X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 TÓPICOS DE HISTÓRIA E ENSINO DE MATEMÁTICA: UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA O TEOREMA DE TALES Ana Paula Pereira do Nascimento Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected] Giselle Costa de Sousa Universidade Federal do Rio Grande do Norte [email protected] Resumo: Neste trabalho propomos refletir, mediante uma pesquisa bibliográfica, sobre como usar a História da Matemática, teoria e prática em sala de aula, mediante atividades históricas. Assim, discorremos sobre problemas históricos como um método para ajudar nossos alunos a perceberem uma familiaridade cotidiana ou ao menos uma justificativa convincente para os aspectos matemáticos durante as aulas de Matemática. Em seguida chamamos atenção para as dificuldades que tem o professor ao elaborar e executar uma atividade diferente em sala de aula. Além disso, inspirados nesta fundamentação teórica, procuramos abordar uma atividade que utiliza a história para facilitar o ensino da Matemática no tocante ao Teorema de Tales. Palavras-chave: História; Teorema de Tales; Atividades. Introdução Em meio aos estudiosos da educação matemática existem aqueles que nomearam a História da Matemática como um recurso pedagógico em suas aulas, dentre eles destacamos Miguel e Miorim, além de, Mendes e Fossa. Segundo Brito et. al (2005), a Matemática produzida, organizada e difundida historicamente pela sociedade, reflete as necessidades que diferentes grupos sócio-culturais tiveram na busca de soluções viáveis para seus problemas cotidianos ao longo dos tempos. Tomando mesmo partido desses estudiosos, apresentaremos considerações sobre o uso atividades que utilizem a história para o ensino de Matemática, particularmente exemplificando, no que concerne o ensino do Teorema de Tales. É de nosso interesse neste momento ver em que aspectos a integração da História da Matemática e o ensino de Matemática podem ajudar o aluno em sua aprendizagem. Deste modo, a História e as atividades aqui apresentadas serão para nós, organizadas do ponto de vista de suas implicações para o ensino aprendizagem dessa mesma disciplina. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 1 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 Alguns obstáculos Para desenvolvermos qualquer tipo de atividade com objetivo de tornar o ensino de Matemática mais fácil e acessível, temos primeiramente que ter consciência de que são várias as dificuldades e obstáculos que surgirão. Tendo consciência desses obstáculos nos deteremos nesse primeiro momento a discorrer sobre eles. Um dos primeiros obstáculos, segundo Brito et. al. (2005), que impede o êxito do ensino-aprendizagem de Matemática diz respeito ao desinteresse dos estudantes com relação ao modo como a Matemática é exposta em sala de aula, aliada a imparcialidade e a falta de criatividade do professor que não aproveita, na maioria dos casos, os pouquíssimos recursos para tornar a aula mais prática e dinâmica. Por exemplo, com relação a esses obstáculos, acreditamos que podem ser vencidos com as atividades históricas, pois além de tornar a aula diferente, a História leva os alunos à investigação, a discussão, desperta a curiosidade e revela a Matemática como produção humana. Outro obstáculo que surge com frequência é a falta de materiais didáticos que limita o trabalho do professor, juntamente ao desinteresse da direção e a falta de um trabalho conjunto entre os professores das demais disciplinas. Nesse sentido a história ajuda o trabalho, pois podemos elaborar atividades com caráter de pesquisa que podem ser desenvolvidas no próprio laboratório de informática do colégio ou na biblioteca, bem como, atividades interdisciplinares, por exemplo, com professores de História e Geografia. Os questionamentos que geralmente os estudantes fazem quanto aos porquês em determinado assunto torna-se também um obstáculo a ser vencido, pois muitas vezes o professor não está preparado para responder as perguntas que surgem. Dessa maneira, acreditamos que a história da matemática pode ser de grande auxílio para alunos e professores que tentam encontrar resposta para indagações do tipo: Quem fez isso? Por que estudo isso? Para que serve? Dentre outros questionamentos que aparecem com frequência. Desse modo nosso trabalho apresentará uma proposta de abordagem fundamentada nas atividades de ensino aprendizagem do livro História da matemática por atividades (2005) – as quais incorporem aspectos históricos com objetivo de favorecer o ensinoaprendizagem de Matemática e que tentem vencer, senão todos, uma grande parte desses obstáculos que impedem na maioria dos casos que o aluno tenha um aprendizado de qualidade. