MPU Gestão de Pessoas Parte 01 Janilson Santos 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Gestão de Pessoas GESTÃO DE PESSOAS – PROF.: JANILSON 1. Conceitos, Importância, Relação com os Outros Sistemas de Organização. 1.1. Conceito “Conjunto de políticas e práticas definidas de uma organização para orientar o comportamento humano e as relações interpessoais no ambiente de trabalho.” É a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais. A administração de recursos humanos passou a ser chamada de administração de pessoal e, posteriormente de gestão de pessoas. 1.2. Importância A Gestão de Pessoas é responsável por “um conjunto de políticas e práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo” (Joel Souza Dutra) A Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência de organizações bem-sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação. Com a globalização dos negócios, o desenvolvimento tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso movimento pela qualidade e produtividade, surge uma eloqüente constatação na maioria das organizações: o grande diferencial, a principal vantagem competitiva das empresas decorre das pessoas que nelas trabalham. Surge, portanto, uma nova visão: as pessoas como agentes proativos e empreendedores. São as pessoas que geram e fortalecem a inovação e que produzem, vendem, servem ao cliente, tomam decisões, lideram, motivam, comunicam, supervisionam, gerenciam e dirigem os negócios das empresas. No fundo, as organizações são conjuntos de pessoas. - Relação com os Outros Sistemas de Organização. Sistema é um conjunto de partes interrelacionadas que compõe um todo (um sistema maior) e de sua interação emerge um resultado. Essas partes comunicam-se e se afetam mutuamente, como no corpo humano: um mau funcionamento nos rins pode afetar o sistema circulatório, que pode afetar o sistema cardíaco, que pode afetar o sistema respiratório e assim por diante. Como o corpo humano, a organização é um grande sistema composto de sistemas menores: sistema de marketing, sistema financeiro, sistema de Gestão de Pessoas. Prof. Janilson Santos 2 Gestão de Pessoas Na comparação com o sistema orgânico humano, a Gestão de Pessoas seria o sistema circulatório e as pessoas, o sangue que oxigena as células, faz o coração bater, que dá vida à empresa. Sem as pessoas a empresa seria um corpo inerte. E quais são as partes de um sistema de Gestão de Pessoas, ou sistema de RH? Seleção: recrutar, avaliar, selecionar, contratar, integrar. Capacitação: desenvolver, treinar, preparar. Gestão do desempenho: gerenciar desempenhos, dar feedback, orientar. Remuneração e recompensa: remunerar, reconhecer, recompensar. Gestão de clima: pesquisar, analisar, adequar. Essas partes compõem o sistema. Integram um conjunto de processos que se inter-relacionam, que envolvem políticas, normas e procedimentos. Para gerar bons resultados, é preciso que as partes estejam alinhadas entre si e que o conjunto esteja alinhado com os objetivos e estratégias da empresa. No entanto, é muito comum as empresas cometerem o equívoco de tratarem cada uma dessas partes de forma isolada e desconectadas de seus objetivos e direcionamentos estratégicos. 2. A Função do Órgão de Gestão de Pessoas: Atribuições Básicas e Objetivos, Políticas e Sistemas de Informações Gerenciais. 2.1. Objetivos da Gestão de Pessoas - Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão; - Garantir um equilíbrio entre os interesses dos funcionários e os da organização; - Contribuir para a melhoria do desempenho individual e organizacional; - Atrair, desenvolver e manter profissionais qualificados; - Garantir o comprometimento e a motivação dos indivíduos; - Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho; - Administrar as mudanças. 