PROVAS ESCRITAS:
QUESTÕES OBJETIVAS E
DISSERTATIVAS
Didática no Ensino Superior
Escola Paulista de Negócios / Universidade de Mogi das
Cruzes
Prof. Ms. Regilson Borges
INTRODUÇÃO
 A palavra “prova” tem sua origem no latim probo
(honesto, correto).
 O verbo probare implica julgar com honestidade.
 De acordo com o contexto pode vir a assumir
diferentes conotações:
o No direito, a prova é evidência factual
o Na culinária, refere-se ao ato de degustar
o No esporte, é competição esportiva
 Ainda no sentido metafórico, a prova pode ser
entendida como momento de sofrimento,
angústia, resignação. Algo difícil pelo qual se está
passando (DEPRESBITERIS; TAVARES, 2009, p.75).
INTRODUÇÃO
 Em avaliação, a prova é instrumento que
permite coletar informações sobre os
conhecimentos, as habilidades de um aluno.
 É, pois, importante que os itens, ou
questões, meçam conteúdos e habilidades
desenvolvidos.
 De acordo com Medeiros (apud
Depresbiteris e Tavares, 2009, p.76) as
provas podem ser: Escritas, orais e práticas.
 A elaboração de uma prova escrita
pressupões os seguintes passos:
MONTAGEM DE TABELA E
ESPECIFICAÇÃO DA PROVA
 Selecionar amostra significativa de itens
que ofereçam algumas inferências sobre os
resultados alcançados.
 Para Vianna (1978 apud Depresbiteris e
Tavares, 2009, p.77) a tabela apresenta as
habilidades, áreas de conteúdo e
respectivos tópicos possíveis alterações a
ser ajustada durante o processo.
 A tabela permite ao professor um
referencial daquilo que será avaliado, a
visão global do que a prova vai medir.
MONTAGEM DE TABELA E
ESPECIFICAÇÃO DA PROVA
 Conteúdos que devem ser considerados;
 Habilidades desenvolvidas;
 Quantidade de itens/questões a serem
elaborados para verificar o domínio sobre
o qual foi definido.
 Existem várias concepções de habilidades e
o professor deve refletir qual delas norteará
o projeto da escola e seu trabalho específico
de promover a aprendizagem do aluno.
 A seguir é apresentado exemplo de Tabela
para uma prova de língua portuguesa:
MONTAGEM DE TABELA E
ESPECIFICAÇÃO DA PROVA
 Algumas tabelas de especificação mostram a
utilização de três habilidades básicas: conhecimento,



compreensão e aplicação.
O conhecimento: refere-se ao nível no qual o aluno deve recordar
ideias, fatos, fenômenos, métodos, processos, padrões e
estruturas.
Compreensão: é o nível pelo qual o educando demonstra que
conseguiu estabelecer relações, e apresentar, com as próprias
palavras, enfim, o entendimento do que está aprendendo.
Aplicação: requer que o aluno use o que compreendeu em
situações novas, em situação não familiar, na qual os diversos
elementos para resolvê-la devem ser reestruturado.
 A seguir apresenta-se Tabela de especificação de
prova de metodologia científica sobre a unidade de
conhecimento e senso comum:
DEFINIÇÃO DE QUANTIDADE DE
ITENS DA PROVA
 Elaborada a tabela de especificações e
identificando os níveis de habilidades para
cada conteúdo a ser avaliado, o próximo
passo é fixar a quantidade total e itens que
comporão a prova.
 É importante dar oportunidade para que o
educando demonstre ter domínio sobre o
que está sendo avaliado.
 É recomendável que se elabore mas de um
item por habilidade.
SELEÇÃO E ELABORAÇÃO DE ITENS DA
PROVA
 As classificações sobre os tipos de itens de
uma prova variam de autor para autor.
 A classificação mais tradicional defende as
categorias de itens:


Objetivos: com respostas que permitem uma resposta
esperada, precisa, que não dúvidas de interpretação.
Dissertativos: permitem, ao aluno, expressar opiniões a
respeito de um tema.
 Com base em Vianna, Medeiros e Grounlund
(Apud Depresbiteris e Tavares, 2009, p.80)
apresenta-se a seguinte classificação:
1. Itens de lacuna ou completamento
 Como o nome indica, esse item solicita do aluno
resposta que complete, que preencha a lacuna em
uma afirmativa:
1.1.Cuidados na elaboração de itens de
lacuna ou complemento:







