PREFEITURA MUNICIPAL DE IBICUÍ -BA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA Praça São Pedro, s/n-Centro-CEP45290-000 Fone/fax 73 32722351 – [email protected] PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE IBICUÍ - BAHIA 2015-2024 IBICUÍ –BAHIA 2014 PREFEITURA MUNICIPAL DE IBICUÍ -BA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA Praça São Pedro, s/n-Centro-CEP45290-000 Fone/fax 73 32722351 – [email protected] GILNAY CUNHA SANTANA PREFEITA MUNICIPAL TEREZINHA MARIA SANTOS BARBOSA SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA PREFEITURA MUNICIPAL DE IBICUÍ -BA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA Praça São Pedro, s/n-Centro-CEP45290-000 Fone/fax 73 32722351 – [email protected] GRUPO COLABORATIVO Mônica Aslan Ribeiro Chaves Representante do Conselho Municipal de Educação Irineu Aranha Oliveira Representante do Conselho do FUNDEB Neormísia Novaes dos Santos Representante do Legislativo Sandro Renato Barros Patez Representante de Diretores de Escolas da Rede Pública Marta Valéria Novaes Nascimento Representante de Professores da Educação Básica Maria Aparecida Caetano Novais Representante dos Pais Iracema Moreira Farias Coelho Representante da Educação Privada Evanilda Cunha Andrade Representante da APLB - Sindicato Ana Teresa Damiani Nunes Representante Técnico da Secretaria Municipal de Educação PREFEITURA MUNICIPAL DE IBICUÍ -BA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA Praça São Pedro, s/n-Centro-CEP45290-000 Fone/fax 73 32722351 – [email protected] COMISSÕES REPRESENTATIVAS COMISSÃO REPRESENTATIVA DA EDUCAÇÃO INFANTIL 1- Leila Maria Lima Pires 2- Lúcia Maria Alves Oliveira 3- Maria do Carmo Coutinho Moreira 4- Marileide Santos Oliveira b) COMISSÃO REPRESENTANTIVA DO ENSINO FUNDAMENTAL I 1. Alessandra Santos Sales 2. Normália Freire Santos 3. Maria Conceição Nascimento Santos 4. Elisângela Alves Barbosa Andrade c) COMISSÃO REPRESENTANTIVA DO ENSINO FUNDAMENTAL II 1. Flávio Porto Silva 2. Isac de Jesus Sousa 3. Jucélia Rocha da Silva 4. Maria de Jesus Clímaco Cunha Xavier d) COMISSÃO REPRESENTATIVA DO ENSINO MÉDIO 1- Ivanilde Mendes Barbosa 2- Maíra Pereira Matos 3- Patrícia Almeida Sila Borges e) COMISSÃO REPRESENTATIVA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL 1- Jaid Rocha Passos 2- Milene Carvalho Peixoto f) COMISSÃO REPRESENTANTIVA DA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA 1- Ana Teresa Damiani Nunes 2- Meire Deiane Pinheiro Dias PREFEITURA MUNICIPAL DE IBICUÍ -BA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA Praça São Pedro, s/n-Centro-CEP45290-000 Fone/fax 73 32722351 – [email protected] g) COMISSÃO REPRESENTATIVA DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 1- Cassia Silva leal 2- Danilo Matos h) COMISSÃO REPRESENTATIVA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA 1- Aline Oliveira e Silva Fortunato Jandiroba 2- Ivonete Silva Pinheiro Agra i) COMISSÃO REPRESENTATIVA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) 1. Márcia Meira de Oliveira 2. Maria luzia Sousa Alves 3. Jerfson Araújo Ribeiro 4. Luciara dos Santos Souza j) COMISSÃO REPRESENTIVA DA EDUCAÇÃO SUPERIOR 1- Daniella Cláudia Monteiro da Costa Lima Veiga 2- Sandro Renato Barros Patez l) COMISSÃO REPRESENTATIVA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 1- Evanilda Cunha Andrade 2- Marta Valéria Novaes Nascimento 3- Silvana Leal Peixoto m) COMISSÃO REPRESENTATIVA DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO 1- Iracema 2- Irineu Aranha Oliveira n) COMISSÃO REPRESENTATIVA RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO 1- Terezinha Maria Barbosa 2- Núbia Jorgina de Sá ...a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes , e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total. Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas 2 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AABB – Associação Atlética do Banco do Brasil ANA - Avaliação Nacional de Alfabetização IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH - Índice de Desenvolvimento Humano USF – Unidades de Saúde da Família ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio FIES – Financiamento Estudantil TICS – Tecnologias EJA – Educação de Jovens e Adultos FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de IDEB -Indice de Desenvolvimento da Educação Básica IDI - Índice de Desenvolvimento da Infância LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação LOM - Lei Orgânica Municipal MEC - Ministério da Educação MDE- Manutenção e desenvolvimento do Ensino PAR - Plano de Ação Articulada PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais PDDE - Programa Dinheiro Direto na Escola PNE- Plano Nacional de Educação PNAIC - Programa Nacional para Alfabetização na Idade Certa PIB - Produto Interno Bruto PNAE - Programa Nacional da Alimentação Escolar PROAM- Programa de apoio à Educação Municipal SME- Secretaria Municipal de Educação 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 5 2 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO E DA EDUCAÇÃO 9 2.1 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO 9 2.1.1 Caracterização do Município 9 2.1.1.1 Aspectos Históricos 9 2.1.1.2 Aspectos Geográficos 10 2.1.1.3 Aspectos Demográficos 12 2.1.1.4 Aspectos Socioeconômicos 15 2.1.1.5 Aspectos Culturais 18 2.1.1.6 Infraestrutura Material 20 2.2 ANÁLISE SITUACIONAL DA EDUCAÇÃO 23 2.2.1 Níveis da Educação: Educação Básica e Superior 23 2.2.1.1 Etapas da Educação Básica 24 2.2.1.2 Educação Infantil 24 2.2.1.3 Ensino Fundamental 26 2.2.1.4 Ensino Médio 31 2.3 MODALIDADES E DESAFIOS EDUCACIONAIS 34 2.3.1 Educação Especial 34 2.3.2 Alfabetização na Idade Certa 36 2.3.3 Educação em Tempo Integral 37 2.3.4 Qualidade da Educação Básica 39 2.3.5 Educação de Jovens e Adultos (EJA) 47 2.4 EDUCAÇÃO SUPERIOR 50 2.4.1 Ensino Superior 50 2.5 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 53 2.6 GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PUBLICO 55 2.7 RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO 58 2.7.1 Fontes de recursos da Educação 59 3 DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME 62 3.1 DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME 62 3.1.1 Mobilização Social para a Elaboração do PME 86 4 3.1.2 Divulgação do PME 88 3.1.3 Audiência Pública 89 4 REFERÊNCIAS 90 5 1. INTRODUÇÃO A história da Humanidade tem sido construída, ao longo dos milhares de anos, por meio de mudanças que ocorrem na estrutura das relações econômicas e sociais. Na última década, a sociedade atingiu um nível de desenvolvimento nunca visto anteriormente, sobretudo nos campos da ciência e da tecnologia. Nesse sentido, vivenciamos hoje transformações tão intensas que, muitas vezes, não dispomos de condições suficientes para refletir sobre o quanto essas mudanças trazem implicações para a nossa vida em particular e para os agrupamentos sociais. No setor econômico, vivemos, desde fins do século passado, a reestruturação produtiva, que vem demandando novas formas de gerar a produção e de organizar o trabalho, produzindo, assim, o estabelecimento de novas relações nesse campo. Expressivas mudanças nos processos de comunicação e de informação também foram percebidas nesse período, com destaque para a disponibilidade e a acessibilidade das informações. Às transformações destacadas, acrescentem-se as de ordem política, socioeconômica e cultural que vêm ocorrendo mundialmente e que provocaram uma série de reformas no âmbito dos países em desenvolvimento. Com fortes reflexos na educação, essa nova realidade trouxe, para o Brasil, uma série de reformas no ensino. Entretanto, ao mesmo tempo em que a sociedade avança na produção de riquezas, vemos manter-se e até crescer a discriminação, a segregação, o preconceito e um nível acentuado de violência. Isso faz com que pensemos uma educação mais propositiva na busca da compreensão e da intervenção, em um mundo cada vez mais conflituoso. Delors (1998, p.50) resume a nossa preocupação ao afirmar que: Devemos cultivar, como utopia orientadora, o propósito de encaminhar o mundo para uma maior compreensão mútua, mais sentido de responsabilidade e mais solidariedade, na aceitação das nossas diferenças espirituais e culturais. A educação, permitindo o acesso de todos ao conhecimento, tem um papel bem concreto a desempenhar no cumprimento desta tarefa universal: ajudar a compreender o mundo e o outro, a fim de que cada um se compreenda melhor a si mesmo. Nessa nova configuração social, comportamentos, identidades e saberes se constroem e se destroem numa velocidade nunca antes vista. Nada mais atual do que o célebre raciocínio de Marx e Engels no Manifesto do Partido Comunista, publicado em 1848: “tudo o que é sólido se desmancha no ar” (2007). A essa 6 afirmação, somamos a ideia de liquidez , desenvolvida nas obras do sociólogo polonês Zigmunt Bauman (2007). Dessa forma, a efemeridade do mundo contemporâneo nos obriga a refletir sobre as nossas atitudes perante o outro, na perspectiva de que as nossas práticas, os nossos preconceitos, a nossa forma de compreender e respeitar o outro sejam repensados. As mesmas preocupações recaem sobre as questões relativas ao meio ambiente, em cujo âmbito comportamentos e atitudes precisam ser melhorados, como forma de facilitar a continuidade do planeta com garantia de vida para os seres que nele habitam. Tudo isso nos leva à compreender que precisamos discutir a concepção de educação que se inicia nas práticas sociais, tendo a escola assumido o papel de dar suporte aos valores da sociedade, ora reproduzindo-os, ora transformando -os. Sendo a Educação um dos aspectos determinantes por esta transformação, cabem a todos os agentes envolvidos nesse processo de promover, acompanhar e assegurar a educação, a formação familiar e o aprendizado escolar de crianças, jovens e adultos. Neste cenário, o conhecimento é reconhecido em escala global como o mais importante, crucial e valioso patrimônio que pais e mães podem assegurar e legar aos seus filhos e filhas mantendo-se preservada a preocupação sobre o caminho da construção de um futuro sólido e promissor. E é nesse contexto de modernidade que se concentram os grandes desafios de quem é educador, pai, mãe, professor, escola e sobre os quais se desenvolvem novas tendências e aplicação da educação. As escolas já se encontram compelidas a se transformar em verdadeiras organizações vivas de ensino e aprendizagem, evoluindo não apenas com os modelos e conceitos da pedagogia e das ciências do homem e da sociedade, mas também anulando a meta restritiva tornando ultrapassado o conceito de local de só repassar o saber. Neste tempo novo, a escola deve ser compreendida como um espaço de produção de saber construído com a participação de todos envolvidos, respeitando a identidade daqueles que a compõe. Conforme a Constituição Federal em seu Art. 205 a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, adotando o princípio de igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. 7 Torna-se preponderante frente aos estudos e conhecimentos dos marcos legais que orientam e fundamentam o “fazer” educacional que, em se tratando da construção de um Plano Decenal de Educação, a realidade de uma comunidade à qual o mesmo se destina, em seus diversos aspectos, econômicos, culturais, sociais, suas origens e aspirações, seja o ponto de partida para todo e qualquer projeto educacional, bem como das ações efetivas oriundas desses projetos que venham a satisfazer os anseios educativos dessa comunidade. Assim, a construção do Plano Municipal de Educação - PME perpassa toda esta análise, para que não se torne um simples plano de ação imediatista, tampouco gozar do status de pertencer a um governo ou coalizão política. De caráter decenal, procura em seus objetivos e metas respaldar os cidadãos e as organizações da sociedade civil existentes no município. Apresentam-se, neste espaço, as perspectivas para um prazo de dez anos, a partir da promulgação do Plano Municipal de Educação (PME), cujos temas e conteúdos específicos foram construídos e discutidos com ampla participação da sociedade civil organizada, sob a coordenação da Secretaria da Educação do Município de Ibicuí e do Conselho de Educação Municipal. Dentre outros encontros realizados com os representantes de segmentos sociais, a I Conferência Municipal de Educação em abril de 2013, configurou-se como evento chave das discussões para a elaboração do presente Plano, sendo relevante a participação do Conselho Municipal de Educação, Sindicato dos professores, Professores e Dirigentes Educacionais, Pais, Alunos e demais que se fizeram presentes e contribuíram conforme a visão das entidades representadas. Foi instituída a Comissão do Plano Municipal de Educação, composta por representantes de tais segmentos com a finalidade de definir, assessorar, mobilizar e avaliar a elaboração do projeto que se pretende efetivar. As diretrizes e os objetivos fixados aqui são congruentes com os do Plano Nacional de Educação- PNE e do Plano Estadual de Educação - PEE, mas levaram em conta, também, as necessidades e os anseios da população ibicuiense, as reivindicações dos profissionais da educação e as análises e sugestões apresentadas pelas suas entidades representativas. Neste aspecto, no esboço deste plano, procuramos a imparcialidade, o atendimento às expectativas de todos os segmentos da área e às demandas do universo educacional, frisando que os níveis e modalidades de ensino não são compartimentos estanques, fazem parte de uma 8 mesma rede e, quase sempre, os problemas de um se refletem em outro, e as soluções adotadas para um acabam se refletindo, positivamente, em outro. Neste sentido, esperamos que os diagnósticos contidos neste documento, assim como as sugestões de objetivos e metas, possam ser utilizados como subsídio para efetivação de políticas públicas visando melhoria e eficácia da educação municipal. Logo, o Plano Municipal de Educação, Plano Decenal, é um Plano de Estado, razão pela qual deverá transcender no mínimo três períodos governamentais para que os governos que se sucederem respeitem a vontade dos cidadãos e explicitem seu compromisso com as prioridades educacionais expressas neste Plano. 9 2. ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO E DA EDUCAÇÃO 2.1 ANÁLISE SITUACIONAL DO MUNICÍPIO Cada ação de projetos humanos precisa ser mediada pela reflexão, pois esta permite a tomada de decisões que gerem ações mais eficientes. Essa reflexão deve ser mais intensa ainda quando se faz um diagnóstico para conhecimento de realidades nas quais serão feitas intervenções. Portanto, saber em quais condições está uma realidade para ressignificá-la é essencial para que um trabalho de planejamento seja produtivo e de qualidade. 2.1.1 Caracterização do Município 2.1.1.1 Aspectos Históricos Ibicuí é município do estado da Bahia, no Brasil. Ibicui é em termo de origem tupi que significa “água do pó da terra”, através da junção dos termos yby (terra), ku’i (pó) e y (água). Seus primeiros habitantes, os índios Pataxós e Camacãs, da família Tupi, foram expulsos em 1782, com a Entrada e Bandeira, composta por mais de 60 homens, comandadas pelo Sargento-Mor Raimundo Gonçalves da Costa, os quais numa penetração pelas margens dos rios Gongogi, Novo e seus afluentes, transpuseram a região. Estas terras foram inicialmente apossadas pelo Alferes Benedito de Campos, no lugar denominado Triunfo (atual fazenda do Sr. Manoel Firmino Lopes). O tenente José Alexandre do Lago no lugar Casa Branca; Cassiano José Pinheiro, em Bom Sossego e Francisco Vasconcelos Bittencourt em Mocó; todos margeantes do Rio Novo e registrados perante D. José Diogo de Sá Barreto, juiz propardor do termo de Poções em 1898. Até 1913, o território do município de Ibicuí era coberto por matas virgens, habitadas por índios. Naquele ano, chegaram José Veiga e Marcelino Silva Novo e suas famílias vindas das caatingas de Poções. Os primeiros se instalaram nas zonas do Rio Novo e Riacho de Areia, onde ocorreram os primeiros desmatamentos para a formação de pastagens e cultivo das lavouras de milho, feijão, mandioca, fumo e café. A povoação que deu origem ao município chamava-se Rio Novo do Guarani (primitivamente Riacho de Areia e Guarani), palco de pelejas entre Itabuna e Poções 10 que disputavam a região. A fim de atender as pretensões do município de Itabuna, o Sr. Artur Neiva, então interventor Federal na Bahia, pelo Decreto 7.481, de 09 de julho de 1931, anexou a este território o distrito de Rio Novo do Guarani, alterando assim os limites de Poções. Logo que Poções teve notícias desse ato levantou-se inteiramente, sem distinção de classe nem partido, protestando de modo enérgico contra a lesão sofrida em sua soberania, em vista da perda de terras das melhores que o município possuía . Foi formada uma comissão composta de vários cidadãos de influência política para irem à capital do Estado a fim de expor o dato acontecido ao general Raimundo Rodrigues Barbosa, que estava assumindo o exercício de Interventor Federal da Bahia. Este, em andamento aos argumentos apresentados, resolveu pelo Decreto 7.581 de 23 de agosto de 1931, invalidar o decreto anterior. O Arraial do Rio Novo do Guarani voltou a integrar novamente ao município de Poções. Em 1942, esse distrito passou a chamar-se Ibicuí – Terra de Areia Fina (Tupiguarani). No dia 12 de dezembro de 1952, o então Governador Régis Pacheco sancionou a Lei n° 512 que elevou Ibicui a categoria de cidade. No mesmo ano, Teodomiro Meira Sertão foi empossado como primeiro gestor de Ibicui. No mesmo ato, o lugar denominado Umburanas passou a chamar-se Ibitupã, ficando na condição de distrito desse município. Em 30 de Dezembro de 1953 pela Lei Estadual n° 628 foi criado o distrito de Água Doce e incorporado ao território. Escolhido por eleição direta, Dely Feliciano de Arruda foi empossado como o primeiro Prefeito, em 07 de abril de 1955, juntamente com a Câmera de Vereadores. Outros Governantes vieram a seguir: José Lima dos Santos; Valvy Malta Veiga; Theopompo Leal Barbosa; Dário Pinheiro Peixoto; Jediael Veiga Moraes; Almir Ferreira Santana; Cláudio Antônio Kalil Dourado; Dário Pinheiro Peixoto e Gilnay Cunha Santana, atual prefeita de Ibicuí. 2.1.1.2 Aspectos Geográficos Ibicuí está situado na MESO 06 (Centro Sul Baiano), MRG 028 (Vitória da Conquista), cuja região administrativa é Itapetinga e econômica, a Sudoeste. As coordenadas geográficas do município são as seguintes: Altitude (m) – 367 Latitude (00º00’00’’) – 14º50’00” Longitude (00º00’00’’) – 39º59’00” 11 Área territorial – 1.176,838 Km². Distância da capital (km) – 535 Abaixo a localização de Ibicuí na Bahia: Mapa 01 Localização de Ibicuí na Bahia Fonte: Disponível em: http://pt.wikipedia.org. Acesso em 25/03/2015. O município limita-se ao Norte com Dario Meira e Itagibá; ao Sul com Itororó e Firmino Alves; ao Leste com Almadina, Coaraci, Itapitanga, Floresta Azul e Santa Cruz da Vitória; a Oeste com Iguaí e Nova Canaã. Veja os limites de Ibicuí: Mapa 02 Limites geográficos da Ibicuí Fonte: Disponível em: http://pt.wikipedia.org. Acesso em 25/03/2015. O relevo é de vertentes esplanadas, cristas e barra residuais. Quanto ao clima apresenta uma precipitação média anual de 700 a 1200 mm; temperatura média anual é de 22.7º, mínima de 27.4º, máxima de 18.6º; período chuvoso de outubro, novembro, março e abril; e o tipo climático, úmido sbúmido. O solo é podzólico vermelho amarelo equivalente eutrófico; brunizem avermelhado. A vegetação é de pastagem, apresentando florestas estacional semidecidual, estacional decidual, ombrófila densa, decidual submontana. 12 Figura 02 Figura 03 Figura 04 Figura 02: Visão panorâmica de Ibicuí (Subida da Cascalheira) Figura 03: Vegetação de pastagem de Ibicuí (sitio de Eurides) Figura 04: Roça Comunitária (Bairro Eldorado) Fonte: Disponível em: http://www.mapasruasestradas.com/Bahia/Ibicui. Acesso em 30/03/2015. A composição geológica é de granulitos migmatizados e piroxênio-granulitos; metatexitos; quartzitos; granitos de Jequié-Matuípe; Piroxênio-granulitos, enderbitos; charnoquitos e quartzitos; ultrabásicas das regiões de Almadina. Há ocorrências minerais de manganês, ferro, caulim e cobre. A zona natural homogênea do município está localizada nas encostas orientais do Planalto de Conquista e a zona ecológica é caracterizada pela transição floresta seca, subúmido. A bacia hidrográfica do município é o Rio de contas, Bacia do Leste. Os principais rios são Rio Novo, Riacho de Areia, Rio Gongogi, Rio Ouro. Os riachos: Ouro, Panduá, Garapa, Bambu. O potencial agroclimático de Ibicuí é ótimo. Apresenta aptidão climática para as culturas de cacau, coco-da-baía, banana, citrus, cana-de-açúcar, mandioca, abacaxi, milho e soja, algodão herbáceo, amendoim, sorgo, feijão, sisal, dendê, arroz, pinus, eucaliptos, caju e mamona. Destas culturas, as mais utilizadas hoje é de abacaxi, cana-de-açúcar, feijão de arranca, mandioca, milho, tomate, banana, cacau e café. No Bairro Eldorado, os proprietários de roças comunitárias realizam a plantação de algumas dessas culturas (banana, mandioca, milho, feijão), conforme vemos na figura 03. 