Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso A Correlação do Índice de Sobrepeso de Alunos do 6º ano de uma Escola Pública e Particular do Distrito Federal Autor: Kissyla Caroline de S. Pereira Orientador: Profº Dr. Ronaldo Rodrigues da Silva Brasília - DF 2011 1 Artigo de autoria de Kissyla Caroline de Souza Pereira, intitulado “A Correlação do Ìndice de Sobrepeso de Alunos do 6º ano de uma Escola Pública e Particular do Distrito Federal”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, em 12 de Novembro de 2011, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: ____________________________________________________________ Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues da Silva Orientador Educação Física – UCB ____________________________________________________________ Prof. Msc. Fábio Antônio Tenório de Melo Avaliador Educação Física - UCB BRASÍLIA 2011 2 A Correlação do Índice de Sobrepeso de Alunos do 6º ano de uma Escola Pública e Particular do Distrito Federal PEREIRA, Kissyla Caroline de Souza* SILVA, Ronaldo Rodrigues da** RESUMO Introdução: A obesidade é considerada um problema resultante de vários fatores, isolados ou combinados e agravada pela cultura, história familiar e sedentarismo. Nos últimos anos, vem se observando um importante aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade em diversos países e em variadas faixas etária, principalmente entre crianças e adolescentes. O aumento na prevalência de sobrepeso e obesidade infantil é preocupante devido ao risco aumentado que essas crianças têm de tornarem-se adultos obesos, juntamente com suas várias condições mórbidas associadas à doença. Objetivo: O presente estudo correlacionou e identificou o índice de sobrepeso em alunos do 6º ano, de uma escola pública e particular do Distrito Federal, utilizando o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC). Materiais e Métodos: Foi aplicada uma pesquisa quantitativa composta por uma amostra de n= 80 indivíduos de ambos os sexos, onde 50% da amostra são de alunos de escola pública e os outros 50% de escola particular. Resultados: Constatou-se que dos 80 alunos, 27,5% apresentaram sobrepeso, os quais 10% são homens, e 17,5%, mulheres. Da porcentagem total, 22,5% eram alunos da escola particular. Destes, 12,5% são meninas e 10%, meninos. Apenas 5% eram alunos da escola pública, todos do sexo feminino. Conclusão: Portanto houve uma diferença significativa no índice de sobrepeso dos alunos da escola particular correlacionando-se aos dos alunos da escola pública. Palavras-chave: Sobrepeso. Obesidade. Crianças e Escolas Públicas e Particulares. 1 INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade é uma doença causada pelo excesso de gordura no organismo, e o sobrepeso, como uma proporção relativa de peso maior que o necessário diante da altura do individuo. A obesidade e o sobrepeso são considerados atualmente um 3 problema de saúde pública, uma vez que traz inúmeras consequências negativas à saúde do indivíduo (EPSTEIN et al., 2000). De acordo com os dados da OMS, dos seis bilhões de habitantes do planeta, 23,4% estão com excesso de peso. No Brasil, calcula-se que 40% da população estejam acima do peso ideal, ocupando assim o sexto lugar no ranking dos países com maior número de obesos (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION – CDC, 2000). A explicação para o aumento de indivíduos com sobrepeso e obesidade pode estar relacionada aos hábitos alimentares ou mudanças no estilo de vida. A alta ingestão de alimentos calóricos e a diminuição da prática de atividade física são consideradas por Fisberg (2003), fatores relevantes no ganho de gordura corporal. Além disso, as mudanças no estilo de vida dos indivíduos nos dias atuais é outro fator associado a sobrepeso e obesidade, pois há um fácil acesso às diversas tecnologias, como, computadores, vídeo game, televisão, controle remoto, entre outros. Impedindo assim, um maior gasto energético dos indivíduos, principalmente entre crianças e adolescentes, que são os maiores adeptos dessas tecnologias. Para Silva, Balaban e Motta (2005), a etiologia da obesidade é multifatorial, estando envolvidos fatores genéticos e ambientais. Entre os ambientais, destacam-se a ingestão calórica excessiva e a atividade física diminuída, ou seja, uma ingesta feita com alto teor de gordura e baixo gasto energético. Quanto aos fatores genéticos, percebe-se um traço familiar, de modo que filhos de pais obesos têm maior risco de serem obesos, devido ao fato dos pais exercerem forte influência na