantinham as mesmas idéias. Muitos mitos e tabus com teorias mirabolantes andam no meio de profissionais que desconhecem completamente o que é o estímulo de alongamento e a sua aplicação. Apesar da vasta revisão, concordâncias e discordâncias dos resultados apresentados por alguns autores, uma coisa tem ficado clara; é o desconhecimento da aplicação do estímulo de alongamento, seus objetivos, seus efeitos, sua execução correta, etc, isto é, o que é aplicar um exercício de alongamento com o objetivo de parte de um aquecimento ou de treinamento, como e quanto aplicá-lo. Por mais que se estude se essas situações não estiverem esclarecidas os resultados serão mal interpretados. Questões como: O que é treinar a flexibilidade? Ainda parecem distantes para os alunos pela falta de leitura de livros e artigos, mas principalmente a falta de experiência prática que esse estímulo produz ao organismo. Sugiro que o leitor inicie seus estudos por esse livro, mas que também busque outros livros que aprofundem o tema da avaliação e prescrição da flexibilidade. O objetivo deste livro é esclarecer uma das dúvidas mais freqüentes dos últimos anos a qual tem sido tema de palestras e cursos relacionados a flexibilidade: A força e a flexibilidade combinam? Podem ser treinadas conjuntamente? O estimulo de alongamento com objetivo de integrar um aquecimento tem influência sobre a força? Esperamos ao final ter deixado claro ao leitor as questões discutidas neste livro. 1. FLEXIBILIDADE QUESTÕES A SEREM DISCUTIDAS • Conceituação da flexibilidade • Manifestação da flexibilidade • Métodos de treinamento 1.1. Conceituação Flexibilidade Uma definição-padrão entre a maioria dos autores é que flexibilidade pode ser definida como "amplitude de movimento" articular (AM ou ADM), podendo ser avaliada em cada articulação ou grupo de articulações (Anderson & Burke, 1991; Corbin, 1984; Rash & Burke, 1986). Pode também ser expressa como a liberdade para mover-se ou como a capacidade física de o organismo humano condicionar a obtenção de grandes amplitudes durante a execução dos movimentos (Zakharov, 1992). Matveev (1997) define-a como a capacidade de realizar ações motoras com a amplitude adequada de movimentos. Essa amplitude caracteriza o grau de mobilidade das articulações e o estado do sistema muscular, que está relacionado às capacidades mecânicas das fibras musculares (resistência a extensão) e à manutenção do tônus muscular no decorrer da ação motora. Nota-se que o autor não utilizou o termo máxima amplitude. O termo mobilidade é utilizado por alguns autores, sendo descrito como um componente da flexibilidade, o qual descreve o grau relativo da AM, ou ainda como sinônimo da flexibilidade (Hall, 1993; Schneider et al., 1995). Em algumas literaturas o termo mobilidade é mencionado no lugar de flexibilidade, como Harre (1973) que o utiliza como sinônimo da flexibilidade e o define como a capacidade de o homem executar movimentos com grandes amplitudes. Para Platonov & Bulatova (s.d) quando se fala numa articulação específica, é preferível falar de sua mobilidade, por exemplo: mobilidade da articulação escápulo-umeral, da articulação coxo-femural. Os autores afirmam que o termo flexibilidade é mais adequado para valorizar a flexibilidade das articulações de todo o corpo. Podem-se também encontrar os termos "capacidade de articulação", que se refere às estruturas articulares, e "capacidade de extensibilidade", relacionada aos músculos, ligamentos, tendões e cápsulas (Weineck, 1991). Alongamento O termo alongamento é entendido pelo aumento da extensibilidade muscular, assim como também os movimentos ou exercícios utilizados para treinar a flexibilidade. Stone et al (2006) o define como o ato de aplicar uma força tensil para o aumento o comprimento do músculo e tecido conjuntivo. Segundo Araújo (1999), o termo alongamento se aplica melhor a uma forma de exercícios físicos, e o autor considera ainda como sinônimos os termos exercícios de flexibilidade e exercícios de alongamento. Achour Júnior (1994) e Alter (1988) caracterizam como os movimentos amplos e com reduzida tensão muscular para desenvolver a flexibilidade ou como o exercício utilizado para que se promova o aumento da AM, isto é, a flexibilidade. A adaptação característica ao aumento da flexibilidade pode ser chamada de alongamento, a qual é o aumento da extensibilidade muscular segundo Alter (1988). Achour Júnior (1999) acredita que não é coerente definir que até determinado alcance de movimento (determinada amplitude) é dado pelo alongamento muscular e que, após esse limite, torna-se flexibilidade. Sua explicação apóia-se no argumento de Astrand & Rodahl (1987): “já que os fatores limitantes da flexibilidade residem no comprimento dos músculos, um exercício que produza o alongamento muscular resultará em aumento da flexibilidade”. Concordamos com a observação realizada pelo autor e analisaremos outro ponto: o que determina o grau de treinamento de qualquer capacidade física é o domínio e incremento da carga, a qual se dá pela soma das variáveis de treinamento levando um indivíduo ao treinamento ou manutenção desta. A flexibilidade não se difere das outras capacidades físicas e portanto é a “quantificação das variáveis do exercício (duração do alongamento e da sessão, número de séries e exercícios, pausa, ou dos estímulos e variáveis)” que levará ao resultado que o professor deseja. Quando fala-se em quantificação devemos então ter claro o que é quantificar, isto é, quais variáveis podemos modificar para a prescrição do exercício de alongamento, pois é dessa forma que iremos atingir o objetivo de manter ou aumentar a flexibilidade. Achour Júnior (1999) observa, como já comentado, que os exercícios de alongamento podem ocasionar deformações elásticas no tecido (recupera a extensão original do tecido após liberar a tensão) ou plástica (o tecido não retorna ao seu tamanho original após a liberação da tensão). O entendimento e o controle nas variáveis que compõem a prescrição poderá levar a essas deformações (elástica ou plástica) citadas pelo autor. É também de extrema importância o entendimento de dois pontos que devem ser observados antes de iniciar uma prescrição: a flexibilidade voltada para a “saúde” e a flexibilidade voltada para o “rendimento desportivo”. Suas prescrições devem ser realizadas de formas diferentes apesar de prescrevermos muitas vezes coisas semelhantes, por exemplo os mesmos métodos de treinamento. A prescrição para o desporto com observações da saúde não irão levar ao rendimento específico de que o atleta necessita, ou ainda de forma inversa, a prescrição aplicada para a saúde com observações do desporto poderá levar o organismo do nosso aluno (cliente) a uma sobrecarga desnecessária ou lesiva. 1.2. Manifestação da Flexibilidade A flexibilidade pode se manifestar nas formas ativa e passiva. A forma ativa é designada como a maior amplitude possível de movimento que um indivíduo pode realizar por causa da contração dos músculos agonistas e do alongamento dos antagonistas, que ocorre paralelamente. Dentro da ativa, podemos diferenciá-la de ativa-estática e ativa-dinâmica. A forma passiva é designada como a AM possível em uma articulação que o indivíduo pode alcançar sob ação de “forças externas”, como parceiro, aparelhos, ação da gravidade etc. Como na anterior, a forma passiva também pode ser diferenciada em passiva-estática e passivadinâmica, como demonstrado na Figura 1.1. MANIFESTAÇÃO DA FLEXIBILIDADE FLEXIBILIDADE ATIVA ESTÁTICA DINÂMICA PASSIVA ESTÁTICA DINÂMICA Figura 1.1 – Manifestação da flexibilidade (Harre, 1973; Weineck, 1991; Zakharov, 1992; Matveev, 1997; Bompa, 2002). As figuras a seguir podem deixar mais claras as divisões estática e dinâmica das manifestações das flexibilidades ativa e passiva. Figura 1.2 – Ativa-estática. Figura 1.3 – Ativa-dinâmica. (extraído dos sites: www.terra.com.br, http://sportsillustrated.cnn.com/olympics/2000/gymnastics/news/2000/09/24/vault_mixup_ap/lg_ khorkina_ap-01.html) Figura 1.4 – Passiva-estática. Figura 1.5 – Passiva-dinâmica. (extraído dos sites: www.bol.com.br/simpleRedirect.html?srv=mdi&trg=, www.olympic.org e http://noticias.uol.com.br/ultnot/album/060108_album.jhtm?abrefoto=12). O gesto desportivo acontece com essa manifestação apresentada. Entendê-las torna-se essencial para a especificidade na escolha metodológica. Para a saúde o seu entendimento também facilita a prescrição e principalmente no treinamento personalizado pode haver clientes que paralelamente ao treino prescrito necessitarão das características apresentadas por manterem algumas atividades desportivas, por exemplo: tênis, futebol, jiu-jitsu, dança, etc. A FLEXIBILIDADE PASSIVA É SEMPRE MAIOR QUE A ATIVA. Essa diferença de AM gera o que os autores denominam reserva da flexibilidade (Zakharov, 1992; Harre, 1973). A reserva da flexibilidade é a diferença entre a flexibilidade passiva e a ativa. Ela explica a possibilidade de melhora da flexibilidade ativa, pelo fortalecimento da musculatura agonista e pela maior capacidade de alongamento dos antagonistas. Observa-se na Figura 1.6 que os valores são maiores para a manifestação passiva que para a ativa. Esse espaço existente entre ambas é a reserva da flexibilidade. 120 111,5 104,5 100 graus 80 78,4 75,8 60 40 20 0 AT D AT E PA D PA E Figura 1.6 – AM Ativa (AT) e Passiva (PA) para a flexão do quadril direito (D) e esquerdo (E) em jogadores de basquetebol na categoria juvenil (Monteiro et al. 2001). 1.3. Métodos de treinamento da Flexibilidade Os métodos de treinamento seguem a mesma divisão e nomenclatura da manifestação da flexibilidade apresentada no capítulo 1. A subdivisão apresentada a seguir permite um treinamento mais específico para os objetivos que o indivíduo deseja alcançar. Método Ativo Nesse método, as amplitudes são obtidas com a própria ação muscular do indivíduo, que, segundo Harre (1973), é aquela em que o indivíduo consegue alcançar uma grande AM somente pela atividade de seus músculos. Figura 1.7. Método Ativo para o treinamento da flexibilidade. Método Passivo No método passivo, as amplitudes são conseguidas por conta de influências externas: ação da gravidade, força de outros grupamentos musculares, implementos ou parceiros. Figura 1.8. Método Passivo para o treinamento da flexibilidade. Figura 1.9 – Equipamentos para treinamento da flexibilidade passiva (extraído de www.gymtrix.com/flextrain.html e www.aiyafitness.com/htm-exercise-equipment/exercise-equipmentstretching-gear.htm). Ambos os métodos podem se manifestar de maneira (no regime) estática, em que ocorre a permanência na posição adotada (sem movimentar-se), ou dinâmica, em que, na amplitude alcançada, fazem-se movimentos na forma de balanceios (Zakharov,1992; Matveev, 1997; Alter, 1988; Bompa, 2002). De acordo com Matveev (1981 apud Alter, 1988), exercícios dinâmicos (conhecidos também como balísticos ou método de repetição, podem ser desenvolvidos em séries, com o aumento gradual do balanceio dos movimentos até a máxima amplitude. O alongamento balístico está geralmente associado com movimento de balança, saltos, ricochetear e movimentos rítmicos. Muitas vezes, os termos dinâmico, rápido, isotônico ou cinético são usados para referir-se a esse tipo de alongamento (Alter, 1999). Ambos métodos passivo e ativo, contribuem para a melhora da Flexibilidade, mas seus efeitos são diferentes. No desporto, o passivo pode ser utilizado quando a extensibilidade do músculo restringe a Flexibilidade e o ativo, quando o baixo nível de força causa a restrição ao movimento (Alter, 1988). Esses métodos têm sido avaliados quanto ao seu valor pela eletromiografia (medição da atividade elétrica de um músculo). Quanto menor for a tensão (atividade EMG) que há num músculo durante o alongamento, menos resistência haverá para esse alongamento, ou seja, quanto maior a resistência do músculo ao alongamento, maior a possibilidade de ocorrer uma lesão enquanto se trabalha flexibilidade (Beaulieu, 1981; Moore & Hutton 1980; Sapega et al., 1981). Uma grande AM também acionará de forma intensa o fuso, portanto mais fibras serão levadas à contração reflexa. Se essa força contrária ao alongamento (contração reflexa) for forte demais, poderá ocorrer um rompimento das fibras musculares e até do músculo (Weineck, 1991). Por isso, os alongamentos que são realizados em rápida velocidade ou bruscamente (como no caso de movimentos balísticos, dinâmicos) podem aumentar a tensão no músculo que está sendo alongado (Kisner & Colby, 1992; McArdle et al., 1986; Bandy et al., 1998). O ganho na flexibilidade por meio desse método é inferior e de menor duração, pois ocorre principalmente sobre a influência dos componentes elásticos e nem tanto sobre os componentes plásticos (Weineck, 1991). O que acontece então quando alongamos estaticamente? O tempo prolongado na posição estática domina a influência do reflexo de alongamento (estiramento), que produz um efeito dinâmico do fuso muscular (Gottlieb & Agarwal apud Etnyre & Lee, 1987). Avela et al., (1999) testaram o efeito do alongamento passivo prolongado e repetido (APR) sobre a sensibilidade do reflexo no músculo triceps sural. Há uma clara e imediata redução da sensibilidade do reflexo e uma diminuição na força de resistência ao alongamento. A origem dessas trocas podem ser a diminuição da sensibilidade do fuso muscular ao alongamento repetido. As pesquisas têm indicado que o alongamento estático produz menos tensão muscular e conseqüentemente menor resistência ao alongamento que os outros métodos de treinamento (Moore & Hutton, 1980; Beaulieu, 1981). O que acontece quando alongamos dinamicamente, isto é, com balanceios e insistências? O fuso muscular controla qualquer alteração do comprimento do músculo, assim como a velocidade e a duração. Dessa forma, nos movimentos dinâmicos, cada ciclo de movimento estará acionando o reflexo de alongamento por via dos fusos musculares. É preciso lembrar que a ativação desse sistema causa uma contração reflexa, portanto o alongamento será feito em um músculo contraído e com maior resistência. Figura 1.10. Ação no fuso muscular no alongamento lento e rápido (extraído de http://images.google.com.br/ imgres?imgurl=www.med.unsw.edu.au/Physiology/School/Postgrad/PaulM/Muscle_spindle.GIF&imgref url=http:// www.med.unsw.edu.au/Physiology/School/Postgrad/PaulM/Kinaesth.htm&h=550&w=885&prev=/images %3Fq%3Ds pindle%2Bmuscle%2B%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26ie%3DUTF8%26sa%3DN). Método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva - FNP A "ciência" do método FNP é baseada nos mecanismos neurofisiológicos que incluem a facilitação e inibição, sucessiva indução e reflexos (Alter, 1988). Os métodos de facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) promovem o relaxamento muscular pela estimulação dos proprioceptores (Voss, Ionta & Myer, 1987), podendo ser definido como o método que promove ou precipita a reação do mecanismo neuromuscular por meio de estimulação dos proprioceptores e envolve uma variedade de estratégias e técnicas que promovem resultados específicos, que, com contrações isotônicas e isométricas, implicam diferentes combinações. A origem do relaxamento no músculo alongado durante a aplicação do método FNP tem sido questionada. Chalmers (2004) reviu na literatura o papel teórico do circuito do reflexo espinhal e seus sinais sensório-motor. Segundo o autor, os dados revistos não têm fundamentado a idéia comum do FNP de que a contração do músculo alongado antecedente ao novo alongamento, ou a contração do músculo oposto ao alongado (músculo agonista), produzam o relaxamento no músculo alongado. O decréscimo na amplitude do reflexo Hoffmann e reflexo de alongamento seguido aos ciclos de contração do músculo alongado não são devido a ativação do OTG, mas pode ser devido uma inibição pré-sináptica dos sinais sensoriais dos fusos musculares. Principais técnicas utilizadas pela literatura no método FNP Contração e Relaxamento ou Contract-Relax - CR Nesse método, o músculo a ser alongado é levado até o ponto de máxima amplitude, devendo estar ao máximo relaxado. A seguir, realiza-se uma contração isométrica submáxima ou máxima. A contração isométrica é a resistência oferecida pelo parceiro, que auxilia na execução, postura e resistência imposta ao movimento. Nessa contração máxima ou submáxima, a resistência contra um parceiro pode ser mantida por cinco a dez segundos (de acordo com levantamento bibliográfico, as