2.1.1.3 Aspectos Demográficos A população do Município de Ibicuí, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2010, é de 15.785 habitantes. Veja na tabela 01: 13 O município apresentou um aumento populacional de 2000 a 2010 de 669 habitantes, aproximadamente 4,4%. A população urbana cresceu, o que vem ao longo dos anos confirmando o êxodo rural neste município, cujo fenômeno socioeconômico é responsável pela saída de 18,23% do homem do campo, em 10 anos. As principais causas dessa situação é a busca de emprego, melhor educação para os filhos e renda para a sobrevivência da família. É notório que tal contexto coopera para o fechamento de escolas no campo. Conforme análise na tabela 02, observa-se uma redução da população de faixa etária de 0 a 24 anos na área urbana e rural entre os anos de 2000 a 2010. Durante esse período, muito se investiu na educação preventiva nos Postos de Saúde Familiar – PSF por bairro. ANOS Total da População Total de Homens Total de Mulheres Total da População Urbana Total da População Rural 2000 15.116 7.821 7.295 10.443 4.673 2010 15.785 8.063 7.722 11.964 3.821 Tabela 01 - População do Município de Ibicuí Fonte: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/extras/temas O acompanhamento das famílias por uma equipe de saúde, as campanhas de saúde de controle de natalidade (distribuição de anticoncepcionais) e de prevenção de doenças (distribuição de preservativos) podem ter contribuído para essa situação. Essa mesma população, cuja faixa etária dos 04 aos 18 anos, apresentou uma redução de 18% de 2000 a 2010 de educandos na Educação Básica, na modalidade regular. Além disso, 16,9 % de 10 a 15 anos eram analfabetas. População (Localização/ Faixa Etária) Urbana Ano 0 a 3 4 a 5 6 a 14 15 a 17 18 a 24 25 a 35 Mais de 35 anos anos anos anos anos anos anos 2000 862 402 2.094 734 1.607 1.328 3.428 10.455 2007 799 449 2.066 695 1.595 1.746 4.326 11.676 Total 14 Rural Total 2010 678 399 1.983 761 1.415 1.987 4.741 11.964 2000 331 179 1.029 348 528 5.941 1.666 4.675 2007 284 143 693 245 499 607 1.504 3.975 2010 245 111 589 235 457 573 1.605 3.815 2000 1.193 581 3.123 1.082 2.135 1.922 5.094 15.130 2007 1.083 592 2.759 940 2.094 2.353 5.830 15.651 2010 510 2.572 996 1.872 2.560 6.346 15.779 PIB 50.076 923 IDH 0.63 IDI 0.56 Taxa de analfabetismo População de 10 a 15 anos População de 15 anos ou mais 16.90 % 34.50 % Tabela 02 – População por faixa etária Fonte: Secretaria Municipal de Educação/SIMEC/PAR. Acesso em outubro de 2014. Nota-se ainda, na tabela 02, o aumento da população de 15 a 17 anos no meio urbano e a diminuição dessa mesma faixa etária no meio rural. Esses adolescentes geralmente saem de suas fazendas e vem morar na cidade para continuar os estudos. Embora tenham o transporte escolar, eles querem também conseguir um emprego, por isso muitos moram com parentes ou mesmo sozinhos. A faixa etária de 18 a 24 anos reduziu de 2000 a 2010 nos ambientes urbano e rural. Geralmente esses jovens deslocam-se do município porque é pequeno e, consequentemente, oferece poucas oportunidades de serviço, para grandes centros em busca de emprego. Todavia, quando chegam aos grandes centros deparam-se com a ausência de formação suficiente para conseguir o serviço ou manter-se nele, então retornam para o município de origem. O aumento de munícipes a partir dos 25 anos evidencia isso, especificamente no meio urbano, pois ao retornarem preferem residir na cidade, reforçando a evasão dessa faixa etária no campo. Deve-se considerar o aumento da população a partir dos 25 anos, cujo grupo desponta com carência de emprego e formação suficiente para assumi-lo, uma vez que a taxa de analfabetismo é de 34,5 % nessa população. Quanto à saúde, conforme apresenta a tabela abaixo, essa população tem acesso no município a um hospital que disponibiliza serviços de clínica médica, clínica obstétrica e, em alguns períodos, clínica cirúrgica (cirurgias de baixa complexidade): 15 Número de estabelecimentos de saúde Localização Total Urbana 07 Rural 03 Posto de saúde Centro de Saúde 01 Unidade Mista Pronto Socorro Hospital 01 01 Outros USF CAPS 03 01 03 Tabela 03 – Estabelecimentos de Saúde por tipo e localização Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Ibicuí/BA, em 18 de dezembro de 2014. Ainda que o mesmo necessite de ampliação de leitos, reformas na estrutura e aquisição de equipamentos, o atendimento é suficiente para urgência e emergência concernente à estabilização do quadro do paciente para ser encaminhado para hospitais de referência de média e alta complexidade em cidades vizinhas. O Centro de Saúde é um ambulatório que atende Especialidades de Cardiologia, Pediatria, Fisioterapia, Nutrição, Dermatologia, Ortopedia e Clínica Geral. Ibicuí é um município de Atenção Básica pela quantidade da população, ele possui 06 Unidades de Saúde da Família (USF) atendendo cerca de 16.000 moradores, ou seja, 01 USF para cerca de 3.000 munícipes, embora o Ministério da Saúde preconize uma unidade para cada grupo de 2.000 pessoas por município. As Unidades de Saúde da Família são essenciais para a população, pois investe na prevenção e no cuidado com a saúde das famílias. Médico e saúde ficam próximos delas; as mães são orientadas a levarem seus filhos aos postos de atendimento, mesmo em momentos de saúde, a atualizarem o cartão de vacina, a usarem os programas de pré-natal, preventivo, planejamento familiar, hiperdia, acompanhamento e desenvolvimento das crianças (CD). Além desses programas, as USFs estabelecem uma parceria com a educação através do Programa Saúde na Escola/PSE, cujas instruções sensibilizam os filhos dessas famílias a cuidarem de si mesmos e dos seus, mesmo em momentos de Saúde, uma vez que são medidas preventivas. 2.1.1.4 Aspectos Socioeconômicos A renda dos moradores de Ibicuí é oriunda de produções agrícolas; fabricação de produtos derivados do gado, cuja criação é realizada por uma pequena parte da população; fabricação de cachaça, doces, biscoitos, polpas oriundas do plantio de frutas; serviço e comercio de apicultura; lavouras de cacau, cana-de-açúcar, etc. 16 Outros indivíduos da população trabalham nos serviços de carpintaria, borracharia, oficinas de carros, consertos de sapato e aparelhos eletrodomésticos; costureiras, cabelereiras, motoristas, feirantes, vendedores ambulantes, serviços doméstico; serviços de estética e beleza, dentre outros. Há ainda parte significativa da população trabalhando como servidor público em estabelecimentos municipais e estaduais os quais oferecem serviços de educação, saúde e agricultura aos munícipes. O IDH do município melhorou nas duas últimas décadas (1991 a 2010). Notase essa ocorrência na redução da proporção de pobres e dos extremamente pobres e no aumento da renda per capita média de Ibicuí que cresceu 25,49% nas últimas duas décadas. Isso equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse período de 1,20%. A taxa média anual de crescimento foi de -1,37%, entre 1991 e 2000, e 3,58%, entre 2000 e 2010, segundo a tabela 04. Indicadores de Renda e Pobreza (taxas) Indicador 1991 2000 2010 IDH - municipal 0,305 0,424 0,584 Renda per capita (R$) 245,04 216,34 307,49 Extremamente pobres (%) 52,74 22,63 11,33 Proporção de pobres (%) 84,85 61,70 34,67 Indice de Gini 0,79 0,56 0,50 Tabela 04 – IDH Municipal: Indicadores de renda per capita, pobreza Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Disponível em: <http://www. atlas brasil.org.br/2013>. Acesso em 19/11/2014 e índice de Gini A proporção de pessoas pobres, ou seja, com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00 (a preços de agosto de 2010), passou de 84,85%, em 1991, para 61,70%, em 2000, e para 34,67%, em 2010. A evolução da desigualdade de renda nesses dois períodos pode ser descrita através do Índice de Gini, que passou de 0,79, em 1991, para 0,56, em 2000, e para 0,50, em 2010. Tais melhorias ocorreram em decorrência da implantação de políticas públicas do governo federal. Os programas assistenciais para famílias carentes condicionados à frequência dos filhos à escola. O acesso ao ensino superior através do FIES, ENEM, validação de polos de faculdades no próprio município cuja democratização permitiu aos munícipes sua qualificação profissional e no trabalho. 17 Esse investimento garantiu às pessoas acesso a emprego e aumento salarial, logo diminuição da disparidade entre os pobres e os ricos, conforme evidencia o índice de Gini, na tabela 04. Outra causa de melhoria no índice de renda e pobreza de Ibicuí foi o investimento em diversas áreas do comércio: na agricultura, o incentivo a pequenos produtores e investimento na agricultura familiar; apoio através do Banco de Nordeste para pequenos empresários; cursos de qualificação para a comunidade promovidos pelo Sindicato de Trabalhadores Rurais e pelo SEBRAE; incentivos fiscais para a indústria da Azaléia (Fábrica de Calçados) que empregava trabalhadores tanto em galpão de produção instalado no município quando na Central de produções em Itapetinga/BA. O IDH do município evidencia que os índices da Educação e Longevidade também tenham melhorado. Note na Tabela 05 que desde 1991 esses números vêm aumentando: Indices Indicadores 1991 2000 2010 Indice de Desenvolvimento Humano Municipal 0,305 0,424 0,584 Educação 0,089 0,225 0,435 Longevidade 0,577 0,639 0,78 Renda 0,55 0,53 0,586 Tabela 05 – IDH Municipal: Indicadores de educação, longevidade e renda Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil.Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/2013. Acesso em 19/11/2014. A implantação e execução das políticas públicas nacionais e locais no munícipio promoveram a melhoria dos índices de qualidade de vida dos moradores nessas duas décadas. Observando as Tabelas 04 e 05, percebe-se que o avanço ocorreu em todos os índices das referências. A interrelação existente entre os programas de saúde, educação e renda corroboraram os resultados produtivos dessa teia de ações contribuindo para o desenvolvimento humano de Ibicuí. A longevidade, por exemplo, é resultado do investimento na educação preventiva junto às famílias da comunidade, de acordo fora dito; a renda, em decorrência de aplicações de esforços na economia; a educação, na qualidade do nível de formação dos educadores, mediante exigência da LDB 9.394/96, no FUNDEB e em Programas Estaduais e Federais (estes disponibilizados na 18 plataforma do SIMEC/PAR, via Secretaria Municipal de Educação) cujos recursos, também de infraestrutura, contribuem para ações eficientes no campo da educação. 2.1.1.5 Aspectos Culturais No dia 12 de dezembro comemora-se a emancipação política de Ibicuí. Nessa data, o Governo Municipal, junto a representantes da comunidade, realizam um momento cívico, após, a Fanfarra desfila pela cidade alegrando a população com as músicas tocadas. Ibicuí destaca-se no Território Médio-Sudoeste como a única cidade que possui um espaço de memória da população, o Museu José Veiga. Os munícipes ainda tem acesso à Biblioteca Pública; informação e participação no Jornal Guarany; duas estações de Rádio: uma comunitária, a FM Vida Nova (104.9) e outra comercial, Guarany FM (89.9). Embora a cidade não possua estabelecimentos próprios para realização de programações culturais, elas acontecem sendo realizadas em espaços públicos ou privados. Essas atividades artísticas ocorrem na praça central da cidade, Praça Régis Pacheco; na Quadra Poliesportiva do Colégio Municipal São Pedro; no anfiteatro da Escola Dr. Manoel Novais, que também é usado para treinos da Capoeira; no Centro Comunitário Católico Padre Valdemir Ferreira dos Santos; no S.A. RACH no qual ocorrem apenas eventos festivos. Os espaços privados de lazer são os balneários e a AABB onde acontecem eventos festivos, culturais, sociais e torneios futebolísticos. O município promove práticas desportivas no Estádio de Futebol Carlos Roberto Rodrigues participando também de torneios intermunicipais. Na Quadra do CMSP, além de vários times de diferentes bairros da cidade participarem do “baba”, anualmente, acontecem as Olimpíadas promovendo jogos estudantis que reúnem alunos de todas as escolas do Ensino Fundamental e Médio do município e até de cidades vizinhas. São muitas as manifestações culturais do município, dentre elas: a) Capoeira cuja atividade é desenvolvida por dois grupos distintos de jovens que se uniram nessa atividade como meio de expressão artística, treino físico e função social uma vez que um dos objetivos do grupo é afastar os jovens das drogas; b) Fanfarra composta de alunos do Colégio Municipal São Pedro e do Colégio Estadual Dr. Manoel Novais apresentando-se em eventos cívicos, religiosos e educacionais; 19 c) Cantatas e Corais evangélicos apresentados pelos membros das igrejas de diferentes faixas etárias (grupo de crianças, grupo de jovens e de adultos) em datas significativas no calendário anual – Páscoa, Dias de Pai e Mãe, Natal; d) Teatro Atuarte formado por jovens do município com o objetivo de expressar os problemas e questões sociais, religiosas e temas para construção de valores, por meio da dramaturgia; e) Festa Junina caracterizada pela realização de atividades culturais típicas como: quadrilhas (Figuras 04 e 05), danças, ornamentação e barracas com comidas típicas e blocos particulares que realizam “festas de camisa”. A festa destaca-se como maior manifestação cultural do município atraindo pessoas de vários municípios da Bahia e de outros estados brasileiros. Figuras 02 e 03 - Quadrilha do Colégio Municipal São Pedro Fonte: Disponível em: http://cmspibicui.blogspot.com.br . Acesso em 30 de abril de 2015. Nos distritos ainda são realizadas as festas de Largo em Ibitupã (São Roque) e em Água Doce (Santa Terezinha). Esse eventos reúnem muitas pessoas de diferentes regiões e municípios; f) Festa do Padroeiro (29 de junho) realizada pela Igreja Católica, anualmente, no período de final de junho e primeira semana de julho, quando também acontecem quermesses nos finais de semana. g) Cavalgada, no segundo semestre do ano, como meio de valorização do homem do campo; h) Torneios de argolinhas, no meio rural; corrida de cavalos, no meio urbano e vaquejadas. No município tem dois parques de vaquejada onde se realiza torneios que atraem vaqueiros de diversas cidades do Estado. Todas essas atividades promovem a diversão de cidadãos ibicuienses atraindo-os para os eventos; 20 i) Terno de Reis, constituído por um conjunto de homens e mulheres que se ajuntam no período de 25 de dezembro a 06 de janeiro visitando as famílias do município as quais ao serem provocadas permitem ou não a entrada dos artistas em suas residências para realizar a Cantoria de Reis. Não faltam bandas musicais, cantores de bandas, cantores religiosos, compositores de músicas, cordéis e poemas, artista plástico com repercussão estadual, grafiteiro e pintores, halterofilistas, apresentações religiosas, todas as manifestações demonstrando os valores e as tradições do município. Este apresenta intenso potencial cultural o qual precisa ser reforçado através da promoção de eventos publicamente para que sejam conhecidos em todos os bairros da sede, no meio rural e nos distritos. Dessa forma a população poderá reconhecer-se como produtora e responsável pela manutenção dessa riqueza através da qual ratifica sua artehistórico-cultural para todo o território local e regional. Compreender, portanto, que ter acesso a sua cultura é garantir-lhe o direito de cidadania. 2.1.1.6 Infraestrutura Material O município tem o suporte de rede elétrica que contempla as demandas de três núcleos urbanos principais: Ibicuí, Agua Doce e Ibitupã; assim como os pequenos povoados rurais, onde remanescem algumas escolas rurais. O município é suficientemente atendido por esse serviço. Isto posto viabiliza qualquer ação pedagógica e/ou outras que se fizer necessário na implementação do PME. Ao ponto de vista institucional, o transporte específico de alunos é feito pela Prefeitura e atende a todas as regiões que o demandam. Do ponto de vista do transito de pessoas da comunidade, a dificuldade de transporte existe basicamente em relação ao distrito de Ibitupã, o qual não dispõe de linha de transporte diária para a sede, o que não inviabiliza as ações pedagógicas do município, visto que naquele distrito o sistema educacional contempla as clientelas da Educação Básica. Na sede do município as pessoas se locomovem principalmente a pé; entretanto, alguns têm veículos próprios (motos, carros e bicicletas) outros utilizam os serviços de motoboys ou carros de particulares que fazem o serviço de taxi. Por outro lado o acesso aos municípios vizinhos se dá de forma satisfatória, tendo em vista a disponibilização de ônibus de linhas intermunicipais em vários horários do dia, com os vários destinos ensejados pela população. 21 Por ser uma cidade onde a população, em sua grande maioria é de baixa renda, apresenta problemas habitacionais históricos, porém não há ninguém morando embaixo de pontes, viadutos e favelas. Veja no gráfico 01, a situação de moradia no município em 2010: Gráfico 01 – Condição de ocupação dos moradores de Ibicuí Fonte: IBGE - Censo Demográfico – 2010 Observa-se que até esse ano, 72% dos moradores tem moradia própria e 28% aluga ou reside em imóveis cedidos. Como instrumento de planejamento territorial, este município não dispõe de Plano Diretor. O município declarou em 2008, não existirem loteamentos irregulares, favelas, mocambos, palafitas ou assemelhados. Quando ao processo de regularização fundiária, legislação municipal específica, plano ou programa específico para tal fim, não existe. Parte da população (a de melhor faixa de renda) mora nos centros dos três núcleos urbanos, porém todos atendidos por luz e água, embora alguns ainda não tenham rede de esgoto e pavimentação, o que, embora seja um indicativo social ruim, não se torna empecilho para viabilização educativa do município. Como ilustra a Gráfico 01, em 2010, 67,1% dos moradores tinham acesso à rede de água geral com canalização em pelo menos um cômodo e 62,2% possuíam formas de esgotamento sanitário considerado adequado. 22 Gráfico 02 – Moradores com acesso a água ligada à rede e esgoto sanitário adequado Fonte: IBGE - Censo Demográfico - 1991 e 2010 Existem vários grupos políticos no município todos vinculados a partidos nacionais, das várias matrizes ideológicas nacionalmente difundidas. Ibicuí faz parte da grande aldeia global onde todas as TICS são acessíveis, desde o rádio à internet. Nesse sentido o município está bem adiantado em relação a outros similares, visto que o mesmo tem duas rádios FM instaladas em sua sede, entre as quais uma delas tem alcance regional. No Município, em 2005, o percentual de escolas do Ensino Fundamental com laboratórios de informática era de 11,8%; com computadores 2,9% e com acesso à internet 2,9%, conforme consta no gráfico 03. Gráfico 03 – Escolas do Ensino Fundamental e Médio com acesso a internet em 2005 Fonte: Ministério da Educação – INEP O município não dispõe de escolas preparatórias para o mundo do trabalho, o que se compreende ser uma necessidade demandada pela população discente. Certamente deverá ser objeto de planejamento de política educacional, a qualquer 23 momento, independentemente de quem esteja no poder, sob o risco do município ficar marginalizado diante das possíveis possibilidades de crescimento econômico e geração de emprego e renda, os quais são de vital importância ao bem estar social e a paz para todos os munícipes. 2.2 ANÁLISE SITUACIONAL DA EDUCAÇÃO A análise da situação educacional de Ibicuí iniciou-se em 2013, através de um amplo processo de levantamento de dados, análise de resultados e proposição de metas a fim de consolidar o processo democrático no planejamento estratégico das ações educacionais e gerando a primeira versão do PME do município de Ibicuí. Contudo, após a aprovação do Plano Nacional de Educação, em junho de 2014 e em seguida duas substituições de secretários municipais de educação , fez-se necessário a adequação do mesmo, visando atender às especificidades do PNE, o qual sinalizou a necessidade de novos parâmetros para atender à normatização para a construção deste documento. Em 2014, com a assessoria do PROAM, que oportunizou ao município o assessoramento técnico-pedagógico na elaboração do Plano Municipal de Educação, favorecendo elaboração de um PME sistematizado e que atenderia aos pré-requisitos democráticos, tornou-se possível a reconstrução e maior participação social no desenvolvimento dos trabalhos, propondo ações capazes de solucionar os problemas identificados e melhorar a qualidade do trabalho. 2.2.1 Níveis da Educação: Educação Básica e Superior A Constituição Federal de 1988, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, definiram com clareza o papel e a importância do município como ente federativo autônomo, na formação e na gestão da política educacional, criando, inclusive, o seu próprio sistema de ensino. As definições legais têm sido instrumentos utilizados para a melhoria do desempenho da educação no Município de Ibicuí, que atendendo a LDB (9.394/96), artigo 11, inciso V: oferece educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o Ensino Fundamental, 24 estendendo o atendimento a outros níveis de ensino ofertados pelas redes Federal, Particular, Estadual e Municipal. Em defesa de uma educação de qualidade, o município vem se unindo àqueles que lutam pelo resgate da dignidade da escola pública e atuam em favor da educação. É justo constatar que vem crescendo, hoje, a consciência de que a educação é um direito de todos. Um instrumento fundamental para a construção da democracia brasileira, para a afirmação da nossa cidadania. 2.2.1.1 Etapas da Educação Básica A Educação Básica torna-se, dentro do art. 4º da LDB, um direito do cidadão à educação e um dever do Estado em atendê-lo mediante oferta qualificada. E tal o é por ser indispensável, como direito social, a participação ativa e crítica do sujeito, dos grupos a que ele pertença, na definição de uma sociedade justa e democrática. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação entende que a “educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e estudos posteriores”. Composta pela Educação Infantil, pelo Ensino Fundamental e pelo Ensino Médio, a Educação Básica é encarada como um conjunto orgânico e sequencial que mobiliza as três esferas do governo em sua organização e oferecimento. . 2.2.1.2 Educação Infantil A “Educação Infantil, primeira etapa da educação básica tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 05 (cinco) anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. A Educação Infantil será oferecida em: creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até 3 (três) anos de idade; pré-escolas, para crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.” (LDB, Arts. 29 e 30). Em razão das particularidades desta etapa de desenvolvimento, três princípios básicos estruturam a Educação Infantil: o cuidar, o educar e o brincar que são ao mesmo tempo complementares e indissociáveis. 25 É importante ressaltar que com a implantação da Lei n.