2.2. Políticas e Sistemas de Informações Gerenciais O Banco de Dados de Recursos Humanos é uma poderosa ferramenta para a empresa, pois com um banco de dados bem implantado e integrado os gestores serão capazes de tomar decisões mais adequadas. O sucesso de um programa de Recursos Humanos depende basicamente de como o sistema é planejado e desenhado. Um Banco de Dados de RH tem que ser capaz de prover informações gerenciais para subsidiar decisões da administração, bem como suas metas e objetivos. Também se espera que ele disponibilize informações estratégicas para a área de RH e que tenha uma fácil visualização e utilização por parte dos usuários. Atualmente o Banco de Dados de RH deixou de ser utilizado apenas pelo administrativo e passou a ser uma ferramenta indispensável a vários membros de uma organização. Ele dá um suporte aos gerentes de linha e aos funcionários, Prof. Janilson Santos 3 Gestão de Pessoas permitindo a visualização de desempenho e escolha de melhores decisões; e ao administrativo, redução dos custos e tempo de processamento da informação. Para a área de recursos humanos, é importante que o Sistema de Informações de Recursos Humanos (SIRH) utilizado forneça informações (sejam elas sobre cargos, cadastro médico, remuneração, por exemplo) para os demais órgãos sobre as pessoas que nela trabalham. Para Chiavenato (1997, p. 111), “um sistema de informações recebe entradas (inputs) que são processadas e transformadas em saídas (outputs)”. Assim, o SIG se constitui numa ferramenta importante para o gestor de recursos humanos. 3. Comportamento Organizacional: Relações Indivíduo/Organização, Motivação, Liderança, Desempenho. 3.1. Relações Indivíduo/Organização Na relação indivíduo-organização existem elementos conflitantes que produzem inadequações na organização funcional do trabalho e, conseqüentemente, criam ambientes desfavoráveis para o desempenho. A identidade de um individuo caracteriza-se, principalmente, por um conjunto de valores adquiridos no decorrer da sua existência. Entretanto, a organização funciona na base de princípios, valores e políticas que definem o seu papel no mercado de participação. Valores como a responsabilidade, a ética profissional e o respeito poderiam ser causas de conflitos entre os indivíduos e a organização ou poderiam ser os alicerces de uma relação harmoniosa das equipes que integram a organização. Essa situação depende do nível de maturidade com que são administradas as diferenças e as diversidades do indivíduo no ambiente de trabalho e da disposição estratégica com que são definidas as contribuições dos funcionários. Nas relações indivíduo-organização é necessário que se estabeleça uma linguagem adequada na comunicação daquilo que se espera dos funcionários e das condições e ferramentas para atingir um desempenho; esta situação pode ser obtida mediante a busca de um comportamento ético que garanta um ambiente sadio de trabalho. Os indivíduos querem contribuir para o crescimento sustentado das organizações, pois nelas trabalham, passando a maior a parte de suas vidas, mas as organizações, em contrapartida, devem também contribuir para o crescimento pessoal e profissional de seus colaboradores ou parceiros internos. TESTES (MPU) Acerca de gestão de pessoas, julgue os itens que se seguem. Prof. Janilson Santos 4 Gestão de Pessoas 1 A gestão de pessoas, considerada responsabilidade de linha e função de estafe, tem o propósito de garantir, em todos os aspectos possíveis, o êxito constante da organização. 2 O departamento de gestão de pessoas, de forma geral, é responsável pela tomada de decisões a respeito de todas as pessoas que atuam na organização, cabendo a ele decidir sobre novas contratações, promoções e avaliações. 3 Um dos objetivos da administração de pessoal é minimizar os custos de mão de obra nas organizações. 3.2. Motivação Não é possível compreender as relações com e entre as pessoas sem o mínimo conhecimento da motivação de seu comportamento. É difícil definir o conceito de motivação que tem sido utilizado com diferentes sentidos. De modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento específico. Esse impulso à ação pode ser provocado por um estímulo externo (provindo do ambiente) e pode também ser gerado internamente nos processos de raciocínio do indivíduo. Nesse aspecto, a motivação está relacionada com o sistema de cognição do indivíduo. As teorias mais populares sobre a motivação são as relacionadas às necessidades humanas. É o caso da teoria de Maslow sobre a hierarquia das necessidades humanas. A hierarquia das necessidades segundo Maslow abrange: · · · · · Necessidades Fisiológicas (ar, comida, repouso, etc); Necessidades de Segurança (proteção contra o perigo ou privação); Necessidades Sociais (amizade, inclusão em grupos etc); Necessidades de Estima (reputação, reconhecimentos, auto-respeito, amor etc); Necessidades de Auto-Realização (realização do potencial, utilização plena dos talentos individuais