A afirmativa, a ser completada, dever ser escrita de modo
que o espaço não apareça no início da afirmativa, mas mais
próximo ao fim.
A afirmativa deve possibilitar apenas uma resposta para se
tornar completa e verdadeira.
Se houver mais de um espaço para completar, devem ser do
mesmo tamanho, para evitar dicas do comprimento da
palavra.
Evitar linhas tracejadas que podem induzir a ideia de sílabas a
preencher.
Evitar omissões demasiadas de palavras, o que torna difícil a
compreensão do significado da sentença.
Evitar que a estrutura gramatical e sintática da frase sugira,
ao aluno, a resposta correta ou o conduza a eliminar alguma
resposta errada.
Não reproduzir texto de livros ou outros para serem
completados, por que isso pode incentivar a memorização.
2. Itens de associação ou
correspondência
 Solicita ao aluno que estabeleça relações entre
duas colunas de palavras ou frases:
Na coluna 1 encontra-se as finalidades de instrumentos de
medida e na coluna 2 nomes de instrumentos. Escreva na
coluna 1 os números que relacionam instrumento e sua
função.
2.1. Cuidados na elaboração de
itens de correspondência
 Orientar o aluno sobre que tipo de relações




deverá estabelecer entre as duas colunas.
Elaborar as alternativas de cada coluna de
forma homogênea com relação as
conteúdos.
Verificar se cada resposta refere-se à questão
correspondente.
Usar mais respostas do que questões.
Colocar as colunas lado a lado, de modo a
favorecer a visão do aluno.
3. Itens do tipo verdadeiro-falso
(certo/errado)


Exigem do aluno que escolha uma dessas duas opções com
relação a determinadas afirmativas.
Assim como os itens de resposta curta, esses itens são mais
adequadas para a avaliação de conhecimento de informações
factuais.
3.1. Cuidados na elaboração dos itens
verdadeiro-falso








Evitar declarações parcialmente certas, para que o item não seja
ambíguo. É recomendável elaborar cada item de forma que
inclua apenas uma ideia e apresente uma proposição
inteiramente certa ou inteiramente errada.
Evitar o uso de negativas, principalmente dupla negação.
Evitar expressões como “todos”, “somente”, “nenhuma” e
“nunca”.
Evitar frases longas e confusas.
Desdobrar ou decompor os enunciados longos em itens
separados.
Não usar frases que pareçam corretas à primeira vista, mas que
podem ser vistas como incorretas por causa de pequenos
detalhes.
Expressar as proposições corretas e incorretas com a mesma
extensão.
Usar número aproximado de enunciados verdadeiros e falsos.
4. Itens de múltipla escolha
 Composta por um enunciado, expresso em
forma de pergunta ou proposição incompleta.
 Esse enunciado é seguido de alternativas, de
preferência 3 ou 5, em que uma é a correta
para o que solicita o enunciado e as demais
são incorretas. As últimas são chamadas
distratores.
 Devem ser de resposta única, isto é, uma
única alternativa é a correta, não admitindo
controvérsias.
4.1. Itens de múltipla escolha
 O item de múltipla escolha também pode se
apresentar de forma mais complexa.
4.1. Itens de múltipla escolha
4.1. Cuidados na elaboração de itens de
múltipla escolha











O enunciado do item deve ser formulado de maneira clara e distinta.
Deve-se evitar a colocação de alternativas com as palavras “nenhuma
acima”, “todos acima”. Devem evitar, igualmente, termos muito inclusivos,
como “sempre”, “todos”, “nunca”, “jamais”, etc.
Devem-se escolher alternativas de modo que apenas uma delas seja a
verdadeira: as demais devem ser plausíveis e atraentes, nunca totalmente
absurdas.
As alternativas devem estar gramaticalmente coerentes com o enunciado.
Assegurar-se de que não haja substantivos ou pistas gramaticais que servem
para indicar a resposta correta.
Sempre que possível, evitar a formulação dos enunciados na negativa.
Colocar, de preferência, as alternativas que expressam respostas verbais em
ordem alfabética, e as que contêm números em ordem semelhante.
Formular todas as alternativas com comprimento semelhantes.
Elaborar alternativas breves, eliminando tudo aquilo que não for essencial.
Colocar, sempre que possível, cinco alternativas.
Colocar, no enunciado, a parte da redação que seria repetitiva nas
alternativas.
5. Itens de resposta curta
 São apresentados, em geral, com uma
pergunta a ser respondida com uma afirmativa.
5.1. Cuidados na elaboração de itens
de resposta curta
 Formular a pergunta em ordem direta.
 Não apresentar perguntas cuja resposta
seja somente sim ou não.
 Apresentar perguntas cujas respostas
tenham número limitado de elementos
componentes.
 Esclarecer ao aluno qual a extensão da
resposta desejada.
6. Itens dissertativos
 Exigem do aluno que apresente um texto de
cunho próprio. Este tipo de item favorece
respostas mais extensas.
 O educando deve demonstrar conhecimento
sobre o tema proposto, explicando-o,
relacionando fatos e interpretando-os.
6.1. Cuidados na elaboração de itens
dissertativos