º 11.274/2006, medidas legais modificaram o atendimento das crianças na pré-escola, pois alunos com 6 (seis) anos de idade devem obrigatoriamente estar matriculados no primeiro ano do Ensino Fundamental. Os dispositivos legais desta lei estabelecem as seguintes modificações: duração mínima de 09 (nove) anos para o Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 06 (seis) anos de idade; implantação até 2010 pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. No Município de Ibicuí este nível educacional se encontra em desenvolvimento, e a procura pela matrícula é grande principalmente nas creches, pelas razões óbvias dos pais saírem para trabalhar e muitas vezes não terem onde deixar os seus filhos, e/ou, em outros casos, garantir a vaga na creche em razão da família ser carente e, nesse caso, ter a garantia dos cuidados essenciais, além do mais importante, a alimentação. Essa etapa da educação é projetada e realizada para ser o alicerce de uma construção de bases sólida e segura, caracterizando-se, no mínimo uma série de ações desafiadoras como a elaboração das diretrizes, em andamento, para esse nível de ensino, entendendo o município que a educação é elemento constitutivo do ser humano e, portanto, deve estar presente desde o momento do seu nascimento, como meio e condição de formação, desenvolvimento, integração social e realização pessoal. De acordo com o levantamento de dados realizados pelos profissionais da Educação Infantil, com base nas informações obtidas pelas equipes gestoras do segmento educacional, constatamos que a população na faixa da Educação Infantil não é atendida em sua totalidade, visto que, as unidades não estão completamente adequadas para a demanda. O município está se preparando para atender a procura da Educação Infantil da seguinte maneira: 0 a 03 anos – constituiu parceria de regime de colaboração com a União para a Construção da Creche Municipal que atenderá em sua totalidade. No que diz respeito a Educação Infantil do Campo do município faz-se necessário adequação nas salas para que o atendimento contemple as necessidades educacionais dessa faixa etária. A parceria para o levantamento de dados é pequeno quando refere-se a demanda pautada na taxa de natalidade, pois o segmento oferta as vagas de acordo com a procura da comunidade, portanto não há estímulos para o acesso a Educação 26 Infantil em tempo integral. Isso faz necessário devido a cultura local de que a Creche não é um espaço educativo que contempla as necessidades educacionais esperadas para esse segmento educacional. Dentre os problemas encontrados podemos destacar a falta de: recursos pedagógicos, instalações apropriadas, proposta pedagógica adequada com a nova realidade, formação continuada para os profissionais, currículo, sala multifuncional para atendimento, educação especial inclusiva. A preocupação com a baixa qualidade da Educação Infantil trouxe a criança para o centro das discussões: percebia-se que era necessário basear o atendimento no respeito aos direitos da criança, em primeiro lugar, para que fosse possível mostrar a legisladores e administradores a importância de um patamar garantir um patamar mínimo de qualidade para Creche e pré-escolas. A problemática maior do município está relacionado as adaptações necessárias que deverão ser implantadas na novas proposta pedagógica para a Educação Infantil que de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil que visam beneficiar crianças, docentes e profissionais da área. Tabela 06. Evolução da matrícula da Educação Infantil no município de Ibicuí, por dependência administrativa e localização, período 2010 a 2013 Anos 2010 2011 2012 2013 Municipal Urbana Rural 447 42 441 94 402 85 247 93 Estadual Urbana Rural --------- Privada Urbana Rural 59 -59 -41 -109 -- Total 548 594 528 449 Fontes: Mec/inep, para dados de matrícula, Anuário Estatístico Estadual e Secretaria municipal de Educação, 2014 2.2.1.3 Ensino Fundamental O PNE estabelece, que a implantação progressiva do Ensino Fundamental de nove anos, com a inclusão das crianças de seis anos, deve se dar em consonância com a universalização do atendimento na faixa etária de 7 a 14 anos. Ressalta também que esta ação requer planejamento e diretrizes norteadoras para o atendimento integral da criança em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, além de metas para a expansão do atendimento, com garantia de qualidade. Essa qualidade implica assegurar um processo educativo respeitoso e construído 27 com base nas múltiplas dimensões e na especificidade do tempo da infância, do qual também fazem parte as crianças de sete a oito anos. O art. 23 da LDB incentiva a criatividade e insiste na flexibilidade da organização da educação básica, portanto, do Ensino Fundamental: “A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.” A referida lei, no art. 32, determina como objetivo do Ensino Fundamental a formação do cidadão, mediante: I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Esse dado reforça o propósito de ampliação do Ensino Fundamental para nove anos, uma vez que permite aumentar o número de crianças incluídas no sistema educacional. Os setores populares deverão ser os mais beneficiados, uma vez que as crianças de seis anos da classe média e alta já se encontram majoritariamente incorporadas ao sistema de ensino – na pré-escola ou na primeira série do Ensino Fundamental. A opção pela faixa etária dos 06 aos 14 e não dos 07 aos 15 anos para o Ensino Fundamental de nove anos segue a tendência das famílias e dos sistemas de ensino de inserir progressivamente as crianças de 6 anos na rede escolar. A inclusão, mediante a antecipação do acesso, é uma medida contextualizada nas políticas educacionais focalizadas no Ensino Fundamental. O objetivo de um maior número de anos de ensino obrigatório é assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e, com isso, uma aprendizagem mais ampla. É evidente que a maior aprendizagem não depende do aumento do tempo de permanência na escola, mas 28 sim do emprego mais eficaz do tempo. No entanto, a associação de ambos deve contribuir significativamente para que os educandos aprendam mais. Em conformidade com a Lei 11.274/2006, em maio de 2009 o município de Ibicuí aderiu a esse sistema organizacional de nove anos. Como não existe a migração automática dos alunos, (do ensino de 08 para 09 anos) gradativamente o município foi se adaptando, tendo como obrigatória a matrícula dos alunos de 06 anos no 1º ano do Ensino Fundamental Segundo as orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental: A obrigatoriedade da matrícula no Ensino Fundamental de crianças com 06 anos completos ou a completar deverá ser até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula; A matrícula das crianças que completam 6 anos após 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula deverá ser na Educação Infantil (Pré-Escola); Que as instituições escolares, e solidariamente os sistemas de ensino, assegurarão aos estudantes o direito à carga horária mínima anual de 800 horas relógio, de 60 minutos cada; jornada diária mínima de 4 horas; mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar. Essas Diretrizes definem que nos 03 anos iniciais do ensino fundamental é preciso assegurar: A alfabetização e o letramento; O desenvolvimento das diversas formas de expressão, o aprendizado da matemática e das demais Áreas de Conhecimento; O princípio da continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no EF como um todo. O 1º ano do ensino fundamental deve ser entendido como parte integrante de um ciclo de três anos denominado “ciclo da infância”. Um período voltado à alfabetização e ao letramento, sem minimizar o desenvolvimento das diversas expressões e o aprendizado das áreas de conhecimento. (Parecer CNE/CEB nº 4/2008). 29 Avaliação da aprendizagem dos estudantes será realizada pelos professores e pela escola, como parte integrante da proposta curricular e da implementação do currículo, é redimensionadora da ação pedagógica e deve assumir um caráter processual, participativo e formativo e ser contínua, cumulativa e diagnóstica. O Ensino Fundamental desenvolvido no município possui uma organização convencional que acaba caracterizando-o em dois ciclos. O primeiro que corresponde aos primeiros cinco anos (chamados anos iniciais do ensino fundamental) é desenvolvido no município em classes com um professor regente. O segundo ciclo corresponde aos anos finais, nos quais o trabalho pedagógico é desenvolvido por uma equipe de professores especialistas em diferentes disciplinas. Nos primeiros anos, as crianças e adolescentes são estimulados através de atividades, jogos, leituras, imagens e sons, principalmente no primeiro nível. Através dos vários processos pedagógicos, busca-se conduzir a criança ao conhecimento do mundo pessoal, familiar e social. Nos anos finais, os adolescentes aprofundam os conhecimentos adquiridos no ciclo anterior e iniciam os estudos das matérias que serão a base para a continuidade no Ensino Médio. A realidade das escolas municipais de ensino fundamental, no que diz respeito a promover relações de interação com instituições, movimentos de difusão e comunidade em geral, dá-se através de movimentos culturais, festas de datas comemorativas, reuniões e palestras, empréstimo do espaço escolar quando solicitado pela comunidade e/ou instituições. A estruturação do Ensino Fundamental de Nove Anos acontece a partir do momento em que ocorre a adesão das crianças de 6 anos e concluindo o mesmo aos 14 anos. O município oferta o Ensino Fundamental de Nove Anos tanto na sede, quanto no campo. Não há oferta para quilombolas e indígenas, pois não existem essas comunidades em Ibicuí. Referente às atividades de apoio ao atendimento dos filhos de profissionais que se dedicam a atividades itinerantes, existe o acolhimento legal de forma que possibilite a interação dos alunos com a sua respectiva turma e a comunidade escolar como um todo. As ações que ocorrem para garantir a universalização do Ensino Fundamental de Nove Anos acontecem através de atos isolados, realizados pela própria escola, para garantir que pelo menos 95% dos alunos conclua essa etapa. No que diz respeito ao acompanhamento e monitoramento do acesso, da permanência de alunos beneficiários de programas de transferência de renda, não 30 existe ação municipal, além da entrega das fichas de frequência escolar para alimentar o sistema. No entanto, achamos necessária uma parceria entre Ação Social e Educação para promover ações do tipo. O município atenta para o processo de ensino e aprendizagem uma vez que recebe os alunos nas séries iniciais de acordo com a faixa etária estipulada, respeitando as características sociais, psicológicas e cognitivas das crianças. No entanto, existem alunos em distorção idade/série que ocorre a partir do distanciamento familiar. O esporte é uma ferramenta importante para o crescimento cognitivo do aluno. Então há no município os campeonatos intermunicipais, as Olimpíadas do CMSP, o Mais Educação com atividades de caratê, handebol, futsal, dança, os jogos interclasses e a parceria da escola com o técnico responsável pelo futebol na cidade. E para que tudo isso ocorra dentro dos trâmites legais, faz-se uso dos documentos oficiais da educação como: PCNs, LDB as DNEF de Nove Anos, com o objetivo de organizar o planejamento e adequar à realidade. Para que isso ocorra, há uma análise e flexibilidade juntamente com a Secretaria de Educação. As tecnologias fazem parte integrante do processo de ensino-aprendizagem, pois facilitam nas dinâmicas de exposição dos conteúdos. Existem então os laboratórios de informática em muitas escolas municipais, no entanto, a ausência de um profissional capacitado para trabalhar essas habilidades é uma carência muito grande na rede. As ações voltadas para incentivar a participação dos pais ou responsáveis no acompanhamento das atividades escolares são específicas de cada unidade escolar, através de reuniões pedagógicas, conversas individuais, convite aos pais para se fazerem presentes na escola e participação em diversos eventos escolares. Tabela 10. Evolução da matrícula do Ensino Fundamental no município de Ibicuí, por dependência administrativa e localização, período 2010 a 2013 Municipal Estadual Privada Total Urbana Rural Urbana Rural Urbana Rural 2010 2.517 492 --80 -3.089 2011 2.575 541 --16 -3.132 2012 2.417 326 --81 -2.824 2013 2.184 332 --127 -2.643 Fonte: MEC/INEP. Censo Escolar – Disponível://www.inep.gov.br>Acesso em: jun2015 Anos 31 2.2.1.4 Ensino Médio O Ensino Médio no Brasil tem se constituído, ao longo da história da educação brasileira, como o nível de maior complexidade na estruturação de políticas públicas e de enfrentamento aos desafios estabelecidos pela sociedade moderna, em decorrência de sua própria natureza enquanto etapa intermediária entre o Ensino Fundamental e a Ensino Superior e a particularidade de atender a adolescentes, jovens e adultos em suas diferentes expectativas frente à escolarização, levando-se em consideração que estes conceitos são estabelecidos por uma construção social. Pode-se afirmar, que um dos grandes desafios da educação brasileira, hoje, é não somente garantir o acesso da grande maioria dos jovens à escola, mas, permitir-lhes a permanência numa escola feita para eles, que atenda às suas necessidades e aspirações. É lidar com segurança e opções políticas claras diante do binômio, quantidade versus qualidade. O Ensino Médio, última etapa da Educação Básica, com duração mínima de três anos, cuja finalidade, segundo a LDB 9.394/96, em seu artigo 35, é a seguinte: I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. Segundo a LDB, sendo atendida a formação geral do educando, poderá oferecer a formação para o exercício de profissões técnicas articulando, o Ensino Médio e a formação técnica profissionalizante. Nosso município dispõe de apenas uma escola de Ensino Médio, Colégio Estadual Dr. Manoel Novaes e o EMITec (Ensino Médio com Intermediação Tecnológica), que funciona nos distritos de Água Doce e Ibitupã, para atender os alunos que concluíram o Ensino Fundamental. Ele tem atuado de forma articulada, para garantir a população de 15 a 17 anos a matrícula na idade e tempo próprios. 32 Percebe-se que não existe parceria com as áreas de Assistência Social e de Saúde e também não há ações integradas com outras secretarias municipais para identificar e incluir a população de 15 a 17 anos em processo de escolarização e que estão fora da escola. Para ingressar no Ensino Superior, é notório que os nossos alunos egressos do Ensino Médio têm utilizado o exame do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) que é um instrumento para avaliar a qualidade do Ensino Médio no Brasil, oferecendo um parâmetro nacional com o objetivo de auxiliar professores, diretores e demais dirigentes educacionais na identificação de deficiências e boas práticas no âmbito da escola. Vale ressaltar, que tal instrumento é uma excelente porta de acesso a universidades públicas e particulares. Para atender aos filhos de profissionais que se dedicam às atividades de caráter itinerante a escola garante a matrícula de acordo à demanda, sem, no entanto, adaptar ou modificar o currículo. Quanto à prática desportiva integrada ao currículo, existem na instituição ações de incentivo à utilização do espaço cultural de forma regular, fomentando programas de educação e cultura para a população urbana e do campo de jovens na faixa etária de 15 a 17 anos. A escola de Ensino Médio do nosso município não possui o programa Ensino Médio Inovador nem o programa estruturante Ensino Médio Em-Ação, bem como o Programa Nacional de Diversificação Curricular do Ensino Médio que tem como objetivo incentivar abordagens interdisciplinares estruturadas pela relação teoria e prática. Há na instituição ações pedagógicas para evitar ou minimizar a evasão e a repetência, como o SOE (Serviço de Orientação Educacional), PAIP (Projeto de Monitoramento, Acompanhamento, Avaliação e Intervenção Pedagógica na rede estadual de ensino da Bahia), além da recuperação paralela. Há também a ressignificação da dependência, onde os estudantes que devem disciplinas de séries anteriores a que estão cursando regularmente, têm um espaço mais qualificado para aprender, com uma nova organização curricular – tempos e espaço diferenciados e metodologia específica de ensino. O programa proporciona ao estudante um ambiente de aprendizagem mais adequado ao seu tempo humano e, principalmente, promove a elevação da sua autoestima. O município, no que se refere ao Ensino Médio, não dispõe de novas tecnologias de informação e comunicação que combinem a organização do tempo, 33 das atividades didáticas e pedagógicas entre a escola e ambiente comunitário, considerando as especificidades educacionais. Portanto, para fortalecer o acompanhamento e monitoramento do acesso e da permanência no Ensino Médio e do aproveitamento escolar dos beneficiários no programa de transferência e renda, bem como, das situações de discriminação, preconceitos e violência na escola, tem sido desenvolvidos projetos pedagógicos, palestras, oficinas, feiras de conhecimento e conscientização. O Ensino Médio, no cenário nacional, sofre com a dualidade entre formar para o trabalho ou oferecer subsídios para o ingresso no Ensino Superior. Nesse embate, este nível de ensino precisa definir seus rumos e resgatar a sua identidade. Esta preocupação não é exclusiva do município de Ibicuí, ela já foi expressa no Plano Nacional de Educação (2001), que lançou mão das Novas Diretrizes Curriculares do Ensino Médio na tentativa de superação destes problemas e apontou a necessidade de implementação de uma política de formação continuada para os professores dessa modalidade de ensino. Diante deste contexto o Plano Municipal de Educação vem traçar diretrizes, metas e estratégias para que Ibicuí tenha um Ensino Médio de qualidade. O município tem atuado de forma articulada para garantir, para a população de 15 e 17 anos a matrícula na idade e tempo próprios. Tabela15. Matrícula Inicial do Ensino Médio no Município X, por dependência administrativa e localização 2012/2014 Anos 2012 2013 2014 Municipal Urbana Rural ------- Estadual Urbana Rural 686 -658 -627 -- Privada Urbana Rural ------- Total 686 658 627 Tabela 16. Taxas de Rendimento do Ensino Médio - Rede Municipal/ Rede Estadual Fase / Nível 1º ano do EM 2º ano do EM 3º ano do EM Taxa Aprovação Urbana Taxa Abandono Taxa Reprovação Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural 2008 42,8 28,5 71,3 5,8 3,9 9,7 11,4 7,6 19 2009 43,9 29,3 73,2 3,4 2,2 5,6 12,7 8,5 21,2 2010 36,5 24,3 60,8 10,6 7 13 8,6 21,6 2008 47,9 32 79,9 3,2 2,2 5,4 8,8 5,9 14,7 2009 49,6 37 86,6 0 0 0 8 5,4 13,4 2010 48,3 32,2 80,5 3,8 2,5 6,3 7,9 5,3 13,2 2008 55,4 37 92,4 1,1 0,8 1,9 3,4 2,3 5,7 2009 52,4 35 87,4 1,5 1,0 2,5 6,0 4,1 9,3 Total 34 2010 54,1 36 90,1 0,7 0,4 1,1 5,3 3,5 8,8 Fonte: Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/ide/2008,2009,2010/gerarTabela. php>. Acesso em: 16 jan. 2014 2.3 MODALIDADES E DESAFIOS EDUCACIONAIS 2.3.1 Educação Especial A Educação Inclusiva é contemplada na Lei nº 9394/96 como modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de “necessidades especiais”. Desde então, passa a ser dever constitucional do estado, a partir da Educação Infantil, atingindo os demais níveis e faixas etárias. A Educação Especial ou Inclusiva não é promovida sistematicamente no município de Ibicuí, pois, apesar de garantir o acesso de alunos com necessidades educativas especiais em todos os níveis e modalidades de ensino, não dispomos de ações políticas que apontem a superação de práticas segregacionistas. A prioridade do nosso município deve ser a capacitação dos sistemas escolares para o ensino de educandos com necessidades especiais, o que requer ações em todas as instâncias, concernentes à garantia de vagas no ensino regular para diversidade de graus e tipos de deficiência; elaboração de projetos pedagógicos que orientem pela política de inclusão e pelo compromisso com a educação escolar desses alunos; a alocação, nos sistemas locais de ensino, dos necessários recursos pedagógicos especiais para o apoio aos programas educativos e ações destinadas à capacitação de recursos humanos para atender as demandas desses alunos. O município não realizou nenhum mapeamento sobre o quantitativo de pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/ superdotação. As informações são feitas através das escolas de forma isolada e, também, através do censo escolar. A rede regular de ensino recebe esses alunos, no entanto não dispõe de atendimento especializado para identificar os diferentes graus de necessidades ( físico, intelectual e psicomotora ), atendo apenas a observação ou em raríssimos casos, em laudos médicos. Após detectar, através da observação, os alunos com necessidades especiais, a escola orienta os pais que procurem o CAPS, CRAS e Assistência Social, para que esses setores possam oferecer atendimento especializado e gratuito aos 35 mesmos. Ressalta-se que quanto mais cedo forem detectados e diagnosticados os problemas e oferecidos às famílias programas especiais de atendimento, tanto maiores serão as possibilidades de atenuação das consequências das deficiências. Reconhecemos também, que as escolas não estão aparelhadas para cumprir tal tarefa, do ponto de vista das condições materiais quanto humana. A família é o primeiro espaço social da criança, no qual ela constrói referências e valores. A comunidade é o espaço mais amplo, onde novas referências e valores se desenvolvem. A participação da família e da comunidade traz para a escola informações, críticas, sugestões, solicitações, desvelando necessidades e sinalizando rumos. As discussões sobre a Educação Especial é realizada nas escolas em reuniões de pais e mestres e através do CAPS. A Legislação Brasileira no artigo 59 determina que a Educação Especial deva ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, mas os sistemas de ensino não asseguram aos educandos com necessidades especiais: currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e uma certa organização para atender às diferentes necessidades; terminalidade específica; professores com especialização adequada em nível médio ou superior, intérprete, guia - intérprete ou professor de libras para o atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos em classes comuns; educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade. Destacamos que algumas salas possuem apenas o professor auxiliar, mas este também não tem formação adequada. A rede municipal de Ibicuí oferece transporte escolar aos alunos, porém não estão totalmente adaptados para os estudantes com deficiências que apresentem limitações físicas ou mobilidade reduzida. Percebe-se que não existem, na maior parte dos automóveis, por exemplo, monitores e elevador para cadeirantes. Até o momento não foi oferecida nenhuma formação para os motoristas que atendem esses estudantes, problemas estes que devem ser sanados com o tempo. Assegurar a todos a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, sem qualquer tipo de discriminação, é um princípio que está em nossa Constituição desde 1988, mas que ainda não se tornou realidade para milhares de crianças e jovens: crianças e adolescentes que apresentam necessidades educacionais especiais, vinculadas ou não a deficiências. A falta de um apoio pedagógico a essas necessidades especiais pode fazer com que essas crianças e adolescentes não estejam na escola: muitas vezes as famílias não encontram 36 escolas organizadas para receber a todos e, fazer um bom atendimento, o que é uma forma de discriminar. A falta desse apoio pode também fazer com que essas crianças e adolescentes deixem a escola depois de pouco tempo, ou permaneçam sem progredir para níveis mais elevados de ensino, o que é uma forma de desigualdade de condições de permanência. O município não tem salas de recursos multifuncionais para o atendimento educacional especializado nas escolas urbanas e no campo e também não tem pesquisas voltadas para o desenvolvimento de metodologias. As escolas não possuem equipamento ou tecnologia assistiva. Realidade esta, que faz parte da maioria das escolas do país. As políticas educacionais voltadas ao direito e ao reconhecimento à diversidade estão interligadas à garantia dos direitos sociais e humanos e à construção de uma educação inclusiva. Faz-se necessária a realização de políticas, programas e ações concretas e colaborativas entre os entes federados, garantindo que os currículos, os projetos políticos pedagógicos, os planos de desenvolvimento institucional, dentre outros, considerem e contemplem a relação diversidade, e identidade étnico – racial, igualdade social, inclusão e direitos humanos. A proposta pedagógica da escola é de suma importância para garantir esses direitos, mas infelizmente poucas escolas do município faz referência da Educação Especial em sua proposta pedagógica. 