Ácidos e Bases Fortes Completamente dissociados em solução aquosa, constantes de equilíbrio são grandes HCl(aq) ⇆ H3O+ + ClÁcidos e Bases Fracas Dissociação parcial em água, constantes de dissociação são pequenas HA + H2O ⇆ H3O+ + AH3O + A− Ka = [HA] Constante de dissociação ácida é pequena © 2005 by Pearson Education B + H2O ⇆ BH+ + OHBH + OH − Kb = [B ] Constante de dissociação da base fraca é pequena Capítulo 17 Ácido forte: quando após a dissociação, [HA] é muito pequeno Ka muito grande, pois a dissociação é Antes da dissociação Após a dissociação completa. H + AHA Ácido fraco: quando após a dissociação, [HA] é considerável Ka é pequena, pois a dissociação é Antes da dissociação Após dissociação incompleta. HA HA H + A© 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Balanço de massa de um sistema em condição de equilíbrio químico Balanço de massa: conceito de conservação da matéria Exemplo: solução 0,05 M em ácido acético Ácido acético é um ácido fraco, logo, a dissociação em seus íons não será completa. Na condição de equilíbrio químico existirá uma quantidade de ácido acético molecular. Então, no equilíbrio: 0,05 M = [CH3COOH] + [CH3COO-] ou [CH3COOH] = 0,05 M – [CH3COO- ] ou [CH3COOH] = 0,05 M – [H3O+] © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Balanço de carga de um sistema em condição de equilíbrio químico Conceito da neutralidade de cargas: soluções As soluções eletrolíticas são eletricamente neutras porque a concentração molar de cargas positivas em uma solução de um eletrólito sempre se iguala à concentração molar de cargas negativas. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Balanço de carga de um sistema em condição de equilíbrio químico Expressão geral para balanço de cargas: Onde: n = carga do cátion [C] = concentração do cátion m = carga do ânion [A] = concentração do ânion © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Exemplo: uma solução contendo 0.025 M de KH2P04 e 0.03 M de KOH. Balanço de cargas será: © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Soluções tampão Tampão mistura de um ácido fraco e sua base conjugada, ou uma base fraca com seu ácido conjugado. Soluções tampão resistem a variações de pH decorrentes da diluição ou da adição de ácidos ou bases a um sistema reacional; As soluções tampão são usadas para manter o pH de soluções relativamente constantes, ou seja, com apenas pequenas variações de pH. Mas como varia o pH de uma solução-tampão? © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Soluções tampão A adição de ácido ou base a uma solução tampão interfere com os seguintes equilíbrios, exemplificados para o caso de uma solução tampão de um ácido fraco HA e sua base conjugada, A-: © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Soluções Tampão A dissociação de um ácido fraco HA ocorre da seguinte forma: HA + H2O ↔ H3O+ + AEntão, K a [ HA ] [ H 3O ] = [ A− ] + K a [ HA ] − log [ H 3O ] = − log [ A− ] + − [A ] pH = pK a + log [ HA ] Equação de Henderson-Hasselbalch © 2005 by Pearson Education Capítulo1117 Uma solução contendo um ácido fraco, HA, e sua base conjugada, A-, pode ser ácida, neutra ou básica. • Se o primeiro equilíbrio está mais deslocado para a direita que o segundo, a solução é ácida. • Se o segundo equilíbrio é mais favorecido, a solução é alcalina. Logo: As concentrações relativas dos íons H+ e OH- dependem não apenas das grandezas de Ka e Kb, como também da razão entre a concentração do ácido e de sua base conjugada. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 • Um tampão resiste a uma variação de pH quando uma pequena quantidade de OH- ou H+ é adicionada. • Quando OH- é adicionado ao tampão, o OH- reage com HA para produzir A- e água. Mas a razão [HA]/[A-] permanece mais ou menos constante, então, o pH não é alterado significativamente. • Quando H+ é adicionado ao tampão, A- é consumido para produzir HA. Mais uma vez, a razão [HA]/[A-] é mais ou menos constante, então o pH não se altera significativamente. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Soluções Tampão Exercício Considere a adição de 1,00 mL de uma solução de NaOH 0,1000 mol.L-1 em um frasco contendo 100,0 mL de água pura recém destilada e descarbonatada. Calcule o pH da solução resultante. A concentração de íons OH- pode ser calculada pela fórmula simplificada: [OH-] = M1 x V1/V2= 0,00099 mol.L-1 pOH = -log 9,9 x 10-4 pOH = 3,00 e pH = 14,0 - 3,00 = 11,0 Observe que ocorrerá uma variação de pH de 7,00 (pH neutro da água pura) para pH de 11,0. © 2005 by Pearson Education Capítulo1417 Soluções Tampão Exercício 1 Considere a adição de 1,00 mL de uma solução de NaOH 0,1000 mol.L-1 em um frasco contendo 100,0 mL de água pura recém destilada e descarbonatada. Calcule o pH da solução resultante. A concentração de íons OH- pode ser calculada pelo raciocínio: 0,1 mol em 1000 mL X mol em 1 ml X = 0,0001 mol de OH0,0001 mol de OH- em 101 mL X mol OH- em 1000 mL X = 9,9 x 10-4 © 2005 by Pearson Education Capítulo1517 Soluções Tampão Exercício 2 Considere agora a adição de 1,00 mL de solução de NaOH 0,1000 mol L-1 em 100,0 mL de uma solução simultaneamente 0,1000 mol.L-1 em ácido acético e 0,1000 mol.L-1 em acetato de sódio. Sabendo que pKA do ácido acético = 4,76, calcule o pH da solução final. 1°) Calcular o pH da solução tampão: pH = pK a [A−] + log [ HA ] pH = 4,76 + 0 pH = 4,76 Então, o pH da solução tampão antes da adição de 1,00 mL de NaOH 0,1000 mol L-1 é 4,76. © 2005 by Pearson Education Capítulo1617 Soluções Tampão Exercício 2 Considere agora a adição de 1,00 mL de solução de NaOH 0,1000 mol L-1 em 100,0 mL de uma solução simultaneamente 0,1000 mol.L-1 em ácido acético e 0,1000 mol.L-1 em acetato de sódio. Sabendo que pKA do ácido acético = 4,76, calcule o pH da solução final. 1°) Calcular a concentração de OH-: [OH-] = M1 x V1/V2= 9,9 x 10 -4 mol.L-1 © 2005 by Pearson Education Capítulo1717 Química Analítica Clássica Soluções Tampão 2°) Calcular o pH da solução resultante após a adição de NaOH: [HA] ≅ (CHA - 0,00099) ≅ (0,1000 - 0,00099) ≅ 0,09901 mol.L-1. [A-] ≅ (CNaA + 0,00099) ≅ (0,1000 + 0,00099) ≅ 0,10099 mol.L-1 pH = 4,76 + log 0,10099 0,09901 pH = 4,760 + 0,008 = 4,768 pH = 4,76 + log 1,0199 Variação de pH = 0,008 unidades de pH Praticamente não há variação de pH pela adição da base em solução tampão, mas em água pura a variação foi de quatro unidades de pH. © 2005 by Pearson Education Capítulo1817 Para encontrar o pH de uma solução contendo tanto um ácido, HA, quanto sua base conjugada, A-, precisamos expressar as concentrações de HA e A-, no equilíbrio, em termos de suas concentrações analíticas, CHA e CA-. A “concentração analítica” é calculada a partir da quantidade de soluto empregada para o preparo da solução ou então determinada analiticamente. Então podemos dizer que a “concentração analítica”, é a concentração com que o íon se faz presente na solução. Ela caracteriza portanto a solução e pode ser relacionada com muitas propriedades da mesma. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Mas porque temos que usar a expressão concentração analítica e não simplesmente concentração? No universo das SOLUÇÕES, temos diferentes possibilidades de interações entre soluto-solvente. Ex.: gás-líquido, líquido-líquido e sólido-líquido. Nosso interesse está nas soluções sólido-líquido, sobretudo aquelas formadas por dissoluções de sólidos no solvente água. Lembram das Propriedades coligativas ???? © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Propriedades coligativas Dependem exclusivamente do número de partículas presentes em solução, independentemente da sua natureza. Ex.: A presença de um sólido dissolvido faz abaixar o ponto de congelamento (criometria) ou aumentar o ponto de ebulição do solvente (ebuliometria). Quanto maior o número de partículas dissolvidas, ou seja, quanto maior a concentração, mais pronunciada serão os efeitos das propriedades coligativas. A dissolução de solutos em água pode originar soluções moleculares ou iônicas (eletrólitos). © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 O que são eletrólitos? O que são não-eletrólitos? Corrente elétrica Conduz eletricidade Eletrólitos Substâncias inorgânicas (ácidos, bases e sais) © 2005 by Pearson Education Não conduz eletricidade Não - Eletrólitos Substâncias orgânicas (glicose, glicerina etc.) Capítulo 17 © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 O que são eletrólitos fortes? Eletrólitos fortes são substâncias químicas que se ionizam completamente em um solvente. O que são eletrólitos fracos? Eletrólitos fracos são substâncias químicas que se ionizam parcialmente em um solvente. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Química Analítica Clássica Eletrólito fraco Ex: ácido acético (CH3COOH) Eletrólito Forte Ex: cloreto de sódio (NaCl) © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Durante o estudo das propriedades coligativas, ficou evidenciado a ocorrência de maiores efeitos coligativos anormais ou irregulares, em soluções iônicas, quando comparados com soluções moleculares, de mesma concentração analítica. Temos que considerar o efeito dos eletrólitos nos equilíbrios. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Teorias sobre a ionização de eletrólitos 1. Van’t Hoff apenas avaliou o comportamento anormal dos eletrólitos, mas não explicou tal comportamento. 2. Arrhenius propôs “Teoria da dissociação eletrolítica”. As moléculas dissociam-se reversivelmente em átomos ou grupamentos de átomos carregados que conduzem corrente elétrica. Desse conceito de dissociação parcial surgiu o fator “grau de dissociação – α”. A teoria de Arrhenius explicava muito bem o comportamento das soluções para eletrólitos fracos. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Teoria de Debye-Hückel • Em 1923, P. Debye e E. Hückel elaboraram a teoria que constitui a base para o tratamento das soluções de eletrólitos fortes. Explicou porque a condutividade molar de soluções de eletrólitos fortes é maior quando as soluções são mais diluídas. • Os desvios observados nessas soluções são devidos as atrações interiônicas, isto é, por causa das atrações eletrostáticas entre os íons positivos e por íons negativos. • Em outras palavras, os íons numa solução podem estar rodeados por uma “atmosfera iônica” de carga oposta ao íon central. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 • E cada aglomerado iônico comporta-se na solução como se fosse uma única partícula. • Isso explicava os desvios apresentados pelas soluções de eletrólitos fortes, que se deveria ser esperado em função de sua concentração analítica. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 A Figura ilustra mais detalhadamente o efeito de eletrólitos. A curva A é um gráfico do produto das concentrações molares dos íons hidrônio e hidróxido em função da concentração de cloreto de sódio. A curva B, é o produto da concentração molar dos íons bário e sulfato em soluções saturadas de sulfato de bário. A curva C é um gráfico de Ka o cociente da concentração para o equilíbrio envolvendo a dissociação do ácido acético, em função da concentração do eletrólito. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 O efeito do eletrólito resulta das forças atrativas e repulsivas que existem entre os íons de um eletrólito e os íons envolvidos em um equilíbrio. Essas forças fazem que cada íon do reagente dissociado esteja rodeado por uma solução que contém um leve excesso de íons de eletrólitos de carga oposta. Ex.: quando o precipitado de sulfato de bário está em equilíbrio com uma solução de cloreto de sódio, cada íon bário dissolvido está rodeado por um ambiente iônico que (em virtude da atração e repulsão eletrostática) carrega uma pequena carga negativa líquida média devido à repulsão dos íons sódio e atração dos íons cloreto. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 De maneira similar, cada íon sulfato está rodeado por um ambiente iônico que tende a ser levemente positivo. Essas camadas carregadas fazem que os íons bário pareçam menos positivos e os íons sulfato menos negativos que na ausência do eletrólito. A conseqüência desse efeito de blindagem é uma diminuição na atração global que ocorre entre os íons bário e sulfato e um aumento em sua solubilidade, que se torna mais elevada à medida que o número de íons do eletrólito presentes na solução se torna maior. Ou seja, as concentrações efetivas de íons bário e sulfato tornamse menor conforme a força iônica do meio se torna maior. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 • Para as soluções com forças iônicas iguais ou menores que 0,1 mol L–1, o efeito do eletrólito é independente dos tipos de íons e dependente apenas da força iônica. • Assim, a solubilidade do sulfato de bário é a mesma em iodeto de sódio, nitrato de potássio ou cloreto de alumínio aquosos, contanto que as concentrações dessas espécies levem a que as forças iônicas sejam idênticas. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Conclusões 1. Estudos têm revelado que a grandeza do efeito de eletrólitos é altamente dependente das cargas dos participantes de um equilíbrio. 2. Quando apenas as espécies neutras estão envolvidas, a posição do equilíbrio é essencialmente independente da concentração do eletrólito. 3. No caso de participantes iônicos, a grandeza do efeito do eletrólito aumenta com a carga. Geralmente isso é demonstrado pelas três curvas de solubilidade mostradas na Figura. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Observe, que em uma solução de nitrato de potássio 0,02 mol L–1, a solubilidade do sulfato de bário, com seus pares de íons duplamente carregados, é maior que em água pura por um fator de 2. Essa mesma alteração aumenta a solubilidade do iodato de bário por um fator de apenas 1,25 e a do cloreto de prata por 1,2. O efeito mais pronunciado devido aos íons com dupla carga também se reflete na maior inclinação da curva B da Figura anterior. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Força iônica de uma solução O efeito da adição de eletrólitos sobre os equilíbrios é independente da natureza química do eletrólito, mas que depende de uma propriedade da solução denominada força iônica. A intensidade do campo elétrico devido à presença de íons em solução é quantificada através do parâmetro força iônica, © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 A força iônica de uma solução de um eletrólito forte constituído apenas de íons de cargas simples é idêntica à sua concentração molar total. Todavia, a força iônica é maior que a concentração molar se a solução contém íons com múltiplas cargas (Tabela). © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 A força iônica é dada pela expressão: em que [A], [B], [C], ... representam as concentrações molares de espécie dos íons A, B, C, ... e ZA, ZB, ZC, ... correspondem às suas cargas. As concentrações são expressas em molalidade, mas para soluções diluídas, admite-se o emprego da concentração molar, como boa aproximação. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 EQUILÍBRIO QUÍMICO Expressão exata da constante de equilíbrio y K= aY a w W a a z Z x X Constante de equilíbrio termodinâmica aY, az, aw e ax são as atividades das espécies Y, Z, W e X. A atividade de uma espécie química, uma grandeza termodinâmica, permite contabilizar os efeitos de eletrólitos sobre os equilíbrios químicos. A atividade ou concentração efetiva de uma espécie química depende da força iônica do meio. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Efeitos dos eletrólitos sobre os equilíbrios Por que o conceito de atividade é importante? Porque em equilíbrios iônicos, a atividade de uma espécie química e sua respectiva concentração podem ser significativamente diferentes. * Os equilíbrios também podem ser afetados por eletrólitos presentes na solução, mesmo que não estejam participando efetivamente da reação. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Logo....... A concentração com que o íon funciona nos fenômenos físicoquímicos e biológicos a que a solução for submetida é denominada de “concentração efetiva” ou “atividade”, pois é a concentração de ação da solução. A atividade é um termo que os químicos empregam para contabilizar os efeitos dos eletrólitos sobre os equilíbrios químicos. em que aX é a atividade da espécie X, [X], a sua concentração molar e γX é uma grandeza adimensional chamada coeficiente de atividade. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Atividade, coeficiente de atividade e concentração O coeficiente de atividade é uma grandeza que permite relacionar a atividade e a concentração da espécie química no meio. a X = [ X ]γ X descreve o comportamento efetivo da espécie em todos os equilíbrios em que ela participa. aX atividade da espécie X [X] concentração molar; γX grandeza adimensional chamada coeficiente de atividade © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Coeficiente da atividade Não existe um meio de se determinar a atividade de um íon isoladamente, por ser impossível separar o efeito de íons negativos dos íons positivos, em soluções eletricamente neutras. Em 1923, Debye e Hückel utilizaram o modelo iônico para descrever uma equação que permitisse calcular o coeficiente de atividade de íons a partir suas cargas e de seu tamanho médio de íon hidratado. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 O coeficiente de atividade de um íon (γX ) numa solução pode ser calculado pela equação abaixo, conhecida como equação de Debye-Hückel © 2005 by Pearson Education Capítulo 17 Quanto maior a carga dos íons e maior a concentração da solução, maior será a força de atração interiônica, ou seja, maior a probabilidade de formação de aglomerados iônicos e consequentemente menor é a atividade ou concentração efetiva. Em soluções extremamente diluídas a probabilidade de formação de aglomerados iônicos é muito pequena ou quase nula, nesse caso a atividade se aproxima ou até se iguala à concentração analítica. © 2005 by Pearson Education Capítulo 17