alimentação de seus filhos e somando-se a isso, a influência genética. (BALABAN & SILVA, 2004). O índice de sobrepeso e obesidade infantil tem aumentado de forma preocupante em todo o mundo, acometendo tanto os países desenvolvidos como os em desenvolvimento (FERNADES et al. 2007); GUILLAUME (1999). Atualmente, o índice de sobrepeso em crianças e adolescentes é maior do que era na última década (MAHAN & STUMP, 2005). Normalmente a obesidade tem seu início na infância e fatalmente se estende à vida adulta, contribuindo desta forma, para o surgimento de distúrbios metabólicos. Por exemplo, a diabetes, principalmente do tipo II, hipertensão arterial sistêmica, e o aumento dos níveis sanguíneos de colesterol 4 e triglicérides. Tendo como possível consequência, o desencadeamento de patologias da artéria coronária e cerebrovascular, além do desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas, apnéia do sono, asma e alguns tipos de cânceres (GUIMARÃES & BARROS, 2001; BALABAN, 2001; ANJOS & CASTRO, 2003). Além dessas doenças, a obesidade pode ainda desencadear distúrbios do sistema osteomuscular, como afecções posturais, uma vez que em indivíduos obesos o padrão de eficiência biomecânica, o equilíbrio e coordenação neuromuscular se apresentam alterados, comprometendo desta forma, aspectos da biodinâmica corporal, principalmente, em relação à cinemática da marcha e alteração da postura que podem futuramente perturbar a capacidade funcional desses indivíduos (BANKOFF, 2004). Segundo Berlese et al., (2007), outras consequências que o sobrepeso/obesidade podem causar são: baixo rendimento escolar, dificuldades de relacionamento, baixa autoestima e problemas psicossociais. O aumento do número de crianças obesas em todo o mundo nas últimas décadas, leva-nos a concluir que o problema alcançou proporções epidêmicas. Segundo Who (1998), apud Costa (2008) a prevalência da obesidade infantil tem aumentado rapidamente e representa um dos principais desafios à saúde pública neste início de século. Inúmeras pesquisas epidemiológicas têm levantado esforços no combate à obesidade infantil e principalmente na importância da prevenção dessa morbidade (BALABAN, 2001; MOTTA & SILVA, 2001; GORTMAKER et al., 1993). No Brasil vêm sendo realizadas várias pesquisas epidemiológicas para o combate à obesidade infantil. As contribuições mais recentes nesta área surgem de estudos realizados em diferentes localidades, principalmente de abrangência estadual e municipal. Estas têm apontado uma tendência ao aumento de crianças obesas, principalmente em classes sociais mais favorecidas (HILL & PETERS, 1998). Deste modo, é de extrema importância o uso de técnicas para detectar o índice de sobrepeso e obesidade infantil. A Organização Mundial de Saúde recomenda a antropometria como o método mais indicado para se identificar tais fatores. 5 Atualmente o método antropométrico mais utilizado para identificar indivíduos com sobrepeso e obesidade é o Índice de Massa Corporal (IMC), que foi desenvolvido no século passado por Lambert Adolphe Jacques Quelet, onde é calculado pela fórmula peso em (kg) dividido pelo quadrado da altura (em metros). Portanto o objetivo deste estudo é identificar e correlacionar o índice de sobrepeso de alunos que cursam o 6º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública e escola particular do Distrito Federal, utilizando o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC). 2 METODOLOGIA/MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 População Alunos do 6° ano do Ensino Fundamental, estudantes do Centro de Ensino Fundamental 07 e do Centro de Desenvolvimento Global, localizados nas cidades satélites do Distrito Federal, Sobradinho e Planaltina, respectivamente. 2.2 Amostra Composta por 80 indivíduos, sendo 40 alunos de escola pública e 40 de escola particular, de ambos os sexos e com faixa etária entre 11 e 13 anos. 2.3 Instrumentos Para obtenção do peso (kg) foi utilizada balança digital de Vidro Temperado de marca Ice HON 00823, com capacidade máxima de aferição em 150 kg para uso doméstico, com precisão de 100g, e para medição da altura foi utilizado um estadiômetro da Standard Sanny (ES 230) com precisão de 0,1cm. 6 2.4 Coleta de Dados As medidas antropométricas referentes à massa corpórea e à estatura foram coletadas pela autora do artigo, sendo realizadas durante aulas de educação física, e juntamente com o auxílio dos professores responsáveis pela disciplina das escolas envolvidas. Para a aferição do peso e altura, cada criança foi orientada a manter-se na posição vertical, pés descalços e ligeiramente afastados, mantendo-se sobre o centro da plataforma da balança, virada de costas para a escala métrica do estadiômetro e vestindo o mínimo de roupa possível, desta forma, aferiu-se o peso (kg) e altura (m) de toda a amostra. O cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) foi utilizado para identificar o índice de alunos com sobrepeso, que é calculado pelo peso corporal (kg) dividido pelo quadrado da altura (m). 