1 Carlos Alberto Araujo Veras A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Comunicação, Linguagens e Cultura, Universidade da Amazônia - UNAMA. Área de Concentração: Comunicação, Linguagem e Cultura na Amazônia. Orientador: Profª. Drª. Elizabeth Pessôa Gomes da Silva Belém 2012 2 Carlos Alberto Araujo Veras A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Comunicação, Linguagens e Cultura, Universidade da Amazônia - UNAMA. Área de Concentração: Comunicação, Linguagem e Cultura na Amazônia. Data de Aprovação: 09.04.2012 Banca Examinadora: - Orientadora Profª. Elizabeth Pessôa Gomes da Silva Doutora em Comunicação e Artes Universidade Presbiteriana Mackenzie Profº. José Afonso Medeiros Souza Doutor em Comunicação e Semiótica Pontifícia Universidade Católica - SP Profª. Marisa de Oliveira Mokarzel Doutora em Sociologia Universidade Federal do Ceará 3 Para minha mãe, professora Betina, com muita saudade ao meu pai, Dedé, e com carinho ao Dô. 4 AGRADECIMENTOS À minha orientadora parceira e companheira, professora doutora Elizabeth Pessôa Gomes da Silva por sua paciência, dedicação e interesse. À banca examinadora de qualificação composta das maravilhosas doutoras professoras Ivone Maria Xavier de Amorim Almeida e Marisa de Oliveira Mokarzel, que não “botaram banca” quando o assunto foi contribuir com esse processo de incluir o que tinham de melhor. À SEDUC, pela escolha em primeiro lugar e financiamento com bolsa do meu projeto de pesquisa. Ao CIEES, pela confiança e apoio quando da realização da oficina bem como no desenvolvimento das entrevistas. Aos pais e responsáveis, bem como aos alunos do CIEES, que foram essenciais e prestativos na construção da pesquisa. Aos meus pais, tão maravilhosos quanto atenciosos, principalmente no que sempre disse respeito à minha educação. A minha família de uma maneira em geral, mas principalmente a minha tia Terezinha, e minhas irmãs Cristina e Ana Teresa, esta por horas me ensinando lições de ensino e de vida. A minha família postiça aqui em Belém, por acreditar às vezes até mais do que eu na minha competência. Ao Domingos para finalizar que me apoiou dentro do seu impossível dandome força nos momentos que eu pensava em desistir. A Rosilene, que de cria tornou-se criatura essencial na finalização deste trabalho. 5 Queremos ter certezas e não dúvidas – resultados e não experiências -, sem nem mesmo percebermos que as certezas só podem surgir através das dúvidas, e os resultados somente através das experiências! CARL JUNG 6 RESUMO VERAS, Carlos Alberto Araujo. A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA, 2012. f. Dissertação (Mestrado em Comunicação, Linguagens e Cultura), Universidade da Amazônia, Belém, 2012. Pesquisa, na área temática da Comunicação, Linguagem e Cultura tendo como linha de pesquisa a Comunicação, Linguagem e Arte no contexto social da Amazônia, que visa à investigação de processos comunicacionais numa inserção entre os campos da Arte da Linguagem e da Comunicação. Atendendo a esta linha, nossa pesquisa envolve questões relacionadas com a comunicação e sociedade, convergindo para os processos de criação da Arte, Cultura e cidadania. Para tanto, se apropria do ensino das Artes Visuais e vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental. Inicialmente, utilizando as Artes Visuais, a compreensão da Arte como linguagem e comunicação, fará uma relação entre os pressupostos sobre desenvolvimento cognitivo e a manifestação comunicacional das nuances expressivas do deficiente mental, entre a faixa etária de 15 a 70 anos de idade, nos alunos matriculados no Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, localizado na região central de Belém, especializado no atendimento escolar de pessoas com síndrome de Down. Mostramos, através de pesquisa qualitativa, do tipo pesquisa ação, com base na etnografia, de que modo as Artes Visuais quando sistematizadas nas escolas especializadas em atender este público, podem ser usadas como instrumento facilitador indireto para o processo comunicacional do deficiente mental. Partindo de contextualizações teóricas acerca dos processos de comunicação, do desenvolvimento cognitivo da pessoa com síndrome de Down e das Artes Visuais, estabeleceremos a existência de conexões entre o crescimento do processo expressivo, enquanto agente facilitador, quando há a sistematização desse ensino para os sujeitos envolvidos. Registraremos a inserção da cultura amazônica aplicada ao conteúdo programático curricular da escola como forma de acrescentar elementos valorativos à formação cultural dos alunos considerando suas vivências sócio-históricas. Ao final da investigação teceremos proposições acerca da sistematização desse processo para o ensino das Artes Visuais voltada aos alunos com síndrome de Down, de modo a servir como referência de análise objetivando que venha a atender outras instituições dedicadas a esse público específico. Palavras-chave: Arte, Down, Educação Especial e cultura. 7 ABSTRACT Veras, Carlos Alberto Araujo. ART-DOWN A SPECIAL EDUCATION AND CULTURE AMAZON, 2012. f. Dissertation (Master in Communication, Languages and Culture), Amazon University, Belem, 2012. Search in subject area of Communication, Language and Culture as a line of research with the Communication, Language and Art in the social context of the Amazon, which aims to investigate communication processes in integration between the fields of Art of Language and Communication. Given this line, our research involves issues related to communication and society, converging on the creative processes of art, culture and citizenship. For this purpose, appropriates the teaching of Visual Arts and has been dealing with the communication process as well as record the possibilities as a means of facilitating expression of students with mental retardation. Initially, using the Visual Arts, the understanding of art as language and communication, will a relationship between assumptions about cognitive development and manifestation of the expressive nuances of communication to the mentally retarded, aged between 15-70 years of age, students enrolled in Integrated Center for Special Education - CIEES, located in downtown Bethlehem, specializing in educational attainment of people with Down syndrome. Show, through qualitative research, like action research, based on ethnography, how the visual arts as systematized in schools specializing in this public meeting, can be used as an indirect instrument to facilitate the communication process for the mentally retarded. Based on theoretical contextualization about the processes of communication, cognitive development of people with Down syndrome and the Visual Arts, will establish the existence of connections between the growth of expressive process as a facilitator when there is the systematization of instruction for the subjects involved . We note that insertion of the Amazonian culture applied to the curriculum of the school curriculum as a way of adding elements of value to the cultural experiences of students considering their socio-historical. At the end of the investigation teceremos propositions for the systematization of the process for teaching the visual arts to students with Down syndrome, to serve as a benchmark analysis that may serve other institutions dedicated to this specific audience. Key-word: Art, Down, Special Education and culture. 8 SUMÁRIO 1. 2. 2.1 INTRODUÇÃO ACESSO PARA O DOWNLOAD DE TEORIAS O LINK COM A HISTÓRIA: UM PARALELO ALÉM 09 17 DAS DIFERENÇAS 19 2.2 A LINGUAGEM EM UNDERLINE 22 2.3 SER OU NÃO SER DOWN (↓)(↑) 24 2.4 LOGOFF: SER DOWN (↓) É SER UP (↑) 26 2.5 O DOWN E O POTENCIAL: SUA EXPRESSIVIDADE COGNITIVA E DEPRECIATIVAS 28 2.6 FALANDO DA FALA DO DOWN 37 3. 3.1 A ARTE VISUAL, ARTE DE SER ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA 42 AS MUDANÇAS DA ARTE 44 3.2 TERMINANDO COM AS TERMINOLOGIAS EM ESPECIAL 47 3.3 PINCELANDO AS CONTRIBUIÇÕES DA ARTE 51 3.4 VENDO A ARTE DE UMA MANEIRA ESPECIAL 55 3.5 A VALORIZAÇÃO CULTURAL NA ARTE VISUAL 60 3.6 A CULTURA AMAZÔNICA EM ESPECIAL 65 4. A ARTE-DOWN: UMA PESQUISA SOBRE EDUCAÇÃO EM ESPECIAL NA AMAZÔNIA 81 4.1 TEXTO E CONTEXTO DE UM CENTRO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL 81 4.2 DESCORTINANDO O PAPEL DOS ATORES 85 4.2.1 Abrindo as cortinas para os técnicos 85 4.2.2 Abrindo as cortinas para os professores 88 4.2.3 Abrindo as cortinas para os alunos e responsáveis 90 4.3 DESTRAMANDO AS TRAMAS DA PESQUISA 96 4.4 DANDO FORMA AOS DADOS 103 4.5 SAINDO DO OFF DA OFICINA 114 4.6 REAPLICANDO AS ENTREVISTAS 165 5. CONCLUindo........................................... 171 6. REFERÊNCIAS 179 7. APÊNDICE 181 8. ANEXOS 247 9 1. INTRODUÇÃO Desde a graduação, em 1998, fui instigado por uma professora de Psicologia da Educação a desenvolver um trabalho de ensino das artes com pessoas com deficiência mental. Na época senti-me de certo modo incompetente, pois era ainda, um mero estudante e não tinha suporte teórico para desenvolver tal trabalho, mas incentivado pela referida professora e com a promessa de receber da mesma, orientações e suportes necessários para melhor trabalhar com este público, aceitei o convite, o que acabou rendendo-me uma paixão arrebatadora e até certo ponto infinita por estas pessoas em “especial”. A educação especial sempre foi meu foco de estudo, o que pode ser constatado ainda na graduação quando defendi o Trabalho de Conclusão de Curso intitulado como “A Deficiência pode ser mental, mas não Musical”, no ano de 2001. Dando prosseguimento a estes estudos fiz especialização em Arteterapia onde discorrendo em minha monografia sobre a seguinte temática: “As deficiências da ARTETERAPIA na ARTETERAPIA do deficiente”. Todas estas pesquisas me deram suporte para continuar desenvolvendo meu trabalho na área da Educação Especial, mas vi que necessitava buscar um aprofundamento ainda maior no campo da educação especial, que na maioria das vezes é deixada de lado priorizando-se geralmente só o ensino regular. Isto posto levou a uma carência muito grande de profissionais para atuarem neste segmento educacional, principalmente na minha área de formação que é a de Artes, pois existe uma escassez muito grande de bibliografia que abarque este ramo do conhecimento. 10 Esta preocupação tornou-se ainda mais latente com a resolução Nº. 02/2001, da Secretaria Estadual de Educação, no artigo 2º que: “determina que os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais”, pois este processo inclusivo exige certo preparo ou suporte para estes profissionais que na maioria das vezes não tiveram nenhuma disciplina no seu processo de graduação que os assegurasse um bom atendimento no desempenho de suas funções com os educandos em questão. Com este trabalho abordamos dentro da linguagem artística, a aplicação de determinadas técnicas, por meio de oficina, com alunos deficientes mentais, em sala de aula, de forma a proporcionar uma maior interação entre eles, uma maior integração com a sociedade, e consequentemente uma maior comunicação com o mundo, haja vista que em sua grande maioria apresentam inclusive problemas comunicacionais oriundos de problemas de linguagens que os mesmos apresentam devido às suas necessidades especiais. Com isto, sistematizamos os doze anos de trabalho, e os que foram desenvolvidos ao longo da pesquisa, embasados agora por fundamentações teóricas e experimentações práticas, realizadas no Centro de Educação Especial CIEES, localizado no estado do Pará, e consequentemente pertencente ao imaginário amazônico, o que servirá de apoio ou como base para outros profissionais que já atuam ou para aqueles que pretendem atuar nesta área, não mais baseado em expectativas de iniciantes, mas agora baseados em um estudo sistematizado que será exposto ao final deste trabalho, o que seguramente servirá como facilitador no desenvolvimento verificado inicialmente no ensino da Arte para a educação especial. 11 Este trabalho, portanto, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental. Para isto no primeiro capitulo, ACESSO PARA O DOWNLOAD DE TEORIAS abordamos as considerações e formas de ver e pensar o deficiente mental, utilizando as Artes Visuais, à compreensão da Arte como linguagem e comunicação, faremos desenvolvimento ainda cognitivo e uma a relação manifestação entre os pressupostos sobre comunicacional das nuances expressivas do deficiente mental, entre a faixa etária de 15 a 70 anos de idade, nos alunos matriculados neste Centro de Educação Especial, especializado no atendimento escolar de pessoas com Síndrome de Down. Ao analisarmos o desenvolvimento cognitivo das pessoas com Síndrome de Down nos apropriaremos da concepção de Vygotsky sobre o funcionamento mental da concepção enunciativa discursiva de linguagem, bem como seus seguidores, como é o caso de Mikhail Bakhtin, que admitem que o funcionamento da mente seja social e o homem um ser histórico, cultural e simbólico. A esse respeito o autor nos ajuda a entender melhor esse processo: A atividade mental do sujeito constitui, da mesma forma que a expressão exterior, um território social. Em consequência, todo itinerário que leva da atividade mental (o “conteúdo a exprimir”) à sua objetivação externa (a “enunciação”) situa-se completamente em território social. (BAKHTIN,1992, p. 117) Com isso introduzimos a questão da semiótica na análise psicológica, considerando os eventos psíquicos, em que a entrada no universo da significação, entrada essa, que ocorre pelas relações intersubjetivas, transforma o modo de ser, de pensar, de dar sentido ao mundo. Abordando ainda a descoberta 12 do significado destes eventos psíquicos até então obscuros, o que amplia a possibilidade de estruturação da personalidade e contribui na elaboração de maneiras mais produtivas para a comunicação, interação e o “estar-no-mundo”. Deste modo, consideramos a criatividade, com suas inúmeras faces, como a matéria prima do trabalho em Artes. Fundamentamos ainda o processo histórico de concepções e aquisições atribuídas aos deficientes, apropriando-nos de Buscaglia (1997), que após perpassar por diversas formas de significação das pessoas com deficiência, afirma-nos que: Em nossa sociedade, moderna e esclarecida, dois terços do mundo não possuem serviços médicos ou educacionais especiais para os deficientes; o outro terço ainda os rotula e segrega física, educacional e emocionalmente, do resto da população. BUSCAGLIA (1997, p. 182) Tiramos, portanto nossas conclusões, alicerçando-nos teoricamente no que já foi pesquisado e fundamentado por Werneck (1993, p. 158), quando é enfática ao afirmar que “Hoje sabemos, por exemplo, que o portador de Síndrome de Down tem apenas um ritmo de aprendizagem mais lento, embora as etapas ultrapassadas sejam as mesmas, (dos ditos normais).” Vimos com isso que desde sempre a Arte, em suas múltiplas manifestações, foi do aspecto individual ao coletivo, um preciso documentário psíquico, profundo e abrangente, e também uma interessante possibilidade de comunicação, transformação e aglutinação nas coletividades. As descobertas e afirmações a serem desenvolvidas, no curso deste trabalho, facilitarão a elaboração de métodos e técnicas aplicáveis e melhor direcionadas ao trabalho do professor de Arte que atua com este público. Com 13 técnicas e métodos mais apropriados o desenvolvimento no processo de comunicação do deficiente tornar-se-ia bem mais eficaz o que melhoraria a qualidade de vida, bem como a autoestima dos mesmos. É baseado nisso que, no segundo capítulo, A ARTE VISUAL, ARTE DE SER ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA, analisamos a eficácia do ensino das Artes Visuais, já que a mesma caracteriza-se basicamente como sendo uma forma simbólica e com isso extremamente semiótica de ensino, bem como, apresenta-se ainda como uma das maiores formas de manifestações expressivo-criativas do ser humano. No âmbito das manifestações expressivo-criativas, enquanto fenômenos criativos, o referencial teórico, entre outros, é a teoria de Gardner (1996), apontando entre as superestruturas, a explicação sobre atividade criativa, e a relação entre o indivíduo e as outras pessoas do seu mundo, quando afirma: “embora muitas vezes se imagine que os indivíduos criativos trabalham em isolamento, o papel das outras pessoas é crucial em seu desenvolvimento”, e complementa a importância do “papel das famílias e dos professores durante os anos formativos, bem como o papel das pessoas que prestaram um apoio crucial no período da iminência de uma descoberta criativa”. Percebemos, então, que o autor enfatiza que toda atividade criativa se origina, primeiro, da relação entre indivíduo e o mundo objetivo - produtivo e, segundo, dos laços entre o indivíduo e os outros seres humanos, o que mais uma vez vem reforçar a posição de Bakhtin frente ao anteriormente citado. Para o entendimento do conceito de arte visual, nos apropriamos do universo da arte e sua eficácia de ensino. Para tanto nos apropriamos no campo das 14 artes de Ana Mae Barbosa, Gillo Dorfles e Anamelia Buoro (2002), esta ultima com sua afirmativa que nos apresenta que: Se arte é produção sensível, se é relação de sensibilidade com a existência e com experiências humanas capaz de gerar um conhecimento de natureza diverso daquele que a ciência propõe, é na valorização dessa sensibilidade, na tentativa de desenvolvê-la no mundo e para o mundo devolvê-la, que poderemos contribuir de forma inegável com um projeto educacional no qual o ensino de arte desempenhe um papel preponderante e não apenas participe como coadjuvante. (ANAMELIA BUORO, 2002, p. 41) Esta afirmação vem sustentar a importância e as contribuições que este ensino trás e que ainda poderá a vir trazer no desenvolvimento expressivo e sensível do ser humano. Seguimos abordando o conceito de cultura segundo os autores, Stuart Hall e mais especificamente da cultura amazônica com João de Jesus Paes Loureiro e seu imaginário poético, bem como suas interferências no processo comunicacional, haja vista que é por meio da cultura que uma comunidade se constitui, integra e identifica as pessoas que lhe dá o carimbo de pertinência, de identidade, e isto se elucida em Hall(2003) ao afirmar que: O fato de que projetamos a ‘a nós próprios’ nessas identidades culturais, ao mesmo tempo que internalizamos seus significados e valores, tornando-os ‘parte de nós’, contribui para alinhar nossos sentimentos subjetivos com os lugares objetivos que ocupamos no mundo social e cultural. (HALL, 2003, p.11-12) Imbuídos destes conceitos acima, julgamos de suma necessidade uma pesquisa que explore o universo comunicacional da expressão do deficiente mental pela arte visual como forma de dinamizar o trabalho do profissional de arte com este 15 público. Além do preenchimento de lacunas e ausências deixadas, nos últimos tempos, tanto no que diz respeito à educação especial quanto ao ensino das artes. Portanto, no quarto capítulo, A ARTE-DOWN: UMA PESQUISA SOBRE EDUCAÇÃO EM ESPECIAL NA AMAZÔNIA, mostramos, através de pesquisa qualitativa, do tipo pesquisa ação, com base na etnografia, desenvolvida com quatro alunos com Síndrome de Down do Centro Integrado de Educação Especial (CIEES) – Escola especializada que há dezenove anos desenvolve este trabalho no atendimento de pessoas com deficiência mental - localizada no bairro de Nazaré no centro da cidade de Belém. Para tanto sistematizamos como primeiro momento através da pesquisa etnográfica em educação as entrevistas que foram e aplicadas com os sujeitos, suas famílias e os atores educacionais envolvidos na educação dos mesmos. No segundo momento realizamos uma oficina prática com oito meses de duração e carga horária semanal de 4 horas para cada grupo de 02 alunos, ocorridas duas vezes por semana, perfazendo uma carga horária total de 64 horas, que abordou duas técnicas de composição artística, uma com aquarela e outra com pastel a óleo, que são materiais que poderão facilitar o processo expressivo dos mesmos. No final dos quatro primeiros meses foram reavaliados procedimentos bem como a reaplicação das pesquisas com todos os sujeitos já citados anteriormente, e repetida tal fase ao final deste trabalho de campo. Tudo isto devidamente registrado, bem como anotado fidedignamente no diário de campo que é um dos suportes essenciais na modalidade de pesquisa da qual nos apropriamos para a realização deste trabalho. E finalmente realizamos a análise dos resultados através da técnica da análise de conteúdo que são quadros, elaborados a partir das categorias que 16 quantificam os resultados da coleta de dados usando o modelo de análise VIVO NR8 o que deu subsídios nos métodos investigativos eleitos, o que proporcionou mais segurança nos resultados da análise e da categorização. 17 2 ACESSO PARA O DOWNLOAD DE TEORIAS Desenvolvendo atividades profissionais com pessoas com Síndrome de Down e pesquisando sobre o assunto durante muitos anos, percebemos o olhar assistencialista ou até mesmo ouvimos o termo pejorativo de “coitadinhos”, vindo de algumas pessoas imputando ao portador desta síndrome a denominação de “especial”. Dando início a estas reflexões, concomitantemente, deparamo-nos visualmente com a tecla “DOWN”, do computador que aparece simbolicamente ilustrada pela seta posicionada no sentido para baixo (↓), assinalando ao estereótipo de “coitadinhos”, dirigido aos portadores de Down. Surge uma nova reflexão: A pessoa com Síndrome de Down-PSD possui realmente o estigma de negação/negatividade no âmbito da consciência pelo percurso das modificações inseridas no seu significado? Prosseguindo com nossas reflexões sob o termo down procuramos, então, estabelecer alguns paralelos e/ou contrapontos, entre os traços presentes na personalidade da PSD, de modo que possamos identificar, para então aceitar ou rejeitar, prováveis distorções encontradas quanto ao significado da palavra downPSD e o estigma de negação/negatividade que esta carrega. Para isso fazemos incursões na análise do discurso. Para os pressupostos teóricos da análise do discurso (re) configuramos – pelo significado usado na informática - a tecla down juntamente com seu sentido intrínseco presente na significação encontrada no enunciado discursivo, 18 considerando suas associações quando nos referimos ao termo designativo para as pessoas com Síndrome de Down. As bases epistemológicas do desenvolvimento cognitivo discutidas por Vigotsky ilustram estes elementos constitutivos do campo comunicacional, quando atribui à palavra a condição de signo por excelência, que vem constituir a consciência; e a consciência é semiótica. O signo modifica as relações interfuncionais, e o significado não é igual à palavra, nem igual ao pensamento – ‘o significado não é igual ao pensamento expresso em palavras’. Mas não existe signo sem significado, nem significado sem relação dialógica – é preciso considerar o outro. (VIGOTSKY, 1993 apud PADILHA 2001, p. 52) Baseados neste contexto assinalamos a análise do discurso de Bakhtin (2002, p. 39), que considera a palavra como fato simbólico, a partir da produção de imagens dos sujeitos, objeto da linguagem, dentro de uma conjuntura sóciohistórica. Complementa o autor, “a linguagem é uma instância em que a materialidade ideológica se concretiza, enquanto um dos aspectos materiais da ‘existência material’ das ideologias” Como traço relevante da análise do discurso, no ponto de vista ideológico, assinalamos a afirmativa de Pêcheux (1975, p.17) sobre o assunto: “não há discurso sem sujeito e não há sujeito sem ideologia: o indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia e é assim que a língua faz sentido”. Logo, fazemos uma inferência ao desenvolvimento cognitivo do deficiente com Down, alicerçando-nos teoricamente no que já foi pesquisado e fundamentado por Werneck (1993, p. 158). Segundo o autor, sabe-se atualmente que o portador de Síndrome de Down tem apenas um ritmo de aprendizagem mais lento, embora as etapas ultrapassadas sejam as mesmas, (dos ditos normais), sendo o objetivo da 19 educação especial justamente acelerar esse processo que foi identificado pela síndrome. Os deficientes mentais possuem história de vida e pensamentos diferenciados, possuem na essência, uma língua cuja substância gestual gera uma modalidade visual-espacial, a qual implica uma visão de mundo, não-determinística como dito anteriormente, mas em muitos aspectos, são diferentes quando compartilhadas com a comunidade dita normal, com sua língua de modalidade oral, cuja substância é o som. Para as prováveis distorções que julgamos encontrar, a priori, consideramos importante assinalar que a linguagem, (signo/palavra/signo) não trabalha com a língua enquanto um sistema abstrato, e sim, como uma marca no mundo, com a maneira de significar, com homens falando, se comunicando, conforme afirma Bakhtin (2002 p.37). Portanto, vamos avaliar a produção de sentido como componente de vidas, como sujeitos e como membros de uma determinada sociedade. Vejamos então, a construção do sentido, positivo ou negativo, historicamente envolvendo a palavra down. 2.1 O LINK COM A HISTÓRIA: UM PARALELO ALÉM DAS DIFERENÇAS As construções discursivas e muitas vezes depreciativas estão permeadas à construção histórica conceitual sobre a Síndrome de Down, entre estes encontramos a denominação de mongoloide ou mongol que até bem pouco tempo atrás, ainda podia ser proferido em discursos divulgados pelos processos e meios de comunicação. 20 Estes processos baseados na Teoria da Linguagem começaram a ser construídos, no decorrer da história da humanidade, precisamente em 1866. Segundo Werneck (1995, p.58), foi o cientista inglês John Langdon Down, quem questionou o porquê de algumas crianças, mesmo filhas de pais europeus arianos, serem tão parecidas entre si e terem traços que lembravam a população da raça mongólica, principalmente pela inclinação das pálpebras similares a dos asiáticos. Na época tais descobertas tiveram uma relutância muito grande de aceitação, pois estávamos na era do darwinismo, quando Charles Darwin, em sua obra On the Origin of Species (1859), apresentando a Teoria da Evolução, que na interpretação de determinados autores, como Buscaglia(1997) acabou trazendo a tese da superioridade da raça branca sobre as demais, e dez anos após, John Langdon Down veio desvelar a aparência oriental de crianças e sua deficiência mental, em que, entre outros aspectos, trouxe à tona um caráter contrário ao proposto no discurso ideológico contido na obra de Darwin. Denunciando um retrocesso para a evolução dos seres vivos proposta por Darwin, o pesquisador Down passou a considerar a classe oriental um tipo racial mais primitivo e, diante do enfrentamento teórico com Darwin, John Langdon Down resolveu, então, denominar as crianças arianas europeias com traços mongólicos de mongolian idiots, termo que veio sofrer modificações linguísticas, chegando ao Brasil sob a denominação de idiotas mongoloides. Ao longo da história, diversos são os momentos de divergências e convergências que versam sobre o assunto do deficiente, com o intuito de não historicizar, mas com a intenção de assinalar os diversos discursos contidos em torno deste termo. O quadro abaixo, baseado na classificação de Buscaglia (1997, 21 p.182-183), vem auxiliar a compreensão do tratamento dado ao (d)eficiente, no curso da história, e nos seios de diferentes culturas. Vejamos alguns exemplos: FORMAS EFICIENTES FORMAS (D)EFICIENTES A tribo Azand os amava e protegia. Os Chagga, da África Oriental, usavam seus membros excepcionais para afastar o mal. Os Sem Ang, da Malásia, os consideravam sábios e tinham como função a resolução das disputas tribais. Os nórdicos os tornavam Deuses. Índios da Masai os matavam. Os Jukun, do Sudão os julgavam pessoas com espíritos do mal e os abandonavam à morte. Os Balineses os consideravam “tabu” social. Os antigos hebreus viam a doença e os defeitos físicos como marca dos pecadores Na Renascença, eram considerados Na Idade Média, eram frequentemente vistos desafortunados por isso eram internados como possuídos pelo Demônio e eram, e tratados com atenção. portanto queimados como feiticeiros. Podemos rematar que mesmo quando se aplica uma forma eficiente de ver o deficiente, desde outrora verificamos equívocos de cunho assistencialista, o que nos assusta pela difusão comunicacional e pela ambiguidade discursiva atribuídas à abordagem de pessoas deficientes. No Brasil, sobre o assunto, o registro é de Werneck quando escreve que algumas tribos de índios brasileiros matam por inanição todos os recém-nascidos com qualquer tipo de deficiência física, certos de que eles não poderão caçar, se locomover, e nem fugir, tornando-se um fardo para a integridade do grupo, principalmente em situações de emergência, entre elas as guerras. Entretanto, essas mesmas tribos, respeitam crianças e adultos portadores de deficiência mental como representantes de algo divino (WERNECK, 1993, p.61) Do processo histórico quanto às concepções e aquisições atribuídas aos deficientes, relevamos a advertência de Buscaglia (1997, p. 182), quando escreve sobre a sociedade moderna, dita esclarecida, e assegura a ausência de serviços médicos e/ou educacionais especiais para os deficientes em dois terços do planeta e 22 o restante, outro terço, ainda rotulados e segregados física, educacional e emocionalmente, do resto da população. Atualmente, evidencia-se a preocupação de eliminar os traços construídos historicamente no discurso que estigmatiza a pessoa com síndrome de Down, pelo combate ao uso de termos similares entre estes, mongoloide, mongo ou mongol, “intrinsecamente pejorativo não só para eles como também para a população da Mongólia”, assinala Werneck (1995, p. 59). E no transcurso da história passa-se a usar, em definitivo, a palavra down, como forma de homenagear a quem primeiro se dedica a estudar este público específico de deficientes mentais. 2.2 A LINGUAGEM EM UNDERLINE A Análise da Linguagem (AL) procura compreender a língua a partir do sentido enquanto trabalho simbólico assegura Bakhtin (2002 p.37). Ela não trabalha com a língua enquanto um sistema abstrato, mas como uma marca no mundo, com a maneira de significar, com homens falando, considerando a produção de sentido enquanto parte de suas vidas, seja enquanto sujeitos sejam enquanto membros de uma determinada forma de sociedade. A AL reflete sobre a maneira como a linguagem está materializada na ideologia e como a ideologia se manifesta na língua. A materialidade específica da ideologia é o discurso e a materialidade específica do discurso é a língua, portanto AL associa língua-discurso-ideologia. Valentin Nikolaevich Voloshinov (1895/1936) intelectual russo, também conhecido como Bakhtin, em torno de quem se reuniu o chamado Círculo homônimo, autor de Marxismo e Filosofia da Linguagem, escrito no final dos anos 23 20, vem definir a ideologia como “todo o conjunto dos reflexos e das interpretações da realidade social e natural que tem lugar no cérebro do homem e se expressa por meio de palavras [...] ou outras formas sígnicas”. Os sentidos sempre são determinados ideologicamente. Tudo que dizemos tem, pois, um traço ideológico em relação a outros traços ideológicos, Os signos só emergem, decididamente, do processo de interação entre uma consciência individual e uma outra. E a própria consciência individual está repleta de signos. A consciência só se torna consciência quando se impregna de conteúdo (semiótico) e, consequentemente, somente no processo de interação social. (BAKHTIN, 2002, p. 34) A teoria bakhtiniana contextualiza esse mecanismo de produção de imagens dos sujeitos, assim como do objeto da linguagem, dentro de uma conjuntura sócio-histórica e por isso cultural. O imaginário faz necessariamente parte do funcionamento da linguagem, por ser eficaz e não “brotar” do nada, assenta-se como relações sociais inscritas na história, dos sujeitos em questão, e se regem em uma sociedade contemporânea por meio das relações de poder. Bakhtin (2002, p.48) então afirma que “a linguagem é uma instância em que a materialidade ideológica se concretiza, enquanto um dos aspectos materiais da ‘existência material’ das ideologias”. Observamos que o estudo do discurso explicita a maneira como a linguagem e a ideologia se articulam e se afetam em uma relação recíproca, em que a segunda assume a condição para a constituição do sujeito e dos sentidos, induzindo o individuo ser interpelado como sujeito pela ideologia para que se produza o dizer. 24 A produção de sentido de determinado enunciado ou palavra, em seu caráter material, para Pêcheux (1975, p.129) são de certa forma mascarados pela ideologia responsável por fornecer evidências que através da suposta “transparência da linguagem” fazem com que esta palavra “queira dizer o que realmente diz”. A ideologia materializa-se nos atos concretos, portanto, a prática só existe em uma ideologia e através de uma ideologia. Ainda com Pêcheux (1997, p.29) afirmamos que o sentido das palavras não existe em si mesmo, ou seja, os sentidos sofrem variações e sempre mudam, sendo diretamente determinados pela posição ideológica a partir das formações discursivas. Contextualizamos, então, a análise do discurso como a ciência que avalia a discursividade do sujeito considerando-o em sua totalidade, isto é, em seu acontecimento histórico, social, econômico e ideológico. Logo, avaliamos que na tentativa de analisar uma palavra procuramos compreendê-la e, consequentemente, justificar como se constrói o seu sentido e de que modo ela se entremeia com a história e com a sociedade que a originou. Desse modo vamos considerar um discurso como o resultado de valores conglomerados que, com o tempo, vai tomando para si ideias e ideais dos mais variados sentidos reformulando-se de acordo com as condições históricas nas quais está inserido. Para tanto, julgamos ser uma dessas conglomerações as condições de produção cujo enunciado foi, ou está sendo, proferido. 2.3 SER OU NÃO SER DOWN (↓)(↑) O que é ser down e o que é ser Down? 25 A palavra down, expressão da língua Inglesa, significa “para baixo”, e nos últimos tempos tem adquirido um caráter associado a um determinado estado de espírito intrinsecamente convencionado à expressão “estar pra baixo”, ou seja, cabisbaixo. Etimologicamente a palavra down recebe os seguintes conceitos ou significados: desanimado; na fossa; para baixo; abatido; derrotado; debaixo; abaixo. Eis o cerne da questão: refletir sobre o olhar estigmatizado construído em torno da palavra na tentativa de desvelar em sua etimologia o real sentido do termo. Dentro do campo da informática a palavra down apresenta, hoje em dia, a materialidade discursiva contendo significações como: travado; inativo, quebrado. Na informática além de significar que o computador está fora de operação (em net) há a associação com a tecla page down representada por uma seta para baixo (↓), neste âmbito a referida tecla tem a intenção de direcionar o manipulador para a página abaixo. O significado deste símbolo induz à ideia de direção e aponta um discurso intrínseco presente na palavra down. Portanto constrói um sentido ambíguo responsável em produzir deslizes no discurso, A materialidade da sintaxe é realmente o objeto possível de um cálculo – e nesta medida os objetos linguísticos e discursivos se submetem a algoritmos eventualmente informatizáveis – mas simultaneamente ela escapa daí na medida em que, o deslize, a falha e a ambiguidade são constitutivos da língua, e é por aí que a questão do sentido surge do interior da sintaxe. (PÊCHEUX, 1975, p.62) Este sentido é manipulado pelo homem, porque, “por essência, a própria língua encobre esse jogo”, isto é, surge um “impulso metafórico interno da 26 discursividade, pelo qual a língua se inscreve na história”, pois o “homem pode jogar com o sentido, desviá-lo, simulá-lo, mentir, armar uma cilada” (CANGUILHEM apud PÊCHEUX, 1982, p. 62). Sendo assim, denunciamos a existência de conflitos na análise discursiva e o surgimento da construção ineficiente acerca do enunciado contido sobre o (d)eficiente. Apesar da coincidência na designação da síndrome pelo sobrenome de seu pesquisador John Langdon Down, o uso frequente da expressão universalizada pela informática, incorpora ao termo down, inevitavelmente, um caráter desagradável encravado na maioria dos discursos sociais. 2.4 LOGOFF: SER DOWN (↓) É SER UP (↑) Voltando ao teclado do computador encontramos a tecla Up fazendo oposição à tecla Down que ao contrário desta tem como representação simbólica a seta voltada para cima (↑) juntamente com seu significado. Up significa: subir, levantar, aumentar, acima, em cima, de cima, elevar. Exatamente o antônimo de down. A identidade da pessoa com deficiência mental pode ser caracterizada pela linguagem multicultural, sendo este o primeiro passo para admitir que a comunidade com deficiência partilhe com a comunidade “dita normal” da mesma região, da mesma alimentação, vestuário, entre outros hábitos e costumes, que mesmo sustentando suas especificidades façam surgir recursos que se adequem às novas tecnologias do mundo cotidiano. É por meio da cultura que uma comunidade se constitui, integra e identifica as pessoas, sejam Up ou Down lhes concedendo o carimbo de pertinência e de identidade, nos projetando em identidades culturais, e 27 internalizando “seus significados e valores, tornando-os ‘parte de nós’, alinhando nossos sentimentos subjetivos com os lugares objetivos que ocupamos no mundo social e cultural” (HALL, 2003, p.11 e 12). Não é justo reduzirmos às potencialidades de uma PSD - considerando que sua deficiência não a impede de adquirir possibilidades de ajustamento, quando criança, do mesmo modo que qualquer outra - pela associação com o sentido/significado do termo down, devemos sim estabelecer analogias no sentido/significado pleno de ser up, Embora saibamos que a pessoa com Síndrome de Down apresente problemas de ajustamento (...) não podemos pressupor que isso seja consequência de uma característica inata sua ou da deficiência. Se existe um problema emocional, em geral a origem deste não se encontra no indivíduo, mas lhe é infligida pelo meio exterior. A criança com deficiência vem ao mundo com as mesmas possibilidades de ajustamento que qualquer outra. (BUSCAGLIA, 1997, p. 188-204). Diante da rejeição, resultado de processos historicamente construídos, a aceitação da pessoa com síndrome de Down ainda é um desafio constante necessitando de esforços para modificar a condição do que é ser para baixo (down) para o significado do que é ser para cima (up). Esforços que viabilizem mostrar, expressar que são mais do que a deficiência – são pessoas donas de senso de humor, conhecimentos, de capacidade de contribuição e doação tanto nas suas singulares quanto nas pluralidades. O caminho é árduo, porém há estudos que afirmam serem os deficientes bem mais tolerantes ao sofrimento do que as pessoas ditas normais. Sobre essa afirmativa, escreve Heisler (1972) apud Buscaglia (1997, p.202). 28 Quando a vida nos traz sofrimentos, devemos optar entre enfrentar a experiência de frente e tentar descobrir seu significado mais profundo e completo, ou dar as costas a nossos próprios sentimentos e emoções, negando-lhes a existência e fingindo que não somos afetados pelo lado sombrio da vida (Heisler, 1972 apud Buscaglia, 1997, p.202). A pessoa com síndrome de Down está muito mais além do que ser mera portadora de deficiência, ela deve ver a si mesmos como de fato é, e, sobretudo valorizar-se pelo reconhecimento de suas potencialidades além de aceitar seus limites reais, escreve Buscaglia (1993, p. 203). O autor também acena para a necessidade da PSD ser capaz de “realizar mudanças compensatórias nas atitudes que têm em relação a si mesma e na opinião que as outras pessoas têm sobre ela”, e assim “atribuir um maior valor a sua própria auto-avaliação em consonância com as necessidades e desejos”. Por essa e por outras que devemos procurar (re)configurar esta tecla, refletirmos sobre o que é ser down para o Down. Trata-se de uma luta pela sobrevivência dos diferentes não serem considerados resignados, Daí nossa proposta reconfigurar todas as teclas designadas down transformando-as em up, não só na máquina concreta do computador como também no HD mental de todos os sujeitos ditos normais. 2.5 O DOWN E O POTENCIAL: SUA EXPRESSIVIDADE COGNITIVA E DEPRECIativas. Neste tópico, trataremos das potencialidades expressivas da pessoa com síndrome de Down analisando seus efeitos e defeitos, passiveis e possíveis quando da expressão artística. 