indicações dos autores oscilam entre esse tempo e são diferentes entre eles, seguido por um período de relaxamento de dois a cinco segundos. Em seguida, o parceiro move o membro passivamente até uma nova amplitude possível, no ponto onde o limite da AM novamente ocorre. Então o processo se repete (Osternig et al, 1990; Feland & Marin, 2004; Rowlands et al, 2003; McAtee, 1994). Com o método CR, acredita-se estar facilitando as influências de inibição do OTG por produzir maior tensão sobre o tendão através da contração, resultando em relaxamento para o alongamento. A permanência desse efeito inibitório é muito citada como a razão para a redução da tensão na facilitação neuromuscular do músculo que recebeu o alongamento (Etnyre & Lee, 1987; Tanigawa, 1972). Contração Relaxamento-Contração Agonista ou Agonist Contract Relax - CRAC Esse método é executado de modo muito parecido ao CR, com a diferença de que, depois da contração isométrica, o praticante desloca ativamente até o limite da nova AM. Por exemplo, a flexão do quadril é realizada pela contração voluntária submáxima dos flexores (agonistas) (Moore & Hutton ,1980; Osternig et al. ,1990). Acredita-se que, nessa contração ativa dos agonistas, estimule-se a inibição recíproca do músculo alongado, permitindo um alongamento mais profundo. Quando um músculo é contraído, ocorre de forma reflexa o relaxamento do seu antagonista (McAtee, 1994). Esse arranjo é denominado inibição recíproca, um circuito reflexo criado pelas células do fuso muscular. Esse reflexo faz que o músculo (o antagonista) relaxe quando o músculo oposto se contrai, isto é, a contração de um músculo é acompanhada pela inibição dos seus antagonistas. Por isso, ocorre o movimento articular que é um importante fundamento da coordenação motora (McAtee, 1994; Weineck, 1991; Adler et al., 1999). A principal função da contração do músculo agonista no método CRAC é produzir a inibição recíproca (Sherrington, 1906; Tanaka, 1976; Knots, 1977 apud Etnyre & Lee, 1987). A técnica CRAC combina a inibição recíproca e inibição autogênica (estimulação do OTG) para alongar um músculo encurtado (Kisner & Colby, 1992). O tempo de contração utilizado varia entre os autores de cinco a dez segundos, e a resistência é oferecida contra o parceiro como no método CR. O conhecimento dessa divisão metodológica se faz necessário porque os artigos que discutiremos no próximo capítulo que investigam a relação “Força-Flexibilidade” aplicam esses métodos para análise dos efeitos dos exercícios de alongamento sobre a força. 2. TREINAMENTO DA FORÇA E FLEXIBILIDADE QUESTÕES A SEREM DISCUTIDAS • Realização do exercício de alongamento antes do treino de força. • Realização do exercício de alongamento após o treino de força. • Alteração da amplitude de movimento durante o treino de força. • Alterações na amplitude de movimento como resposta do treinamento de força. 2.1. Relação Força-Flexibilidade no desporto A força e a flexibilidade são capacidades físicas comuns nos programas de treinamento, contudo existe muita divergência entre os autores se elas podem ser combinadas e como organiza-las no planejamento. Procuraremos neste livro orientar como programar e organizar o treinamento de ambas. Uma coisa fica clara, ambas se complementam no movimento desportivo. Analisemos as figuras adiante, onde nessas modalidades a grande amplitude é conquistada pela força e também a dependência dessa amplitude para o desempenho da força. A relação do treinamento de força e flexibilidade é um tema muito importante e interessante de ser estudado. Isto porque existem dúvidas, mitos e tabus sobre essas duas importantes e dependentes capacidades físicas. Se analisarmos o movimento desportivo, na maioria das modalidades estas capacidades estão se relacionando o tempo todo. Analisaremos neste capítulo estudos e questões que têm sido discutidas pelo meio acadêmico. A flexibilidade reduz a resistência do movimento sem tensionar excessivamente a musculatura antagônica, e assim utiliza-se da amplitude de movimento de um modo mais econômico e menos lesivo nos movimentos desportivos (Matveiev, cit. por Achour, 1995). A falta de flexibilidade em atletas tem sido relacionada tanto à diminuição no desempenho como a um aumento nos danos musculares (Vad et al, 2003). Os autores observaram em uma relação de aparecimento de dor no ombro com uma redução na rotação interna e dor na lombar e diminuição interna do quadril. Esse desequilíbrio da flexibilidade nos movimentos articulares pode levar a perda de desempenho ou perda em dias ou horas de treinamento. A flexibilidade ativa é de especial importância no desporto, onde depende não só da extensibilidade do grupo muscular antagonista, mas também da força do antagonista, portanto, a força é co-determinante para a dimensão da AM (Weineck, 1991, pp. 223). Figura 2.2. Flexibilidade Ativa no movimento realizado na Ginástica Artística. O alongamento das fibras musculares bem como o ângulo de tração desempenham um papel importante em relação ao desenvolvimento de força (Holmann & Hettinger, 1989, pp. 175). A flexibilidade é considerada pelos autores como um importante componente da aptidão física relacionado a saúde e ao desporto .... autores A grande questão a ser resolvida é a melhor forma de incluir ambas as capacidades na mesma sessão de treino, mas identificar a intensidade e o objetivo da sessão é primordial para a resposta da questão acima não esquecendo ainda se estamos falando de uma prescrição para a saúde o desporto. Figura ... (extraída do site: www.users.totalise.co.uk/~prints/bio/bodybuilding.jpg). Relataremos adiante observações de autores das principais literaturas do Treinamento Desportivo e como os autores vêem a relação das duas capacidades físicas. “Uma mobilidade insuficiente limita o nível dos índices de força, velocidade e coordenação” (Platonov & Bulatova, s.d, p. 149). “Um programa de exercícios de força sem exercícios de alongamento tendem a diminuir a AM (observado em levantadores de peso)” (Chang et al., 1988). “Quando um treinamento de força é executado nas modalidades desportivas em que a flexibilidade exerce um papel importante, como no caso da ginástica com aparelhos, deve ser evitada uma perda desnecessária em flexibilidade, através de exercícios de alongamento correspondentes” (Hollmann & Hettinger, 1989, pp. 159). “A aplicação do alongamento deve estar em mente quando designada para regime terapêutico ou aumento da performance atlética” (Goldspink, 1996). “A insuficiência de mobilidade pode limitar a manifestação da capacidade de força, da reação, da velocidade de movimento, da resistência, aumentando gastos de energia e tornando mais difícil o trabalho, além de conduzir os músculos e ligamentos a sérias lesões. A melhora da flexibilidade deve aumentar sua habilidade de gerar força concêntrica” (Gomes & Franciscon, 1996). “Um aumento da massa muscular (como em levantamento de peso) sem exercícios para equilibrar este aumento, levando ao desenvolvimento de outras aptidões necessárias ao movimento, pode levar a uma limitação da flexibilidade” (Weineck, 1999). “O músculo fortalecido em amplitude acarretará maior ganho de força” (Bompa & Cornacchia, 2000, pp. 235). “Se o trabalho de força for realizado com AM máxima e, além disso, se forem realizados alongamentos, podem conseguir efeitos suplementares sobre os sarcômeros. O alongamento também produz um aumento na síntese protéica muscular e no número de sarcômeros em série” (Badillo & Auestarán, 2001). Autores de literaturas importantes da área desportiva reconhecem a importância que para uma boa condição de força haja níveis adequados e o treinamento paralelo da flexibilidade. 2.2. EFEITO AGUDO DOS EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO SOBRE O DESEMPENHO DA FORÇA É comum a prática entre atletas, técnicos e indivíduos ativos recreacionais desenvolverem uma rotina de alongamentos antes da sessão do treino de força. Esses exercícios regularmente recomendados em muitos livros com a clara proposta de prevenir lesão, dor muscular e aumento de performance. Mas ultimamente tem-se teorizado que esses estímulos teriam efeito negativo para a performance de força e velocidade. Para entendermos mais a respeito dessas argumentações estaremos discutindo os vários estudos que têm sido realizados por vários anos e os resultados encontrados. A primeira coisa para o leitor entender é o esclarecimento dos objetivos do uso dos exercícios de alongamento, e estes serão esclarecidos adiante, podendo ser divididos em 2 objetivos: (a) quantificados para o uso como parte de um aquecimento e (b) quantificados para o treinamento da flexibilidade. Efeitos do exercício de alongamento no aquecimento Não é nosso objetivo estar levantando as questões do uso dos exercícios de alongamento sobre a prevenção de lesões e sim se o leitor for utilizar o alongamento como parte do aquecimento, como ele deve ser aplicado. Deixaremos claro para que o leitor faça a análise de que a maioria dos estudos que descreveremos adiante usou os exercícios de alongamento com o objetivo de aquecimento, justamente para verificar se esse estímulo é interessante ser incorporado como “parte de uma aquecimento” e porque também reflete uma realidade prática, porém a quantidade de estímulos aplicada é questionável, uma vez que não reflete a prática, pois ela é mais compatível para o treinamento da flexibilidade e não para as adaptações que seriam propostas para o momento “aquecimento”, o qual deve levar a adaptações momentâneas ou funcionais. Entende-se então que a aplicação dos exercícios de alongamento pode ter dois objetivos, conforme esquema abaixo: - estímulos que compõem o aquecimento (parte de um aquecimento) e - estímulos quantificados para o aperfeiçoamento da flexibilidade. ALONGAMENTO Como parte de um Aquecimento Quantificados para o treinamento da flexibilidade Diferença no objetivo do uso do exercício de alongamento A – Exercícios de alongamento aplicados como “parte do aquecimento” Os exercícios de alongamento são freqüentemente utilizados como “parte do aquecimento” antes da participação em muitas atividades. O alongamento no momento do aquecimento tem como objetivo alcançar a amplitude “funcional” para a realização da atividade sem a preocupação como o desenvolvimento de novas adaptações dessa AM (Achour Júnior, 1999), isto é, ele não terá o objetivo de treinar a capacidade. O tempo da aplicação desse exercício tem duração inferior comparado ao aplicado para o treinamento da flexibilidade, o que melhora o desempenho atlético “momentâneo” pelo alcance do movimento atingido em treinos anteriores, tornando específicos os esforços para a competição ou para a atividade que será realizada pelo seu aluno ou cliente personalizado.autor ... rever contexto A quantidade de estímulos, isto é, quantos exercícios serão aplicados por grupamento muscular são menores. A proposta geral de indicação do alongamento como parte do aquecimento é aumentar a extensibilidade muscular e tendinosa, estimular o fluxo sangüíneo periférico, aumento da temperatura corporal.... pegar corbin & noble apud achour 1995 ... McMillinan et al (2006) em seu estudo ressaltam como colocamos anteriormente que é importante distinguir entre os exercícios de alongamento como parte do aquecimento (préexercício), isto é, para a preparação funcional da atividade a ser executada e exercícios de alongamento quantificados para o treinamento da flexibilidade. Em sua análise comparando o uso do alongamento estático com o dinâmico aplicados numa rotina de aquecimento de 10 minutos e seus efeitos sobre testes de potência e agilidade (suttle run, distância de arremesso acima da cabeça de medicine ball, 5 passos com salto), verificaram uma melhor performance nos scores após aquecimento com alongamento dinâmico para todos os testes. Não houve diferença entre aquecimento com alongamento estático e o não uso do alongamento para os testes com medicine ball e shuttle run, e o alongamento estático foi associado com o melhor score de salto vertical, conforme Tabela 3 e Quadro 4. Tabela 3. Performance sobre cada variável baseada nas condições de aquecimento (adaptado de McMillian et al, 2006). Shuttle run T (seg) Arremesso medicine 5 saltos em distância ball (m) (m) Sem Aquecimento 9,77 9,47 9,51 Aquecimento Estático 9,69 9,34 9,78+ Aquecimento Dinâmico 9,56* 9,79* 10,06* + Aquecimento Estático melhor que sem aquecimento, *Aquecimento dinâmico melhor que Aquecimento estático e sem aquecimento (p<0,01). É importante entender que os exercícios de alongamento utilizados como parte do aquecimento não são para treinar a flexibilidade, principalmente na prescrição para a saúde. B – Exercícios de alongamento aplicados para um programa de treinamento da flexibilidade É necessário também esclarecer a diferença do alongamento realizado num “programa de treinamento”. Num programa de treinamento da flexibilidade, utiliza-se o alongamento nos diferentes métodos de flexibilidade, e o tempo de permanência no alongamento é superior, isso tudo para melhorar o rendimento dessa capacidade física. É necessária uma programação adequada da carga, uma seleção do método para que ocorra a intensificação da capacidade etc. Atualmente com as grandes questões que tem envolvido o alongamento estudos têm sido desenvolvidos com alongamentos dinâmicos e específicos ao gesto desportivo. Exercícios de alongamento no aquecimento são práticas comuns e recomendadas por vários autores da saúde e do desporto. Tradicionalmente o alongamento estático tem sido um exercício obrigatório nas rotinas de aquecimento e dados suportando o uso do alongamento dinâmico têm aumentado nos últimos anos. O alongamento dinâmico hoje tem sido também recomendado diante de alguns resultados encontrados em estudos. Woolstenhulme et al (2006) testaram 4 tipos de aquecimentos onde 2 deles foram compostos apenas por exercícios de alongamento, um usando o balístico (dinâmico) e o outro o estático e os outros dois utilizaram sprints ou apenas movimentos da modalidade. Os autores questionaram qual seria o efeito de 6 semanas (efeito crônico) desses exercícios de aquecimento utilizando alongamento e sprints específicos e jogos de basquetebol de 20 minutos teriam sobre a flexibilidade e sobre a altura de salto vertical. • Característica da carga de alongamento aplicada como aquecimento: o Alongamento estático - 4 exercício focando os membros inferiores, executados em 2 séries e duração de 30 segundos, pausa de 15 segundos; o Alongamento dinâmico – mesmos exercícios com 1 repetição por segundo e variáveis restantes semelhantes. Figura 2.11. Design experimental. SV SV SV SV JOGO DE BASQUETEBOL – 20minutos SV SVi -1 SV SV SV SVf AQUECIMENTO 0 2 4 SEMANAS 6 7 SV - Teste de Salto Vertical SVi - Teste de Salto Vertical – valor inicial (antes do período da aplicação do aquecimento). - Teste de Salto Vertical – valor final (após o período da aplicação do aquecimento). SVf Conforme Figura 2.11 após a execução do processo de aquecimento realizou-se teste de salto vertical (SV) e após aplicou-se 20 minutos com atividade de basquetebol. Após aplicava-se novamente o teste de salto vertical. A resposta para as questões realizadas foi que a flexibilidade aumentou para os grupos que realizaram o alongamento balístico (dinâmico), estático e sprint comparados com o controle (não realizaram nenhuma atividade) e a Figura 2.12 mostra que a altura do salto vertical não mudou para nenhum dos grupos...... quando?.... 