CIDADANIA: CONFERENCIA “POR UMA GLOBALIZAÇÃO SOLIDÁRIA”
CONFERÊNCIA “Por uma Globalização Solidária”
Introdução
A “AMU – Cooperação e Solidariedade Lusófona por um Mundo Unido” tem tido uma experiência extremamente positiva
na promoção de colóquios sobre temas que, vistos de diferentes quadrantes, tem como denominador comum e por
base, questões profundamente relacionadas como a denominada “Economia Social”.
Foi assim de facto quando, a 23 de junho de 1998, realizou um colóquio no Auditório da Torre do Tombo, em Lisboa,
que contou com a participação de mais de 600 pessoas e que, pela sua relevância e atualidade, foi acolhido e inserido
no âmbito do programa do Centro Norte-Sul (Conselho da Europa) para a Exposição Universal de Lisboa, EXPO`98,
subordinado ao tema: “CULTURA DO DAR” - Da Solidariedade à Reciprocidade - Projeto para uma “Economia de
Comunhão”
Foi igualmente assim quando, a 4 de novembro de 1999, realizou outro colóquio no Grande Auditório da Fundação Dr.
António Cupertino de Miranda, no Porto, que contou com a participação de mais de 400 pessoas, e que foi promovido
em colaboração com a Universidade Católica Portuguesa (Centro Regional do Porto), subordinado ao tema:
ECONOMIA DE COMUNHÃO - Proposta de um agir económico à dimensão do Ser Humano
Já em 2001, a AMU, a convite da Pastoral Universitária do Porto, participou ativamente na realização do Colóquio
“Àfrica: que desenvolvimento (s)?”, que teve lugar no Porto, no dia 23 de março. Destinando-se, essencialmente, aos
estudantes universitários africanos que residem nesta cidade, este colóquio inseriu-se também no projeto das “Bolsas
de Estudo” – no âmbito da formação integrada de estudantes angolanos em Portugal, em que a AMU intervém como
uma das entidades promotoras.
A origem desta conferência
Uma delegação da AMU deslocou-se a Génova em 2 e 3 de junho passados, para participar num colóquio subordinado
precisamente a este tema. Estiveram presentes jovens e menos jovens de 42 países e de quatro continentes. O
encorajamento da ONU e do governo italiano, o patrocínio da Câmara de Génova e a colaboração da Diocese, todos
representados a alto nível nos trabalhos, foram fundamentais para o sucesso deste colóquio, que contou ainda, com a
participação qualificada de especialistas nas várias áreas debatidas, entre académicos, políticos, empresários e
banqueiros, para além de representantes de várias ONGs, igrejas e sensibilidades políticas.
As propostas concretas (consubstanciadas no “Documento de Génova”), foram entregues à cimeira do G8 (os sete
países mais industrializados do mundo e a Rússia), reunida nessa mesma cidade um mês e meio mais tarde, de 20 a 22
de julho passados.
Já entre nós, a 20 de novembro de 2001, um grupo de especialistas reuniu nas instalações da Fundação Gulbenkian,
em Lisboa, para uma troca de impressões, em jeito de tertúlia, a respeito dos desafios colocados pela globalização
económica e das propostas contidas no Documento de Génova como resposta a esses desafios.
O qualificado grupo de participantes foi composto pelos seguintes especialistas: Manuela Silva, Professora de Economia
do ISEG, Ernâni Lopes, ex-Ministro das Finanças e Professor de Economia da Universidade Catolica, Américo Mendes
(diretor da Faculdade de Economia da Universidade Católica do Porto), Ennes Ferreira (professor de Economia do
Desenvolvimento do I.S.E.G.-Lisboa), Rogério Roque Amaro (professor de Economia e Políticas do Desenvolvimento do
I.S.C.T.E.-Lisboa) e Nicolau Santos (jornalista, vice-diretor do Expresso e comentador de economia da SIC-Notícias).
O objetivo desta “tertúlia” foi a análise do Documento de Génova que parte da premissa de que «a pessoa, apesar dos
seus impulsos egoístas, encontra a sua realização em relações solidárias, de abertura desinteressada para com os
outros, capazes de suscitar reciprocidade», premissa que gera a “cultura económica da partilha” que está na base de
experiências como a da Economia de Comunhão na Liberdade. O documento pretende contribuir para que a
globalização se torne “solidária, em direção a um mundo unido”. Propõe, para isso, a redução da dívida externa dos
países em vias de desenvolvimento, a eliminação das barreiras aduaneiras aos produtos desses países, a tributação
dos movimentos de capital em favor dos mais necessitados e, como proposta original, a criação de um “Fundo Jovens
do Mundo”, destinado à satisfação de necessidades básicas das jovens gerações, ao financiamento de projetos
educativos e sanitários em países em vias de desenvolvimento, e ao investimento em instrumentos financeiros numa
ótica de lucro a longo prazo. Para a aquisição de ações desse fundo, as empresas destinariam uma pequena fração dos
seus movimentos de capitais no mercado internacional. Os consumidores e aforradores poderiam privilegiar estas
empresas reconhecendo a sua visão social de longo prazo.