etc). Enquanto Maslow fundamenta sua teoria da motivação nas diferentes necessidades humanas (abordagem intra-orientada), Herzberg alicerça sua teoria no ambiente externo e no trabalho do indivíduo (abordagem extra-orientada). Para Herzberg, a motivação das pessoas depende de dois fatores: a) Fatores Higiênicos: referem-se às condições que rodeiam o empregado enquanto trabalha, englobando as condições físicas e ambientais de trabalho, o salário, os benefícios sociais, as políticas da empresa, o tipo de supervisão recebido, o clima de relações entre a direção e os empregados, os regulamentos internos, as oportunidades etc. b) Fatores Motivadores: referem-se ao conteúdo do cargo, as tarefas e aos deveres relacionados com o cargo em si. Prof. Janilson Santos 5 Gestão de Pessoas Douglas Mc Gregor criou duas teorias opostas, para explicar a importância da motivação no comportamento das pessoas, dentro da organização. Ele deu o nome a essas teorias X e Y, afirmando que a motivação ou a sua falta, seriam lados opostos de uma mesma moeda. Características da Teoria X: · · · · · O ser humano tem uma aversão natural ao trabalho; A maioria das pessoas precisa ser controlada, dirigida, coagida e punida, para que finalmente trabalhe; O ser humano não consegue assumir responsabilidades; A participação dos funcionários é um instrumento de manipulação dos mesmos; O líder adota um estilo autocrático. Características da Teoria Y: · · · · · · Integração entre objetivos individuais e organizacionais; querer se esforçar fisicamente e mentalmente no trabalho é uma atitude tão natural, quanto querer descansar; A maioria das pessoas busca naturalmente se auto-corrigir, para atingir os objetivos que propuseram alcançar; O compromisso com um objetivo depende das recompensas que se espera receber com sua consecução; O ser humano não só aprende a aceitar as responsabilidades, como passa a procurá-las; A participação dos funcionários é uma forma de valorizar suas potencialidades intelectuais como: imaginação, criatividade e engenhosidade; O líder adota um estilo participativo. A teoria de Mc Clelland – Estudando os fatores motivacionais, Mclelland dividiu-os em três categorias: · · · necessidade de realização: desenvolver tarefas e vencer desafios; necessidade de poder: influenciar pessoas e sistemas organizacionais; necessidade de afiliação: pertencer a um grupo, ser amado. - A Teoria da Expectativa (Vroom) Para Victor Vroom, motivação é o processo que governa a escolha de comportamentos voluntários alternativos. O quadro inicial seria aquele de uma pessoa que poderia escolher entre fazer A, B ou C. Prof. Janilson Santos 6 Gestão de Pessoas Segundo Vroom, a motivação da pessoa para escolher uma das alternativas dependeria de 3 fatores: . do valor que ela atribui ao resultado advindo de cada alternativa (que ele chama de "valência"); . da percepção de que a obtenção de cada resultado está ligada a uma compensação (que ele chama de "instrumentalidade") e . da expectativa que ela tem de poder obter cada resultado (que ele chama de "expectativa"). Assim, para que uma pessoa esteja "motivada" a fazer alguma coisa é preciso que ela, simultaneamente: . atribua valor à compensação advinda de fazer essa coisa; . acredite que fazendo essa coisa ela receberá a compensação esperada e . acredite que tem condições de fazer aquela coisa. Em termos de uma equação, essa definição poderia ser escrita da seguinte forma: motivação = [expectativa] X [instrumentalidade] X [valor], o que significa que todos os termos têm que ser maiores do que zero (nenhum dos fatores pode estar ausente). - A Teoria de Skinner Skinner baseou suas teorias na análise das condutas observáveis. Trabalhou sobre a conduta em termos de reforços positivos (recompensas) contra reforços negativos (castigos). Nenhum pensador ou cientista do século 20 levou tão longe a crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano como o norteamericano Burrhus Frederic Skinner. A teoria de B.F. Skinner baseia-se na idéia de que o aprendizado ocorre em função de mudança no comportamento manifesto. As mudanças no comportamento são o resultado de uma resposta individual a eventos (estímulos) que ocorrem no meio. Uma resposta produz uma conseqüência, bater em uma bola, solucionar um problema matemático. Quando um padrão particular Estímulo-Resposta (S-R) é reforçado (recompensado), o indivíduo é