2.5 Análise Estatística Para obtenção dos resultados; foi utilizada a estatística descritiva; composta por medidas expostas em valores de média e desvio padrão. O significado estatístico foi mantido em p < 0,05 o qual indica o grau em que os resultados obtidos são “verdadeiros”. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi utilizado os valores de IMC propostos por Cole et.al (2000) para ponto de corte, a fim de identificar e comparar os índices de sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes avaliados neste estudo, conforme dados expostos na Tabela 1. 7 Tabela 1. Valores de IMC propostos por Cole et. Para ponto de corte para identificar sobrepeso e obesidade em crianças, adolescentes e adultos. Idade (anos) 11 11,5 12 12,5 13 Sobrepeso Masculino 20,55 20,89 21,22 21,56 21,91 Obesidade Feminino 20,74 21,20 21,68 22,14 22,58 Masculino 25,10 25,58 26,02 26,02 26,84 Feminino 25,42 26,05 26,67 26,67 27,76 Tabela 2. Distribuição de valores médios de IMC propostos por Cole et. De alunos de escola pública e particular. IMC n Média DP Alunos escola pública 40 18.02 2,04 Alunos escola particular 40 18,39 2,85 A partir da coleta dos dados, identificou-se que os valores de média e desvio padrão foram maiores entre os alunos da escola particular comparandose, aos mesmos valores dos alunos da escola pública. Encontrou-se a Média de 18,5 e DP de 2,04 em alunos de escola pública, e a Média de 18,39 e DP de 2,85 em alunos da escola particular. Dados apresentados na Tabela 2. Segundo Silva & Cols (2005), a obesidade infantil na América Latina tende a ser mais comum em famílias com nível socioeconômico mais alto. Posto que, famílias economicamente mais favorecidas têm mais acesso à informação e disponibilidade de alimentos. O estudo feito por Oliveira & Fisberg (2003), concluiu que crianças que estudam em escolas particulares e que são filhos únicos, estão mais propícias ao ganho excessivo de peso, endossando a ideia de que o fator socioeconômico é uma influência direta para o desenvolvimento do problema. Os referidos autores afirmam ainda, que os hábitos alimentares ricos em açúcares simples e gordura, e o maior acesso às diversas tecnologias, como o uso de computador e videogames substituindo a atividade física, explicam a maior prevalência de obesidade em alunos de escolas particulares. 8 Figura 1. Índice de Sobrepeso em alunos de Escola pública e particular Gráfico 1. Relação de sobrepeso em uma amostra de n=40 alunos de escola pública e n=40 alunos de escola particular. Os resultados obtidos em relação ao IMC indicam que na maioria das crianças o Índice de Massa Corpórea foi considerado normal 72,5% de uma amostra total de 80 alunos, verificou-se sobrepeso em 27,5%, os quais 22,5% foi encontrado em alunos da escola particular e apenas 5% em alunos da escola pública, identificou-se também, que o maior índice foi verificado em meninas, 17,5% e meninos 10%. Dados expressos nos gráficos 1 e 2 e Tabela 3. O índice de sobrepeso maior em meninas em relação aos meninos, ocorreu também em outros estudos, como de Costa et al. (2006) em que a prevalência de sobrepeso foi de 13,7% nos meninos e 14,8% nas meninas de escolas públicas; para Silva e Cols (2003), a prevalência de sobrepeso no sexo feminino foi de 27,0% e no sexo masculino foi de 17,6%. 9 Figura 2. Índice de sobrepeso em relação ao Sexo Alunos com IMC normal Alunos com sobrepeso Meninas com sobrepeso Meninos com sobrepeso Gráfico 2. Relação de sobrepeso em uma amostra de n=80 alunos. Tabela 3. Distribuição de valores médios de IMC de alunos de escola pública e particular em relação ao sexo IMC N Média DP P Meninas de escola pública 20 18.27 2,46 p<0,05 Meninas de escola particular 20 18,90 3,10 p<0,05 Meninos de escola pública Meninos de escola particular 20 20 17,84 17,88 1,54 2,55 p<0,05 p<0,05 4 CONCLUSÃO Tendo em vista os resultados obtidos conclui-se que há um índice de sobrepeso entre alunos do 6º ano do ensino fundamental, uma fração superior a 27%. Além disso, notou-se que há uma diferença significativa no índice de sobrepeso em alunos da escola particular, correlacionando-se