29 A pessoa com síndrome de Down traz no seu material genético um acidente ocorrido em um dos 23 pares de cromossomos que deveriam totalizar 46 cromossomos, e que neste caso do Down, no cromossomo 21 ao invés de 02 cromossomos traz 03 totalizando ao todo 47 cromossomos. Este acidente traz latentes diferenças que vão além das características físicas perpassando até as limitações mentais. No caso do Down, essas limitações mentais são diretamente afetadas devido à presença desse material genético extra. Essas limitações por sua vez são e podem ser avaliadas de forma direta ou indireta através de acompanhamento observacional, podendo classificá-las dentro do quadro geral de deficiência mental seguindo os parâmetros de leve, moderado, severa ou profunda. Em se tratando do nível de desenvolvimento intelectual e seguindo os parâmetros classificatórios da deficiência mental o Down, por sua vez apresenta ganhos relativamente superiores aos demais tipos de deficiência, haja vista, que sua classificação restringe-se basicamente ao quadro leve e moderado, não apresentando quadro de deficiência severa ou profunda. Isto vem nos remeter à premissa anterior de que pelo menos em relação às demais deficiências, a eficiência do Down o torna muito mais “UP”, como notamos na afirmativa de que: Crianças com síndrome de Down têm desenvolvimento intelectual limitado, sendo que a maioria apresenta retardo mental leve ou moderado. A mesma variação na função cognitiva, notada na população normal, também é observada na síndrome de Down. Alguns indivíduos são mais vivos, outros já não têm a mesma vivacidade. Há crianças com síndrome de Down que, apesar de terem um desenvolvimento lento, não têm retardo mental. No entanto, 95 por cento das pessoas com síndrome de Down, têm déficit intelectual. (WERNECK, 1993, pg. 63) 30 Portanto, não há nada de anormal no Down, como vimos acima, até mesmo o dito normal tem suas anormalidades e a eficiência não está diretamente ligada à deficiência. Vale ainda ressaltar que o processo de amadurecimento intelectual da pessoa com síndrome de Down obedece claramente a todas as etapas de outros indivíduos, só que vão se sucedendo de forma mais lenta. Isso é deixado claramente exposto ainda em Werneck (1993), quando diz que: Enquanto um ser humano normal atinge seu desenvolvimento pleno no final da adolescência (18 anos em média), as pessoas com síndrome de Down só o fazem por volta dos 30 anos, apresentando um comprometimento intelectual permanente. WERNECK (1993, p.86) Uma das primeiras e mais depreciATIVAS marcas no potencial do Down está diretamente ligado à influência da representação e aceitação dos pais quando do nascimento de seus filhos. Todo e qualquer pai a partir do momento em que é informado da concepção de um novo filho automaticamente traça em seu imaginário um filho ideal que o confronta com o real quando do nascimento. Às vezes esse confronto segue os pais por toda sua história de vida sempre traçando um paralelo com esses dois seres. Quando do nascimento de um filho Down este confronto se dar já no nascimento e nasce com ele um novo conceito o que passarei daqui por diante a denominá-lo de Idownalizado. Este sujeito Idownalizado é fruto de toda essa gama preconceituosa que envolve estas pessoas que nascem envoltos nesta síndrome. Devido a essa idownalização estes pais acabam criando as primeiras barreiras que poderão cercear todo o processo de desenvolvimento deste filho realizado. Este processo é fundamentalmente marcado pela mudança no enfoque de visão dos pais, aquele 31 filho outrora idealizado é substituído por uma síndrome agora materializada. Esse processo faz com que os pais deem mais atenção à síndrome do que ao próprio filho, é como se a síndrome criasse uma barreira real frente aquele filho ideal. Esta idownalização atrasa o processo de busca por meios alternativos de se chegar a uma educação real, que se encaixe dentro dos limites ideais que cada um traz consigo dependendo de seus limites e até que ponto esta síndrome limita todo esse processo. Essa afirmativa apresenta-se de forma clara ao observamos que: Se, como descrevemos anteriormente, por a aquisição de linguagem e para sua constituição como sujeito, a criança inicialmente depende da relação com o Outro (em geral os pais) pode apresentar alterações emocionais devido ao choque do diagnóstico precoce, de imediato esses dois aspectos (aquisição de linguagem e a constituição do sujeito) se encontram num grupo de risco para serem afetados. (SCHARTZMAN, 2003, p.212) O primeiro passo, portanto para o inicio de construção de um processo educacional e comunicacional efetivamente satisfatório seria a reconstrução por parte dos pais dessa imagem Idownalizado do seus filhos. Isso além de facilitar esse processo educacional incentivaria a interpretação do diálogo facilitando a constituição de uma nova identidade para seu filho ajudando no processo de aquisição de linguagem. Essa idownalização vem de encontro com o papel do desenvolvimento educacional e comunicacional do Down, pois é sabido que a participação efetiva da família contribui decisivamente na construção do processo de ensino aprendizagem dos mesmos, haja vista que não cabe mais, hoje em dia, uma relação da assimétrica 32 da escola em relação à família, principalmente no caso das Escolas Especializadas em Educação Especial, pois para Schartzman: Essa abordagem cria uma relação diádica assimétrica e desqualifica totalmente a criança como sujeito, já que supostamente o profissional seria aquele que sabe e que “ensinaria” àquele que não sabe: a criança. Além disso, desvia ainda mais o olhar da família em direção oposta à criança, pois quando o profissional discursa a respeito dos sintomas, reforça-os, chamando a atenção sobre eles. Este modelo “vertical” de interação limita muito as possibilidades para a resolução das dificuldades da criança e nega à família um senso de participação. (SCHARTZMAN, 2003, p.213) Diante disto sugere-se uma nova forma de concepção educacional especial, à denominada, segundo MORRIS (1987) de “relação horizontal”, onde o profissional da educação estabelece uma parceria com a família, com o intuito de acompanhar e não diagnosticar, dando a família uma participação efetiva que além de colaborar com o desenvolvimento cognitivo do filho, o que ajudaria a quebrar com aquela idownalização presente e latente no dia-a-dia familiar. Essa quebra por parte dos pais dessa idealização mental que tem de seus filhos torna o processo de aprendizado bem mais rápido e seguro, pois a representação mental que fazemos do outro terá reflexos condicionantes na maneira como iremos tratá-lo, desde a superficialidade com que o interpretaremos, o receio com o qual buscaremos palavras para nos comunicarmos com eles, até o tempo que julgaremos necessário para alternarmos papéis no processo comunicacional que travaremos com os mesmos, sempre subjulgando-os no caso dessa quebra não haver ocorrido. Passado esse processo de idownalização cabe não só aos pais como também aos profissionais que trabalharão com estes alunos ter ciência de que se o aprendizado do Down é somente mais lento que os alunos ditos normais a memória 33 do mesmo não deve ser considerada como inexistente e assim tratá-lo, pois, em se tratando da memória: a) memória – Ao contrário do que o leigo pensa, notamos que a criança com síndrome de Down tem boa memória e dificilmente esquece o que aprende bem. Desenvolve mais rapidamente a memória visual do que a auditiva, já que geralmente sensorial razoável, já que tem possibilidades de reconhecer e de evocar estímulos. Para trabalhar a área da memória é muito importante que o material utilizado seja graduado em ordem de dificuldade, possibilitando aprendizagem progressiva e facilitando o desenvolvimento da memória sequencial, tanto auditiva como visual, sinestésica e tátil. (WERNECK, 1993, p.163) Diante disto, é de total relevância o trabalho desenvolvido com as Artes Visuais, pois, colabora com o desenvolvimento da memória do mesmo, podendo ser usada como agente facilitadora em outras áreas de ensino, o que sem dúvida vem reafirmar a nossa pretensão de que este trabalho venha a reafirmar as nossas pretensões de que, esta área de ensino, apropriando-se principalmente da própria memória visual e cultural na qual estes alunos já estão inseridos, trabalhará a arte visual com a memória cultural, para facilitar o desenvolvimento da memória pessoal de cada um Down. Este trabalho por sua vez, requer o desenvolvimento do pensamento do aluno Down, pois ao recorrermos à memória cultural de cada um deles estaremos automaticamente induzindo-os a uma renovação de sua história cultural, povoada por lembranças diversas que foram sendo construídas numa teia de pensamentos que marcaram ou tornaram-se significativamente relevantes para eles ao longo de sua vivência. É sabido que se em outras áreas de ensino o poder de concentração destes alunos é baixo, no entanto, isso não acontece com mesma intensidade no 34 ensino das artes visuais, o que leva estes alunos a um processo mais contínuo e detalhado na forma de pensar. Temos com isso uma facilitação no trabalho da construção do pensamento e raciocínio até mesmo lógico destes alunos. Isto posto, devemos desenvolver de forma concisa metodologias apropriadas para um melhor aproveitamento desta forma de ensino direcionada a este público em questão, pois sobre o pensamento do aluno com síndrome de Down podemos observar que: O ser humano se refere mentalmente às coisas, sabe delas, entende o que de abstrato se desprende e sempre vai mais além do que aquilo que, objetivamente, vê. Nessa produção intervêm situações e estímulos externos que afetam o sujeito, suas próprias atitudes e necessidades. Na criança com síndrome de Down, esta função mental se encontra diminuída em diferentes níveis. Mesmo assim, a grande maioria delas conseguem manejar a abstração de conceitos perceptivos (forma, cor, tamanho, posição) para aplicá-los numa representação simbólica, chegando à aprendizagem de símbolos gráficos como números e letras. Quando ao processo de generalização, nota-se que o desenvolvimento desse mecanismo é mais difícil, já que eles costumam ser muito dispersivos e, portando, às vezes, não podem globalizar de forma adequada. (WERNECK, 1993, p.163) No entanto a intervenção pedagógica pode e deverá ser administrada de forma extremamente eficaz, trazendo com isso resultados extremamente benéficos, pois, ainda segundo a autora, Desde que tenham sido bem estimulados pedagogicamente, apresentam desde generalizações simples até as mais complexas. Depois, a discriminação é um processo complementar à generalização. Digamos que a generalização seja uma reação diante das diferenças. Em crianças com síndrome de Down isso se faz inicialmente a níveis primários com a manipulação de cores, objetos familiares, pessoas conhecidas. Com estimulação adequada, dominam conceitos como semelhanças e diferenças, razão pela qual podem discriminar forma, cor, posição, estabelecendo igualdades e contrastes. Com relação à abstração, inicialmente eles têm dificuldades de obter as partes de um todo, por falhas na memória visual. Isto dependerá do grau de maturação e da estimulação que cada criança tenha recebido anteriormente. Embora a leitura e a escrita requeiram o manejo da abstração de conceitos perceptuais para aplicá-los aos símbolos gráficos que constituem as letras, a 35 fragilidade desta atividade mental não tem limitado a criança com síndrome de Down na aquisição do processo da leitura e escrita, nem de numerais ou letras. (WERNECK, 1993, p.163) O campo das Artes Visuais tem a abstração como referencial no processo de composição artística. Assim sendo, como afirmado anteriormente, este processo de ensino devidamente direcionado, planejado e pensado como agente facilitador no processo de ensino aprendizagem do aluno Down, poderá levá-los a ganhos incomensuravelmente inovadores e ricos em possibilidades ainda não exploradas de forma concisa e precisa pela maioria dos profissionais que atuam em sala de aula com estes alunos. Todo esse processo, no entanto, tem que estar direcionado e dirigido de forma individualizada de acordo com a maturação de cada um destes alunos, o que requer um trabalho ainda maior quando da elaboração de atividades grupais, ou seja, não só nas Artes como em todas as áreas de conhecimento que visam o aprendizado do aluno Down, deverá ser levada em conta a individualização e o desenvolvimento de forma especifica que cada um destes alunos apresentam. Em relação à aprendizagem do aluno Down apoiamo-nos no enunciado que se refere à aprendizagem, uma vez que: Comprovamos que os portadores de síndrome de Down têm capacidade para aprender, dependendo da estimulação recebida e da maturação de cada um. O desenvolvimento afetivo-emocional da criança também adquire papel importante na área da aprendizagem. São estímulos que exigem uma resposta que pode ser motora (movimentos amplos e finos), verbal (linguagem oral), gráfica (escrita e desenho) etc. e que poderá ser pobre pelas limitações que eles apresentam nas áreas psicomotora, da linguagem e cognitiva. No entanto, a possibilidade de ampliar e precisar determinada resposta estará ligada à estimulação que, de forma sistematizada e planejada, for realizada pelo profissional da área de educação especial conjuntamente com outros profissionais que integram a equipe. (WERNECK, 1993, p.164) 36 Esse trabalho individualizado pode levar a muitos profissionais a se preocuparem tanto com as limitações presentes nestas crianças que acabarão por esquecer-se da criança e se preocupar basicamente com a síndrome, o que só traria problemas ainda maiores no processo de aprendizado destes alunos. Portanto vale ressaltar que é de suma importância a preocupação individualizada sim, desde que esta preocupação e consequentemente a adequação do currículo a ser trabalhado com estes alunos gire única e exclusivamente em torno do aluno e não na síndrome que este aluno apresenta. Esta preocupação faz-se necessária porque a criança com síndrome de Down, de uma forma generalizada, apresenta muito mais semelhanças do que diferenças quando se comparadas com os demais alunos ditos normais. Desta forma, manter-se preso excessivamente às diferenças presentes na síndrome é estar propenso a sistematizar simplesmente uma forma adequada comportamental de manejo com a síndrome e não com o sujeito, que na verdade deveria ser o foco central do processo de aprendizagem. Nesse trajeto de ensino respeitar as semelhanças seria mais fortuitamente benéfico do que avaliar as diferenças existentes entre estes alunos e os ditos normais. Vendo por esta ótica a escola especializada apresenta-se como uma excelente opção para acelerar a aprendizagem do aluno Down. A esse respeito encontramos fundamentação na seguinte passagem: No caso particular da síndrome de Down, os benefícios são ainda maiores porque eles, como excelentes imitadores, absorvem rapidamente bons hábitos e atitudes. Por outro lado, essas escolas não conseguem trabalhar adequadamente a estimulação de funções básicas necessárias ao progresso psicopedagógico da criança, principalmente a partir dos cinco anos. Nessa ocasião, para acompanhar o desenvolvimento psicomotor dos coleguinhas da 37 mesma idade, o aluno com síndrome de Down necessitará de estímulos mais intensos e específicos. A questão que nos regular talvez fossem ainda melhor numa estrutura onde todas as suas potencialidades fossem devidamente trabalhadas. (WERNECK, 1993, p.167) Vale ainda destacar que o processo de aprendizagem deste aluno, no entanto não deve ficar restrito a estes Centros Especializados, cabendo aos pais por sua vez incentivarem a convivência de seus filhos também com pessoas ditas normais, neste caso priorizando dentre outras formas o lazer de forma inclusiva. Mais uma vez, como exposto acima o papel dos pais é de fundamental importância no desenvolvimento de seus filhos, isto consequentemente trará reflexos até mesmo a nível comportamental dos mesmos, considerando que de acordo com queixas da maioria dos pais existe certa tendência à teimosia e agressividade no comportamento diário dos mesmos, o que está diretamente ligado não à síndrome, mas a forma de tratamento dispensada a estes alunos no período da primeira infância, período este que está profundamente ligado aos efeitos oriundos daquela idownalização outrora citada. Todo esse processo vem reforçar, dificultar ou até mesmo atrapalhar ainda mais o processo de aquisição da linguagem que reflete a principal busca do nosso processo investigatório, e no qual concentraremos esforços para melhor exemplificar e suscitar reflexões acerca deste tema a seguir. 2.6 FALANDO DA FALA DO DOWN Além das consequências já citadas anteriormente devido à anomalia presente na Síndrome de Down, uma das mais preocupantes e que fundamenta 38 basicamente a nossa investigação, está na dificuldade no processo da fala e, por conseguinte a comunicação destas pessoas. A dificuldade no processo de fala atua negativamente no processo de aprendizado da linguagem que por si só, nestas pessoas, já se dá de forma lentificada. Essa lentidão torna-se cada vez mais exacerbada se tomarmos o processo de aprendizado da linguagem como resultado da interação de vários fatores principalmente porque, estes acabam agindo uns sobre os outros desde a infância, fatores estes que vão desde aos mais simples fatores orgânicos, perpassando pelos ambientais e até nos psicológicos. Esse processo fica claro quando nos apropriamos de Werneck (1993), quando expõe: A hipotonia muscular (espécie de flacidez) provoca um desequilíbrio de forças entre os músculos orais e faciais, alterando a arcada dentária, parecendo projetar o maxilar (arcada inferior) e contribuindo para que a língua assuma uma posição inadequada (para fora). A respiração incorreta, pela boca, além de deixar a criança mais suscetível a infecções respiratórias, altera seu palato e dificulta a articulação dos sons. O retardo mental, por sua vez, dificulta a memorização das sequencias de sons e a linguagem (organização do pensamento, elaboração e abstração). (WERNECK, 1993, p. 146) Diante disto, podemos notar no Down mais uma fator depreciativo no seu processo comunicacional que desta feita é oriundo de características físicas que o acompanham e o acompanharam por um longo período. Faz-se necessário assim, usarmos de artifícios para auxiliar nesse processo e é por isso que propomos o uso das Artes Visuais como meio facilitador na aquisição de uma comunicação mais clara e concisa. Esses fatores físicos são dificultadores, mas não impossibilitadores, pois o que existe de fato são apenas disfluências ocorridas na fala devido às dificuldades de elaboração da linguagem e na articulação devido à hipotonia acima citado. 39 O problema da fala é sem duvida alguma a maior fonte de atraso no desenvolvimento dos alunos com síndrome de Down, devido às causas outrora citadas que é reflexo direto no processo de comunicação dos mesmos, o que poderá levar a um provável isolamento, causando uma segregação e consequentemente a uma discriminação ainda maior. Tomaremos para nossa “FALA” inicial os estudos produzidos por Liliane Schwartzman (2003), que revela-nos que o inicio do balbucio numa criança dita normal acontece por volta de seis meses já no Down esta faze giraria em trono de 08 a 10 meses, isto se, superado aquele período de idownalização e iniciado o quanto antes um processo de estimulação o mais rápido possível. Dando continuidade ao processo de aquisição da linguagem o Down até os três anos de idade não demonstram ainda um uso consistente de palavras, o que dificulta e prejudica consideravelmente a aquisição de um vocabulário diversificado. Quanto ao tamanho do vocabulário estudos realizados por Miller (apud Schwartzman, 2003, p.218), relatam que não existe diferenças muito grandes, ao contrário, as semelhanças são notórias principalmente até a idade dos 17 meses, quando ocorre uma aceleração continua e progressiva nos ditos normais, o que só ocorrerá no down a partir dos 23 meses. Matematicamente falando, teríamos um atraso de somente 06 meses, no entanto esse pequeno período se mal trabalhado, devido à ineficácia e idownalização dos pais, pode se tornar anos devido a falta de estimulação necessária e eficaz nesse processo comunicacional. Ainda a esse respeito o autor relata que: Não há inicialmente, uma diferença significativa no tamanho total do vocabulário entre os dois grupos, porem, o tamanho médio do vocabulário começa a divergir dos 17 meses de idade mental. 40 Segundo, as crianças com síndrome de Down demonstram o mesmo período de rápida aceleração de aquisição de vocabulário observado nas crianças com desenvolvimento normal. Esse período de rápida aceleração sugere que ambos os grupos têm os mesmos mecanismos para aquisição de vocabulário, embora sejam ativados em momentos diferentes e com algo diferente na eficiência global entre os dois grupos. (SCHWARTZMAN, 2003, p. 219) Estes fatos de diferenciações vão cada dia mais intensificando a distância existente no desenvolvimento entre estas duas classes, pois ainda, segundo os estudiosos acima citados, as primeiras combinações de palavras na criança com Síndrome de Down só começa a surgir em média depois dos 30 meses de vida gerando consequentemente um atraso ainda maior nas etapas seguintes, pois neste período, as crianças ditas normais já estão na fase de formação de sentenças, o que só vem a ocorrer na criança Down, por volta dos 41 aos 60 meses de idade. Vale ressaltar que antes dessa fase essas se comunicam por vocalizações estruturadas pelas combinações de poucas palavras sem uma estrutura sintática de uma sentença o que já vem ocorrendo em fase similar, no caso de uma criança dita normal. Deste modo, vemos matematicamente o progresso da diferença do desenvolvimento da linguagem do dito normal em relação ao Down. Alicerçados em toda esta discussão teórica pretendemos com este trabalho sensibilizar as pessoas diretamente envolvidas no desenvolvimento cognitivo e o aprendizado das crianças com síndrome de Down, para estabelecerem o mais cedo possível, um processo de incentivo e estimulação da linguagem dos mesmos, como forma de equacionar cada vez mais essa lentificação gerada por fatores físicos e principalmente sociais, nos quais estes estejam inseridos. Para tanto é que nos apropriamos da cultura amazônica ligada ao ensino das Artes como forma de ajudar nesse processo, pois conforme anteriormente exposto, estes alunos têm um maior rendimento e pouquíssimo déficit de aprendizado no campo visual. 41 Diante disto seguiremos nesta busca discutindo no próximo capitulo discutindo à Arte Visual direcionado a Arte de/o ser Especial. 42 3 A ARTE VISUAL, ARTE DE SER ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA. Após alguns anos trabalhando em especial com pessoas especiais, chego a me indignar com a rapidez como se processa as mudanças terminológicas destinadas a designar essa classe em especial de pessoas. Neste capítulo abordamos o estado da arte diante de sua evolução histórica, traçando um paralelo com sua contextualização, bem como suas transformações e mudanças decorridas ao longo da história humana. Partindo dessa linha de raciocínio chegaremos ao estado da arte no qual se encontra atualmente a Arte, vista pela ótica de suas contribuições sócio-afetivas que podem refletir no desenvolvimento cognitivo, intelectual e psicossocial do ser humano. Iniciamos fazendo uma abordagem histórica nas mudanças ocorridas ao longo dos anos com a arte e suas novas formas de visão e concepção, variando de acordo com as concepções de mundo e de pensamento que também sofreram mudanças históricas, para tanto nos apropriaremos de Danto com sua forma de ver as mudanças contextuais na modernidade e Proença (2005, p.6), quando afirma que “a expressão artística não está isolada das demais atividades humanas: ela está profundamente integrada à cultura dos povos”. Apropriados desses possíveis ganhos psicossociais deter-nos-emos no caso especifico de nossos sujeitos de pesquisa, no caso a Educação Especial, mais especificamente a pessoa com síndrome de Down, procurando traçar um paralelo com suas transformações no curso da história da Arte, assim como nas 43 transformações ocorridas, nos últimos anos na forma de ver, conceber e designar estes sujeitos, pretendendo com isso criar uma simbiose de conceitos e preceitos que no curso da história foram sendo tecidos em torno desse estado da arte de ser Especial. Para aprofundarmos nossas intervenções em torno dessas contribuições, buscamos estar imbuídos da valorização da cultura como fonte facilitadora e mediadora no processo de intervenção da arte visual junto à Educação Especial, procurando relatar possíveis evoluções e suas prováveis contribuições junto ao alunado com síndrome de Down. Diante disto enfocaremos as mudanças agora vistas sob o olhar de Canclini e sua forma de ver a cultura na globalização aprofundando, no entanto com o local da cultura amazônica, o que não poderia deixar de ser feito sob o enfoque de quem realmente produz e vivencia esta cultura na Amazônia, como encontramos nos discursos de construção da identidade amazônica de Loureiro (1995), quando ressalta que: A identidade cultural da região estaria muito mais fincada ou enraizada nesse passado remoto, ao longo do qual se processou a mistura dos elementos da cultura indígena, negra e portuguesa (e posteriormente à nordestina) numa situação de isolamento. Assim, na Amazônia constitui-se uma cultura de profundas relações com a natureza, que perdurou, consolidou e fecundou o imaginário (até o final dos anos 1950) destes indivíduos ‘isolados‘ e dispersos. (LOUREIRO, 1995, p. 26) Alicerçados com as mudanças ocorridas, nos últimos tempos na arte e na cultura amazônica, assim sendo remeter-nos-emos agora para a paulatina transformação terminológica acontecida também com as diversas terminologias utilizadas para dirigir-se a uma classe especial que são as pessoas ESPECIAIS. 44 Para tanto apoiaremo-nos em Sassaky (2002), ao enaltecer a importância do uso correto destas terminologias, pois segundo ele: Usar ou não usar termos técnicos corretamente não é uma mera questão semântica ou sem importância, se desejamos falar ou escrever construtivamente, numa perspectiva inclusiva, sobre qualquer assunto de cunho humano. E a terminologia correta é especialmente importante quando abordamos assuntos tradicionalmente eivados de preconceitos, estigmas e estereótipos, como é o caso das deficiências que aproximadamente 14,5% da população brasileira possuem. (SASSAKY, 2002 p.6) Diante disto e justamente por isso este trabalho propõe-se a trabalhar as tradições e mudanças ocorridas na Arte, bem como ainda enfatizar e traçar um paralelo, de como aconteceram estas mudanças também na educação especial, e de como está o estado da arte, neste campo, como forma de contextualizar o célebre clichê de que “A vida imita a arte, e a arte imita a vida”. 3.1 AS muDANÇAS DA ARTE A história da arte traz no seu bojo um histórico de profundas mudanças em busca de ir contra até mesmo às tradições. Visando enfocar suas principais características e mudanças dos mais importantes períodos desta história é que nos deteremos abaixo sobre um pequeno desenho histórico traçado em torno dos traçados da arte ao longo de sua história, neste bailado de transformações aonde o sentido da arte vai mudando assim como num baile e seus protagonistas vão dançando conforme a música. Inicialmente na pré-história a Arte era vista como uma espécie de magia, pois os pintores da época apropriavam-se dela como forma de expressar nas 45 paredes das cavernas o seu objeto de desejo. Em seguida na arte egípcia a mesma passa a ter seu uso quase que em sua totalidade para dignificar e exaltar a vida pós a morte do faraó, o que a levaria, portanto a ter seu uso substancialmente voltado para a questão religiosa. Sofrendo em seguida mais uma mudança, vemos na arte grega o seu uso voltado a contemplar e enaltecer as coisas terrenas, contrapondo-se com a questão religiosa anteriormente citada, mais especificamente na arte de enaltecer a beleza e a perfeição humana. Se o homem passa a ser o centro de tudo nada mais coerente de que em seguida viessem com ele suas conquistas, o que passa então no período romano a ser agora colocado em Voga. Com isso vemos a Arte sendo utilizada para enaltecer as glórias e feitos dos homens romanos. Seguido historicamente, neste momento pela profusão de sentimentos advindos com o cristianismo a arte românica que se segue, não poderia ser voltada quase que em sua totalidade por estas crenças e suas consequências. A arte, portanto agora se contrapondo a uma visão humanista anteriormente defendida, tem na religião sua principal inspiração, desta feita enaltecendo a Deus e seu poder de criação. Dando prosseguimento ao curso histórico da Arte, deparamo-nos agora com a criatura superando o criador, e este por sua vez passando a ser a fonte de inspiração e modelo de representatividade. Neste período o gótico assume importante lugar, uma vez que podemos claramente ver uma transição do religioso ao real, de Deus ao humano como se constata em Proença ao relatar que: A pintura gótica começou a ganhar novas características que anunciavam o Renascimento. A principal delas foi o realismo: os 46 artistas procuravam pintar as figuras da forma mais fiel possível ao que viam. (PROENÇA, 2005, p. 58) Vemos com isso mais uma vez o percurso da história dirigindo-se agora para a representatividade de um mundo real, que floresceu em sua plenitude principalmente com o Renascimento. Voltada para o homem como centro de tudo, viria junto com isso o racionalismo que o caracteriza, a razão própria do ser humano, é posta em sua mais evidente plenitude. Ignorando-se esse racionalismo e consequentemente contrapondo-se a ele, temos na fase seguinte o predomínio da emoção, causado dentre outros motivos pelo predomínio do contraste de tons claros e escuros que intensificam a expressão de sentimentos, como forma agora no Barroco de contrapor-se ao já citado Renascimento. Apropriando-se agora do modernismo onde a Arte ganha seu valor de “arte pela arte” propriamente dita, temos uma enxurrada de transformações que apropriando inclusive de seu sufixo “ismo”, vemos brotar um jardim de “ismos”, que intitulam e caracterizam cada uma dessas correntes que servem como forma de alavancar, no sentido literal da palavra, este sentido presente em suas mais diversas denominações como o expressionismo, romantismo, realismo, impressionismo, surrealismo, dentre outros. Ora, se esses “ismos” tornaram-se decisivos para chegarmos ao estado da arte em que nos encontramos na atualidade, uma mudança até mesmo identitária como vemos em Danto (2006), quando diz que: A principal contribuição artística da década foi o surgimento da imagem apropriada – a apropriação de imagens com sentido e 47 identidade estabelecidos conferindo-lhes identidade novos. (DANTO, 2006, p. 18-19) Assim, sendo vemos a arte um transformando sentido e identidades uma e consequentemente formas e culturas, até mesmo aquelas que passíveis de transformação encontram-se contextualizadamente em regiões que notoriamente distam dos centros produtores da arte mundial que é a região Amazônica, mas que, nem por isso, deixa de sofrer estas influências e suas consequentes mudanças trazidas com o moderno modernismo não só da arte, mas como do mundo de uma maneira em geral. E é a partir dessa premissa que passamos agora a trabalhar as transformações terminológicas na educação especial. 3.2 TERMINANDO COM AS TERMINOlogias EM ESPECIAL Hoje em dia, as pessoas que lidam com a educação especial vêm sendo bombardeadas com uma extenuante troca nos termos, destinados a conceituar esta classe em especial. Isto causa uma constante necessidade de reavaliação de conceitos e pré-conceitos, vistos e revistos cotidianamente. Assim como na arte e na cultura, essas mudanças se dão fundamentadas pelos mais variados motivos, mas neste caso o maior deles é a profunda revisão da carga semântica preconceitual que a maioria deles carrega. Mas diferentemente ao que tem acontecido, tanto na arte como na cultura, essas mudanças por sua vez, acontecem com uma velocidade tamanha, que às vezes começo a escrever um trabalho nesta área e não sei se terei tempo suficiente de publicá-lo antes que nova mudança ocorra. 48 Inicialmente estas pessoas eram designadas de mongoloides devido ao fato de como vemos em Werneck (1995, p.58), quando em 1866, o cientista inglês John Langdon Down, questionou o porquê de algumas crianças, mesmo filhas de pais europeus, serem tão parecidas entre si e terem traços que lembravam a população da raça mongólica, principalmente pela inclinação das pálpebras, similares a dos asiáticos. John Langdon Down resolveu, então, dar-lhes o nome de mongolian idiots, denominação esta que sofrendo mutações linguísticas, chegou ao Brasil como idiotas mongoloides. São por estas e por outras várias razões que hoje, em todo o mundo, as pessoas de uma maneira em geral se concentram num esforço único de tentar apagar de vez estes traços deixados com este enunciado discursivo em torno especificamente da pessoa com síndrome de Down não permitindo que estas sejam chamadas de mongoloide, de mongo ou de mongol, o que em Werneck (1995, p. 59) pode ser interpretado como um “termo intrinsecamente pejorativo não só para eles como também para a população da Mongólia”. Passa-se, portanto, definitivamente a usar o termo DOWN, como forma de homenagear a quem primeiro dedicou-se a estudar este público específico dos deficientes mentais. Já no final do século passado é que estas efervescências nas mudanças acontecem de forma continua como forma de tentar chegar a um termo que englobasse todos estes indivíduos por tanto tempo tratados à margem da sociedade, incentivados desta feita por um processo inclusivo que ia além da introdução escolar, como também social de uma maneira em geral. Como vimos em Sassaki (2002), diversas são estas terminologias: 49 Imbecis, idiotas, retardadas, débeis, inválidas, incapacitadas, anormais, excepcionais, portadores de deficiência, deficientes mentais... expressões que refletem conceitos e valores de uma determinada sociedade e de uma determinada época, mas que carregam intrinsecamente preconceitos ou desconhecimento do que é de fato a questão da deficiência. (SASSAKI, 2002, p.6) Diante disto começaram as reformulações, primeiramente foram designados de excepcionais, termo comumente usado nas décadas de 50 a 70 mas chegou-se a conclusão a partir da década de 80 com o aprofundamento das pesquisas de pessoas com altas habilidades, que o termo excepcional seria mais conveniente aplicado a este grupo, daí a necessidade de reformulação e uma nova mudança passando a designá-los como pessoas portadoras de necessidades especiais (PNEES), o que não demorou a cair por terra, pois o termo portador configura algo que se porta e pode se futuramente deixar de portar, ou transportar. Surge uma nova mudança agora designados como Pessoas com Necessidades Educativas Especiais, mas como afirma Sassaki, A própria expressão "com necessidades especiais" não abrange em sua totalidade a designação das pessoas com deficiência, tendo em vista que necessidades especiais todos temos ou manifestaremos em algum momento da vida. E estes sujeitos além dessa necessidade possuem outras condições mais específicas. (SASSAKI, 2002, p.6) Portanto nova reformulação faz-se necessária e é a partir daí, então, que surge o termo deficiente mental, segundo os próprios sujeitos ora rotulados, que se queixavam deste termo profundamente arraigado de cunho pejorativo, pois trazia no seu bojo alguém ou algo que não tinha conserto, o que invariavelmente remetia à ideia de que deveriam ser deixados de lado, contrários ao processo de inclusão que se pretendia adotar no momento como forma de desmistificação do poder de aprendizado que estes possuíam ou não. 50 Faz-se, portanto uma nova mudança e este termo passam, então, a ser conhecido como deficiência intelectual, como vimos e hoje ser comumente usado e defendido por estudiosos da área como é o caso de Sassaki, quando declara: Uma das mudanças mais significativas com relação às terminologias utilizadas é a que substitui o termo deficiência mental por deficiência intelectual. Uma mudança que traz um novo e importante entendimento a respeito da condição desses sujeitos. Em primeiro lugar porque o termo intelectual refere-se ao funcionamento do intelecto especificamente e não ao funcionamento da mente como um todo. A segunda razão consiste em podermos melhor distinguir entre deficiência mental e doença mental, dois termos que têm gerado confusão há vários séculos. (SASSAKI, 2002, p.8) No entanto, esta mudança traz em si um não entendimento por parte da saúde e seus auxílios beneficiários e previdenciários, como passível de recebimentos a dividendos que antes estes faziam jus, frente a esta terminologia que o termo deficiente mental trazia. Isto posto, agora é de novo o termo econômico que fala mais alto frente a estas mudanças. Levando estes sujeitos a reclamarem ao retorno do termo anteriormente usado como forma de recuperar economicamente suas conquistas, desprezando o caráter pejorativo que o mesmo possa trazer segundo estudiosos. Assim sendo, concluímos que, a tradição é chamada de volta para satisfazer a interesses puramente econômicos levando-nos a crê que quer seja na arte, na cultura ou na educação especial, as mudanças sofreram e sofrem profundas mudanças nessa dança de interesses, quer seja de ordem política, econômica ou até mesmo conceitual, desconsiderando muitas vezes a terminologia, no afã de atender interesses que reformulam e conceituam uma nova cultural local, e localizada em si para si. 51 As mudanças contextuais levam a uma dança de conceitos, conflitos e divergências como as encontradas, atualmente, em especial, no processo de mudança terminológica destinada a designar as pessoas especiais. Fundamentados agora nas diversas mudanças ocorridas na história da arte, na cultura amazônica, enfocamos a partir de agora as diversas divergências em torno das mudanças ocorridas com as contribuições da arte deixada ao longo de sua história. 3.3 PINCELANDO AS CONTRIBUIÇÕES DA ARTE As contribuições do ensino de arte perpassam pelas mais diversas áreas do desenvolvimento humano. Partiremos a destacar agora algumas destas contribuições bem como suas variações, nos últimos tempos, assim como dos termos. Mesmo com tantas transformações a Arte não se transforma na sua essência que é a de contribuir com o processo de desenvolvimento psico-afetivo das pessoas. Essa contribuição está presente desde os primórdios da pré-história, e facilitam o processo educacional frente à face subjetiva e diretamente ligada ao abstracionismo tão necessário para incentivar posteriormente a vivência, bem como a facilitação na elucubração de fatos e realidades concretamente colocadas. A valorização do imaginário presente no trabalho com Arte é, dentre alternativas, a que melhor contribui no processo de fantasiar necessário não só no mundo infantil como também na idade adulta facilitando o desenvolvimento abstrato que leva diretamente a resolução bem como a facilitação no tato com situações 52 novas e concretas que se apresentaram na fase escolar e futuramente na idade adulta. Tal afirmativa encontra-se claramente exposto nas ideias de Vigotsky, quando declara: Sob o ponto de vista do desenvolvimento, a criação de uma situação imaginária pode ser considerada como um meio para desenvolver o pensamento abstrato. O desenvolvimento correspondente de regras conduz a ações, com base nas quais se torna possível a divisão entre trabalho e brinquedo, divisão esta encontrada na idade escolar como um fato fundamental. (VIGOTSKY, 2007, p. 124) Diante disto podemos destacar que o ensino da Arte deve não somente ser pincelado nas salas de aulas do ensino regular, mas acima de tudo incentivado invariavelmente durante todo o tempo de vida dos alunos dentro e fora do ensino regular, principalmente no período pré-escola. Este trabalho direcionado ou não de atividade artística durante o estágio anterior a fase escolar é de suma importância, pois a escrita é uma sucessão da linguagem que por sua vez é uma sucessão involuntária e concomitante do abstracionismo latente na infância, o que está claramente exposto quando observamos que: Nessa idade, a memória infantil não propicia um quadro simples de imagens representativas. Antes, ela propicia predisposições a julgamentos já investidos pela fala. Notamos que, quando uma criança libera seus repositórios de memória através do desenho, ela o faz à maneira da fala, contando uma história. A principal característica dessa atitude é que ela contém certo grau de abstração, aliás, necessariamente imposta por qualquer representação verbal. Vemos, assim, que o desenho é uma linguagem gráfica que surge tendo por base a linguagem verbal. Nesse sentido, os esquemas que caracterizam os primeiros desenhos infantis lembram conceitos verbais que comunicam somente os aspectos essenciais dos objetos. Esses fatos nos fornecem elementos para passarmos a interpretar o desenho das crianças como um estágio preliminar no desenvolvimento da linguagem escrita. (VIGOTSKY, 2007, p. 136) 53 Com isso vemos cada vez mais clara as contribuições que o ensino da Arte pode trazer no desenvolvimento psicoemocional dos alunos, no entanto, estas contribuições vão muito além do caráter abstracional e emocional, chegando inclusive e principalmente importante que é o lado motor dos alunos, neste ponto reportamo-nos aos postulados de Vigotsky e sua indiscutível contribuição na formação social da mente dos indivíduos, quando a firma que: Em geral, tendemos a imputar ao mesmo tipo de fenômeno o fato experimentalmente demonstrado, de as crianças, ao desenharem objetos complexos, não o fazerem pelas suas partes componentes, e sim pelas suas qualidades gerais, como, por exemplo, a impressão de redondo etc. Quando uma criança desenha uma lata cilíndrica como uma curva fechada que lembra um círculo, ela está, assim, desenhando sua propriedade redonda. Essa fase do desenvolvimento coincide com todo o aparato motor geral que caracteriza as crianças dessa idade e que governa toda a natureza e o estilo dos seus primeiros desenhos. Ao desenhar conceitos complexos ou abstratos, as crianças comportam-se da mesma maneira. Elas não desenham, elas indicam, e o lápis meramente fixa o gesto indicativo. (VIGOTSKY, 2007, p. 129) Isto sem dúvida vem por impulsionar milhares de outros pontos importantes no desenvolvimento emocional e indubitavelmente influenciador na melhoria da expectativa de vida dos alunos com deficiências, pois os levam a superarem medos e conflitos, facilitando ainda no processo de redução da constante discriminação sofrida pelos mesmos. Analisando estas diversas pinceladas já dadas no processo de desenvolvimento trazido pela arte ao indivíduo colocado em contato com esta forma de manifestação artística, mais especificamente as artes visuais, vem a proporcionarem diretamente a si mesmos, meios para superarem barreiras e transporem novos desafios. 