Curso: Teologia Prof: Magali do Nascimento Cunha Por uma prática pedagógica libertadora Objetivos 9 Introduzir elementos básicos da teoria da educação que devem ser aplicados à reflexão da prática pastoral como o conceito de educação e a educação como fenômeno social; 9 Abordar o tema da pedagogia sob uma perspectiva pastoral, estimulando os estudantes a adotarem uma ação pedagógica libertadora e não bancária em sua ação pastoral com base na prática de Jesus identificada na narrativa dos evangelhos relacionados aos princípios desenvolvidos por Paulo Freire. Pra começo de conversa: o que é pedagogia? 9 É a realização de um processo educativo, isto é, a aplicação de práticas e métodos de ensino e o acompanhamento da aprendizagem. 1 9 Leitura gravada de história do livro o que é educação O que é educação? 9 Carlos Rodrigues Brandão: É uma prática social cujo fim é o desenvolvimento do que, na pessoa humana, pode ser aprendido entre os tipos de saber existentes em uma cultura, (...) Carlos Rodrigues Brandão O que é educação? 9 Carlos Rodrigues Brandão: (...) para a formação de tipos de sujeitos, de acordo com as necessidades e exigências de sua sociedade, em um momento da história de seu próprio desenvolvimento. 2 Educar, pra quê? 9 No caso da igreja, há um processo de educação cristã que acontece em espaços formais a dedicados a ela: - no culto, - na Pregação da Palavra, - nos estudos bíblicos e temáticos (escolas dominicais ou espaços alternativos), - orientação de grupos (casais, lideranças, grupos etários, pessoas que se preparam para batismo e adesão formal à igreja, etc.) Educar, pra quê? 9 Mas na igreja também há os espaços nãoformais e não-programados para educar mas em que também a educação acontece: - reuniões - visitas - festas e reuniões comunitárias - campanhas - encontros/espaços relacionais Atividade: 9Organizem-se em pequenos grupos aí no seu Polo e procurem refletir sobre a seguinte questão: A noção construída por Carlos Rodrigues Brandão que acabamos de mencionar deixa claro que não existe UMA EDUCAÇÃO mas EDUCAÇÕES. Como vocês avaliam isto a partir de sua experiência numa igreja local? 3 As diferentes pedagogias 9 Portanto, a pedagogia utilizada nos espaços formais e nos espaços informais da igreja vai determinar se ela desenvolve uma pastoral centralizadora e bancária ou uma pastoral liberadora e participativa. Pastoral bancária??? Pastoral libertadora??? A educação bancária - O termo foi criado pelo educador brasileiro Paulo Freire para definir o tipo de pedagogia que vê aqueles/as que são alvo da educação como elementos passivos, que existem para receber conteúdos sem nada terem a contribuir ou oferecer no processo educativo. A educação bancária 9 O termo “bancária” se aplica justamente à compreensão de que os educandos são ouvintes ou depositários de conteúdos narrados pelo educador. 9 O educador entende que os educandos são como recipientes vazios que precisam se encher de conhecimento. 4 A educação bancária 9 O educador é o su jeito e os educandos, os objetos. Ele narra e os ouvintes devem memorizar os conteúd os que devem ser guardados e arquiva dos. A educação bancária 9 Para Paulo Freire, nesse processo as grandes arquivadas são as pessoas. Educadores e educandos se arquivam porque não há criatividade – troca – transformação. O que fazer com os conteúdos? A educação bancária 9 Cultura do silêncio 9 Educação domesticadora e modeladora 5 A educação libertadora 9 9 9 9 9 Nega o depósito de conteúdos Faz pensar – problematiza Afirma o diálogo e se faz dialógica Por isso afirma a participação O educador não apenas educa mas também aprende; os educandos não só aprendem mas também ensinam – ambos são sujeitos A educação libertadora 9 A vida faz parte da reflexão 9 A pergunta “por que?” é chave nesse processo 9 Inspiração em Jesus e sua pedagogia libertadora A prática de Jesus: modelo de pedagogia para a Igreja 9 9 9 9 9 Pedagogia libertadora Não se baseia na narrativa mas no diálogo Levanta questões, faz