aos alunos da escola pública, ou seja, o índice de sobrepeso em alunos da escola particular foi superior ao de alunos da escola pública, situação que se deve 10 possivelmente socioeconômico ao têm fator socioeconômico, alunos maior facilidade ao acesso com maior nível à informação e à disponibilidade de alimentos, pontos considerados por Silva et al. (2005), determinantes para o alto índice de sobrepeso entre crianças e adolescentes. Neste estudo, foi observado também que o maior índice de sobrepeso está presente entre meninas, tanto na escola pública, quanto na particular, havendo assim uma diferença significativa, de sobrepeso em relação ao sexo. A maioria dos estudos mostra que a prevalência de sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes está presente em meninas quando comparado aos meninos, não havendo causas bem definidas para a ocorrência deste fato (COUTINHO, 1999; LEWIS et.al., 2000). No entanto, de acordo com Who (1998) essa maior prevalência deve-se ao fato de que o excesso de energia em meninas é preferencialmente estocado sob a forma de gordura no tecido adiposo, acumulado em regiões mais específicas do corpo, devido à forte influência da ação hormonal e menor quantidade de massa magra. 11 5 REFERÊNCIAS ANJOS, L; CASTRO, I.R.R. Crescimento e estado nutricional em amostra probabilística de escolares no Município do Rio de Janeiro, 1999. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(Sup. 1): S171-S179, 2003. BALABAN G, SILVA, G.A.P. (2001). Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de uma escola da rede privada de Recife. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, 2001, 77:96-100. BALABAN, G; MOTTA, M; SILVA, G.A.P. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de diferentes condições socioeconômicas. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, 5 (1): 53-59, jan. / mar, 2005. BANKOFF, A. D. P. Alterações morfológicas do sistema locomotor decorrente dos hábitos posturais associados ao sedentarismo. In: Ministério da Saúde. Laboratório de Eletromiografia e Biomecânica da Postura. Campinas: FEFUNICAMP, 1994. BARROS, M; GUIMARÃES, V. L. As diferenças de estado nutricional em préescolares de rede pública e a transição nutricional. Jornal de Pediatria, vol. 77, Nº 5, 2001. BERLESE, D; HAEFFNER, L; TERRA. C. Algumas características dos adolescentes obesos em tratamento no HUSM- Hospital de la Universidad Federal de Santa Maria. Revista Digital, Buenos Aires, Año 12, n. 102, mayo de 2007. COUTINHO W. Consenso Latino-americano de obesidade. Arquivo Brasileiro Endocrinologia. Metabólica. 43/1:21-60, 1999. Prevention (CDC). Atlanta, GA: Department of Health and Human Services. CDC growth charts. 2000. United States. Disponível em: <http://www.cdc.gov/growthcharts> Acesso em 10/nov./2011. EPSTEIN, L; PALUCH, R; GORDY, C.C, et al. (2000). Decreasing sedentary behaviors in treating pediatric obesity. Arch Pediatr Adolesc Med.; 154:220226. FERNANDES, R. A. et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade em alunos de escolas privadas do município de Presidente Prudente–SP. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Florianópolis, v. 9, n. 1, p. 21-27, 2007. FISBERG, M; OLIVEIRA, C.L. Obesidade na Infância e Adolescência – Uma Verdadeira Epidemia. Arquivo Brasileiro Endocrinologia e Metabolismo, v. 47, n. 2, p.107-8, 2003. 12 GORTMAKER SL, MUST A, PERRIN JM, et al. Social and economic consequences of overweight in adolescence and young adulthood. N. Engl. J. Med.; 329:1008 -1012, 1993. GUILLAUME M. Defining obesity in childhood: current practice. Am J Clin Nutr, 1999; 7 Supl 1:126. HILL, J; PETERS, J.C. Environmental epidemic. Science. 280:1371–1374, 1998. contributions to the obesity MAHAN, K; STUMP-SCOTT, S. K. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 11.ed. São Paulo: Roca, 2005. cap.11, p. 271-28. OMS 2006. Obesidade y sobrepeso. <http//www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en> 10/nov./2011. Disponível Acesso em: em: SILVA, G.A.P. et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças préescolares matriculadas em duas escolas particulares de Recife-PE. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 3, n. 3, p. 323-327, jul./set. 2003. WORD, H.O. Report of a WHO Consultation on Obesity: Definning the problem of overweight and obesity. In: Obesity, preventing and managing the global epidemic. Geneva, 1998. WORD, H.O. Obesity, preventing and managing the global epidemic. Defining the problem of overweight and obesity. In: Report of a Who Consulation on Obesity. Geneva, 1998.