Novas abordagens da Supervisão e da Regulação na Mitigação de Riscos Carlos da Silva Costa • Governador Cidade da Praia, 22 de setembro 2015 XL Aniversário da Criação do Banco de Cabo Verde Introdução Funções do Banco Central Estabilidade Nominal • Sustentabilidade do preço dos ativos • Mecanismos de recapitalização/resolução Banco Central Robustez das instituições financeiras Estabilidade Financeira Lender of last resort 2• Introdução Apresentação de hoje centrada na função de salvaguarda da solidez financeira Dentro do Banco Central Modelo da Área do Euro Supervisão das instituições financeiras Fora do Banco Central 3• Em ambos os casos a supervisão é fundamental para o exercício das outras funções do Banco Central. Os Bancos Centrais têm sempre de acompanhar a evolução dos preços dos bens e serviços, dos salários, dos preços dos ativos e a situação das instituições financeiras. Novas abordagens da Supervisão e da Regulação na Mitigação de Riscos Estrutura da apresentação I. A defesa da solidez financeira II. Novas abordagens da regulação e da supervisão III. As novas exigências da regulação e da supervisão no contexto internacional IV. Considerações finais 4• I. A defesa da solidez financeira Um sistema financeiro robusto: • Com adequados níveis de solvabilidade e de liquidez • Com adequado sistema de incentivos • Com adequados modelos de governação corporativa • Adequadamente regulado e supervisionado ….é essencial para o bom funcionamento de qualquer economia ….é uma condição necessária para a estabilidade financeira e para o crescimento económico sustentado A instabilidade financeira cria externalidades, com custos sociais superiores aos custos privados. Por conseguinte a estabilidade financeira é um bem público. 5• I. A defesa da solidez financeira As linhas de defesa da solidez financeira Órgão de Administração Auditores externos Supervisores e enquadramento regulamentar/ normativo 6• Qualidade da informação Fiscalização, controlo interno, função financeira. I. A defesa da solidez financeira Os modelos de governação corporativa devem assegurar: 7• 1 A segregação de funções 2 A autonomia e independência das funções de auditoria interna de compliance e de gestão de riscos 3 Que os interesses dos stakeholders e o interesse geral da instituição são acautelados II. Novas abordagens da regulação e da supervisão Novas abordagens da regulação e da supervisão • A regulação é necessária para assegurar a disciplina financeira e a estabilidade. • Nos últimos anos foram introduzidas profundas alterações institucionais e regulamentares (e.g. Basileia III; União Bancária Europeia) Contudo, o reforço da regulação tem de ser complementado e apoiado por uma supervisão eficaz Os novos modelos de supervisão tornaram-se: •Mais intrusivos •Mais focados no risco •Mais transversais •Mais prospetivos • Mais abrangentes O objetivo primordial da supervisão bancária é promover a segurança e a solidez dos bancos e do sistema bancário. 8• II. Novas abordagens da regulação e da supervisão Ganhou importância a supervisão macroprudencial É necessário: 1 2 Tirar lições das interdependências entre as instituições financeiras e entre estas e a área não financeira. Adotar uma atitude proactiva de salvaguarda da estabilidade financeira através do recurso a medidas macroprudenciais. A solidez de cada árvore não garante a sustentabilidade da floresta. A supervisão tem de ir para lá do acionamento de medidas de contenção do risco ao nível de cada instituição e adotar medidas macroprudenciais que definam e mantenham linhas de corta-fogo que mitiguem o risco de contágio. “The traditional focus on idiosyncratic risks and the solidity of individual institutions needs to be complemented by a system-wide perspective as both macro-financial linkages and interconnections within the financial system can give rise to systemic risk”. (“Key Aspects of macroprudential policy”, IMF, June 10, 2013) 9• II. Novas abordagens da regulação e da supervisão Com base na experiência dos últimos anos, o BIS divulgou recentemente um conjunto de orientações para os supervisores: 1 Os supervisores devem estar preparados para responder de forma rápida em situações de crise no sistema bancário. 2 Os supervisores devem ter objetivos claros e um quadro operacional em linha com os Core Principles de Basileia. 3 Os supervisores devem usar todas as ferramentas disponíveis (tradicionais e novas) para melhorar o seu conhecimento dos bancos e assegurar uma deteção precoce de problemas. A prevenção é normalmente melhor do que a cura. 4 Os supervisores devem ser capazes de distinguir entre sintomas e causas subjacentes aos problemas de forma a definir medidas corretivas eficazes. 5 O público deve estar ciente de que, como em qualquer outra atividade, um banco pode ter problemas financeiros que ameacem a sua solvência. Nesta situação as autoridades devem usar os instrumentos à sua disposição de forma a mitigar os riscos para a estabilidade financeira e minimizar os custos para o contribuinte. 6 Num mundo cada vez mais interdependente os problemas ultrapassam as fronteiras nacionais muito rapidamente. É crucial uma estreita cooperação internacional entre autoridades de supervisão e outras entidades relevantes. 10 • II. Novas abordagens da regulação e da supervisão …mas persistem limitações e condicionantes: • Quadro normativo e lacunas regulamentares • Governação, valores e cultura das instituições • Qualidade, fiabilidade e transparência da informação • Complexidade, sofisticação e diversidade dos grupos financeiros e respetivos modelos de negócio • Conglomerados com vertentes financeira/não financeira • Múltiplas jurisdições • Tensões entre perspetivas micro e macro prudencial • Práticas difíceis de detetar (e.g. gestão danosa, irregularidades e fraude) “No supervisory system can catch everything.” (FSB - Report to the G20 ministers and Governors, November 2012) 11 • III. As novas exigências da regulação e da supervisão no contexto internacional O novo quadro de regulação e supervisão coloca novos desafios a nível internacional Intensa atividade financeira internacional Necessário alinhar regimes de regulação e de supervisão No contexto da UE, o preenchimento de condições que permitam o reconhecimento da equivalência de supervisão em países terceiros induz potenciais benefícios Iniciativas de potenciem a aproximação entre regimes de regulação e supervisão no mercado financeiro global são fundamentais 12 • III. As novas exigências da regulação e da supervisão no contexto internacional A importância de prevenir e combater o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo Práticas de branqueamento de capitais de dimensão transnacional podem comprometer gravemente a solidez, integridade e estabilidade das instituições financeiras e a confiança no sistema financeiro Novas exigências a nível da UE Necessidade de adaptação dos sistemas bancários de países terceiros à nova regulamentação (dispositivos de prevenção, mecanismos de troca de informações, reforço da transparência) Risco de serem inviabilizadas relações de correspondência entre bancos com o consequente risco de exclusão financeira para alguns países 13 • IV. Considerações Finais No novo quadro internacional de regulação e supervisão • Cabo Verde tem toda a vantagem em afirmar-se como uma praça financeira de pequena dimensão, mas bem regulada e bem supervisionada. • Cabo Verde deve tirar partido das suas vantagens comparativas, designadamente: - Situação geoestratégica - Estabilidade política - Qualidade e competências da população … e apostar na qualidade da regulação e supervisão, oferecendo um ambiente de transparência e menor risco, atraindo instituições para o mercado nacional e funcionando como porta de entrada para outros países do continente africano. 14 • Novas abordagens da Supervisão e da Regulação na Mitigação de Riscos XL Aniversário da Criação do Banco de Cabo Verde