54 O processo de desenvolvimento da linguagem está diretamente ligado aos processos psíquicos superiores, assim como o processo de criação artística pela arte visual. Aliando-se estes dois processos, estaríamos utilizando sem dúvida nenhuma um meio facilitador no trabalho comunicacional da fala pela arte visual, assertiva nitidamente defendida por Vigotsky, quando afirma que: Vemos assim como o desenho acompanha obedientemente a frase e como a linguagem falada permeia o desenho das crianças. Nesse processo, com frequência a criança tem de fazer descobertas originais ao inventar uma maneira apropriada de representação; também pudemos observar que esse processo é decisivo par o desenvolvimento da escrita e do desenho na criança. (VIGOTSKY, 2007, p. 138) Assim sendo, vemos a imbricação de processos que se fazem necessários para um bom desenvolvimento dos processos primordiais de comunicação do ser humano, como finaliza Vigotsky (2007, p.140) declarando que “uma coisa é certa – o desenvolvimento da linguagem escrita nas crianças se dá, conforme já foi descrito, pelo deslocamento do desenho de coisas para o desenho de palavras”, o que vem reforçar mais uma vez a suma importância da utilização do ensino de Artes não somente nos alunos ditos normais, mas substancialmente nos alunos com deficiências, que no nosso caso vale ressaltar estes com deficiência mental, mais especificamente os alunos com Síndrome de Down. Como prova inconteste do acima afirmado, temos a declaração de Vigotsky, quando alega categoricamente a importância de se privilegiar atividades subjetivas, onde estes alunos possam utilizar o seu psique para elaborarem meios e alternativas para solucionar ou equacionar problemas dados, diferentemente do que acontece quando se apresenta problemas prontos com soluções dadas e tecnicamente esperadas: 55 Nossa abordagem do estudo das funções cognitivas não requer que o experimentador forneça aos sujeitos os meios já prontos, externos ou artificiais, para que eles possam completar com sucesso uma tarefa dada. O experimento é igualmente válido se, em vez de o experimentador fornecer às crianças, meios artificiais, esperar até que elas, espontaneamente, apliquem algum método auxiliar ou símbolo novo que elas passam, então, a incorporar em suas operações. (VIGOTSKY, 2007, p.81) Portanto, sem dúvida nenhuma a Arte com toda a sua essência é dentre as diversas disciplinas uma das únicas que traz em seu bojo a subjetividade latente no processo de construção do conhecimento o que facilita consideravelmente a construção do desenvolvimento mental das crianças, o que consequentemente a torna uma disciplina muito ESPECIAL, e a sua aplicação torna-se uma ARTE, no desenvolvimento psicológico do DOWN. 3.4 VENDO A ARTE DE UMA MANEIRA ESPECIAL O ensino da Arte direcionada a alunos com deficiência, há muito vem sendo defendida por autores e profissionais da educação especial como meio facilitador no desenvolvimento cognitivo dos mesmos. Um dos pioneiros desta concepção, Vigotsky, evidencia que: A adição de figuras como instrumentos auxiliares à memorização não facilita o processo de lembrança de adultos. A razão disso é diretamente oposta às razões da ineficiência dos instrumentos auxiliares para a memorização em crianças severamente retardadas. No caso de adultos, o processo de memorização mediada esta tão completamente desenvolvido que ocorre mesmo na ausência de auxiliares externos especiais. (VIGOTSKY, 1988, p.47) Ao se referir às crianças severamente retardadas, Vigotsky refere-se ao que hoje chamamos de crianças com deficiências, e isto posto vemos reforçado o 56 propósito de priorizar o uso do ensino de Artes com estes sujeitos, pois são eles pessoas que estão numa fase permanente de desenvolvimento assim como uma criança dita normal, coisa que não acontece com mesma profundidade e coerência com adultos ditos normais, pois os mesmos já apresentam o seu nível de desenvolvimento mental num estágio pleno de maturidade. Estes níveis de desenvolvimento em pessoas com deficiências são tão diversificadas quanto diversificadas são os níveis de deficiências, esta complexidade fica extremamente clara se tomarmos por base o sumário elencado pela autora Reily (2001): Na deficiência mental de nível moderado, o desempenho gráfico seria caracterizado por: desenho narrativo, com figuras esquemáticas organizadas em cenas, utilizando uma ou mais linhas de base; temática, nível de elaboração, detalhamento e cuidado gráfico seriam bastante variados; Na deficiência mental de nível mais severo, a organização espacial seria comparável a desenhos de pré-escolares, com pré-esquemas aleatoriamente dispostos na folha, repertório de figuras mais limitado; provavelmente tempo de elaboração relativamente rápido;Em níveis mais prejudicados, as regras básicas do desenho representativo não teriam sido dominadas; como resultado, o desenho poderia ser aleatório, refletindo o gesto manual ou algo mais elaborado, como uma sequenciação de marcas agrupadas em texturas no espaço. (REILY, 2001, p. 140-141) Em primeiro lugar devemos observar que este sumário não deve ser tomado como um fato absoluto e variações decorrerão do mesmo, mas ainda assim é importante ressaltar que quanto maior for a severidade da deficiência menor será o tempo de execução ou concentração na realização da atividade artística. As complexidades bem como o nível de elaboração narrativa ou comunicativa vão diminuindo conforme vai aumentando o grau de severidade da deficiência apresentada pelo aluno. 57 Independentemente da deficiência ou não o professor não precisa necessariamente ater-se à atividades artísticas dirigidas e com conteúdos préestabelecidos. Diante da diversidade, acima exposta, tão grande de complexidades nos níveis de desenvolvimento de alunos com deficiências enfatizaremos que mais providencial seria trabalhar com a pintura abstrata onde estes alunos denotariam através de suas atividades artísticas fatos, atos e relatos da maneira mais condizente com sua variação de desenvolvimento. Mais necessário ainda é, enfatizar que a deficiência não caracteriza a ineficiência no processo de construção artística, pois mesmo a pessoa sem deficiência pode trazer mais deficiências no processo de composição artística do que a pessoa com deficiência mental. Essa diminuição na expectativa de desempenho do deficiente mental, principalmente àqueles mais severos, leva ao processo educacional especial a formatar projetos políticos pedagógicos arraigados de atividades extremamente práticas com respostas curtas e prontas, de maneira a subestimar o grau de evolução abstracional presente nestes sujeitos, tolindo a criatividade dos mesmos, bem como sua evolução o que está extremamente claro quando observamos que: A baixa expectativa que se tem da aprendizagem dos deficientes mentais chamados de graves, diminui também o empenho da escola na utilização de recursos especiais para que aconteça o desenvolvimento das esferas do simbólico, ficando insistentemente presas às atividades práticas. Continuo insistindo que a escola especial precisa, antes de mais nada, definir-se quanto a sua concepção de sujeito, de mundo, também sobre sociedade, sobre deficiência e eficiência, concepção de desenvolvimento e aprendizagem, para poder conhecer mais e melhor sobre as características das crianças e jovens que nela estão e dela esperam um papel crucial no desenvolvimento cognitivo em todas as esferas do simbólico. (REILY, 2001, p.108) 58 Tudo isto sem dúvida nenhuma jamais será levado em consideração com os atuais projetos pedagógicos da maioria das escolas especiais que optam por desconsiderarem o simbólico como fato relevante e de extrema importância no desenvolvimento do alunado. Uma das maiores barreiras impeditivas da aplicação de métodos puramente subjetivistas, como é o caso das Artes Visuais, pelos profissionais da educação especial, encontra-se no fato dos mesmos ainda estarem, na maioria dos casos, presos a denominações e classificações de seu alunado provenientemente de categorizações e especificações oriundas da medicina o que deveria estar já totalmente ultrapassado, pois segundo Reily (2001, p. 39), “não é possível, encontrara instrumento adequado, se continuarmos no modelo médico; se continuarmos tomando como pressuposto que a deficiência é ser menos, é ser falta; se persistirmos nas explicações apenas no campo biológico”, estaremos enfaticamente persistindo num eterno erro principalmente se levarmos em consideração o que postula Bakhtin (1992, p. 52), ao enfatizar que até mesmo todo processo orgânico também o é semiótico e, desta feita, qualquer conceituação também o será:” tudo que ocorre no organismo pode tornar-se material para a expressão da atividade psíquica, uma vez que tudo pode adquirir valor semiótico, tudo pode tornar-se expressivo”. Essa forma visionária de visualizar a aplicação do ensino das Artes Visuais já vem há muito tempo sendo usada por autores como Vigotsky, que já em alguns dos seus primeiros ensaios que abordavam a temática da deficiência intitulada de os problemas fundamentais da defectologia (1929/1989), constatava nitidamente que a condição para que os deficientes alcancem o mesmo nível de desenvolvimento dos normais, a escola teria um papel decisivo que dentre outras 59 coisas prevê a liberação da escola especial do excesso de visualização, pois isto seria, na verdade, uma barreira para o verdadeiro desenvolvimento do indivíduo deficiente, sendo mais eficaz e contumaz investir no desenvolvimento do pensamento abstrato, que neste caso nada melhor do que a aplicação do ensino das Artes Visuais. As Artes Visuais podem levar o aluno especial do estado de internalização de sentimentos a um processo de exteriorização de conceitos o que facilitará sem dúvida alguma, o processo comunicacional deste aluno levando-o consequentemente a um pertencimento social que o integrará ainda mais nesta sociedade extremamente cultural, que formam a personalidade dos sujeitos, como forma de enfatizar o anteriormente citado Bakhtin quando relata que: A atividade mental do sujeito constitui, da mesma forma que a expressão exterior, um território social. Em consequência, todo itinerário que leva da atividade mental (o “conteúdo a exprimir”) à sua objetivação externa (a “enunciação”) situa-se completamente em território social. Quando a atividade mental se realiza sob a forma de uma enunciação, a orientação social à qual ela se submete adquire maior complexidade graças à exigência de adaptação ao contexto social imediato do ato de fala, e, acima de tudo, aos interlocutores concretos. (BAKHTIN, 1992a, p.117) Estamos, portanto claramente cientes de que a arte visual influencia no desenvolvimento mental do deficiente, e para este desenvolvimento ter uma maior eficiência devemos enfocar este ensino voltado para a aplicação do sujeito culturalmente construído e socialmente influenciado por si e pelo meio circundante. Isto se encontra claramente exposto por Vigotsky (2007, p. 164) ao expor que “na medida em que vê o aprendizado como um processo profundamente social, enfatiza o diálogo e as diversas funções da linguagem na instrução e no desenvolvimento cognitivo mediado”. 60 3.5 A VALORIZAÇÃO CULTURAL NA ARTE VISUAL A cultura forma-se e constitui-se através das ações humanas e por estas que os indivíduos diferenciam-se dos demais animais. Este conjunto de atos e procedimentos formam a personalidade do individuo e este conjunto de personalidades constituem a cultura diversificada de um povo apropriando-se de objetos da natureza, usando a sua criatividade para se resignificarem através das mais variadas formas de simbolismo: as artes, a linguagem, as ciências dentre outras. Como Leontiev (1976), apropriando-se de Marx, enfatiza que o homem é a cultura e faz parte do sistema cultural, considerando que, (...) ao assimilar os instrumentos, o homem reestrutura seus movimentos naturais e instintivos e durante a sua vida formam-se nele capacidades motrizes novas e superiores. (...) o homem, ao apoderar-se dos instrumentos, assimila as operações motoras a eles ligadas. Este processo é ao mesmo tempo um processo de formação no homem, ao longo da sua existência, de novas capacidades superiores, as chamadas funções psicomotoras, que “humanizam” a sua esfera motora. (LEONTIEV, 1976, p. 50) Esta humanização começou em si e por si através do uso de símbolos, a esse respeito Leslie White (1980, p.180), escreve que “foi o símbolo que transformou nossos ancestrais antropoides em homens e fê-los humanos”. Isto segundo este autor acontece porque é inato do ser humano o ato de atribuir significados, o que fatalmente, com sua obsessão por significar as coisas, levou ao surgimento da ordem cultural. Ainda a esse respeito este autor enfatiza que “o comportamento humano é o comportamento simbólico; se ele não é simbólico não é humano” (WHITE, 1980, p.192). Isto colocado resta-nos uma indagação: se aceitarmos a visão simplista da falta de abstração das pessoas com deficiência mental, e fatalmente categorizarmos como pessoas incapazes de simbolizar, estaríamos 61 fatalmente classificando-os como seres não humanos, ou seja, meros animais incapazes de interagirem entre si e principalmente com seu meio o que os tornaria seres aculturais. Neste ponto é que se faz necessário o uso da cultura no processo de abstração da arte visual como forma mediadora de intervir no desenvolvimento do deficiente para que enfrentemos esta barreira intervencionista médica e ineficaz sobre a capacidade criadora, simbolista e essencialmente cultural do deficiente mental. A arte é basicamente e tem como substrato o signo por excelência, e conforme Padilha (2001), apropriando-se de Vigotsky, enfatiza seu pensamento baseando-se, No Manuscrito de 1929, que marca as bases para a compreensão do simbólico; os signos são os mediadores das relações entre os homens, relações estas que constituem esses homens; o uso de signos marca o ser social dos indivíduos e a palavra é o signo por excelência. Foi no significado das palavras que Vigotsky (1934/1993b) encontrou a unidade de análise do pensamento e da fala. Para El, uma palavra sem significado é um som vazio. No entanto, o significado não é considerado algo pronto, acabado, imutável, mas, pelo contrário, “o significado das palavras evolui”, transforma-se, altera-se, também nas relações concretas de vida social. (PADILHA, 2001, p.21) Diante disto utilizar a Arte como apoio suplementar no processo de ensino aprendizagem do aluno com síndrome de down, influencia diretamente o desenvolvimento deste aluno que vai além da mera evolução educacional como também a evolução social. Aumentam-se assim substancialmente as possibilidades comunicativas desses alunos que, na sua maioria, trazem latente a dificuldade na fala e consequentemente a dificuldade comunicacional dos mesmos. 62 Sobre este aspecto referimo-nos às afirmações de Victor (2010), quando se apropriando de Vigotsky, ao afirmar que: As possibilidades de surgimento das vias indiretas do desenvolvimento são influenciadas pelas condições afetivas favoráveis que conduzem a criança a reinventar um novo caminho para transpor as suas deficiências e seguir de um modo peculiar pela via indireta do desenvolvimento. Se essas dificuldades não desanimam a criança a ponto de sua conformação, elas a levarão a um processo criador intenso. Para Vigotsky (1989), o decorrer da vida da criança com deficiência mental é marcado por ideias e atitudes positivas e negativas sobre ela. Isso leva às complicações complementares no quadro geral do seu déficit intelectual. (VICTOR, 2010, p. 63) Utilizar essa via indireta de maneira direta vem propiciar uma facilitação no aprendizado do aluno down. A arte devido a sua subjetividade latente integra diversos fundamentos psíquicos que contribuem de forma direta no desenvolvimento do aluno com síndrome de down, portanto há que se avaliar as complexidades envolvidas nesse processo de construção do conhecimento. O importante, no entanto não está no ato de simplesmente ensinar por ensinar e sim avaliar previamente além de conceitos, técnicas facilitadoras para estes alunos que já tem a dificuldade permanente de lidar com atividades consideradas relativamente fáceis aos demais alunos ditos normais. A primeira medida a ser tomada, no entanto pelo professor pode ser reconhecer plenamente as possíveis dificuldades a serem encontradas nas possíveis técnicas a serem utilizadas e, de posse desse conhecimento fazer uma avaliação prévia de possíveis dificuldades a serem encontradas no desenvolvimento da atividade com estes alunos. 63 As não observâncias dessas recomendações interfeririam de maneira direta no processo de construção da personalidade do aluno como vimos nas afirmações de Anache (2010) que, ao relatar dentre outras coisas, destaca: O desafio (que) está em reconhecer a complexidade do processo de aprendizagem como dimensão da subjetividade, sobretudo quando nos referimos à deficiência mental mais grave ou profunda. Essa perspectiva problematiza a visão intelectualista que reduz todo o problema da deficiência mental à debilidade mental, dissociando o afeto ao intelecto. Todos os outros aspectos da personalidade do sujeito são deixados em segundo plano. Em tempo: leia-se personalidade como uma instância de caráter subjetivo que não diluí, nem se identifica linearmente com nenhum de seus determinantes, definindo-se como processo em permanente desenvolvimento, comprometido com os distintos momentos da vida social do sujeito individual. (ANACHE, 2010, p. 49) O uso da arte no processo educacional para alunos com deficiência mental, mais especificamente dos alunos com síndrome de down, pode apresentarse, portanto como agente compensatório segundo conceitos postulados por Vigotsky, considerando que: A educação das crianças com diferentes defeitos deve basear-se no fato de que simultaneamente com o defeito, estão dadas também as tendências psicológicas de uma direção oposta; estão dadas as possibilidades de compensação para vencer o defeito e de que precisamente essas possibilidades se apresentam em um primeiro plano no desenvolvimento da criança e devem ser incluías no processo educacional como sua força motriz. Estruturar todo o processo educativo, segundo a direção das tendências naturais à supercompensação, significa não atenuar as dificuldades que surgem do defeito, mas pôr em tensão todas as forças para sua compensação. (VIGOTSKY, 1997, p. 47) Prosseguindo ainda com estes postulados vigotskianos (1997), o mesmo afirma que, “o sujeito é na vida social, e que, portanto, suas possibilidades de desenvolvimento estão nele e noutros membros da cultura em que vive...”, cabe então ao professor de artes apropriar-se não somente de sua disciplina, mas 64 também procurar utilizá-la fazendo uso da cultura como agente facilitador desse processo de desenvolvimento intelectual do down, vendo também nesse aluno um potencial que vai além da deficiência como forma de atingir a eficiência desse processo. Tal afirmativa é também categoricamente evidenciada nos postulados de Vigotsky (1997), ao concluir que: O desenvolvimento insuficiente das funções superiores está relacionado com o desenvolvimento cultural insuficiente da criança com retardo mental, com seu desaparecimento do meio cultural circundante e com o abandono da “alimentação” do meio. Devido à insuficiência essa criança não experimentou oportunamente as influencias do meio circundante. Por causa disso, seu retardo acumula-se, acumulam-se as particularidades negativas e as complicações complementares na forma de um desenvolvimento social insuficiente e um abandono pedagógico. Tudo isto, que são complicações secundarias, resulta frequentemente da falta de educação. Nesta situação em que a criança se desenvolve tem menos do que pode, ninguém tem tentado vinculá-la ao meio; e se a criança está pouco vinculada e de um modo fraco, com o grupo infantil, aqui podem surgir complicações secundárias. (VIGOTSKY, 1997, p. 222-223) Diante de tudo que foi exposto fica evidente a necessidade de agregar ao ensino das Artes, os princípios facilitadores das manifestações culturais. E é apoiado e fundamentado nestes princípios que abordaremos a partir de então, aspectos sobre as implicações, valorizações e ganhos inerentes a esta aplicação no desenvolvimento, não só educacional de uma maneira em geral, bem como mais especificamente no caso dos alunos com deficiência mental, o que fica ainda mais restrito àqueles com síndrome de down. 65 3.6 A CULTURA AMAZÔNICA EM ESPECIAL A cultura amazônica como forma de identidade local e suas possíveis e/ou sofríveis mudanças, de maneira em geral, neste tópico estará relacionada com a problematização da exclusão desse modelo de transmissão de valores produzida historicamente com o foco da investigação, que tanto vem sofrendo semelhante processo exclusivo, como já citado em capítulos anteriores. A ausência dos conhecimentos cientificamente organizados e sistematizados do processo de aprendizagem no sistema regular de ensino leva o aluno down a ser considerado como incapaz analfabeto ou deficitariamente inferior aos demais alunos ditos normais. Prosseguimos então apropriando-nos da inserção de um fator no outro, ou seja, avaliando de que maneira a presença da cultura como fator facilitador no processo de ensino aprendizagem pode ajudar uma exclusão a superar a outra e somados esforços, para que um seja o suporte do outro. Para tanto baseamo-nos em Góes (2010) quando, se apropriando de Vigotsky, afirma, O sujeito é na vida social, e que, portanto, suas possibilidades de desenvolvimento estão nele e noutros membros da cultura em que vive. Não é incomum deparar-se com argumentos nos quais a assunção da grande importância do meio vem acompanhada de uma atenção exclusiva ao ambiente imediato das interações face a face, ou vem ligada a uma ideia independente que afeta uma a outra. Ora, a “relação social” somente pode ser assim nomeada se o sujeito estiver nela, e não apartado dela. Com essa observação não se pretende diluir o individual do social, mas ressaltar que a relação se dá entre o eu e o outro, em encontros presenciais ou não. (GÓES, 2010, p. 38) Cientes da importância da inserção social, portanto, cultural no processo educacional partimos para a análise desse processo na cultura especificamente 66 local, dando ênfase às manifestações culturais como forma facilitadora no processo comunicacional do aluno com síndrome de down. Segundo Vigotsky (1997), A educação social da criança com deficiência mental grave/profunda é o único caminho cientificamente válido para a sua educação. Às vezes é o único caminho que também resulta capaz de recriar as funções faltantes, aonde não existe a causa da insuficiência biológica da criança. Só a educação social pode superar a solidão da idiotia do retardo de grau profundo, conduzir a criança com retardo profundo através do processo de formação do homem. (VIGOTSKY, 1997, p. 246) Partindo do micro para o macro concluímos, dando um enfoque a cultura amazônica de uma maneira em geral como forma de verificar as possibilidades inerentes de como uma riqueza cultural tão vasta pode enriquecer o processo educacional do aluno com síndrome de down. Seguindo neste contexto teceremos os textos e contextos que poderão ser utilizados como agentes facilitadores e resgatadores da cultura como ponte para ‘atravessar este igarapé’ de profusões que definam a sistemática mais eficaz para lidar com o processo educativo da pessoa com síndrome de down. Com o processo de globalização cultural ao qual o mundo moderno está submetido, segundo Nestor Canclini, resolvemos nos apropriar especificamente da cultura local e seu imaginário popular, também tido como de suma importância pelo autor quando discorre “ser evidente o papel-chave que o imaginário desempenha no cultural” (CANCLINI, 2003, p. 57) e, para isso, nos apropriaremos das concepções vivenciais na obra de Paes Loureiro. Diante das inúmeras concepções de cultura construídas nos últimos anos, deter-nos-emos na concepção histórica, pois esta traz arraigada em seus pressupostos, o conceito de transmissão que se dá passando de geração em 67 geração partilhada pelos membros da sociedade regional. Assim sendo vemos na Amazônia, uma cultura sendo formada dentro de critérios próprios pertencentes ao seu mundo regionalizado composto dentre outras coisas, basicamente pelo tempo, o rio, o mito e a linguagem. Essa construção foi sendo sedimentada pelo convívio natural com estes elementos, haja vista o já anteriormente citado isolamento cultural como fica bem claro nas afirmações de Loureiro (1995): O caboclo, durante muitos e muitos anos, construiu, a partir dessa relação evolutiva com a natureza e o outro, uma expressão cultural que resguarda uma atmosfera de simplicidade original e uma grande riqueza de expressão e conteúdo, constituindo-se uma espécie de todo íntegro, fruto desse longo processo de isolamento em que a região se manteve. Um isolamento significativo, não apenas em relação ao restante do Brasil, mas também em relação à própria América Latina. Nela se percebe que a peculiar relação com a natureza e o isolamento, construíram o ethos revelador de uma esteticidade que particulariza sua identidade, espécie de ponto velico impulsionador de sua dominância, vetor de sociabilidade de união comunitária. (LOUREIRO, 1995, p. 411) Assim sendo vemos a cultura Amazônica sendo construída em cima de bases existenciais locais passíveis consequentemente de mudanças que foram sendo desenvolvidas conforme foi acontecendo à exploração desta região. Este fato, segundo Loureiro (idem), aflora a representação visual de seu contexto florestal, bem como seus mitos e lendas o que faz com que a cultura amazônica privilegie a função estética em sobreposição a representação simbólica propriamente artística aqui produzida. No entanto na atualidade e com o processo de globalização outrora citado a Amazônia vem perdendo essa característica própria na sua forma de ver e se relacionar artisticamente com o seu meio, pois diante das profundas transformações 68 ocorridas nos dias atuais vemos aqui uma mudança emblemática nesta forma de relacionamento homem-natureza, de forma clara como enfatiza Loureiro (1995): No entanto, na atualidade, ela atravessa uma fase de perda dessa qualidade aurática, em decorrência de transformações verdadeiramente profundas decorrentes do modelo de desenvolvimento concentrador do capital, imediatista na obtenção de fins, predatório da natureza e violentador do uma racionalidade linear e prática, em lugar da cultura fundada no poético, objeto desta analise. O caboclo é bruscamente “desalojado de seu presente” cultura ainda fundado nas relações de um mundo que é seu, que de repente passa a parecer-lhe fictício, enquanto se lhes impõem uma espécie de outro mundo real que ainda não é o seu. (LOUREIRO, 1995, p. 413) No contexto Amazônico, esses processos de mudanças deram-se de fora pra dentro, trazendo com isso paradoxos no campo artístico, quase que inexplicáveis. Para exemplificarmos o que estamos falando, mais especificamente no caso do Pará, podemos tomar como referencia o Teatro da Paz, construído nos tempos áureos do boom da borracha amazônica. Essa megaconstrução artística foi concebida visando à cultura europeia e não à cultura amazônica, responsável economicamente pela sua construção. Parafraseando Loureiro (1995), podemos afirmar ainda que, ele não servia à expressão e legitimação da cultura regional, mas a exibição de peças de teatro, óperas, música e dança importadas da Europa. A ele não tinham acesso as produções do teatro, dança e música locais. Na verdade, estes se valiam de toscas casas de espetáculos, enquanto a arte de fora – do colonizador, “do desenvolvido” – fazia uso exclusivo da melhor casa de espetáculos do país, na época. Já na década de 60 do século anterior vimos à decretação de uma substituição velada do velho pelo novo, transformando a cultura local agora a bailar nessa mudança contextual de concepções, assim como ocorreu na Arte. Neste caso 69 a política foi responsável por um profundo investimento que visava uma suposta integração desta Amazônia, como vimos claramente exposto no fato de que, A partir de meados da década de 60, o governo militar concebe sua política desenvolvimentista com vistas a retirar a Amazônia do isolamento e promover sua integração no mercado nacional e internacional. Fundou-se em duas grandes linhas: a) atrair grandes capitais nacionais e do estrangeiro, para implantação de grandes projetos; b) deslocar as populações naturais do seu espaço, liberando-o para novos capitais. O resultado imediato dessa política pôde ser evidenciado desde os primeiros anos, também por duas linhas de consequências. Pele ótica do capital – concentração de renda e predação da natureza. Pela ótica da população – expulsão, migração, empobrecimento e violentação da cultura. (LOUREIRO, 1995, p. 417) Baseado neste processo desenvolvimentista, ainda mais recentemente, poderíamos citar também a construção da hidrelétrica de Tucuruí, que criou um lago de 2.400 Km², afundando 14 povoados duas reservas indígenas e provocou a expulsão e o deslocamento de cerca de 5.000 famílias de pequenos agricultores, e consequentemente um enfraquecimento na transmissão cultural presente nesta área. A população cabocla é forçada, então, a migrar, perdendo com isso seus elementos identificadores, seus bens, sua cultura local, para marginalizar-se nas cidades. E que ainda, como afirma Loureiro (1995, p. 419), estes caboclos acabam “passando de uma vida simples para a pobreza urbana, no paradoxo de situações de carência numa terra de abundância”. Diante disto o autor, finaliza afirmando: O que se questiona, entretanto, não é a manutenção tradicionalista de uma “cultura do passado”, mas a necessidade da cultura amazônica, como expressão de um presente histórico, manter-se como processo, procedendo suas trocas simbólicas com outras culturas, sem mutilações ou substituição, permanecendo respeitada 70 e íntegra no ethos ético-estético que a constitui. (LOUREIRO, 1995, p. 414) Destarte, podemos concluir que a economia que atrelou a região Amazônica ao desenvolvimento econômico desatrelou a propagação de uma cultura cabocla nativa construída pela tríade homem-natureza-mito, transformando e ressignificando esta nova cultura que a cada dia mais vai se tornando somente um mito. Assim como na Arte essas transformações foram acontecendo no curso da história, transmutando o curso do rio destas aculturações. Ações como estas e de outra natureza, ocorreram claramente numa manifestação cultural ocorrida há vários anos no estado do Pará, denominada inicialmente de Çayré, e que com o passar dos anos foi também sofrendo mudanças que vão desde a construção do nome, como também na forma e concepção desta manifestação cultural. A cultura amazônica vem sendo paulatinamente, plantada de ideias que atribuem a esta, a relação direta com a cultura ribeirinha, pois se compõe de uma região constituída e criada em volta dos rios da Amazônia. Esta concepção de cultura ribeirinha está claramente conceituada por Loureiro, ao expor que: A cultura do mundo rural de predominância ribeirinha constitui-se na expressão aceita como a mais representativa da cultura amazônica, seja quanto ais seus traços de originalidade, seja quanto ais seus traços de originalidade, seja como produto da acumulação de experiências sociais e da criatividade dos seus habitantes. Aquela em que podem ser percebidas, mais fortemente, as raízes indígenas e caboclas tipíficadoras de sua originalidade, florescentes ainda em nossos dias. Contudo é preciso entender que a cultura do mundo ribeirinho se espraia pelo mundo urbano, assim como aquela é receptora das contribuições da cultura urbana. Interpenetram-se mutuamente, embora as motivações criadoras de cada qual sejam relativamente distintas. (LOUREIRO, 1995 p. 57) 71 À beira da região ribeirinha encontram-se as grandes metrópoles com sua cultura urbana e este entrelaçamento de culturas provoca a formação de novas identidades e consequentemente novas culturas. Além da cultura ribeirinha, o processo de transmissão de valores e crenças como se denomina a cultura de forma tradicional, o povo amazônida também traz no seu histórico identitário a ligação com a cultura cabocla, definida por Loureiro como sendo: A identidade da cultura cabocla, como ocorre também com relação a outras culturas, tem a ver com os registros de determinadas matrizes de pensamento e de comportamento que estão secularmente registrados na memória social dos grupos humanos e que gozam da condição de durabilidade e de persistência no tempo; constituem-se nos elementos fundadores da cultura e, ao mesmo tempo, nos elementos que acabam por conferir-lhe força e peculiaridade. E é justamente graças a essa força interior, de origem mais secular, que os caboclos das cidades ainda conservam traços fundamentais da sua cultura. (LOUREIRO, 1995, p.37) Esta cultura cabocla forma, portanto a identidade amazônica que vem se difundido através de suas manifestações culturais, e retrata os desejos e sentimentos oriundos de um povo que apesar de retraídos pela cultura erudita, propaga-se de maneira impar e própria, agregando valores e novos conceitos, oriundos desta sociedade urbana. Povo que, ao mesmo tempo em que se orgulha de suas raízes, procura adaptar-se aos novos conceitos existentes numa sociedade moderna e contemporânea. Este orgulho de pertencimento a esta cultura não encontra na maioria das vezes apoio nas instituições públicas e consequentemente nas instituições educacionais o que retrata uma desagregação de valores presente no processo de construção de conhecimento e nitidamente na formação de novos cidadãos 72 amazônidas, ou seja, caboclos culturalmente enriquecidos e embebidos em sua própria cultura. Essa falta de apoio encontra-se nitidamente explicitada na passagem em que Loureiro afirma que: Apesar disso, a cultura cabocla tornou-se a expressão das camadas populares das cidades, fundindo-se assim numa só argamassa cultural – a da cultura popular. E nisto que reside uma das contradições fundamentais da cultura cabocla: ela é dominante no sentido de pertencer à camada social que abrange a maior parte da população, mas é também marginal, na medida em que é rejeitada ou não reconhecida pelos poderes instituídos e geralmente ignorada pelas políticas públicas. (LOUREIRO, 1995, p.37) Apesar desse não reconhecimento pelas instituições educacionais o caboclo amazônico segue seu curso com os rios que o envolvem criando em si, seu próprio universo e resgatando sua cultura apropriando-se de substratos implícitos no seu eu para resgatar a cada dia lembranças e costumes que diminuem os efeitos causados pela sua ausência do meio rural de onde geralmente advém. Essa profunda profusão de sentimentalismo existencial acaba criando um novo amazônida que não integrado a sua nova condição de sujeito da cidade e não mais um ruralista por não estar presente em seu habitat natural da floresta ou das zonas ribeirinhas, prossegue cotidianamente resgatando sua cultura através da oralidade, tendo em vista que a sistematização desse processo não encontra apoio nas instituições públicas de ensino. A esse respeito encontramos singular manifestação nas palavras de Loureiro quando este reconhece que: O homem da Amazônia, o caboclo, vivendo fora do contexto das grandes cidades – Belém e Manaus especialmente – não se encontra completamente integrado à moderna sociedade de consumo, suprindo parte de suas necessidades cotidianas pela 73 abundância dos rios e da floresta. (E quando migra para as cidades – grandes, médias ou pequenas -, carrega consigo e nelas insere uma parte dos traços de sua cultura original.) Nesta, o tempo dos homens é como algo acontecendo sensivelmente, visivelmente em derredor. Libertos do espaço pelas asas do imaginário, por meio do qual explicitam e submetem à sua medida a noção de espaço, os homens estabelecem em plenitude, sua relação com o tempo. (LOUREIRO, 1995, p.59) Essa não adaptação totalizadora da personalidade inquietante do caboclo amazônida, aliada à rejeição por parte dos poderes públicos a esta cultura latente implica em mais uma forma de exclusão que vem ao encontro do nosso objeto de estudo, portanto, o down como sujeito excluído social. Diante disto estamos entre duas subculturas: a cultura ribeirinha e a cultura cabocla, vistas pelas culturas cultas como subalternas o que as colocam em um mesmo patamar excludente em que se encontram as pessoas com Síndrome de Down. A cultura sofre com o processo de exclusão assim como o down da separação, separação sim, pois se percebem separados dos ditos normais, até mesmo dentro de casa considerando que, como vimos no processo de idownalização criado pelos seus pais, estes alunos são constantemente superprotegidos e subjugados, processo que limita e atrapalha significativamente a evolução desses alunos, fazendo-os sentirem distanciados da realidade. Apropriarmos dessa excludência como forma de incluir é o nosso objetivo maior no decorrer deste trabalho, pois a inquietação dessa personalidade cabocla ou ribeirinha pode e deve nos remeter a inquietude presente na personalidade do down bem como na sua profunda ansiedade comunicacional. A cultura é construída e constrói o ser humano de maneira recíproca por isso esse processo deve ser levado em consideração na evolução do processo educacional. Essa via de mão dupla representa significativamente o processo 74 vulgarmente conhecido de “fazer fazendo”, que hoje, sabemos ser este o meio mais viável de evolução no processo de aquisição de conhecimentos. Este método de ensino está associado, dentre outros motivos, pelo fato de ser o homem, um ser socialmente cultural, pois já desde os seus primeiros dias de vida vai se culturalizando através de atos e atitudes copiadas e imitadas dentro do contexto familiar no qual está inserido. Este ato de internalização das vivências encontra-se explicado por Góes (2010, pp.38- 39), quando se apropriando de Vigotsky destaca que: O ser humano é social desde o nascimento e se faz individuo conforme sua localização na ordem da cultura, as mudanças na ortogênese têm de ser interpretadas em termos de um processo sociogenético. As proposições sobre o desenvolvimento cultural estão estreitamente ligadas ao tema das funções psíquicas superiores, que marcam a especificidade humana. Definidas como relações sociais internalizadas, essas funções são em sua própria composição igualmente sociais; ou seja, a vida psíquica tem um funcionamento que se origina nas relações concretamente vividas e se organiza internamente com elas. Nesse sentido, Vigotsky(1996) diz que “as relações entre as funções psíquicas superiores foram antes relações reais entre os homens” e, por isso “ eu me relaciono comigo mesmo assim como as pessoas se relacionam comigo” GÓES (2010, pp.38- 39) Partindo do princípio que o ser humano constrói suas relações se autoconstruindo através dos contatos social, nada mais eficaz que usasse esse processo de construção cultural existente no meio no qual este homem está inserido como agente facilitador no processo de desenvolvimento educacional. A utilização da cultura no processo educacional significa tacitamente a ação educacional voltada para ações que se solidificaram historicamente através do processo de transmissão continua. Isto representaria uma educação baseada em algo sólido e gradativamente construída com o intuito de repassar valores e 75 costumes que facilitariam no desenvolvimento não só educacional como também psíquico dos sujeitos envolvidos neste ato. Sobre este processo encontramos coerência com o descrito por Anache quando este declara: Os aprendizados mobilizam desenvolvimentos condicionados às interações do sujeito com seu ambiente, com os outros e com os instrumentos técnicos simbólicos disponibilizados em sua cultura, o que implica a qualidade de suas relações sociais. A aprendizagem é um processo partilhado, relacional, que ocorre nas condições concretas de vida das pessoas, possibilitando a constituição dos sistemas funcionais cerebrais. O desenvolvimento psicológico resulta da síntese entre os aspectos biológicos e psicossociais, admitindo a plasticidade cerebral, transformando os sujeitos envolvidos por meio de suas diferentes formas de relações sociais. Os seres humanos, por intermédio das mediações estabelecidas no curso de sua vida, desenvolvem alternativas de ação que podem resultar no desenvolvimento da sua personalidade. (ANACHE, 2010, p. 54.) Admitindo as interações sociais como relevantes ao desenvolvimento da personalidade do ser humano podemos afirmar que se torna imprescindível a adoção da cultura no processo educacional dos educandos. Esta nova forma de conceber o processo de ensino vem de encontro ao que afirmam os autores atualizados que enfatizam os estudos culturais como relevantes na construção de novas identidades emergentes e tão necessárias no atual momento de transformação global das sociedades. A concepção de identidade está diretamente ligada aos fatores, acontecimentos e ocorrências culturais vividas ao longo da vida dos sujeitos envolvidos no meio social do qual fazem parte, e são necessariamente esta parte construtora e propulsora deste novo fenômeno identitário. Estas afirmações encontram-se difundidas no contexto da obra de diversos autores, e para exemplificarmos tal fato apropriamo-nos de Powell (1969): 76 As culturas nacionais são compostas não apenas de instituições culturais, mas também de símbolos e representações. Uma cultura nacional é um discurso – um modo de construir sentidos que influencia e organiza tanto nossas ações quanto a concepção que temos de nós mesmos [...]. As culturas nacionais, ao produzir sentidos sobre “a nação”, sentidos com os quais podemos nos identificar, constroem identidades. Esses sentidos estão contidos nas estórias que são contadas sobre a nação, memórias que conectam seu presente com o passado e imagens que dela são construídas. Como argumentou Anderson (1983), a identidade nacional é uma “comunidade imaginada. [....] ou, como disse aquele grande patriota britânico, Enoch Powell: “ a vida das nações, da mesma forma que a dos homens, é vivida, em grande parte, na imaginação. (POWELL, 1969, p.245 apud HALL, 2006, p. 51) O imaginário, portanto permeia a construção identitária do ser humano, e por assim ser, nada mais enfático que utilizar esse imaginário como fonte de inspiração e ação no processo educacional deste ser. Assim sendo usamos a arte como fato simbólico e integralizador desses seres que são duplamente excluídos pela sociedade em primeira mão por serem down e mais ainda por fazerem parte de uma cultura também excluída pela cultura erudita. A desconsideração do contexto cultural, no qual o aluno está inserido afeta diretamente seu desenvolvimento, pois o mesmo sente-se descontextualizado do processo de intervenção educacional. Isto se dá na maioria das vezes pelo fato dos professores adotarem assim como os pais pré-expectativas que foram concebidas e solidificadas nos últimos tempos. Essa pré-concepção de possíveis resultados ou a ausência deles, por parte dos professores, afeta o resultado final no processo de aquisição da linguagem destes alunos especiais. O motivo que leva este fato a comumente acontecer está na atitude de alguns professores desconsideram o contexto vivenciado por estes alunos passando a vê-los mais como uma deficiência do que um possível ser humano que pode vir a ser sujeito de um processo de extrema eficiência, quando da realização do processo de construção do conhecimento educacional. 