Mas, mais do que as propostas concretas avançadas pelo documento de Génova, foram os princípios de que parte, a
nova “cultura económica” por ele proposta que recolheram a adesão dos presentes e serviram de base a um diálogo
rico e multifacetado.
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Lista de personalidades para Comissão de Honra
Representantes do Estado:
Presidente da República
Presidente da Assembleia da República
Representante da Igreja Católica:
D. José da Cruz Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa
Representante da Universidade Católica Portuguesa:
Manuel Braga da Cruz, Reitor da Universidade Católica Portuguesa
Mário Pinto, Diretor da Faculdade de Ciências Humanas
Área de Intervenção Social:
Maria Barroso (Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa)
Pe Feytor Pinto (ex-Comissário do Projeto Vida)
Maria José Rita (Presidente do Ano Internacional do Voluntariado)
Pe Vítor Melícias (Presidente da União das Misericórdias Portuguesas)
Acácio Catarino (Consultor da Presidência da República e ex-Presidente da Caritas)
Eugénio da Cruz Fonseca (Presidente da Caritas Portuguesa)
Área da Economia:
Hernâni Lopes (Economista)
José da Silva Lopes (Economista)
Bagão Félix (Economista)Costa Leal (Presidente do Montepio Geral)
Maria João Rodrigues (Assessora do Primeiro Ministro, ex-Ministra do Emprego e Qualificação)
Bastonário da Ordem dos Economistas
Área da “Globalização”:
Mário Soares (Presidente da Fundação Mário Soares)
Freitas do Amaral (Presidente da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa)
Adriano Moreira (Professor de Ciência Política)
Mota Amaral (Deputado, Vice-presidente da Assembleia da República)
Área da Cooperação/Negócios Estrangeiros e Desenvolvimento
Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação
Presidente do Instituto da Cooperação Portuguesa
Presidente da Plataforma das ONGD
Rui Machete – Presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento
Outras:
Vítor Sá Machado (Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian)
Carlos Monjardino (Presidente da Fundação Oriente)
José Leitão (Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas)
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CIDADANIA: CONFERENCIA “POR UMA GLOBALIZAÇÃO SOLIDÁRIA”
Programa: Conferência: “Por uma Globalização Solidária”
Local:
Universidade Católica Portuguesa (UCP) – Lisboa 4/05/02
09h00
Receção dos participantes (entrega de documentação)
09h30
Sessão de Abertura – Presidida pelo Magnífico Reitor da UCP
Painel I:
“A Economia ao serviço de uma Globalização Solidária”
09h45
Prof. Benedetto Gui (Università di Padova, Itália)
“Empresas e Solidariedade num Mundo Globalizado”
Video Documentário sobre o pólo empresarial EdC (Brasil)
10h40
11h00
Profª. Manuela Silva (Professora aposentada do ISEG)
"A economia de comunhão na rota de uma globalização solidária"
Pausa para café
Prof. Rogério Roque Amaro (ISCTE)
"A responsabilidade social das empresas como fator de competitividade num mundo globalizado"
Experiências Empresariais
11h50
Comentários sobre o painel – Prof. Xavier Pintado (UCP)
12h10
Debate
12h30
Pausa para almoço
Painel II:
“Cooperação em prol de uma Aldeia Global mais Solidária”
14h30
Senador Ivo Tarolli (Vice-presidente para a Itália da União Interparlamentar)
“A cooperação Italiana e a experiência do perdão da dívida”
Prof. Alfredo Bruto da Costa (Faculdade de Ciências Humanas da UCP)
“Globalização e Desigualdades”
15h20
Pausa para café
15h45
Dr. Francisco Seixas da Costa (Embaixador de Portugal junto da ONU)
“A ONU e a política de desenvolvimento: algumas lições de Monterrey”
Dr. Alberto Ferrucci (New Humanity – ONG com estatuto consultivo na ONU)
A.
“Fontes inovadoras de financiamento do desenvolvimento: The World Youth Fund”
16h30
Comentários sobre o painel
Prof. Braga de Macedo (Presidente do Centro de Desenvolvimento da OCDE - Paris)
16h50
Debate
17h15
Conclusões
17h30
Porto de Honra
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