60 50 49,5 49,4 45,1 48,7 49 45,7 50,1 48,5 40 30 20 10 0 PRÉ CONTROLE PÓS BALÍSTICO SPRINT ESTÁTICO Figura 2.12. Altura do salto vertical no grupo controle e nos grupos que realizaram aquecimento com alongamento balístico, corridas de velocidade (sprint) e alongamento estático. DISCUSSÃO E QUESTIONAMENTOS Apesar de serem observados efeitos positivos do alongamento sobre o ganho de flexibilidade, a quantificação dos estímulos não é adequada para um treinamento efetivo da flexibilidade, sendo uma carga baixa. O exercício de alongamento aplicado em quantidades adequadas e composto com o objetivo de “parte de um aquecimento” não produz efeitos negativos sobre a força. Unick et al (2005) não encontraram diferença na altura do salto vertical como resultado do alongamento estático ou dinâmico. Segundo os autores, esse resultado sugere que o alongamento aplicado em quantidade e forma correta antes de competições pode não afetar negativamente a performance de força explosiva. A quantificação dos estímulos utilizada foi: 4 exercícios, 3 séries com duração de 15 segundos e pausa de 20 segundos. Os autores verificaram o efeito agudo do alongamento estático e dinâmico (balístico) sobre a performance de salto vertical em mulheres treinadas e investigaram se a potência foi alterada após 15 e 30 minutos da aplicação do alongamento. A aplicação desses estímulos foi um pouco mais próxima a realidade do uso do exercício de alongamento como parte de um aquecimento; Se pensarmos em outras capacidades físicas, quando realizamos o aquecimento “específico” na musculação, não colocamos uma carga para treino, e sim uma carga condizente com o objetivo de aquecimento. Quando realizamos um trote ou uma caminhada para aquecer, não os realizamos em velocidades ou intensidade de treino. No entanto nos estudos que investigam esse efeito do alongamento, estamos fazendo tais disparastes. É necessário um conhecimento maior dos estudiosos sobre a aplicação prática do uso do alongamento para esse entendimento. O alongamento aplicado em quantidade e forma correta antes de competições pode não afetar negativamente a performance de força explosiva (Unick et al, 2005). Adiante apresentaremos os estudos com os resultados encontrados pelos autores, mas agora o leitor pode discernir entre a carga aplicada nos estudos. Existe a diminuição da força quando se realizam exercícios de alongamento? 2.3.1. Efeito sobre os testes de força Isotônica, Isométrica e Isocinética Muitos autores têm estudado o efeito agudo da aplicação dos exercícios de alongamento sobre o desempenho da força, mas os resultados são frequentemente controversos. Estudos que observaram a diminuição da força com a aplicação dos exercícios de alongamento Os estudos que encontram resultados negativos para o desempenho da força têm duração total de estímulo de alongamento muito prolongados. Segundo Rubini et al (2007) as durações estão variando de 120 a 3600 segundos. Entende-se que quando o alongamento é aplicado com duração tão prolongada e antecedendo os estímulos de força, podem prejudicá-la, levando a diminuição do desempenho da força. Para analisar os efeitos os estudos em sua maioria usaram o alongamento estático, sendo que alguns utilizaram o alongamento dinâmico (balístico) e o método FNP (Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva). DISCUSSÃO Um dos problemas a serem observados é que a maioria dos autores estão classificando estes estímulos de alongamento como aquecimento e isto é questionável, pois cargas com essas características de número de exercícios, séries e duração do alongamento já podem ser enquadradas como carga de treino, não sendo portanto compatível para ser aplicada como parte de uma aquecimento. Mesmo variando os modelos de testes realizados (isométrico, isotônico, isocinético) tem sido encontrada a queda da força que segundo Rufini et al (2007) tem uma amplitude que varia de 4,5 a 28%. A Figura 2.4 apresenta o resultado encontrado por Tricoli & Paulo (2002) ao estudarem o efeito agudo dos exercícios de alongamento sobre o desempenho da força máxima analisada no leg press com inclinação de 45 graus. 410 405,5* 405 400 391,7 395 390 385 380 C/A S/A p<0,05 Figura 2.4. Teste de leg-press com inclinação de 45 graus com alongamento prévio (C/A) e sem alongamento prévio (S/A). Os autores realizaram uma sessão de exercícios de alongamento por aproximadamente 20 minutos utilizando exercícios que enfatizaram os músculos anteriores e posteriores de coxa. A quantificação dos estímulos foi aplicada em 3 séries com duração de 30 segundos para cada exercício e pausa de 30 segundos entre séries e exercícios. A aplicação do alongamento para cada grupamento ficou da seguinte forma: 3 exercícios para os posteriores, 1 exercício para glúteo e 2 exercícios para quadríceps. Após a aplicação dos exercícios de alongamento foi realizado um aquecimento específico de força. Houve um decréscimo na performance da força em 13,8%. “Um intenso regime de alongamento estático” para os músculos que serão utilizados em determinada atividade não deve ser aplicado antes de modalidades esportivas ou atividades que tem seu sucesso dependente da produção de força próxima de limites máximos (Tricolli & Paulo, 2002). Cramer et al (2004) documentaram queda no pico de torque após a aplicação do alongamento estático em duas velocidades analisadas em isocinético (60 e 240°.s-1), conforme Figuras 2.5 e 2.6. As características da carga utilizada pelos autores encontram-se no Quadro 1, mas indicamos que são cargas compatíveis com uma sessão de treinamento da flexibilidade, não sendo adequadas para serem utilizadas como parte de um aquecimento. Os autores colocam que a incorporação do alongamento estático entre atividade pré-performance deveria ser reconsiderada, porém a carga de alongamento aplicada no estudo não são compatíveis com as atividades préperformance, denominadas “aquecimento”, demonstradas no Quadro 1. DOM 210 174,1 182,4 170,7 174,1 180 NDOM 150 Pico de torque (Nm) 120 90 60 30 0 PRÉ PÓS Pré – antes do alongamento / Pós – após alongamento. Figura 2.5. Efeito agudo do exercício de alongamento sobre o pico de torque em cybex em velocidade de 60°.s-1 (Cramer et al. 2004). DOM 140 112,4 109,6 109,3 106,9 NDOM 120 100 80 60 40 20 0 PRÉ PÓS Pré – antes do alongamento / Pós – após alongamento. Figura 2.6. Efeito agudo do exercício de alongamento sobre o pico de torque em cybex em velocidade de 240°.s-1 (Cramer et al. 2004). Rosenbaum et al (1995) ... PEGAR ... encontraram decréscimo da força relatada com o alongamento a qual retornou após 10 minutos de corrida. Diante disso, protocolos de aquecimento que combinam exercícios de alongamento estático e dinâmico devem ser encorajados em futuras investigações.... Power et al (2004) encontraram redução no torque de 9,5% e na contração máxima voluntária em 5,4%. A força permaneceu diminuída por 120 minutos. Os estudos em sua maioria preocuparam-se mais com a análise dos membros inferiores. Análise nos membros superiores Os estudos têm se preocupado muito em verificar os efeitos dos exercícios de alongamento sobre a musculatura do membro inferior, mas muitas modalidades têm o seu desempenho de força também nos membros superiores. Evetovich et al (2003) analisaram o bíceps braquial em teste isocinético (pico de torque) e isométrico máximo (pico de torque e contração máxima voluntária) em duas velocidades, 30 e 270°/s-1. Utilizaram alongamento ativo e passivo estático (3 exercícios diferentes - estáticos – mantidos por 30 segundos e repetidos por 4 vezes (4 séries) com pausa de 15 segundos). Os autores encontraram queda na performance de força com a aplicação dos exercícios de alongamento. Para os autores esses resultados indicam que a maior habilidade para produzir torque sem a aplicação do alongamento antecedente ao estímulo de força está mais relacionado com a rigidez musculotendínea que o número de unidades motoras ativadas. Simão et al (2003) avaliaram o exercício de supino horizontal através teste de repetição máxima (1RM). Utilizaram dois tipos de aquecimento, o tradicional com movimento específico (movimentos dos exercícios de força com carga reduzida) e o que utilizou o método FNP-CR. Não houve diferença no desempenho do Teste de 1RM após os diferentes tipos de aquecimento. Destacamos também a mesmo utilizando o método FNP a carga aplicada foi pequena não produzindo assim grandes alterações mecânicas e neurais. Novamente encontramos as mesmas observações, isto é, o desconhecimento da(o): 1. carga aplicada do estímulo de alongamento com o objetivo de compor uma parte do aquecimento. 2. objetivo do estímulo de alongamento dentro do aquecimento. Estudos que não observaram a diminuição da força com a aplicação dos exercícios de alongamento Ao contrário dos resultados anteriores, segundo os resultados dos estudos apresentados adiante não foram encontrados efeitos negativos do alongamento aplicado sobre o desempenho da força. Kubo et al (2001) não encontraram perda de força para os flexores plantares. Os autores analisaram a influência do alongamento estático sobre a propriedade viscoelástica do tendão humano. O alongamento estático foi aplicado no tornozelo fletido dorsalmente em 35 graus e mantido em posição por 10 minutos, conforme Figura 2.7. 35 graus Figura 2.7. Representação esquemática do movimento do tornozelo analisado, movido a 35° de dorso flexão e mantido por 10 minutos. Após o alongamento os indivíduos foram medidos diretamente por ultra-sonografia enquanto realizaram uma contração máxima voluntária isométrica no sentido da flexão plantar na rampa, seguida por um relaxamento. O alongamento não produziu mudanças na contração voluntária máxima, mas diminuiu a rigidez (stiffness) de 22,9±5,8 para 20,6±4,6 N/mm e a histerese de 20,6±8,8 para 13,5±7,6%. Os resultados sugerem que o alongamento diminui a viscosidade da estrutura do tendão, mas aumenta a elasticidade. Egan et al (2006) analisaram o efeito agudo do alongamento estático sobre a força testada em isocinético em velocidades de 60 e 300°.s-1 em jogadoras de basquetebol. O teste isocinético foi repetido após 5, 15, 30 e 45 minutos do alongamento aplicado para observar o tempo de duração efeito do alongamento sobre a força. Segundo os resultados o alongamento não produziu mudanças do pré para o pós teste em nenhum intervalo de tempo analisado de 5 até 45 segundos. Segundo o autor há sugestões que atletas treinados tiveram menos susceptibilidade para a queda na força induzida pelo alongamento que indivíduos não atletas ou destreinados. Os autores sugerem que atletas treinados podem ter menos susceptibilidade a queda de força induzida pelo alongamento que indivíduos não treinados ou não atletas. Característica da carga: 4 exercícios de alongamento estático para o músculo extensor da perna com 4 séries de cada alongamento mantidos por 30 segundos até o ponto de leve desconforto (sem dor). A pausa foi realizada com o retorno do segmento a posição neutra por 20 segundos e duração total da sessão foi em torno de 16,8 minutos. Dos exercícios de alongamento aplicados um exercício foi sem assistência e 3 com assistência. QUADRO 1.... 210 180 180,2 174,5 179,5 173,7 182,4 150 120 99,6 104,7 102,6 111,6 107,1 60.s-1 300.s-1 90 60 30 0 PRÉ pós 5 pós 15 pós 30 pós-45 Figura 2.7. Pico de torque isocinético nas velocidades de 60 e 300°.s-1 antes do alongamento e após 5, 15, 30 e 45 segundos após a aplicação dos exercícios de alongamento. Estudos realizados pelo mesmo grupo de pesquisa dos autores no laboratório da Universidade de Oklahoma (Cramer et al 2004, Cramer et al 2005, Marek et al 2005) aplicando volume (QUAL) de alongamento, intensidade e duração de repouso semelhantes não reportaram decréscimo induzido pelo alongamento na força isocinética em homens e mulheres. Cramer et al (2004) a proposta do estudo foi examinar os efeitos do alongamento estático sobre o pico de torque (PT) concêntrico e isocinético a 60 e 240·s1. O PT do lado dominante (alongado) e não dominante (não alongado) foram medidos em Dinamômetro Cybex 6000. Antes e após o alongamento (foi usado um exercício ativo e 3 passivos) o PT foi medido, o lado dominante. Os resultado indicam que o PT diminuiu após o alongamento para as 2 velocidades medidas (60 e 240·s1). Os resultados sugerem que o alongamento que induz a diminuição do PT podem ser relatados pelas mudanças nas propriedades mecânicas do músculo, como uma alteração da relação de comprimento-tensão, ou um mecanismo inibitório do sistema nervoso. Figura 1..... Exercícios aplicados para alongamento do quadríceps no estudo de Cramer et al (2004). Marek et al (2005) examinaram o efeito do alongamento estático e FNP sobre o pico de torque (PT), mean power output (MP), amplitude de movimento ativa e passiva, amplitude eletromiográfica (EMG), e amplitude mecanomiográfica (MMG) dos músculos vasto lateral e reto femoral durante a extensão voluntária máxima concêntrica isocinética a 60 e 300·s1. Voluntários aticos saudáveis (10 mulheres e 9 homens) participaram do estudo realizando 4 exercícios de alongamento estático e FNP para alongar os músculo extensores de perna do lado dominante.Como resultados o alongamento estático e FNP reduziram o PT, o MP, EMG a amplitude eltromiograica quando comparado os valores pre-alongamento para pós alongamento em ambas as velocidades. A AM ativa e passiva aumentaram como resultado do alongamento. A amplitude MMG amplitude aumentou no reto femoural em resposta ao alongmaento estático a 60·s1, mas nehuma outra mudança em MMG foi observada. Como conclusÃo ambos os alongamentos estático e FNP causaram queda da força, potencia(power output) e ativaçÃo das velocidades das fibras lentas (60·s1) e rápidas (300·s1). Figura 2..... Exercícios aplicados para alongamento do quadríceps no estudo de Marek et al (2005) Cramer, J.T., T.J. Housh, J.W. Coburn, T.W. Beck, and G.O. Johnson. Acute effects of static stretching on maximal eccentric torque production in women. J. Strength Cond. Res. 20(2):354–358. 2006.—The purpose of this study was to examine the acute effects of static stretching on peak torque (PT) and the joint angle at PT during maximal, voluntary, eccentric isokinetic muscle actions of the leg extensors at 60 and 1808·s21 for the stretched and unstretched limbs in women. Thirteen women (mean age 6 SD 5 20.8 6 0.8 yr; weight 6 SD 5 63.3 6 9.5 kg; height 6 SD 5 165.9 6 7.9 cm) volunteered to perform separate maximal, voluntary, eccentric isokinetic muscle actions of the leg extensors with the dominant and nondominant limbs on a Cybex 6000 dynamometer at 60 and 1808·s21. PT (Nm) and the joint angle at PT (8) were recorded by the dynamometer software. Following the initial isokinetic assessments, the dominant leg extensors were stretched (mean stretching time 6 SD 5 21.2 6 2.0 minutes) using 1 unassisted and 3 assisted static stretching exercises. After the stretching (4.3 6 1.4 minutes), the isokinetic assessments were repeated. The statistical analyses indicated no changes (p . 0.05) from pre- to poststretching for PT or the joint angle at PT. These results indicated that static stretching did not affect PT or the joint angle at PT of the leg extensors during maximal, voluntary, eccentric isokinetic muscle actions at 60 and 1808·s21 in the stretched or unstretched limbs in women. In conjunction with previous studies, these findings suggested that static stretching may affect torque production during concentric, but not eccentric, muscle actions. Quadro 1. Autores que analisaram o efeitos agudo do exercício de alongamento sobre o desempenho da força (isotônica, isométrica e isocinética). Segundo Egan et al (2006) os resultados de seus estudos têm sugerido que o efeito agudo do alongamento estático pode ser relacionado ao status de treinamento, afetando indivíduos não treinados, mas não afetando atletas treinados. Análise nos membros superiores Os estudos têm se preocupado muito em verificar os efeitos dos exercícios de alongamento sobre a musculatura do membro inferior, mas muitas modalidades têm o seu desempenho de força também nos membros superiores. Simão et al (2003) avaliaram o efeito de dois tipos de aquecimento, o tradicional com movimento específico (movimentos dos exercícios de força com carga reduzida) e o que utilizou o método FNP-CR sobre o exercício de supino horizontal através teste de 1 Repetição Máxima (1RM). Não houve diferença no desempenho do Teste de 1RM após os diferentes tipos de aquecimento. Destacamos também que mesmo utilizando o método FNP a carga aplicada foi pequena não produzindo assim grandes alterações mecânicas e neurais. O protocolo de aquecimento específico envolvia carga leve, permitindo a execução de duas séries de 20 repetições com intervalo de 30 segundos entre elas. O método FNP era aplicado no grupamento muscular peitoral, obedecendo as seguintes fases: o avaliado em pé, com joelhos semiflexionados, pés paralelo, tronco ereto, era submetido a um estiramento passivo do grupamento muscular peitoral, mantendo as palmas das mãos voltadas para fora e polegares para cima. O avaliador posicionava-se atrás do avaliado, conduzindo o movimento até o limite de desconforto máximo. Em seguida, o avaliado realizava uma contração voluntária do peitoral, com duração de seis segundos, sendo retido pela avaliador, que em seguida procurava atingir amplitudes maiores que as anteriormente atingidas. O procedimento era realizado por três vezes, com intervalos de seis segundos entre as tentativas. Existe a diminuição da força de resistência quando se realizam exercícios de alongamento? 