2.3.2 Alfabetização na Idade Certa A Política de Educação instituída no Estado da Bahia segue com regularidade a orientada pelo Ministério da Educação, por meio da Secretaria da Educação Básica - SEB/MEC. Destaca-se que através da Portaria nº 867, de 4 de julho de 2012, o MEC institui o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) que objetiva, conjuntamente com as secretarias estaduais, distrital e municipais de educação, reafirmar e ampliar o compromisso previsto no Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007, de alfabetizar as crianças até, no máximo, os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental, aferindo os resultados por exame periódico específico. 37 Ressalta-se que, antes da Criação do Pnaic - em 28 de abril de 2011 - a Secretaria da Educação do Estado da Bahia estabelece, por meio do Decreto nº 12792/11, o Programa Estadual Todos pela Escola, a ser implementado no âmbito do Ensino Fundamental do Sistema Estadual de Ensino, mediante cooperação entre o Estado e os Municípios baianos. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental. O município de Ibicuí aderiu ao Pnaic em 2013, substituindo um programa similar oferecido pela rede estadual, que passou a contemplar todas as escolas que oferecem a primeira etapa do ensino fundamental, inclusive as do campo. Desde então, houve importantes relevâncias que agregaram à qualidade do processo de alfabetização municipal. Dentre elas podemos enumerar a qualidade das formações e do material didático. Contudo, torna-se necessário abrir alguns critérios na seleção de professores de forma a contemplar profissionais se identifiquem com o segmento apresentando perfil de professor alfabetizador, pois algumas resistências na aplicação do programa, deve-se à falta de habilidades para atuar no segmento por parte de alguns professores. 2.3.3 Educação em Tempo Integral A educação em tempo integral está estabelecida como uma realidade em algumas escolas públicas brasileiras e distingue-se pelo alargamento da carga horária dos alunos nas unidades escolares com o objetivo de desenvolver atividades sócio-educativas no contraturno escolar, na perspectiva de ampliar tempos, espaços, número de atores envolvidos no processo e oportunidades educativas em benefício da melhoria da qualidade da educação dos alunos brasileiros. Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBN/1996, a Educação Integral é o aumento progressivo da jornada escolar na direção do regime de tempo integral, valorizando as iniciativas educacionais extraescolares e a vinculação entre o trabalho escolar e a vida em sociedade. 38 A proposta de se implantar uma política de Educação Integral partiu da análise dos baixos índices da educação básica. Surgiu, pois, da necessidade de melhorar a qualidade da educação, reduzindo o fracasso escolar e proporcionando às crianças e jovens novas possibilidades de se desenvolverem. Contudo, é necessário que haja profissionais especializados que possam atender aos alunos. “A Educação Integral exige mais do que compromissos: impõe também e principalmente o projeto pedagógico, formação de seus agentes, infraestrutura e meios para sua implantação”. (MEC, 2009, p. 5) O Programa de Educação Integral é uma inovação que contribui para que seja oferecido um ensino de qualidade, com o objetivo de oferecer às crianças e jovens das escolas públicas mais contato com a arte, o conhecimento e a cultura, visto que melhora o rendimento escolar, supre as necessidades extracurriculares dos alunos, tranqüiliza os familiares quanto ao cotidiano das crianças e adolescentes, favorece um melhor aproveitamento do tempo ocioso e contribui para a formação de cidadãos melhores, pois a educação desempenha um papel significativo e imprescindível na formação humana. O município de atende em tempo integral às crianças de 2 a 5 anos na Creche Suzigrey Santos Morais, com uma jornada de mais de 7 horas diárias, assistindo os alunos na parte pedagógica, afetiva e psicológica, com atividades lúdicas, oferecendo banho e alimentação. Em Ibicuí começou o processo de ampliação da jornada para 7 h nas escolas de fundamental I e II, na sede e nos distritos no final de 2013 com o Programa Mais Educação, oferecendo aos alunos atividades complementares no turno oposto. Para atender 50% de nossos alunos nesse processo de indução de educação integral o município deverá concentrar seus esforços na construção de novas salas, banheiros e refeitório, pois a nossa a nossa maior dificuldade hoje é a infraestrutura das escolas, a falta de espaço. Inicialmente em 8 escolas eram atendidas com o Programa , hoje 10 são contempladas incluindo sede e distritos, por entendermos que a ampliação da jornada é de fundamental importância para o desenvolvimento dos nossos educandos. As escolas do campo não foram contempladas com o Programa, pois há uma pequena quantidade de alunos, sendo insuficiente para formar turmas. Em relação a educação em tempo integral para pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades, não temos um 39 atendimento direcionado à eles, mas os que estão matriculados nas escolas que oferecem o Programa participam das atividades no contraturno. Nosso município através do Programa Mais Educação oferece atividades de acompanhamento pedagógico, cultural e esportivo, com jornada ampliada, sendo 4 horas no regular, ou seja, no seu turno e 3 horas no turno oposto para alunos inseridos no programa. Isso ocorre quando é liberado o recurso pelo FNDE para pagamento dos monitores e compra de kits, por isso não acontece durante todo o ano letivo. 2.3.4 Qualidade da Educação Básica A Educação Básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, tem por finalidade desenvolver o educando assegurando-lhe formação imprescindível para o exercício da cidadania, provendo-lhe meios para prosperar no trabalho e em estudos posteriores, conforme prescreve a Lei 9394/96, Capítulo II, Seção I, art. 22. Todavia, o quadro de desigualdades educacionais por todo país evidencia que esse direito não vem sendo garantido a todos. Isso requer da sociedade a tomada de consciência do tamanho do desafio quanto ao planejamento e execução de políticas públicas que minimizem essa situação. Uma das medidas adotadas pelo Governo Federal ao longo do caminho para diminuir as desigualdades na Educação Básica foi a organização de um sistema de diagnóstico em Unidades Escolares que revela a condição da educação no país, especificando sua evolução por cidades, regiões, estados e em nível nacional: são as avaliações externas. Na Educação Infantil o recurso que as unidades escolares utilizam para avaliarem sua situação são os Indicadores da Qualidade na Educação Infantil, cujo material fora distribuído para as instituições que atendem crianças de o a 5 anos, ou seja, creches, pre-escolas e centros de Educação Infantil. A comunidade escolar realiza a autoavalição a partir dos indicadores de cada dimensão da escola com o propósito de utilizar os resultados para descobrirem seu próprio caminho na direção de práticas educativas que respeite os direitos das crianças e, consequentemente, promovam o desenvolvimento dos educandos. As escolas que oferecem Educação Infantil do município de Ibicuí têm em suas prateleiras tanto os Indicadores de Qualidade, quanto os Parâmetros de Qualidade para Educação Infantil. Esse material, contudo, não é utilizado com 40 frequência para autoavaliações, estudos e formação da comunidade escolar. Por vezes, uma ou outra unidade escolar realiza a autoavalição através dos indicadores, mas os resultados não são completamente divulgados e aproveitados para repensar o trabalho com a Educação Infantil, melhorando sua qualidade. Já no Ensino Fundamental de nove anos e Ensino Médio, para acompanhar a aprendizagem dos alunos, são realizadas as avaliações educacionais como a ABC (Avaliação Brasileira do Ciclo de Alfabetização) denominada recentemente de ANA (Avaliação Nacional de Alfabetização), Prova Brasil e Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). É a partir desses resultados que a comunidade escolar organiza-se para perseguir resultados mais expressivos. A ANA é realizada desde 2011, anualmente, no 3º ano do Ensino Fundamental cujo momento encerra o ciclo básico de alfabetização. O primeiro ano de aplicação dessa avaliação em Ibicuí foi em 2013 referindo-se à distribuição percentual dos alunos nos níveis de proficiência em Matemática e Português, além de informações sobre os indicadores contextuais relacionados às condições em que ocorre o trabalho escolar. Em 2013 o município alcançou o Nível 3 evidenciando que a maioria dos alunos ao final do ciclo básico de alfabetização desenvolveram habilidades adequadas à construção de competência para a etapa na qual se encontram. Como a classificação dos níveis de proficiência é de 1 a 4, Ibicuí encontra-se numa posição satisfatória, entretanto pode e deve evoluir para o nível 4, além de investir esforços para que os alunos dos níveis 1 e 2 adquiram as competências adequadas, igual aos outros, isso é garantir igualdade nas condições de aprendizagem. Como a Secretaria de Educação fez adesão ao Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa/PNAIC, todos os professores desse ciclo (1º, 2º e 3º ano) participam de formação do Pacto/PNAIC tendo a oportunidade de aprender vivenciando atividades práticas com novas metodologias para essa etapa de ensino. Os professores recebem incentivo financeiro do Governo Federal para atuarem no 1º ano; todas as escolas recebem recursos didáticos para promoção do sucesso dos alunos, como livros paradidáticos, cartazes, jogos para alfabetização; jogos matemáticos e outros materiais; as salas de aula são equipadas com “Cantinhos da Leitura” e a coordenação pedagógica ainda desenvolve projetos complementares. Recentemente o Governo Estadual estendeu a formação do Pacto para os professores do 4º e 5º anos e a SEC municipal fez adesão ao programa. O 41 interessante é que além dos professores, essa formação estende-se também para aos coordenadores pedagógicos das unidades escolares que ofereçam ensino à essas turmas. Observa-se que a formação pedagógica em Ibicuí é direcionada com ênfase para os anos iniciais. É óbvio que tais esforços em parceria (município, estado e união) só poderiam resultar progressivamente no sucesso dos alunos. A formação que acontece no município para os professores dos anos finais do ensino fundamental, geralmente ocorre nas semanas pedagógicas. Contudo, houve em 2009 uma formação em Matemática e Lingua Portuguesa, do Programa Gestão da aprendizagem escolar/Gestar, mas o curso era destinado somente para educadores dessas disciplinas. Para avaliar em quais condições encontra a competência dos alunos nos estudos surge a Prova Brasil que é avaliação externa de larga escala, realizada a cada dois anos, ao final dos anos iniciais (5º ano) e dos anos finais (9º ano) do ensino fundamental. Com base nestes resultados, veja abaixo o aprendizado adequado a etapa escolar dos alunos de Ibicuí nos anos de 2009, 2011 e 2013: Aprendizado adequado dos alunos de Ibicuí/BA Fonte: www.qedu.org.br/brasil/aprendizado, acesso em 28 de maio de 2015. Nota-se que em Português o número de alunos com aprendizado adequado na competência de leitura e interpretação de texto aumentou nos anos finais do ensino fundamental em 2013 em relação a 2011, mas ainda assim não alcançou a porcentagem de 2009. Já nos anos iniciais, 2011 evidencia um crescimento de alunos com aprendizagem adequada considerável em relação aos anos de 2009 e 2013 que mesmo caindo ainda é melhor que 2009. Já em Matemática, na competência de resolução de problemas, o quadro referente aos anos finais do ensino fundamental apresenta-se pior em relação a Português, pois em 2009 a quantidade de alunos com aprendizado adequado diminuiu 13%; 2011, 2% e em 2013, 10%. Nos anos iniciais ainda com foco na Matemática, o número de alunos aumenta de 2009 para 2011 em 19%, embora reduzido em 12% no ano de 2013, ainda é superior a 2009. 42 A aprendizagem de Matemática nos anos iniciais do fundamental é 8% superior a dos anos finais em 2009, 22% a mais que 2011, e 15%, em 2013. Isso demonstra que a proporção que vão aumentado o grau de complexidade dos conteúdos por causa da abstração, essa aprendizagem matemática torna-se mais complicada. O aluno não consegue construir mentalmente a lógica matemática recorrendo a conhecimentos prévios a fim de resolver problemas envolvendo os novos conteúdos. O educando ainda não consegue trazer para seu cotidiano a aplicabilidade do que aprendeu na escola, por isso a Matemática consegue ser pior que Português, uma vez que a leitura e interpretação de textos orais e escritos é condição imperativa para que ele utilize a língua. Não conseguir traduzir a linguagem matemática para o dia-a-dia o faz impotente diante da possibilidade de aprender essa disciplina. Por isso, ele precisa de uma alfabetização matemática tanto na construção de lógica para fortalecer abstrações, quanto na elaboração de cálculos mentais favoráveis à essa aprendizagem transpondo a compreensão do real, da representação simbólica para a abstração. Comprovadamente nos anos iniciais do ensino fundamental os educandos a tem uma resposta melhor ao ensino de Português e Matemática que nos últimos anos. Sobre esse fato, é comum ouvir professores e pais comentando que a proporção que os alunos saem da infância para a adolescência vão diminuindo o interesse pelos estudos. As equipes gestora e docente das Unidades Escolares também apontam que o acompanhamento dos pais aos filhos na infância é mais frequente que na adolescência. Há um certo abandono dos pais em relação aos estudos dos filhos nesta fase, por acreditarem que estes já tem autonomia. Outro fator que interfere no acompanhamento da vida escolar do filho adolescente é a crise no relacionamento entre pais e filhos. O choque de gerações torna mais complexa essa vivência, marcada pela desobediência o que torna tudo muito mais difícil. Os pais já não querem ir às escolas ouvir relatos “desagradáveis” de seus filhos, cujo fatos reconhecem ser verdadeiros, mas não encontram outros meios de como educar seus filhos para serem diferentes. Reflexos no comportamento do aluno de lares desestruturados e uso de drogas e entorpecentes afetam o interesse escolar. O uso das novas tecnologias pela juventude (WhatsApp, facebook, jogos on-lines) atraem mais que as metodologias utilizadas na escola, acrescentando até o uso descontrolado e 43 inapropriado desses recursos. O ambiente escolar para o aluno ficou cansativo, pouco dinâmico. Isso torna seu momento ali estressante. Por outro lado, o profissional que lida com todas essas problemáticas na sala de aula, por mais que tenha formação acadêmica, não tem formação prática suficiente para dar conta de toda essa complexidade em que se encontra a dinâmica ensino/aprendizagem na sala de aula, além de sofrer com recursos insuficientes para chamar a atenção desse grupo peculiar. O município não dispõem de psicólogos, assistentes sociais e orientadores educacionais(SOE) em todas as escolas públicas os quais poderiam subsidiar a comunidade escolar na hora do “sufoco”. Daí provém, muitas vezes, a desistência de melhorar a educação por parte de todos os segmentos da escola. O planejamento para isso é fácil de ser feito, mas não existem recursos humanos (no contexto é o principal) e materiais suficientes para fazê-lo acontecer. A qualidade dessa educação será indicada pelo Indice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Seus valores variam de 0 a 10, cujo calculo é realizado pela combinação do desempenho dos educandos na Prova Brasil com as taxas de aprovação, reprovação e abandono escolar do ensino fundamental. Segue abaixo os resultados nacionais, estaduais e municipais de 2005 a 2013. Indice de Desenvolvimento da educação Básica 2005/2001 (Ideb)no Ensino Fundamental Anos Iniciais do Ensino Fundamental Âmbito de Ensino IDEB observado Anos Finais do Ensino Fundamental Meta IDEB observado Meta 2005 2007 2009 2011 2021 2005 2007 2009 2011 2021 3.8 4.2 4.6 5.0 6.0 3.5 3.8 4.0 4.1 5.5 Rede Estadual 2.7 3.4 3.8 4.2 5.0 2.8 3.0 3.1 3.3 4.8 Rede Estadual de Ibicuí 1.8 _ _ _ _ _ _ _ _ 5.1 Rede Municipal de Ibicuí 2.4 3.4 3.0 4.2 4.8 2.6 2.4 3.4 3.3 4.6 Brasil Total Fonte: MEC/Inep, http://portal.inep.gov.br/web/portal-ideb/planilhas-para-download Na tabela acima vislualiza-se que a rede municipal de Ibicuí aproxima dos resultados da rede estadual, mas não dos resultados nacionais. Em 2011, confirmando análises anteriores, o Ideb de Ibicuí teve sua maior nota nos anos iniciais, e em 2009 nos anos finais. Embora a meta a ser atingida em 2021 pela Rede Estadual é 5,0 e municipal 4,8, isso não impede que esses âmbitos de ensino esforcem-se para alcançar a média nacional 6,0. 44 Nos anos finais as médias para 2021 são sempre menores que as dos anos iniciais, a lógica estabelece-se ao considerar os resultados sempre menores alcançados pelos anos finais, de acordo o que já fora apresentado anteriormente nesta seção do documento. Todavia, em 2011, os anos iniciais reprovaram mais os alunos que os anos finais cuja reprovação ocorreu com muita frequência no 6º ano conforme tabela abaixo. Acompanhe nas figuras abaixo, a proporção de alunos com reprovação e abandono em 2011, segundo indicadores do INEP: Taxas de rendimento municipal – Anos iniciais e finais do Ensino Fundamental Fonte: http: www.qedu.org.br/taxas de rendimento, acesso em 28 de maio de 2015. Taxas de rendimento municipal - Anos iniciais e finais do Ensino fundamental Fonte: http: www.qedu.org.br/taxas de rendimento, acesso em 28 de maio de 2015. Embora a orientação seja para que o aluno não seja reprovado durante o ciclo básico de alfabetização, pois ele está em fase de construção das competências adequadas ao final do ciclo, a reprovação é de 20,8% no 1º ano, mais que os 3º e 6º anos com 15,9%. O abandono escolar é maior nos anos iniciais nos 4º e 5º anos; nos anos finais, no 6° ano exatamente a série em que os alunos mais são reprovados. Quando chegam ao Colégio, esse alunos, deparam-se com um ambiente totalmente 45 diferente do que ele vivia na primeira etapa do fundamental. O número de disciplinas aumenta e a dinâmica das aulas varia muito. Antes o aluno relacionava-se com apenas um ou dois professores, nesse contexto passa a se relacionar com cerca de nove professores diferentes. Tal situação dificulta-lhe a possibilidade de tirar dúvidas, já que não se sente tão seguro por não ter tempo de criar vínculos maiores com os professores. Cada professor leciona, durante o dia, para cerca de 30 alunos diferentes, durante 05 hora/aula no dia o que impede esse profissional de ter um acompanhamento mais intenso com os alunos que apresentam dificuldade. O aluno segue com esse problema para as séries posteriores gerando a reprovação no 1º ano do Ensino Médio, pois além de não ter os pré-requisitos necessários para o nível médio, o aluno enfrenta uma metodologia que exige dele um posicionamento crítico frente aos conteúdos que lhes são apresentados, contudo não tem competência lógica, argumentativa, nem escrita suficiente para evidenciar sua aprendizagem. Há ainda as desigualdades socioeconômicas regionais que afetam todos os níveis de ensino da Educação Básica. Essas diferenças iniciam na educação infantil e desembocam no Ensino Médio, cujo quadro se mostra mais grave no Norte e Nordeste brasileiro. O Saeb avalia de maneira amostral o Ensino Médio, no 3º ano. Em 2011 constatou-se que o percentual de alunos que alcançam desempenho adequada em Matemática chega ao menor nível. Veja na tabela abaixo: Desempenho adequado dos alunos do 3º ano do Ensino Médio das escolas públicas brasileiras por regiões/2011 23, 3 5, 8 3, 3 46 Fonte: Anuário Brasileiro da Educação Básica – 2012/Todos pela Educação, Moderna, p. 43. Os resultados do Pnad de 2009 apontam que dos 3,3 milhões que ingressaram em 2008 no 1º ano do Ensino Médio, apenas 1,8 milhão concluíram o 3º ano em 2010, conforme diz Wanda Engel, Superintendente executiva do Instituto Unibanco (Anuário Brasileiro da Educação Básica – 2012/Todos pela Educação, Moderna, p. 47). O ensino médio não prepara os alunos para o trabalho, os componentes curriculares não comunicam entre si, além de estarem dissociados do mundo do trabalho. Essa realidade reflete também na Bahia, por conseguinte em Ibicuí. Este Estado avalia os 1º e 2º anos do ensino médio através da prova do AVALIE que para acompanhar o desempenho dos educandos em oito disciplinas. Analise, por exemplo, o desempenho dos alunos de Ibicuí, no 1º ano do ensino médio: AVALIE/Ensino Médio (1ª ano) - Colégio Estadual Manoel Novais em Ibicui/BA Disciplinas Média de Proficiência 2011 2013 Nível de Proficiência em 2013 Muito Crítico Crítico Básico Avançado Português 458.5 454.9 28,1% 42,9% 27,0% 2,0% Matemática 458.2 475.2 42,4% 40,3% 14,8% 2,6% História 506.9 520.3 21,9% 39,8% 31,1% 7,1% Geografia 511.8 510.7 25,5% 45,9% 19,4% 9,2% Biologia 509.1 504.2 55,1% 26,0% 14,3% 4,6% Física 498.6 501.6 55,6% 28,6% 13,3% 2,6% Quimica 497.4 501.5 50,5% 39,8% 8,7% 1,0% - - - - Produção de Texto 5.5 4.6 Fonte: AVALIE BAHIA, RESULTADOS 2013, disponível em: www. , acesso em 03 de junho de 2015. As disciplinas de História e Geografia destacam-se em relação às outras disciplinas por apresentar uma porcentagem maior de alunos não só com o conhecimento básico, mas também avançado para essa etapa. Todavia, é em Geografia que percebemos o maior número de alunos com aprendizagem crítica, 45,9%, seguindo as disciplinas de Português (42,9%), Matemática(40,3%) , História e Quimica (39,8%). Analisando o ensino fundamental nas tabelas acima e o médio 47 na tabela acima, no ano de 2013, percebe-se que nos dois níveis de ensino os alunos melhoram o desempenho mais em Português que em Matemática. As disciplinas que melhoraram a média de proficiência de 2011 a 2013 foram: Matemática, História, Física e Química. No entanto, em 2013, Quimica, Física e Biologia são as matérias com maior quantidade de alunos com aprendizado muito crítico, podendo-se afirmar que a área de ciências físicas e biológicas é a que mais precisa de apreciação no município, no tocante ao ensino médio. Após, segue Matemática. A Unidade Escolar busca solucionar os problemas de aprendizagem fazendo o Plano de Intervenção Pedagógica/PAIP, já implantado na rede estadual de ensino; executa projetos de leitura, aulas de revisão, recuperação paralela e ressignificação da aprendizagem. A ausência de qualidade na aprendizagem não é o único problema do ensino médio nesta cidade, o desinteresse por concluir essa etapa da escola é oriundo de falta de perspectiva de profissionalização através dos estudos, pois nesse nível de ensino não existe alternativas de trabalho e rendas ligada à escola. Daí a necessidade de redirecionar a oferta do Ensino Médio no município para que os jovens e adultos ibicuenses tenham a possibilidade de permanecer em sua comunidade tendo uma formação que lhes garanta acesso ao emprego, logo, a condição de cidadão ibicuiense. 