condicionado a reagir. A característica que distingue o condicionamento operante em relação às formas anteriores de behaviorismo (por exemplo: Thorndike, Hull) é que o organismo pode emitir respostas, em vez de só obter respostas devido a um estímulo externo. Prof. Janilson Santos 7 Gestão de Pessoas O reforço é o elemento-chave na teoria S-R de Skinner. Um reforço é qualquer coisa que fortaleça a resposta desejada. Pode ser um elogio verbal, uma boa nota, ou um sentimento de realização ou satisfação crescente. A teoria também cobre reforços negativos - uma ação que evita uma conseqüência indesejada. O conceito-chave do pensamento de Skinner é o de condicionamento operante, que ele acrescentou à noção de reflexo condicionado, formulada pelo cientista russo Ivan Pavlov. Os dois conceitos estão essencialmente ligados à fisiologia do organismo, seja animal ou humano. O reflexo condicionado é uma reação a um estímulo casual. O condicionamento operante é um mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação. É o caso do rato faminto que, numa experiência, percebe que o acionar de uma alavanca levará ao recebimento de comida. Ele tenderá a repetir o movimento cada vez que quiser saciar sua fome. A diferença entre o reflexo condicionado e o condicionamento operante é que o primeiro é uma resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo, o hábito gerado por uma ação do indivíduo. No comportamento respondente (de Pavlov), a um estímulo segue-se uma resposta. No comportamento operante (de Skinner), o ambiente é modificado e produz conseqüências que agem de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante. O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento - um processo que Skinner chamou de modelagem. O instrumento fundamental de modelagem é o reforço. Skinner era determinista. Em sua teoria não havia nenhum espaço para o livre-arbítrio, pois afirmar que os seres humanos são capazes de livre escolha seria negar sua suposição básica de que o comportamento é controlado pelo ambiente e os genes. Nos usos que propôs para suas conclusões científicas — em especial na educação —, Skinner pregou a eficiência do reforço positivo, sendo, em princípio, contrário a punições e esquemas repressivos, sugeria que o uso das recompensas e reforços positivos da conduta correta era mais atrativo do ponto de vista social e pedagogicamente eficaz. No campo da aprendizagem escolar Skinner tentou demonstrar que, mediante ameaças e castigos se conseguem resultados positivos muito mais baixos e com efeitos secundários muito piores do que com o sistema de reforços positivos. Seu princípio para o máximo aproveitamento das classes baseia-se na atividade dos alunos; sua aplicação mais conhecida é o ensino programado, onde os sucessos em determinadas tarefas atuam como reforço para aprendizagens posteriores. - Administração por Objetivos (APO) Prof. Janilson Santos 8 Gestão de Pessoas . é uma técnica participativa de planejamento e avaliação; . através da qual superiores e subordinados, conjuntamente, definem aspectos prioritários e . estabelecem objetivos (resultados) a serem alcançados, num determinado período de tempo e em termos quantitativos, dimensionando as respectivas contribuições (metas); . e acompanham sistematicamente o desempenho (controle) procedendo às correções necessárias. - Teoria da Equidade Também chamada de Teoria do Equilíbrio, tem por base a crença de que as recompensas devem ser proporcionais ao esforço e iguais para todos. Se duas pessoas realizam o mesmo esforço, a recompensa deve ser igual à da outra. A contribuição desta teoria no ambiente organizacional reside na possibilidade de se aferir o clima no trabalho, por permitir a compreensão quanto à reação das pessoas diante de recompensas oferecidas ao grupo. Postulados básicos desta teoria: · · · · · Uma organização é um sistema de comportamentos sociais interrelacionados de numerosas pessoas, que são os participantes da organização; Cada participante e cada grupo de participantes recebe incentivos (recompensas) em troca dos quais faz contribuições à organização; Todo o participante manterá sua participação na organização enquanto os incentivos que lhe são oferecidos forem iguais ou maiores do que as contribuições que lhe são exigidos; As contribuições trazidas pelos vários grupos de participantes constituem a fonte na qual a organização