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Home / Notícias / Agrimensura e Cartografia / Qual o preço justo para realizar o
Cadastro Ambiental Rural?
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Qual o preço justo para realizar o Cadastro Ambiental Rural?
Por Pâmela Lunelli | 17h42, 09 de Outubro de 2014
Por Luiz Eduardo Faria
Para responder essa pergunta, vamos fazer algumas considerações iniciais,
posteriormente faremos algumas contas e, para finalizar, vamos mostrar o que
quem realiza o CAR (Cadastro Ambiental Rural) deve entender para ser
profissional e evitar o pior para seu futuro.
Imagem: AgroSIG
Trágico, não?
Mas é exatamente isso, precisamos entender quanto custa para fazer o CAR de
maneira profissional.
A princípio falaremos sobre o erro que vem sendo cometido quando se divulga
que o CAR é gratuito e que qualquer produtor rural pode fazer, sem a contratação
de profissionais específicos.
Essa informação poderia ser verdadeira se considerarmos que o CAR é só o
cadastramento propriamente dito, mas isso não é verdade. O CAR não é só isso.
Ele envolve várias etapas que ocorrem antes, durante e depois da inserção das
informações no sistema de cadastro.
Tudo começa com as informações que o profissional contratado recebe do
proprietário. Tendo ao menos o perímetro da propriedade, é possível iniciar um
processo de diagnóstico, onde através de imagens de satélite atuais mapeia-se a
vegetação nativa e as áreas abertas existentes na propriedade.
Para dividir a vegetação nativa mapeada em APP e RL, devem-se mapear os rios
e nascentes da propriedade e é neste momento que planejaremos a ida ao campo.
Para fazer este mapeamento em campo, pode-se fazer uso do geoprocessamento,
que estima a localização das nascentes e rios, de acordo com a declividade da
propriedade, tudo de forma remota. Esse tipo de preparação facilita (e muito!) o
trabalho de campo, pois será necessária apenas a conferência do que já foi
mapeado no escritório, chegando rapidamente ao destino desejado com a
utilização de GPS.
Há casos, em que o trabalho de campo se faz desnecessário, como por exemplo,
em propriedades que não possuem nascente ou rios em seus limites e que
proprietário já possua o perímetro do imóvel.
Trabalho de campo feito, hora de voltar para o escritório e descarregar as
informações coletadas. Uma pergunta: com as informações de campo já
conseguimos dividir a vegetação nativa em APP e Reserva Legal?
A resposta é não! Ainda falta mapear a área consolidada e é nesta hora que
muitos profissionais têm dificuldade. A única forma de garantir veracidade das
áreas consolidadas é através de imagens de satélite de duas datas: 2008 (mais
precisamente 22 de julho de 2008) e a mais atual (de preferência, de 2014).
A primeira data separa os que têm anistia ou não pelos desmatamentos ocorridos
dentro da sua propriedade e isso é extremamente importante,pois as regras para
delimitar as APP se modificaram com o Novo Código Florestal para áreas
consolidadas.
Áreas consolidadas mapeadas é hora de dividir a vegetação nativa em RL e APP,
contabilizar o passivo e também os excedentes de vegetação existentes que
poderão ser comercializadas na forma de CRA – Cotas de Reserva Ambiental.
Aqui vale uma dica: muitas vezes há passivo em áreas de APP e excesso de
vegetação na RL, o que faz com que essas áreas possam ser comercializadas.
APP e RL mapeadas e contabilizadas, já podemos fazer o cadastramento no
SiCAR? Ainda não, mas já passamos a etapa mais difícil. Agora é hora de saber
se existem informações georreferenciadas que ainda precisam ser cadastradas
como Cobertura do Solo, Servidão Administrativa e área de uso restrito.
E agora, vamos para o cadastro das informações?
Ainda não.
Mas falta bem pouco! Basta só levantar os documentos pessoais dos
proprietários. Feito isso,agora sim vamos para o cadastramento propriamente
dito.
Antes, deixamos uma reflexão: ainda não começamos fazer cadastro nenhum no
SICAR e perceba quantas atividades já ocorreram. Quanto vale o serviço feito
antes do cadastro no sistema? Quanto tempo (em horas) uma empresa ou um
profissional gasta para realizar a preparação dos arquivos e informações
detalhada neste post?
Pois bem. O trabalho de escritório pode ser mais fácil de estimar, mas e o campo?
É muito difícil estimar o tempo gasto em campo sem antes realizar o diagnóstico
no escritório. Fato é que fazer o serviço de uma propriedade com 4 nascentes
preservadas e com vegetação nativa remanescente é muito mais trabalhoso para
mapear do que uma sem nascente. Mapear rios em campo, quando não
conseguimos mapear através de imagens de satélite, também é trabalhoso.