2.3.5 Educação de Jovens e Adultos (EJA) A Constituição Federal de 1988 estendeu o direito ao ensino fundamental aos cidadãos de todas as faixas etárias, o que nos estabelece o imperativo de ampliar as oportunidades educacionais para aqueles que já ultrapassaram a idade de escolarização regular. Além da extensão, a qualificação pedagógica de programas de educação de jovens e adultos é uma exigência de justiça social, para que a ampliação das oportunidades educacionais não se reduza a uma ilusão e a escolarização tardia de milhares de cidadãos não se configure como mais uma experiência de fracasso e exclusão. A educação de jovens e adultos correspondente a esse nível de ensino caracteriza-se não só pela diversidade do público que atende e dos contextos em que se realiza, como pela variedade dos modelos de organização dos programas, mais ou menos formais, mais ou menos extensivos. A legislação educacional 48 brasileira é bastante aberta quanto à carga horária, à duração e aos componentes curriculares desses cursos, (Proposta Curricular Educação de Jovens e Adultos, I Seguimento, 2001) A Educação de Jovens e Adultos a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 foi incorporada como a modalidade da Educação Básica nas etapas do Ensino Fundamental e Médio para atender aqueles que não tiverem escolarização na idade própria, artigo 5º da mesma lei fica bem claro que qualquer indivíduo que se sentir lesado desse direito pode dirigir-se ao Poder Judiciário para efeito de reparação e tão ação é gratuita. No município existe a expansão da oferta gratuita da Educação de Jovens e Adultos, mas não ocorre a expansão da oferta gratuita de Educação Profissional técnica de forma, concomitante, ao ensino ofertado da rede escolar pública. O município não promove a busca ativa de jovens fora da escola, bem como, o acompanhamento e monitoramento, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude. A SME identifica e mobiliza a demanda da Educação de Jovens e Adultos, tanto para alfabetizar como para garantir a continuidade dos estudos através da demanda sinalizada pelas duas escolas que oferecem a modalidade, não realizando diagnóstico dos jovens e adultos com Ensino Fundamental e Médio incompletos, a fim de identificar a demanda ativa por vagas na Educação de Jovens e Adultos. Também, não é ofertada Educação de Jovens e Adultos, nas etapas do Ensino Fundamental e Médio, às pessoas privadas de liberdade em todos os estabelecimentos penais, assegurando-se formação específica dos professores e professoras. O município oferece Educação de Jovens e Adultos nos turnos vespertino e noturno, mas o município não realiza chamadas públicas regulares para Educação de Jovens e Adultos, promovendo-se busca ativa em regime de colaboração entre entes federados e em parceria com organizações da sociedade civil. O município não executa ações de atendimento ao estudante da Educação de Jovens e Adultos por meio de programas suplementares de transporte, alimentação e saúde, inclusive atendimento oftalmológico e fornecimento gratuito de óculos, em articulação com a área de saúde e nem são estabelecidos mecanismos e incentivos que integram os segmentos empregadores, públicos e privados, e os sistemas de ensino, com vistas à promoção da compatibilização da jornada de trabalho dos empregados. 49 O transporte escolar disponibilizado para os estudantes da Educação de Jovens e Adultos é o transporte regular, que não atende as necessidades dos educandos. E, quanto à alimentação escolar, não são disponibilizados recursos específicos para alimentação na EJA mas, a alimentação é garantida pelo município. A SME ofereceu formação inicial para os professores da Educação de Jovens e Adultos e parcialmente atende a oferta de material apropriado através de editoras e municípios que tem material excedente. Contudo, não são implementados programas de capacitação tecnológica da população jovem e adulta, direcionados para os segmentos com baixos níveis de escolarização formal e estudantes com deficiência. Na cidade, não há oferta de matrículas de Educação de Jovens e Adultos, na forma integrada à Educação Profissional, nos Ensinos Fundamental e Médio, assim como não são expandidas as matrículas na EJA, de modo a articular a formação inicial e continuada de trabalhadores com a Educação Profissional, objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador e da trabalhadora. Pois até o momento, o município não aderiu à integração da EJA com a Educação Profissional, em cursos planejados, de acordo com as características do referido público e considerando as especificidades das populações itinerantes e do campo e da sede, inclusive na modalidade de Educação a Distância. O município não considera, nas políticas públicas de jovens e adultos, as necessidades específicas dos idosos, assim como também não fomenta a oferta pública de formação inicial e continuada para trabalhadores e trabalhadoras, articulada à Educação de Jovens e Adultos, em regime de colaboração e com apoio das entidades privadas de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e entidades sem fins lucrativos de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade. Não existem propostas que tenham como perspectiva a integração da Educação Profissional à Educação Básica e que busquem a superação da dualidade de trabalho manual e intelectual, assumindo o trabalho na sua perspectiva criadora e não alienante, assim como, o município não oferece projetos educativos que atendam às necessidades do estudante trabalhador ou dos sujeitos que vivem do trabalho. No município, a organização curricular integrada, bem como a utilização de metodologias e mecanismos de assistência, visando favorecer a permanência e a aprendizagem do estudante, ocorre em parte, pois as unidades escolares buscam desenvolver metodologias que estimulam a permanência e a aprendizagem dos educando, bem como, ocorre no município, 50 parcialmente, estímulo à diversificação curricular da Educação de Jovens e Adultos, articulando a formação para a preparação para o mundo do trabalho e estabelecendo a inter-relação entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e da cidadania, de forma a organizar o tempo e espaço pedagógicos adequados às características desses estudantes, pois as escolas tentam se adequar conforme às realidades de seus educando. O município fomenta a produção e o desenvolvimento de currículos e metodologias específicas, bem como instrumentos de avaliação, priorizando o reconhecimento de saberes dos jovens e adultos trabalhadores, a serem considerados na articulação curricular das turmas. Contudo, até o momento não houve adesão da proposta pela rede estadual de ensino, a quem caberia atender à demanda gerada pelos alunos concluintes da turmas equivalentes ao Ensino Fundamental II na modalidade, gerando um certo desconforto nos educandos que muitas vezes não se adequam a proposta seriada do Ensino Médio na referida rede. 2.4 EDUCAÇÃO SUPERIOR 2.41 Ensino Superior O Brasil tem como desafios educacionais ampliar e qualificar a educação em todos os níveis, etapas e modalidades na educação superior, várias ações e políticas devem ser efetivadas, visando à ampliação e democratização do acesso a esse nível educacional, destacando-se a garantia de matrícula à população de 18 a 24 anos em instituições de ensino superior, de modo a ampliar (atingir mais de 30% de taxa líquida) e universalizar o acesso a esse nível de ensino (atingir mais de 50% de taxa líquida). A expansão e democratização da educação básica e superior deverão superar as assimetrias e desigualdades regionais que historicamente têm marcado os processos expansionistas, sobretudo por meio de políticas de interiorização e de educação do campo. As políticas de acesso deverão também articular-se às políticas afirmativas e de permanência na educação básica e superior, garantindo que os segmentos menos favorecidos da sociedade possam realizar e concluir a formação com êxito e com alto padrão de qualidade. Para tanto, faz-se necessário assegurar processos de regulação, avaliação e supervisão da 51 educação básica, em todas as etapas e modalidades, e dos cursos, programas e instituições superiores e tecnológicas, como garantia de que a formação será fator efetivo e decisivo no exercício da cidadania, na inserção no mundo do trabalho e na melhoria da qualidade de vida e ampliação da renda. O ensino superior no município de Ibicuí acompanhou a demanda nacional e hoje o cidadão ibicuiense já dispõe de mais oportunidades do que há 20 anos. Atualmente existe no município a UAB – Universidade aberta do Brasil, em parceria com a UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz, que oferta de quatro em quatro anos, os cursos de Licenciatura em Biologia, Letras Vernáculas e Pedagogia, através de processo seletivo feito pela instituição, totalizando 135 vagas. Alguns alunos estudam o ensino superior no município vizinho de Poções, cerca de 70 km de distância ou em Itabuna (115 Km) com transporte, até 2014, mantido integralmente pelo município. Já os alunos que estudam em Vitória da Conquista não recebem ajuda do município devido à distância ser maior e eles terem que permanecer no local, ficando inviável o translado de ida e volta. O município de Ibicuí é pequeno e de receita limitada, assim a assistência ao estudante é resumida ao transporte já que não existe um programa para os alunos de baixa renda. A administração governamental de 2009 conseguiu investir na infraestrutura de um antigo prédio escolar de ensino fundamental elevando o estabelecimento a pólo de apoio presencial da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) possibilitando que cerca de 100 alunos pudessem concluir no ano de 2014 o ensino superior sem precisar morar em outro município ou viajar para estudar. Ressaltando que a instituição de ensino é de propriedade pública com os cursos ofertados a distância, com uma aula presencial por semana. O pólo de apoio presencial do município de Ibicuí é apto, sem pendências, avaliado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com acervo bibliográfico, sala de informática com acesso a internet, sala de microscopia e laboratório de biologia, disponibilizando uma infraestrutura suficiente para receber novos cursos. A instituição realizou em 2009 um vestibular e em 2014 repetiu o concurso, porém com os mesmos cursos, contrariando o desejo da comunidade que esperava novos cursos, assim os egressos desse vestibular são de alunos das cidades vizinhas. A aprovação do pólo é realizada através de profissionais da CAPES e do MEC que fazem periodicamente monitoramento do pólo sob o risco de desclassificar caso apresente alguma irregularidade. 52 No município, não existe programa de incentivo aos estudantes do Ensino Médio, visto que as escolas municipais oferecem o ensino infantil e ensino fundamental, mas os alunos começam a pensar em ensino superior quando estão concluindo o ensino médio, contrariando o ideal de que começassem a refletir o assunto durante todo o ensino básico. Até o momento os casos de estágio no município ocorrem nas escolas (licenciaturas), mas o governo municipal não interfere nessas situações, deixando a cargo dos diretores de escolas. Para o devido funcionamento da UAB – Universidade Aberta do Brasil – o pólo de apoio presencial teve as suas adequações de acessibilidade realizada, conforme fiscalização do órgão competente. Quanto ao incentivo para a população do campo frequentar o ensino superior nota-se que esse público apesar de residir na zona rural estuda na zona urbana tendo as mesmas informações que os demais alunos. No município de Ibicuí existia uma carência para a área de licenciatura e a partir de 1996 com a Lei 9.394 (Lei de Diretrizes e Base) obrigando os professores a concluírem o ensino superior, o governo municipal fechou uma parceria com uma faculdade particular oferecendo os cursos de Normal Superior, História, Biologia e Pedagogia, e em 2009 conseguiu convênio com a Universidade Estadual de Santa Cruz para cursos também na área de Licenciatura, saturando dessa forma essa área. Hoje existe carência de novos cursos. A divulgação sobre cursos, localidades e editais abertos ocorre por parte do município apenas quando o concurso vestibular é do pólo de apoio presencial, mas através do curso pré-vestibular “Universidade para Todos” os professores comunicam aos cursistas informações pertinentes ao ensino superior. Para os demais alunos fica a cargo do único colégio estadual de ensino médio do município, já que o público do município é restrito apenas ao ensino infantil e ensino fundamental. O município não tem parceria para curso técnico de nível médio e tecnológico de nível superior, visto que esses cursos são oferecidos principalmente nos centros regionais. A situação do ensino superior no município de Ibicuí melhorou, pois há 20 anos só estudava em uma faculdade quem tinha poder aquisitivo para custear as despesas com moradia, transporte, alimentação e suporte no curso. Mas hoje o aluno pode morar no município e estudar nos centros regionais fazendo uso do transporte municipal e também frequentar uma faculdade particular através do 53 Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Mas é preciso melhorar e a população almeja novos cursos para seus filhos não precisarem sair para estudar visto que terão o aconchego familiar, a vigília que é de suma importância nos dias atuais e o retorno profissional dentro da própria comunidade. 2.5 VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO O termo trabalhadores/as da educação se constitui como recorte de uma categoria teórica que retrata uma classe social: a dos/das trabalhadores/as. Assim, refere-se ao conjunto de todos/as os/as trabalhadores/as que atuam no campo da educação. Por profissionais da educação1 a lei considera todos aqueles que estão em efetivo exercício na educação escolar básica, formados em cursos reconhecidos. Nessa ótica, pensar a valorização dos profissionais, requer a discussão articulada entre formação, remuneração, carreira e condições de trabalho. O Brasil tem uma grande dívida com os profissionais da educação, particularmente no que se refere à sua valorização. Para reverter essa situação, as políticas de valorização não podem dissociar formação, salários justos, carreira e desenvolvimento profissional. É preciso assegurar condições de trabalho e salários justos equivalentes com outras categorias profissionais de outras áreas que apresentam o mesmo nível de escolaridade e o direito ao aperfeiçoamento profissional contínuo. Para tanto, faz-se necessário maior empenho dos governos, sistemas e gestores públicos no pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) e na implementação de planos de carreira, cargo e remuneração que valorizem efetivamente os profissionais da educação básica e superior. Os planos devem estimular o ingresso por meio de concurso público à carreira docente, a formação inicial em nível de graduação para os que se encontram em exercício e, no entanto, ainda não possuem habilitação superior e a formação continuada, inclusive em nível de pós-graduação, elementos essenciais ao pleno exercício da docência e condição para o desenvolvimento e compromisso com a garantia de educação de qualidade social para todos. A valorização profissional e, sobretudo, a política de formação inicial e continuada deve se efetivar a partir de uma concepção político-pedagógica ampla, 54 que assegure a articulação teoria e prática, a pesquisa e a extensão. Promover a valorização dos profissionais de Educação significa não apenas investir em aumento salarial, mas proporcionar a capacitação dos professores para melhorar a qualidade do ensino. Sendo assim, vale enfatizar, que os resultados positivos de um trabalho eficiente refletem nos índices de desenvolvimento da educação como um todo, além de aumentar a autoestima dos profissionais da educação que, diga-se de passagem, tem se tornado a cada dia mais baixa. Para melhorar a qualidade da educação, bem como o desempenho dos professores, com o intuito de oferecer uma eficaz aos alunos, é necessário investir em capacitações através da formação continuada anual e não apenas no inicio do ano letivo com o evento de Jornada Pedagógica como já é de praxe em todas as administrações. Toda ação pedagógica devem partir de um ato intencional pautado num compromisso político de todos os envolvidos no processo educacional. Não basta apenas promover a capacitação dos profissionais se não houver um compromisso em executar essas ações. Outro aspecto que deve ser considerado é a defasagem do plano de cargos e salários do município, vigente desde o ano de 2001, e que não garante o que a Lei específica sobre o piso salarial mínimo determina. O referido plano, não assegura totalmente os direitos e as vantagens dos profissionais do magistério. Diante do exposto, constatamos a urgência na elaboração de um novo plano de carreira baseado na Lei 11.738/08 de forma participativa e democrática. Implantar a gestão democrática no espaço educativo é uma exigência dos novos tempos e um grande desafio porque a cultura de participação ainda não está totalmente consolidada nas escolas. Como objetivo de melhorar a qualidade da educação, a Secretaria Municipal de Educação fez a adesão a alguns programas do MEC ( PACTO pela Alfabetização, FPE e outros) que têm servido de subsidio para melhor qualificação dos profissionais em educação, entretanto, não tem sido suficiente para suprir a demanda dos profissionais. É preciso, portanto, investir em formação continuada para todos os profissionais, utilizando para isso os recursos do FUNDEB na contratação do serviço. As escolas municipais realizam o trabalho de coordenação em seus espaços com profissionais concursados na função, outros coordenadores atuam na secretaria 55 municipal elaborando projetos, dando suporte também às escolas do meio rural. Trabalho esse que tem sido bastante significativo. Em relação a atualização salarial de seus servidores, o município não faz com acompanhamento por meio do PNAD. Faz-se apenas a atualização por meio do salário mínimo vigente. Os sindicatos APLB e o Sindicato dos Servidores do município de Ibicuí atuam em prol da categoria na busca da garantia dos direitos dos profissionais e também na qualidade da educação. Vale ressaltar que a rede pública municipal possui 90% de seus profissionais efetivos em exercício, sendo a maioria sindicalizada. A estrutura de funcionamento das escolas é compatível com as necessidades apresentadas. A maioria das escolas possuem funcionários de apoio, administrativo, técnicos e auxiliares, porém não vem sendo desenvolvidas ações de treinamento desse pessoal para melhorar a qualificação e desempenho dos mesmos. É preciso promover cursos de capacitação para esse setor. Avaliar os resultados de todo o trabalho desenvolvido na educação é imprescindível para diagnosticar os problemas existentes e proceder as intervenções necessárias com o objetivo de implantar uma educação de qualidade. 