se supre e se alimenta dos incentivos que oferece aos participantes; A organização continuará existindo somente enquanto as contribuições forem suficientes para proporcionar incentivos em qualidade bastante para induzirem os participantes à prestação de contribuições. Tipos de participantes Os participantes da organização são todos aqueles que dela recebem incentivos e que trazem contribuições para sua existência. Existem cinco classes de participantes: empregados, investidores, fornecedores, distribuidores e consumidores. Nem todos os participantes atuam dentro da organização, mas todos eles mantém uma relação de reciprocidade com ela. - Teoria ERG Prof. Janilson Santos 9 Gestão de Pessoas A Teoria ERG, denominada ERC em português, tem sua origem nos estudos de Clayton Alderfer segundo o qual existem três grupos de necessidades: existence (E) ou existência, equivalente às necessidades básicas, fisiológicas e de segurança de Maslow; relatedness (R) ou relacionamento, correspondente às necessidades de relações pessoais e as de estima de Maslow; e o growth (G) ou crescimento (C). A Teoria ERC (ERG) contrapõe a de Maslow na idéia da rigidez hierárquica, segundo a qual o ser humano segue linearmente a satisfação de suas necessidades, mudando de um nível inferior para outro superior quando o mesmo foi substancialmente satisfeito. Para Alderfer, a transferência de um nível para o outro não ocorre somente após a satisfação do nível inferior: Uma pessoa pode, por exemplo, estar registrando crescimento mesmo que as necessidades de existência ou de relacionamento não estejam satisfeitas ou todas as três categorias de necessidade podem estar operando ao mesmo tempo. Neste sentido, a proposta de Alderfer aproxima-se mais de uma versão revista da teoria de Maslow, onde acredita que a satisfação das necessidades não é seqüencial, mas sim simultânea, com base em dois princípios: - mais de uma necessidade pode funcionar ao mesmo tempo; na hipótese de uma necessidade na parte superior permanecer insatisfeita; - aumenta o desejo de satisfazer a uma necessidade da parte inferior. Frustração É consenso entre as teorias, que as necessidades humanas atuam de diferentes formas no comportamento. Em um primeiro plano, a própria manifestação das necessidades, conforme sua intensidade e natureza impulsiona as pessoas a procurar objetivos como empregos, realização pessoal ou outros interesses individuais. Em um segundo plano, a incapacidade de satisfazer uma necessidade produz um sentimento de frustração, que também pode nascer da falta de eqüidade. A necessidade insatisfeita gera outras manifestações do comportamento humano como fuga, compensação, agressão ou deslocamento. A seguir analisam-se os efeitos da frustração: a) Compensação – forma alternativa de satisfação de uma necessidade ou busca da satisfação de uma necessidade alternativa. b) Resignação – estado de desânimo. Prof. Janilson Santos 10 Gestão de Pessoas c) Agressão – comportamento de fundo emocional, ataques físicos ou verbais, associados aos sentimentos de ira e hostilidade. d) Substituição ou Deslocamento – impossibilidade de descarregar a agressão contra o objeto ou pessoa que a provocou. Daí a importância de o líder conhecer a si próprio, saber identificar o que causaria frustração em sua equipe, conhecendo o ambiente, os temperamentos das pessoas com quem convivem e procurar harmonizar estes fatores. TESTES 1) (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL - 2009) Julgue os itens a seguir, acerca do comportamento organizacional. 1 Segundo a teoria dos dois fatores de Herzberg, uma vez disponibilizados, os fatores ligados ao ambiente do trabalho garantem, de forma duradoura, a satisfação e a conseqüente motivação para um bom desempenho do funcionário em seu trabalho. 2 Ao considerar a teoria da equidade como forma de maximizar o desempenho dos colaboradores que lhe estão subordinados, o gestor público deve levar em conta que qualquer injustiça sentida em relação às recompensas pode motivar essas pessoas a agirem de forma a restaurar o senso de equidade percebida. 2) (MTE) A respeito das teorias administrativas e da dinâmica das organizações, julgue os itens. 1 Segundo o modelo de Vroom, a motivação para produzir em uma entidade está calcada estritamente nas recompensas ofertadas pela organização. 