2.3.2. Efeito sobre os testes de força de resistência A força de resistência (ou endurance) foi analisada por Nelson et al (2005) através do número de repetições após a aplicação dos exercícios de alongamento e encontraram redução da força em 24,4% com carga de 60% do peso corporal e 9,8% com carga de 40% do peso corporal. A carga de alongamento aplicada encontra-se na Tabela 1. Após a análise dos vários resultados encontrados, concordamos com a observação de Nelson et al (2005) a qual recomenda evitar-se exercícios de alongamento intensos antecedentes a realização da força para os grupos musculares solicitados. Tabela 1. Efeitos do alongamento sobre a força de resistência para a flexão do joelho (Nelson et al 2005). CARGA 60% do peso corporal 40% do peso corporal SEM ALONGAMENTO número de repetições 14,4 ± 4 31,6 ± 12,1 COM ALONGAMENTO número de repetições 10,9 ± 4,2* 29,3 ± 4.3* *(p<0,05) DISCUSSÃO Deve ser observado que os estudos usaram mais de um exercício de alongamento para o mesmo grupo muscular e/ou número de séries e a duração do alongamento foi maior que a normalmente recomendada na literatura e usada em atividade esportiva (Rufini et al, 2007). Existe a diminuição da força explosiva (força rápida / potência) quando se realizam exercícios de alongamento? 2.3.3. Efeito sobre a performance da força explosiva (potência) analisada através do salto vertical A performance sobre o salto vertical é a variável mais estudada quanto ao efeito agudo dos exercícios de alongamento sobre a força explosiva. A força muscular é um dos mais importantes fatores para a performance do salto vertical e se o alongamento tem um efeito agudo de diminuição de performance na força deveria ser esperado diminuir a altura do salto também (Rubini et al, 2007). Para um entendimento das explanações referidas adiante faremos uso de algumas conceituações. Um salto vertical é uma ação básica para várias modalidades esportivas, sendo que pesquisas vêm sendo realizadas na tentativa de se estabelecer um referencial teórico para sua compreensão. É de fundamental importância o estudo do Ciclo de Alongamento e Encurtamento (CAE), o qual é um mecanismo fisiológico que tem como função aumentar a eficiência mecânica do movimento. Ele está baseado no acúmulo de energia potencial elástica durante as ações musculares excêntricas, a qual é liberada na fase concêntrica subseqüente na forma de energia cinética (Ugrinowitsch & Barbanti, 1998). Caracteriza-se pelo aumento do rendimento em ações concêntricas precedidas por ação excêntrica. Em virtude do maior armazenamento de energia-potencial nos componentes elásticos (Wilson, 1992). Para testar a quantidade de acúmulo e utilização da energia potencial elástica, duas técnicas de salto vertical são comumente utilizadas, o “squat jump” (SJ) e o “counter movement jump” (CMJ). • Squat Jump (SJ - ou salto partindo da posição de meio-agachamento): o executante assume uma posição estática de flexão dos joelhos à 90 graus, mãos na cintura, os pés paralelos com um afastamento confortável, não é permitido um novo abaixamento do centro de gravidade (CG), sendo o movimento apenas ascendente. Assim realizado, a energia potencial elástica acumulada é perdida na forma de calor, devido a manutenção da posição estática assumida, e o salto é realizado somente com a capacidade dos grupos musculares esqueléticos de gerar força sem a utilização do CAE (Goubel, 1997; Komi & Bosco, 1978 apud Ugrinowitsch & Barbanti, 1998). Figura .... Squat Jump (site:www.athleticadvisor.com/Weight_Room/low_intensity.htm e http://health.msn.com/dietfitness/articlepage.aspx?cp-documentid=100108860). • Counter Movement Jump (CMJ - ou salto com contra movimento): é permitido ao executante realizar a fase excêntrica e concêntrica do movimento, a transição da fase descendente para a ascendente deve ser feita o mais rápido possível. Durante a ação explosiva, verifica-se o maior benefício do CAE, podendo ser utilizado produzindo uma maior geração de força, uma maior elevação do centro de gravidade (CG), com uma maior eficiência mecânica (menor gasto energético). Figura .... Counter movement jump www.globusitalia.com/ita/catalogo.asp?cat=5&idcat=11&sottocat=6&idsottocat=26). (site: Vários estudos têm investigado o efeito agudo dos exercícios de alongamento sobre a performance do salto vertical e além dos saltos citados acima, ainda são utilizados nos estudos os seguintes saltos: • Drop Jump (DJ ou salto em profundidade) desenvolvido a partir de uma plataforma, o executante mantém as mãos no quadril. Durante esta fase passa-se por uma rápida transição, e entra em contato com o solo para lançar-se explosivamente em um salto vertical, tentando fazê-lo com potência máxima. • Concentric Jump (CJ): posição estática para o salto com ângulo do joelho de 100 graus e então saltar a máxima altura. Estudos que observaram a diminuição no salto vertical com a aplicação dos exercícios de alongamento Wallmann et al (2005) encontraram diminuição do salto vertical. Os autores investigaram o efeito do alongamento estático aplicado no músculo gastrocnêmio sobre a performance de salto vertical. Os exercícios foram realizados em ambos segmentos simultaneamente em 3 séries de 30 segundos, com um total e 1,5 minuto no ponto de leve desconforto. Foram realizados 3 saltos máximos, 30 segundos após os alongamentos. A altura do salto foi 5.6% menor após o alongamento comparado ao antes (0,268m x 0,284m, respectivamente). A atividade EMG do gastrocnêmio foi 17.9% maior após o alongamento, quando comparada com antes. Os resultados mostram aumento da atividade EMG para o gastrocnêmio, sendo que o alongamento estático teve um efeito negativo sobre a performance de salto. Young & Behm (2003) analisaram o efeito de algumas atividades como forma de aquecimento e seus possíveis efeitos sobre a produção de força explosiva e performance de saltos: a corrida realizado durante 4 minutos em velocidade não controlada, 2 minutos de alongamento estático (carga documentada no Quadro 2) e de séries de saltos. Os grupos foram divididos da seguinte forma: controle (C), corrida (CO), alongamento estático (AL); corrida + alongamento estático (CO-AL); corrida + alongamento + saltos (CO-AL-S). Como resultados CO e CO-AL-S produziram melhor força explosiva e performance de salto, enquanto o grupo que aplicou somente o alongamento (AL) produziu menor saltabilidade. Os 2 minutos de alongamento estático (AL) por grupo parecem ter influência negativa sobre a força explosiva medida pelos saltos. 35 30,2 29,3 30 28,3 27,7 26,5 30,2 27,8 29,2 25,7 26,5 25 20 15 10 5 0 C CO AL concentric jump CO-AL CO-AL-S drop jump Figura 2.8. Performance do salto vertical, em cm, após a aplicação de vários estímulos (adaptado de Young & Behm, 2003). DISCUSSÃO Diante dos resultados encontrados nesse estudo, Young & Behm (2003) colocam que os alongamentos dinâmicos têm sido sugeridos no lugar do estático. Church et al (2001) analisaram 40 mulheres participantes de modalidades esportivas como tênis, voleibol, atletismo de uma rotina de aquecimento utilizando aquecimento geral e alongamento estático e aquecimento geral e FNP-CRAC. Cada tratamento foi seguido pelo teste de salto vertical. A análise demonstrou queda na performance do salto vertical para o grupo que realizou FNP. 60 48,65 48,06 47,18* S/A EST 50 FNP 40 30 20 10 0 SALTO VERTICAL * FNP < alongamento estático e sem alongamento (p≤0,05). Figura 2.9. Efeitos do alongamento realizados como aquecimento sobre a performance do salto vertical (Church et al 2001). DISCUSSÃO: Muitos estudos utilizam o método FNP para análise da força. Os métodos FNP são intensos para serem aplicados antes do treinamento de qualquer manifestação de força e acionam os proprioceptores, que podem ser colocados em fadiga e devem ser encontrados íntegros, sem fadiga para o desempenho da força. Estudos que não observaram a diminuição no salto vertical com a aplicação dos exercícios de alongamento Unick et al (2005) ao analisarem os efeitos do alongamento estático e dinâmico (balístico) em jogadoras de basquetebol não encontraram diminuição na performance do salto vertical imediatamente após a aplicação dos alongamentos, nem após o período de 15 e 30 minutos. Tabela 2. Score do salto vertical counter movement e drop jump (adaptado de Unick et al, 2005). SALTO Counter movement Sem alongamento Al. estático Al. balístico SALTO Drop Jump Sem alongamento Al. estático Al. balístico INICIAL (imediatamente após) 41,12 41,71 41,50 INICIAL (imediatamente após) 40,16 41,10 41,01 15 minutos 30 minutos 40,46 41,22 40,41 40,54 40,69 40,79 15 minutos 30 minutos 39,17 40,79 40,44 38,96 40,39 40,36 A aplicação dos estímulos de alongamento foi após 5 minutos de aquecimento através de corrida com intensidade auto controlada seguido de intervalo de descanso de 30 segundos. Após esse procedimento os estímulos de alongamento foram de aproximadamente 6 minutos, o que se aproxima bastante de uma quantificação pertinente a utilizada como parte de um aquecimento. A carga utilizada foi de 4 exercícios, 3 séries de 15 segundos e pausa de 20 segundos. DISCUSSÃO Unick et al (2005) fazem a observação de que apesar de recomendações da literatura para se manter os exercícios de alongamento por 30 segundos, essa duração não imita as rotinas comuns utilizadas pelos atletas, fazendo então uma escolha de 15 segundos em seu protocolo. Young & Behm (2003) observaram que quando o alongamento era realizado antecedido por corrida e finalizado com uma seqüência de saltos (grupo CO-AL-S) não era encontrada a diminuição do salto vertical, conforme Figura 2.8. Church et al (2001) não encontraram a diminuição na altura do salto vertical com o alongamento estático, porém o mesmo não ocorreu após a realização do método FNP-CRAC, conforme Figura 2.9. Power et al (2004) que investigaram o efeito do alongamento estático também não encontraram a diminuição na performance do salto vertical. DISCUSSÃO: O estudo abaixo teve uma aplicação dos exercícios de alongamento dentro da proposta do aquecimento, isto é, tempos reduzidos e poucos exercícios. Como resultado não demonstraram queda da performance de força como demonstrado em estudos anteriores. Woolstenhulme et al (2006) questionaram qual seria o efeito agudo do aquecimento realizado com 5 minutos de trote leve seguidos por 8 minutos de exercícios alongamentos balístico e estático, e sprint sobre a altura do salto vertical, medidos imediatamente após 20 minutos de jogo de basquetebol realizado após o aquecimento. As medições realizadas durante o período de 6 semanas não tiveram em nenhuma ocasião analisada (0, 2, 4 e 6as semanas) a alteração na altura do salto vertical para os grupos estudados (balístico, estático e sprint), isto é o efeito crônico. Outra questão levantada pelos autores era o efeito agudo de cada atividade usada como aquecimento seguido da atividade de basquetebol teriam efeito sobre o salto vertical. Somente o grupo que realizou alongamento balístico demonstrou um aumento agudo sobre o salto vertical após os 20 minutos de jogo de basquetebol. Os autores não só não encontraram um decréscimo na altura do salto, mas reportaram um aumento aproximado de 3 cm na altura do salto vertical para o grupo que realizou alongamento balístico seguido do jogo de basquetebol, argumentando-se que a execução de um aquecimento com alongamento balístico pode beneficiar a performance sobre o salto vertical. Quadro 2. Autores que analisaram o efeitos agudo do exercício de alongamento sobre o desempenho da força explosiva (potência). A execução de um aquecimento utilizando alongamento balístico pode beneficiar a performance sobre o salto vertical (Woolstenhulme et al, 2006). Existe a diminuição da velocidade - agilidade quando se realizam exercícios de alongamento? 2.3.4. Efeito sobre a performance da velocidade – agilidade analisada através de sprints Várias modalidades desportivas requerem exercícios de alta intensidade, intermitentes, não contínuos que incluem muitos sprints com diferentes durações, rápidas acelerações, saltos, agilidade. Fletcher & Jones (2004) discutem que as modalidades precisam otimizar a performance do sprint através de curtas distâncias, e um alongamento dinâmico, particularmente o ativo dinâmico imita aspectos específicos do ciclo do sprint necessidade desportiva. Estudos que observaram efeitos negativos com a aplicação dos exercícios de alongamento sobre o sprint Nelson et al (2005) analisaram o efeito dos exercícios de alongamento estático realizados em 4 séries de 30 segundos sobre o sprint de 20m. Os resultados mostraram aumento no tempo de sprint afetando negativamente os exercícios de alta intensidade. Estudos que não observaram efeitos negativos com a aplicação dos exercícios de alongamento sobre o sprint Little & Williams (2006) analisaram o futebol examinando o efeito de 3 protocolos diferenciados de aquecimento: aquecimento sem alongamento, alongamento estático e dinâmico. Os autores não encontraram efeitos negativos sobre a altura do salto vertical, conforme Figura 2.10. A carga utilizada encontra-se no Quadro 3, mas o tempo total de alongamento aplicado ficou em torno de 6 minutos, sendo precedido por 4 minutos de corrida com variação de movimentos e direção e após os alongamentos realizaram-se sprints e corridas de agilidade em várias metragens e velocidades. Após esses exercícios realizou-se pausa de 2 minutos. 60 50 S/A 40,4 39,4 40,2 EST DIN 40 30 20 10 0 SALTO VERTICAL Figura 2.10. Performance do salto vertical após a aplicação de vários estímulos. Para os testes de velocidade os resultados mostraram um efeito positivo do alongamento dinâmico diminuindo o tempo no sprint de 20m, 10m e no teste de agilidade zig-zag aplicados em jogadores de futebol. Esse é portanto um efeito positivo do uso dos exercícios de alongamento. O alongamento estático segundo o resultado dos autores parece não ter influência na performance de alta velocidade quando incluído no aquecimento. Os resultados para os testes estão apresentados na Tabela 2. Tabela 2. Tempo (em segundos) nos testes de sprint e agilidade nos grupos estudados (adaptado de Little & Willims, 2006). TESTES / SPRINT 10 metros (seg) 20 metros (seg) Sem alongamento 1,87 2,41 Alongamento estático 1,85 2,37* Alongamento dinâmico 1,83* 2,37* Agilidade zigue-zague (seg) 5,20 5,22 5,14* * mais rápido (p<0,05). DISCUSSÃO: O alongamento estático não teve influência. O alongamento dinâmico teve efeito positivo diminuindo o tempo (ST) e tempo no teste de agilidade. Quadro 3. Autores que analisaram o efeitos agudo do exercício de alongamento sobre o desempenho do sprint (velocidade de 20ms). Para ao ambiente desportivo há uma necessidade muito grande no entendimento dos efeitos também do alongamento dinâmico sobre a força, uma vez que a maior parte dos movimentos acontecem com essa característica. DISCUSSÃO:rever eu itnha tirado .... ler novamente e decidir .... Muitos estudos utilizam o método FNP para análise da força. Os métodos FNP são intensos para o treinamento da flexibilidade e acionam os proprioceptores que podem ser colocados em fadiga e então não estarem íntegros para o desempenho da força. Resultados no sprint dependentes da forma de alongamento aplicado (método de flexibilidade) Um estudo mais detalhado na forma de se aplicar o alongmaneto mostra uma dependência conforme especificidade do alongamento utilizado. Fletcher & Jones (2004) utilizaram diferentes métodos de flexibilidade ou podemos dizer diferentes formas de se aplicar os exercícios de alongamento, conforme legenda abaixo (*o nome entre parênteses corresponde a nomenclatura dada pelo autor) e carga descrita no Quadro 4: (1) PAE (*PSS – alongamento passivo estático) – por 20 segundos aplica-se o alongamento e mantém posição. (2) ATD (ADS – alongamento ativo dinâmico) - 20 repetições com movimento controlado na AM de cada articulação (com deslocamento), mesmos músculos do PA(1). (3) ATE (ASST – alongamento ativo estático) – 20 segundos de alongamento ativo estático, 1 contração ativa do agonista por toda a AM e alongamento do antagonista. (4) ATD (SDS – alongamento estático dinâmico) - 20 repetições com os mesmos movimentos do ADS(2), mas em posição estacionária, isto é sem deslocamento. Os autores analisaram o Sprint de 20metros, aplicados em 2 séries de 20metros e os resultados encontrados foram: MÉTODOS PAE(1) e ATE(3) ATD(4) (ADS) RESULTADOS SOBRE O SPRINT ↑ tempo / ↓ a performance ↓ tempo / ↑ performance ATD(2) (SDS) ↓ tempo (não significativo) COLOCAR O QUADRO DE TEMPO .... 