2.6 GESTÃO DEMOCRÁTICA DO ENSINO PÚBLICO As consequências dos modelos econômicos implantados no país nas últimas duas décadas persistem de forma negativa em nosso Estado, e conseqüentemente no nosso Município. Seus efeitos perversos refletem significativamente no setor educacional, pois impossibilitaram um volume de investimento que revertesse o processo de aprofundamento da degradação do ensino público. No entanto, não podemos deixar de assinalar o significativo incremento do atendimento escolar na última década, com a universalização do acesso de crianças na faixa etária de 7 a 14 anos no ensino fundamental. As legislações vigentes, como a Constituição Federal de 1988 e a Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, descentralizam o poder de decisão em diversos aspectos das políticas públicas e institui, desde 1996, o repasse de recursos financeiros para o Ensino Fundamental através do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), 56 propiciaram um salto qualitativo na educação municipal. Vários programas do FUNDESCOLA/MEC foram implantados e implementados no município desde 1997, como o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), recurso gerenciado por 100% das escolas municipais através de suas Unidades Executoras, Associações de Pais e Mestres, viabilizando a manutenção da escola e valorização do profissional da educação e o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) que contemplou nossas escolas proporcionando a melhoria da Gestão Escolar e a qualidade do processo ensino aprendizagem. Em conformidade com a legislação vigente, com relação à responsabilidade municipal, no que diz respeito aos níveis de ensino, a Secretaria Municipal de Educação coordena, em sua rede municipal, a Educação Infantil e o Ensino Fundamental nas modalidades oferecidas, através de suas escolas, localizadas na zona rural (classificadas como Escolas do Campo), atendendo a alunos da Educação Infantil ao Ensino Fundamental; como também na sede do município donde atende ao Ensino Fundamental e à Educação Infantil. No quadro de profissionais da Secretaria Municipal de Educação, ocupando a função técnica e administrativa, podem ser encontrados profissionais em condições de ocupar funções de coordenação, suporte pedagógico e apoio administrativo e financeiro. Portanto um corpo técnico-administrativo e pedagógico agremiado para melhor atender os envolvidos nos processos educacionais do município. Quanto aos professores, tem na atual gestão sua prática pedagógica valorizada, através de cursos de capacitação e formação em serviço, atendimento de atualização com programas de formação continuada em todos os níveis de ensino e Formação de Professores em Licenciatura Plena e em Pedagogia na Educação Básica. A Educação Municipal atende a demanda através de programas regidos pelos princípios constitucionais em bases estabelecidas em Lei Federal. É vista como prioridade aplicando 25% (no mínimo) da receita de tributos para Educação Básica. No Plano Plurianual foram estabelecidas metas para educação no tocante a formação e valorização do quadro de professores e principalmente quanto à gestão democrática das Unidades Escolares. A Rede Municipal de ensino conta com a criação de outros órgãos colegiados como Conselho Municipal de Educação (CME), o Conselho de Manutenção e 57 Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e Conselho da Alimentação Escolar (CAE). O Conselho Municipal de Educação , é um órgão vinculado à Secretaria Municipal de Educação, com funções consultivas, deliberativas, fiscalizadoras e de assessoramento, com competência normativa para estabelecer as políticas da educação do município. Tem como objetivo, assegurar aos grupos ou entidades representativas da comunidade, o direito de participar da definição das diretrizes da educação no âmbito municipal, contribuindo para elevar a qualidade da educação e dos serviços educacionais. Fazem parte da sua composição, representantes do Poder Executivo Municipal, profissionais da educação de qualquer nível e modalidade de ensino, instituições privadas de escolas municipais e Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescentes. O Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização do Magistério), tem como atribuições o acompanhamento e controle social da repartição, transferência e aplicação dos recursos do FUNDEB. Compõem este Conselho, representante da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, representante dos professores e diretores das escolas públicas do ensino fundamental, representante de pais e alunos e representante dos servidores das escolas públicas do ensino fundamental. O Conselho Municipal de Alimentação Escolar, criado por Lei Municipal . É um colegiado deliberativo de acompanhamento e assessoramento às entidades executoras do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) na aplicação dos recursos financeiros, transferidos pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Compõe-se de representantes do Poder Executivo, Poder Legislativo, dos professores, dos pais e alunos. Destacamos que a maioria das unidades escolares do município não instituiu o Conselho Escolar. O Município de Ibicuí atualmente, apresenta grande parte das escolas do Ensino Fundamental com laboratórios de informática e com acesso à internet. A escola do Ensino Médio dispõe de laboratórios de informática e acesso à internet. Os Conselhos Escolares do Município de Ibicuí, a saber CACS-FUNDEB, CME E CAE, são constituídos por Representantes dos Segmentos da comunidade, tais 58 como Professores, Pais e Alunos da Rede Pública Municipal, do Poder Executivo, do Conselho Tutelar, de Associações e das Igrejas com os objetivos de fiscalização , participação e acompanhamento nas ações desenvolvidas pela Secretaria de Educação. O Município estimula a constituição e o fortalecimento destes Conselhos, contudo não houve ainda o oferecimento de programas de formação de Conselheiros. Não existem no Município grêmios estudantis e associações de pais e mestres. A gestão da educação tem estimulado a participação e a consulta na formulação dos projetos político-pedagógicos, currículos escolares, planos de gestão escolar e regimentos escolares através de Jornadas e Encontros Pedagógicos, do PROGESTÃO e do Programa Formação pela Escola. Há um favorecimento dos processos de autonomia das escolas nos campos pedagógico, administrativo e de gestão financeira, onde toda Unidade Escolar gerencia parcialmente seus recursos e seus Projetos Pedagógicos. Os cargos de direção escolar, ainda são atribuídos através de indicação da Gestão Municipal. 2.7 RECURSOS FINANCEIROS PARA A EDUCAÇÃO NO MUNICÍPIO O dever do Estado de garantia de acesso à educação justifica-se, pois, por ser a educação elemento essencial do exercício pleno da cidadania. Esta, indubitavelmente, é a dimensão primordial da obrigação do poder público. Há, entretanto, outros aspectos que não são irrelevantes. A educação, a par de requisitos da cidadania, é também um investimento. Há correlação entre escolaridade da população e desenvolvimento. A educação melhora a qualidade de vida, o acesso ao mercado de trabalho, e constitui instrumento de ascensão social. Um bom planejamento nos investimentos, de forma a melhorar a eficiência do sistema educacional, pode significar uma considerável economia de recursos, que poderiam ser então deslocados para o atendimento do padrão de qualidade a que se refere à LDB. A educação é um investimento que deve ser contínuo, e cujos resultados aparecem em longo prazo – às vezes na próxima geração. Daí a importância da 59 existência de fontes de recursos estáveis que financiem o esforço de universalização do ensino e o aprimoramento de sua qualidade. Os estudiosos do financiamento público da educação afirmam que o financiamento precisa se voltar para o enfrentamento de três problemas cruciais, a saber, acesso, permanência e sucesso, integrando-os e relendo-os a partir do desenvolvimento social e da garantia dos direitos humanos. 2.7.1 Fontes de recursos da educação Implantar políticas educacionais aos munícipes que frequentam as escolas do município de Ibicuí, proporcionando um ensino de qualidade, através de políticas educacionais concretas, praticadas nas unidades escolares para o desenvolvimento pleno da cidadania. A Constituição Federal de 1988, no seu art. 212 dispõe que: A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. A manutenção de programas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental é uma competência municipal, cabendo à União e aos estados prestar colaboração técnica e financeira. Segundo os Artigos 68 e 69 da LDB a educação pública tem as seguintes fontes de financiamentos: Art. 68. Serão recursos públicos destinados à educação os originários de: 1. Receita de impostos próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 2. Receita de transferências constitucionais e outras transferências; 3. Receita do salário-educação e de outras contribuições sociais; 4. Receitas de incentivos fiscais; 5. Outros recursos previstos em lei. Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita resultante dos impostos, 60 compreendida as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. As mudanças ocorridas no Plano Nacional de Educação trouxeram um novo eixo norteador para as políticas de gestão e financiamento, influenciando sob a realidade municipal que trabalha de forma centralizada. Faltava aos municípios à implementação de políticas públicas efetivas que busquem estabelecer um processo de continuidade nos programas estabelecidos, criando uma estrutura que ultrapasse os interesses políticos partidários e desenvolva diretrizes permanentes, facilitando o acesso da comunidade aos serviços prestados pela secretaria de educação. Com a transparência nos recursos públicos financeiros aplicados no município, os órgãos fiscalizadores e de controle, como ministério público, conselhos fiscais, caixas escolares, conselho municipal de educação, conselho do FUNDEB, conselho da alimentação escolar, são de suma importância no processo de acompanhamento e fiscalização e no uso adequado dos recursos da educação. O município necessita de uma educação renovada, e por conta disso deve ser implementada uma política de continuidade dos programas já existentes, possibilitando à secretaria de educação um conhecimento no que se refere a arrecadação dos recursos disponibilizados pelo governo federal e Estadual e a sua destinação, deixando de lado a política centralizadora de recursos comum em muitos municípios. Faz-se necessário delegar poderes para que a secretaria de educação administre adequadamente os recursos destinados à educação. Uma educação de qualidade deve ser pautada também pelos princípios do direito à educação para todos, inclusão, transparência e do controle social. Tabela 30 - Outras receitas com o setor educacional do município de Ibicuí, administradas pela prefeitura 2013/2014 ANO ALIMENTAÇÃO TRANSPORTE CONVÊNIOS OUTRAS TOTAL ESCOLAR ESCOLAR RECEITAS 2013 231,612,72 43.874,60 -- 655.710,96 941.198,28 2014 277.338,00 27.019,00 -- 436.062,95 740.419,99 Fonte: Secretaria Municipal de Educação/ Secretaria da Administração/Prefeitura Municipal Tabela 31 - Recursos aplicados em educação pelo governo Municipal de Ibicuí por nível ou modalidade de ensino 2010/2014 Ano Ed. Infantil 2013 1.165.144,02 2014 1.496.385,19 Fundamental Ensino Ensino Médio EJA 9.168.317,80 8.365.390,30 538.362,74 - Outros TOTAL 319.101,90 11.190.926,46 599.298,75 472.136,62 10.933.210,86 61 Fonte: Secretaria Municipal de Educação/ Secretaria da Administração/Prefeitura Municipal Tabela 32 - Despesas com Educação do Município de Ibicuí por elemento de despesa 2010/2014 Despesas Correntes Despesas de Capital Mat. Consumo Obras e Sub-Total TOTAL Ano Pessoal Instalações Equipamentos Sub-Total 2013 8.696.608,35 2.481.468,31 11.178.076,66 - 12.849,80 12.849,80 11.190.926,46 2014 8.671.849,41 2.099.232,62 10.771.082,03 148.952,53 13.176,30 162.128,83 10.933.210,86 Fonte: Secretaria Municipal de Educação/ Secretaria da dministração/ Prefeitura Municipal. Tabela 33- Receita e aplicação dos recursos do FUNDEB no Município de Ibicuí em 2010/2014 Aplicação Total Salário dos Capacitação Gastos Ano Recebido Professores dos leigos com MDE 2013 7.758.017,33 6.250.148,27 2014 7.633.048,75 5.759.430,47 Fonte: Secretaria da Administração e/ou Fazenda do Município - 2.394.217,35 - 2.611.179,67 Tabela 34 - Aplicação no Ensino Fundamental - Exercício 2013 ( em R$) Receita de Impostos e Transferências 14.765.837,51 25% da Receita de impostos e Transferencias 3.691.459,38 Total aplicado em educação 4.331.720,16 % aplicado 29,34% Fonte: Tribunal de Contas dos Municípios, 2014 Tabela 35- Recursos da educação no PPA 2010/2013 Ano Previsto em R$ 2013 Fonte: Prefeito Municipal Programa/projetos/atividades educacionais Coordenação das Ações da Educ. e Cultura 3 DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME Total Utilizado 10.933.210,86 62 3.1 DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME O Plano Nacional de Educação (PNE) é uma peça formal de planejamento. É previsto pela Carta Magna para ser elaborado sob reserva de lei (Art. 214, CF). É a Constituição que determina ao PNE definir os termos da distribuição de recursos públicos para educação, com prioridades para o ensino obrigatório (art./212,/§ 3º). O PNE conviverá, na esfera federal, com três planos plurianuais (PPA) e dez leis de Diretrizes Orçamentária (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Assim, há previsão no projeto no sentido de que: “O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios deverão ser formulados de maneira a assegurar a consignação de dotações orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e estratégias do PNE e com os respectivos planos de educação, a fim de viabilizar sua plena execução” (BRASIL,1988). O município de Ibicuí, através dos caminhos percorridos pelos atores sociais responsáveis pela elaboração deste plano, educandos, educadores, professores, gestores, comunidade e sociedade civil organizada, adota as Diretrizes expostas no Art. nº 2 do PNE, como norteadoras para o desenvolvimento das políticas de educação municipal, que transformam suas escolhas em procedimentos e indicações para os gestores públicos responsáveis pela execução desta política pública. DIRETRIZES: I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV - melhoria da qualidade da educação; V - formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI - promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; 63 VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País; VIII - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do Produto Interno Bruto PIB, que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX - valorização dos (as) profissionais da educação; X - promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental METAS E ESTRATÉGIAS: 3. DIRETRIZES, METAS E ESTRATÉGIAS DO PME No âmbito do Plano Municipal de Educação as Diretrizes indicam a direção ou caminho a ser percorrido pelos sujeitos sociais locais em prol do desenvolvimento das políticas de educação local enquanto compromisso que o município deve assumir, considerando sua análise situacional para seleção das prioridades. Dialogando com as diretrizes, as metas apresentam conteúdo quantitativo e mensurável, com foco no resultado que se espera alcançar. Neste sentido, faz-se necessário o estabelecimento de estratégias, as quais tem natureza qualitativa e devem ser amplas a fim de que os objetivos sejam alcançados, a partir das ações planejadas. 3.1 DIRETRIZES I - Erradicação do analfabetismo; II - Universalização do atendimento escolar; III - Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; IV - Melhoria da qualidade da educação; V - Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores morais e éticos em que se fundamenta a sociedade; VI - Promoção do princípio da gestão democrática da educação pública; 64 VII - promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do município; VIII - cumprimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação que assegure atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade; IX - Valorização dos (as) profissionais da educação; X - Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. 3.2 Metas E Estratégias Meta 1: universalizar, até 2018, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência deste PNE. Estratégias: 1.1) Definir, em regime de colaboração entre a União, metas de expansão da rede pública de educação infantil segundo padrão nacional de qualidade, considerando as peculiaridades locais; 1.2) Realizar, periodicamente, em parceria com os órgãos do município, levantamento da demanda por creche para a população de até 03 (três) anos, como forma de planejar a oferta e verificar o atendimento da demanda manifesta; 1.3) Manter e ampliar, em regime de colaboração e respeitadas as normas de acessibilidade, programa nacional de construção e reestruturação de escolas, bem como de aquisição de equipamentos, visando à expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas de educação infantil; 1.4) Implantar, até o terceiro ano de vigência deste PME, avaliação da educação infantil, a ser realizada a cada 02 (dois) anos, com base em parâmetros nacionais de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal, as condições de gestão, os recursos pedagógicos, a situação de acessibilidade, entre outros indicadores relevantes; 1.5) Articular a oferta de matriculas gratuitas na creche com a expansão da oferta na rede escolar pública; 65 1.6) Promover a formação inicial e continuada dos profissionais da educação infantil, garantindo, progressivamente, o atendimento por profissionais com formação superior; 1.7) Fomentar o atendimento das populações do campo na educação infantil por meio de redimensionamento da distribuição territorial da oferta, limitando a nucleação escolar. 1.8) Priorizar o acesso à educação infantil, fomentar a oferta do atendimento educacional especializado bem como equipar uma sala multifuncional para o atendimento das crianças com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, assegurando a educação bilíngue para crianças surdas e a transversalidade da educação especial nessa etapa da educação básica; 1.9) Implementar, em caráter complementar, programas de orientação e apoio as famílias, por meio da articulação das áreas de educação, saúde e assistência social, com foco no desenvolvimento integral das crianças de até 03 (três) anos de idade; 1.10) Preservar as especificidades da educação infantil na organização das redes escolares, garantindo o atendimento da criança de 0 (zero) a 05 (cinco) anos em estabelecimentos que atendam a parâmetros nacionais de qualidade, e a articulação com a etapa escolar seguinte, visando o ingresso do aluno de 06 (seis) anos de idade no ensino fundamental; 1.11) Acompanhar, monitorar o acesso e a permanência das crianças na educação infantil, em especial dos beneficiários de programas de transferência de renda, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à infância; 1.12) Estimular o acesso à educação infantil em tempo integral, para todas as crianças de 0 (zero) a 05 (cinco) anos, conforme estabelecido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Meta 2: universalizar o ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que pelo menos 70% (setenta por cento) dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PME. Estratégias: 66 2.1) Fortalecer os vínculos entre as escolas a fim de garantir as atividades culturais dentro e fora dos seus respectivos espaços, com o objetivo de difundir a cultura. 2.2) Promover ações intersetorial para levantar dados de todos os cidadãos entre a faixa etária de 6 a 14 anos que estão fora da escola, juntamente com a Secretaria de Educação, Saúde, assistência social e agentes comunitários de saúde. 2.3) Estimular a oferta do ensino fundamental capacitando profissionais na qualificação para educação do alunos do campo e com deficiências. 2.4) desenvolver formas alternativas de oferta do ensino fundamental, garantida a qualidade, para atender aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a atividade de caráter itinerante. 2.5) Estimular a permanência do aluno na instituição através de promoção de atividades que eleve a autoestima, além de mostrar a importância da educação dentro das condições trabalhistas. 2.6) Estabelecer parceria entre a Secretaria de Educação, Secretaria de Ação Social e Secretaria de Saúde, buscando promover ações e fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da permanência e do aproveitamento escolar dos beneficiários de programas de transferência de renda, bem como das situações de discriminação, preconceitos e violências nas escolas, em colaboração com as famílias promovendo a saúde e a proteção à infância, adolescência e juventude. 2.7) Fazer o levantamento dos cidadãos que se encontram fora da escola em condição de distorção idade/série, fazendo acompanhamento familiar com exigências da matrícula. 2.8) Reforçar a oferta de Ensino Fundamental existente no município e criar novas atividades extracurriculares de incentivo aos estudantes Meta 3: Universalizar, até 2019, o atendimento escolar para toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência deste PME, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e cinco por cento). Estratégias: 3.1) garantir a fruição de bens e espaços culturais, de forma regular, bem como a ampliação da prática desportiva, integrada ao currículo escolar; 67 3.2) Institucionalizar programa de correção do fluxo escolar do ensino fundamental, por meio do acompanhamento individualizado do (a) aluno (a) com rendimento escolar defasado e pela adoção de práticas como aulas de reforços no turno complementar, estudos de recuperação e progressão parcial, de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade; 3.3) Apoiar os estudantes concluintes e egressos do ensino médio na realização do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, ofertando cursos complementares, bem como transportes e ajuda de custo, para as populações mais carentes. 3.4) Apoiar a expansão das matrículas gratuitas de ensino médio integrado à educação profissional, observando-se as peculiaridades das populações do campo e das pessoas com deficiência; 3.5) estimular o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da permanência dos e das jovens beneficiários (os) de programas de transferências de renda, no ensino médio, quanto à frequência ao aproveitamento escolar e à interação com o coletivo, bem como, das situações de discriminação, preconceitos e violências, práticas irregulares de exploração do trabalho, consumo de drogas, gravidez precoce, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à adolescência e juventude; 3.6) incentivar a busca ativa da população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola, em articulação com o serviço de assistência social, saúde e proteção à adolescência e à juventude; 3.7) fomentar programas de educação e de cultura para a população urbana e do campo de jovens, na faixa etária de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, e de adultos, com qualificação social e profissional para aqueles que estejam fora da escola e com a defasagem no fluxo escolar; 3.8) Apoiar o redimensionamento da oferta de ensino médio nos turnos diurno e noturno, bem como a distribuição territorial das escolas de ensino médio, de forma a atender a toda a demanda, de acordo com as necessidades específicas dos (as) alunos (as); 3.9) estimular o desenvolvimento das formas alternativas de oferta do ensino médio, garantir a qualidade, para atender aos filhos e filhas do profissionais que se dedicam a atividades de caráter itinerante; 68 3.10) fomentar a implementação das políticas de prevenção à evasão motivada por preconceito ou quaisquer formas de discriminação, criando rede de proteção contra formas associadas de exclusão; 3.11) estimular a participação dos adolescentes nos cursos das áreas tecnológicas e científicas; 3.12) implantar, em parceria com a unidade escolar do ensino médio, a modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos) para dar continuidade aos estudos dos alunos egressos do ensino fundamental; 3.13) solicitar do Estado formação específica para os profissionais que atuam no EMITEC (Ensino Médio com Intermediação Tecnológica). Meta 4: Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete ) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional, preferencialmente na rede regular de ensino, com garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializado, públicos ou conveniados. Estratégias: 4.1) Implantar salas de recursos multifuncionais e fomentar a formação continuada de professores e professoras para o atendimento educacional especializado nas escolas urbanas e do campo em parcerias com o Governo Federal. 