4 – Como
Proceder à
Investigação
4.1 – Escolha do
Assunto
É o primeiro passo da pesquisa, mas não o mais
fácil. Não faltam, evidentemente, assuntos para
pesquisas: a dificuldade está em decidir-se por um
deles. Para muitos pesquisadores, a decisão final é
precedida por momentos de verdadeira angústia,
mormente quando se trata de pesquisas decisivas para a
carreira do investigador.
Um assunto de pesquisa pode nascer de leituras, de
reflexões pessoais, de problemas reconhecidos, da
atividade profissional, de fontes de informações, etc.
4.1.1 – SELEÇÃO
Selecionar um assunto eqüivale a eliminar
aqueles que, por uma razão plausível, devem ser
evitados e fixar-se naquele que merece
prioridade. Não pode haver seleção sem critérios
de seleção: convém, portanto, definir os critérios
que o investigador tomará em consideração,
quando tiver que proceder à escolha de um
assunto.
O assunto pode surgir de um interesse
particular ou profissional, de algum estudo ou
leitura. As vezes, o professor indica o assunto,
outras vezes cabe ao aluno escolher o mesmo.
Teórico ou prático, o assunto deve corresponder ao
gosto do pesquisador, além de proporcionar-lhe
experiências de valor e contribuir para o
progresso das ciências. Evitem-se assuntos
fáceis e sem interesse, que não compensam o
esforço exigido.
4.1.2 – DELIMITAÇÃO
Convém superar a tendência muito comum de
escolher temas que, por sua extensão e
complexidade, não permitam a profundidade.
Feita, portanto, a escolha do assunto, passa-se a
fixar a extensão do mesmo.
Delimitar o assunto é selecionar um tópico ou parte
a ser focalizada.
A decomposição do assunto eqüivale ao
desdobramento do mesmo em partes, enquanto a
definição dos termos implica na enumeração dos
elementos constitutivos ou explicativos que os
conceitos envolvem. Nem todos os assuntos
poderão ser delimitados com auxílio destas
técnicas especiais.
Assim, para delimitar o assunto, pode-se ainda
fixar circunstâncias, sobretudo de tempo e
espaço: trata-se de indicar o quadro histórico e
geográfico, em cujos limites se localiza o assunto.
4.1.3 – Explicação dos
Objetivos
Os objetivos que se têm em vista definem,
muitas vezes, a natureza do trabalho, o tipo de
problemas a ser selecionado, o material a
coletar, etc.
4.2 – Formulação de
Problemas
Escolhido o assunto e delimitado o seu campo, a
fase seguinte é a transformação do tema em problemas
Problemas é uma questão que envolve intrinsecamente
uma dificuldade teórica ou prática, para a qual deve-se
encontrar uma solução.
A primeira etapa da pesquisa é a formulação do problema
ou formulação de perguntas.
As perguntas devem ser de tal sorte que haja possibilidades de respostas
através da pesquisa.
Nunca se passa diretamente da escolha do assunto à coleta de dados, pois as
vantagens da formulação do problema são inegáveis:
1)
Ao formular uma pergunta, sabe-se com exatidão o tipo de resposta que
deve ser procurado.
2)
O pesquisador é levado a uma reflexão benéfica e proveitosa sobre o
assunto.
3)
Um problema ou uma pergunta fixa freqüentemente roteiros para o início
do levantamento bibliográfico e da coleta de dados.
4)
Auxilia, na prática, a escolha de cabeçalhos para o sistema de tomada de
apontamentos.
5)
Discrimina com precisão os apontamentos que serão tomados, isto é, todos
e tão-somente aqueles que respondem às perguntas formuladas.
4.3 – Estudos
Exploratórios
Esta fase do trabalho destina-se ao
levantamento do material necessário para a
investigação. De acordo com o tipo de pesquisa,
ter-se-á que reunir instrumentos, aparelhos,
materiais diversos ou documentos. Estes
últimos constituem a matéria-prima da pesquisa
bibliográfica.
4.3.1 – LEVANTAMENTO
BIBLIOGRÁFICO
Praticamente todo o conhecimento humano pode
ser achado nos livros ou em outros impressos que se
encontram nas bibliotecas. A pesquisa bibliográfica
tem como objetivo encontrar respostas aos problemas
formulados e o recurso é a consulta dos documentos
bibliográficos. Para encontrar o material que interessa
numa pesquisa é necessário saber como estão
organizadas as bibliotecas e como podem servir os
documentos impressos.