2.3.3. Efeitos sobre a performance de força explosiva analisada sobre a performance de saque Potência de saque com a aplicação dos exercícios de alongamento – Serviço n tênis O primeiro serviço provem de uma batida e é ideal para examinar o fenômeno do decréscimo de performance seguido ao alongamento (Knudson et al, 2004). Definir primeiro serviço Knudson et al (2004) colocam que apesar dos estudos estarem mostrando que um vigoroso alongamento antes da atividade estar sendo mostrado por outros estudos diminuir a performance de força, poucos têm observado decréscimo sobre a velocidade ou precisão dos movimentos. A proposta do estudo então foi realizar a medida da porcentagem de serviço (saque do tênis) e através de radar monitorar a velocidade da bola como efeito agudo do alongamento. A comparação do Aquecimento Tradicional (TRA) e Aquecimento Tradicional com aplicação de Alongamento (TRA + AL). As cargas estão apresentadas no Quadro 5 e não foi observada diferença entre os aquecimentos para a velocidade da bola e porcentagem de serviço, portanto não havendo decréscimo no serviço do tênis após a aplicação do alongamento. TRA 31,2 TRA + AL TRA 61 31 60 30,8 59 30,6 58 TRA + AL 57 30,4 velocidade (m/s) % de serviço Figura 2.11. Velocidade da bola e porcentagem de serviço no tênis. DISCUSSÃO: Este estudo é um exemplo de uma aplicação correta do alongamento com o objetivo de integrar parte de um aquecimento, onde mesmo utilizando alongamentos estáticos pela baixa duração os mesmos não apresentaram efeitos negativos. basquetebol Potência de chute com a aplicação dos exercícios de alongamento – chute no futebol australian rules PEGAR ARTIGO E REORGANIZAR ... A proposta desta pesquisa foi determinar o efeito do alongamento estático no aquecimento sobre a flexibilidade do flexor do quadril e quadríceps medido pelo teste modificado de Thomas e sobre a AM da perna e a velocidade de impacto do pé no chute do futebol com máximo esforço. Colocar foto do teste de Thomas. Dois grupos de Australian Rules (AR) footballers (n=16) desenvolveram 2 tipos de aquecimento: um envolveu 5 minutos de corrida submáxima seguido pela realização de 7 chutes; o outro incluiu 4.5 minutes de alongamento estático dos flexores do quadril e quadríceps após a corrida. O teste de Thomas modificado foi realizado antes e após cada procedimento de aquecimento. Os jogadores desenvolveram o... maximum effort drop punt kicks into a net while being videotaped para determiner a ROM do kicking leg and foot speed at impact with the ball. … Perna e pé velocidade no impacto com a bola. Não houve nenhuma mudança na flexibilidade como resultado do aquecimento e não houve nenhuma diferença do aquecimento no kicking variables (p>0,05). O alongamento não teve nenhuma influência sobre ... on kicking ROM or foot speed, possibly because of the complexity of the kicking skill (Young et al 2004). J Strength Cond Res. 2005 Aug;19(3):677-83.Effects of static stretching for 30 seconds and dynamic stretching on leg extension power. Yamaguchi T, Ishii K. The purposes of this study were to clarify the effects of static stretching for 30 seconds and dynamic stretching on leg extension power. Eleven healthy male students took part in this study. Each subject performed static stretching and dynamic stretching on the 5 muscle groups in the lower limbs and nonstretching on separate days. Leg extension power was measured before and after the static stretching, dynamic stretching, and nonstretching. No significant difference was found between leg extension power after static stretching (1788.5 +/- 85.7 W) and that after nonstretching (1784.8 +/- 108.4 W). On the other hand, leg extension power after dynamic stretching (2022.3 +/- 121.0 W) was significantly (p < 0.01) greater than that after nonstretching. These results suggest that static stretching for 30 seconds neither improves nor reduces muscular performance and that dynamic stretching enhances muscular performance. 2.5. EFEITO CRÔNICO DOS EXERCICIOS DE ALONGAMENTO SOBRE O DESEMPENHO DA FORÇA E PERFORMANCE ATLÉTICA Muitos atletas e técnicos realizam sessões de treino acreditando que o efeito crônico do alongamento, isto é, melhora da flexibilidade irá melhorar a performance. Stone et al (2006) colocam que nos estudos esse aumento parece ser pequeno, por volta de 3-4%, no entanto ele lembra que nas últimas duas Olimpíadas a diferença entre o primeiro e quarto colocado em várias modalidades esportivas foi menor que 1,5%. Os estudos relacionados no Quadro 3 documentam que a performance, particularmente a força máxima, força explosiva podem aumentar com o treinamento da flexibilidade. Quadro 3. Efeitos positivos crônicos do alongamento sobre a performance (adaptado de Stone et al, 2006). Efeito crônico da aplicação dos exercícios de alongamento para o treinamento da flexibilidade Autor Descrição dos indivíduos Resultados Dintiman (1964) Indivíduos treinados ↑ a velocidade de corrida Hortobagyi et al (1985) Estudantes ativos ↑ força para extensão do joelho Wilson et al (1992) Worrel et al (1994) Handel et al (1997) Hunter & Marshall (2002) Levantadores de peso Estudantes ativos Vários atletas Vários atletas ↑ CAE ↑ força isquiotibiais ↑ a força ↑ SV Alguns estudos têm analisado o efeito crônico do alongamento sobre a performance de força e em humanos ganhos em força tem sido visto ocorrer após 3 semanas do treinamento da flexibilidade, sem treinamento especifico de força para o desenvolvimento desta capacidade (Worrel et al 1994, Handel et al 1997). Evidências sugerem que embora exercícios de alongamento possam ter efeito agudo negativo sobre a força, este pode não ser o caso após alongamento crônico. Optimal stiffness of series elastic component in a stretch-shorten cycle activity. J Appl Physiol 70: 825-833 G. J. Wilson, G. A. Wood and B. C. Elliott (1991) Twelve experienced male weight lifters performed a rebound bench press and a purely concentric bench press lift. Data were obtained pertaining to 1) the benefits to concentric motion derived from a prior stretch and 2) the movement frequency adopted during performance of the stretchshorten cycle (SSC) portion of the rebound bench press lift. The subjects also performed a series of quasi-static muscular actions in a position specific to the bench press movement. A brief perturbation was applied to the bar while these isometric efforts were maintained, and the resulting damped oscillations provided data pertaining to each subject's series elastic component (SEC) stiffness and natural frequency of oscillation. A significant correlation (r = -0.718, P less than 0.01) between maximal SEC stiffness and augmentation to concentric motion derived from prior stretch was observed. Subjects were also observed to perform the SSC portion of the rebound bench press movement to coincide with the natural frequency of oscillation of their SEC. These results are interpreted as demonstrating that the optimal stiffness in a rebound bench press lift was a resonant-compliant SEC. Wilson et al (1992) questionaram se o treinamento da flexibilidade pode melhorar a performance de força. O efeito crônico de um treinamento de flexibilidade aplicado por 8 semanas, 2 vezes por semana composta por 4 exercícios foi analisado sobre a performance de força no exercício de supino (RBP - rebound bench press). O treinamento da flexibilidade aumentou a performance no exercício de supino, resultado diretamente causado pela redução da rigidez do SEC (componente elástico em série), aumentando a utilização do strain elastic energia durante o levantamento no exercício de supino. Indivíduos que treinaram força produziram mais trabalho durante ..... Stretch shorten cycle performance enhancement through flexibility training. Med Sci Sports Exerc. 1992 Jan;24(1):116-23. Wilson GJ, Elliott BC, Wood GA. Sixteen experienced male powerlifters served as subjects in a training study designed to examine the effect of flexibility training on: (i) the stiffness of the series elastic components (SEC) of the upper body musculature and (ii) rebound and purely concentric bench press performance. Nine of the subjects participated in two sessions of flexibility training twice per week for 8 wk. Prior to and after the training period the subjects' static flexibility, SEC stiffness, rebound bench press (RBP), and purely concentric bench press (PCBP) performance were recorded. The flexibility training induced a significant reduction in the maximal stiffness of the SEC. Furthermore, the experimental subjects produced significantly more work during the initial concentric portion of the RBP lift, enabling a significantly greater load to be lifted in the post-training testing occasion. The benefits to performance achieved by the experimental group consequent to flexibility training were greater during the RBP lift as compared with the PCBP lift. The control subjects exhibited no change in any variable over the training period. These results implied that the RBP performance enhancement observed consequent to flexibility training was directly caused by a reduction in SEC stiffness, increasing the utilization of elastic strain energy during the RBP lift. Worrel et al (1994) usaram o alongamento passivo estático e FNP-CR para treinar a flexibilidade dos isquiotibiais. Os exercícios foram desenvolvidos 5 vezes por semana durante 3 semanas consecutivas, totalizando 15 sessões com duração de 20 minutos por sessão. Não houve aumento da flexibilidade, mas 8,5%-13,5% de aumento no pico de torque excêntrico medido em 60 e 120°/s, respectivamente e aumento de 11,2% no pico de torque concêntrico em 120°/s. Como conclusão observa-se que o treinamento da flexibilidade pode melhorar o desempenho nos exercícios de força envolvendo o ciclo alongamento-encurtamento (CAE), visto em programa de alongamento para posteriores de coxa. Kokkonen & Lauritzen (1995) também observaram efeito positivo como resultado de um programa de flexibilidade com o método FNP (3 a 12 semanas) encontrando um aumento da força isotônica e de resistência com a aplicação do método FNP. Participaram do estudo alunos praticantes de aulas com o objetivo aeróbico (aerobic fitness class) e um grupo controle para avaliar o efeito de uma rotina de alongamento sobre os força e resistência muscular. Os resultados mostraram: - em homens, a flexibilidade aumentou 38%, a força 17,2% e a resistência (endurance) 35,6%; - em mulheres, a flexibilidade aumentou 23.3%, a força 16.8% e a resistência (endurance) 35.5%; - grupo controlo não teve ganhos significativos. O método FNP estimula esses tipos de mudanças devido as contrações isométricas realizadas no momento da aplicação da técnica e pode ser uma alternativa para ou como um método suplementar em programas de treinamento de força. Handel et al (1997) usaram o método FNP-CR para treinar os extensores e flexores do joelho. Os exercícios foram desenvolvidos 3 vezes por semana durante 8 semanas consecutivas, totalizando 86 minutos, 40 segundos em cada sessão. O aumento da flexibilidade em 6,3% pico de torque excêntrico de flexores e extensores no pico de torque excêntrico (18,2% e 23% respectivamente), pico de torque concêntrico de flexores do joelho em 9,4%, pico de torque isométrico no flexor do joelho em 11,3%. Handel et al (1997 a analisaram o efeito de um programa de treinamento de 8 semanas com o método FNP-CR sobre a performance muscular, investigando um grupo de 16 atletas. Comparando o grupo de atletas com indivíduos não treinados (controle) observaou-se um aumento da flexibilidade ativa e passiva (↑ de 6,3 graus na amplitude de movimento), do torque máximo (↑ 21,6%) e trabalho (↑ 12,9%) e estes foram especialmente pronunciados em baixa condição de carga excêntrica. A comparação entre registros integrados de EMG durante as cargas excêntricas e concêntricas, como também a interpretação das mudanças induzidas pelo treinamento em EMG, sugerem que atividade muscular em baixas cargas excêntricas pode ser prejudicadas por um processo mental. The effect of strength and flexibility training on skeletal muscle electromyographic activity, stiffness, and viscoelastic stress relaxation response. Am J Sports Med. 1997 Sep-Oct;25(5):710-6. Klinge K, Magnusson SP, Simonsen EB, Aagaard P, Klausen K, Kjaer M. The present study examined whether isometric strength training alone or isometric strength training combined with flexibility training of the hamstring muscles altered the viscoelastic response during stretch. Twelve male subjects performed isometric training (strength) on one side and isometric and flexibility training (strength and flexibility) on the other side for 13 weeks; 10 other subjects served as controls. Passive torque offered by the hamstring muscle group was measure during passive knee extension using a dynamometer. The knee was passively extended to a predetermined final position at 0.0875 rad/sec (dynamic phase), where it remained stationary for 90 seconds (static phase). The slope of the line (stiffness) and the area under the curve (energy) in the dynamic phase, and the decline in passive torque (viscoelastic stress relaxation) in the static phase were analyzed. Isometric strength was determined with a dynamometer. A strength test and a stretch maneuver were administered before and after the training period. All variables were unchanged in the control group. Isometric strength increased similarly on both training sides by 43%. The stretch maneuver showed that energy, stiffness, and passive torque increased on both training sides while low-level electromyographic recordings remained constant. Furthermore, the viscoelastic stress relaxation response (31% to 33%) was unaffected by the training. The addition of flexibility exercise had no significant effect on these strength training responses. These data suggest that an increase in isometric strength is accompanied by changes in the material properties of the muscle that are unaffected by flexibility exercises. Hunter & Marshall (2002) estudaram a influência de vários tipos de treinamentos aplicados durante 10 semanas a analisaram os efeitos sobre a altura do salto vertical: treinamento de potência (PO), treinamento de flexibilidade (FL), treinamento de potência + flexibilidade (PFL) e grupo controle. Os resultados encontrados mostraram que PFL, PO e FL aumentaram a altura do counter movement jump, mas somente PFL e PO aumentaram a altura do drop jump. Apesar da necessidade de mais estudos o aumento da força seguido do treinamento da flexibilidade pode ser atribuído pela hipertrofia dos músculos alongados. A hipertrofia muscular tem sido observada em animais submetidos a protocolos de alongamento durante 24horas por dia com diferentes durações (Goldspink et al, 1995; Yang et al, 1997). Segundo Rufini et al (2007) embora os estudos tenham sido conduzidos em animais, pesquisadores usam métodos e duração que diferem daqueles recomendados por humanos para ganho em flexibilidade, portanto limitando a aplicabilidade destes resultados. No entanto atletas realizam a treinamento da flexibilidade durante anos, e em muitas modalidades esse treinamento ocorre desde criança nos levando a questionar se esses anos prolongados de treinamento não têm nenhum efeito semelhante? Segundo Goldspink, um dos maiores estudiosos nessa área que observa a sarcomerogênese esses resultados se aplicam também ao treinamento físico..... pegar o livro e local certinho ... 