77 Essas concepções errôneas encontram-se citadas em diversas pesquisas, em que há a tendência de mostrar que, para a escola, a imagem do aluno especial, com ou sem características de linguagem que dificultem o diálogo, é constituída por uma expectativa de limites e impossibilidades que o tornam um “semilocutor” ou “semi-interlocutor”, como afirma Góes (2010), quando destaca que: Isso se revela pelo fato de que o educador, durante o jogo interpretativo, lida com a construção de sentidos desconsiderando pressuposições, condições contextuais e fatores situacionais imediatos. Então, embora não corresponda à sua intenção, ele escuta um dizer que está sob a suspeita de não veracidade, não fidedignidade, de falta de senso do real. Por vezes prefere desistir de explicitar o não entendimento mútuo, estabelecendo um faz de conta que lhe permite seguir adiante. (GÓES, 2010, p. 41) Como se pode observar, a manifestação do educando acaba sendo desconsiderada, silenciada. Essas indicações mostram uma realidade em que se restringem as oportunidades para o desenvolvimento da linguagem e do pensamento, e ao aluno especial continuam sendo creditadas mais suas dificuldades, que suas qualidades. Ao desconsiderar o contexto cultural do aluno revela- se, mais uma vez, esse processo hegemônico de supremacia de uma classe sobre a outra, no qual o professor ou a escola por decisão independente decide não levar em consideração tal fato, o que no contexto cultural da Amazônia vem sendo uma recorrência, como já vimos em citações anteriores. Transportar o processo de ensino especial, para atividades que adotam a cultura como fator essencial no desenvolvimento do aluno com síndrome de down, é estar colocando em patamares de igualdade educando e educador, pois ambos fazem parte deste processo de pertencimento e envolvimento cultural que envolve as tradições e manifestações culturais locais. Este encaminhamento reconfigura o 78 trabalho entre estes atores sociais, o que fatalmente levaria a ganhos mais imediatistas e substancialmente com uma maior relevância para o aluno. Percebemos que a igualdade é o principio tanto da não discriminação quanto ela é o foco pelo qual homens lutaram para eliminar os privilégios de sangue, de etnia, de religião ou de crença. Ela ainda é o norte pelo qual as pessoas lutam para ir reduzindo as desigualdades e eliminando as diferenças discriminatórias. As desigualdades existentes entre estas diferenças e consequentemente as reconsiderações que deveriam ser realizadas no processo de ensinoaprendizagem há muito vem sendo defendida por grandes pesquisadores, especialistas na área da educação como um todo. Um exemplo disto é quando Cury declara: Isto não é fácil, já que a heterogeneidade é visível, é sensível e imediatamente perceptível, o que não ocorre com a igualdade. Logo, a relação entre a diferença e a heterogeneidade é mais direta e imediata do que a que se estabelece entre igualdade e diferença. A não aceitação da igualdade básica entre todos os seres humanos e o direito a um acesso qualificado aos bens sociais e políticos conduzem a uma consagração “coalha” ou muito perigosa do direito à diferença. Porque sem esta base concreta e abstrata, ao mesmo tempo, do reconhecimento da igualdade, qualquer diferença apontada como substantiva pode ser erigir em principio hierárquico superior dos que não comungam da mesma diferença. (CURY, 2002, p. 245) Essa união de professor e aluno favorece o desenvolvimento de ambos, mais substancialmente ao crescimento educacional do aluno com síndrome de down, pois dependendo das influências culturais presentes na vida deste, podemos ter a superação do déficit com mais facilidade, pois para Vigotsky (1997, p. 247), “segundo uma notável expressão de L. Feurbach, que pode ser tomada como epígrafe para a teoria sobre o desenvolvimento da criança anormal, o que é absolutamente impossível para um, é possível para dois”. 79 Esse processo de superação de diferenças tem e precisa ser revisitado com o apoio da cultura, que nada mais é de acordo com sua própria estrutura epistemológica seria algo concebido como sendo a tradição e repasse de valores e atitudes de um povo, ou seja é algo que traz na sua essência como produto produzido coletivamente, então essa essência aplicada no processo educacional do aluno com síndrome de down já traria algo que deveria e seria construído coletivamente. Essa construção coletiva do saber seria um facilitador no desenvolvimento deste processo evolutivo não só educacional como também social, pois através dessa nova forma de conceber o processo educacional levaria em consideração o ser e o fazer do aluno vivenciado momentos que já fazem parte de sua vida desde os primeiros momentos de estar no mundo como ser socialmente presente, que tem uma vivência cultural e dela partiria para fazer-se presente na vivência social e consequentemente educacional mais eficaz. Essa agregação de valores trazidos pela cultura como agente facilitador no processo de evolução e superação das dificuldades encontradas no processo de ensino do aluno com síndrome de down, são defendidas por Góes, ao enfatizar que: A superação do déficit concretiza-se em experiências de formação que visem às funções psíquicas superiores, que são maximamente educáveis em comparação com as elementares, essas ultimas mais afetadas pelo núcleo primário da deficiência. Por isso, o trabalho educativo precisa ser orientado para o domínio de atividades culturalmente relevantes, para a elevação dos níveis de generalidade do pensamento e para a capacidade de significar o mundo. (GÓES, 2010, p.40). Resignificando os conteúdos a serem trabalhados no dia-a-dia do aluno down, apropriando-se para tal de fatores culturalmente relevantes a estes, estaríamos trabalhando a superação da deficiência diária partindo das próprias 80 riquezas trazidas do dia-a-dia destes alunos. Além disso, contribuiríamos substancialmente com o enriquecimento imaginário dos mesmos que já trazem ao longo de suas vidas limitações muito grandes devido às suas deficiências. O uso dessa riqueza imaginária presente no lendário amazônico poderia ser o ponta pé inicial dessa nova forma de concepção educacional, haja visto que, independente do grau de dificuldade intelectual que cada aluno down apresente, a presença desta cultura extremamente rica em momentos e movimentos variados traria a este processo de aprendizado, também uma riqueza de possibilidades impar na construção desse deficiente eficiente. Percebemos esta importância ao observamos no relato de Anache. Sobre o referido assunto a autora diz: Na abordagem histórico-cultural, as funções da aprendizagem não são funções especificas limitadas à aquisição de habilidades. Elas contêm uma organização intelectual que permite a transferência de um principio geral descoberto durante a solução de uma situação para outras tarefas ou situações, o que implica a articulação entre os aspectos interpsíquico e intrapsíquico. Nessa perspectiva compreensiva, o desenvolvimento incompleto das funções psicológicas superiores não são consequências imediatas e diretas da deficiência mental da criança, porem podem ser decorrentes de uma complicação secundária que emerge nas relações sociais, pois o sujeito é interativo e aprende com seu grupo social a partir das experiências vividas no cotidiano. Assim sendo, é na vida social que os sujeitos vão se constituindo e aprendendo a ser sujeitados ou não. (ANACHE, 2010, p. 53) Portanto faz-se emergencial uma retomada de concepções que comecem com o processo de inclusão do aluno com deficiência partindo da inclusão em seus currículos do uso da cultura como suporte e fator primordialmente necessário na evolução educacional e psicológica do aluno com síndrome de down. 81 4. A ARTE-DOWN: UMA PESQUISA SOBRE EDUCAÇÃO EM ESPECIAL NA AMAZÔNIA A educação especial no Brasil já vem se arrastando a parcos passos nos últimos anos, pois é colocada sempre em segundo plano frente a outras iniciativas mais emergenciais e interessantes para os dirigentes da área educacional governamental. Se tal fato acontece no âmbito nacional, imaginemos como não estaríamos em nível regional e mais ainda estadual. Legítima ou não, o importante é ressaltar que apesar de tudo isso encontraremos propostas despretensiosas, que irão emergir da necessidade de ver acontecer algo tão especial em torno desta demanda mais especial ainda. Um exemplo disto retrataremos a seguir sobre os resultados e procedimentos realizados na pesquisa de campo em questão. 4.1 TEXTO E CONTEXTO DE UM CENTRO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL A investigação tem como lócus o Centro Integrado de Educação Especial – CIEES – onde o qual, teve suas atividades iniciadas em novembro do ano de mil novecentos e noventa e hum. Idealizado e pensado inicialmente por um grupo de pais de classe média alta, que tinham no seu seio familiar pessoas com algum tipo de deficiência mental. Estas pessoas na época em questão, não tinham uma vida social, pois não 82 frequentavam a escola regular por diversos motivos, alguns dos quais merecedores de destaque. Por exemplo, os pais não admitiam essa deficiência em família e que os expusessem à convivência com a sociedade em ambas as deficiências, do aluno e da própria família, cujo costume era relacionar as deficiências como algo nato e biologicamente hereditário. Outra concepção advinha ainda do fato da super proteção, da não exposição ao convívio social com alunos ditos normais, haja visto que na época já se levantava a bandeira da inclusão, como forma de evitar possíveis preconceitos e consequentemente discriminações que fatalmente ocorreriam, o que vale ressaltar que o bullyng neste período não era levado em consideração e quando era ocorria de forma insignificante. Como forma de equacionar este impasse uniram-se em uma espécie de cooperativa onde custeavam as despesas para manterem seus filhos em um sistema de ensino próprio, onde pudessem gerir não só o preconceito como também o tratamento dispensado aos seus filhos. Esta proposta seguiu dentro destes parâmetros por vários anos, mas com a perda de alguns cooperados, devido ao processo natural da vida que é a morte, os valores angariados não supriam mais as despesas do referido Centro, o que levou a direção a procurar a Secretaria Estadual de Educação, para propor um convênio. Esta parceria foi firmada passando este Centro a ser conveniado àquela Secretaria que entrava com a sua contrapartida de disponibilizar além da assessoria educacional, a merenda escolar e o corpo administrativo resultando na contratação temporária de todo o corpo mantido na época e que permanecem em sua grande maioria até hoje na instituição. 83 Com este convênio, a instituição passa a ser considerada uma instituição filantrópica sem fins lucrativos. Mantém com isso além do corpo administrativo subvencionado pela SEDUC uma administração financeira, gerida por uma presidência, juntamente com um corpo de colaboradores em diversos cargos, essa eleita pelos integrantes remanescentes dos cooperados responsáveis pela fundação deste Centro. Atualmente este Centro atende a diversos tipos de deficiências mentais dentre as quais: paralisia cerebral, autismo, retardo mental e síndrome de down. Mantém no seu quadro administrativo um corpo formado pelos seguintes profissionais: uma diretora; uma coordenadora pedagógica; uma psicóloga; uma fonoaudióloga; nove professores; duas secretárias; um porteiro; três vigias e quatro serventes. Com esse quadro administrativo, vale ressaltar as atividades desenvolvidas por estes nove professores que atuam desenvolvendo as seguintes atividades de ensino: Letramento (alfabetização e linguagem), matemática (operações básicas), artesanato (confecção de objetos artesanais), atividades de vida diária (atividades do dia-a-dia, como higiene pessoal e do lar), artes (artes visuais, música e teatro), informática (manipulação do computador), educação física (esporte e dança) e psicomotricidade (estimulação corporal). Os alunos percorrem todas as atividades em sistema de rodízio perfazendo toda a sua carga horária durante o turno no qual estão inscritos. A escola funciona em dois turnos, um matutino de 07:30 às 11:30 e vespertino de 13:30 às 17:30. Para manter a instituição financeiramente, correspondendo às despesas não subvencionadas pela SEDUC - como é o caso do aluguel da casa onde o 84 Centro encontra-se instalado - a presidência da instituição conta com doações, inclusive de objetos apreendidos pela receita federal que são vendidos em forma de bazar e, realiza ainda duas grandes festas, no período junino e no mês de dezembro para angariar fundos. Além das formas acima expostas que tem como intenção a obtenção de fundos para sua manutenção, a escola conta ainda com a doação espontânea de sócios beneméritos, em sua maioria composto pelos fundadores, ou familiares dos mesmos, remanescentes da fundação do referido centro. Devido esta escassez de recursos para sua manutenção ao longo destes vinte anos de existência, a escola já mudou de endereço por diversas vezes, mas sempre se instalando em casas na região central de Belém, como forma de atender em primeiro lugar a grande maioria dos alunos que hoje frequentam a escola composto de classe de baixa renda que dependem de transporte coletivo para chegarem à escola e precisam, portanto, de facilidades de acesso para as linhas de ônibus provenientes destes bairros carentes. Essa medida traz também, como fator primordial na escolha da localização uma dualidade de interesses, pois os diretores da instituição também privilegiam esta localização pela proximidade aos endereços residenciais, já que estes residem na área central e nobre de Belém. Esta escolha atinge diretamente a todos os atores envolvidos, mais diretamente influenciam no processo de aprendizado dos alunos, pois nestas localizações não são encontrados espaços apropriados para a realização das atividades educacionais em sua plenitude, sendo o espaço geográfico dessa região bem restrito no que concerne à amplitude na área das casas locadas. Isso causa além de uma perda no processo educacional, também uma perda financeira que 85 configura necessidades maiores e aumenta cada vez mais a dificuldade da instituição em adquirir um imóvel próprio. Apesar de todas estas dificuldades este centro realiza com maestria aquilo a que se propõe, atendendo durante estes pouco mais de vinte anos alunos com deficiência mental de uma maneira especial, tal como especial o é o processo de educação especial no país o que afeta diretamente a Região Amazônica, mais especificamente o Estado do Pará, que apesar disso não minimiza seus objetivos. 4.2 DESCORTINANDO O PAPEL DOS ATORES A seleção dos atores envolvidos na pesquisa obedeceu a critérios distintos de acordo com sua atuação, sendo mencionados no decorrer destes tópicos. Os atores são compostos pela classe dos técnicos, professores e responsáveis. Respectivamente os sujeitos serão identificados obedecendo as seguintes designações: Os técnicos em CT 01/CT 02, os professores em PR 01/PR 02 e os responsáveis em R 01/R 02/R 03/R 04. 4.2.1 Abrindo as cortinas para os técnicos Na classe dos técnicos foram selecionados dois profissionais, uma psicóloga que atua diretamente com os alunos e uma coordenadora pedagógica que 86 além de ter conhecimento sobre o histórico desses alunos atua diretamente com os professores envolvidos. A psicóloga (CT 01) é paraense, atua na área da psicologia há dezoito anos, sendo que seis destes na instituição onde se desenvolveu a pesquisa. Quando indagada sobre como você ela explicaria no âmbito da dimensão sentimental-afetiva, sua relação com estes alunos, e que tipo de demonstração de carinho são comuns com eles, ao que respondeu: Olha, eles são bem receptivos..são carinhosos, acredito que porque? Porque a gente estabelece uma relação de respeito, de acolhimento dos alunos, então em todos os momentos que a gente se encontra nas atividades programadas pela escola..como festa junina, dia das mães, eles sempre são muito receptivos..porque a gente também se coloca no acolhimento, de se dispor, de também saber que eles acima de tudo, são pessoas, e assim como todos nós gostamos de receber carinho, atenção. Abraços, apertos de mão, beijos..pequenos gestos como trazer um bombom, ou trazer objetos deles..desenhos as vezes trazem e entregam, esses gestos. (CT 01) Isso demonstra sua forma de interagir com estes alunos bem como sua percepção a respeito da afetividade dos mesmos. Sobre seu ponto de vista em relação aos possíveis ganhos obtidos com a utilização da cultura no processo de ensino da disciplina de artes, enfatizou que: Eu acho que a gente precisa fazer, até um resgate mesmo..disso na escola, cada vez mais a gente precisa contextualizar esse aluno, de ta colocando ele..realmente, o que nós temos enquanto cultura, o que é cultura..e de ta valorizando também as questões culturais nossa, então acho que é importante sim e deveria se estender mais e sendo trabalhado de uma forma interdisciplinar, com outros programas e professoras. (CT 01) 87 Vemos com isso seu posicionamento completamente favorável a tal inserção, o que demonstra uma concepção favorável a implementação do trabalho a ser realizado nesta oficina. A outra técnica selecionada desempenha a função de coordenadora pedagógica (CT 02) há quatorze anos, atuando na instituição em questão há seis anos. É natural do Rio Grande do Sul, mas já reside no estado do Pará há mais de quinze anos, fazendo questão de ressaltar que se identifica inteiramente com a cultura local. As respostas das duas técnicas são todas bem parecidas, em se tratando de entendimento sobre o comportamento afetivo, por isso merecem destaque como afirmativa da segunda técnica a informação sobre os motivos que levam a discriminação destes alunos: A própria síndrome, quando as pessoas já veem as características da síndrome, já olham diferente..com pena, ou de curiosidade..a própria características físicas da síndrome né? Porque eles são pessoas dóceis assim. (CT 02) Vimos com isso sua concepção a respeito da convivência destes alunos no meio no qual estão inseridos. Seguimos relatando seu ponto de vista a respeito da inter-relação artes visuais-cultura amazônica-expressão de sentimentos e comunicação, haja visto que a mesma não é natural desta região. Eu? Uma relação entre arte...porque assim, eu não tenho profundo conhecimento sobre a cultura amazônica, assim pra te dizer se teria ou não relação..eu penso que pode ter como todas outras, mas da cultura amazônica, em especifico, eu não sei te responder porque eu não tenho esse conhecimento..sobre a cultura, teria que conhecer um pouquinho mais. (CT 02) 88 Diante disto podemos notar que a coordenação pedagógica da instituição não apresenta uma posição definida sobre a importância da cultura amazônica inserida na instituição pelo fato de não ser conhecedora a fundo de tal temática, no entanto de maneira generalizada credita créditos a tal empreitada. 4.2.2 Abrindo as cortinas para os professores Na seleção dos professores usou-se o critério de optar pela escolha de um dos professores que trabalham com linguagem e comunicação, ministrando a atividade de letramento, e o outro professor que trabalha com arte e cultura, abrangendo com isso as áreas de atuação da oficina desenvolvida. A professora de letramento (PR 01) é paraense e atua nesta área há quatorze anos, sendo que seis deles especificamente na referida instituição. Indagada sobre as barreiras que interferem no processo de expressão destes alunos, demonstrou sua posição relatando que, “As barreiras, eu acho que a própria..como se diz..a fala né? A fala comprometida né..a falta de uma Fono..(um estimulo maior), que ele fosse estimulado..trabalhado, acredito que seja isso.” (PR 01). Essa foi resposta recorrente aos demais entrevistados. Vale, no entanto destacarmos ainda sobre este profissional, sua forma de trabalho quando da realização das atividades. Perguntando a mesma quais eram estas atividade que considerava como sendo as mais significativas trabalhadas com estes alunos, no que relatou enfaticamente que: 89 Olha...no modo geral, dependendo do conteúdo..mas..independente do conteúdo, é a forma que tu passas pra ele..eles gostam muito dessa coisa, ainda..do pintar..do escrever e essa coisa do recorte e colagem..eles ainda estão muito nisso..se tu começar a executar uma atividade, assim, nesse nível..e colocar os jogos depois, ele demonstram mais interesses pela parte pedagógica escrita mesmo..de numerais, de até mesmo..de copiar uma frase..eles gostam muito. Já os jogos educativos, eles tem uma certa resistência..os nossos jogos educativos não foram treinados..que eles ainda tem resistência de mudar. (PR 01) Vemos com isso uma demonstração clara de sua afinidade com as atividades direcionadas e dirigidas a inserção das artes com outras áreas do conhecimento de uma maneira em geral. Sobre a outra professora selecionada, a escolha se deu pelo fato da mesma ser professora de educação física e estar diretamente ligada às atividades culturais da escola, bem como às atividades de dança de uma maneira em geral, que além de ser uma linguagem artística está diretamente ligada ao processo expressivo corporal dos mesmos. A segunda professora (PR 02) é paraense e há dezenove anos atua na área da educação física, dezoito destes desenvolvidos neste centro de educação especial. A esta professora cabe destaque a sua resposta sobre a indagação se a mesma considera-se parte da cultura da região amazônica, quando responde que, “Considero, porque eu trabalho com a Educação Física, que trabalha muito com essa questão das danças, da cultura, das lendas, da história do nosso Pará mesmo” (PR 02), o que demonstra uma tendência natural devido a sua própria área de conhecimento. Sobre a possível facilitação do uso da cultura no desenvolvimento das atividades artísticas desenvolvidas pela mesma com estes alunos, e a receptividade 90 por parte deles bem como a execução destas atividades, esta professora respondeu que: Conseguem, acho que eles se relacionam muito bem, participam, compreendem o que eles estão fazendo... É, na prática, trabalhar com eles na prática. Eles escutam a música, fazem a coreografia, ou a gente conta a lenda e eles fazem a demonstração, encenação, fica bem mais fácil. (PR 02) Como vimos a visão da professora responsável por trabalhar a cultura, vista pelo lado das danças, costumes, mitos e tradições encontra-se totalmente favorável ao trabalho da cultura como forma de melhorar a compreensão e a interação entre estes alunos. 4.2.3 Abrindo as cortinas para os alunos e responsáveis Abriremos as cortinas para os responsáveis abordando sua forma de ver e perceber o aluno com síndrome de down, no seu caso especifico, olhando pelo prisma de como foi e como é hoje em dia. A escolha desses alunos se deu tendo por base inicial uma série de variáveis, no caso do gênero, foram escolhidos dois homens e duas mulheres, selecionamos ainda levando em consideração a questão financeira, para tanto de acordo com o perfil emitido pela escola selecionamos dois alunos de classe média alta e os dois outros de classe baixa. 91 O aluno 01 é do sexo feminino, tem trinta e dois anos de idade e é filha de uma artesã, com cinquenta e dois anos de idade, com baixa escolaridade e também baixo poder aquisitivo. De uma família composta por mais cinco irmãos sendo quatro homens e só mais uma mulher. Convive atualmente só com a irmã e a mãe que residem em um bairro periférico Belém A responsável (R 01) pelo aluno 01, quando questionada como foi a descoberta, na época do nascimento da criança fez um relato da seguinte forma: ...a menina nasceu, ela nasceu de 7 ‘mês’ e ficou na incubadora..aí quando a foi pegar a menina, o médico disse que ela ia trazer a criança (substituído pelo nome) mas ela não ia resistir..aí ela pegou e disse que se ela morresse, ela mandava enterrar..só que a criança (substituído pelo nome), era assim..passava uma semana em casa, uma semana no hospital..aí foi que nós fomos notando que ela tinha esse ‘pobrema’ dela. (R 01) Vimos nesse caso um exemplo claro da idownalização, já tão discutida anteriormente, pois esta responsável trata a síndrome como um problema. No entanto, podemos perceber hoje, uma diferença bem grande na forma de ver e conceber esta concepção anteriormente construída, denotando mais uma vez a presença do preconceito existente hoje, como fruto de algo que foi construído no passado. Isto fica claro na fala da mesma responsável ao declarar sobre os sonhos do aluno que: Ah é muita coisa que ela pede pra mim..acho que o sonho dela é ser professora, porque eu vejo no livro dela, aqueles caça-palavra, revista..aí ela faz aquele risco que as professoras fazem..toda revista quando eu compro, ela faz isso..e quando vejo ta..acho que isso é o sonho dela. (R 01) 92 Vimos uma reformulação na forma de concepção sobre a síndrome havendo inclusive uma transposição do problema não mais no aluno mais sim em quem o rodeia. O aluno 02 é do sexo masculino, tem trinta e sete anos de idade, tem um melhor poder aquisitivo e conviveu com mais oito irmãos, mas atualmente mora num bairro nobre de Belém com uma irmã, uma sobrinha e uma amiga, pois seus pais já são falecidos. A segunda responsável (R 02), sem profissão definida, não tem grau de parentesco com o aluno mais convive com o mesmo desde o seu nascimento manifestou-se sobre o processo de descoberta da síndrome do aluno 02 relatando que: Foi quando ele tinha 1 aninho, aí a Dra. X, a pediatra, a prima dele aí ela falou pra tia dela que ele era especial, aí ela não acreditou..ficou até com raiva dela porque ela não aceitava que ele tinha problemas, tinha Down né? Aí quando foi com 2 anos..que ele tinha 2 anos, não andava ainda..só engatinhava, foi ai que ela aceitou que ele tinha mesmo..Síndrome. (R 02) Vemos aqui mais um exemplo da não aceitação quando da descoberta. O que se dá devido ao fato de imaginarem uma série de dificuldades que esta descoberta apresenta. Mesmo passado vários anos, vemos que estas dificuldades persistem se observarmos a fala, ainda desta responsável ao responder sobre as barreiras que interferem no processo de expressão deste aluno, declarando ser: A linguagem dele, que não é boa..mesmo ele fazendo Fono, duas vezes na semana tudinho..fazendo escolaridade..lá no Y, HA, ele faz..se comunicando com as pessoas, porque a gente não deixa ele sozinho nunca..pra todo canto que a gente vai, leva ele..assim, ele 93 vive em conjunto com as pessoas direto, mas ele tem essa dificuldade. (R 02) Mais uma vez a linguagem vem balizada como fator mais apontado na dificuldade de expressão destes alunos. O aluno três é do sexo masculino, tem trinta e sete anos de idade e baixo poder aquisitivo. Reside com a mãe, pois o pai é falecido e tem somente mais uma irmã e uma sobrinha que residem em locais diferentes. Sobre o processo da descoberta na época do aluno 03, sua responsável (R 03) que tem oitenta e um anos de idade, é funcionária publica aposentada relatou com riqueza de detalhes (muito emocionada), a forma como foi comunicada: Foi com 4 dias de nascido, na B, com quatro dias eu estava na enfermaria, e a enfermeira me preparou primeiro, e disse ‘Dona C, o que você faria se você tivesse uma criança assim...’ Nessa época tinha outro nome, né? ‘Como a senhora ia trataria? a senhora trataria como uma criança normal?’ aí eu disse: ‘Claro, tudo é meu filho, tudo saiu do meu ventre...’. Aí a doutora socorro, lá do Hospital D, aí fizeram uma mesa redonda dos médicos, e disseram que ele era uma pessoa, assim, incapacitada..Aí, tudo bem, depois eu encaminhei pra um doutor que tinha lá na duque, ...Ele morava lá na 3 de maio, e ele começou a fazer um tratamento com 3 meses, de massagem manual e elétrica. Aí eu vinha todos os dias, lá da 25 pra ir, então, é o seguinte, depois eu mudei, porque ele passou 9 ou 6 meses fazendo essa massagem... o Hospital E, tinha um convênio com o instituto,e ele então foi atendido pelo doutor F, e desde essa idade, até 12 anos que ele deu atendimento, tanto que ele não usa remédio controlado..Ele não tem uma profissão assim, né? Mas ele tem memória, mas não tem inteligência. (R 03) Os processos de descobertas por mais diferentes que sejam revelam uma unidade presente em todos os casos: o preconceito, que quando não parte dos responsáveis encontra-se, como neste caso, na fala segundo a entrevistada por parte dos profissionais da época. A esse respeito a mesma declara ainda ser uma constante na vida do mesmo pois relata sobre discriminação social que: 94 Assim, quando ele sai, ele sai comigo, né? E eu acho que isso é o pecado, e eu não gosto que ele saia com ninguém, pra não dizer que ele não foi, uma vez, ele era mais novo, ele foi próximo, umas 5 casas... e eu disse: ‘ Meu filho, quando você chegar, você diz, ‘boa noite amigos’’. E como ele não sabe expressar, os outros rapazinhos ficaram tratando ele como se fosse um palhaço, e eles caíram na gargalhada. E eu usei da minha falta de educação, e disse: ‘Helena, desculpe, mas eu não estou me sentindo bem, mas eu quero levar o Everaldo’ e ela ‘Por que?’, e eu ‘Eu não estou me sentindo bem’.. mas era que eu tava presenciando da minha porta o que tava acontecendo. E eu disse que não tava me sentindo bem, aí eles ficaram muito preocupados, já era pra ir pro hospital... E, no outro dia, eu disse : ‘Olha Dona G, me desculpe, mas ontem era que eu tava presenciando que o aluno 03 tava conversando e servindo de palhaço, e eles deveriam se educar, e entender, que é uma criança especial’ e antes não era especial, era mongoloide. . (R 03) Notamos aqui além da discriminação de novo presente no discurso da responsável a evolução citada no inicio deste trabalho. O aluno 04 é do sexo feminino tem trinta e nove anos de idade e reside em uma área nobre de Belém com a irmã e a mãe que é separada do marido. Sobre o aluno 04, a responsável (R 04) que não quis declarar a idade, é aposentada e descreve com riqueza de detalhes todo o processo da descoberta bem como traça as características físicas, discorrendo, ainda, sobre a transformação na designação ocorrida ultimamente, e já citada neste trabalho, afirmando que: Foi no mesmo dia que ela nasceu, ou melhor, quando eu sai do hospital, eu sabia, eu e o pai dela. Quando eu vou pro hospital, quando eu saio, eu já quero saber de tudo, passado remédio, tudinho, a aí eu disse pro médico ver o aluno 04, fazer exame, pra que quando eu saísse, já tivesse passado remédio, aí ele perguntou: ‘seu marido está aqui?’ eu disse ‘não, mas ele vai chegar’, aí quando ele chegou, ‘ é pra você ir lá com o doutor’... ele foi, demorou, demorou,demorou, ixii, aí quando ele voltou, eu disse ‘ tudo bem?’.. ‘tudo bem’, ele não me falou nada. ‘E o aluno 04?’, ‘Tudo bem’, ele disse que não é pra comprar remédio não, que depois é pra passar no consultório dele que depois ele passa. Ai passou uns 45 dias, 2 meses, eu fui no consultório dele, e ele me disse que ele ia me falar uma coisa do aluno 04, e que não era pra eu ficar triste nem aborrecida, aí eu disse que não, e que por favor, ele me contasse logo. Aí eu fiquei logo espantada. Ele disse: ‘olha..’ antigamente não 95 era Síndrome de Down, era Mongol... ‘o aluno 04,é Mongol’ e eu ‘ah meu Deus’ e ‘Você tem que ter paciência, tem que ter Paciência’, mas aí pelos tracinhos dela, eu vi que ela era uma criança muito gorda, muito bochechuda, os olhinhos dela, meio puxado, uma criança não muito diferente... indiferente, ou diferente, não indiferente. Eu levei ao médico, ai que ele foi me explicar, aí pronto. Mas não deu trabalho nenhum, não tinha convulsão, andou depois de um ano, começou a falar... isso eu já não sei. A primeira palavra que ela disse foi ‘Mama’, ‘Mama, ‘Mama’, e até hoje você sabe que ela não fala pela linguagem dela perfeita. Foi isso, aí depois de 6 meses, nós levamos naquele doutor H, que por sinal é um grande médico, especialista sobre isso, ai fomos lá, eu e ele, a gente fez uma série de perguntas, só que na família dele tinham dois que eram mongoloides, era mongoloides que chamavam, ele não falou, ele negou tudo,tudo, por sinal, ele não aceitou, ele não aceita, não aceitava o caso dela. Aí pronto, nunca tomou remédio,porque essas crianças tem umas que tomam remédio, pra controle, mas ela nunca. Sentou não muito tarde, nem muito cedo, por sinal, desde criança ela era uma criança quase que sapeca, ‘inxiridinha’, sabe? (risos). (R 04) Observamos uma descrição completa não só no que se refere a questões de ordem comportamental, como também da convivência familiar deste aluno pelas palavras de seu responsável. Prosseguindo, ainda, sobre como a mesma se manifesta a respeito de ter um filho down, a mesma declara que: Ah, pra mim é ótimo, é ótimo. Porque primeiro, ela não dá nenhum trabalho, nenhum mesmo, talvez essa belezinha aqui (apontando para a outra filha que assista a entrevista na sala)dê mais trabalho do que ela... (risos). Ela é ótima, é incapaz de mexer qualquer coisa, de comer qualquer coisa que não peça, até pra ligar a televisão, ‘mamãe, eu posso abrir televisão?’ (R 04) Com essa afirmativa da mãe reenfatizamos ao fato de que, hoje esses responsáveis não só têm uma nova visão sobre o fato de ter um filho down como comungam da afirmativa de que respeitados os limites o down pode ser bem mais “up” do que os outros filhos “ditos normais”. 96 4.3 DESTRAMANDO AS TRAMAS DA PESQUISA Iniciamos este processo de destramando o nosso processo de pesquisa explicitando as razões e pontos chaves que nos levaram a escolha deste método de investigação. Fizemos a opção por uma pesquisa que tivesse uma abordagem não só quantitativa, mas também e principalmente uma abordagem qualitativa, por isso o que justifica a escolha pela pesquisa etnográfica em educação e psicologia, pois neste processo ocorre “o estabelecimento de uma relação continuada, na qual o pesquisador entra no mundo do sujeito, e permanece, ao mesmo tempo fora dele, ou seja, deve-se ir a campo” como afirma Viégas (2007, p. 2). Esta abordagem de investigação requer um trato aprofundado e um contato ainda maior com os sujeitos da pesquisa para tanto se faz necessário anotações diárias bem como diversos outros procedimentos. A pesquisa etnográfica parte do principio do estudo de caso onde concebe como um estudo exaustivo de um caso em particular (uma unidade), a fim de compreendê-lo enquanto instância singular, que ao mesmo tempo em que possui dinamismo próprio, está inserida em uma realidade situada. (VIÉGAS, 2007 p.2) Esta individuação de casos deverá permitir ao observador um aprofundamento tanto vertical quanto horizontal no processo investigatório, no entanto não os trata de forma isolada, imbrica as relações e estuda também as possíveis ocorrências e decorrências destas imbricações, para tanto adota sempre a investigação vista por diversos pontos de vistas como forma de compará-las ou até mesmo colocá-las em discordâncias, além disso, tem como características: 97 a interpretação em contexto; utilização de uma variedade de informantes, fontes de informações e situações; inclusão de diferentes pontos de vista, mesmo que conflitantes, englobar a perspectiva do próprio observador; ter um plano de trabalho flexível, que se configura no decorrer do campo (LÜDKE e ANDRÉ, 1986 apud VIEGAS, 2007 p. 104) Respeitando essa infinidade de variantes temos basicamente segundo VIÉGAS uma pesquisa etnográfica, cujo significado etimológico poderia ser entendido como “descrição cultural”. Ora nada mais assertivo do que optar por tal método investigativo, pois, procuramos abordar em nossa pesquisa a valorização e a presença da cultura como caráter formativo e/ou informativo da personalidade do sujeito pesquisado haja vista que etimologicamente este processo de investigação “representa a tentativa de estudar a sociedade e a cultura, seus valores e práticas, a partir de sua “descrição densa”, entendida como mais do que a mera compilação de fatos externos ao pesquisador” (Viegas, 2007 P. 104). Pois segundo Geertz: Praticar etnografia é estabelecer relações, selecionar informantes, transcrever textos, levantar genealogias, mapear campos, manter um diário, e assim por diante. Mas não são essas coisas, as técnicas e os procedimentos determinados, que definem o empreendimento. O que define é o tipo de esforço intelectual que ele representa: um risco elaborado para uma “densa descrição” (GEERTZ 1989 p.15 apud VIEGAS, idem) Ainda sobre este árduo trabalho descritivo condição sine qua non para termos uma pesquisa etnográfica vale citar o tão elaborado conceito proposto por Gonçalves Filho quando declara que: Uma densa descrição impõe-se como detalhada narrativa de fenômenos intersubjetivos, fenômenos sempre significativos e cuja significação desprende-se do modo como neles se formou a relação do homem com os outros homens e com a natureza – [...] uma operação que se abre não para a vinculação extrínseca dos fatos, mas para a sua interpretação, ou seja, para a apresentação dos fatos não como apresentação de coisas justapostas, mas como internamente vinculados, reunidos segundo as intenções mais ou 98 menos conscientes de seus atores (p. 1 apud VIEGAS, 2007 p. 105, negritos do autor). Diante disto estamos cada vez mais convictos dos procedimentos adotados no processo de análise dos conteúdos investigados nesta pesquisa, pois trilhamos uma densa forma de coleta de dados bem como uma gama diversificada de participantes entrevistados, além das atividades observativas que geraram as diversas anotações no diário de campo. Em nossa investigação optamos por realizar uma oficina de Artes Visuais com um grupo de quatro alunos com síndrome de Down do CIEES. Esta oficina foi antecedida de um trabalho investigativo através de entrevistas realizadas com diversas categorias distintas tais como: pais e/ou responsáveis, professores e corpo técnico administrativo da escola como forma de alicerçar conceitos e preparar a oficina posteriormente. As entrevistas foram pensadas dentro dos critérios do processo investigativo de análise de conteúdo, no que concerne a uma pesquisa etnográfica, para tanto levamos em consideração a sistematização das perguntas levando em conta a categorização que neste caso faz-se necessário a eleição de palavras chaves que se tornarão categorias e subcategorias a serem analisadas, para isso, A palavra chave que traduz da categoria deve ser escolhida de modo a representar, com exaustividade e precisão, o sentido dos indicadores, Istoé, do item ou conjunto de itens que explicitam as características da comunicação a abranger nessa Categoria – por isso o mesmo autor chama a análise de conteúdo “uma técnica de compreensão dos dados”. A elaboração de um conjunto de subcategorias pode ser um recurso para explicitar melhor todo o sentido da categoria. (AMADO, 2000, p. 57 apud GOMES, 2010, p. 89) 99 Respeitando-se os critérios e preceitos presentes na pesquisa de cunho etnográfico em relação à entrevista realizada com os pais elegemos cinco categorias investigativas, devidamente distribuídas sucessivamente ao longo das perguntas, a saber: Convivência Familiar, Afetividade/Relacionamento, Escola/Comunicação, Artes e Cultura Amazônica. Este roteiro devidamente aplicado quando da ida a campo foi composto de cinquenta e duas perguntas conforme anexos. Aos professores do referido Centro Especial foram aplicados também questionários nos quais também foram elaborados dentro dos mesmos critérios de categorização utilizados nas entrevistas dos responsáveis. Os professores selecionados foram entrevistados com perguntas elaboradas dentro das cinco seguintes categorias: Desenvolvimento humano, Relacionamento/comportamento, Arte/Escola, Cultura Amazônica/Artes e Comunicação/Artes, conforme roteiro de entrevista composto de cinquenta e duas perguntas conforme anexos. Dentro da entrevista realizada com o corpo técnico, os dois membros do corpo administrativo responderam a entrevista pensada em quatro categorias sistematizadas em quarenta e sete perguntas as quais encontram-se registradas nos anexos. Estas entrevistas obedeceram rigorosamente todos os pressupostos oriundos de uma entrevista de cunho etnográfico principalmente esta voltada para a Educação e que tem como dentre outras as seguintes Considerações para a análise de dados coletados em uma pesquisa etnográfica: Características: ambiente natural como fonte de dados pesquisador como principal instrumento 100 dados descritivos (detalhados) preocupação com o processo (e não com o resultado) perspectiva do sujeito processo indutivo Critérios: flexibilidade contato pessoal imersão no campo variação na coleta de dados Pressupostos: As artes visuais colaboram para a liberação das emoções das Pessoas com Síndrome de Down A sistematização do Ensino das artes visuais promove o aceleramento da afetividade das Pessoas com Síndrome de Down A inserção da cultura, em particular, da amazônica pode ser facilitadora no processo expressivo das Pessoas com Síndrome de Down Entender como a inserção da cultura amazônica no trabalho de artes visuais, possa vir a facilitar a liberação das emoções e afetividade das Pessoas com Síndrome de Down e consequentemente seu processo expressivo. Etapas: Exploração: definição de problemas, contatos para imersão, observações. Decisão: busca sistemática de dados para compreender e interpretar o problema Descoberta: explicação da realidade, desenvolvimento de teorias. 