TECNOLOGIA DE LEITE E DERIVADOS Profa: Andréa Matta Ristow TECNOLOGIA DE LEITE E DERIVADOS n n Leite é o produto oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas (BRASIL, 1997). O leite é composto de água, proteínas, carboidratos, lipídeos,minerais e vitaminas que, juntos, fornecem elementos essenciais à manutenção do equilíbrio orgânico e que resultam em um valor energético de 670 kcal/litro. PROTEÍNAS Oscila entre 3,0% e 3,2% (influência: alimentação); n Constitui num parâmetro de controle (queijo); n 75 a 85% - caseínas (as1, as2, b, e k); n 15 a 22% - proteínas do soro (alactoalbumina (2% a 5%) e b- lactoglobulina (15% a 18%); n CASEÍNA Caseínas – são fosfoproteínas (o P facilita as interações entre as caseínas e o fosfato de cálcio); n Alta concentração de aa. ácidos (em geral têm muita prolina – estrutura + resistente ao calor) ; n Estrutura micelar – estruturas esféricas altamente hidratadas; n MICELA MICELA CASEÍNA as1 - Caseína – 7 a 8 resíduos de fosfato – proteína altamente ligável ao cálcio; n as2 – Caseína – carga negativa concentrada numa extremidade; nb - Caseína – altamente anfílica (extremidade altamente polar e apolar); n k - Caseína – estabiliza a micela; n Estabilidade da Caseína Estabilidade da caseína – baseada na repulsão eletrostática e impedimento estérico : n Excesso de aa ácido – excesso de carga negativa nA água de hidratação é um impedimento para a aproximação das micelas de caseína n Estabilidade da Caseína n n Como desestabilizar o sistema protéico caseína – coagulação ácida: Atinge o Ponto Isoelétrico das cargas proteína – cargas positivas = cargas negativas – pH=4,6 a 4,9. Sem cargas e sem água de hidratação Aproximação das micelas e precipitação Estabilidade da Caseína Coagulação enzimática n n Como desestabilizar o sistema protéico caseína – coagulação enzimática: k – caseína + quimosina = Paracaseína 1 105 - 106 Phe – Met 169 Estabilidade da Caseína Coagulação enzimática n n PARACASEÍNA = Parte Hidrofóbica da k-caseína + as1, as2 e b- caseína Paracaseína + Ca = Paracaseinato de Cálcio (coágulo) CASEÍNA COAGULADA PROTEÍNAS DO SORO n n n n n n n n Proteínas do soro – 15 a 22% das proteínas do leite. Estrutura típica globular – muito compacta; Grupos hidrofóbicos no interior da molécula; Compostas por proteínas albuminas e globulinas, as principais são: • b - lactoglobulina ~ 50% das proteínas do soro; • a - lactoalbumina ~ 22% das proteínas do soro; • Imunoglobulinas ~ 12% das proteínas do soro; • Albuminas ~ 5% e fração protease-peptona ~10%. PROTEÍNAS DO SORO Temperaturas > 74ºC – desnaturação: desdobramento da estrutura terciária; Liberação dos grupos sulfídricos (SH) + Formação de polímeros (grumos) Odor de cozido LACTOSE Componente presente em > quantidade no leite (depois da água); n Grande importância na comportamento do produto durante processo e qualidade do produto final. n Importante na regulação osmótica (responsável por 50% da pressão osmótica); n GORDURA n n A gordura do leite é representada principalmente pelos triglicerídeos, correspondendo em média, a 3,4% dos sólidos, mas, dependendo da raça dos animais, do estágio de lactação e de outros fatores, pode contribuir com um percentual bem mais alto. Contribui muito para o resultado energético final do leite, sendo também importante para obtenção de sabor e odor do leite e seus derivados, além de ser a base para fabricação do creme de leite e manteiga.