Pronto, com todas as informações em mãos, é hora de inscrever e cadastrar
diretamente no SICAR, de seu estado ou no Federal, já que em alguns estados o
sistema ainda não foi integrado ou liberado para o cadastro.
E de novo podemos fazer a mesma pergunta, quanto tempo demora-se para
realizar o cadastro do SiCAR? Devemos considerar a quantidade de erros
ocorridos durante o processo ou mesmo o sistema ficar fora do ar em alguns
lugares.
Feitas as considerações, vamos às contas…
Primeiramente, algumas premissas: Ao fazer as contas consideramos um custo
por hora trabalhada do profissional em R$50,00, o que representaria um salário
liquido de R$ 3.000,00 por mês. Consideramos também que um profissional
consegue realizar o trabalho de escritório, de campo e no cadastramento no
SICAR em 1,5 dias (gastando 4 horas cada uma das etapas). Muitas vezes podese demorar mais do que apenas 4 horas para realizar cada etapa e isso faz com
que os custos aumentem. Calculem bem realmente quanto tempo demora cada
etapa.
Colocadas as premissas, para as etapas de escritório, campo e cadastro um custo
de R$ 600,00 já foi gerado, R$ 200 em cada etapa. Mas não podemos considerar
apenas o custo do trabalho realizado. Deslocamento, hospedagem e alimentação
são custos que devem ser computados para o trabalho em campo. Agora adicione
parte dos custos fixos como aluguel, luz, telefone e outras despesas que o
profissional tenha e não se esqueça dos impostos caso o profissional trabalhe com
nota fiscal ou RPA (Recibo Profissional Autônomo) o que teoricamente é
obrigatório. Adicione ainda o custo da Anotação de Responsabilidade Técnica
(ART) e contabilize. Nenhum profissional deveria estar cobrando menos que R$
1.000,00 para realizar o CAR de qualquer propriedade.
Se você é um profissional que vende os serviços do CAR por R$ 500,00, cuidado,
você está trabalhando de graça ou mesmo pagando para trabalhar. Pense nisso.
Mas não para por aí. Ainda há um custo extremamente importante que deve ser
levado em consideração, chamado co-responsabilidade…
O profissional que fizer o CAR para o proprietário é co-responsável pelas
informações inseridas no SICAR. Caso haja erros ou informações omissas, o
profissional também poderá ser processado e neste momento outros custos virão e
se isso ocorrer, o profissional deve guardar uma reserva de cada cliente para
poder se defender caso seja movida uma ação contra o mesmo. Um exemplo: o
CAR da propriedade feita por um profissional foi considerado ativo, de acordo
com as informações inseridas no CAR. Tempo depois, o banco que costuma
financiar a safra do produtor recusa liberar o crédito, pois se verificou um erro no
CAR, o que gerou uma pendência. O proprietário ficará feliz? Quem ele vai
processar para reparar seu prejuízo? Esse foi só um exemplo, mas existem outros
tantos que poderá chegar até o profissional que fez o CAR. Guarde pelo menos
30% dos valores cobrado de cada cliente para um fundo de reserva caso o
profissional seja acusado de co-responsabilidade de uma pendência ocorrida no
CAR.
Um bom exemplo foi a notificação recebida pelo BNDES em Março de 2010, por
co-responsabilidade pelos impactos causados pela construção da Usina de Belo
Monte apenas por financiar a obra (para quem não soube, o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social financia 80% da obra).
A co-responsabilidade não é brincadeira e deve entrar no computo do preço
cobrado do cliente. Tínhamos chegado em R$ 1000,00? Agora adicione os 30% e
chegamos num valor mínimo de R$ 1.300,00. Profissional de verdade não pode
cobrar menos de 1.300,00 para realizar o CAR de qualquer propriedade a não ser
que o profissional demore menos de 1,5 dias para fazer todas as etapas (escritório,
campo e cadastro no SiCAR).
Cobrar qualquer valor menor do que este é um prejuízo enorme para quem
trabalha profissionalmente prestando serviços. Muitas vezes, pensamos em ‘ser
bacana’ e cobrar uma quantia amigável para algum conhecido ou para um
conterrâneo, e acabamos por sofrer as consequências.
Sendo assim, olhar para o CAR como uma coisa solitária, é o primeiro erro
cometido, dificultando ainda mais para que o CAR ocorra com sucesso. Baratear
o preço final para o cliente é o principal, pois valores muito baixos não cobrem as
despesas, os esforços e também não serve de ressalva para possíveis problemas.
Quem quer trabalhar com o CAR deve ter em mente os riscos corridos e procurar
aplicar um preço justo, não somente atrativo. Senão, acaba por perder tempo,
dinheiro e principalmente, o profissionalismo.