2.5. MECANISMO DE ADAPTAÇÃO DO USO DO ALONGAMENTO 2.5.1. Adaptações que podem levar a diminuição da Força Embora ainda existam poucas evidências, vários autores têm tentado explanar os possíveis mecanismos que cercam os efeitos agudos do exercício de alongamento e sobre a performance de força. Porque alguns estudos encontram a diminuição da força após a aplicação dos exercícios de alongamento? Duas hipóteses têm sido propostas para o alongamento induzir a diminuição da força (ou torque): A. Fatores mecânicos (adaptação estrutural): envolvem as propriedades viscoelásticas do músculo que podem afetar a relação comprimento-tensão do sarcômero. B. Fatores neurais (adaptação neurológica): diminui ativação muscular ou altera a sensibilidade do reflexo. A. Fatores mecânicos - adaptação estrutural Uma das hipóteses sugeridas para redução da performance de força seguida de sucessivos alongamentos é a alteração das propriedades viscoelásticas do músculo, as quais podem alterar a relação de comprimento-tensão. O exercício de alongamento gera um aumento na compliance muscular que pode limitar as pontes cruzadas de se acoplarem, desta maneira decrescendo a capacidade do músculo produzir força. REVER INOFRMÇ .... Relação comprimento-tensão do sarcômero Estudaremos inicialmente a relação comprimento-tensão existente no músculo. No corpo humano, a capacidade de geração de força aumenta quando o músculo esta levemente alongado). Este fenômeno pode ter contribuição do componente elástico em série que é adicionado a tensão presente no músculo quando ele é alongado, isto é, além da força ativamente desenvolvida pelos filamentos musculares, ocorre ainda a força das estruturas musculares elásticas - ela se refere principalmente à parcela de tecido conjuntivo do músculo (Weineck, 1991; Holmann & Hettinger, 1989; Hall, 1991). Figura 2.1. Pontes de actina e miosina contidas no sarcômero (extraído do site: www. www.biomining.com/ actinsmall.gif). Figura 2.2. Número de interações (extraída do site: www.benessere.com). A habilidade da miofibrila em gerar força é dependente do número de interações dos cruzamentos em ponte de actina e miosina (Figura 2.1 e 2.2). Estudos pioneiros realizados em 1966 por pesquisadores suecos e ingleses observaram essa curva de comprimento-tensão ao estimular eletricamente um fibra muscular de rã. Em 1994, Lieber et al. determinaram a variação na qual os sarcômeros do músculo humano intacto operam sua curva de comprimento-tensão. Os dados do estudo confirmaram a relação intrínseca entre o comprimento do sarcômero e a capacidade geradora de força da fibra muscular medida in vivo no músculo humano. Guyton .... descreve as respostas das diferentes situações no músculo .... Quando um músculo ou fibra não está estimulado e nenhuma força externa age sobre ele, diz-se que este músculo ou fibra está em comprimento de repouso. Neste comprimento, nenhuma tensão é registrada sobre o músculo, e este é o tamanho ao qual ele tende a retornar quando cessa a estimulação. Quando a miofibrila é alongada à partir do comprimento de repouso, a sobreposição dos filamentos dentro do sarcômero e o número de interações dos cruzamentos em ponte estão reduzidas, bem como está a capacidade de produzir força. Quando a miofibrila está comprimida, há oposição à sobreposição dos filamentos de actina e interferência com a formação dos cruzamentos em ponte próximo do centro do sarcômero, reduzindo novamente a força gerada. Segundo McArdle et al (2003) o comprimento ótimo do sarcômero, isto é, o ideal para maior interação entre os filamentos de actina e miosina para a produção de força é de 2,0 a 2,25µm. A Figura 2.3 (A,B,C e D) apresenta a relação entre o comprimento e a tensão no músculo esquelético durante uma contração isométrica, com diferentes comprimentos do sarcômero e sua produção de força. comprimento do sarcômero (µ µm) (A) comprimento do sarcômero (µ µm) (B) Além do comprimento ótimo, isto é, se o músculo estiver alongado, o rendimento da tensão diminuiu. Isso acontece porque o sarcômero ultrapassa o limite ótimo de acoplamento (D porcentagem do comprimento em repouso). O ponto ideal é onde há a interação máxima das pontes cruzadas, produzindo o desenvolvimento de tensão máxima (C). A força pode também ser alterada quando o tecido encurta-se (A) o que pode acontecer devido ao encurtamento adaptativo que ocorre com o tempo, isto é, à medida que o músculo perde sua extensibilidade normal, ocorre também uma alteração na relação comprimento-tensão do músculo. O músculo encurtado, não é capaz de produzir o pico de tensão e desenvolve uma fraqueza com contratura. comprimento do sarcômero (µ µm) comprimento do sarcômero (µ µm) (C) (D) Figura 2.3. Relação comprimento-tensão do sarcômero (extraída do www.bris.ac.uk/Depts/Physiology/ugteach/ugindex/m1_index/nm_tension/page2.htm). site: Força pode ser definida como a máxima força que o músculo pode desenvolver durante uma contração simples. Cada cross-bridge de miosina é um gerador de força independente (Goldspink, 1992). Tecidos biológicos são descritos como viscoelásticos porque exibem comportamento elástico com baixas cargas e quando as cargas são aplicadas por tempo prolongado eles exibem deformação (Church et al, 2001). Toft et al (1989) investigaram as propriedades viscoelásticas e a plasticidade dos músculos flexores plantares após 3 semanas de treino, aplicados 2 vezes ao dia ... ver quanto tempo de alongamento. Não houveram modificações quando medidos 90 minutos após um programa de alongamento passivo, nem 24 horas após. Rosenbaum & Hennig (1995) observaram decréscimo de 5% no pico de torque isométrico seguido de 3 minutos de alongamento estático para o tríceps sural o qual foi acompanhado por um aumento em ... compliance ... muscular. Rosenbaum and Hennig (29) concluded that stretching of the triceps surae impaired force production and hypothesized that the decreased force production was due to mechanical changes such as increased tendon slack, and overcoming this situation was necessary before external force production could be recorded. COMPLIANCE: SEGUNDO KENT – resistenica elastica do tecido para destender The aim of this study was to investigate the acute effects of prior exercise (warm-up and stretching) on the electromyographic and force output of mechanically elicited triceps surae (gastrocnemius (G) and the soleus (S) reflexes. Fifty male subjects performed eight reflex experiments under each of three successive conditions in one session: Grupos: (1) no prior exercise, (2) after static stretching of the passive triceps surae (3 min) and (3) after a 10-min warm-up run on a treadmill. Low coefficients of variation within subjects contrasted with high between-subject variations, indicating highly individual reflex characteristics. After stretching, reductions in the peak force (-5%; P < 0.05), the force rise rate (-8%; P < 0.01), the half relaxation rate (-5%; N.S.), the EMG amplitudes (G, -16%; S, -17%; P < 0.01) and integrals (G, -15%; S, -18%; P < 0.01), and an increase in EMG latencies (G, +3%; S, +1%; P < 0.01), were found compared with the values obtained without prior exercise. After running, the peak force reached the values obtained without prior exercise (-2%; N.S.), the force rise rate and half relaxation rate increased by 8 and 12%, respectively (P < 0.01), and the impulse (force-time integral; -12%), EMG amplitudes (G, -20%; S, -23%; P < 0.01), integrals (G, -18%; S, -23%; P < 0.01) and latencies (G, 1%; S, -2%; P < 0.01) decreased significantly. The changes in the force characteristics observed after the stretching treatment indicate improved muscle compliance that might reduce the risk of injury. On the other hand, the changes after the additional warm-up run had a more pronounced influence with regard to improved force development and a decreased EMG activity, which can be viewed as a performance-enhancing effect. Por outro lado Taylor et al (1990) observaram uma capacidade para alterar o comprimento da unidade músculo-tendíneo em coelhos seguido de alongamento, e conseqüente diminuição da tensão passiva. Toft et al (1989) encontraram diminuição de 36% na tensão passiva dos flexores plantares após 3 semanas de treinamento com o método FNP - CR 2 vezes ao dia. Kubo et al (2001) concluíram que 10 minutos de alongamento estático diminui a viscosidade da estrutura tendinosa e aumentou sua elasticidade. Fowles et al. (2000) observaram uma queda de 25% na força máxima voluntária dos flexores plantares após 30 minutos de alongamento passivo. Kubo et al (2002b) num terceiro estudo os indivíduos realizaram alongamento estático por 20 dias seguidos com 2 sessões por dia com 5 exercícios de alongamento com duração de 45 segundos e 15 segundos de pausa entre os exercícios. Os autores concluíram dos últimos estudos que o treinamento diminui a viscosidade da estrutura tendinosa, mas não alterou a elasticidade. Na unidade músculo-tendínea há uma diminuição do grau de rigidez tornando-a mais maleável e afetando negativamente a transferência de força para o sistema esquelético. Segundo Wilson et al. (1994) o grau de rigidez da musculatura esquelética relaciona-se positivamente com produção de força em ação muscular concêntrica e isométrica, mas o mesmo não foi observado na excêntrica. Em suas investigações, os autores observaram que levantadores de peso com maior rigidez da extremidade superior e músculos do tórax geraram mais força durante contrações isométricas e concêntricas, mas não durante as excêntricas. O aumento da flexibilidade parece diminuir a produção de força. Para os estímulos de potência, Young & Elliot (2001) concluem que o alongamento passivo pode afetar a fase excêntrica do movimento reduzindo o retorno elástico do CAE. Estudos crônicos com estímulos de maior duração podem ajudar no entendimento da adaptação estrutural e seus efeitos sobre a performance da força resultantes do exercício de alongamento. Tentando entender a elasticidade (referencia artigo rubini ... 72) concluíram que durante o exercício de alongamento a estrutura elástica mais afetada foi a titina1 e que a propriedade de compliance do tendão e todas as outras estruturas elásticas foram menos que essa proteína. 1 titina - conecta a miosina e actina no sarcômero. Em um estudo crônico 70 Kubo o mesmo grupo combinou exercício de resistência com exercício de alongamento estático, os exercícios foram desenvolvidos por 45 segundos com 15 segundos de pausa, 2 sessões por dia, 7 dias por semana por 8 semanas. Para o isocinético, Nelson et al (2001) sugerem que o aumento da complacência muscular com um resultado do alongamento, through ... might mean ... o músculo iria através de um maior período do unloaded shortening before taking up slack ....suficientemente para transferir na generated força para o osso. Conseqüentemente as pontes cruzadas podem ter um comprimento que não seria o ótimo much sooner ... na amplitude de movimento total. Kubo et al (2001) sugerem mudanças na estrutura tendinosa, efeito feita pela maior complacência levando a uma menor taxa na produção de força e delay... atraso??? Na ativação muscular. B. Fatores Neurais - adaptação neurológica Fowles et al (2000) encontraram que 60% da redução da força imediatamente após 30 minutos de alongamento intenso foi causado por decréscimo na ativação da unidade motora, whereas 40% foi causada pela alteração mecânica intrínseca no músculo. Após 15 minutos de recuperação do alongamento, contudo mais de remaining do déficit de força foi atribuído as mudanças na relação comprimento-tensão e deformação plástica do tecido conjuntivo. Knudson et al (2001) teorizaram que a diminuição da performance do salto vertical vista foi resultado da diminuição da transmissão neural porque eles não acharam mudanças na cinemática do movimento, atribuindo a inibição neural aguda do alongamento passivo, o qual diminui a trajetória (drive...) neural do músculo. Rosenbaum & Hennig (1995), Avela et al (1999) suportam esse argumento para demonstrar uma diminuição na excitação eletromiográfica (EMG) com contração muscular após alongamento passivo (....... carga.....). Avela et al (....) atribuiu diminuição na excitabilidade do motoneurônio observado após alongamento passivo pela depressão do reflexo H, podendo ser uma redução na descarga para o fuso muscular. DISCUSSÃO: Ressaltamos que todos os procedimentos metodológicos realizados nos estudos não refletem a realidade de aquecimento, apesar dos autores os denominarem dessa forma. Fowles et al (2000) encontraram um decréscimo na ativação da unidade motora e em atividade eletromigráfica seguida do alongamento passivo dos flexores plantares. Em adição houve decréscimo de 28% na contração voluntária máxima, a qual estava still deprimida em 9% por 1 hora após ter cessado o alongamento. A diminuição na ativação das unidades motoras seria um dos efeitos após o alongamento. Alguns mecanismos neurais que podem estar envolvidos são a estimulação do OTG e dos receptores da dor (Fowles et al 2001, ???? 13 vrificar ????). Estudo de Avela et al (1999) a ativação voluntária máxima foi diminuída 23,2% imediatamente seguido de 1 hora de alongamentos passivos repetidos do tríceps sural. Uma redução na sensibilidade para os alongamentos repetidos do fuso muscular, reduzindo a atividade do neurônio aferente e produzindo uma menor amplitude eletromiográfica. Somado a estes mecanismos outro sistema neural pode estar envolvido, como a ativação do (nociceptor) e inidos gerado pelo OTG, o qual contribui para decrescer a excitação do motoneurônio α (13). Cramer et al (2004) sugerem que a diminuição do pico de torque induzida pelo alongamento pode ter sido por mudança nas propriedades mecânicas do músculo, tanto quanto pela alteração da relação comprimento-tensão, ou mecanismo de inibição do sistema nervoso central. Assim como os primeiros ganhos de força refletem uma habilidade aumentada para ativar os motoneurônios, evidências mostram mudanças neurais também para os primeiros ganhos em flexibilidade. Reflexos são modificados, sendo menores em bailarinas quando comparadas com indivíduos destreinados e atletas bem treinados em outras modalidades (Nielsen et al., 1993). www.epub.org.br/cm/gallery/ gall_andre/neur00.jpg C. Outras teorias - Vascular....pegar artigo Nelson 2005 Alguns estudos têm demonstrado que o fluxo sanguíneo no músculo pode ser prejudicado durante o tempo que o músculo está sendo alongado (artigos 29 38). A diminuição força pode ter sido reportada durante períodos de isquemia parcial e esta diminuição da força é atribuída ao baixo suprimento do O2 e/ou remoção prejudicada por produtos metabólitos. Cálcio pegar artigo Nelson 2005. Yamashita et al (1992) investigaram como o alongamento afeta a atividade de transmissão neuromuscular indicada pela cinética do metabolismo de Cálcio no nervo terminal. Os resultados indicaram que a condução de cálcio, especialmente o influxo de cálcio dependente de voltagem no nervo terminal pode ser aumentado pelo alongamento. Conseqüentemente a liberação do transmissor deve ser aumentada. EFEITOS CRONICOS DO TREINAMENTO DA FLEXIBILIDADE SERÁ QUE AUMENTA A FORÇA? 