Elaborar a questão de forma a definir claramente o tema a ser
dissertado.

Dosar a amplitude da pergunta. Uma pergunta muito ampla pode dar
margem à mais variadas respostas. Enunciados amplos, contendo
expressões como “fale sobre...”, “diga o que pensa de...”, permitem
digressões.

Empregar termos como “descreva”, “exemplifique”, “explique”,
“compare”, “sintetize”, que dão mais orientação.


Sugerir uma extensão para a resposta.

Analisar as respostas sem olhar, de início, o nome do aluno, de modo
que evite opiniões preconcebidas.

Não empregar questões optativas, em que cada aluno escolhe os itens
a ser respondido.
Preparar, para a análise e interpretação, uma resposta desejada. Isso
faz com que a resposta seja comparada a critérios de alcance
baseados em objetivos ou habilidades desejadas.
6.1. Cuidados na elaboração de itens
dissertativos

Elaborar a questão de forma a definir claramente o tema a ser
dissertado.

Dosar a amplitude da pergunta. Uma pergunta muito ampla pode dar
margem à mais variadas respostas. Enunciados amplos, contendo
expressões como “fale sobre...”, “diga o que pensa de...”, permitem
digressões.

Empregar termos como “descreva”, “exemplifique”, “explique”,
“compare”, “sintetize”, que dão mais orientação.


Sugerir uma extensão para a resposta.

Analisar as respostas sem olhar, de início, o nome do aluno, de modo
que evite opiniões preconcebidas.

Não empregar questões optativas, em que cada aluno escolhe os itens
a ser respondido.
Preparar, para a análise e interpretação, uma resposta desejada. Isso
faz com que a resposta seja comparada a critérios de alcance
baseados em objetivos ou habilidades desejadas.
ELABORAÇÃO DE ITENS
 Planejada a prova, parte-se para a
construção dos itens. Nesse processo,
deve-se zelar pela qualidade de cada
item.
 Alguns
procedimentos
gerais
e
específicos para cada tipo de item devem
ser seguidos.
 A seguir são apresentados cuidados para
sua elaboração:
ESTABELECIMENTO DO GABARITO DA PROVA
 Levar em conta não só a apreciação geral da
prova, mas de cada item que a compõe.
 No caso de única resposta, o indicador é o
acerto ou não da resposta esperada.
 No caso de provas dissertativas, é
imprescindível que o professor prepare uma
espécie de resposta que espere obter, de
acordo com o conteúdo e habilidades
medidos.
DEFINIÇÃO DO TEMPO PARA APLICAÇÃO DA
PROVA
 A determinação do tempo de uma prova deve
levar em conta:



Idade – crianças têm menos resistência a provas longas.
Nível de escolaridade – a dificuldade de leitura leva o aluno à
fadiga e à baixa compreensão do que se pede.
Complexidade do conteúdo e da resposta ao item – questões
que solicitem desenvolvimento de raciocínio longo e respostas
dissertativas tornam a prova exaustiva, caso seja muito extensa.
 Para estimar o tempo, recomenda-se que após
a sua elaboração o professor pense qual o
tempo que ele levaria para ler e responder às
questões.
REFERÊNCIA
 DEPRESBITERIS, L. TAVARES, M. Diversificar é
preciso... Instrumentos e Técnicas de Avaliação
de Aprendizagem. São Paulo: Editora Senac
São Paulo, 2009.
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PROVAS ESCRITAS: QUESTÕES OBJETIVAS E DISSERTATIVAS