Luiz Eduardo Faria
Co-fundador da Agrosig Brasil
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Tags: cadastro ambiental rural, car, orcamento, preco justo
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Cadastro Ambiental Rural?
Comentários
1.
Ricardo says:
October 9, 2014 at 18:59
E precisa de ART por um a caso pra fazer o CAR? Não entendi a
necessidade, poderiam explicar?
Reply
2.
Antonio says:
October 9, 2014 at 19:15
É muito difícil disso acontecer tem uma empresa terce risada aqui no interior
que está cobrando R$ 350,00, por propriedade até 4 módulos e acima disso
R$ 700,00.
Reply
3.
DOMINGOS RINHEL says:
October 10, 2014 at 12:29
O CAR,estão dizendo que simples, mas não é porque, o profissional que esta
fazendo estes serviços, estão totalmente responsabilizados perante os órgãos
Federais, Municipais,Estaduais, sobre o preenchimento dos documentos,
cabe o profissional fazer o Georreferenciamento da área envolvida para tal
segurança dos proprietários, os profissionais deverão emitir ART de tal
serviços.
Reply
4.
Felipe says:
October 11, 2014 at 09:53
O CAR nunca devia ter sido liberado para um leigo, apenas profissionais.
Uma pessoa que não conhece as leis pode cometer erros grosseiros e errar na
quantificação de APPs e RL, ou seja, prejuízo ao proprietário.
O CAR deve ser realizado por profissionais, capacitados e com
equipamentos adequados. Para o serviço mais simples de CAR nunca
cobraria menos de 2 mil, pois se trata de um serviço técnico de grande
responsabilidade. Quando envolve levantamento de campo maior o custo.
Muitos picaretas fazer o CAR em nome do proprietário, excluindo
totalmente sua responsabilidade. Os cartórios de imóveis, pelo menos no
estado de SP, ainda estão exigindo a averbação da RL em matrícula, ou seja,
o perímetro da propriedade deve estar igual ao registrado e o profisssional
deve declarar que fez isso corretamente, inclusive emitir ART. Se a pessoa
já fez o CAR sem se preocupar com isso o que vai acontecer ? Prejuízo e dor
de cabeça, pois será necessário refazer o CAR.
O barato sai caro para o cliente e para o picareta que vai ser pressionado a
refazer o serviço.
O CAR deve ser realizado por profissionais, capacitados e com
equipamentos adequados. Para o serviço mais simples de CAR nunca
cobraria menos de 2 Mil. Quando envolve levantamento de campo maior o
custo. Muitos picaretas fazer o CAR em nome do proprietário, excluindo sua
responsabilidade. Os cartórios de imóveis, pelo menos no estado de SP,
ainda estão exigindo a averbação da RL em matrícula, ou seja, o perímetro
da propriedade deve estar igual ao registrado e o profisssional deve declarar
que isso. Se a pessoa já fez o CAR sem se preocupar com isso o que vai
acontecer ? Prejuízo, pois será necessário refazer o CAR.
Reply
5.
PJ says:
October 11, 2014 at 10:55
O CAR só é barato se for feito de maneira irresponsável!!!
Reply
6.
OSEIAS RODRIGUES NEPOMUCENO says:
October 11, 2014 at 12:44
Excelente matéria, estão de parabens, tem muitos que nem profissionais são
e estão realizando o CAR por preço de banana…E quando cobramos o preço
justo,proprietarios acham que é absurdo, mas foi bem esclarecido na matéria,
na hora que o CAR estiver errado, quem que o proprietario vai processar
sem pensar no preço baixo qeu pagou?? Nessas horas ninguem lembra de
nada, apenas lembra de processar o Profissional que fez o trabalho, a e vem
o Peso de Perder a categoria Profissional.
Reply
7.
Omar Daniel says:
October 11, 2014 at 16:46
Realista a matéria. No entanto CAR demanda um grau de responsabilidade
que tenho minhas duvidas se 1300 reais paga. No item deslocamento, por
exemplo, se for com pickup media o custo do km chega a 1,50. Qualquer
saída a campo roda-se 200 km=300 reais. Alguem que cobra 350 reais paga
para trabalhar.
Reply
8.
Elias Cavalcante Junior says:
October 13, 2014 at 10:27
Muito esclarecedor sua matéria. No meu caso alem do CAR, ainda coloco
anexo o laudo de Vegetação como era de costume para a Cetesb, o que voce
fala sobre isto? Acha necessário?
Reply
9.
cleber medeiros says:
October 13, 2014 at 10:56
CAR é um ato declaratório portanto a responsabilidade e única do declarante
e não do profissional que auxilio o declarante para tal ato.Assim como
declaração de Imposto de renda e ITR.
Reply
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