2.5.2. Adaptações celulares e hormonais – estudos realizados com imobilização Mecanismos underlying chronic mudanças adaptativas na AM Segundo Hutton (1992) baseado em observações inicialmente associadas com o desenvolvimento no crescimento do músculo esquelético no birth através da maturação, observase que a fibra muscular adapta-se ao crescimento por um aumento no comprimento muscular através da adição de novos sarcômeros adicionados em série na fibra, como também um aumento em girth. Autores como Willians, Goldspink e Tabary conduzem experimentos desde a década de 70, onde submeteram animais a imobilização em posição de alongamento por vários dias. Esses achados LED ao uso de imobilização (por plaster casting) para determinar se o alongamento ou encurtamento prolongado dos músculos iriam produzir adaptações similares no número de sarcômeros como resultado da indução de síntese protéica das proteínas contráteis e outras estruturas celulares da fibra muscular. Aumentos significativos em síntese protéica foram achados em estudos com ratos (Goldspink, 1997) imobilizados em posição de alongamento por 7 dias. O autor sugere que o alongamento foi o fator estimulante para a síntese protéica. O músculo esquelético é um tecido que possui uma habilidade intrínseca de adaptarse ao tipo de atividade física que é requerida para a performance. A adaptação toma lugar durante o crescimento normal e em resposta ao treinamento. Otimização do comprimento do sarcômero para desenvolvimento d força Durante o desenvolvimento pos natal existe um considerável aumento do comprimento do músculo e isto resulta da adição de sarcômeros me série na fibra, sendo esses novos sarcômeros são adicionados ao final da miofibrila, segundo estudos com precursores radioativos (Williams & Goldspink, 1971). O número de sarcomeros não são fixos, even no músculo adulto sendo capaz de aumentar ou diminuir (Tabary et alm 1972; Williams & Goldspink, 1973). A regulação do número de sarcômeros é considerada ser uma adaptação a mudança funcional ao comprimento do músculo. Argumenta-se que esses modelos são diferentes dos métodos normalmente usados em programas de flexibilidade em humanos. Não podemos nos esquecer que aos humanos acrescentam-se anos de treinamento e esses efeitos não tem sido investigados. Durante décadas estudos têm sido direcionados para compreender as adaptações decorrentes dos estímulos de alongamento e encurtamento. A diminuição na extensibilidade parece ser um mecanismo de segurança, prevenindo o músculo de ser subitamente alongado (Goldspink e Williams, 1979), pois um alongamento mesmo em amplitude normal faria com que o sarcômero saísse do ponto em que os filamentos não interagem, causando danos ao músculo. Essa diminuição não é só uma função protetora. Essas mudanças no número de sarcômeros e comprimento muscular servem para adaptar o músculo de maneira que gere níveis de tensão favoráveis em sua nova posição e comprimento. Estudos com imobilização em posição de alongamento e encurtamento mostraram baseados nos resultados determinou-se que a falta de alongamento ou falta de atividade contrátil é responsável: -pela diminuição de sarcômeros em série, -pelo aumento na proporção de colágeno, -pela rigidez aumentada. * 10000 * 7500 N - Normal * * 5000 2500 IE - Imobilizado - Encurtado IEE - Imobilizado Encurtado Estimulado IA - Imobilizado Alongado SE- Somente Estimulado 0 (p<0,01) Figura 2.12. Mudanças no número de sarcômeros em diferentes condições (Willians & Goldspink, 1984). Quando a imobilização em posição de encurtamento é removida o número de sarcômeros retorna ao normal em poucos dias. A regulação do número de sarcômeros to aloow adjustment do comprimento do sarcômero implicaria que a fibra muscular monitora o comprimento dos sarcômeros de varias maneiras, ambas at a particular ângulo articular ou over uma amplitude de ângulos. O comprimento do sarcomero será então ajustado pela adição ou subtração de sarcômeros resultando em decréscimo ou aumento em comprimento do sarcômero, respectivamente. A imobilização do músculo sóleo de gato em posição alongada, por um aparelho de gesso, causou adaptação ao novo comprimento, aumentou em aproximadamente 20% o número de sarcômeros em série (Tabary et al., 1972). Quando um membro é imobilizado em posição de encurtamento, as fibras musculares apresentaram menos 40% de sarcômero em série (Tabary et al., 1972). Esse resultado foi associado à redução no comprimento da fibra e no número de sarcômeros, levando a uma extensibilidade reduzida dos músculos imobilizados em encurtamento e segundo o autor a rigidez (stiffness) é aumentada. Há a teoria de que o alongamento pode favorecer o crescimento da fibra muscular por aumentar o espaço físico (Haussinger, 1990 e 1993; Millward,1995). O contato físico entre as células musculares pode ser um sinal para que as células satélites permaneçam inativas, portanto ao aumentar-se espaço entre as fibras, tais células ativam-se e formam novos núcleos e/ou novas fibras (Bischoff et al 1990). No núcleo encontra-se o DNA, a partir do qual é sintetizado o RNAm, que por sua vez direciona o processo de síntese protéica. Um grande espaço citoplasmático contendo polissomos(as) abriu-se entre as miofibrilas e o sarcolema da junção miotendínea de fibras alongadas e muitas miofibrilas desenvolvidas forma encontradas (Russel et al. 1992). Os polissomos formam-se quando vários ribossomos, antes livres no citoplasma, ligam-se a uma molécula de RNA, sintetizando várias moléculas da proteína correspondente ao mesmo tempo. Sempre que houver formação de cadeias polipeptídicas (proteínas) no citoplasma, haverá a formação da estrutura dos polissomos. Quando a síntese protéica cessa, os ribossomos desligam-se do RNA e voltam ao estado de ribossomos livres no citoplasma. Esses acúmulos locais de mRNA ajudam na síntese regional de proteínas contráteis, na rápida união de sarcômeros e na extensão das miofibrilas (Dix & Eisenberg, 1990). De Deybe (2001) numa tentativa de explanar o permanente aumento na AM resultante do treinamento da flexibilidade, sugeriu uma adaptação crônica através de mecanismos celulares, como a adição de novos sarcômeros em série, observada em animais (Williams et alm 1986; Williams & Goldspink, 1978) que ocorre basicamente na inserção de músculos exposto a imobilização em posição de alongamento por 24 horas por dia, através de vários dia. A importância do alongamento na hipertrofia e síntese protéica Existem duas formas nas quais a proteína é acumulada durante o crescimento ou treinamento: o aumento da taxa na qual a proteína é sintetizada e diminuir a taxa na qual a proteína é quebrada. Mecanismo de Hipertrofia A modulação da síntese protéica é fortemente controlada por alguns fatores de crescimento tecidual expressos localmente. O IGF-1 estimula a proliferação e diferenciação de mioblastos. Yang et al..... identificou duas isoformas de IGF-1 que são reguladas exclusivamente pela sobrecarga mecânica. Estas isoformas parecem induzir à hipertrofia miofibrilar através de ações autócrinas* e parácrinas* que estimulam a proliferação das células satélites. O alongamento produziu um aumento na produção de IGF-1 mRNA (Bamman et al. (2001). Colocar foto da miosina ... cabeca pesada Aumento do IGF-I (Insulin Growth Factor - Fator de crescimento insulínico) Durante as últimas décadas vários estudos têm observado as trocas hormonais devido ao alongamento. Tem sido sugerido que o aumento da secreção de IGF-I durante o trabalho leva a hipertrofia (De Vol et al, 1990) pode promover o acúmulo local de proteínas na célula muscular esquelética. O aumento do IGF-I mRNA do músculo tem sido observado durante trabalho que leva a hipertrofia (De Vol et al, 1990) e alongamento passivo (Czerwinski et al, 1994) observado em frangos e coelhos (Goldspink et al, 1995). Nas fibras musculares geralmente as ações do GH são mediadas pelo IGF-I. IGF-I é um hormônio envolvido no processo de hipertrofia muscular e na adaptação das fibras desencadeada pelos exercícios resistidos e pelo alongamento. É estimulador de várias atividades biológicas e tem forte efeito anabólico sobre o tecido muscular, sendo associado com o feedback regulatório do GH (Yang et al. 1997). O alongamento aumenta a expressão de RNAm para síntese de IGF-I e aumenta a produção de proteínas contráteis e no número de sarcômeros em série e em paralelo (Yang et al., 1997). O alongamento: induziu um aumento da secreção de IGF-I (um potente fator de crescimento para a hipertrofia muscular) e elevou os níveis de IGF-I RNAm in vivo (Kraemer et al. 1992; Perrone et al 1995). Goldspink et al (1995) observaram que o alongamento aumentou IGF-1- fator do crescimento insulínico níveis de RNAm em ratos. Yang et al (1996) analisando possíveis alterações hormonais em coelhos observou que o alongamento gerou isoforma IGF-I correspondente em humanos a isoforma IGF-I Ec (IGF-I EC, conhecido como mecano fator de crescimento-MGF). É um IGF slice variant que tem função autócrina e parácrina capaz de estimular síntese protéica e hipertrofia muscular. Esta secreção é estimulada em resposta ao estímulo mecânico como tanto em geração de força e alongamento com alongamento sendo the main estímulo mecânico. Uma função particular do MGF é ativar as células satélites. MGF gera um rápido aumento no número de RNA ribossomicos, indicando que a hipertrofia da fibra muscular ocorreu durante translação. Estes achados podem sugerir que o alongamento é capaz de promover aumento na força ou hipertrofia muscular. Quadro 4. Estudos que mostram adaptações no músculo, decorrentes do alongamento prolongado. 2.6. ADAPTAÇÕES DECORRENTES DO TREINAMENTO DE FORÇA 2.6.1. Efeito agudo dos estímulos de força sobre a amplitude de movimento Existe alteração da AM durante ou após a aplicação dos exercícios que desenvolvem a força? Um aspecto consideravelmente nebuloso é o período no qual os efeitos do treinamento de força sobre a flexibilidade permaneceriam após uma única sessão de treinamento (Wallace & Farinatti, 1996). Jogadores de futebol que fizeram treinamento de força para quadríceps e isquiotibiais, apresentaram redução da AM durante 24 horas seguintes ao treino. A utilização do método FNPCR extinguiu a causa do encurtamento muscular. Após sucessivas contrações musculares pela carga de treino, o retorno da musculatura à posição inicial não é tão natural, quando não se fazem exercícios de alongamento (Möller et al. 1985). Forty-eight players from four senior, male soccer teams were tested for ranges of motion (ROM) in the lower extremity before, immediately after, and 24 h after different forms of soccer training. The players were tested after regular soccer training (A), after soccer training with contract-relax stretching prior to beginning the session (B), and after soccer training with stretching added at the end of the program (C). Each training session lasted 1.5 h. In group A all six ROMs were decreased 24 h after the training. In group B the only change in ROM noted was an increase in knee flexion directly after the training. In group C there was an increase in hip extension, hip flexion, and knee flexion directly after the training. Platonov s/d em sua literatura mostra que a aplicação de exercícios destinados a desenvolver a força não permitem na maioria dos casos alcançar um alto nível de mobilidade, o que é negativo para a efetividade do treinamento. Segundo suas observações imediatamente após o primeiro exercício de força, a AM diminui em relação ao nível inicial. Entre os vários exercícios de força (série após série), a AM do ombro segue diminuindo e, depois do quinto exercício o resultado é praticamente 2 vezes inferior ao nível inicia (Figura 2.13). A aplicação de um exercício de 45 segundos que permite incrementar a mobilidade (exercício de alongamento) da articulação do ombro depois das várias séries de exercícios de força, provoca um brusco aumento da AM (Figura 2.13). A seqüência de várias séries de exercícios de alongamento permite aumentar gradualmente a mobilidade que, ao final dos estímulos, supera substancialmente o nível anterior de trabalho. 130 Troca na AM (%) 120 110 100 90 80 70 60 50 40 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Exercícios FÇ MX FÇ RS Figura 2.13. Troca na AM no ombro sobre a influência do desenvolvimento da Força e da Flexibilidade, onde FÇ MX = força máxima e FÇ RS = força de resistência. Deixamos claro que na proposta metodológica do autor ele enfatizou o treino de força e flexibilidade por se tratar de atletas altamente treinados em ambas as capacidades físicas, realidade que se difere do desporto nacional e prescrições para a saúde. Esses estímulos são justamente o que os artigos tem questionado nos estudos apresentados anteriormente, no entanto é a sugestão do treino do autor. A inversão dos exercícios de alongamento, destinados a aumentar a AM (Figura 2.14), proporciona uma grande amplitude de movimento quando aplicados e exercem uma influência positiva na efetividade dos programas de treinamento destinados a desenvolver a força máxima, a resistência de força e a mobilidade nas articulações. No entanto a dinâmica das mudanças da AM é a mesma, havendo redução da AM cada vez que se aplica uma série de um exercício de força e aumento a cada série de exercício de alongamento (Figura 2.14). Troca na AM (%) 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Exercícios FÇ MX FÇ RS Figura 2.14. Troca na AM no ombro sobre a influência do desenvolvimento da Força e da Flexibilidade. A execução dos exercícios de alongamento e força alternadamente provocam uma alteração marcante e escalonada da mobilidade das articulações. Cada exercício de força, independentemente de sua finalidade, faz diminuir a mobilidade em relação aos resultados da medição anterior, cada exercício destinado a aumentar a mobilidade das articulações está relacionado com seu aumento. Troca na AM (%) 130 125 120 115 110 105 100 95 90 85 80 1 2 3 4 5 6 7 Exercícios FÇ MX FÇ RS 8 9 10 Figura 2.15. Troca de AM pela ação de exercícios alternados para desenvolver a Força e Flexibilidade. DISCUSSÃO Ressaltamos que para esse tipo de treinamento proposto por Platonov (s.d) devese ter treinabilidade, pois para indivíduos não adaptados ao treinamento combinado de flexibilidade e força poderão ficar susceptíveis a lesões pela fadiga do sistema neuromuscular. 2.6.2. Efeito crônico do exercício de força sobre a amplitude de movimento Se você tem dúvida que um indivíduo que treina força pode desenvolver a flexibilidade, analise as figuras adiante. Figura 2.16..... O treinamento de força pode alterar os níveis de flexibilidade? Os estudos analisados adiante trazem resultados que mostram os efeitos sobre a amplitude de movimento em várias modalidades de treinamento com peso. Para entender um pouco mais as explanações dos estudos faremos a divisão citada por Calhoon et al (1999). Segundo Calhoon & Fry (1999) na literatura a referência a levantadores de peso é freqüentemente adotada para a modalidade “Levantamento de Peso estilo Olímpico” em contradição com “Levantadores de peso – Basistas”, “Fisiculturistas ou bodybuilders” e “treinamento com peso geral”. www.dynamic-eleiko.com/sportivny/library/farticles015.html A modalidade de levantamento de peso ….. Para a modalidade a flexibilidade é uma capacidade física essencial para a execução técnica dos gestos desportivos, sendo extremamente exigida a flexibilidade das articulações do tornozelo, joelho, quadril, coluna, cotovelos, ombro e punho. Os movimentos que compõem a competição são apresentados adiante: ......... Figura 2.18. Snatch (www.peaksweightliftingclub.org/liftinginfo.htm Figura 2.19. Clean & jerk (www.peaksweightliftingclub.org/liftinginfo.htm Os levantadores de peso – basista consiste no levantamento do supino, agachamento e levantamento terra (Figuras ..............). A exigência da flexibilidade é menor que o Levantamento de Peso estilo Olímpico. Figura 2.20. Movimentos que compoem a competição de Levantamento de peso – basista (www.building-muscle101.com/how-to-increase-your-bench-press.html). O bodybuilder ou fisiculturista primeiramente consiste numa modalidade que o objetivo é a hipertrofia muscular, conforme Figura 2.21 Figuras 2.21. Boldybuilders ou Fisiculturistas. Entretanto, muitos outros atletas usam o treinamento com peso geral para condicionamento corporal geral como também no treinamento de força e potência esporteespecífico com pesos livres e máquinas. Figuras 2.22. Atletas de outras modalidades que (www.combatconditioning.com/combat_stretching.html). usam o treinamento de força A discussão se o treinamento de força interfere na nível de flexibilidade não é atual. Em 1956 Massey & Chaudet observaram homens levantadores de peso por 6 meses que usavam carga de 2 séries de 6-8 repetições com 10 exercícios enfatizando a parte superior do corpo. Seu grupo controle participava de várias modalidades desportivas, mas sem realizar treinamento com pesos. Como resultado a flexibilidade diminuiu em 4 dos 7 testes de flexibilidade aplicados: extensão de cotovelo, extensão do quadril, e flexão e extensão do ombro. Em 1964 Leighton traz em discussão os efeitos que o treinamento de força exerceria sobre a flexibilidade, dizendo que essa era uma discussão de anos. Questões foram levantadas: 1. O tempo praticando a atividade e seu efeito específico afetaria a amplitude de movimento sobre os vários movimentos? 