4.2) Ampliar a oferta do atendimento educacional especializado complementar aos estudantes matriculados nas redes municipal e estadual de ensino regular. 4.3) Manter parceria com o MEC a fim de aprofundar programa nacional de acessibilidade nas escolas municipais para adequação arquitetônica, oferta de transporte acessível, disponibilização de material didático acessível e recursos de tecnologia assistiva. Assegurando, ainda, no contexto escolar, em todas etapas, níveis e modalidades de ensino, a identificação dos (as) alunos (os) com altas habilidades ou superdotação. 4.4) Garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS como primeira língua e na modalidade escrita da Língua Portuguesa como segunda língua, aos (as ) alunos ( as ) surdos com deficiência auditiva 69 de 0 ( zero ) a 17 ( dezessete ) anos, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas, bem como adoção do Sistema Braille de leitura para cegos e surdos – cegos. 4.5) Garantir atendimento educacional especializado em salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados, nas formas complementar e suplementar, a todos (as ) alunos (as) com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de educação básica, conforme necessidade identificada por meio de avaliação, ouvidos a família e o aluno; 4.6) Garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência e promovida a articulação pedagógica entre o ensino regular e o atendimento educacional especializado; 4.7) Fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola e ao atendimento educacional especializado, bem como da permanência e do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação beneficiários (as) de programas de transferência de renda, juntamente com o combate às situações de discriminação, preconceito e violência, com vistas ao estabelecimento de condições adequadas para o sucesso educacional, em colaboração com as famílias e com os órgãos públicos de assistência à infância, à adolescência e à juventude; 4.8) Fomentar pesquisas voltadas para o desenvolvimento de metodologias, materiais didáticos, equipamentos e recursos de tecnologias assistiva, com vistas à promoção do ensino e da aprendizagem, bem como das condições de acessibilidade dos (as) estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação; 4.9) Promover a articulação intersetorial entre órgãos e políticas públicas de saúde, assistência social e direitos humanos, em parceria com as famílias, e com o fim de desenvolver modelos de atendimento voltados à continuidade do atendimento escolar, na educação de jovens e adultos, das pessoas com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento com idade superior à faixa etária de escolarização obrigatória, de forma a assegurar a atenção integral ao longo da vida; 4.10) Ampliar a equipe de profissionais da educação para atender à demanda do processo de escolarização dos (as) estudantes com deficiência, transtornos 70 globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, garantindo a oferta de professores (as) do atendimento educacional especializado, profissionais de apoio ou auxiliares, tradutores e intérpretes de Libras, guias – intérpretes para surdos –cegos, professores de Libras, prioritariamente surdos, e professores bilíngues; 4.11) Promover através de pesquisa a obtenção de informação detalhada sobre o perfil das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos; 4.12) Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando ampliar as condições de apoio ao atendimento escola integral das pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados nas redes públicas de ensino; 4.13) Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, visando a ampliar a oferta de formação continuada e a produção de material didático acessível, assim como os serviços de acessibilidade necessários ao pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação matriculados na rede pública de ensino; 4.14) Promover parcerias com instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder público, a fim de favorecer a participação das famílias e da sociedade na construção do sistema educacional inclusivo. Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental. Estratégias: 5.1) estruturar os processos pedagógicos de alfabetização, nos anos iniciais do ensino fundamental, articulando-os com as estratégias desenvolvidas na pré-escola, com qualificação e valorização dos (as) professores (as) alfabetizadores e com 71 apoio pedagógico específico, a fim de garantir a alfabetização plena de todas as crianças; 5.2) Acompanhar os resultados das avaliações externas, assegurando a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento dos resultados dessas aplicações, utilizando-as como parâmetros de avaliação e planejamento; 5.3) utilizar recursos de tecnologias educacionais e de práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos (as) alunos (as), consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade; 5.4) apoiar a alfabetização de crianças do campo e de populações itinerantes, com a produção de materiais didáticos específicos, e desenvolver instrumentos de acompanhamento que considerem o uso da linguagem regional pela comunidade; 5.5) Participar , promover e estimular a formação inicial e continuada de professores (as) para a alfabetização de crianças, com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras, estimulando a articulação entre programas de pós-graduação stricto sensu e ações de formação continuada de professores (as) para a alfabetização; 5.6) apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência, considerando as suas especificidades, inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de terminalidade temporal. Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 30% (trinta por cento) das escolas públicas municipais, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte por cento) dos alunos da educação básica. Estratégias: 6.1) promover, com o apoio da União, a oferta de educação básica pública em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento pedagógico e multidisciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma que o tempo de permanência dos (as) alunos (as) na escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante todo o ano letivo, com a ampliação progressiva da jornada de professores em uma única escola; 72 6.2) instituir, em regime de colaboração, adaptações necessárias, para atendimento em tempo integral, prioritariamente em comunidades pobres ou com crianças em situação de vulnerabilidade social; 6.3) fomentar a articulação da escola com os diferentes espaços educativos, culturais e esportivos e com equipamentos públicos, como centros comunitários, bibliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e planetários; 6.4) atender às escolas do campo na oferta de educação em tempo integral, com base em consulta prévia e informada, considerando-se as peculiaridades locais; 6.5) fomentar através de parcerias com programas estaduais e federais, a educação em tempo integral para pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na faixa etária de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, assegurando atendimento educacional especializado complementar ofertado em salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em instituições especializadas; 6.6) adotar medidas para otimizar o tempo de permanência dos alunos na escola, direcionando a expansão da jornada para o efetivo trabalho escolar, combinado com atividades recreativas, esportivas e culturais. Meta 07: Fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias municipais para o IDEB: NÍVEIS DE ENSINO 2015 2017 2019 2021 Anos iniciais do Ensino Fundamental 5,2 5,5 5,7 6,0 Anos finais do Ensino Fundamental 4,7 5,0 5,2 5,5 Ensino Médio 4,3 4,7 5,0 5,5 Estratégias: 7.1) implementar diretrizes pedagógicas para a educação básica municipal observando a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos 73 de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos (as) para cada ano do ensino fundamental e médio, respeitada a diversidade regional, estadual e local 7.2) induzir processo contínuo de autoavaliação das escolas de educação básica, por meio da constituição de instrumentos de avaliação que orientem as dimensões a serem fortalecidas, destacando-se a elaboração de planejamento estratégico, a melhoria contínua da qualidade educacional, a formação continuada dos (as) profissionais da educação e o aprimoramento da gestão democrática; 7.3.) Promover trimestralmente momentos de autoavaliação, estudos e formação de toda a comunidade escolar das creches, escolas e centros que atendem educação infantil, a partir dos Indicadores de Qualidade e Parâmetros da Educação Infantil (autoavalição/formação), dentro da carga horária do professor organizando equipes de profissionais para promover atividades físicas, lúdicas, brincadeiras e jogos para educandos de creches e educação infantil trimestralmente quando a comunidade escolar estiver em atividades de autoavaliação e formação; 7.4) formalizar e executar os planos de ações federais dando cumprimento às metas de qualidade estabelecidas para a educação básica pública e às estratégias de apoio técnico e financeiro voltadas à melhoria da gestão educacional, à formação de professores e professoras e profissionais de serviços e apoio escolares, à ampliação e ao desenvolvimento de recursos pedagógicos e à melhoria e expansão da infraestrutura física da rede escolar; 7.5) aprimorar continuamente os instrumentos de avaliação da qualidade do ensino fundamental, de forma a orientar o ensino de ciências nos exames aplicados nos anos finais do ensino fundamental, bem como apoiar o uso dos resultados das avaliações nacionais pelas escolas e redes de ensino para a melhoria de seus processos e práticas pedagógicas; 7.6) estudar e desenvolver indicadores específicos de avaliação da qualidade da educação especial, bem como da qualidade da educação bilíngue para surdos; 7.7) orientar as políticas da rede municipal, de forma a buscar atingir as metas do Ideb, diminuindo a diferença entre as escolas com os menores índices, 74 garantindo equidade da aprendizagem reduzindo-a pela metade, até o último ano de vigência deste PME; 7.9) incentivar práticas pedagógicas inovadoras que assegurem a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, com preferência para softwares livres e recursos educacionais abertos, bem como o acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas; 7.10) garantir transporte gratuito para todos (as) os (as) estudantes da educação do campo na faixa etária da educação escolar obrigatória, mediante renovação e padronização integral da frota de veículos, de acordo com especificações definidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia INMETRO, e financiamento compartilhado, com participação da União proporcional às necessidades dos entes federados, visando a reduzir a evasão escolar e o tempo médio de deslocamento a partir de cada situação real; 7.11) aplicar modelos alternativos de atendimento escolar para a população do campo que considerem as especificidades locais e as boas práticas; 7.12) promover a formação de professores da Educação básica para utilização pedagógica das tecnologias da informação e da comunicação; 7.13) ampliar programas em parceria com governos estadual e federal e aprofundar ações de atendimento ao (à) aluno (a), em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; 7.14) assegurar a todas as escolas públicas de educação básica municipal em regime de colaboração entre a união o acesso a energia elétrica, abastecimento de água tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos sólidos, garantir o acesso dos alunos a espaços para a prática esportiva, a bens culturais e artísticos e a equipamentos e laboratórios de ciências e, em cada edifício escolar, garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência; 7.15) prover, em regime de colaboração, programa nacional de reestruturação e aquisição de equipamentos e recursos tecnológicos para a utilização pedagógica no ambiente escolar a todas as escolas públicas da educação básica, criando, inclusive, mecanismos para implementação das condições necessárias educacionais; para a universalização das bibliotecas nas instituições 75 7.16) informatizar a gestão das escolas públicas municipais e da secretaria de educação do município, bem como manter programa nacional de formação inicial e continuada para o pessoal técnico das secretarias de educação; 7.17) garantir políticas de combate à violência na escola, inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas à capacitação de educadores para detecção dos sinais de suas causas, como a violência doméstica e sexual, favorecendo a adoção das providências adequadas para promover a construção da cultura de paz e um ambiente escolar dotado de segurança para a comunidade; 7.18) implementar ações educacionais, nos termos das Leis nos 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008, sobre a história e as culturas afro-brasileira e indígenas, por meio de atuações colaborativas com fóruns de educação para a diversidade étnico-racial, conselhos escolares, equipes pedagógicas e a sociedade civil; 7.19) implementar currículos e propostas pedagógicas específicas para educação escolar das escolas do campo e para, incluindo os conteúdos culturais correspondentes às respectivas comunidades e considerando o fortalecimento das práticas socioculturais e da língua materna de cada comunidade, produzindo e disponibilizando materiais didáticos específicos, inclusive para os (as) alunos (as) com deficiência; 7.20) pomover a articulação dos programas da área da educação com as áreas de saúde, trabalho e emprego, assistência social, esporte e cultura como condição para a melhoria da qualidade educacional, constituindo uma equipe de profissionais com 03 psicólogos, 03 assistentes sociais, 02 pedagogos na Secretaria de Educação para subsidiar, mediante agendamento, todas as escolas públicas do município, cuja quadro em parceria com as escolas forneça apoio às famílias dos alunos, aos educandos, à comunidade escolar, ministrando palestras, orientando e acompanhando cada um particularmente, conforme suas peculiaridades; 7.21) disponibilizar 01 orientador educacional para cada escola, cuja quantidade deve variar considerando o porte da escola. 7.22) garantir, mediante articulação entre os órgãos responsáveis pelas áreas da saúde e da educação, o atendimento aos (às) estudantes da rede escolar 76 pública de educação básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à saúde; 7.23) estabelecer ações efetivas especificamente voltadas para a promoção, prevenção, atenção e atendimento à saúde e à integridade física, mental e emocional dos (das) profissionais da educação, como condição para a melhoria da qualidade educacional; 7.24) promover, com especial ênfase, em consonância com as diretrizes do Plano Nacional do Livro e da Leitura, a formação de leitores e leitoras e a capacitação de professores e professoras, bibliotecários e bibliotecárias e agentes da comunidade para atuar como mediadores e mediadoras da leitura, de acordo com a especificidade das diferentes etapas do desenvolvimento e da aprendizagem; 7.25) estabelecer políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar; 7.26) promover formação para os coordenadores pedagógicos da rede municipal de todos o níveis de ensino considerando as fraquezas do trabalho pedagógico de suas respectivas unidades escolares, incluindo preparação para que eles saibam interpretar as escalas de proficiência das avaliações externas e utilizálas como ponto de partida para o planejamento e execução de projetos nas escolas com o propósito de possibilitar aos educandos a aquisição das habilidades necessárias para construção de competências adequadas para cada etapa escolar em que se encontra; 7.27) investir esforços mediante planejamento de ações realizado pela Secretaria de Educação para minimizar o quadro de reprovação no 3º ano e 6º ano do Ensino fundamental garantindo igualdade nas condições de aprendizagem, consequentemente acesso e permanência na escola; Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no município e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. 77 Estratégias: 8.1) Aderir a programas e tecnologias para correção de fluxo, para acompanhamento pedagógico individualizado e para recuperação e progressão parcial, bem como priorizar estudantes com rendimento escolar defasado, considerando as especificidades dos segmentos populacionais considerados; 8.2) Aderir a programas de educação de jovens e adultos para os segmentos populacionais considerados, que estejam fora da escola e com defasagem idadesérie, associados a outras estratégias que garantam a continuidade da escolarização, após a alfabetização inicial; 8.3) promover, em parceria com as áreas de saúde e assistência social, o acompanhamento e o monitoramento do acesso à escola específicos para os segmentos populacionais considerados; 8.4) promover busca ativa de jovens fora da escola pertencentes aos segmentos populacionais considerados, em parceria com as áreas de assistência social, saúde e proteção à juventude. Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93% (noventa e três por cento) até 2018 e, até o final da vigência deste Plano, erradicar o analfabetismo e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional. Estratégias: 9.1) Assegurar a oferta gratuita da educação de jovens e adultos a todos os que não tiveram acesso à educação básica na idade própria; 9.2) Realizar diagnóstico dos jovens e adultos com ensino fundamental e médio incompletos, para identificar a demanda ativa por vagas na educação de jovens e adultos; 9.3) Implementar ações de alfabetização de jovens e adultos com garantia de continuidade da escolarização básica; 9.4) Propiciar a implantação da modalidade de educação profissional para a EJA em cooperação com seus entes federados (federal, estadual e municipal); 9.5) Estabelecer propostas pedagógicas unificadas para a EJA ( sede e distritos); 9.6) Implementar ações de formação continuada para professores da EJA (sede e distritos); 78 9.7) Assegurar coordenadores, especialmente, para orientar professores que lecionam na EJA; 9.8) Assegurar a merenda diferenciada para os alunos da EJA, principalmente para o turno noturno; 9.9) Assegurar o transporte diferenciado para os alunos da EJA, que residem nos lugares de difícil acesso; 9.10) Assegurar a oferta de educação de jovens e adultos, no ensino fundamental, na modalidade EJA, nos bairros mais populosos deste município. Meta 10: oferecer, em regime de colaboração, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional. Estratégias: 10.1) manter programa nacional de educação de jovens e adultos voltado à conclusão do ensino fundamental e aderir a programas formação profissional inicial, de forma a estimular a conclusão da educação básica; 10.2) expandir as matrículas na educação de jovens e adultos, de modo a articular a formação inicial e continuada de trabalhadores com a educação profissional, objetivando a elevação do nível de escolaridade do trabalhador e da trabalhadora; 10.3) fomentar a integração da educação de jovens e adultos com a educação profissional, em cursos planejados, de acordo com as características do público da educação de jovens e adultos e considerando as especificidades das populações itinerantes e do campo, inclusive na modalidade de educação a distância; 10.4) ampliar as oportunidades profissionais dos jovens e adultos com deficiência e baixo nível de escolaridade, por meio do acesso à educação de jovens e adultos articulada à educação profissional; 10.5) estimular a diversificação curricular da educação de jovens e adultos, articulando a formação básica e a preparação para o mundo do trabalho e estabelecendo inter-relações entre teoria e prática, nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da cultura e cidadania, de forma a organizar o tempo e o espaço pedagógicos adequados às características desses alunos e alunas; 10.6) fomentar a produção de material didático, o desenvolvimento de currículos e metodologias específicas, os instrumentos de avaliação, o acesso a equipamentos e 79 laboratórios e a formação continuada de docentes das redes públicas que atuam na educação de jovens e adultos articulada à educação profissional; 10.7) Oferta de educação de jovens e adultos articulada à educação profissional, de modo a atender às pessoas privadas de liberdade nos estabelecimentos penais, assegurando- se formação específica dos professores e das professoras em regime de colaboração; 10.8) implementar mecanismos de reconhecimento de saberes dos jovens e adultos trabalhadores, a serem considerados na articulação curricular dos cursos de formação inicial e continuada e dos cursos técnicos de nível médio. Meta 11: Apoiar, em Regime de Colaboração com a União e o Estado, a oferta de matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público. Estratégias: 11.1) apoiar a oferta de Educação Profissional Técnica de Nível Médio na rede pública estaduais; 11.2) fomentar a oferta de Educação Profissional Técnica de Nível Médio na modalidade de Educação a distancia, com a finalidade de ampliar a oferta de democratizar o acesso a educação profissional pública e gratuita, segurando padrão de qualidade. 