101 De posse dos dados coletados seguimos com nossas atividades de coleta de dados que, por conseguinte representava a sistematização de uma oficina de Artes Visuais. Para tanto sistematizamos um projeto devidamente elaborado e intitulado ESPECIArte, conforme anexo, mas que vale ressaltar dentre outros pontos, os abaixo descritos: HABILIDADES Esboçar o nível de desenvolvimento expressivo através do desenho explorando novos materiais. Realizar a exploração de materiais expressivos diversificados. Identificar e promover a expressividade através de técnicas artísticas diferenciadas. Verificar a facilitação no processo de criação artística do uso da cultura amazônica. Criar e recriar a cultura amazônica utilizando técnicas de pintura facilitadoras no processo de expressão artística. COMPETÊNCIAS Explorar materiais, em forma de oficina, algumas das atividades plásticas, conhecendo materiais, técnicas e principalmente manipulando com os conceitos plásticos pertinentes envolvidos no uso destas atividades. Promover a expressão artística de maneira generalizada. Estimular a transmissão não verbal através de desenhos e pinturas, contextualizando-os dentro das capacidades individuais de comunicação. Desenvolver o processo expressivo das relações e sentimentos presentes no cotidiano tanto familiar como no processo interacional escolar no qual os mesmos se encontram inseridos. 102 Inserir a cultura amazônica no processo de criação artística. Refletir sobre a importância da inserção da cultura amazônica no processo de expressão artística. Analisar a presença da cultura amazônica no cotidiano e no processo comunicacional. OBJETIVOS Identificar o potencial expressivo das Pessoas Com Deficiência(PCD)- Down – por meio de atividades sistemáticas nas Artes Visuais. Incentivar a transmissão não verbal através de desenhos e pinturas, contextualizando-os dentro das capacidades individuais de comunicação. Promover a expressão artística das Pessoas Com Deficiência(PCD)- Down. Verificar se há possibilidades expressivas das artes visuais, enquanto fator de desenvolvimento cognitivo das PSD; Averiguar se a sistematização do Ensino das artes visuais promove o aceleramento da afetividade das PSD; Investigar se a inserção da cultura amazônica pode ser facilitadora no processo expressivo das PSD. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Inicialmente será feito um processo investigativo através de entrevistas com responsáveis e professores que trabalhem diretamente com os alunos envolvidos. Posteriormente o processo investigativo na forma expressiva com os alunos dar-se-á através da pratica de desenho livre com lápis e papel. Apresentação dos materiais a serem usados ao longo da oficina para livre exploração através do desenho livre. 103 Expor materiais alternativos como é o caso inicialmente do pastel à óleo e posteriormente a aquarela propondo técnicas diferenciadas de expressão artística. Exercício técnico nos dois tipos de atividades artísticas através de atividades experimentais. Após a realização de cada exercício será reservado um momento para reflexão e contextualização acerca de cada um dos trabalhos realizados, em que os mesmos versaram sobre as suas escolhas a nível do processo construtivo e suas formas de representações expressivas. Exercícios de criação artística para explorar a expressividade através das artes visuais. Realização de trabalhos individuais e de grupo propondo temáticas ligadas a afetividade dos sujeitos envolvidos. Apresentar e discutir a presença da cultura amazônica no dia-a-dia de cada um. Propor o uso da cultura amazônica nas composições artísticas. Fundamentados em tais objetivos competências e atitudes iniciamos a oficina, sendo que antes desse procedimento, foi realizada uma pesquisa investigativa sobre o perfil destes alunos bem como dos profissionais do Centro para fazer uma diagnose e alicerçarmos nossas conclusões. 4.4 DANDO FORMA AOS DADOS Diante de tanta informação a qualidade de tabulação e avaliação destes dados interferiria sobremaneira no resultado final destas análises. Por isso a 104 pesquisa em etnografia não pode ser uma atividade estanque e somente a tabulação e finalizaçã0 dos dados. Para isso, O etnógrafo observa e paralelamente interpreta. Seleciona do contexto o que há de significativo em relação à elaboração teórica que está realizando. Cria hipóteses, realiza uma multiplicidade de análises, reinterpreta, formula novas hipóteses. Constrói o conteúdo dos conceitos iniciais, não o pressupondo. Ao deparar-se com o aparente “caos” da realidade, que costuma provocar de imediato juízos etnocêntricos, aprende a abandonar a formulação abstrata e demasiadamente precoce, pois é necessário “suspender o juízo” por um momento. Assim, é possível construir u objeto que dê conta da organização peculiar do contexto, incluindo as categorias sociais que expressam relações entre os sujeitos. No duplo processo de observação e interpretação, abre-se a possibilidade de criar e enriquecer a teoria. (ROCKWELL, 1986, p.50 apud VIEGAS, 2007, p. 109). Com isso é de salutar importância à observância incondicional a todos os fatos e acontecimentos decorridos durante as pesquisas, mas, sobretudo no processo de avaliação dos dados coletados durante o processo de entrevistas, principalmente pelo fato de tratar-se de pesquisas categorizadas, onde as escolhas destas categorias influenciaram de maneira muito peculiar o resultado final. A esse respeito Viegas (2007) afirma que: As categorias de análise, construídas a partir da própria pesquisa, devem basear-se em aspectos recorrentes, mas também discrepantes, contraditórios, ausentes, complementares etc. Além do sentido manifesto, também é considerado o sentido latente, que se refere não apenas ao contexto psicológico, mas também sociológico, político ou cultural. Ou seja, “É preciso que a análise não se restrinja ao que está explícito no material, mas procure ir a fundo, desvelando mensagens implícitas, dimensões contraditórias e temas sistematicamente ‘silenciados’” (MICHELAT, 1980, P. 48). Aspectos frequentemente apresentados sob forma de detalhe, se organizados e interpretados, apresentam grande significação (VIEGAS, 2007, p. 119). Obedecidas às recomendações de concentrar-se demasiadamente nos detalhes, pois na pesquisa etnográfica o pouco pode se tornar muito se bem 105 observado, partimos para a análise dos conteúdos das entrevistas fazendo uso de um software disponibilizado pela Universidade da Amazônia – UNAMA, denominado de NVIVO8, que quantiqualifica os dados de uma determinada entrevista, fazendo inclusive a tabulação quantitativa dos mesmos, bem como os separa em categorias previamente selecionadas, conforme já descrevemos anteriormente, facilitando o processo de análise por parte do pesquisador. Além disso, este mesmo programa é responsável pela transcrição das entrevistas previamente gravadas em aparelho de áudio fazendo inclusive o reconhecimento em de áudio em diversas línguas. Estas transcrições além de darem subsídios no processo de análise minuciosa por parte do pesquisador serviram também para serem utilizadas para entremear as afirmativas construídas ao longo dos sugestionamentos desenvolvidos no curso deste trabalho. Pois como afirma Gomes (2010): [...] o software NVIVO8, desenvolvido pelo QSR International, atualmente o maior desenvolvedor de softwares de pesquisa qualitativa do mundo, que permite que se importe e trabalhe com materiais em praticamente qualquer idioma, inclusive em português. Este recurso veio ajudar a organizar e analisar todos os documentos coletados pela investigação. Desenvolvido para auxiliar pesquisadores e outras pessoas que trabalham com material não estruturado, este software foi de incomparável auxilio para compilar, comparar e decifrar informação de forma rápida e segura, na nossa pesquisa. (GOMES, 2010, p. 159) Para fazermos uso deste software separamos os entrevistados em suas três classes distintas: a classe dos técnicos os quais a partir de agora nos reportaremos a eles identificando-os como “CT”, a classe dos professores que serão denominados de “PR”, e a terceira classe de entrevistados que é a de Pais ou responsáveis que serão denominados de “R”. Após esta nomeação e separação em classes seguindo aos critérios de exigência do software em questão criamos categorias que dariam subsídios para uma melhor análise dos resultados, dentro de 106 cada uma destas categorias elencamos subcategorias para tornar ainda mais claro e objetivos os resultados. Na classe dos técnicos (CT) foram criadas quatro categorias com suas respectivas subcategorias. A categoria Relacionamento Profissional/Aluno tem como subcategorias: O tempo (de convivência); Pais/Participação; Relacionamento/Comportamento; e Deficiência Física. Na categoria Comportamento do Aluno temos como subcategorias: Agressividade; Desejos; Socialização; Preconceito; Expressão; Concentração; e Dificuldades. Na terceira categoria denominada Escola/Artes, elencamos como subcategorias: Atividade Extra Classe; Incentivo para Artes; Gosto; Expressam-se; Sistematização; e Incentivo. Finalizando esta classe abordamos a ultima categoria dando ênfase na Cultura e suas subcategorias: Incentivo; Recepção; Frequência; e Arte x Cultura x Comunicação. No que concerne a classe de entrevistados da pesquisa Professores (PR), elegemos cinco categorias distribuídas com suas subcategorias da seguinte forma. Na categoria Desenvolvimento Humano encontramos as subcategorias: Afetividade; Agressividade; Sociabilidade Relacionamento/Compromisso, elencamos e Preconceito. as Já na subcategorias: categoria Expressão; Concentração; Atender Comando e Apoio Familiar. Na categoria Arte/Escola encontramos as subcategorias: Incentivo Escolar; Pintura; Sistematização e Tempo das Aulas. A categoria Cultura Amazônica/Artes encontra-se subdividida nas seguintes subcategorias: Identificação; Pertencimento; Incentivo da Escola e Arte com Cultura. Para Artes/Comunicação as finalizar esta classe subcategorias: Relacionamento; Extra Classe e Resultados. encontramos Ganhos; na Dificuldades; categoria Oralidade; 107 Finalizando este processo de análise por classe de entrevistados temos a classe dos Pais ou Responsáveis (R), que dividimos em cinco categorias com suas respectivas subcategorias. A primeira categoria abordou a Convivência Familiar com as seguintes subcategorias: Aceitação; Diferença etária; Convivência; Convivência etária e Deficiência Física. Na segunda categoria Afetividade/Relacionamento, observamos as subcategorias: Agressividade; Desejos; Expressão e Socialização. Na categoria seguinte Escola/Comunicação Escolarização; Atividade Extra Classe; elencamos Comunicação e as subcategorias: Oralidade. Dando seguimento ao aporte teórico na categoria Artes dividimo-la nas seguintes subcategorias: Gosto; Expressa-se; Influencias; Dedicação; Recepção e Sistematizada. Para finalizarmos elegemos a categoria Cultura Amazônica com as subcategorias: Identificação; Incentivo; Pertencimento; Arte com Cultura e Estimulação. Considerando todas as premissas acima expostas passamos a analisar o conteúdo quantitativo obtido na pesquisa das entrevistas para subsidiarmos e finalmente teceremos nossas considerações qualitativas alicerçados agora também pelo diário de campo desenvolvido concomitantemente quando da realização da oficina. Na classe dos técnicos, observados e respeitados o referencial teórico proposto na pesquisa, encontramos o seguinte resultado: Na categoria do relacionamento com estes alunos 100% de respostas a todas as subcategorias levantadas, o que correspondem dizer que os mesmos trabalham com estes alunos há bastante tempo sendo que nenhum dos alunos apresentam deficiência física, tem um bom comportamento auxiliado pela efetiva participação dos pais na escola. Vide tabela na página 214. 108 A categoria referente ao comportamento do aluno na referida escola, de acordo com a tabela na página 218, também obteve unanimidade de 100% nas respostas às subcategorias levantadas o que retrata estes alunos como não apresentadores de nenhum grau de agressividade apresentando poucos desejos atingíveis em sua grande maioria, e que apesar das várias dificuldades possuem um grande poder de concentração com dificuldades de expressão, levando-os a um grande preconceito sofrido, mas que apesar disso são bem aceitos no processo de socialização. Quanto à categoria que trata do processo de ensino de Artes na escola e na vida cotidiana do aluno, encontramos na tabela da página 221, pela primeira vez divergências de opiniões dos entrevistados. A única unanimidade é que 100% dos alunos nunca frequentaram atividades extraclasse de Artes, já no que concerne a presença das Artes no dia-a-dia do aluno 50% declararam que às vezes há o incentivo pela família ao processo de ensino de Artes e os outros 50% declararam que sempre há este incentivo. Resposta semelhante foi encontrada quanto ao gosto dos alunos pelas Artes 50% as vezes gostam e 50% sempre gostam. Para os entrevistados também divergem quanto se os alunos se expressam bem através das Artes, 50% acham que não e os demais 50% acham que sim. Quanto à escola a divergência permanece, pois declararam 50% que há pouco incentivo por parte da escola a este processo de ensino, os outros 50% afirmam que sempre há o incentivo, isto reflete diretamente ao questionamento seguinte, pois apresenta igual indefinição de 50% afirmarem ser satisfatória a sistematização do ensino de Artes na escola e os outros 50% declaram não ser satisfatório tal sistematização. Os resultados obtidos na categoria sobre cultura voltam a reinar a unanimidade entre os entrevistados, pois 100% declararam ser ideal o 109 entrelaçamento no processo de ensino da Arte com a cultura auxiliando o processo de comunicação, apesar de afirmarem unanimemente ser pouco o incentivo a inclusão da cultura no processo de ensino aprendizagem na escola o que acontece segundo os entrevistados com uma frequência somente pontual, mas que apesar disso afirmam 100% que mesmo assim a recepção por parte dos alunos é boa, conforme exposto na tabela da página 223. Passando a análise da classe dos professores entrevistados apresentouse o seguinte resultado para a pesquisa: Na categoria do desenvolvimento humano dos alunos relacionados nesta pesquisa encontramos resultados divergentes e convergentes em diferentes aspectos, de acordo com tabela presente na página 225. Estes resultados convergem em 100% de unanimidade quando se trata da agressividade e também da sociabilidade, respectivamente os entrevistados afirmam que não existe nenhum grau de agressividade e que sua sociabilidade é muito grande, já no que se refere às questões de afetividade e preconceito sofrido pelos mesmos, os entrevistados declararam divergindo em 50% que existe pouca agressividade e 50% afirma haver muita. Fator semelhante acontece a respeito do preconceito, onde 50% confirmam ser grande o preconceito sofrido e os demais 50% afirmam não haver nenhum preconceito. Para a categoria compromisso e comportamento dos alunos entrevistados encontramos em todas as subcategorias analisadas a unanimidade de 100% nas respostas dos entrevistados o que representa um apoio familiar intenso, uma grande concentração na realização das atividades, o que leva a uma não relutância em atender os comandos e às atividades propostas, mas que apesar destes fatores 110 fatalmente suas expressões são manifestadas com grandes dificuldades. Vide tabela na página 227. Já na categoria, a presença da Arte na escola e sua aplicação obtivemos, na tabela da página 229, as seguintes respostas para as categorias propostas. Só houve divergência na subcategoria referente ao incentivo escolar para este ensino, onde 50% afirmaram ser grande este incentivo e os demais 50% declararam ser pequeno este incentivo. No tocante às demais subcategorias obtivemos 100% de respostas semelhantes aos quesitos propostos, o que significa que todos os alunos gostam muito da atividade de pintura,verificou-se ainda que a sistematização destas aulas seria completamente satisfatórias apesar do tempo destinados a estas aulas ser razoável. Quanto a categoria que questiona sobre a importância da cultura nas aulas de artes e sua aplicabilidade nas atividades da escola, houveram divergências e convergências entre pontos distintos desta questão, isto posto na tabela da página 231. As opiniões convergem unanimemente no que trata da importância da cultura para os entrevistados, pois 100% afirmam que consideram seu pertencimento total a cultura Amazônica, bem como sua identificação com a mesma. Já no tocante a atuação da escola propondo esta inserção cultural nos conteúdos trabalhados, principalmente nas aulas de artes, os entrevistados divergem nas duas subcategorias em igual teor, pois 50% afirmam que o incentivo da escola neste ponto é parcial enquanto os outros 50% afirmam ser total tal incentivo. Declaram ainda 50% serem a favor do trabalho de arte abordando a cultura, enquanto os outros 50% serem indiferentes a proposição em questão. Na categoria que aborda o uso da Arte como fator facilitador do processo de comunicação todos os entrevistados foram unanimes em todas as subcategorias 111 levantadas respondendo com isso que 100% dos alunos não apresentam nenhuma dificuldade no processo de comunicação em artes, afirmam ainda que incentivam as atividades extraclasse de artes. Acreditam unanimemente ainda que haverão ganhos comunicacionais investindo-se no processo de ensino de Artes. Declaram que os alunos em questão apresentam uma difícil oralidade, no entanto apresentam um relacionamento muito bom. Finalizando, declararam 100% que o resultados dos trabalhos artísticos destes alunos são excelentes e com muita expressão, como vimos na tabela da página 234. Para a categoria dos responsáveis o processo de análise dos dados entrevistados apresentaram as seguintes categorias com suas respectivas subcategorias categorizadas e detalhadas abaixo. Na categoria convivência familiar os responsáveis só foram unanimes ao afirmarem 100% que os alunos em questão não apresentavam nenhuma deficiência física, já nas demais subcategorias foram sempre contraditórios, pois afirmaram 50% ter sido muito difícil a aceitação familiar enquanto os outros 50% declararam ter sido fácil esta aceitação. Divergiram ainda quanto a convivência familiar, neste caso 25% afirmaram ter sido complicada esta convivência enquanto os demais 75% declararam ter sido normal. Neste ponto houveram divergências quanto a diferença etária de convivência destes alunos pois 50% conviveram com pessoas com uma grande diferença etária, e os demais 50% conviveram com pessoas com uma pequena diferença etária, conforme observamos na página 236. Já na categoria afetividade e relacionamento destes alunos, dados presentes na tabela da página 238, persistiram as grades divergências como na categoria anterior. Convergiram dentro desta categoria somente na subcategoria que investigava sobre a socialização dos mesmos onde 100% afirmaram serem bem 112 aceitos socialmente. No entanto, quanto a agressividade 75% afirmaram não haver nenhum tipo de agressividade por parte dos mesmos, somente 25% afirmaram apresentar agressividade. Quantitativamente apresentaram os mesmos percentuais quando indagados sobre a expressão dos mesmos, obtendo-se 75% de respostas afirmando que apresentam uma grande dificuldade de expressão e os outros 25% apresentam uma facilidade muito grande no processo de expressão. Finalizando, afirmaram quanto aos desejos destes alunos, que 50% apresentam muitos desejos inatingíveis enquanto que os outros 50% apresentam poucos desejos mas atingíveis. Sobre a categoria escola e o processo comunicacional dos alunos as divergências apresentam-se em todas as subcategorias, conforme tabela presente na página 240. Quanto a participação dos mesmos em atividades extraclasse, divergira em 50% afirmando que sempre frequentaram e os outros 50% nunca frequentaram, valores iguais encontramos na subcategoria da escolarização, pois 50% afirmaram que foi demorada enquanto os outros 50% responderam ter sido muito rápida. No que concerne a oralidade 75% responderam ser muito difícil enquanto os outros 25% declararam ser muito fácil. Iguais coeficientes encontrou-se na subcategoria da comunicação onde 75% afirmaram ser muito difícil este processo de comunicação, já os 25% restantes declararam ser muito fácil a comunicação dos mesmos. Para retratar o panorama da categoria de Artes obtivemos os seguintes resultados, expostos na tabela da página 243. Unanimidade só foi encontrada quando perguntados se os alunos expressavam-se bem através das Artes, responderam 100% que sim. Nas demais subcategorias as divergências voltaram a acontecer, isto encontrou-se presente na 113 subcategoria do gosto pelas Artes, respondendo 50% que as vezes gostam e os outros 50% sempre gostam. Coeficiente similar foi obtido quanto ao tempo de dedicação dos mesmos à pratica das artes, respondendo que 50% dedicam muito tempo enquanto os outros 50% dedicam pouco tempo a tais atividades. Quanto a realização dos trabalhos dos mesmos obteve-se 25% de afirmativas quanto a influência familiar nos resultados destes trabalhos enquanto os outros 75% afirmaram haverem influências de outros que não a familiar. Sobre o resultado dos trabalhos dos alunos 75% afirmam que a receptividade é excelente, já 25% afirmam ser razoável. Sobre a sistematização deste processo de ensino na escola 75% afirmaram ser satisfatória, enquanto os outros 25% acham não ser satisfatória essa sistematização. Finalizando esta análise, conforme tabela da página 246, investigou-se agora a categoria tocante a cultura amazônica onde obtivemos unanimidade de 100% somente nas subcategorias referentes ao pertencimento dos mesmos a esta cultura, de maneira igual obteve-se 100% de respostas afirmativas quanto a sua identificação com esta referida cultura. Perguntados ainda sobre uma possível estimulação por parte dos mesmos a estes alunos no processo de inserção cultural nas atividades de Artes responderam que 1005 estimulariam. As divergências voltaram a se apresentar nas subcategorias seguintes onde indagou-se sobre o uso da cultura pela arte como agente facilitador no processo de ensino, responderam 50% que achavam-se indiferente a tal questão enquanto os outros 50% afirmaram que sim, ou seja que esta inserção deve ser estimulada. Quando indagados se havia incentivo em casa por parte dos mesmos à realização de atividades artísticas responderam 75% que pouco incentivavam, já os outros 25% afirmaram quase nunca incentivarem. 114 4.5 SAINDO DO OFF DA OFICINA Baseado no projeto e alicerçado nele foi criado o plano de curso da oficina, conforme anexo que previa a realização da oficina realizada em duas turmas, com duas horas/aulas semanal por turma, perfazendo uma carga horária total de vinte horas aulas total. Este plano de curso foi concebido respeitando o projeto outrora citado e fundamentado na seguinte ementa: A oficina trabalhará através de vivências práticas de ensino das artes visuais, técnicas de pintura e composição artística de alunos com síndrome de down devidamente selecionados avaliando o processo bem como o progresso expressivo e comunicacional destes alunos, estabelecendo uma relação deste processo criativo com a inserção da cultura amazônica como agente facilitador no processo expressivo de representação dos mesmos. Esta ementa foi seguida obedecendo ao seguinte conteúdo programático: UNIDADE I: Exploração livre de desenho: 1.1. Desenho livre com lápis. 1.2. Desenho livre com o pastel a óleo. UNIDADE II: Aquarela: 2.1. Desenho livre com aquarela. 2.2. Pintura com aquarela. UNIDADE III: Expressão artística: 3.1. Composição artística com pastel a óleo. 3.2. Composição artística com aquarela. 3.3 Composição mista de aquarela com pastel a óleo. UNIDADE IV: Cultura Amazônica: 4.1. Desenho dirigido do lendário amazônico. 4.2. Pintura dirigida do lendário amazônico. 115 UNIDADE V: A cultura Amazônica nas Artes Visuais: 5.1. Expressão artística da cultura Amazônica na vida. 5.2. Expressão artística da cultura Amazônica nas Artes Visuais. Como forma de alcançar os objetivos deste conteúdo programático foi elaborado o plano de aula, conforme anexo que continha os seguintes conteúdos com o seu respectivo objetivo e a atividade sugerida para alcançá-lo: 1ª aula 2 h/a Conteúdo Objetivo Desenho livre com lápis Esboçar o nível de desenvolvimento expressivo através do desenho Atividade Desenhar livremente aquilo que mais gosta Recursos Materiais 2ª aula 2 h/a Conteúdo Desenho livre com o pastel a óleo. Objetivo Esboçar o nível de desenvolvimento expressivo através do pastel á óleo Atividade Desenhar livremente aquilo que mais gosta Conteúdo Desenho livre com aquarela. Objetivo Realizar a exploração de materiais expressivos diversificados Atividade Desenhar livremente aquilo que mais gosta Conteúdo Objetivo Esboçar o nível de desenvolvimento expressivo através da aquarela com temática definida. Atividade Pintar com aquarela expressando um sentimento. Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Pastel-a-óleo; Estopa. Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Estopa. Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Estopa. Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Pastel-a-óleo; Estopa. Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Estopa. Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Pastel-a-óleo; Estopa. 3ª aula 2 h/a 4ª aula 2 h/a Pintura com aquarela 5ª aula 2 h/a Conteúdo Composição artística com pastel a óleo Objetivo Identificar e promover a expressividade através de técnicas artísticas diferenciadas. Atividade Pintar com pastel á óleo relações do cotidiano 6ª aula 2 h/a Conteúdo Pintura com aquarela Objetivo Identificar e promover a expressividade através de técnicas artísticas diferenciadas. Atividade Pintar com aquarela expressando desejos Conteúdo . Desenho dirigido do lendário amazônico Objetivo Apresentar e discutir a presença da cultura amazônica no dia-a-dia de cada um. Atividade Discutir no ponto de vista de cada um a cultura amazônica em seguida pedir para reproduzir 7ª aula 2 h/a Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha. 116 8ª aula 2 h/a Conteúdo Pintura dirigida do lendário amazônico. Objetivo Apresentar e discutir a presença da cultura amazônica no dia-a-dia de cada um. Atividade Discutir no ponto de vista de cada um a cultura amazônica em seguida pedir para expressar. 9ª aula 2 h/a Conteúdo Expressão artística da cultura Amazônica na vida. Atividade Apresentar a cultura amazônica através de imagens em seguida reproduzir 10ª aula 2 h/a Conteúdo Expressão artística da cultura Amazônica nas Artes Visuais. Objetivo Criar e recriar a cultura amazônica utilizando técnicas de pintura facilitadoras no processo de expressão artística. Objetivo Expressar a cultura amazônica utilizando técnicas de pintura facilitadoras na expressão artística. Atividade Pintar expressando sua forma individual de ver a cultura amazônica Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Estopa. Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Pastel-a-óleo; Estopa. Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Estopa. Realizada esta série de atividades renderam ao diário de campo uma série de anotações diárias bem como uma gama de obras de artes pintadas e desenhadas pelos alunos a serem discutidas e analisadas minuciosamente dentro do corpo deste trabalho. Para finalizar este processo investigatório concluímos com uma série de entrevistas agora realizadas com os pais e/ou responsáveis analisando as possíveis mudanças, a aceitação dos trabalhos, a possível evolução existente desde o primeiro até o ultimo trabalho realizado por cada um dos alunos participantes desta pesquisa. Passamos a partir de agora a destacar os pontos importantes ressaltados pelos alunos traçando conclusões a cerca dos mesmos que destacamos serem importantes para tecermos nossas considerações ao final desta pesquisa. Seguindo cronologicamente as datas da realização das aulas apresentamos o resultado obtido ao final de cada atividade com os trabalhos confeccionados por cada um dos alunos bem como suas observações. 117 DATA: 30.03.2011 Atividade de desenho livre com a finalidade de realizar uma diagnose sobre o processo de construção de imagens por parte de cada um. Nesta atividade, os alunos fizeram uso de lápis de cor, giz de cera, grafite e borracha tudo devidamente selecionado a livre escolha de cada um para que representassem visualmente o seu dia-a-dia, algo que gostassem ou que vivenciassem cotidianamente, bem como o que soubessem ou conhecessem sobre a cultura paraense. ALUNO 01: Ponto 1 Ponto 2 Ponto 4 Ponto 3 Ponto 1: farinha; Ponto 2: tacacá; Ponto 3: osso no tucupi; Ponto 4: maniçoba. Pedia sempre o auxilio do aluno quatro para se explicar. 118 Dividiu o espaço em quatro partes e que repetiu seguidamente em todos os outros trabalhos, talvez fazendo alusão ao tipo de trabalho manual que desenvolve de confecção de tapetes que exige um trabalho de emendar partes para produzir um todo. Desenhou farinha, tacacá e osso que a mãe dela faz com TUCUPI e no quarto espaço desenhou algo que dizia ser “OBA”, quando indagada sobre o que seria ”OBA”, gesticulou pediu auxilio ao outro sujeito e só voltava repetir ser “OBA”, continuou o desenho e passado algum tempo quando voltou à indagação pronunciou “MAIOBA”, não soube explicar o que seria fez gestos que em nada se relacionavam com as sugestões dada a respeito do que se trataria o desenho, continuo desenhando e após novas indagações e agora gesticulando com atos que retratavam o ato de comer, sugeri então ser MANIÇOBA (FAZENDO UM PARALELO COM OS OUTROS DESENHOS QUE TAMBÉM ESTAVAM SENDO DESENHADOS), foi que dai ouvi a pronuncia “MANIOBA”, insisti na pronuncia correta e ela depois de duas tentativas e acabado o desenho repetiu agora falando “MANIÇOBA”. Observação: este aluno há vários anos não frequentava mais as outras atividades desenvolvidas na escola restringia-se única e exclusivamente a participar do programa de atividade de artes práticas que ensina a fazer trabalhos manuais (artesanato), o que estava diretamente ligado às atividades que constantemente costumava realizar em casa, como a confecção de tapetes. Após, ocorrido o fato acima decidiu voltar a participar do programa de letramento, que traz no seu bojo a comunicação através da alfabetização dos alunos. 119 Depois desse fato desenhou ainda algo que dizia ser sua foto que fica na parede de sua casa, onde ela se encontrava bem bonita, dando prosseguimento no discurso disse não gostar (apontando) do uniforme da escola, pois gostava de vir bem arrumada pra escola e o uniforme a tornava feia e não permitia isso. Falou ainda que gostava de ir à praia toda gatinha e também de malhar para tirar a barriga. Atrapalhava muito o sujeito 2 e só queria falar quando o mesmo falava. ALUNO 02: Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 1: semáforo; Ponto 2: pessoas; Ponto 3: faixa de pedestres. Desenhou a rua, pois diz adorar a rua e fez questão de demonstrar conhecimento sobre a sinalização de trânsito (destaque para o fato de que neste 120 período veiculava na televisão propaganda massiva a respeito da obediência à sinalização). Fez questão de chamar atenção para a faixa de pedestres e da importância de se atravessar utilizando-a, destacou ainda as cores do semáforo e traduziu o significado de cada cor. Disse ainda ter desenhado a rua, pois adora ir pra rua pra brincar, sair e se divertir, coisa que não acontece rotineiramente, pois vive preso em casa e a família não o dá liberdade como gostaria que fosse. ALUNO 03: Ponto 1 Ponto 4 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 1: arvores; Ponto 2: craque do time de futebol; Ponto 3: campo de futebol; Ponto 4: traves do gol; Ponto 5: juiz de futebol em tamanho maior que o jogador, pois tem autoridade; Ponto 6: animais. Relatou que adora futebol e desenhou um campo com bastante arvores (retrata o lugar onde costuma jogar: antiga Avenida 25 de setembro, hoje renomeada de Rômulo Maiorana – lugar extremamente arborizado), desenhou ainda 121 o juiz e o jogador Romário (seu ídolo). Desenhou nas laterais as traves do gol de cores diferentes. Deseja: ir à praia, jogar na areia (um sonho inatingível no bairro onde morra) Gosta de ir de sunga mostrar o físico e malhar para tirar a barriga. Relatou ainda que da ultima vez foi à praia grande (outeiro) onde tem maré, tem boto (“amo os botos”) e tem ainda uma morena bonita e forte que ele conheceu lá. ALUNO 04: Ponto 1 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 2 Ponto 3 122 Ponto 1: olhos; Ponto 2: mão com detalhe de um anel; Ponto 3: seios grandes como os da Fafá de Belém sua ídolo; Ponto 4: os dentes bem evidentes fruto de um sorriso escancarado como o da Fafá; Ponto 5: cabelos longos. Desenhou a diretora da escola (deixando claro a presença feminina muito forte que tem em casa, pois convive diariamente somente com a irmã e a mãe: suas referencias), mostrou detalhadamente os cabelos os olhos, o nariz a boca com os dentes as mãos a blusa e os PEITOS (com destaque), fazendo alusão ao peito bem grande da Fafá de Belém, sua ídolo (mais uma vez, usando a referencia do seu convívio e o meio cultural, no qual está inserida). DATA: 06.03.2011 Atividade desenvolvida com a utilização de pastel a óleo que tinha como objetivo avaliar diagnosticar os seus gostos e expectativas no dia-a-dia destes alunos como bem como sua convivência e inserção no meio cultural de cada um. Para tanto foi pedido que pintassem aquilo que mais gostavam de fazer ou pessoas que mais gostassem ou tivessem uma grande importância em suas vidas. ALUNO 01: OBSERVAÇÃO: o aluno 01 faltou esta aula. 123 ALUNO 02 Com a ausência do aluno um resolvi unir com os alunos três e o quatro para que o sujeito dois não ficasse sozinho. Disse que gostava muito do BBB e tinha visto um arco-íris que apareceu no BBB no dia anterior então o desenharia. Devido eu ter dado a sugestão de intervir com outras cores ele concordou, mas fez questão que eu escolhesse as cores. Ao desenhar o arco-íris fez questão de demonstrar o processo de contagem até 5, o que enfatiza sempre o seu gosto apurado pela matemática e a vontade de um dia ter uma profissão que use bastante esta disciplina. 124 ALUNO 03 Ponto 6 Ponto 3 Ponto 5 Ponto 2 Ponto 1 Ponto 4 Ponto 1: pai (já falecido); Ponto 2: sua casa; Ponto 3: chaminé; Ponto 4: rua; Ponto 5: lua cheia; Ponto 6: pássaros (fez questão de enfatizar que é o bem-tevi). Falou muito, principalmente da família da Irmã e dos sobrinhos. Deu enfoque especial ao pai já falecido. Quanto a sua casa quando perguntado por que era representada tão preta, declarou que achava sua casa muito escura, pois não tinha janelas. A respeito da chaminé disse que quando seu pai estava vivo sua casa parecia uma chaminé, pois o mesmo fumava muito. Sobre a rua enfatizou que não gosta, pois é de asfalto e o mesmo gostaria que fosse de areia. Complementou dizendo que o que faz mais gostar da sua rua é somente quando tem lua cheia e os pássaros cantam em volta das arvores presentes na sua rua. Disse que gosta de pêra, salada, cenoura, batata, mas relatou que não pode comer muito, pois é muito preocupado com a dieta devido à beleza, pois pesou da ultima vez 76 Kg. Disse que estava bonito, pois tirou a barba e enfatizou que ele 125 mesmo havia tirado. Chamou a atenção para os meus cabelos brancos dizendo que eu deveria pintar meus cabelos. ALUNO 04: Ponto 2 Ponto 3 Ponto 1 Ponto 4 126 Ponto 1: barco; Ponto 2: casa da sua mãe; Ponto 3: casa pra irmã; Ponto 4: coração que diz referir-se ao meu, pois me adora. Refere-se sempre a sua família como o centro de tudo na sua vida, complementando que esta família resume-se a sua mãe e a irmã, estas sendo a coisa mais importante de sua vida. Nota-se desde o primeiro trabalho uma feminilidade muito grande o que reflete a sua convivência girar em torno somente de figuras femininas. A presença do barco refere-se dizendo que tem muita vontade de andar de barco, mas ainda não andou e mantém firme esse desejo. DATA: 13.04.2011 Atividade desenvolvida com a utilização de tinta aquarela e que por ser a primeira vez da utilização da mesma foi proposta uma atividade livre para que explorassem o uso desse novo material a ser utilizado futuramente de forma direcionada. ALUNO 01: OBSERVAÇÃO: o aluno 01 faltou esta aula. ALUNO 02: OBSERVAÇÃO: o aluno 01 faltou esta aula. 127 ALUNO 03 Ponto 2 Ponto 1 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 1: mar (de outeiro fez questão de frisar, por isso usa as cores deste mar e não o azul tradicional que se costuma relacionar ao mar); Ponto 2: arco-íris; Ponto 3: ventania e tempestade; Ponto 4: rua. Falava constantemente da terra dos dinossauros, que tinha floresta, montanhas, gelo, e principalmente uma grande ventania e tempestades, fazendo uma alusão ao filme recentemente exibido por uma rede de TV. Ao final perguntou afirmando “Ficou bacana minha floresta?”. 128 ALUNO 04: Ponto 4 Ponto 1 Ponto 5 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 6 Ponto 7 Ponto 1: arco-íris pintado de vermelho; Ponto 2: pipas no ar; Ponto 3: um barco feito pra mim; Ponto 4: sua casa; Ponto 5: coração de amarelo; Ponto 6: um barco feito pro aluno 3; Ponto 7: uma casa feita também pro aluno 3. Pintou tudo de vermelho, branco e róseo. O vermelho porque é uma cor do arco-íris e por isso queria pintar bem colorido. É também a cor do coração do sujeito dois quem diz amar e querer tê-lo como minha irmã (o uso do artigo no feminino retrata mais uma vez, a convivência extremamente feminina dentro de casa). 129 DATA: 20.04.2011 Atividade desenvolvida com a utilização de pastel a óleo que tinha como objetivo avaliar o dia-a-dia destes alunos como bem como sua convivência e inserção no meio cultural de cada um. Para tanto foi pedido que pintassem sua rotina, seu dia-a-dia, sua vida como era e como se desenvolvia. ALUNO 01 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 1: cria uma margem como uma espécie de passpatur presente nos quadros que se refere a isto dizendo ser chique; Ponto 2: deixa o centro do quadro oval para retratar a imagem a ser apresentada; Ponto 3: cadeira colocada próxima à janela para contemplar o tempo; Ponto 4: mesa onde não só contempla o tempo como também realiza suas atividades de artes manuais. As linhas do aluno são bem retas. Pintou um quadro (costuma pintar quadros) para colocar a parede; Diz costumar pintar quadros junto com a mãe. Escolheu pintar quadro porque faz parte do seu dia a dia (pois trabalha com pintura). 130 Não gosta de fofoca, pois adora sua mãe e ela diz para não gostar de fofoca. Não gosta também de brigas e sim de estudar. Os traços no desenho representam a cadeira e a mesa onde senta em casa para ficar apreciando o tempo. ALUNO 02 Ponto 1 PONTO 1: SUBDIVISÕES EXISTENTES NAS UNIDADES FRACIONÁRIAS PRESENTES NA DISCIPLINA DE MATEMÁTICA. As linhas do aluno são bem retas. Pinta o estudo, pois gosta muito de estudar; Relata não gostar de briga na escola; fala dos colegas que gostam de 131 fofoca e diz que não gosta, pois é feio; Pede ainda pra chamar a presidente da instituição, pois relata que flagrou um colega beijando uma outra colega, e o certo é denunciar pra presidente e não sair por aí fazendo fofocas. Levanta-se e procura uma melhor posição para pintar. Fez uma pintura, pois diz ter aprendido pintar na escola, mas relata que o que mais gosta de aprender a escola é matemática e relaciona esta disciplina a todas as partes subdivididas e pintadas no seu desenho haja visto que esta no momento trabalhando fração na escola daí as subdivisões. ALUNO 03 Ponto Ponto 1 4 Ponto 2 Ponto 5 Ponto 3 132 Ponto 1: coração do cantor Roberto Carlos; Ponto 2: cantor Roberto Carlos; Ponto 3: chapéu do papa; Ponto 4: cantora Daniela Mercury; Ponto 5: caixa de som. Diz gostar de cantar e por isso vai desenhar Roberto Carlos (existe aqui uma forma de comunicação onde o sujeito faz uso de uma referência do seu meio cultural para representar algo que o satisfaz) ao lado desenha ainda Daniela Mercury (AGORA se APROPRIANDO DE UMA MÚSICA QUE EU HAVIA CANTADO NO INICIO DA ATIVIDADE) Desenha corações, pois para o mesmo a música representa amor, desenha ainda uma caixa de som. Desenha ainda um chapéu com cristo em cima, quando indagado sobre o que aquele chapéu relacionava-se com o contexto dos demais desenhos respondeu que estava reportando-se ao Papa por isso o chapéu e que fez essa relação por conta de a música que mais o apraz que é do cantor Roberto Carlos é a que fala de Jesus Cristo (por isso fazer uso da iconografia do chapéu do Papa para de Cristo) ao tocar ele mesmo no assunto religioso acima exposto diz que seu desenho como um todo remete também a Nossa Senhora de Nazaré e começa a cantarolar a música Lírio mimoso. 133 ALUNO 04 Ponto 1 Ponto 4 Ponto 2 Ponto 5 Ponto 3 Ponto 1: olhos; Ponto 2: mãos com destaque para as unhas pintada de verde; Ponto 3: seios avantajados; Ponto 4: cabelos pintados de vermelho para retratar a cor ruiva; Ponto 5: microfone. Gosta da Fafá de Belém e por isso vai desenha-la (existe aqui uma forma de comunicação onde o sujeito faz uso de uma referência do seu meio cultural para representar algo que o satisfaz) introduz ao longo do desenho um microfone que 134 caracteriza a cantora e diferencia do desenho anterior que dizia tratar-se da diretora da escola ( mais uma vez uma referência feminina) Destaque para o uso do microfone no centro para demonstrar a profissão de cantora da figura retratada. Ressaltou o esmalte pintado de verde, pois credita a esta cantora uma brasilidade muito grande fazendo referência a ela quando se lembra do hino nacional que segundo a aluna fica muito bem cantado somente por ela. DATA: 27.04.2011 Atividade desenvolvida com a utilização de tinta aquarela que tinha como objetivo avaliar os gostos, desejos, expectativas, vontades, sentimentos e as coisas ou pessoas que mais gostam. Para tanto foi pedido que pintassem seus gostos, desejos vontades e expectativas diárias. 