2. A participação de alto nível nessa atividade também teria influência na AM? Salvini (2000) coloca que se um músculo for estimulado em grande AM ele irá se adaptar a essa AM podendo melhorar a flexibilidade, já se for submetido a pequenos graus de movimento ele também irá adaptar-se a essa baixa amplitude podendo causar o encurtamento muscular. Questão 1. Leighton (1964) em suas argumentações iniciais buscou comparar as adaptações decorrentes de um programa de força em jovem de 16 anos realizados em 8 semanas, 5 vezes por semana. Esse indivíduo registrou um aumento em amplitude em 27 movimentos dos 30 analisados. Para responder a questão 2, Leighton analisou as amplitudes do Mr América – Mr. World.UQEM É FISICULT ... QUEM É LEV PESO.... O fisiculturista excedeu o jovem de 16 anos em 16 testes, foi igual em 8 testes e foi excedido pelo jovem em 6 testes. O campeão de levantamento de peso excedeu o jovem de 16 anos em 14 testes, foi igual em 6 testes e foi excedido pelo jovem em 10 testes. Nos 3 casos evidenciou-se aumentos, mas também decréscimos da flexibilidade. Chang et al (1988) comparou levantadores de peso – basista com indivíduos que não estão envolvidos em levantamentos de peso ou programas desportivos de competição e observaram uma mobilidade limitada concluindo que um programa de exercícios de força dinâmica e estática sem exercícios de alongamento tendem a diminuir a AM. Comparando-se os lados direito e esquerdo, nenhuma diferença significativa foi encontrada nas medidas goniométricas dos levantadores de peso e nem para não levantadores de peso. Para todas as medidas goniométricas de ombro e quadril, demonstradas na Tabela 2 e 3, levantadores de peso foram menos flexíveis que não levantadores. Tabela 2. Amplitude de movimento ativa em movimento de ombro e quadril dos lados direito (D) e esquerdo (E) de Levantadores de peso - 1RM (Chang et al., 1988). MOVIMENTO Lateralidade Flexão Extensão Rotação Interna Rotação Externa D E D E D E D E LEVANTADORES DE PESO OMBRO QUADRIL 155,3 119,6 157,1 116,5 40 __ 41,8 __ 76,3 17,6 78,4 19,1 58,8 43,6 56 42,5 CONTROLE OMBRO QUADRIL 170,9 133,4 171,1 131,9 52,3 __ 54,6 __ 88,5 31,4 86,6 41,9 80,3 52,6 83,3 56,9 Tabela 3. AM de joelho e tornozelo de Levantadores de peso - 1RM (Chang et al., 1988). MOVIMENTO Lateralidade Flexão D E Extensão D E LEVANTADORES DE PESO JOELHO TORNOZELO 122,1 54,8 122,8 49,8 __ 13,9 __ 11,9 CONTROLE JOELHO TORNOZELO 139,3 61,1 136,4 58,9 __ 12,3 __ 10,5 155 148,9 146,8 150 145 132,8 140 135 128,1 130 125 120 115 COT D LEV. PESO COT E CONTROLE Figura 2.22. AM da flexão do cotovelo em Levantadores de Peso - 1RM (Chang et al., 1988). Levantadores de peso - basistas foram menos flexíveis para a flexão do cotovelo, no entanto a flexão cotovelo em levantadores foi limitada pela hipertrofia muscular. Chang et al (1988) observa pelas análises práticas que essas modalidades negligenciam o treinamento da flexibilidade, o que poderia estar levando a esse comportamento na capacidade. Beedle et al. (1991) analisaram a flexibilidade em vários grupos que realizavam treinamento com peso e de acordo com questionário aplicado os exercícios de alongamento são negligenciados por bodybuilders e não fazem parte da rotina de treinamento. Levantadores de peso Olímpico e o grupo controle tiveram maior AM que bodybuilders, jogadores de futebol americano e praticantes de treinamento de força. X X As análises foram realizadas pelo lado direito. Houve diferença nos testes de flexibilidade aplicados, revelando que levantadores de peso Olímpico foram melhor que os outros grupos. Tabela 4. AM em várias modalidades que treinam força (Beedle et al., 1991). Bodybuilder OMBRO Praticantes Futebol Americano Levantadores de Peso Controle Flexão Extensão COTOVELO Flexão 175,5 38,3 174,9 56,9 175,8 58,7 201,7 75,4 188,7 63,2 134,2 139,7 140,6 145 149 (p<0,05) Bodybuilders tinham em média 6 anos de treinamento , jogadores de futebol americano, praticantes (alunos) que realizam treinamento com peso e levantadores de peso Olímpico (média de treino de 7 anos), controle indivíduos que não treinavam com peso a pelo menos 6 meses e que nunca tinham se envolvido com treinamento com peso ou não treinavam a 6 meses. Efeitos do treinamento de força sobre a amplitude de movimento em idosos Os efeitos do treinamento de força sobre a AM do idoso é um outro tema de interesse dos pesquisadores pois com o envelhecimento há uma perda da flexibilidade que parte tem sido associada ao desuso muscular e parte devido restrição dos tecidos conjuntivos pelas alterações do colágeno (ACSM, 1998). O declínio observado da AM é de 20-50% entre 30 e 70 anos dependendo da articulação avaliada. Segundo Germain & Blair (1983) uma larga porção da perda da flexibilidade é devido ao desuso e um aumento da atividade muscular poderia prevenir ou diminuir a taxa da perda. Girouard & Hurley (1995) questionaram se o treinamento de força poderia inibir o ganho em flexibilidade em idosos. Freqüentemente se assume que o treinamento de força irá aumentar a flexibilidade se: (1) forem realizados em toda a sua amplitude, (2) ambos os músculos agonista e antagonista forem treinados e (3) se exercícios de alongamento forem incluídos no programa de treinamento. Contudo algumas indicações têm mostrado que o treinamento resistido pode inibir o ganho da amplitude de movimento em idoso particularmente para a abdução do ombro (Raab et al, 1988). Os mesmos autores encontraram aumento da amplitude nos grupos que realizaram treinamento com pesos e grupo que exercitou-se sem peso para os movimentos de flexão plantar do tornozelo, flexão do ombro e rotação da coluna cervical. Para verificar o efeito do treinamento Girouard & Hurley (1995) realizaram a análise da abdução e flexão do ombro, flexão do quadril em homens não treinados (n=31, idade média 61 anos). O período de treinamento realizado foi de 10 semanas, 3 vezes por semana). Os indivíduos foram divididos nos seguintes grupos: (1). Grupo que treinou força e flexibilidade (FF): realizava aquecimento de 3’ em bicicleta estacionária e o treinamento era de 30 minuto de força de resistência, o alongamento composto por 13 exercícios totalizando 10 minutos alongamento estático antes e após cada sessão de treinamento. A carga era de 1 série de 30 segundos com exercícios realizados para os ombros e braços, rotação de tronco, quadríceps, flexores de quadril, isquiotibiais, adutores, sóleo e gastrocnêmio, glúteos e lombares. (2). Grupo que treinou somente flexibilidade (FLE): realizou aquecimento semelhante e os exercícios de alongamento usados no FF (2 vezes em cada sessão). (3). Grupo Controle (CO): Indivíduos inativos. Os resultados para abdução do ombro estão apresentados na Figura 2.17 e mostraram que o grupo FLE aumentou a amplitude na abdução do ombro comparado ao grupo FF que apesar de ter ganho amplitude, a mudança não foi diferente do grupo controle. Tabela 4. Valores angulares para os movimentos do ombro e quadril antes e após treinamento em idosos. FORÇA-FLEXIBILIDADE FLEXIBILIDADE CONTROLE OMBRO ANTES APÓS ANTES APÓS ANTES APÓS Flexão 122 134* 133 149* 130 132 QUADRIL Flexão 72 76 69 79* 66 67 * Diferente de antes do treinamento (p<0,01). 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 ANTES APÓS *+ * FF FLE CO Figura 2.17. Valores de amplitude de movimento em homens idosos para abdução do ombro aos 10 semanas de treinamento de força e flexibilidade (FF), somente flexibilidade (FLE) e nenhum treinamento (CO). *Diferença estatística significante de antes do treinamento (p<0,001). + Diferença estatística significante entre os grupos (p<0,001). Segundo Girouard & Hurley (1995) embora o efeito do treinamento de força sozinho não tenha sido estudado, os resultados sugerem que o treinamento resistido sem o de flexibilidade pode diminuir a flexibilidade. DISCUSSÃO Devemos ter cuidado para não entendermos que então o treinamento de força não é positivo para o idoso, pois o idoso necessita de uma melhora nessa capacidade física. O que mais devemos entender com o estudo dos autores é que os exercícios de alongamento se fazem necessário para esse grupo, pois a flexibilidade se apresenta reduzida e se combinarmos adequadamente as duas capacidades temos melhor resultado para a qualidade de movimento do idoso e se esse idoso tiver grande deficiência da flexibilidade esses exercícios devem ser priorizados, podendo ser ainda incluídos na prescrição o método ativo que treinará a força e a flexibilidade. ABSTRACT. No´brega, A.C.L., K.C. Paula, and A.C.G. Carvalho. Interaction between resistance training and flexibility training in healthy young adults. J. Strength Cond. Res. 19(4):842–846. 2005.—To test the hypothesis that increases in muscle strength and flexibility are developed by specific training programs, 43 healthy young adults were tested before and after 4 different interventions conducted twice a week for 12 weeks: (a) resistance training only (n 5 13); (b) flexibility training only (n 5 11); (c) resistance and flexibility training (n 5 9); and (d) no intervention (n 5 10). There was no change in either strength or flexibility in the control group ( p . 0.05). Resistance training improved muscle strength either alone (114%; effect size 5 0.53; p , 0.001) or in combination with flexibility training (116%; effect size 5 0.66; p 5 0.032), but did not change flexibility ( p 5 0.610). Flexibility increased with specific training alone (133%; p , 0.001) or in combination with resistance training (118%; p , 0.001). In conclusion, in young, healthy subjects, resistance training alone did not increase flexibility, but resistance training did not interfere with the increase in joint range of motion during flexibility training. These results support the concept that specific training should be employed in order to increase either muscle strength or flexibility. Kligman & Pepin (1992) concluíram em seu estudo que idosos que mantém bons níveis de força e flexibilidade são raros candidatos a cuidados de saúde em longo prazo. Fatouros et al (2002) investigaram os efeitos do treinamento aeróbio (AE), treinamento de força (FO) e sua combinação (AF) sobre a amplitude de movimento em idosos inativos (n=32, idade 65-78 anos) que realizaram treinamento durante 16 semanas, 3 vezes na semana. As análises feitas foram realizadas na 8a e 16a semanas para os movimento de flexão, extensão, abdução e adução do quadril; flexão, extensão e adução do ombro e flexão e extensão do joelho e cotovelo. Analisaram também o teste de sentar e alcançar. Os resultados para os grupos FO, AF aumentaram no teste de sentar e alcançar, flexão do cotovelo e joelho, flexão e extensão do ombro, extensão e flexão do quadril na 8a e 16a semanas de treinamento. O grupo que realizou somente o Aeróbio aumentou a flexão e extensão do quadril somente na 16a semana de treinamento. DISCUSSÃO É importante entender que esse estudo foi realizado em idosos inativos onde há grande deficiência de força. A flexibilidade avaliada foi a ativa a qual é a manifestação da força que explora a amplitude de movimento, sendo que é esperado o resultado de aumento dessa amplitude uma vez que a força melhora. Para se ver o real efeito sobre a flexibilidade deveria ter sido avaliada a flexibilidade passiva. 2.6. EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA Após o treinamento de força os exercícios de alongamento podem ser aplicados? Volta à calma (resfriamento) Da mesma forma que os questionamentos da aplicação dos exercícios de alongamento como parte de um aquecimento são grandes, após o treinamento da força ele também gera polêmica. O objetivo do exercício de alongamento aplicado nesse momento é o de recuperar parte do comprimento muscular e não treinar a flexibilidade, sendo aplicado numa parte da sessão denominada volta a calma ou resfriamento e os exercícios de alongamento são excelentes como parte de uma atividade de volta à calma (Fox et al., 1991; Powers & Howley, 2000). ALONGAMENTO Parte de um desaquecimento (volta a calma) Quantificados para o treinamento da flexibilidade Ao final do treino (da sessão), o alongamento tem como objetivo antecipar a eliminação de elementos tóxicos (De Vries apud Achour Júnior, 1995b), relaxamento muscular e evitar o encurtamento adaptativo ocasionado pelas contrações (Rowland, 1990, apud Achour Júnior, 1995b). Segundo Bompa (2005) os exercícios de alongamento são um método de recuperação denominado “terapia do alongamento”, podendo ser realizado após realizar após o treinamento de força e imediatamente após os jogos. Um músculo alongado faz uma remoção mais rápida dos resíduos” (Bompa, 2005). Segundo Alter (1999), os exercícios de alongamento utilizados apenas no desaquecimento (resfriamento) não irão melhorar a flexibilidade no decorrer do programa. É necessário planejar um programa para aumentá-la. 2.6.1. Alterações produzidas pela fadiga A fadiga é um dos pontos mais importantes para o entendimento do perigo de uma quantificação inadequada do exercício de alongamento. Uma musculatura fadigada tem subprodutos decorrentes dos esforços físicos realizados e diminuem a propriocepção, podem afetar a estimulação dos receptores aferentes de dor III e IV (Liebenson, 1996 apud Achour Junior, 2006), aumentar a excitação dos fusos musculares (Johansson et al, 1993; Enoka, 2000), pois alterações nas respostas dos receptores do fuso muscular no alongamento dinâmico e estático foram encontradas em fadiga muscular do músculo gastrocnêmio (Nelson & Hutton, 1985), Foi demonstrado um aumento na descarga de repouso das fibras sensitivas do fuso muscular de 51 e 55% e sensibilidade dinâmica de 63 e 65% durante o processo de fadiga muscular (Hutton & Nelson, 1986)........ pegar artigos citados por abdall...... e ainda afeta negativamente a flexibilidade. Deve-se ter cautela com a intensidade do alongamento com o músculo fadigado, pois este não pode responder prontamente ao reflexo neuromuscular protetor. A redução da ativação dos mecanismos proprioceptores musculo-tendíneos (Radin, 1987). Alterações na sensibilidade ao alongamento nos Órgãos Tendinosos de Golgi, (receptores Ib aferentes) foi avaliada em fadiga do músculo gastrocnêmio de gatos. As respostas para a velocidade de alongamento foram completamente abolida ou depremida em vários segundos comparados com a freqüência de disparo pré-fadiga. Latências maiores para disparo inicial, ocorreu durante a fadiga. 2.6.2. Forma de execução - Como o alongamento após o treinamento de força deve ser aplicado? Segundo Bompa (2002 e 2005) o alongamento aplicado de forma correta: • estimula o retorno venoso e promove a circulação do sangue e linfa. • aumenta a circulação e a renova metabolicamente • eleva o nível de oxigênio e nutrientes para a região músculo-tendinosa (diminui rigidez e aumenta a velocidade da recuperação). Os músculos alongados durante o período de recuperação ganham novamente vigor e são capazes de realizar um maior volume de trabalho. A forma de execução desses exercícios deve ser leve e contínuo, alternado com massagem para auxiliar na rápida cicatrização das micro-lesões (Bompa, 2005). Com isso, vemos a importância de programar eficientemente o treinamento destas capacidades físicas, de maneira, que uma não interfira no processo de proteção da outra. 2.6.2. Combinando a força e a flexibilidade Como podemos combinar o treinamento da Força e da Flexibilidade? Devido aos relatos discutidos anteriormente, é importante que haja uma organização dos treinos da força e da flexibilidade, seja em grupamentos musculares, seja em intensidade de treinamento. Segue abaixo uma sugestão de alternância dos grupamentos musculares solicitados em capacidades físicas diferentes. A grande questão a ser resolvida é a melhor forma de incluir ambas as capacidades na mesma sessão de treino, mas identificar a intensidade e o objetivo do estimulo é primordial para a resposta da questão acima. Estratégias para treinar as duas capacidades quando necessário como em modalidades que requerem o seu uso como GO, lutas, ginástica rítmica, dança, etc. 1. Alternância dos grupamentos musculares 2. Intensidade diferentes de treino entre as capacidades físicas Quadro 6. Grupamentos musculares para o treinamento da força e da flexibilidade (LV-leve; FO-forte). MICROCICLO FORÇA FLEXIBILIDADE Peito Ombro Peito (LV) Ombro (LV) MMII MMII (LV) Peito (FO) Costas Bíceps Costas (LV) Bíceps (LV) LV- volta a calma (recuperativa) / FO- treino programado para aumento da flexibilidade. DISCUSSAO Deve observar-se qual o objetivo da sessão de treino. E o aumento da força ou da flexibilidade .... A capacidade escolhida é que deve ser priorizada na sessão. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACSM. Exercise and physical activity for older adults. Med. Sci. Sports Exerc 30:992-1008, 1998. ACHOUR JUNIOR, A. Exercícios de alongamento. Anatomia e fisiologia. São Paulo, Ed. Manole, 2006. Badillo & Auestarán, 2001). Beedle et al., 1991). Flexibility characteristics among athetes who weight train. J. Of Appl. Sc. Res. 5(3), 150-54. Bischoff (1990), Interaction between satellite cells and skeletal muscle fibers. Development 109(4):943-52 Bishop, David. Warm Up I: Potential Mechanisms and the Effects of Passive Warm Up on Exercise Performance. Sports Med 2003; 33 (6): 439-454 Bishop, David.Warm Up II: Performance Changes Following Active Warm Up and How to Structure the Warm Up. Sports Med 2003; 33 (7): 483-498 Sports Med 2003; 33 (7): 483-498 Bompa & Cornacchia, 2000, p. 235). Treinamento de força consciente Brandenburg (2006) J Sp Méd Phys Fit Calhoon, G. & Fry, A.C.Injury Rates and Profiles of Elite Competitive Weightlifters. 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