pensar Valoriza a experiência, as atitudes Vale-se de vários recursos 6 Ênfases na prática pedagógica de Jesus 1. Não se baseava na narrativa mas no diálogo, no levantamento de questões, na problematização; 2. Valorizava as experiências, a prática/atitudes como ensinamento; 3. Utilizava vários recursos (símbolos, parábolas, metáforas, locações); 4. Jesus é ensina e aprende. Ênfases na prática pedagógica de Jesus 1. Ênfase no diálogo, no levantamento de questões, na problematização 9 Faz pensar, estimula que os/as participantes do processo educativo busquem conclusões a partir do que se quer ensinar (inspiração para os princípios defendidos por Paulo Freire) Ênfases na prática pedagógica de Jesus 2. Valorização da experiência, das práticas e atitudes 9 Muitas ações praticadas por Jesus ensinavam sobre o Reino de Deus 9 O mesmo é esperado dos discípulos: ações/testemunho 7 Ênfases na prática pedagógica de Jesus 3. Utilização de vários recursos 9 Símbolos, metáforas, parábolas, locações, tudo é recurso para ensinar 9 Superação da tradição da narrativa em amplos sentidos Ênfases na prática pedagógica de Jesus 4. Jesus ensina e aprende 9 O Mestre que se enriquece com o processo educativo 9 O Mestre que aprende ao realizar seu ministério Ênfases na prática pedagógica de Jesus 9 Desenho de projeto pedagógico na pastoral - Buscar diálogo, questionamentos. Como? Quando? - Ações ensinam. Quais? - Recursos pedagógicos. Quais? - Abertura para aprender 8 Atividade 9Formem grupos no seu polo e façam observações sobre este conteúdo aqui desenvolvido. O que chama a atenção? O que contribui com a prática em uma igreja local? Princípios do diálogo (Paulo Freire) Palavra não é privilégio, é direito. 9 Não é no silêncio que as pessoas se fazem mas na palavra 9 Existir é pronunciar o mundo 9 O diálogo é o encontro entre as pessoas para pronunciar o mundo O lugar do diálogo na educação Princípios do diálogo (Paulo Freire) Dizendo a palavra, pronunciando o mundo, é que as pessoas o transformam. Portanto, o diálogo se impõe como o caminho pelo qual as pessoas ganham significação como pessoas 9 A pronúncia do mundo é um ato de criação e de recriação 9 O lugar do diálogo na educação Princípios do diálogo (Paulo Freire) 9 Não há diálogo se não há profundo amor ao mundo e às pessoas 9 Na dominação/subordinação não há amor, mas patologia de amor: sadismo em quem domina; masoquismo nos dominados. Amor não há. O lugar do diálogo na educação Princípios do diálogo (Paulo Freire) 9 O amor é um ato de coragem, é o compromisso com as pessoas e com a causa de libertação das pessoas 9 Não há diálogo se não há humildade. A pronúncia do mundo não pode ser um ato arrogante. O lugar do diálogo na educação Princípios do diálogo (Paulo Freire) 9 Diálogo implica respeito e tolerância. A auto-suficiência é incompatível com o diálogo 9 Diálogo implica fé nas pessoas. Fé no seu poder de fazer e de refazer. De criar e de recriar. Fé na sua vocação de ser mais, que não é privilégio de alguns mas direito de todos. Sem esta fé, o diálogo é farsa. 10 O lugar do diálogo na educação Princípios do diálogo (Paulo Freire) 9 Confiança é conseqüência óbvia do diálogo. A confiança implica o testemunho que um sujeito dá aos outros de suas reais e concretas intenções. 9 Dizer uma coisa e fazer outra, não levando a palavra a sério, não pode ser estímulo à confiança. (Pedagogia do Oprimido, cap. 3) Considerações conclusivas - Singularidade da proposta educativa do Reino de Deus: Mestre ensina e aprende Discípulo não é aluno que vira mestre: é seguidor de passos Considerações conclusivas - Noção de educação libertadora se relaciona a esta dimensão: Dar voz Estimular participação Questionar e dialogar 11 Considerações conclusivas - - Noção de comunidade aprendente se relaciona a esta dimensão: Ouvir o outro Valorizar as experiências Tudo o que a igreja faz é oportunidade de ensino e aprendizado Criar ambientes que tornem isso possível Boa Semana! Profa. Magali do Nascimento Cunha 12