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 2 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 Objetivando uma melhor e sólida construção dessa proposta discorreremos a seguir sobre como e qual a melhor forma de utilizar a História da Matemática em sala de aula. Utilizando a história em sala de aula Ao tratar do uso da história na sala de aula não podemos deixar de mencionar a altivez colocada para este tópico nos documentos oficiais que regem o ensino de Matemática. A exemplo, os Parâmetros curriculares Nacionais colocam que a História da Matemática contribui “para a superação do preconceito de que a Matemática é um conhecimento produzido exclusivamente por determinados grupos sociais ou sociedades mais desenvolvidas” (BRASIL, 1998, p. 34). Nesta mesma direção as Organizações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio afirmam: A utilização da História da Matemática em sala de aula também pode ser vista como um elemento importante no processo de atribuição de significados aos conceitos matemáticos. É importante, porém, que esse recurso não fique limitado à descrição de fatos ocorridos no passado ou à apresentação de biografias de matemáticos famosos. A recuperação do processo histórico de construção do conhecimento matemático pode se tornar um importante elemento de contextualização dos objetos de conhecimento que vão entrar na relação didática. A História da Matemática pode contribuir também para que o próprio professor compreenda algumas dificuldades dos alunos, que, de certa maneira, podem refletir históricas dificuldades presentes também na construção do conhecimento matemático. (BRASIL, 2006, p. 86) Corroborando com estes documentos Brito et. al (2005) pondera que O conteúdo histórico surge como um elemento motivador e gerador da matemática escolar, pois se apresenta como um fator bastante esclarecedor dos porquês matemáticos tão questionados pelos estudantes de todos os níveis de ensino. É nas informações históricas que estão plantadas as raízes cotidiana, escolar e científica do conhecimento matemático a ser (re)construído pelos estudantes e, por isso, precisam ser bem explorado pelo professor. (BRITO; et. al., 2005, p.58) Num primeiro momento, o professor de Matemática tem que ter cuidado quando utiliza a história da matemática, sobretudo, no tocante ao estudo do assunto a ser tratado e os objetivos a serem alcançados. Contar aos seus alunos como certo matemático viveu ou Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 3 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 como chegou a tal fórmula pode não chamar atenção deles e pior ainda, não desenvolver nele habilidades nem conhecimentos úteis. Contudo, salientamos que neste sentido o papel motivador está em pauta, mas quando o objetivo consiste em construir um conceito, esta abordagem pode deixar a desejar. Ao elaborar atividades que utilizem a história da matemática, o professor deve propor situações que conduzam os alunos a (re)descobrir conceitos através da elaboração, interpretação, investigação, testes e conclusões de hipóteses por eles elaboradas. Dessa maneira acreditamos que o aluno é capaz de apreender o porquê fazem/sabem desta ou daquela maneira, além de ser capaz de estabelecer sua própria aprendizagem, através da cognição do conhecimento e redescoberta de princípios. Assim sendo o professor deve transformar sua sala de aula em um ambiente de pesquisa, onde seus alunos devem se posicionar como investigadores que tem como objetivo responder questões que lhes surgem no contexto da matemática escolar e que podem ser respondidas através de aspectos históricos. É indispensável que o professor seja audacioso e criativo, pois só assim será capaz de transformar sua sala de aula em um ambiente de investigação, proporcionado aos seus alunos um local que favoreça a concretização da imaginação e criatividade matemática. Do contrário, os obstáculos citados anteriormente, tais como a falta de materiais ou desinteresse do aluno, por exemplo, seriam fatores para inviabilizar a proposta. Utilizando a história da matemática em atividades As atividades históricas propostas devem provocar curiosidade no estudante e atiçálo a investigação. Acreditamos que essas características podem ajudá-lo a produzir e reter conhecimento. É claro que essas atividades devem ser cuidadosamente elaboradas e ricamente exploradas em sala, para que sejam de fato proveitosas. Outro cuidado que os docentes devem atentar consiste na sequência em que os conteúdos serão expostos para que as atividades possam, de fato, conduzir os estudantes à formalização da ideias matemáticas construídas ao longo do processo de