135 ALUNO 01 Ponto 2 Ponto 1 Ponto 4 Ponto 3 Ponto 1: as duas imagens referem-se a seu computador que ganhou recentemente e que gosta muito; Ponto 2: refere-se a esta imagem meio triangular pintada com um vermelho e róseo escuro como sendo o coração de sua irmã; Ponto 3: desenha nesse ponto o outro coração da irmã que relata ter mais de um coração, pois tem muito amor pra dar; Ponto 4: desenha nesse ponto, e por ultimo o coração da mãe, de uma forma meio quadrada e sem formas mais arredondadas como eram os corações de sua irmã, e o pinta na cor laranja. Divide o espaço em quatro partes (como sempre), agora justifica esta divisão como sendo o seu coração dividido por duas pessoas. Escolhe duas cores de tintas para representar esses dois amores (o verde e o amarelo) e diz por ser estas as cores do brasil. Fala primeiramente pelo amor a irmã para em seguida falar do amor pela mãe. Sobre isto podemos recorrer a uma fala da irmã quando entrevistada e perguntada se na Infância a aluna relacionava-se bem com todos os integrantes familiares? Respondeu que: 136 “ Só com a minha mãe que era um pouco... assim, ela sabe quem é a mãe dela, mas ela coisa mais eu.. de que a mãe, entendeu? Ela sabe que eu não sou a mãe dela. É, só que ela fica dividida..por exemplo..quando tem festa de dias das mães aqui, eu venho..ela faz aquele ‘caqueado’, vem me da presente..mas quando nós ‘vamo’ chegando em casa..ela pega o presente de mim e da pra mamãe. E eu também não me dou muito..a mãe também né? Às vezes a gente se estranha, aí digo que eu vou embora..aí ela começa a chorar dizendo pra eu não ir embora..mas isso não vai acontecer, que eu não vou deixar.” (R 01) Finaliza pintando de róseo o coração da irmã que é a cor que mais gosta e de laranja o coração da mãe. ALUNO 02 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 1: o nome da escola escrito de trás pra frente (CIEES); Ponto 2: cor do uniforme da escola. 137 Demonstra nesta atividade uma grande noção de proporcionalidade no tamanho das letras, como também uma noção de quantidade. Decide mais uma vez demonstrar o seu interesse pelo estudo e uma possível conquista de seus desejos e expectativas realizadas através da educação. Escreve o nome da escola por estar copiando do uniforme olhando de cima para baixo o que deve ter provocado à inversão no processo da escrita. Escolhe representar a paixão pela escola utilizando as cores padrões da escola e consequentemente do uniforme que está usando. Relata estar gostando muito destas atividades principalmente da filmadora que esta ligada na sala filmando. ALUNO 03 Ponto 4 Ponto 3 Ponto 5 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 6 138 Ponto 1: auto retrato; Ponto 2: nome da mãe pintado de vermelho; Ponto 3: desenha o pai; Ponto 4: pintado de laranja amarelado o cigarro na boca do pai envolto a uma nuvem preta de fumaça; Ponto 5: irmã; Ponto 6: nome do pai também de vermelho mais manchado pelo fato de haver falecido. Falando de sentimento o mesmo lembrou que gosta da irmã, da mãe e do pai que faleceu há três anos vitima do cigarro. No inicio disse o primeiro nome de todos citados, ao final do desenho destas pessoas pronunciou o nome completo de todos até do pai que dizia não lembrar mais. Chega em seguida até a escrever algumas letras que representam o nome deles. A ultima a ser desenhada é a irmã. Pinta o cigarro na boca do pai (responsável segundo ele pela morte do mesmo) com o filtro laranja, e quando indagado sobre isso diz fazer referência ao filtro do cigarro de marca Hollywood, pois esta era a marca de cigarro que ele fumava. Pinta o fundo de verde pois é a cor da casa do mesmo. Ao final resolve implodir tudo passando o pincel por cima de tudo (talvez demonstrando a tristeza pela ausência do pai). 139 ALUNO 04 Ponto 3 Ponto 1 Ponto 4 Ponto 2 Ponto 1: casa da mãe e da irmã; Ponto 2: o barco que é um desejo seu presente de novo em seus trabalhos; Ponto 3: o coração que representa o amor que sente pela mãe; Ponto 4: o avião que diz referir-se ao aeroporto, aonde irá dentro de uma semana viajar com as pessoas mais queridas que são a irmã e a mãe. 140 Quando incentivada a escolher uma cor apontou para o verde pronunciando “CESSA” após escolher a cor e indagada sobre que cor era aquela pronunciou “CERDE”, indagada novamente voltou a repetir “cerde”, continuou pintando e ao término após várias insistências minhas para a pronúncia correta da palavra, conseguiu pronunciar a palavra ‘verde’ Resolveu que não escolheria mais as cores a serem adotadas (talvez para não ter que responder ao interrogatório e insistência na pronúncia feita por mim) para tanto pediu ao sujeito 2 que o fizesse pra ela justificando seguir a opinião dele que diz ser seu grande amor. No entanto só volta a fazer uma escolha autonomamente ao finalizar o trabalho pintando o fundo de verde limão, (talvez por ser uma variação do verde que já havia sido escolhido e respondido ao interrogatório) DATA: 04.05.2011 Atividade desenvolvida com a utilização de pastel a óleo que tinha como comando a solicitação que desenhassem sua convivência que podia e desde a familiar até a social. Diante desta atividade objetivava-se avaliar a relação presente na vida familiar assim como a sociabilidade do mesmo. ALUNO 01: Observação – O aluno 01 faltou neste dia. 141 ALUNO 02 Ponto 4 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 5 Ponto 1: mãe; Ponto 2: irmã; Ponto 3: prima; Ponto 4: colega; Ponto 5: bola de futebol, inclusive com os detalhes de ranhuras presente na mesma. Sobre relações falou da galera da bola; Reclama da irmã que fica proibindo a saída dele pra rua; Reclama ainda que ela sai e ele tem que ficar em casa; Diz ainda que estuda muito e precisa se divertir, e pede para eu falar com a presidente da instituição para intervir sobre estas situações. Usa demasiadamente a borracha demonstrando uma preocupação constante com a questão espacial. Ao ouvir o sujeito 2 cantar a musica “dormí na praça”, identifica os cantores dizendo os seus respectivos nomes e começa a falar sobre o acidente recente causado por um dos cantores dessa dupla sertaneja. 142 ALUNO 03 Ponto 2 Ponto 1 Ponto 3 Ponto 1: irmã pintada de róseo; Ponto 2: mais uma vez sua casa em volta do escuro (preto); Ponto 3: sobrinha recém-nascida em um carro de bebê. Restringe-se a falar da família citando mais uma vez a mãe e a irmã acrescentando agora a sobrinha dizendo o nome da mesma e por ultimo lembra do pai que já morreu; Repetidamente faz questão de citar o seu endereço, onde começa a fazer uso excessivo do preto E QUANDO QUESTIONADO SOBRE ESSE USO DIZ “CLARO EU SOU (....FALA SEU NOME) E (REPETINDO SEU NOME) GOSTA DE PRETO POIS É PRETO” Pergunta-me se conheço a musica Brasil, e em seguida cantarola o hino nacional. Pintou o preto por cima de si e ao ser indagado porque estava fazendo aquilo disse “você sabe quem eu sou, e a minha família também é assim, são pretos 143 por isso tudo deve ficar preto”. Em seguida disse que começou a gostar das coisas obscuras depois que o pai morreu. ALUNO 04: Ponto 2 Ponto 1 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 1: mãe; Ponto 2: irmã; Ponto 3: prima; Ponto 4: desenhou uma colega. Das relações falou agora de uma prima e uma colega, pessoas que antes não apareciam no seu convívio agora passam a ser desenhadas e retratadas e não só mais uma pessoa somente como antes desenhava e sim varias. (mais uma vez também referências femininas). Falando de música ela se reporta ao assunto de gravidez de Ivete Sangalo e diz o nome do filho dela atual. 144 Diz que conhece o hino nacional e fala que este hino é da seleção brasileira de futebol e que Fafá de Belém já cantou, terminando enfatizando que Fafá é Belém. DATA: 11.05.2011 Atividade desenvolvida com a utilização de tinta aquarela que tinha como objetivo avaliar os desejos, sonhos e até mesmo suas expectativas de vida e de realização não só profissional como amorosa, como forma de identificar possíveis dificuldades de relacionamentos e comportamentos frente a sua socialização bem como o desenvolvimento do processo comunicacional. ALUNO 01: Observação – O aluno 01 faltou neste dia. ALUNO 02 Ponto 1 Ponto 3 Ponto 2 Ponto 4 145 Ponto 1: desenha a professora de música do curso no qual o aluno é frequentador; Ponto 2: ao lado dessa professora desenha o seu instrumento musical que é o teclado; Ponto 3: desenha a si próprio; Ponto 4: ao seu lado assim como fez com a professora desenha o seu instrumento de estudo o braço do violão para representar o instrumento completo. Deseja ter uma banda pois toca violão e quer ter um conjunto musical; Fica muito feliz depois de passar muito tempo indeciso sem saber o que desenhar e após conseguir desenhar o teclado demonstrou uma felicidade extrema. Preocupado em não saber desenhar o violão que é o seu instrumento diz que não conseguirá, pois o violão é um instrumento muito grande (fazendo gestos comparativos ao tamanho do violão) e não iria caber no papel. Ao invés de fazer o conjunto resolveu fazer uma dupla de cantores para não encher o papel pois no mesmo não iria caber tanta gente. Como forma de resolver o tamanho espacial do violão resolveu desenhar somente o braço do mesmo como forma de representação de tal instrumento musical. 146 ALUNO 03 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 1: desenha um cantor; Ponto 2: arco-íris; Ponto 3: desenha um violão; Ponto 4: retrata o pandeiro. Diz que seu grande desejo é cantar, e resolve fazer o arco-íris pois representa a vida e o alto astral. Pede uma cor e aponta outra (Ex.: pede o laranja e aponta para o preto). (como sempre fazendo o uso do preto e diz ser porque acha sua casa muito escura principalmente depois que o pai morreu, e demonstra nesse instante uma certa melancolia). No entanto ao pedir a cor branca (que é o oposto ao preto) pronuncia e aponta a cor corretamente. 147 ALUNO 04 Desenhou o arco-íris pois representa a Xuxa (balbuciando a música da referida cantora que tem este título). Relata ainda que ama esta cantora e sonha em conhecê-la. (mais uma vez uma referência feminina). DATA: 18.05.2011 Atividade desenvolvida com a utilização de pastel a óleo que tinha como objetivo avaliar sua identificação com a cultura paraense para tanto foram apresentadas imagens dos mais variados pontos turísticos, comidas típicas, folclore, músicas, danças e as mais variadas formas de manifestações culturais locais. Após a apresentação das imagens foi pedido para que os mesmos escolhessem alguma 148 daquelas imagens vistas e as reproduzissem sem olhar mais para a imagem, como forma de reavivar a memória visual dos mesmos. ALUNO 01 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 4 Ponto 3 Ponto 1: telhado do galpão de ferro do ver-o-peso; Ponto 2: refere-se a este espaço dividido em duas cores distintas como sendo as duas torres presentes na parte da frente do mercado de ferro; Ponto 3: subdivide este espaço em mais quatro artes pois referem-se aos vários barcos que se encontram ancorados ao lado do mercado do ver-o-peso; Ponto 4: refere-se a este objeto circular como sendo o prédio que fica atrás do mercado de ferro, ou seja o prédio do solar da beira. Reconhece o índio, o búfalo, floresta, Carimbó e a Basílica de Nazaré; Viu um barco e lembrou de Cotjuba daí então por isso resolve desenhar o símbolo turístico do Pará que é o ver-o-peso, por ser este o lugar que segundo este encontra-se a maior concentração de barcos que ele já viu e por ter marcado muito sua viagem a Cotijuba uma ilha aos redores de Belém que o único acesso é dado por via fluvial. 149 Vale ressaltar que as torres foram colocadas na parte da frente do prédio do mercado de ferro e os barcos colocados do lado, disposição esta semelhante a como se encontram dispostos no local. ALUNO 02 Ponto 2 Ponto 1 Ponto 3 Ponto 1: numero de torres iguais à realidade; Ponto 2: ao desenhar as torres proporcionais as do lado esquerdo faz questão de demonstrar o processo de contagem; Ponto 3: percebe que as janelas foram desenhadas abaixo da linha e decide apagá-las e redesenha-las acima da linha como deveria ser. Diz não gostar de açaí; fala peixe “pito”(peixe frito); Reconhece o índio e a oca; De cara disse que gosta da bandeira do Pará e associa a ela o gesto de tremular ao vento; Reconhece o círio na procissão fluvial; na basílica faz sinal gestual dos sinos; Diz gostar dos índios e fica em êxtase ao ver a imagem do ver-opeso, então resolve desenhá-lo. 150 ALUNO 03 Ponto 1 Ponto 4 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 5 Ponto 1: o sol e sua claridade; Ponto 2:menino índio com o detalhe do cocar em amarelo na cabeça; Ponto 3: oca e faz questão de dizer que é a casa do índio e pronuncia repetidas vezes a palavra “oca”; Ponto 4: desenha a mãe índia e faz questão de deixar os peitos da mesma de fora e complementa dizendo que é onde a criança mama; Ponto 5: desenha o pai índio. Disse que a Amazônia tem onça, macaco e leão; Reconheceu a ilha do Marajó, que é só pra quem é jovem e inteligente pois consequentemente tem dinheiro; Reconheceu o peixe-boi, tartaruga, índios e búfalos; Reconheceu a basílica como uma igreja e discutindo com o sujeito 1 pois dizia tratar-se do círio; Reconheceu ainda a praça do relógio e o ver-o-peso; Resolve desenhar uma tribo indígena. Não pinta as pessoas de preto como se pinta de preto, agora pinta o índio de marrom. Destaque para a proporção entre os integrantes da família indígena e as demais imagens desenhadas. O aluno desta vez não está presente na pintura e nota-se aí uma grande claridade nas imagens, ao contrário da escuridão presente até então. 151 ALUNO 04 Ao ver a vitória régia relacionou com a perereca (por ver imagens de uma associada à outra). Falou que na Amazônia tem araras, lembrou o carimbo (falando PARIMPÓ); Reconheceu a bandeira do Pará e disse que aquela imagem é o PARÁ; Reconheceu a basílica de Nazaré como sendo o Círio. Resolveu desenhar o Pará (a bandeira) que diz também se chamar Fafá de Belém (segundo ela ambas são indissociáveis). Destaque para a ausência da estrela no centro da bandeira, disse que não iria desenhar porque é só uma e gostaria de colocar pelo menos três para representarem respectivamente a sua mãe, sua irmã e a Fafá de Belém. 152 DATA: 25.05.2011 Atividade desenvolvida com a utilização de tinta aquarela que tinha como objetivo avaliar sua identificação com a cultura paraense para tanto foram apresentadas imagens dos mais variados pontos turísticos, comidas típicas, folclore, músicas, danças e as mais variadas formas de manifestações culturais locais. Após a apresentação das imagens foi pedido para que os mesmos escolhessem alguma daquelas imagens vistas e as reproduzissem copiando a imagem, como forma de reavivar a memória visual dos mesmos. ALUNO 01 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 1: telhado de uma oca; Ponto 2: telhado de uma segunda oca configurando portanto uma taba. Lembrou por si só do TACACÁ; Sempre fazendo a moldura e dividindo o espaço em quatro partes; redividiu o espaço agora em oito partes; 153 Desenhou com essa divisão o telhado da oca visto de cima (influenciada pelo colega que estava desenhando uma oca). As cores utilizadas são bem escuras, pois segundo ele estes telhado são escuros devido não serem limpos constantemente e devido a muita chuva que ocorre devido às ocas se posicionarem no meio da floresta, no seu ponto de vista por esse motivo choveria mais pra lá o que deixa as coberturas molhadas e constantemente imunes a incorporarem poeiras que ficam grudadas a estas coberturas. Depois de pintadas as cobertas jogou a tinta azul, por cima das mesmas e ao ser indagada o porquê disso respondeu que este azul por cima da coberturas das ocas tratava-se do azul do céu que fica acima das ocas. ALUNO 02 Ponto 1 Ponto 3 Ponto 2 Ponto 4 Ponto 1: desenha uma oca; Ponto 2: desenha as arvores de uma floresta presentes numa tribo indígena; Ponto 3: desenha os índios na cor preta pois 154 segundo ele todos os índios são negros; Ponto 4: abaixo desenha o rio sempre presente segundo ele em regiões indígenas. Apesar de solicitar o auxilio do livro para escolher algo, quando da negativa em fornecer o livro resolveu por si só desenhar o índio. Chama a atenção para o fato de ter colocado os índios em uma região escondida no canto do trabalho pois segundo ele os mesmos encontram-se ameaçados pelo homem branco. ALUNO 03 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 1: desenha uma casa de caboclo amazônida; Ponto 2: desenha a casa sem janela fazendo alusão a sua própria casa; Ponto 3: desenha de novo a casa com a presença de uma chaminé e sua fumaça; Ponto 4: a de um caboclo não poderia faltar os açaizeiros. Escolheu reproduzir a casa de um caboclo com açaizeiro do lado. 155 Sempre resgatando a cor preta e começa o trabalho já pintando o telhado da casa de preto (segundo ele fazendo referência a sua própria casa). Influência do verde na casa para lembrar a floresta do caboclo. Para o fundo escolhe o marrom bem escuro (uma tendência). ALUNO 04 Ponto 4 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 5 Ponto 3 Ponto 1: cabelos da dançarina; Ponto 2: desenha a cintura da dançarina; Ponto 3: saia que diz ser longa e rodada; Ponto 4: blusa; Ponto 5: as mãos em ambos os lados que são responsáveis por segurar a saia na hora da dança. Sobre cultura de cara fala no carimbo, e lembra que tem um saião e a blusa que deve ficar caída no ombro; Mostra os movimentos de como se dançar o carimbo. 156 Passa a demonstrar uma precisão muito grande ao cobrir os traços do cabelo. Excelente domínio de cores reconhece e aponta exatamente cada uma das cores. Não estereotipa a cintura fina (o que pode representar sua auto imagem e a de todos os downs que sempre são geralmente gordos). As cores da roupa ficaram azul e amarelo que são as cores do uniforme da escola. Diz que a escolha do fundo verde retrata a Amazônia com suas florestas. DATA: 01.06.2011 Atividade desenvolvida com a utilização de pastel a óleo, desta feita visualizando as imagens referentes à cultura amazônica para em seguida copiarem a imagem que mais lhe atraíssem, que tinha como objetivo avaliar sua identificação com a cultura paraense bem como o seu poder de representação através da cópia. 157 ALUNO 01 Ponto 1 Ponto 4 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 1 e 3: continua subdivisão agora em duas partes o trabalho inteiro que foram subdivididas em mais quatro outras partes; Ponto 2 e 4: riscos em forma aspiralizadas referem-se às matas presentes em volta dos igarapés. Resolve desenhar um igarapé; Sempre dividindo o espaço em agora em oito partes; Diz fazer referências a uma colcha de retalhos que a mesma está confeccionando no momento; Após esta afirmação diz ainda tratar-se das divisões territoriais pois as pessoas segundo ele cada vez mais se apropriam das terras em volta dos igarapés destruindo desmatando e brigando por conta destas terras; O róseo em volta do trabalho inteiro refere-se à cor da colcha citada e também ao seu desejo de paz que gostaria de ver em torno das disputas territoriais. 158 ALUNO 02 Ponto 2 Ponto 1 Ponto 1 e 2: noção retilínea e obediência às suas margens. Desenhou a bandeira do Pará, mas insistiu muito para reproduzir o desenho fazendo a cópia por baixo do papel, com a negativa acabou fazendo somente olhando. Importante ressaltar a perfeição na observância das margens, que sem auxilio de régua foram devidamente obedecidas e tratadas com uma singularidade que reforça a sua compreensão e respeitos às retas. 159 ALUNO 03 Ponto 1 Ponto 3 Ponto 2 Ponto 4 Ponto 1, 2 e 3: as árvores e sua diversidade de cores e tamanhos; Ponto 4: com uma mistura de azul esverdeado retrata o igarapé. Sem delongas decidiu desenhar uma floresta de castanheiras disse que se tratava de arvores do tronco grosso para representar a grandiosidade da castanha; Diversifica as cores, não obedecendo a padrões, cria sua própria forma de representação. Continua com o processo de desconstrução do desenho no final, desta feita agora pintando tudo por cima de azul, e quando indagado porque não desconstruiu com o preto como sempre fazia respondeu que aquele azul representava o céu em cima de toda a floresta feliz com a mesma preservada. 160 ALUNO 04 Demonstrou impaciência na escolha da imagem, justificando que não sabia desenhar nada, mas foi enfática ao escolher de cara sem delongas a bandeira do Pará. Desenhou a faixa com auxilio de régua mas a estrela o fez sem nenhum auxilio. DATA: 08.06.2011 Atividade desenvolvida com a utilização de tinta aquarela, desta feita sem apresentar nenhum tipo de visualização de imagens, como forma de investigar o resultado de todo o processo investigativo realizado ao longo da oficina com o 161 objetivo de fazê-los representar o seu ponto de vista a cerca da cultura amazônica agora sob o seu ponto de vista e memórias adquiridas ao longo do trabalho desenvolvido. ALUNO 01 Ponto 1 Ponto 2 Ponto 1: não apresenta mais a subdivisão; Ponto 2: a estrela do Pará segundo este refere-se a sua pessoa por isso um destaque tão grande que ultrapassa as linhas na qual a mesma deveria estar restrita. Pintou a bandeira do Pará, a mesma pintada anteriormente pelo aluno dois (retratando um possível processo de imitação). 162 ALUNO 02 Ponto 2 Ponto 1 Ponto 3 Ponto 1 e 2: representam as vitória régias; Ponto 3: vitória régia em tamanho maior que segundo ele representaria a imponência da lenda da iara. Também como o aluno quatro faz referência da vitória-régia ao sapo, e denominava tal imagem como sapo, mas não sabia pronunciar a palavra vitóriarégia, no entanto bastou eu falar vitória que ele concluiu dizendo “régia”, passado algum tempo voltou a repetir varas vezes “vitória-régia”, e resolveu desenhá-la; A associação à imagem da vitória-régia ao sapo e denominá-la com igual nome advêm do fato do animal na maioria das vezes vir associado e apresentado quase sempre nos livros didáticos e programas televisivos o sapo em cima desta planta, o que configura a presença de uma cultura industrialmente construída no processo de linguagem e comunicação do ser humano. 163 Demonstrou a importância da lenda da Iara aumentado o tamanho da vitória régia na qual a mesma estaria presente. ALUNO 03 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 1 Ponto 5 Ponto 2 Ponto 1: representa uma arvore com um vulto do lado que diz tratar-se de um passarinho; Ponto 2: retrata um macaco gorila com ênfase para os músculos e um peito grande como grande é a floresta; Ponto 3: o sol brilhante e feliz; Ponto 4: desenha uma casa com perspectiva; Ponto 5: retrata agora a presença de uma onça pintada de verde amarela para mostrar sua brasilidade. Sem delongas disse de cara que desenharia uma onça pintada. Resolveu por iniciativa própria soprar a água com a tinta para a mesma se dissipar. Volta a desconstruir todo o trabalho pintando tudo de verde limão (uma cor nunca usada antes), e ao ser indagado o porquê daquela atitude respondeu que era porque precisa esconder os animais e todo o desenho atrás da floresta para que parassem de ser ameaçados pelos homens. 164 ALUNO 04 Escolheu desenhar o muiraquitã (amuleto de cunho cultural que faz parte do lendário amazônida), resolveu ainda complementar com o fundo cor de telha pois 165 disse remeter a cor da cerâmica marajoara onde geralmente provém a fabricação deste amuleto. Detalhe para a perfeição no círculo do olho, o que indica uma boa representação de figuras geométricas. 4.6 REAPLICANDO AS ENTREvistas Utilizamos para avaliar os avanços qualitativos dos alunos a reaplicação das entrevistas direcionada exclusivamente aos responsáveis, por serem estes dentre os sujeitos envolvidos nesta pesquisa, as pessoas que têm um contato por um maior período de tempo maior com os mesmos. Para tanto sistematizamos e aplicamos a segunda entrevista desta feita agora subdividida nas mesmas cinco categorias, a saber: Convivência Familiar, Afetividade/Relacionamento, Escola/Comunicação, Artes e Cultura Amazônica, ficando distribuídas num total de trinta e cinco perguntas, conforme anexos: Apesar de termos um roteiro pré-estabelecido optamos por seguir esta parte dos trabalhos realizando uma conversa mais informal onde iniciávamos apresentando os trabalhos realizados durante a oficina, como forma de propor a intervenção bem como a opinião dos responsáveis sobre os resultados obtidos no decorrer do processo expressivo destes alunos. Depois de reaplicada estas entrevistas, selecionamos algumas das falas mais expressivas e que achamos serem mais contundentes a cerca do assunto que investigamos e que revelam a opinião da maioria desses responsáveis. 166 Você acha que teve alguma mudança, desde que começou esta oficina até o final? R 01: - Mudou, pra melhor. R 02: - Eu achei engraçado foi o da escola que ele botou o contrário (risos)..e botar a bandeira do Pará né? Pra valorizar a cultura e o Estado dele né? Ficou melhores, principalmente esse aqui da Vitória Régia né? O Ver-o-Peso, olha..a vitória régia. É olhando com calma, pensou bem..colocou bem..desenvolveu bem os trabalhinhos dele né? De cada cantinho do Pará ele identificou e colocou! R 03 - Ah, achei bonito, muito bonito..mãe coruja,né? (risos) R 04 - Acho que sim, houve uma evolução muito grande aí.. O relacionamento dele com a família tem melhorado? R 01: - Tem e muito R 02: - Não, com certeza! R 04: - É o melhor possível As barreiras que ele ainda tem? R 01: - A fala né? Mais a fala né? Mas já melhorou, porque ela não falava quase nada..nada..nada. O relacionamento social dele? Melhorou. R 01: - Humrum..muito. Depois dessas atividades a discriminação dele tem melhorado? 167 R 01: - Tem. No comportamento dele houveram ganhos? R 01: - Ela não gosta de faltar, não gosta de faltar aula. Melhorou muito, quando passam algum dever pra ela, ela pega, mostra, se levanta e faz ela me mostra e eu digo que ta certo..a responsabilidade dela melhorou. R 02: - Houveram, ele tá menos agressivo. No psicológico, dela melhorou? R 01: - Melhorou. R 02: - Ah melhorou, só não pode mexer com o Paysandu dele que ele fica ralado (risos). Na fala? R 01: - Melhorou bastante. Com 19 anos, leve pra APAE..não consegui..levei no Fono..não consegui, até que teve um negócio lá na Alm.Barroso que eu me meti no meio.. falei com uma moça lá e disse que não conseguia..ai foi que indicaram, pra essa escola lá na Arcispreste.. (antigo endereço da escola) e lá, ela tá até hoje e eu digo pra todo mundo..já indiquei muita gente pra cá pra esse colégio, digo que é bom mesmo! R 01: - Melhorou mais Ele passou a gostar mais de pintura? R 01: - Passou a desenhar mais em casa, todo dia..ela não sai, de casa pro colégio..do colégio pra casa. Às vezes dia de domingo eu vou pra feira e fico 168 ligando, no quarto dela..no quarto dela tem tudo, só não tem o computador dela, que nós vamos tirar. R 02: - Ele gosta mais de pintura, de desenhar. Agora, ele gosta..ele faz, de vez em quando. O trabalho dele melhorou? R 01: - Ta ótimo, e muito. Mostrando isso pra um parente não vão acreditar, pela benção de Deus.O artesanato, em casa. Os trabalhos dela melhoraram..e muito, se mostrar pra um parente..não vão acreditar que foi ela que fez, pela benção de Deus. R 02: - Ele expressou mais os sentimentos dele..o que ele quer, o que ele gosta..o que ele deseja, comentam que ele ta melhorando. Ah eu fico feliz quando gostam do trabalho dele, fico alegre R 04: - Olha eu achei bom, teve 2 ai que não ficaram bom, porque naturalmente foi o começo... Passa algum tipo de expressão os trabalhos? R 02: - Passa, com certeza! Da pra expressar os sentimentos dele e as vontades dele. Hoje em dia ele se expressa com mais facilidade? R 01: - Ta melhor. R 02: - Melhor sim, hoje ele já se expressa melhor..são pouca as coisas que a gente não entende! R 04: - Ah, com certeza!! Sim, quanto mais o tempo passou, mas ela se expressou melhor... 169 Dá pra se emocionar vendo todos esses trabalhos? R 01: - Dá..dá..eu me emocionei já! (Escolhendo o desenho mais bonito) R 02: - Dá..dá..principalmente esse da Vitória-Régia, a do Ver o peso..que ele valorizou o Ver O Peso. Ah eu gostei. R 04: - Os dá bandeira, e do bichinho lá... Você acha esses trabalhos fazem parte da cultura amazônica? R 01: - Faz. R 04: - É, dá... Como você associa esses trabalho, com a cultura Paraense? R 02: - Uma coisa boa né? Que podia ser mais valorizado Vocês passaram a levá-lo mais a eventos que envolvem a cultura amazônica? R 02: - É ele vai mais agora, já fomos até convidado agora..pra uma outra festa também, por parte de cultura né? Você podia falar alguma coisa sobre esses trabalhos, o que sentiu o que poderia melhorar: R 01: - Ta ótimo, ixi..ta ótimo mesmo! R 02: - Eu acho..eu gostei, dentro da dificuldade dele..eu gostei de todos. Acho que ta bom, ta ótimo! R 04: - Muito boas, muito boas mesmo. Parece um quadro,né? Abstrato que falam...;Mas ela que pintou?certinho assim? ; Tá perfeito, né... 170 Tu achas que foi satisfatório, como esse trabalho foi desenvolvido? R 02: - Foi, foi muito..principalmente, acho que pra ele. R 04: - Sim E o tempo das aulas, foi suficiente? R 02: - Acho que foi, porque se fosse mais talvez fosse cansativo pra eles também..porque logo eles se cansam (risos)..foi dentro do prazo certo pra eles. R 01: - Podia ser mais, mais mesmo. R 04: - Ah, podiam ser mais... pra ver a continuidade, né? Vale ressaltar que encontramos uma ausência substancial em respostas para esta entrevista do responsável do aluno “três”, o motivo de tal fato e que deve ser registrado deve-se ao fato de que a mesma ao ser colocada em contato com os trabalhos realizados pelo filho emocionou-se de tal forma que ficou difícil sua manifestação a respeito do assunto. Como vimos pela fala selecionada dos responsáveis, inúmeros foram os ganhos obtidos ao final da oficina realizada tanto nos aspectos intrapessoais quanto nos aspectos interpessoais, mais significativamente merece destaque os ganhos obtidos no processo expressivo e por conseguinte comunicacional evidenciados por todos os entrevistados. 171 5. CONCLUindo........................................... Concluindo, seguimos fazendo um apanhado do que foi discorrido ao longo desta pesquisa enfocando a importância de reavaliarmos nossa visão em torno da educação especial, especificamente em nosso caso, dos alunos com síndrome de down. Precisamos resignificar esta palavra como algo visto de maneira depreciativa, haja visto que conforme concluímos esta depreciação não é algo latente na personalidade destas pessoas, muito pelo contrário são seres humanos extremamente ativos e com uma estima elevadíssima. No entanto, esta característica de serem subestimados provém de longas datas e continuam tendo sua continuidade nos dias de hoje, na maior parte das vezes graças a atitudes paternalistas denominadas ao longo deste trabalho como sendo idownalização. A quebra desse paradigma de coitadinhos sociais poderia levar a uma maior independência dos mesmos bem como na conscientização de que não são anormais, e se existe alguma diferença entre estes e os ditos normais, encontra-se somente no fato de que estes têm um desenvolvimento diferenciado dos demais, mas que podem sim desenvolverem-se caso sejam submetidos a técnicas diferenciadas de aprendizado. Diante disto é que seguimos apresentando como tal proposta o ensino das artes visuais, pois acreditamos ser esta responsável por mudanças que vão além da mera subjetividade propagada por alguns estudiosos. Para tanto é primordial não só no processo de ensino das Artes como também de qualquer outra atividade educacional, a escolha dos materiais a serem utilizados bem como os procedimentos a serem seguidos, pois adaptações haverão de ser implementadas e respeitadas. Pensando nisso foi que optamos pelos 172 materiais utilizados por se tratarem de fácil manipulação e consequentemente a obtenção de melhores resultados como foi nosso caso. Chegamos mesmo a buscar a Arte e sua aplicabilidade na pré-história para justificar o que acreditamos ser uma espécie de magia, tal como esta era vista neste período. Ao nos depararmos no inicio da realização da pesquisa com o caso de um dos alunos pesquisados que não conseguiam pronunciar uma determinada palavra e após conseguir desenhar este objeto passou quase que instintivamente a um domínio até então inacessível, leva-nos a crer, ser este um processo que precisa e deve ter um investimento pessoal e publico em torno da questão. Desconsiderar tal fato seria fechar os olhos para o fato que através das artes podemos obter resultados expressivos que vão além da mera pincelada ou rabiscos sem fundamentação contextual. Os trabalhos de artes quando contextualizados revelam e comunicam, o que no caso do aluno com síndrome down é um ganho substancialmente relevante, pois em sua grande maioria trazem na oralidade um de seus maiores problemas de socialização. Através desta socialização o aluno com síndrome de down melhora sem duvida nenhuma todo um processo discriminatório sofrido nos últimos tempos e pode por si só começar com esse processo de reconfiguração desta palavra down. Levando-se em consideração que a arte comunica e contextualiza nada mais indicado neste caso que partisse do próprio contexto no qual este aluno está inserido para melhorar esse processo comunicacional. Estamos desde o nascimento, introduzidos num meio cultural no qual já nascemos fazendo parte integrante deste circulo de crenças, valores e tradições que seguimos instintivamente, sem nos darmos conta de que somos a própria cultura. 173 Diante disto a cultura vem como suporte ao ensino das artes visuais como forma de facilitar esse processo comunicacional, pois falamos partindo de nossos próprios pontos de vistas, ou seja, nossa própria cultura a cerca de determinado assunto. Através da cultura reunimo-nos em torno de algo que acreditamos, através da arte repassamos aquilo que sentimos, a união destas duas áreas de conhecimento em uma só proporcionam uma facilitação no processo de expressão que vai além da mera representação visual. Para tanto, no caso dos alunos com deficiência mental alguns pontos e considerações devem ser levados em voga, pois trata-se de uma educação especializada e que requer cuidados e adaptações. Uma delas e primordial, deverá ser uma perfeita sintonia entre os profissionais da educação envolvidos neste processo bem como com os familiares destes alunos, o que não evidenciamos depois de realizadas as entrevistas com estes sujeitos acima citados, pois verificamos respostas contraditórias na maioria dos casos entre as respostas dos profissionais e a dos responsáveis. Sobre o acima exposto cabe-nos analisar a evolução do processo de representação de um dos alunos pesquisados que iniciou seus trabalhos dividindo sempre o espaço do papel em partes, retratando objetos artesanais, dos quais merece destaque a colcha ou o tapete de retalhos. Essa divisão era constantemente representada durante quase todos os seus trabalhos. Antes de iniciar a pintura, primeiro dividia o espaço como forma de representar essa eterna divisão que estava culturalmente envolvida no processo de construção de seus objetos artesanais. No único trabalho, o último, que não dividiu o espaço como comumente fazia escolheu pintar a bandeira do Pará que traz graficamente sua divisão já 174 representada através da lista branca que divide o espaço em dois triângulos vermelhos. Aliado a essa escolha deve-se considerar ainda a discussão eleitoral presente na época em torno do plebiscito da suposta divisão do estado em dois outros novos estados. Este trabalho vale ser ressaltado como sendo um dos melhores deste aluno em questão, talvez por tratar-se de algo que o mesmo já vivencia no seu dia-a-dia, a divisão de partes, ou pelo fato de como ficou constatado na entrevista com seu responsável uma eterna divisão presente em seu contexto familiar, a dualidade maternal entre a mãe a irmã. Seria, portanto, as duas partes vermelhas a mãe e a irmã (em processo de embate) com ela ao centro de branco e em forma de uma estrela, pois segundo sua autoestima elevadíssima é assim que se sente. Diante disto reforçamos a importância da cultura nas formas de representações visuais, bem como a melhoria no processo comunicacional, pois foi através de algo que domina cotidianamente, que este aluno alcançou a excelência representativa. Vale ressaltar também o processo de transposição do nome préestabelecido para a vitória-régia, como sendo sapo, por tratar-se de algo que culturalmente associava a presença deste animal, pois encontra-se veiculado um a imagem do outro, no entanto durante o processo de construção desta imagem e com o auxilio da repetição acabou pronunciado nitidamente a palavra “vitória-régia”. Esses ganhos no campo comunicacional revelam a importância do uso da imagem associada ao processo de letramento como forma evolutiva na comunicação destes alunos. Isto volta à tona a importância do uso da arte como 175 fator facilitador nesse processo, aliado acima de tudo a uma imagem que é tipicamente característica da região amazônica no qual este aluno está inserido. A interferência do cotidiano do aluno é algo tão primordial e fica evidente nos trabalhos apresentados por um dos alunos que não temos como não adicionar a cultura no processo de construção artística, haja visto que a cultura se manifesta no dia-a-dia de cada um de nós. A esse respeito notamos no decorrer dos trabalhos de um dos alunos a recorrência extrema da feminilidade, que é uma constante em sua vida, pois convive desde o nascimento somente com figuras femininas. O uso da cor como forma de facilitar a pronuncia de determinada palavra também esteve presente no transcorrer desta pesquisa, pois se notou que depois de usar excessivamente uma determinada cor a pronuncia dessa cor saiu quase que naturalmente. A presença da cultura como agente facilitador no processo comunicacional do down pode ser claramente notada quando um dos alunos fez uso de um dos símbolos religiosos que segundo ele é o chapéu do papa (quipá) o qual é um objeto que faz parte da cultura religiosa católica que o mesmo vivencia não só em casa mais maciçamente na sociedade para referir-se a uma música católica. Cabe também uma referência neste processo conclusivo o processo de desconstrução utilizado por um dos alunos que ao final dos trabalhos resolvia implodir toda a sua obra, onde se encontrava representado, utilizando a cor preta, apresentando pra isso uma série de justificativas que evidenciam seu processo de desconstrução. A mais enfática refere-se à morte do pai que em todos os seus trabalhos aparece envolto em cores escuras que simboliza além da morte do mesmo a fumaça exalada quando em vida pelo vicio do cigarro que mantinha. 176 Ainda a esse respeito coloca próximo a boca do mesmo o alaranjado que era a cor do filtro da marca determinada do cigarro que o mesmo fumava e que acabou levando-o a óbito. A respeito desse processo de desconstrução vale ressaltar ainda que quando o mesmo não se encontrava presente na imagem pintada essa desconstrução se dava por outras cores, o que pode remeter ao fato do preconceito racial que supostamente sofre, haja visto que como através de uma das conversas traçadas no decorrer do trabalho quando indagado o porquê de sempre se representar de preto fez questão de enfatizar que assim o é, e assim tem que ser representado. Isto revela nitidamente esse poder de auto-revelação através de imagens, chegando claramente a expressar os sentimentos, desejos e expectativas de cada um destes alunos através da arte. Um exemplo forte desta revelação encontramos no fato de um dos responsáveis não terem tido condições emocionais para responderem coerentemente a reaplicação da entrevista frente ao maravilhamento ocorrido quando do contato com as pinturas realizadas pelo filho. Seguimos ainda ressaltando a importância desta atividade nos ganhos obtidos em torno da personalidade e socialização destes alunos, pois de acordo com as entrevistas reaplicadas, inúmeros foram os ganhos obtidos nesta área. Merecendo destaque pela fala dos próprios responsáveis quanto à incerteza sobre a real autoria dos trabalhos apresentados, pois custavam acreditar que tal expressividade viesse de alguém com quem convivem há anos e o têm como referencia alguém inexpressivamente incapaz. 177 Além desse poder de expressão a melhora no comportamento e na agressividade em alguns casos também são fatores extremamente relevantes que merecem ser destacado. Sem mais delongas acredito que o maior mérito deste trabalho reside no fato de um dos alunos que estava a anos acostumado a só frequentar, na escola, as atividades relativas aos trabalhos manuais e artesanais, por se sentir incapaz de evoluir no processo comunicacional da fala e que quando desafiado a realizar através da Arte um processo imagético de transferência de atitude da pintura para pronúncia e obtém êxito neste sentido, o que leva-o a decidir começar a participar das aulas de alfabetização, isto por si só já teria valido o trabalho inteiro. Isto posto confirma e reafirma o objetivo central deste trabalho que era saber se há facilitação no processo comunicacional do aluno com síndrome de down usando a cultura regional amazônica como suporte no processo expressivo destes alunos. Portanto, retomando os objetivos e as questões norteadoras, podemos afirmar que muitas são as possibilidades expressivas das artes visuais, enquanto fator de desenvolvimento afetivo e cognitivo das pessoas com síndrome de down, haja visto que os mesmos apesar da principal barreira que dificulta sua expressão que é a oralidade, estes conseguem liberar mais facilmente sua expressão colaborando com isso para liberar com mais facilidade suas emoções. Notamos ainda que através da sistematização do ensino das artes visuais, como ocorrido na oficina realizada, obtivemos o aceleramento da afetividade destes alunos, como antes não acontecia nas aulas quando ministradas anteriormente a realização desta pesquisa, quando esta sistematização não acontecia. Ainda de acordo com esta oficina, podemos observar que a utilização de 178 materiais de fácil manuseio como o pastel a óleo e a tinta aquarela empregados com a inserção da cultura amazônica, que faz parte de suas identidades culturais, como foi realizado, facilitou o processo expressivo dos mesmos. Poderíamos continuar seguindo concluindo e indo a mais pontos fundamentais nesse processo comunicacional através da arte pelo aluno com síndrome de down mas para não chegarmos ao estado enfadonho de estar fazendo releituras em cima de algo que ficou não só extremamente claro através da escrita mas muito mais evidente ainda, através das pinturas que compõem o corpo deste trabalho. 