2 Segundo a teoria proposta por Hezberg, o aumento salarial dado a uma categoria de servidores públicos, por exemplo, não seria um fator motivacional. 3 O managerial grid (grade gerencial) proposto por Blake e Mouton pressupõe que o administrador deva se preocupar apenas com os resultados. 3.3. Liderança A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, principalmente nas empresas e em cada um de seus departamentos. Liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida através do processo da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos (Tannenbaum). Prof. Janilson Santos 11 Gestão de Pessoas José Carlos Faria conceitua o líder como uma pessoa capaz de unir outras através de esforços combinados para atingir determinado objetivo. Liderar é, pois, a capacidade de dirigir, coordenar e motivar indivíduos ou grupos para alcançar determinados fins. As principais atitudes de um líder são: · · · Empatia: capacidade de colocar-se na posição de outrem, experimentando os sentimentos, preconceitos e escala de valores dessa outra pessoa. Objetividade: atitude para encarar as causas dos efeitos, sem se deixar se influenciar por emoções pessoais. Auto-análise: conhecimento de si mesmo, para superar as próprias limitações. As teorias sobre liderança podem ser classificadas em três grandes grupos: Teorias de traços de personalidade, Teorias sobre estilos de liderança e Teorias situacionais da liderança. 1) Teorias dos Traços de Personalidade As primeiras abordagens para explicar a liderança concentraram-se nos traços de personalidade, na suposição de que havia certas características, tais como a força física ou a amabilidade, que eram essenciais para uma liderança eficaz. O pressuposto era que se poderia encontrar um número finito de características pessoais, intelectuais, emocionais e físicas que identificassem os líderes de sucesso. Estas características eram (CHIAVENATO 1999): - Habilidade de interpretar objetivos e missões; - Habilidade de estabelecer prioridades; - Habilidade de planejar e programar atividades da equipe; - Facilidade em solucionar problemas e conflitos; - Facilidade em supervisionar e orientar pessoas; - Habilidade de delegar responsabilidade aos outros. Julgava-se que qualidades pessoais inerentes, como traços de personalidade, eram transferíveis de uma situação para outra. Como nem todos os indivíduos possuem essas qualidades, somente aqueles que as tinham eram considerados líderes potenciais (HERSEY e BLANCHARD,1986). 2) Estilos de Liderança Prof. Janilson Santos 12 Gestão de Pessoas Outra abordagem, no que diz respeito à liderança, concentrava-se mais especificamente no modo como os líderes tomavam decisões, e o efeito que isso produzia nos índices de produtividade e satisfação geral dos subordinados. As teorias sobre estilos de liderança enfocam três abordagens: os três estilos de liderança, a liderança orientada para tarefas ou pessoas e a grade gerencial (“managerial grid”). - Três Estilos A primeira destas três abordagens enfoca os três estilos diferentes de decisão, que foram identificados nos estudos de Ralph White e Ronald Lippitt (1939), onde se procurava verificar a influência causada por três diferentes estilos de liderança nos resultados de desempenho e no comportamento das pessoas. Estilos de Liderança: ▪ Autocrática: - Diretrizes fixadas pelo líder, sem a participação do grupo. - O líder determina as providências e as técnicas para a execução das tarefas, uma de cada vez, conforme a necessidade, sendo assim, imprevisíveis para o grupo. - O líder determina a tarefa a ser executada e qual o companheiro de trabalho de cada um. - O líder é dominador e pessoal, tanto nos elogios quanto nas críticas ao trabalho de cada membro. ▪ Democrática: - Diretrizes debatidas e decididas pelo grupo com a assistência e estímulo do líder. - O grupo esboça as providências e técnicas para a execução das tarefas, solicitando ao líder aconselhamento quando necessário. Sempre que solicitado o líder oferece duas ou mais alternativas, provocando o debate no grupo. - A divisão de tarefas fica a cargo do grupo e cada membro escolhe seus companheiros de trabalho. - O líder é um membro normal do grupo, porém sem encarregar-se muito das tarefas. É objetivo e limita-se aos fatos em suas críticas e elogios. ▪ Liberal: - O grupo tem toda a liberdade para decidir, o líder participa minimamente. - O líder tem uma participação limitada nos