Para um levantamento do problema a ser pesquisado
convém:
a) fazer um levantamento do material mais recente,
aproveitando-se do acervo de conhecimentos atualizados
sobre o problema;
b) selecionar a documentação mais importante, evitando um
acúmulo excessivo de material;
c)
concentrar-se nas informações
importantes. Para isto:
e
bibliografia
mais
utilizar-se das fontes de informação bibliográfica;
-
organizar a própria documentação bibliográfica;
proceder de forma a iniciar-se pelas publicações gerais antes das obras
específicas, ou de artigos de revista ou resumos de pesquisa.
4.3.2 – DOCUMENTAÇÃO
Quanto à forma, podem-se distinguir vários tipos
de documentos:
1) Manuscritos;
2) Impressos sem periodicidade: livros, folhetos (menos
de 100p.), catálogos comerciais, textos legais,
processos, pareceres, correspondência publicada, etc.
3) Periódico: revistas, boletins, jornais, anuários, etc.;
4) Microfilmes que reproduzem outros documentos;
5) Diversos: mapas, planos, desenhos, documentos
fotográficos, filmes,cd-room, etc.
4.3.3 – USO DA BIBLIOTECA
A habilidade em fazer pesquisas em bibliotecas
começa com uma compreensão de como elas são
organizadas e com uma familiaridade na utilização dos
seus recursos.
Todo livro que chega a uma biblioteca é registrado
com as informações a ele referentes, classificado e
agrupado segundo o assunto de que trata e, finalmente,
incluído no catálogo que deve conter todas as
publicações de que dispõe a biblioteca.
4.3.4 – O USO DOS
DOCUMENTO BIBLIOGRÁFICOS
Nos primeiros passos da consulta o
pesquisador necessita de informações gerais sobre o
assunto que deve desenvolver: poderá encontrá-las em
artigos de dicionários especializados, em enciclopédias e
em manuais. Estes o remeterão aos tratados completos,
isto é, às obras que abordam e desenvolvem amplamente
o assunto. Se necessitar de um estudo atualizado e
recente, o pesquisador procura um artigo em revista. Se
necessitar de notícias ou crônicas da atualidade, procura
a seção dos jornais
4.3.5 – O MATERIAL DE PESQUISA
Nesta fase do levantamento, faz-se a coleta
de todo o material necessário para o trabalho. À
medida que os documentos, que interessam ao
assunto, são localizados através da leitura de
reconhecimento, devem-se anotar as referências
bibliográficas. Em outros termos procede-se à
elaboração da bibliografia.
4.3.6 – O USO DA INTERNET
Trata-se de uma rede de informações, de
abrangência mundial, onde estão registradas para
consultas dos interessados, uma infinidade de assuntos.
O acesso à rede é feito por intermédio de computador
que possua o recurso para tal (placa de FAX MOLDEN
ligada a um provedor).
4.3.7 – TOMADA DE
APONTAMENTOS E
CONFECÇÃO DE FICHAS
Uma vez selecionado o material, recolhem-se os
dados, informações ou afirmações que os documentos
podem fornecer. Trata-se da tomada de apontamentos.
É preciso assegurar a retenção daquilo que se quer
conservar, pois a memória interna é frágil. Os
apontamentos são como uma memória exterior. Bem
organizados, podem se constituir numa mini-biblioteca
para uso pessoal.
Como assegurar a eficiência de um apontamento? Observemse as seguintes normas práticas:
1)Ter em vista os objetivos do trabalho, procurando anotar somente
os dados suscetíveis de fornecer alguma luz sobre o problema
formulado.
2)Percorrer antes todo o texto para evitar anotações de dados que são
desenvolvidos mais adiante.
3)Sublinhe-se com lápis os pontos principais se o livro é próprio.
Caso contrário, registrem-se as anotações em folhas numeradas,
colocando-se a página do livro em cada nova afirmação ou
pensamento do autor.
4)Transcrever as anotações em fichas, cadernos ou folhas,
colocando-se entre aspas as citações textuais e anotando-se em
folhas separadas ou no verso as idéias próprias que surgirem.
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