179 6. REFERÊNCIAS AMADO, João da Silva. A técnica de análise de conteúdo. Revista Referência Nº 5. Novembro de 2000. Disponível em: http://:www.esenfc.pt/rr/admin/conteudos/downloadArtigo. Acesso em: 26/06/2010. ANACHE, Alexandra Ayache. Educação Especial: Dialogo e pluralidade. Porto Alegre: Ed. Mediação, 2010. 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Trata-se de um processo preferencialmente e predominantemente não verbal, o que facilita aos que não tem o domínio da fala. Isto quer dizer que a abordagem e as formas de intervenção destinam-se ao confronto com conteúdos inerentes a processos psíquicos primários e pré-verbais ( que não passam pelo crivo da consciência). A palavra deverá ser usada parcimoniosamente durante o desenrolar dos processos expressivos, pois, usada abusivamente, poderá dificultar a descida a níveis mais profundos da psique. Após a conclusão das atividades plásticas ou sonoras, a palavra poderá ser produtiva e bem vinda, desde que seja possível codificar, de forma consciente e inconsistente, experiências subjetivas às vezes muito profundas. Muitas vezes, a palavra só conseguirá ser usada com adequação, semanas, meses e algumas vezes anos depois, quando a energia psíquica tiver podido pouco a pouco, percorrer a “distância” que separa os processos psíquicos primários, dos processos psíquicos secundários de elaboração simbólica. De todo modo porém, antes ou depois da palavra, com ou sem ela, já terá o indivíduo vivenciado dentro de si, aquilo que efetivamente a arte tem de mais benéfico e produtivo terapeuticamente, que é: expressar, configurar e materializar conflitos e afetos, realizando um conjunto de atos que podemos designar genericamente como: “O FAZER ARTÍSTICO”. Este fazer artístico, em nosso caso, tratará sobre a investigação destes processos com pessoas com síndrome de Down. 183 2. JUSTIFICATIVA Percorrer o fazer artístico pode facilitar a expressão da singularidade criativa de cada um, faz surgir personagens e possibilidades antes desconhecidos. Dá vez e forma a conflitos esquecidos, afetos represados e talentos deusados. A descoberta do significado destes eventos psíquicos até então obscuros amplia a possibilidade de estruturação da personalidade e contribui na elaboração de maneiras mais produtivas para a comunicação, interação e o “estar-no-mundo”. Deste modo a criatividade, com suas inúmeras faces, é a matéria prima do trabalho em Artes. Desde sempre a Arte, em suas múltiplas manifestações, foi do aspecto individual ao coletivo, um preciso documentário psíquico, profundo e abrangente, e também uma interessante possibilidade de comunicação, transformação e aglutinação nas coletividades. Para isso é importante registrar que ainda não se tem registro nesta área de ensino durante os 19 anos do Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, local escolhido por nós para desenvolvimento desta pesquisa. 3. - APRESENTAÇÃO É um projeto de pesquisa, do mestrado em Comunicação Linguagens e Cultura, da Universidade da Amazônia – UNAMA, que terá como pesquisador o Profº Carlos Alberto Araujo Veras, sob a orientação da Profº Dra. Elisabeth Pessôa Gomes da Silva, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental. Utilizando as Artes Visuais, à compreensão da Arte como linguagem e comunicação, faremos uma relação entre os pressupostos sobre desenvolvimento cognitivo e a manifestação comunicacional das nuances expressivas do deficiente mental, entre a faixa etária de 15 a 30 anos de idade, nos alunos matriculados no Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, localizado na região central de Belém, especializado no atendimento escolar de pessoas com síndrome de Down. Tentaremos mostrar, através de pesquisa qualitativa, do tipo pesquisa ação, com base na etnografia, de que modo as Artes Visuais quando sistematizadas nas escolas especializadas em atender este público, podem ser usadas como instrumento facilitador indireto para o 184 processo comunicacional do deficiente mental. Partindo de contextualizações teóricas acerca dos processos de comunicação, do desenvolvimento cognitivo da pessoa com síndrome de Down e das Artes Visuais, tentaremos estabelecer a existência de conexões entre o crescimento do processo expressivo, enquanto agente facilitador, quando há a sistematização desse ensino para os sujeitos envolvidos. Tentaremos registrar a inserção da cultura amazônica aplicada ao conteúdo programático curricular da escola como forma de acrescentar elementos valorativos à formação cultural dos alunos considerando suas vivências sóciohistóricas. . O presente projeto se desenvolverá através de oficinas de arte, com 04 alunos com síndrome de Down, devidamente selecionados da referida escola, onde será realizado atividades de artes visuais, com duas horas/aulas de duração semanal para cada grupo de 02 alunos que vivenciaram dentre as várias técnicas artísticas o trabalho prático com as modalidades de pastel a óleo e aquarela, o que proporcionará uma maior variação nas diversas formas do aprendizado artístico. Especificamente nestas atividades os alunos vivenciaram o conhecimento de atividades práticas, vislumbrando-se inclusive o aprendizado de novas formas e técnicas que proporcionarão um desenvolvimento expressivo de suas emoções e afetividade através da Arte. Além das oficinas será aplicado processos investigativos através de questionário no inicio e no final deste projeto como forma de mensurar possíveis ganhos ocorridos no curso deste trabalho, o que servirá como facilitador no processo de sistematização das atividades a serem propostas. Para tanto aplicaremos esta pesquisa com cada um dos seus responsáveis e com dois professores da instituição que serão a professora da sala de leitura que é responsável pelo processo comunicacional do aluno e a professora de educação física, responsável pelo processo expressivo dos mesmos principalmente na parte da dança e substituta do professor de artes na ausência do mesmo. Além destes profissionais aplicaremos ainda a entrevista com dois funcionários da coordenação responsável pela vida acadêmica e desenvolvimento psicossocial dos mesmos. Nesta pesquisa serão elencadas quatro categorias, onde serão abordadas perguntas que venham a denotar questões sobre as vivências dos alunos, bem como o seu perfil desde a infância até os dias atuais, seguido pela categoria que envolve o processo comunicacional existente e consequentemente as dificuldades encontradas pelos mesmos no processo expressivo de comunicação e relação cotidiana. Em seguida focaremos na categoria relativa ao interesse pelas Artes como era e como ficou para finalizarmos com a quarta e ultima 185 categoria que versará sobre a receptividade e presença da cultura amazônica não só no dia-adia de cada um como também no processo artístico expressivo dos mesmos. 4. HABILIDADES Esboçar o nível de desenvolvimento expressivo através do desenho explorando novos materiais. Realizar a exploração de materiais expressivos diversificados. Identificar e promover a expressividade através de técnicas artísticas diferenciadas. Verificar a facilitação no processo de criação artística do uso da cultura amazônica. Criar e recriar a cultura amazônica utilizando técnicas de pintura facilitadoras no processo de expressão artística. 5. COMPETÊNCIAS Explorar materiais, em forma de oficina, algumas das atividades plásticas, conhecendo materiais, técnicas e principalmente manipulando com os conceitos plásticos pertinentes envolvidos no uso destas atividades. Promover a expressão artística de maneira generalizada. Estimular a transmissão não verbal através de desenhos e pinturas, contextualizando-os dentro das capacidades individuais de comunicação. Desenvolver o processo expressivo das relações e sentimentos presentes no cotidiano tanto familiar como no processo interacional escolar no qual os mesmos se encontram inseridos. Inserir a cultura amazônica no processo de criação artística. Refletir sobre a importância da inserção da cultura amazônica no processo de expressão artística. Analisar a presença da cultura amazônica no cotidiano e no processo comunicacional. 186 6. OBJETIVOS Identificar o potencial expressivo das Pessoas Com Deficiência(PCD)- Down – por meio de atividades sistemáticas nas Artes Visuais. Incentivar a transmissão não verbal através de desenhos e pinturas, contextualizando-os dentro das capacidades individuais de comunicação. Promover a expressão artística das Pessoas Com Deficiência(PCD)- Down. Verificar se há possibilidades expressivas das artes visuais, enquanto fator de desenvolvimento cognitivo das PSD; Averiguar se a sistematização do Ensino das artes visuais promove o aceleramento da afetividade das PSD; Investigar se a inserção da cultura amazônica pode ser facilitadora no processo expressivo das PSD. 7. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Inicialmente será feito um processo investigativo através de entrevistas com responsáveis e professores que trabalhem diretamente com os alunos envolvidos. Posteriormente o processo investigativo na forma expressiva com os alunos dar-se-á através da pratica de desenho livre com lápis e papel. Apresentação dos materiais a serem usados ao longo da oficina para livre exploração através do desenho livre. Expor materiais alternativos como é o caso inicialmente do pastel a óleo e posteriormente a aquarela propondo técnicas diferenciadas de expressão artística. Exercício técnico nos dois tipos de atividades artísticas através de atividades experimentais. Após a realização de cada exercício será reservado um momento para reflexão e contextualização acerca de cada um dos trabalhos realizados, em que os mesmos versaram sobre as suas escolhas a nível do processo construtivo e suas formas de representações expressivas. 187 Exercícios de criação artística para explorar a expressividade através das artes visuais. Realização de trabalhos individuais e de grupo propondo temáticas ligadas à afetividade dos sujeitos envolvidos. Apresentar e discutir a presença da cultura amazônica no dia-a-dia de cada um. Propor o uso da cultura amazônica nas composições artísticas. Após a realização destas atividades será feito uma pausa devido a férias escolares. No segundo semestre retomaremos o processo de aplicação de oficinas com carga horária semelhante à aplicada no primeiro semestre aprofundando as questões que envolvem a temática investigativa das vivencias empíricas dos alunos, desta feita nos apropriando de espaços diferenciados e característicos da cultura amazônica, como museus e bosques, dentre outros. Ao final das atividades será reaplicado o processo investigativo com os mesmos sujeitos envolvidos no processo individual de entrevistas para tecermos considerações a cerca das possíveis evoluções. 8. RECURSOS Espaço Físico: sala de aula; área ao ar livre. Materiais: Tesouras para papel Lápis Borracha Tinta aquarela Cola branca Papel A4 Copos descartáveis Rolos de fita gomada Papel Vergê 180g Caixas de pastel á óleo Thinner Estopa 188 Verniz geral Borrifador de água Pregador de roupa Cotonetes Pincéis de tamanhos variados Goma Laka indiana Aparelho de som Filmadora Massa acrílica Tinta aquarela Revistas velha Papel madeira 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ARNHEIN Rudolf. Arte e Percepção Visual, Uma Psicologia da Visão Criadora. Livraria Pioneira Editora, São Paulo, 6ª ed., 1991. BAKHTIN, M. A Estética da Criação Verbal. São Paulo - SP: Martins Fontes, 1992. BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1978. BERMAN Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar, A Aventura da Modernidade. Companhia das Letras, São Paulo, 1990. BRONOWSKI Jacob. Arte e Conhecimento, Ver, Imaginar e Criar. Livraria Martins Fontes Editora. São Paulo, 1983. BUORO, Anamelia Bueno. Olhos que pintam: a leitura da imagem e o ensino da arte. São Paulo: Cortez,2002. BUSCAGLIA, Leo. Os deficientes e seus pais – um desafio ao aconselhamento (Tradução de Raquel Mendes).Rio de Janeiro: Record, 1997. CAMPBELL, Linda., CAMPBELL, Bruce., e DICKISON, De. Ensino e Aprendizagem por Meio das Inteligências Múltiplas. POA. Artmed Ed.,2000. CANCLINI Néstor Garcia. A Socialização da Arte, Teoria e Prática na América Latina. Ed. Cultrix, São Paulo, 1980. CIAVATTA & ALVES(orgs). A leitura de imagens na pesquisa social: história, comunicação e educação. São Paulo: Cortez, 2004. DORFLES, Gillo. O devir das artes; tradução Pier Luigi Cabra; revisão da tradução Eduardo Brandão, São Paulo – SP: Martins Fontes, 1992. ELDER CARVALHO, Rosita. Educação inclusiva com os pingos nos “is”. Porto Alegre – RS: Mediação, 2004. 189 FERRAZ, M. Heloísa C. de T.; FUSARI, M. F. de Rezende. Metodologia do Ensino da Arte. São Paulo: Cortez, 1993. FUSARI, M. F. de Rezende; FERRAZ, M. Heloísa C. de T. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1993. GARCIA, Rose Marie. Brincadeiras Cantadas. POA. Kuarup 1988. GIRARDET Sylvie e outros, Coleção Por Dentro da Arte. Companhia das Letrinhas, São Paulo, 1977. LOUREIRO, João de Jesus Paes, Cultura Amazônica, uma poética do Imaginário, São Paulo, Escrituras, 2000. LOWENFELD Viktor. A criança e sua arte. Editora Mestre Jou, São Paulo, 1954. MANTOAN, Maria Teresa Eglér; PRIETO, Rosângela Gavioi; ARANTES, Valéria Amorim (organizadora). Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo – SP: Sumus, 2006. NICOLAU Marieta Lucia Machado (coord.). A Educação Artística da Criança. Editora Ática, São Paulo, 2ª ed., 1987. OSTROWER Fayga. Universos da Arte. Editora Campus, São Paulo, 1982. PADILHA, Ana Maria Lunardi. Práticas pedagógicas na educação especial: a capacidade de significar o mundo e a inserção cultural do deficiente mental, Campinas – SP: Autores Associados,2001. SCHAFER, M. O Ouvido Pensante.S.P.UNESP,1991. VALDÉS, Maria Teresa M. A educação especial na perspectiva de Vygotsky. Fortaleza - CE: Edições Demócrito Rocha, 2003. VIEIRA PINTO Álvaro. Ciência e Existência - Problemas Filosóficos da Pesquisa Científica. Ed. Paz e Terra, São Paulo, 1979. VOIVODIC, Maria Antonieta M. A. Inclusão escolar de crianças com Síndrome de Down. Petrópolis – RJ: Vozes, 2004. VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente, SP, Martins Fontes, 1998. WERNECK, Cláudia. Muito prazer, eu existo: um livro sobre as pessoas com síndrome de Down. Rio de Janeiro – RJ: WVA, 1993. ZABALA, Antoni. Como Trabalhar os Conteúdos Procedimentais em Aula. POA. Artmed,1999. 190 APÊNDICE B – Plano de curso da oficina PLANO DE CURSO DA OFICINA DE ARTES 2011.1 01. IDENTIFICAÇÃO PROFESSOR (a): CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS OFICINA: ESPECIArte LOCAL: CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL CIEES CARGA HORÁRIA TOTAL POR TURMA: 20 h/aula CARGA HORÁRIA SEMANAL: 2h/aula por turma PÚBLICO ALVO: 04 ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN QUANTIDADE DE TURMAS: 02 turmas de 02 alunos cada 02. EMENTA: A oficina trabalhará através de vivências práticas de ensino das artes visuais, técnicas de pintura e composição artística de alunos com síndrome de down devidamente selecionados avaliando o processo bem como o progresso expressivo e comunicacional destes alunos, estabelecendo uma relação deste processo criativo com a inserção da cultura amazônica como agente facilitador no processo expressivo de representação dos mesmos. 03. COMPETÊNCIAS E ATITUDES Explorar materiais, em forma de oficina, algumas das atividades plásticas, conhecendo materiais, técnicas e principalmente manipulando com os conceitos plásticos pertinentes envolvidos no uso destas atividades. Promover a expressão artística de maneira generalizada. Estimular a transmissão não verbal através de desenhos e pinturas, contextualizando-os dentro das capacidades individuais de comunicação. Desenvolver o processo expressivo das relações e sentimentos presentes no cotidiano tanto familiar como no processo interacional escolar no qual os mesmos se encontram inseridos. Inserir a cultura amazônica no processo de criação artística. Refletir sobre a importância da inserção da cultura amazônica no processo de expressão artística. Analisar a presença da cultura amazônica no cotidiano e no processo comunicacional. 191 1º TRIMESTRE Período: 31 de março à 08 de junho de 2011 04. Habilidades 05. Conteúdo Programático Esboçar o nível de desenvolvimento expressivo através do desenho explorando novos materiais. UNIDADE I: Exploração livre de desenho: 1.1. Desenho livre com lápis. 1.2. Desenho livre com o pastel a óleo. Realizar a UNIDADE II: Aquarela: exploração de materiais 2.1. Desenho livre com aquarela. 2.2. Pintura com expressivos diversificados. aquarela. 06. Estratégias de Ensino Apresentação dos materiais para livre exploração através do desenho. 07. Carga Horária 4 h/aula 08. Procedimentos de Avaliação 10. Recursos Didáticos Processos contínuos, cumulativos e evolutivos, realizados sistematicamente, durante as aulas e durante as vivências contemplativas (individual) Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Pastel-a-óleo; Estopa. Expor materiais alternativos e técnicas diferenciadas de expressão artística. 4 h/aula Processos contínuos, cumulativos e evolutivos, realizados sistematicamente, durante as aulas e durante as vivências contemplativas (individual) Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Estopa. 4 h/aula Processos contínuos, cumulativos e evolutivos, realizados sistematicamente, durante as aulas e durante as vivências contemplativas (individual) Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Pastel-a-óleo; Estopa. Processos cumulativos e Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Identificar e promover a expressividade através de técnicas artísticas diferenciadas. UNIDADE III: Expressão artística: 3.1. Composição artística com pastel a óleo. 3.2. Composição artística com aquarela. 3.3 Composição mista de aquarela com pastel a óleo. Exercícios de criação artística para explorar a expressividade através das artes visuais. Verificar a facilitação no processo de UNIDADE Cultura Amazônica: Apresentar e discutir a presença da IV: 4.1. 4 h/aula contínuos, evolutivos, 192 criação artística do uso da cultura amazônica. Criar e recriar a cultura amazônica utilizando técnicas de pintura facilitadoras no processo de expressão artística. Desenho dirigido do lendário amazônico. 4.2. Pintura dirigida do lendário amazônico. UNIDADE V: A cultura Amazônica nas Artes Visuais: 5.1. Expressão artística da cultura Amazônica na vida. 5.2. Expressão artística da cultura Amazônica nas Artes Visuais. cultura amazônica no dia-a-dia de cada um. Propor o uso da cultura amazônica nas composição artísticas. 4 h/aula realizados sistematicamente, durante as aulas e durante as vivências contemplativas (individual) Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Pastel-a-óleo; Estopa. Processos contínuos, cumulativos e evolutivos, realizados sistematicamente, durante as aulas e durante as vivências contemplativas (individual) Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Pastel-a-óleo; Estopa. 193 09. REFERÊNCIAS BÁSICAS: BAKHTIN, M. A Estética da Criação Verbal. São Paulo - SP: Martins Fontes, 1992. BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1978. BUORO, Anamelia Bueno. Olhos que pintam: a leitura da imagem e o ensino da arte. São Paulo: Cortez,2002. DORFLES, Gillo. O devir das artes; tradução Pier Luigi Cabra; revisão da tradução Eduardo Brandão, São Paulo – SP: Martins Fontes, 1992. FERRAZ, M. Heloísa C. de T.; FUSARI, M. F. de Rezende. Metodologia do Ensino da Arte. São Paulo: Cortez, 1993. FUSARI, M. F. de Rezende; FERRAZ, M. Heloísa C. de T. Arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1993. LOUREIRO, João de Jesus Paes, Cultura Amazônica, uma poética do Imaginário, São Paulo, Escrituras, 2000. 10. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES: BUSCAGLIA, Leo. Os deficientes e seus pais – um desafio ao aconselhamento (Tradução de Raquel Mendes).Rio de Janeiro: Record, 1997. CIAVATTA & ALVES(orgs). A leitura de imagens na pesquisa social: história, comunicação e educação. São Paulo: Cortez, 2004. ELDER CARVALHO, Rosita. Educação inclusiva com os pingos nos “is”. Porto Alegre – RS: Mediação, 2004. MANTOAN, Maria Teresa Eglér; PRIETO, Rosângela Gavioi; ARANTES, Valéria Amorim (organizadora). Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo – SP: Sumus, 2006. PADILHA, Ana Maria Lunardi. Práticas pedagógicas na educação especial: a capacidade de significar o mundo e a inserção cultural do deficiente mental, Campinas – SP: Autores Associados,2001. VALDÉS, Maria Teresa M. A educação especial na perspectiva de Vygotsky. Fortaleza - CE: Edições Demócrito Rocha, 2003. VOIVODIC, Maria Antonieta M. A. Inclusão escolar de crianças com Síndrome de Down. Petrópolis – RJ: Vozes, 2004. VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente, SP, Martins Fontes, 1998. WERNECK, Cláudia. Muito prazer, eu existo: um livro sobre as pessoas com síndrome de Down. Rio de Janeiro – RJ: WVA, 1993. 194 APÊNDICE C – Plano de aula da oficina PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO (PPPE) - Programa de Mestrado em Comunicação Linguagens e Cultura PROJETO: ESPECIarte 1ª aula Conteúdo 2 h/a Desenho livre com lápis PLANO DE AULA Objetivo Esboçar o nível de desenvolvimento expressivo através do desenho Atividade Recursos Materiais Desenhar livremente aquilo que mais gosta Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Pastela-óleo; Estopa. Observações Turma 01: Aluno 01: Aluno 02: Observações Turma 02: Aluno 03: Aluno 04: 2ª aula Conteúdo Objetivo Atividade 2 h/a Desenho livre com o pastel a óleo. Esboçar o nível de desenvolvimento expressivo através do pastel á óleo Desenhar livremente aquilo que mais gosta Observações Turma 01: Aluno 01: Aluno 02: 195 Observações Turma 02: Aluno 03: Aluno 04: PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO (PPPE) - Programa de Mestrado em Comunicação Linguagens e Cultura PROJETO: ESPECIarte 3ª aula 2 h/a Conteúdo Desenho livre com aquarela. PLANO DE AULA Objetivo Atividade Realizar a exploração de materiais expressivos diversificados Desenhar livremente aquilo que mais gosta Observações Turma 01: Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Estopa. Aluno 01: Aluno 02: Observações Turma 02: Aluno 03: Aluno 04: 4ª aula 2 h/a Aluno 01: Aluno 02: Conteúdo Pintura com aquarela Objetivo Atividade Esboçar o nível de Pintar com desenvolvimento aquarela expressivo através da expressando aquarela com temática um sentimento. definida. Observações Turma 01: Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Estopa. 196 Observações Turma 02: Aluno 03: Aluno 04: PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO (PPPE) - Programa de Mestrado em Comunicação Linguagens e Cultura PROJETO: ESPECIarte 5ª aula 2 h/a Conteúdo Composição artística com pastel a óleo PLANO DE AULA Objetivo Identificar e promover a expressividade através de técnicas artísticas diferenciadas. Atividade Pintar com pastel á óleo relações do cotidiano Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Pastel-a-óleo; Estopa. Observações Turma 01: Aluno 01: Aluno 02: Observações Turma 02: Aluno 03: Aluno 04: 6ª aula 2 h/a Conteúdo Pintura com aquarela Objetivo Identificar e promover a expressividade através de técnicas artísticas diferenciadas. Observações Turma 01: Aluno 01: Atividade Pintar com aquarela expressando desejos Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Estopa. 197 Aluno 02: Observações Turma 02: Aluno 03: Aluno 04: PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO (PPPE) - Programa de Mestrado em Comunicação Linguagens e Cultura PROJETO: ESPECIarte 7ª aula 2 h/a Conteúdo . Desenho dirigido do lendário amazônico PLANO DE AULA Objetivo Atividade Apresentar e discutir a Discutir no ponto presença da cultura de vista de cada amazônica no dia-a-dia de um a cultura cada um. amazônica em seguida pedir para reproduzir Observações Turma 01: Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Pastel-a-óleo; Estopa. Aluno 01: Aluno 02: Observações Turma 02: Aluno 03: Aluno 04: 8ª aula 2 h/a Conteúdo Pintura dirigida do lendário amazônico. Objetivo Apresentar e discutir a presença da cultura amazônica no dia-a-dia de Atividade Discutir no ponto de vista de cada um a cultura Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; 198 cada um. amazônica em seguida pedir para expressar. Observações Turma 01: Thinner; Aquarela; Estopa. Tinta Água; Aluno 01: Aluno 02: Observações Turma 02: Aluno 03: Aluno 04: PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO (PPPE) - Programa de Mestrado em Comunicação Linguagens e Cultura PROJETO: ESPECIarte 9ª aula 2 h/a Conteúdo Expressão artística da cultura Amazônica na vida. PLANO DE AULA Objetivo Atividade Criar e recriar a cultura Apresentar a amazônica utilizando cultura técnicas de pintura amazônica facilitadoras no processo através de de expressão artística. imagens em seguida reproduzir Observações Turma 01: Aluno 01: Aluno 02: Observações Turma 02: Aluno 03: Aluno 04: Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Pastel-a-óleo; Estopa. 199 10ª aula 2 h/a Conteúdo Expressão artística da cultura Amazônica nas Artes Visuais. Objetivo Expressar a cultura amazônica utilizando técnicas de pintura facilitadoras na expressão artística. Atividade Pintar expressando sua forma individual de ver a cultura amazônica Observações Turma 01: Aluno 01: Aluno 02: Observações Turma 02: Aluno 03: Aluno 04: Recursos Materiais Papel A4; Papel Vergê 180g; Lápis B2; Borracha; Fita gomada; Thinner; Tinta Aquarela; Água; Estopa. 200 APÊNDICE D – Roteiro de entrevista do Corpo Técnico PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO (PPPE) - Programa de Mestrado em Comunicação Linguagens e Cultura PESQUISA: A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA ROTEIRO DE ENTREVISTA (1) PARA COLETA DE DADOS (PESQUISA ETNOGRÁFICA) DO CORPO TÉCNICO I- IDENTIFICAÇÂO: Sujeito Nº: _____ Nome:____________________________________________________Idade:_______ Numero: Endereço:_____________________________________________________________ Bairro: ____________ Telefone: ____________Distrito/ Cidade: __________________ Sexo: ____ Naturalidade: ______________ Se de outro estado, Quanto tempo reside no Pará? Estado Civil: _________ nº. Filhos: ___nº. Irmãos: ___Escolaridade: ______________. Profissão: ________________________ Área de ensino: Tempo: ___________ Há quanto tempo a instituição desenvolve suas atividades? II- ROTEIRO DE ENTREVISTA: 1. Quanto tempo conhece os aluno em questão? 2. Há quanto tempo cada um desses alunos começaram a frequentar a escola? 3. Há quanto tempo você se relaciona com estes alunos? 4. Os pais ou responsáveis têm uma participação efetiva no acompanhamento escolar dos alunos? 5. Há queixas dos pais ou responsáveis em relação ao desenvolvimento do aluno? (Quais?) 6. Houveram ganhos significativos? (Quais?) 7. Como você explicaria a nível sentimental afetiva sua relação com estes alunos, e que tipo de demonstração de carinho são comum com eles? 8. Alguma vez demonstraram sentimento contrário ao de carinho? (Com que frequência? E por quais motivos?) 9. Você tem uma relação de amizade fora da escola com o aluno? (Por exemplo) 10. Como você definiria comportamentalmente estes alunos? 11. Apresentam alguma dificuldade física? (Quais?) 12. Apresentam algum grau de agressividade, e com que frequência? 13. Quais os desejos e expectativas dos mesmos? 14. Quais as barreiras que existem para alcançar estes desejos? 15. Apresentam um bom relacionamento com os demais alunos? 201 16. Convivem com outras pessoas de idade cronológica similar na sala de aula? 17. Apresentam um bom relacionamento social? 18. Sentem algum tipo de discriminação social? (Quais?) 19. No seu ponto de vista, se houver quais os motivos que levam a discriminação dos mesmos? 20. Quais as dificuldades que poderiam ser apontadas como barreira na socialização dos mesmos? 21. Se expressam com alguma dificuldade? 22. Quais as barreiras que interferem no processo de expressão? 23. Expressam suas emoções com facilidade? 24. Quais os sentimentos que são expressados pelos mesmos com mais facilidade? 25. Apresentam problema na concentração? 26. Quanto tempo em média mantém-se concentrado? 27. O que mais desvia a atenção dos mesmos no desenvolvimento de suas atividades? 28. Costumam relutar em atender aos comandos solicitados? 29. Apresentam dificuldade na comunicação oral? Se afirmativo qual o tipo de dificuldade? 30. Quais as atividades/escolas frequentada(s) hoje? (citar)................... 31. A escola costuma passar atividades a serem desenvolvidas em casa? (Quais, por exemplo?) 32. As atividades que são enviadas para fazer fora da escola apresentam diferenças das realizadas na escola? (Por quê?) 33. Existe algum incentivo por parte da família na inserção do mesmo em atividades artísticas? (Quais incentivos? E quais atividades) 34. A escola incentiva alguma atividade artística a ser desenvolvida fora da Instituição? (Quais?) (Onde?) 35. Gostam de trabalhar com desenho e pintura e com que frequência? 36. Os trabalhos de arte deles passam visivelmente algum tipo claro e objetivo de expressão? 37. Quando se deu o contato com o ensino das artes visuais de forma sistematizada na Escola? 38. Você considera satisfatória a forma como esta disciplina é trabalhada na Escola? 39. O tempo de aula trabalhada na escola é suficiente para desenvolvimento das aulas de artes visuais? 40. Você acha a arte importante como expressão? 41. Há estímulo na Escola ao ensino da arte? (Exemplifique) 42. Quais atividades são trabalhadas relacionando a cultura amazônica com o desenvolvimento do aluno? 43. A escola costuma levá-los a espaços ou atividades de referência cultural regional como forma de valorizar a cultura amazônica? (Quais? E com que frequência?) (E gostam?) 44. Como se dá o comportamento do aluno frente a estas vivências fora da sala de aula? 202 45. Existem períodos pontuais em que a cultura amazônica é colocada em Voga? (Quais?) 46. Seria mais fácil trabalhar com artes visuais se ela fosse dirigida a cultura amazônica? 47. Como você vê a inter-relação artes visuais-cultura amazônica-expressão de sentimentos e comunicação? Considerações para a análise de dados coletados em uma pesquisa etnográfica Características: o ambiente natural como fonte de dados o pesquisador como principal instrumento o dados descritivos (detalhados) o preocupação com o processo (e não com o resultado) o perspectiva do sujeito o processo indutivo Critérios: o flexibilidade o contato pessoal o imersão no campo o variação na coleta de dados Pressupostos: o As artes visuais colaboram para a liberação das emoções o o o das Pessoas com Síndrome de Down A sistematização do Ensino das artes visuais promove o aceleramento da afetividade das Pessoas com Síndrome de Down A inserção da cultura, em particular, da amazônica pode ser facilitadora no processo expressivo das Pessoas com Síndrome de Down Entender como a inserção da cultura amazônica no trabalho de artes visuais, possa vir a facilitar a liberação das emoções e afetividade das Pessoas com Síndrome de Down e consequentemente seu processo expressivo. Etapas: o Exploração: definição de problemas, contatos para imersão, observações. o Decisão: busca sistemática de dados para compreender e interpretar o problema o Descoberta: explicação da realidade, desenvolvimento de teorias. 203 APÊNDICE E – Roteiro de entrevista dos Professores PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO (PPPE) - Programa de Mestrado em Comunicação Linguagens e Cultura PESQUISA: A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA ROTEIRO DE ENTREVISTA (1) PARA COLETA DE DADOS (PESQUISA ETNOGRÁFICA) DOS PROESSORES II- IDENTIFICAÇÂO: Sujeito Nº: _____ Nome:____________________________________________________Idade:_______ Numero: Endereço:_____________________________________________________________ Bairro: ____________ Telefone: ____________Distrito/ Cidade: __________________ Sexo: ____ Naturalidade: ______________ Se de outro estado, Quanto tempo reside no Pará? Estado Civil: _________ nº. Filhos: ___nº. Irmãos: ___Escolaridade: ______________. Profissão: ________________________ Área de ensino: Tempo: ___________ Quanto tempo trabalha com o aluno? II- ROTEIRO DE ENTREVISTA: 01. Os Alunos demonstram claramente carinho por você? (Como?) 02. Como você explicaria a nível sentimental afetiva sua relação com estes alunos? 03. Alguma vez demonstraram sentimento contrário ao de carinho? (Com que frequência? E por quais motivos?) 04. Apresentam algum grau de agressividade, e com que frequência? 05. Como você definiria comportamentalmente estes alunos? 06. Convivem com outras pessoas de idade cronológica similar na sala de aula? 07. Apresentam um bom relacionamento social? 08. Quais as dificuldades que poderiam ser apontadas como barreira na socialização dos mesmos? 09. Sentem algum tipo de discriminação social? (Quais?) 10. Quais os desejos e expectativas dos mesmos? 11. Quais as barreiras que existem para alcançar estes desejos? 12. Se expressam com alguma dificuldade? 13. Quais as barreiras que interferem no processo de expressão? 14. Expressam suas emoções com facilidade? 15. Quais os sentimentos expressados pelos mesmos com mais facilidade? 16. Apresentam problema na concentração? 204 17. Quanto tempo em média mantém-se concentrado? 18. O que mais desvia a atenção dos mesmos no desenvolvimento de suas atividades? 19. Costumam relutar em atender aos comandos solicitados? 20. Quais as atividades mais significativas trabalhadas por você com o aluno? 21. Quando existem atividades integradoras desenvolvidas fora da escola costumam participar com que frequência? 22. Os pais ou responsáveis têm uma participação efetiva no acompanhamento escolar dos alunos? 23. As atividades que são enviadas para fazerem fora da escola apresentam diferenças das realizadas na escola? (Por quê?) 24. A escola incentiva alguma atividade artística a ser desenvolvida fora da Instituição? (Quais?) (Onde?) 25. Quais as queixas dos pais ou responsáveis em relação ao desenvolvimento dos alunos? 26. Você costuma passar atividades a serem desenvolvidas em casa? 27. Você passa alguma atividade artística a ser desenvolvida fora da Instituição? (Quais?) (Onde?) 28. Eles gostam de trabalhar com desenho e pintura e com que frequência? 29. O que elas comentam? 30. Quando se deu o contato com o ensino das artes visuais de forma sistematizada na Escola? 31. Você considera satisfatória a forma como esta disciplina é trabalhada na Escola? 32. O tempo de aula trabalhada na escola é suficiente para desenvolvimento das aulas de artes visuais? 33. Você se identifica com a cultura amazônica? 34. O que você pode citar que identifique a cultura amazônica? 35. Quais atividades artísticas da cultura amazônica mais lhe emocionam? 36. Você se emociona ou já se emocionou com alguma manifestação da cultura amazônica? 37. Você se considera parte da cultura da região? Por quê? 38. A Escola costuma levá-los a participarem de locais ou eventos que vivenciam e valorizam a cultura amazônica? (Quais?) 39. Você trabalha em sala de aula com a cultura amazônica? 40. Quais atividades são trabalhadas relacionando a cultura amazônica? 41. Existem períodos pontuais em que a cultura amazônica é colocada em Voga? (Quais?) 42. Seria mais fácil trabalhar com artes visuais se ela fosse dirigida a cultura amazônica? 43. Como você vê a inter-relação artes visuais-cultura amazônica-expressão de sentimentos e comunicação? 44. Houveram ganhos significativos? Sujeito 1: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAIS?________________________________ Sujeito 2: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAIS?________________________________ Sujeito 3: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAIS?________________________________ Sujeito 4: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAIS?________________________________ 205 45. Você tem uma relação de amizade fora da escola com o aluno? (Por exemplo) Sujeito 1: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 2: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 3: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 4: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ 46. Apresenta alguma dificuldade física? Sujeito 1: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 2: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 3: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 4: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ 47. Apresenta dificuldade na comunicação oral? Se afirmativo qual o tipo de dificuldade? Sujeito 1: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 2: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 3: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 4: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ 48. Tem um bom relacionamento com os demais alunos? Sujeito 1: ( )SIM ( )NÃO ( )EM PARTE Sujeito 2: ( )SIM ( )NÃO ( )EM PARTE Sujeito 3: ( )SIM ( )NÃO ( )EM PARTE Sujeito 4: ( )SIM ( )NÃO ( )EM PARTE 49. Quais as atividades/escolas frequentada(s) hoje? Sujeito 1:QUAL?________________________________________________________________ Sujeito 2 QUAL?________________________________________________________________ Sujeito 3 QUAL?________________________________________________________________ Sujeito 4:QUAL?________________________________________________________________ 50. Você consegue perceber algum incentivo por parte da família na inserção dos mesmos em atividades artísticas? (Quais incentivos? E quais atividades) Sujeito 1: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 2: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 3: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 4: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ 51. Os trabalhos de arte deles passam visivelmente algum tipo claro e objetivo de expressão? Sujeito 1: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 2: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 3: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 4: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ 52. As pessoas gostam do resultado do produto artístico deles? Sujeito 1: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 2: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 3: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Sujeito 4: ( )SIM ( )NÃO ( )PARCIAL QUAL?_________________________________ Considerações para a análise de dados coletados em uma pesquisa etnográfica Características: o ambiente natural como fonte de dados o pesquisador como principal instrumento o dados descritivos (detalhados) o preocupação com o processo (e não com o resultado) o perspectiva do sujeito o processo indutivo Critérios: o flexibilidade o contato pessoal o imersão no campo o variação na coleta de dados Pressupostos: 206 o o o o As artes visuais colaboram para a liberação das emoções das Pessoas com Síndrome de Down A sistematização do Ensino das artes visuais promove o aceleramento da afetividade das Pessoas com Síndrome de Down A inserção da cultura, em particular, da amazônica pode ser facilitadora no processo expressivo das Pessoas com Síndrome de Down Entender como a inserção da cultura amazônica no trabalho de artes visuais, possa vir a facilitar a liberação das emoções e afetividade das Pessoas com Síndrome de Down e consequentemente seu processo expressivo. Etapas: o Exploração: definição de problemas, contatos para imersão, observações. o Decisão: busca sistemática de dados para compreender e interpretar o problema o Descoberta: explicação da realidade, desenvolvimento de teorias. 207 APÊNDICE F – Roteiro de entrevista (01) dos Responsáveis PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO (PPPE) - Programa de Mestrado em Comunicação Linguagens e Cultura PESQUISA: A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA ROTEIRO DE ENTREVISTA (1) PARA COLETA DE DADOS (PESQUISA ETNOGRÁFICA) DO REPONSÁVEL III- IDENTIFICAÇÂO: Sujeito Nº: _____ Responsável (nome) :____________________________________________________Idade:_______ Profissão: ________________________ Naturalidade: ______________ Se de outro estado, Quanto tempo reside no Pará? Aluno (nome) :__________________________________________________________Idade:_______ Endereço:_____________________________________________________________ Bairro: ____________ Telefone: ____________Distrito/ Cidade: __________________ Grau de Parentesco:________________Familia: ___Pai ___Mãe ___Irmãos Quantos?___ Outros:______________________________ II- ROTEIRO DE ENTREVISTA: 01. Como foi a descoberta na época? 02. Como foi quando ele nasceu? 03. Como é ter um filho Down? 04. Qual a idade cronológica e a idade mental do mesmo? 05. Conviveu na infância com outras crianças de idade cronológica similar no seio familiar? 06. Na Infância relacionava-se bem com todos os integrantes familiares? 07. Surgiram dificuldades de relacionamento familiar posteriormente? (Quais?) 08. Há algum parente especificamente que ainda não tenha aceito por completo o fato dele ser Down? 09. Qual a faixa etária das pessoas que moram com ele atualmente? 10. Tem um bom relacionamento com os demais familiares? 11. Apresenta algum tipo de deficiência física? 12. Apresenta algum grau de agressividade, e com que frequência? 13. Quais os desejos e expectativas do mesmo? 14. Quais as barreiras que existem para alcançar estes desejos? 15. Se expressa com alguma dificuldade? 208 16. Quais as barreiras que interferem no processo de expressão? 17. Expressa suas emoções com facilidade? 18. Quais os sentimentos expressados pelo mesmo com mais facilidade? 19. Apresenta um bom relacionamento social? 