11.3) estimular o estágio na educação profissional técnica de nível médio e de ensino médio regular, preservando seu caráter pedagógico integrado ao itinerário formativo do aluno, visando a formação de qualificações próprias da atividade profissional, à contextualização curricular e ao desenvolvimento da juventude. 11.4) ampliar a oferta de programas de reconhecimento de saberes para fins de certificação profissional em nível técnico. 11.5) implantar sistema de avaliação da qualidade da educação profissional técnica de nível médio das redes escolares públicas e privadas. 11.6) incentivar o atendimento do ensino médio gratuito integrado a formação profissional para as populações do campo de4 acordo com seus interesses e necessidades. 80 11.7) fomentar a oferta de educação profissional técnica de nível médio para as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 11.9) reduzir as desigualdades etinos-raciais e regionais no acesso e permanência na educação profissional técnica de nível médio, inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, na forma de lei. META 12: Contribuir, em regime de colaboração, para a elevação da matrícula na educação superior que no mínimo 35% ( trinta e cinco por cento) da população de 18 (dezoito) a 24( vinte e quatro) anos tenha acesso à educação superior. Estratégias: 12.1- Otimizar a capacidade de recursos humanos do polo da Universidade Aberta do Brasil, instituição pública de educação superior do município, de acordo com o aumento de cursos ofertados; 12.2- Buscar, em regime de parceria com as universidades estaduais e federais, novos cursos de graduação à distância e presencial para o polo da Universidade Aberta do Brasil de Ibicuí; 12.3- Dialogar com as universidades que se estabelecerem no polo da Universidade Aberta do Brasil de Ibicuí, que disponibilizem processos seletivos anuais para atender a demanda do município; 12.4- Ofertar estágios em regime de voluntariado com carga horária disponível aos graduandos do município, como forma de incentivo para a formação do ensino superior; 12.5- Assegurar condições de acessibilidade nas instituições de educação superior na forma da legislação; 12.6- Buscar, em regime de colaboração com o Estado e a União, programas de incentivo a mobilidade estudantil e docente em cursos de graduação e pósgraduação, em âmbito intermunicipal, tendo em vista o enriquecimento da formação de nível superior. META 13: Ampliar, em regime de colaboração, a proporção de mestres e doutorados do corpo docente em exercício, no conjunto da rede municipal de 81 ensino, para que ao final da década deste PME, pelo menos 20% ( vinte por cento) do corpo docente tenha mestrado e 2% ( cinco por cento) doutorado. Estratégias: 13.1- Assegurar as gratificações expressas no plano de cargos e salários aos docentes que realizarem cursos de mestrado ou doutorado, como forma de estímulo e motivação; 13.2- Assegurar a licença para estudos aos docentes em exercício na rede municipal de educação, na forma da legislação; 13.3- Buscar, em regime de parceria com as universidades públicas estaduais e federais, cursos de mestrado para serem oferecidos aos docentes da rede municipal de educação. META 14: Contribuir, em regime de colaboração entre Estado e União, para a elevação gradual do número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, em mestrado e doutorado de modo a ampliar em 20% ( vinte por cento) o número de mestres e doutores do município até o final da década desse PME. Estratégias: 14.1- Buscar parcerias para a instalação de cursos de pós-graduação, utilizando inclusive metodologias e tecnologias de educação à distância; 14.2- Oferecer incentivos aos docentes que realizarem cursos de pós-graduação, como forma de estímulo e motivação; 14.3- Estimular a pesquisa científica e de inovação e promover a formação de recursos humanos que valorizem a diversidade regional e a biodiversidade da regional; META 15: Garantir no prazo de 3 (três) anos de vigência deste PME, que os professores e professoras da educação básica municipal possuam formação específica de nível superior ou estejam matriculados em um curso de licenciatura. 82 Estratégias: 15.1 Possibilitar o acesso, a plataforma eletrônica oferecida pela União, dos professores e professoras da educação básica da rede municipal; 15.2 Promover a formação continuada da rede mediante a contratação de curso de capacitação ou estabelecer convênio com Universidades Públicas. 15.3 Estimular a busca pela formação continuada do professor, coordenador pedagógico e demais profissionais da educação básica; 15.4 Instituir programas de concessão de bolsa de estudos para os professores de idiomas em escolas particulares; 15.5 Garantir o financiamento de pelo menos 50% do curso de graduação para os professores que não tenham condições de cursá-la. META 16: Formar em nível de Pós-Graduação 70% (setenta por cento) dos professores e professoras da educação básica municipal, até o último ano de vigência deste PME. Estratégias: 16.1 Estabelecer convênios com faculdades públicas ou particulares para garantir o acesso ao curso de Pós-Graduação latu senso; 16.2 Garantir o financiamento de pelo menos 50% do curso de pós-graduação para os professores que não tenham condições de cursá-la; META 17: Valorizar os (as) profissionais de educação do magistério da rede publica municipal da educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PME. Estratégias 17.1) Implementar no 1 (um) ano de vigência o Plano de carreira para os (as) profissionais do magistério da rede pública de educação básica municipal, observados os critérios estabelecidos na Lei nº 11.738 de 16 de julho de 2008, com implantação gradual do cumprimento da jornada de trabalho em um único estabelecimento escolar; 83 17.2) Garantir aos profissionais da rede Municipal de Ensino, atualização progressiva do valor do Piso Salarial, assegurando também reajuste proporcional aos demais níveis; 17.3) buscar a complementação da União, se necessário para implementação de políticas de valorização dos (as) profissionais do magistério, em particular o piso salarial nacional profissional. META 18: Assegurar, no prazo de 1 (um) ano, a reformulação do Plano de Carreira para os (as) profissionais da educação básica publica municipal, tomando como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal. ESTRATÉGIAS 18.1 Garantir no Plano de Carreira dos Profissionais da Educação do Município, licença remunerada e incentivos para qualificação profissional inclusive em nível de Pós-graduação stricto senso; 18.2 Formar comissões de profissionais da educação para reestruturação do Plano de carreira. META 19- Assegurar condições, no prazo de 02 (dois) anos, para e efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios de formação qualificada e desempenho profissional e à consulta pública à comunidade escolar, no âmbito das escolas públicas do município. Estratégias: 19.1) Criar programas de apoio e formação aos membros do Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB, do Conselho de Alimentação Escolar, do Conselho Municipal de Educação e de outros e aos representantes educacionais em demais conselhos de acompanhamento de políticas pública. 19.2) Instituir o processo eletivo para cargo de direção e vice-direção no prazo de 3(três) anos, após aprovação deste plano, bem como o regimento para tal processo eletivo; 84 19.2) Instituir em no Prazo de 2 anos, a contar da vigência deste plano, os Conselhos Escolares e fortalecimento dos mesmos; 19.3) garantir aos Conselhos existentes no município espaço físico adequado, equipamentos e meios de transporte para visitas à rede escolar propiciandolhes um acompanhamento efetivo para as funções pelos quais são responsáveis. 19.4) oferecer capacitação aos membros de conselhos de educação, de escolas, de acompanhamento e de controle social, com a colaboração de sindicatos, do MEC e da UNCME. 19.5) estimular, em todas as escolas da rede municipal, a constituição e o fortalecimento de grêmios estudantis e associações de pais, onde cada unidade escolar deverá oferecer espaços adequados e condições de funcionamento para tais. 19.6) estimular o fortalecimento de Conselhos Escolares e Conselho Municipal de Educação para estes serem instrumentos de participação e fiscalização na gestão escolar. 19.7) oferecer programas de formação de conselheiros, assegurando-lhes condições de autonomia e amplo funcionamento. 19.8) fortalecer processos de autonomia pedagógica e administrativa, bem como priorizar a independência financeira nos estabelecimentos de ensino das escolas da rede municipal: 19.9) desenvolver programas de formação de diretores e gestores escolares, mesmo que em parceria com os governos estadual e federal, a fim de prepará-los para assumirem os cargos a que foram eleitos. 19.10) fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem a transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados na educação através de realização de audiências públicas e de criação de portais eletrônicos de transparência. Meta 20: Garantir a aplicabilidade dos recursos em educação de forma transparente e efetiva, contando para isso com os órgãos fiscalizadores e de controle disponíveis e garantir que os investimentos na área sejam destinados à melhoria da qualidade da educação do município. 85 Estratégias: 20.1- Constituir a Secretaria Municipal de Educação como unidade orçamentária, garantindo que a mesma seja ordenadora de despesas e gestora plena de recursos orçamentários da educação, com o devido acompanhamento, controle e fiscalização de suas ações pelos conselhos e demais órgãos fiscalizadores; 20.2- Democratizar, descentralizar e desburocratizar a elaboração, execução do orçamento, planejamento e acompanhamento das políticas educacionais, com o objetivo de promover o acesso de toda comunidade local e escolar aos dados orçamentários com transparência na utilização dos recursos públicos em educação; 20.3- Consolidar e fortalecer a efetividade do Conselho Municipal de Educação; como órgão autônomo, plural e com funções propositiva, deliberativa, consultiva, normativa e fiscalizadora; 20.4- Criar e ampliar programas de apoio e de formação, dos/as conselheiros/as do FUNDEB, Conselho de alimentação Escolar, Conselho Municipal de Educação, Conselho Escolares e demais conselhos de acompanhamento de políticas públicas; 20.5- Definir e aperfeiçoar mecanismos de acompanhamento, fiscalização e avaliação, para garantir e assegurar a aplicação, pela Secretaria de Educação, dos recursos vinculados à educação; 20.6- Assegurar e fortalecer os mecanismos de transparência na aplicação e prestação pública de contas dos recursos, bem como os destinados as unidades escolares e sua divulgação. 20.7 fortalecer os mecanismos e os instrumentos que assegurem, (nos termos do parágrafo único do art. 48 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000), a transparência e o controle social na utilização dos recursos públicos aplicados em educação, especialmente a realização de audiências públicas, a criação de portais eletrônicos de transparência e a capacitação dos membros do conselho de acompanhamento e controle social do Fundeb, com a colaboração entre o Ministério da Educação, a Secretaria de Educação do Estado e o Tribunal de Contas do Município; 20.8) Garantir, além do financiamento federal, recursos próprios complementação/manutenção do Programa de Alimentação Escolar; para 86 20.9) Criar e implementar o Fundo Municipal de Educação (FME); . 3.1.1 Mobilização da Sociedade para a Elaboração do PME O processo de construção deste PME iniciou-se com a assinatura do termo de cooperação com o Programa de Apoio as Municípios- Proam que direcionou todas as estapas de elaboração, bem como subsidiou através de apoio técnico os trabalhos. O segundo passo foi a instituição do Grupo Colaborativo através de Decreto Municipal, o qual promoveu a participação de representantes dos diversos segmentos da sociedade civil. De acordo com Toro e Werneck, A mobilização social não é uma oportunidade de conseguir pessoas para ajudar a viabilizar nossos sonhos, mas de congregar pessoas que se dispõem a contribuir para construirmos junto um sonho, que passa a ser de todos (TORO; WERNECK, 2007, p. 39). É importante ressaltar que a mobilização ocorre quando um grupo de pessoas, uma comunidade, a sociedade civil delibera e atua com uma finalidade comum, buscando, quotidianamente, resultados determinados por todos. Nesta mobilização, especificamente, estamos tratando da construção e da legitimação do Plano Municipal de Educação. Mobilizar é convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum, sob uma interpretação e um sentido também compartilhado (TORO; WERNECK, 2007, p. 13). De acordo com a assertiva supracitada, os municípios utilizou o exercício da cidadania, de modo pleno, por meio da democracia participativa. A “participação supõe compromisso, envolvimento, presença em ações por vezes arriscadas e até temerárias” (DEMO, 1996, p. 19-20), em que é necessário deixar o comodismo de lado, superar a ideia de que é mais fácil receber as coisas prontas dos outros do que agir, devendo inteirar-se dos assuntos, desenvolvendo o capital social da comunidade e o empoderamento da mesma, influenciando decisões que são de interesse, de todos. Assim, a participação é o “caminho natural para o homem 87 exprimir sua tendência inata de realizar, fazer coisas, afirmar-se a si mesmo e dominar a natureza e o mundo” (BORDENAVE, 1994, p. 16). O substantivo da democracia é, portanto, a participação. Quem diz democracia diz do mesmo passo, máxima presença de povo no governo, porque, sem participação popular, democracia é quimera, é utopia, é ilusão, é retórica, é promessa sem arrimo na realidade, sem raiz na história, sem sentido na doutrina, sem conteúdo nas leis (BONAVIDES, 2003, p. 283). O papel da sociedade civil, segundo Oliveira (2006) é “o de identificar problemas, captar demandas, dar voz a novos atores, experimentar, inovar, denunciar, reivindicar, propor, argumentar, persuadir e influir”. É, assim, que os atores sociais irão desenvolver e exercitar sua cidadania. Ressalta-se que a cada dia a necessidade de cidadãos que se preocupem com o local em que vivem e que, mais do que isso, façam algo para melhorar sua rua, seu bairro, seu município, para, então, pensar no global. Por isto, um cidadão pensante, deliberativo, revitaliza e valoriza a democracia, principalmente a participativa. Nesse tópico, o Grupo Colaborativo do município mobilizou os membros das Comissões Representativas para realizarem o estudo dos indicadores, a partir da análise da situação do município em relação às metas nacionais, disponível no Portal do MEC, tomando como ponto de partida os dados oficiais do município, para, posteriormente, projetá-los no decorrer da década. Os representantes da comunidade local compuseram uma Comissão Representativa que desempenhou um papel significativo na construção do Plano Municipal de Educação deste município. Nessa comissão, constituída por representantes de diversos segmentos da comunidade, foi promovido o aprofundamento e a consolidação das análises da situação socioeducacional, que conduziu a uma reflexão sobre os principais problemas e a definição de prioridades, diretrizes, metas e estratégias, bem como dos mecanismos de avaliação e acompanhamento da execução do PME. Esses representantes foram os porta-vozes da comunidade local na elaboração do PME. A maior contribuição foi no sentido de, este processo, ter sido o planejamento 88 das ações às reais necessidades da população e legitimar as decisões a serem tomadas no processo de planejamento. Assim, as atividades desenvolvidas, ocorreram de forma sistematizada, com planejamento prévio e, sobretudo, sob a orientação do Grupo Colaborativo, que prestou todas as informações necessárias e forneceu o suporte básico para um melhor andamento do trabalho da Comissão Representativa. 3.1.2 Divulgação do PME Ao haver iniciado os trabalhos, o Grupo Colaborativo da Elaboração do PME, divulgou o PME, ou seja, tornou pública a necessidade e a importância do município ter um Plano de Educação. Para isso, foram utilizados recursos e estratégias diversificadas, tais como ofícios, chamadas públicas e redes sociais, com o objetivo de informar à população sobre os passos que já havia sido dados na elaboração do PME, as contribuições do PME para a melhoria dos serviços educacionais e a importância da participação popular na construção do documento. Durante esse processo de divulgação, o Grupo Colaborativo assegurou que o poder legislativo (os vereadores), poder executivo (titulares, ocupantes dos principais cargos das secretarias da prefeitura e de órgãos oficiais dos outros níveis do governo), poder judiciário (juízes, promotores e dirigentes de órgãos de proteção dos direitos do cidadão) e sociedade civil – por meio dos seus principais representantes - (igrejas, setores econômicos, sindicatos, órgãos e instituições existentes, etc.), estivessem efetivamente representados. 3.1.3 Audiência Pública Aos doze dias do mês de junho do ano de dois mil e quinze, às catorze horas e quarenta minutos, reuniram-se no Auditório do Sindicato Rural de Ibicuí Profissionais de Educação, Vereadores e alunos da rede municipal para a apresentação das metas e estratégias do PME do município de Ibicuí. A Secretária de Educação, professora Terezinha Barbosa, fez os agradecimentos iniciais à plateia ali presente, esclareceu o que era o Plano Municipal de Educação e suas etapas de construção e a técnica da Secretaria de Educação Ana Teresa Nunes agradeceu a presença de todas. Depois de convidada, a Prefeita Gilnay Santana saudou as autoridades e todos os presentes, falou da importância do processo de elaboração do PME, fez 89 algumas considerações sobre a situação da educação no município e conclamou os professores a atuarem com mais amor no exercício de educar. Os alunos do Mais Educação apresentaram uma peça musical de Luiz Gonzaga com flautas doces sob a coordenação do professor Antônio Cardozo. Em seguida a técnica Ana Teresa colocou em votação duas dinâmicas para a apresentação das metas e estratégias do PME e ainda explanou sobre o processo de construção do Plano, apresentando as comissões representativas. A primeira proposta seria a divisão de quatro grupos para a leitura e apresentação das metas do Plano por zonas de interesse e a outra seria a leitura das metas para toda a plateia, sendo preferida pela maioria a apresentação das metas para todos ao mesmo tempo. Iniciou-se então a leitura das diretrizes e logo em seguida começou a apresentação das metas e estratégias. A professora Maria Luzia Souza Alves se pronunciou em relação ao custo dos cursos de pós-graduação e abriu-se a plenária com as professoras Luzia Alves, Aline Jandiroba, Márcia Meira. Terezinha Barbosa e Thelma Núbia Vasconcelos , onde alguns participantes sugeriram que a estratégia 16.3 fosse suprimida uma vez que a 16.2 já comtemplava a necessidade e a maioria dos presentes concordou em mudar a texto da estratégia para que se buscasse parcerias com universidades para trazer para nosso município cursos de graduação e pós-graduação. A representante da APLB Sindicato Evanilda Andrade sugeriu arrumar a estratégia 17.1, cujo texto seria “garantir aos profissionais da rede municipal de educação a atualização progressiva do valor do piso salarial nacional assegurando também reajuste proporcional aos demais níveis”. Foi também sugerida pela plateia a troca da estratégia 17.2 com a 17.1 e a criação de outra estratégia entre a 19.1 e 19.2 que seria instituir o processo eletivo para cargo de direção e vice-direção no prazo de três ( 03 ) anos, bem como o regimento para tal processo eletivo. Finalizou-se a apreciação e análise das metas e estratégias com aplausos da plateia, deu-se por encerrada a audiência pública e nada a mais havendo a ser tratado, eu, Iracema Natal Vieira Barros, lavrei ata que vai assinada por mim e demais presentes. 4 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PME Conforme o art. 9º. da Lei n. 13.005 que instituiu o Plano Nacional de Educação, o acompanhamento da execução e avaliação do Plano Municipal de Educação é incumbência do Poder Legislativo e da sociedade civil organizada através de seus representantes. 90 O Plano deverá ter uma avaliação contínua e avaliações periódicas, sendo que a primeira avaliação será no primeiro ano de vigência da lei que o aprovará. O Poder Judiciário e o Ministério Público poderão ser parceiros no acompanhamento e na avaliação, o que certamente fortalecerá as decisões que devam ser tomadas para correção de rumos e busca dos necessários suportes para otimização do plano que contará, também, com a atuação das entidades da sociedade civil diretamente interessadas e responsáveis pelos direitos da criança e do adolescente, tais como o Conselho Tutelar, o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e o Conselho Municipal de Alimentação Escolar (CAE) , Comissão do Plano Municipal de Educação e Conselho Municipal de Educação. Além dos órgãos acima citados, deverá ser criado no prazo de oito meses, a contar da data de aprovação do PME pelo legislativo, um Fórum Municipal de Educação, que atuará também no monitoramento e avaliação do cumprimento deste Plano. Este Forum será composto por 01 (Hum) representante de cada Entidade que participou da elaboração deste PME. A avaliação do Plano Municipal de Educação deverá valer-se também, dos dados e análises qualitativas e quantitativas pelo sistema de avaliação do Ministério da Educação. REFERÊNCIAS BAHIA, Secretaria da Educação. Plano Estadual de Educação da Bahia/Secretaria da Educação. Salvador: SEC, 2006. BONAVIDES, Paulo. Teoria Constitucional da Democracia Participativa (por um direito constitucional de luta e resistência; por uma nova hermenêutica; por uma repolitização da legitimidade). 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2003. BORDENAVE, Juan E. Díaz. O que é participação. São Paulo: Brasiliense, 1994. BORDIGNON, Genuíno. Gestão da Educação no município: sistema, conselho e plano. São Paulo: Editora e Livraria. Instituto Paulo Freire, 2009. 91 BRASIL. Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação. 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