aprendizagem. De qualquer modo, o professor deve estar atento para fazer as interferências que forem necessárias para sistematização e formalização do conhecimento pelo aluno. Da mesma forma: Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 4 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 [...] consideramos essencial que o professor conheça profundamente os tópicos históricos da matemática a serem apresentados aos alunos, pois nessa base teórica que ele se apoiará para segurar as discussões provocadas pelos estudantes no ato da realização das atividades. (MENDES, 2001, p.229) De fato, ao elaborarmos atividades históricas é imprescindível que o professor tenha consciência de todos os tópicos de história envolvidos e explorados na atividade a ser desenvolvida. Se assim o for, as atividades de ensino-aprendizagem que incorporam aspectos da história da matemática manifestam características construtivistas e que colaboram positivamente para aquisição do conhecimento dos conteúdos matemáticos pelos estudantes. Mais ainda, As atividades históricas, portanto, devem conduzir os estudantes a um processo mais dinâmico de concepção da matemática ensinada em sala de aula, sob três aspectos da construção do conhecimento: o cotidiano, o escolar e o científico. (MENDES, 2001, p.232) Norteados por estes aspectos, vejamos uma proposta de atividade referente ao ensino do Teorema de Tales que utilizam a História da Matemática como motivação e fio condutor da exploração de conceitos. Sobre atividade proposta Nessa atividade, acreditamos que poderia ser proposta uma aula de campo onde os alunos teriam de trabalhar em duplas. Inicialmente pediríamos para que cada um medisse a altura, bem como, a sombra projetada no chão do colega. Acreditamos que depois das discussões provocadas pela atividade o aluno crie condições para construir o caminho para a aprendizagem das relações do Teorema de Tales. Lembremos também que a partir das observações da atividade podemos revisar a teoria de semelhança de triângulo e, também, partir para as primeiras idéias das relações trigonométricas. Uma observação pertinente é que esta atividade só pode ser realizada em dia de sol, já que desejamos medir sombras projetadas no chão. Portanto quando o professor pensar em colocar uma atividade de campo deste tipo - que depende das condições climáticas para Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 5 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 ser realizada com sucesso – ele deve estar consciente dos obstáculos e ter em mão um outro plano de aula, já que a atividade pode não ser executada no dia planejado. Vale salientar que, sobre o mesmo assunto, ainda há uma variedade de atividades que podem ser desenvolvidas, por exemplo, as apresentadas nos anexos deste trabalho. Ressaltamos que todas elas almejam a perspectiva de explorar conceitos matemáticos potencializados pela história da Matemática. Ainda para uma maior orientação, se o leitor achar necessário, a atividade aqui proposta foi inspirada numa atividade que se encontra no livro História da Matemática em atividades didáticas e um paradidático para alunos do ensino fundamental intitulado Contando a Histórias da Matemática. (ambos os livros1 se encontram nas nossas referências). Atividade: Teorema de Tales e a altura da pirâmide A atividade sugerida deve levar o aluno a sentir-se seguro da sua própria capacidade de construir conhecimentos matemáticos e a perseverar na busca de soluções e na observação. Contextualização: Desde a antiguidade os gregos já sabiam como calcular a altura de um objeto através da projeção da sua sombra, utilizando apenas o conhecimento que eles tinham sobre semelhança de triângulo. De acordo com as narrações históricas atribuise esta descoberta ao sábio Tales de mileto. Em uma de suas viagens por volta de 600 a.C., Tales se encontrava no Egito e foi abordado por escribas (estudiosos da época) a mando do faraó que conhecia a fama de grande matemático que ele tinha. O objetivo do encontro era fazer com que Tales aceitasse o desejo do faraó que queira que ele calculasse a altura de uma de suas pirâmides. Tales ouviu-os com cuidado e atendeu ao pedido feito. No deserto quando Tales já se encontrava próximo à pirâmide deitou uma vara no chão e marcou o comprimento dela na areia do deserto, depois fincou a vara no chão em uma das marcas feita por ele. Tales então esperou o momento em que a sombra da vara tivesse o mesmo comprimento da vara. No momento exato ele disse: Vá, depressa a sombra, pois seu comprimento é iguala altura da pirâmide. Tales ainda foi capaz de 1 Guelli (2000) e Brito et. al (2005). Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 6 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 perceber que esse procedimento não estava totalmente correto, pois como a pirâmide era muito grande escondia parte de sua sombra, logo acrescentou, a medida achada, metade da medida da base da pirâmide. Desta maneira, Tales conseguiu atender ao pedido do Faraó. Figura 1 Tales no Egito Não havia mistério no feito realizado por Tales, pois se tratava de um grande conhecimento de Geometria. Isso é confirmado com o procedimento de esperar que a vara e sua sombra tenham a mesma medida e relacionar essas medidas com as da pirâmide e de sua sombra. Com essa metodologia Tales, observando o triângulo retângulo isósceles formado e usando conhecimentos geométricos sobre semelhança de triângulo, conseguiu resolver o problema a ele proposto. Objetivos: Desenvolver a intuição, a criação de estratégias e a capacidade de resolver problemas; além de estimular o interesse do aluno pela Matemática, a curiosidade e o espírito de investigação tendo em vista fazer com que eles se lancem na aventura do conhecimento. Compreender através da construção do saber o Teorema de Tales. Sugestão: Essa atividade pode ser expandida e trabalhada conjuntamente com o professor de Geografia, por exemplo, utilizando um mapa do mundo para achar a localização dos lugares citados na atividade; e/ou com o professor de História, por exemplo, para estudarmos o que estava acontecendo de produção cultural na época. Material Necessário: Fita métrica, folha e lápis para anotações. Local: Parque ou bosque, praça nos arredores da escola ou o próprio pátio. Público alvo: alunos do 7º ano e/ou do ensino médio (caso se aproveite para explorar as relações trigonométricas) Desafio: Para você compreender melhor as idéias suscitadas aqui podemos desafiá-lo a realizar uma experiência similar àquela que Tales fez há mais de 2000 anos atrás. Vamos lá?! Primeiramente os alunos devem-se dispor de frente para o sol e daí: Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 7 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 Cada dupla, munida com fita métrica, medem a altura e a sombra de seu respectivo par; Divide altura pela sombra e anota os resultados no espaço abaixo; Altura sombra Depois de uma hora repita a operação a cima; Altura sombra O que se observa com os resultados obtidos? E comparando com os resultados de colegas de turma? Que conclusão pode-se tirar desses resultados? Para chegarmos a resultados mais precisos vamos analisar algumas definições importantes: Feixe de Paralelas Um conjunto de três ou mais retas paralelas de um plano chama-se feixe de paralelas. As retas que cortam um feixe de paralelas são chamadas de transversais. Figura 2 Posições de retas Finalmente! Teorema de Tales: Um feixe de paralelas determina sobre duas transversais, segmentos proporcionais. Figura 3 Comprimento da pirâmide Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 8 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 Resumindo o que Tales realizou no Egito, e que mais tarde ficaria conhecido como Teorema de Tales temos: Tales observou que, num mesmo instante, a razão entre a altura de um objeto e o comprimento da sombra que esse objeto projetava no chão era sempre a mesma para quaisquer objetos. Referências BRASIL. Ministério da educação e do desporto (MEC). Parâmetros curriculares nacionais, Ensino Médio. Brasília: SEF, 1998. ______. Ministério da educação e do desporto (MEC). Organizações curriculares nacionais para o ensino médio. Brasília: SEF, 2006. BRITO, Arlete de Jesus. et. al. História da matemática em atividades didáticas. EDUFRN: Natal, 2005. GUELLI, Oscar. Contando a História da Matemática. Editora Ática, São Paulo, 2000. MENDES, Iran Abreu. Construtivismo e Historia no ensino da matemática: uma aliança possível. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA, 4., 2001, Natal. Anais...SBHMAT, 2001. p.228-234. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 9 X Encontro Nacional de Educação Matemática Educação Matemática, Cultura e Diversidade Salvador – BA, 7 a 9 de Julho de 2010 ANEXO Atividade 1) Uma vara de bambu, fincando verticalmente no chão, projeta uma sombra de 1,8m, quando uma pessoa de 1,72m projeta uma sombra de 1,29m. Qual é o comprimento da vara? 2) Uma estaca de 1dm, fincada no chão, projeta uma sombra de 21dm, quando uma árvore projeta uma sombra de 294dm. Qual é a altura da árvore? Depois de todas essas atividades você consegue explicar qual a ligação entra a atividade de campo desenvolvida e o teorema de Tales? Explique com suas palavras o que você pode entender com a atividade proposta. Anais do X Encontro Nacional de Educação Matemática Relato de Experiência 10