20. Sente algum tipo de discriminação social? (Quais?) 21. No seu ponto de vista, se houver quais os motivos que levam a discriminação do mesmo? 22. Quais as dificuldades que poderiam ser apontadas como barreira na socialização do mesmo? 23. Quando começou o processo de escolarização? 24. Quais os tipos de escolas já frequentadas? 25. Quais as atividades/escolas freqüentada(s) hoje? (citar)................... 26. Houve demora no processo comunicacional do mesmo na infância? 27. Frequentou especialistas para auxiliar no processo comunicacional? Quais? Por quanto tempo? 28. A família desenvolvia alguma atividade que facilitasse o processo comunicacional do mesmo na infância? (Quais?) 29. Apresenta dificuldade na comunicação oral? Se afirmativo qual o tipo de dificuldade? 30. Exerce atividades artísticas fora da Instituição? (Quais?) (Onde?) 31. Quando foi o primeiro contato com o ensino de artes? (família, vizinhos, amigos...) 32. Gosta de trabalhar com desenho e pintura e com que frequência? 33. Desenvolvem em casa, por diversão, atividades artísticas? (Quais?) 34. Seus trabalhos de arte passam visivelmente algum tipo claro e objetivo de expressão ? 35. Alguém de sua família exerce algum tipo destas atividades? 36. Como foi o começo? Descreva. (idade, o momento, a necessidade, o gosto, a curiosidade...). 37. Quanto tempo (dia/hora, semana, mês...) se dedica a este tipo de atividade? 38. As pessoas gostam do resultado do produto? 39. O que elas comentam? 40. Como a sua comunidade (seu bairro, seus vizinhos) vê o desenvolvimento dessa atividade? 41. Quais ferramentas que ele utiliza para desenvolver seu trabalho? 42. Quando se deu o contato com o ensino das artes visuais de forma sistematizada na Escola? 43. Você considera satisfatória a forma como esta disciplina é trabalhada na Escola? 44. O tempo de aula trabalhada na escola é suficiente para desenvolvimento das aulas de artes visuais? 45. Qual sua opinião quando vê que as pessoas se interessam, ou não, pelo resultado do trabalho dele? 209 46. Você se identifica com a cultura amazônica? 47. O que você pode citar que identifique a cultura amazônica? 48. A família costuma levá-lo a participar de locais ou eventos que vivenciam e valorizam a cultura amazônica? (Quais?) 49. Quais atividades artísticas da cultura amazônica mais lhe emocionam? 50. Você se emociona ou já se emocionou com alguma manifestação da cultura amazônica? 51. Você se considera parte da cultura da região? Por quê? 52. Seria mais fácil trabalhar com artes visuais se ela fosse dirigida a cultura amazônica? 53. Você estimularia atividades, como desenho e pintura durante as férias? Considerações para a análise de dados coletados em uma pesquisa etnográfica Características: o ambiente natural como fonte de dados o pesquisador como principal instrumento o dados descritivos (detalhados) o preocupação com o processo (e não com o resultado) o perspectiva do sujeito o processo indutivo Critérios: o flexibilidade o contato pessoal o imersão no campo o variação na coleta de dados Pressupostos: o As artes visuais colaboram para a liberação das emoções o o o das Pessoas com Síndrome de Down A sistematização do Ensino das artes visuais promove o aceleramento da afetividade das Pessoas com Síndrome de Down A inserção da cultura, em particular, da amazônica pode ser facilitadora no processo expressivo das Pessoas com Síndrome de Down Entender como a inserção da cultura amazônica no trabalho de artes visuais, possa vir a facilitar a liberação das emoções e afetividade das Pessoas com Síndrome de Down e consequentemente seu processo expressivo. Etapas: o Exploração: definição de problemas, contatos para imersão, observações. o Decisão: busca sistemática de dados para compreender e interpretar o problema o Descoberta: explicação da realidade, desenvolvimento de teorias. 210 APÊNDICE G – Roteiro de entrevista (02) dos Responsáveis PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO (PPPE) - Programa de Mestrado em Comunicação Linguagens e Cultura PESQUISA: A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICAROTEIRO DE ENTREVISTA (2) PARA COLETA DE DADOS (PESQUISA ETNOGRÁFICA) DO REPONSÁVEL IV- IDENTIFICAÇÂO: Numero: _____ Responsável (nome) :____________________________________________________Idade:_______ Profissão: ________________________ Naturalidade: ______________ Se de outro estado, Quanto tempo reside no Pará? Aluno (nome) :__________________________________________________________Idade:_______ Endereço:_____________________________________________________________ Bairro: ____________ Telefone: ____________Distrito/ Cidade: __________________ Grau de Parentesco:________________Familia: ___Pai ___Mãe ___Irmãos Quantos?___ Outros:______________________________ II- ROTEIRO DE ENTREVISTA: 01. Houve algum tipo de mudança a partir do momento que esta atividade começou a ser desenvolvida? (Quais?) 02. Apresentou melhoras nas dificuldades de relacionamento familiar? (Quais?) 03. Houveram mudanças na relação com algum parente especificamente que ainda não tinha aceito por completo o fato dele ser Down? 04. Houveram ganhos no relacionamento com os demais familiares? 05. Apresentou mudanças na possível agressividade? 06. Os desejos e expectativas continuam os mesmos? 07. Quais as barreiras que ainda existem para alcançar estes desejos? 08. Se expressa agora com maior facilidade? 09. Quais as barreiras que ainda interferem no processo de expressão? 10. Expressa suas emoções agora com facilidade? 11. Quais os sentimentos expressados pelo mesmo com mais facilidade? 12. Ajudou a melhorar o relacionamento social? 13. Interferiu positivamente no que concerne a discriminação social? (Como?) 14. Em nível de comportamento, você considera que houveram ganhos? (Quais?) 211 15. No nível psicológico, você considera que houveram ganhos? (Quais?) 16. Apresentou melhora na comunicação oral? Se afirmativo qual? 17. Passou a exercer atividades artísticas fora da Instituição? (Quais?) (Onde?) 18. Com que frequência passou a gostar de trabalhar com desenho e pintura? 19. Passou a desenvolver em casa, por diversão, atividades artísticas? (Quais?) 20. Seus trabalhos de arte passaram a ter visivelmente algum tipo claro e objetivo de expressão ? 21. Alguém de sua família passou a exercer algum tipo destas atividades? 22. Quanto tempo (dia/hora, semana, mês...) se dedica agora a este tipo de atividade? 23. As pessoas passaram a gostar do resultado do produto? 24. O que elas comentam agora? 25. Como a sua comunidade (seu bairro, seus vizinhos) veem o desenvolvimento dessa atividade? 26. Qual sua opinião agora quando vê que as pessoas se interessam, ou não, pelo resultado do trabalho dele? 27. Você passou a se identificar com a cultura amazônica? 28. A família passou a levá-lo a participar de locais ou eventos que vivenciam e valorizam a cultura amazônica? (Quais?) 29. Você se emocionou com algum dos trabalhos realizados por ele que envolvem a cultura amazônica? 30. Quando você viu o resultado final, o objeto pronto, o que você sentiu? 31. Qual o produto que lhe deu maior alegria/satisfação durante e ao final do trabalho? 32. Como você associa estes produtos com a sua vida e a vida do lugar que você mora? 33. Fale algumas coisas sobre tudo isto aqui que você viveu e fez suas emoções e desencantos... 34. Você considera que foi satisfatório a forma como esta oficina foi trabalhada? 35. O tempo de aula trabalhada nesta oficina foi suficiente para desenvolvimento das aulas de artes visuais? Considerações para a análise de dados coletados em uma pesquisa etnográfica Características: o ambiente natural como fonte de dados o pesquisador como principal instrumento o dados descritivos (detalhados) o preocupação com o processo (e não com o resultado) o perspectiva do sujeito o processo indutivo Critérios: o flexibilidade o contato pessoal o imersão no campo o variação na coleta de dados 212 Pressupostos: o As artes o o o visuais colaboram para a liberação das emoções das Pessoas com Síndrome de Down A sistematização do Ensino das artes visuais promove o aceleramento da afetividade das Pessoas com Síndrome de Down A inserção da cultura, em particular, da amazônica pode ser facilitadora no processo expressivo das Pessoas com Síndrome de Down Entender como a inserção da cultura amazônica no trabalho de artes visuais, possa vir a facilitar a liberação das emoções e afetividade das Pessoas com Síndrome de Down e consequentemente seu processo expressivo. Etapas: o Exploração: definição de problemas, contatos para imersão, observações. o Decisão: busca sistemática de dados para compreender e interpretar o problema o Descoberta: explicação da realidade, desenvolvimento de teorias. 213 APÊNDICE H – Gráficos com resultado das entrevistas realizado no NVIVO 08 CLASSE – CORPO TÉCNICO (CATEGORIA >> RELACIONAMENTO PROFISSIONAL-ALUNO) 214 215 CLASSE – CORPO TÉCNICO (CATEGORIA >> COMPORTAMENTO ALUNO) 216 217 218 219 CLASSE – CORPO TÉCNICO (CATEGORIA >> ESCOLA E ARTES) 220 221 222 CLASSE – CORPO TÉCNICO (CATEGORIA >> CULTURA) 223 224 CLASSE – PROFESSORES (CATEGORIA >> DESENVOLVIMENTO HUMANO) 225 226 CLASSE – PROFESSORES (CATEGORIA >> RELACIONAMENTO E COMPROMISSO) 227 228 CLASSE – PROFESSORES (CATEGORIA >> ARTE E ESCOLA) 229 230 CLASSE – PROFESSORES (CATEGORIA >> CULTURA AMAZÔNICA E ARTES) 231 232 CLASSE – PROFESSORES (CATEGORIA >> ARTES E COMUNICAÇÃO) 233 234 235 CLASSE – RESPONSÁVEIS (CATEGORIA >> CONVIVÊNCIA FAMILIAR) 236 237 CLASSE – RESPONSÁVEIS (CATEGORIA >> AFETIVIDADE E RELACIONAMENTO) 238 239 CLASSE – RESPONSÁVEIS (CATEGORIA >> ESCOLA E COMUNICAÇÃO) 240 241 CLASSE – RESPONSÁVEIS (CATEGORIA >> ARTES) 242 243 244 CLASSE – RESPONSÁVEIS (CATEGORIA >> CULTURA AMAZÔNICA) 245 246 247 ANEXOS 248 ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MAIORES CORPO TÉCNICO 01 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA MAIORES A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Eliana Maria Viegas Lopes, residente e domiciliado na Travessa 14 de Março, 2409. Bairro: Nazaré, portador da Cédula de identidade, RG 1456789, e inscrito no CPF125.478.986-22 nascido (a) em 09/11/1962, abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo “A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: I) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental. nos Municípios como Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas. A investigação é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos. II) Para a coleta de informações as pessoas participantes pertencem direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos. 249 III) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário da entrevista; IV) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me causará algum gasto, pois não existe relação alguma com procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados na pesquisa; V) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; VI) A desistência não causará prejuízo algum à minha saúde, pois inexistem no projeto atendimentos ou tratamentos médicos; VII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da educação e cultura regionais e não causará nenhum risco; VIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; IX) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; X) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. (X ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 15 de março de 2010. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. (CT 01) Participante: 250 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 251 ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MAIORES - CORPO TÉCNICO 02 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA MAIORES A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Rosália Nunes de Souza, residente e domiciliado na Avenida Nazaré, 1001, Ap.603. Bairro: Nazaré, portador da Cédula de identidade, RG 1653465, e inscrito no CPF 189.456.009-53 nascido (a) em 12/08/1966, abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo “A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: XI) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental. nos Municípios como Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas. A investigação é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos. XII) Para a coleta de informações as pessoas participantes pertencem direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos. 252 XIII) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário da entrevista; XIV) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me causará algum gasto, pois não existe relação alguma com procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados na pesquisa; XV) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; XVI) A desistência não causará prejuízo algum à minha saúde, pois inexistem no projeto atendimentos ou tratamentos médicos; XVII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da educação e cultura regionais e não causará nenhum risco; XVIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; XIX) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; XX) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. (X) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 15 de março de 2010. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. (CT 02) Participante: 253 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 254 ANEXO C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MAIORES - PROFESSOR 01 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA MAIORES A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Roseane Moura Passos dos Santos, residente e domiciliado na Avenida marquês de Herval, 1035. Bairro: Pedreira, portador da Cédula de identidade, 1890854, e inscrito no CPF 199.345.675-52 nascido (a) em 16/08/1966, abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo “A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: XXI) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental. nos Municípios como Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas. A investigação é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos. XXII) Para a coleta de informações as pessoas participantes pertencem direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o 255 sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos. XXIII) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário da entrevista; XXIV) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me causará algum gasto, pois não existe relação alguma com procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados na pesquisa; XXV) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; XXVI) A desistência não causará prejuízo algum à minha saúde, pois inexistem no projeto atendimentos ou tratamentos médicos; XXVII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da educação e cultura regionais e não causará nenhum risco; XXVIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; XXIX) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; XXX) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. (X) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 16 de março de 2010. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. (PR 01) Participante: 256 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 257 ANEXO D – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MAIORES - PROFESSOR 02 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA MAIORES A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Marlete de Moraes Vilarroel, residente e domiciliado na Almirante Barroso, 4801, bloco B, AP.104, portador da Cédula de identidade, RG 1980976, e inscrito no CPF 210.345.652-23, nascido (a) em 10/10/1966 , abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo “A ARTEDOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: XXXI) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental. nos Municípios como Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas. A investigação é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos. XXXII) Para a coleta de informações as pessoas participantes pertencem direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos. 258 XXXIII) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário da entrevista; XXXIV) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me causará algum gasto, pois não existe relação alguma com procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados na pesquisa; XXXV) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; XXXVI) A desistência não causará prejuízo algum à minha saúde, pois inexistem no projeto atendimentos ou tratamentos médicos; XXXVII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da educação e cultura regionais e não causará nenhum risco; XXXVIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; XXXIX) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; XL) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. ( X ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 16 de março de 2010. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. (PR 02) Participante: 259 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 260 ANEXO E – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MAIORES - RESPONSAVEL 01 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA MAIORES A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Maria Rosa de Almeida, residente e domiciliado na Conjunto Maria Helena Neves Coutinho, Rua SN11, Qd.21, Casa 17. Bairro: Tenoné, portador da Cédula de identidade, RG 1780732, e inscrito no CPF 190.567.980-22 nascido (a) em 15/05/1956 , abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo “A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: XLI) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental. nos Municípios como Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas. A investigação é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos. XLII) Para a coleta de informações as pessoas participantes pertencem direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o 261 sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos. XLIII) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário da entrevista; XLIV) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me causará algum gasto, pois não existe relação alguma com procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados na pesquisa; XLV) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; XLVI) A desistência não causará prejuízo algum à minha saúde, pois inexistem no projeto atendimentos ou tratamentos médicos; XLVII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da educação e cultura regionais e não causará nenhum risco; XLVIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; XLIX) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; L) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. ( X ) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 17 de março de 2010. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. (R 01) Participante: 262 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 263 ANEXO F – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MAIORES - RESPONSAVEL 02 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA MAIORES A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Marcilene Leite da Silva, residente e domiciliado na Tv. Castelo Branco, 1480, entre Gentil e Conselheiro. Bairro: São Braz, portador da Cédula de identidade, RG 2568703, e inscrito no CPF 345.298.789-22 nascido (a) em 05/11/1972, abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo “A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: LI) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental. nos Municípios como Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas. A investigação é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos. LII) Para a coleta de informações as pessoas participantes pertencem direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o 264 sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos. LIII) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário da entrevista; LIV) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me causará algum gasto, pois não existe relação alguma com procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados na pesquisa; LV) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; LVI) A desistência não causará prejuízo algum à minha saúde, pois inexistem no projeto atendimentos ou tratamentos médicos; LVII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da educação e cultura regionais e não causará nenhum risco; LVIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; LIX) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; LX) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. (X) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 17 de março de 2010. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. (R 02) Participante: 265 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 266 ANEXO G – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MAIORES - RESPONSAVEL 03 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA MAIORES A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Maria Cidelice de Oliveira Angelin, residente e domiciliado na Avenida 25 de setembro, entre vileta e timbó, N.974 Bairro: Marco, portador da Cédula de identidade, RG 1020989, e inscrito no CPF 002.989.123-00 nascido (a) em 12/04/1929, abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo “A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: LXI) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental. nos Municípios como Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas. A investigação é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos. LXII) Para a coleta de informações as pessoas participantes pertencem direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o 267 sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos. LXIII) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário da entrevista; LXIV) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me causará algum gasto, pois não existe relação alguma com procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados na pesquisa; LXV) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; LXVI) A desistência não causará prejuízo algum à minha saúde, pois inexistem no projeto atendimentos ou tratamentos médicos; LXVII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da educação e cultura regionais e não causará nenhum risco; LXVIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; LXIX) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; LXX) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. (X) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 17 de março de 2010. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. (R 03) Participante: 268 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 269 ANEXO H – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MAIORES - RESPONSAVEL 04 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA MAIORES A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Francisca Ferreira Maciel, residente e domiciliado na Magalhães Barata, 1050, Ap.1394. Ed: Pedro Cardoso Bairro: São Braz, portador da Cédula de identidade, RG 1093246, e inscrito no CPF 098.982.567-24 nascido (a) em não quis revelar , abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como voluntário (a) do estudo “A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: LXXI) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental. nos Municípios como Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas. A investigação é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos. LXXII) Para a coleta de informações as pessoas participantes pertencem direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos. 270 LXXIII) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário da entrevista; LXXIV) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem como não me causará algum gasto, pois não existe relação alguma com procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados na pesquisa; LXXV) Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; LXXVI) A desistência não causará prejuízo algum à minha saúde, pois inexistem no projeto atendimentos ou tratamentos médicos; LXXVII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da educação e cultura regionais e não causará nenhum risco; LXXVIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, sendo minha participação voluntária; LXXIX) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados; LXXX) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. (X) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 17 de março de 2010. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. (R 04) Participante: 271 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 272 ANEXO I – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MENOR OU INCAPAZ - RESPONSAVEL 01 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Maria Rosa de Almeida, residente e domiciliado na Conjunto Maria Helena Neves Coutinho, Rua SN11, Qd.21, Casa 17. Bairro: Tenoné, portador da Cédula de identidade, RG 1780732, e inscrito no CPF 190.567.980-22 nascido (a) em 15/05/1956, responsável pelo menor (incapaz) Lucicléia Maria de Almeida, concordo de livre e espontânea vontade na sua participação como voluntário(a) do estudo “ A ARTE- DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: LXXXI) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental no Município de Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas desses alunos. A investigação, baseada na pesquisa etnográfica em educação, é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos; LXXXII) Para a coleta de dados as pessoas participantes devem ter vínculos direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos; 273 LXXXIII) O menor não é obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário de avaliação; LXXXIV) A participação neste projeto não tem objetivo de submeter o menor a um tratamento, bem como não causará nenhum gasto com relação aos procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados com o estudo; LXXXV) O menor tem a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; LXXXVI) A desistência não causará nenhum prejuízo à saúde ou bem estar físico do menor, com isso não virá a interferir no atendimento ou tratamento médico; LXXXVII) A participação do menor neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não causará nenhum risco à integridade física, psicológica, social e intelectual do mesmo; LXXXVIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, assim como, o menor do qual sou responsável, sendo minha autorização à participação do menor voluntária; LXXXIX) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo; XC) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que dados pessoais não sejam mencionados; XCI) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. (X) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 17 de março de 2010 Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. ( R 01 ) Responsável: 274 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 275 ANEXO J – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MENOR OU INCAPAZ - RESPONSAVEL 02 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Marcilene Leite da Silva, residente e domiciliado na Tv.Castelo Branco, 1480, entre Gentil e Conselheiro. Bairro: São Braz, portador da Cédula de identidade, RG 2568703, e inscrito no CPF 345.298.789-22 nascido (a) em 05/11/1972, responsável pelo menor (incapaz) Luiz Cláudio Gomes Ferreira, concordo de livre e espontânea vontade na sua participação como voluntário(a) do estudo “ A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: XCII) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental no Município de Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas desses alunos. A investigação, baseada na pesquisa etnográfica em educação, é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos; XCIII) Para a coleta de dados as pessoas participantes devem ter vínculos direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos; 276 XCIV) O menor não é obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário de avaliação; XCV) A participação neste projeto não tem objetivo de submeter o menor a um tratamento, bem como não causará nenhum gasto com relação aos procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados com o estudo; XCVI) O menor tem a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; XCVII) A desistência não causará nenhum prejuízo à saúde ou bem estar físico do menor, com isso não virá a interferir no atendimento ou tratamento médico; XCVIII) A participação do menor neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não causará nenhum risco à integridade física, psicológica, social e intelectual do mesmo; XCIX) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, assim como, o menor do qual sou responsável, sendo minha autorização à participação do menor voluntária; C) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo; CI) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que dados pessoais não sejam mencionados; CII) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. (X) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 17 de março de 2010 Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. (R 02) Responsável: 277 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 278 ANEXO K – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MENOR OU INCAPAZ - RESPONSAVEL 03 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Maria Cidelice de Oliveira Angelin, residente e domiciliado na Avenida 25 de setembro, entre vileta e timbó, N.974 Bairro: Marco, portador da Cédula de identidade, RG 1020989, e inscrito no CPF 002.989.123-00 nascido (a) em 12/04/1929, responsável pelo menor (incapaz) Everaldo de Oliveira Angelin, concordo de livre e espontânea vontade na sua participação como voluntário(a) do estudo “ A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: CIII) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental no Município de Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas desses alunos. A investigação, baseada na pesquisa etnográfica em educação, é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos; CIV) Para a coleta de dados as pessoas participantes devem ter vínculos direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos; 279 CV) O menor não é obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário de avaliação; CVI) A participação neste projeto não tem objetivo de submeter o menor a um tratamento, bem como não causará nenhum gasto com relação aos procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados com o estudo; CVII) O menor tem a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; CVIII) A desistência não causará nenhum prejuízo à saúde ou bem estar físico do menor, com isso não virá a interferir no atendimento ou tratamento médico; CIX) A participação do menor neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não causará nenhum risco à integridade física, psicológica, social e intelectual do mesmo; CX) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, assim como, o menor do qual sou responsável, sendo minha autorização à participação do menor voluntária; CXI) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo; CXII) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que dados pessoais não sejam mencionados; CXIII) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. (X) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 17 de março de 2010. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. (R 03) Responsável: 280 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 281 ANEXO L – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO PARA MENOR OU INCAPAZ - RESPONSAVEL 04 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA Você está sendo convidado (a) a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a você. Eu, Francisca Ferreira Maciel, residente e domiciliado na Magalhães Barata, 1050, Ap.1394. Ed: Pedro Cardoso Bairro: São Braz, portador da Cédula de identidade, RG 1093246, e inscrito no CPF 098.982.567-24 nascido (a) em não quis revelar, responsável pelo menor (incapaz) Ana Paula Ferreira Maciel, concordo de livre e espontânea vontade na sua participação como voluntário(a) do estudo “ A ARTE- DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA”. Estou ciente que: CXIV) Esta pesquisa é da área de Educação e pretende identificar e mapear as manifestações criativas, em que, se apropriando do ensino das Artes Visuais vem tratar o processo de comunicação, bem como registrar as possibilidades facilitadoras enquanto meio de expressão de alunos com deficiência mental no Município de Belém e apontar quais as expressões culturais contemporâneas desses alunos. A investigação, baseada na pesquisa etnográfica em educação, é feita pela aproximação com pessoas com síndrome de Down, seus familiares e educadores envolvidos no processo comunicacional dos mesmos através de entrevistas gravadas e também por registros feitos nos locais em que se desenvolve o processo educacional dos mesmos; CXV) Para a coleta de dados as pessoas participantes devem ter vínculos direta ou indiretamente ao Centro Integrado de Educação Especial – CIEES, escola conveniada à Secretaria Executiva de Educação, e especializada no atendimento a pessoas com deficiência mental que estão regularmente matriculados ou fazem parte do quadro funcional da mesma bem como mantém parentesco com o sujeito da pesquisa envolvida que poderão informar a respeito das possíveis melhorias no processo expressivo destes alunos escolhidos; 282 CXVI) O menor não é obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário de avaliação; CXVII) A participação neste projeto não tem objetivo de submeter o menor a um tratamento, bem como não causará nenhum gasto com relação aos procedimentos médico-clínico-terapêuticos efetuados com o estudo; CXVIII) O menor tem a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento em que desejar, sem necessidade de qualquer explicação; CXIX) A desistência não causará nenhum prejuízo à saúde ou bem estar físico do menor, com isso não virá a interferir no atendimento ou tratamento médico; CXX) A participação do menor neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura dados referentes ao tema, direcionando as ações voltadas para a promoção da saúde e não causará nenhum risco à integridade física, psicológica, social e intelectual do mesmo; CXXI) Não receberei remuneração e nenhum tipo de recompensa nesta pesquisa, assim como, o menor do qual sou responsável, sendo minha autorização à participação do menor voluntária; CXXII) Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo; CXXIII) Concordo que os resultados sejam divulgados em publicações científicas, desde que dados pessoais não sejam mencionados; CXXIV) Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados parciais e finais desta pesquisa. ( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa. (X) Não desejo conhecer os resultados desta pesquisa. Belém, 17 de março de 2010. Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. (R 04) Responsável: 283 Testemunha 1 : Domingos Correa da Silva/ RG 2173684/Tel.:3255 4037 Testemunha 2: Bruno Monteiro Ferreira/RG 3267845/ Tel.: 8817 7970 Responsável pelo Projeto: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS PESQUISADOR RESPONSÁVEL Telefone para contato: 091-3224-1916 / 8196-2446 284 ANEXO L – TERMO DE CONSENTIMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA MINISTÉRIO DA SAÚDE - Conselho Nacional de Saúde - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP FOLHA DE ROSTO PARA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS ( versão outubro/99 ) Para preencher o documento, use as indicações da página 2. Projeto de Pesquisa: A ARTE-DOWN, A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A CULTURA AMAZÔNICA 2. Área do Conhecimento (Ver relação no verso) ARTES 3. Código: 8.03 4. Nível: ( Só áreas do conhecimento 4 ) 5. Área(s) Temática(s) Especial (s) (Ver fluxograma no verso) 6. Código(s): 7. Fase: (Só área temática 3) I ( ) II ( ) III ( ) IV ( ) 8. Unitermos: ( 3 opções ) SUJEITOS DA PESQUISA 9. Número de sujeitos: 35 10 Alunos/ 10 Familiares/ 15 profissionais da educação 10. Grupos Especiais : <18 anos ( X ) Portador de Deficiência Mental (x ) Embrião /Feto ( ) Relação de Dependência (Estudantes , Militares, Presidiários, etc. ) ( ) Outros ( x ) Não se aplica ( ) Total: 35 PESQUISADOR RESPONSÁVEL 11. Nome: CARLOS ALBERTO ARAUJO VERAS 12. Identidade: 2638482 13. CPF.: 37831372253 14. Nacionalidade: 15. Profissão: professor Brasileira 16. Maior Titulação: 17. Cargo professor Especialista 18. Instituição a que pertence: UNAMA – PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E EXTENSÃO (PPPE) 19.Endereço (Rua, n.º ): Tv. Dr. Moraes, 1133 20. CEP: 66045-590 Casa 21. Cidade: Belém 22. U.F. Pará 23. Fone: 24. Fax 091-3224-1916/ 8196-2446 Programa de Mestrado em 25. Email: [email protected] / Comunicação Linguagens e [email protected] Cultura Termo de Compromisso: Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas complementares. Comprometo-me a utilizar os materiais e dados coletados exclusivamente para os fins previstos no protocolo e a publicar os resultados sejam eles favoráveis ou não. Aceito as responsabilidades pela condução científica do projeto acima. Data: ___28___/___06____/____2010___ _ Assinatura INSTITUIÇÃO ONDE SERÁ REALIZADO 26. Nome: CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL – CIEES 27. Unidade/Órgão: SEDUC 29. Endereço (Rua, nº): Al. Paulo Maranhão, 84 30. CEP:66040-330 31. Cidade:Belém 32. U.F. Pará 28. Participação Estrangeira: Sim ( ) Não ( X ) 33. Fone: 3241 1171 34. Fax.: 35. Projeto Multicêntrico: Sim ( ) Não ( X ) Nacional ( ) Internacional ( ) ( Anexar a lista de todos os Centros Participantes no Brasil ) Termo de Compromisso ( do responsável pela instituição ) :Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas Complementares e como esta instituição tem condições para o desenvolvimento deste projeto, autorizo sua execução Nome: REGINA DO SOCORRO BRITO DA SILVA______________________ Cargo_Diretora_______________________ Data: _28____/__06___/_2010__ _ PATROCINADOR Não se aplica ( X ) 36. Nome: 39. Endereço 37. Responsável: 40. CEP: 41. Cidade: 38. Cargo/Função: 43. Fone: 44. Fax: 42. UF 285 FLUXOGRAMA PARA PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOS (JAN/99) CEP Aprovação GRUPO Código - Áreas Temáticas Especiais I . 1. Genética Humana I . 2. Reprodução Humana I.. 4. Novos Equip, insumos e dispositivos(*) I. 5. Novos procedimentos I. 6. Populações Indígenas I. 7. Biossegurança I. 8. Pesquisas com cooperação estrangeira I. 9. A critério do CEP GRUPO III GRUPO II Código - Área Temática Especial II. 3. Novos Fármacos, Vacinas e Enviar: - Protocolo completo - Folha de Rosto - Parecer Consubstanciado (para apreciação) Todos os outros que não se enquadrem em áreas temáticas especiais Testes Diagnósticos (*) Enviar: - Folha de Rosto - Parecer Consubstanciado (para acompanhamento) Enviar: Relatório Trimestral com Folhas de Rosto (para banco de dados) CONEP CÓDIGO – ÁREAS DO CONHECIMENTO ( Folha de Rosto Campos 2 e 3 ) 11.01 1.02 1.03 1.04 1.05 1.06 1.07 1.08 CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – MATEMÁTICA – PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA - CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO - ASTRONOMIA - FÍSICA - QUÍMICA - GEOCIÊNCIAS - OCEANOGRAFIA 2 - CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (*) 2.01 - BIOLOGIA GERAL 2.02 - GENÉTICA 2.03 - BOTANICA 2.04 - ZOOLOGIA 2.05 - ECOLOGIA 2.06 - MORFOLOGIA 2.07 - FISIOLOGIA 2.08 - BIOQUÍMICA 2.09 - BIOFÍSICA 2.10 - FARMACOLOGIA 2.11 - IMUNOLOGIA 2.12 - MICROBIOLOGIA 2.13 - PARASITOLOGIA 2.14 - TOXICOLOGIA 3 - ENGENHARIAS 3.01 - ENGENHARIA CIVIL 3.02 - ENGENHARIA DE MINAS 3.03 - ENGENHARIA DE MATERIAIS E METALÚRGICA 3.04 - ENGENHARIA ELÉTRICA 3.05 - ENGENHARIA MECÂNICA 3.06 - ENGENHARIA QUÍMICA 3.07 - ENGENHARIA SANITÁRIA 3.08 - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 3.09 - ENGENHARIA NUCLEAR 3.10 - ENGENHARIA DE TRANSPORTES 3.11 - ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA 3.12 - ENGENHARIA AEROESPACIAL 4 - CIÊNCIAS DA SAÚDE (*) 4.01 – MEDICINA 4.02 – ODONTOLOGIA 4.03 – FARMÁCIA 4.04 – ENFERMAGEM 4.05 – NUTRIÇÃO 4.06 - SAÚDE COLETIVA 4.07 – FONOAUDIOLOGIA 4.08 – FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL 4.09 – EDUCAÇÃO FÍSICA 5 - CIÊNCIAS AGRÁRIAS 5.01 - AGRONOMIA 5.02 - RECURSOS FLORESTAIS E ENGENHARIA FLORESTAL 5.03 - ENGENHARIA AGRÍCOLA 5.04 - ZOOTECNIA 5.05 - MEDICINA VETERINÁRIA 5.06 - RECURSOS PESQUEIROS E ENGENHARIA DE PESCA 5.07 - CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS 6 - CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS 6.01 - DIREITO 6.02 - ADMINISTRAÇÃO 6.03 - ECONOMIA 6.04 - ARQUITETURA E URBANISMO 6.05 - PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL 6.06 - DEMOGRAFIA 6.07 - CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO 6.08 - MUSEOLOGIA 6.09 - COMUNICAÇÃO 6.10 - SERVIÇO SOCIAL 6.11 - ECONOMIA DOMÉSTICA 6.12 - DESENHO IDUSTRIAL 6.13 - TURISMO 7 - CIÊNCIAS HUMANAS 7.01 – FILOSOFIA 7.02 – SOCIOLOGIA 7.03 – ANTROPOLOGIA 7.04 – ARQUEOLOGIA 8 - LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES 8.01 - LINGÜÍSTICA 8.02 - LETRAS 8.03 - ARTES (*) NÍVEL : ( Folha de Rosto Campo 4 ) (P) Prevenção (D) Diagnóstico (T) Terapêutico 286 7.05 – HISTÓRIA (E) Epidemiológico 7.06 – GEOGRAFIA (N) Não se aplica 7.07 – PSICOLOGIA 7.08 – EDUCAÇÃO 7.09 - CIÊNCIA POLÍTICA 7.10 – TEOLOGIA (*) OBS: - As pesquisas das áreas temáticas 3 e 4 ( novos fárrmacos e novos equipamentos ) que dependem de licença de importação da ANVS/MS, devem obedecer ao seguinte fluxo- Os projetos da área 3 que se enquadrarem simultaneamente em outras áreas que dependam da aprovação da CONEP, e os da área 4 devem ser enviados à CONEP, e esta os enviará à ANVS/MS com seu parecer. - Os projetos exclusivos da área 3 aprovados no CEP ( Res. CNS 251/97 – item V.2 ) deverão ser enviados à ANVS pelo patrocinador ou pesquisador.