debates, apresentando materiais variados ao grupo, e fornecendo alguma informação se solicitada. - O líder não participa; tanto a divisão das tarefas quanto a escolha de companheiros fica a cargo do grupo. Prof. Janilson Santos 13 Gestão de Pessoas - O líder não avalia nem regula o curso dos acontecimentos. Quando perguntado, faz comentários irregulares sobre as atividades dos membros. As experiências demonstram que grupos submetidos à liderança autocrática apresentam uma maior quantidade de trabalho produzido, os grupos submetidos à liderança liberal não se saíram bem nem quanto à quantidade nem quanto à qualidade e os grupos submetidos à liderança democrática apresentaram uma melhor qualidade do trabalho, porém com uma quantidade inferior ao grupo submetido à liderança autocrática. Os resultados de estudos sobre estilos de decisão dos líderes sugerem que, (...) a maioria dos grupos prefere um líder democrático. Nesses estudos, membros de grupos conduzidos por um líder autoritário eram extremamente submissos ou extremamente agressivos em sua interação. Também eram os mais propensos a deixar a organização (...) (WAGNER III e HOLLENBECK, 1999, p.248). Já na liderança liberal (“laissez-faire”) o líder permite total liberdade para a tomada de decisões individuais ou grupais, enquanto na liderança democrática o líder age como um facilitador, orientando o grupo e sugerindo idéias. Os grupos submetidos à liderança liberal (“laissez-faire”) apresentaram sinais de individualismo, insatisfação e pouco respeito com relação ao líder e na liderança democrática, os grupos apresentaram boa qualidade de trabalho, nítido sentido de responsabilidade e comprometimento das pessoas. - A Liderança Orientada para as Tarefas ou para as Pessoas Outros estudos procuraram abordar a liderança identificando grupos de características que pareciam relacionadas entre si. Os estudos definiram dois conceitos, que foram denominados de orientação para o empregado e orientação para a produção. Segundo os estudos da Universidade de Michigan os líderes orientados para o empregado acentuam o aspecto de relacionamento da sua função. Acham que cada empregado é importante e se interessam por cada um, aceitando sua individualidade e suas necessidades pessoais. Já a orientação para a produção enfatiza a produção e os aspectos técnicos da função; os empregados são vistos como instrumentos pelos quais se atingem os objetivos da organização. Essas duas orientações são paralelas aos conceitos do comportamento do líder autoritário (tarefa) e democrático (relacionamento) (HERSEY e BLANCHAD, 1986, cap.4, p.109). - Grid Gerencial Blake e Mouton (citados por CHIAVENATO, 1999) criaram uma grade gerencial para mostrar que a preocupação com a produção e a preocupação com as pessoas são aspectos complementares e não mutuamente excludentes. Para eles, os líderes devem unir essas duas preocupações, a fim de conseguir Prof. Janilson Santos 14 Gestão de Pessoas resultados eficazes das pessoas. No grid gerencial, cinco tipos diferentes de liderança baseados na preocupação com a produção (tarefa) e pessoas (relacionamento) são dispostos em dois eixos: o eixo horizontal se refere à preocupação com a produção, isto é, com o trabalho a ser realizado, enquanto que o eixo vertical se refere à preocupação com as pessoas, isto é, com sua motivação, liderança, satisfação, comunicação, etc. Cada eixo está subdividido em nove graduações. A graduação mínima é 1 e significa pouquíssima preocupação por parte do administrador. A graduação máxima é 9 e significa a máxima preocupação possível. A Figura abaixo ilustra a grade gerencial. ...o administrador deve avaliar o seu estilo de liderança e verificar onde está situado na grade gerencial. O objetivo é tentar gradativamente movê-lo para atingir o estilo 9.9, que constitui o estilo da excelência gerencial: a ênfase na produção e nos resultados, simultaneamente com a ênfase nas pessoas e nas atitudes e comportamentos (CHIAVENATO, 1999, cap. 16, p 569). 3) Teorias Situacionais de Liderança As teorias situacionais de liderança procuram incluir a liderança no contexto ambiental em que ela ocorre, levando em conta o líder, os liderados, a tarefa, a situação, os objetivos, etc. ...vários estilos de comportamento de líder podem ser eficazes ou ineficazes, dependendo dos elementos da situação. Não se trata de descobrir o melhor estilo, mas o estilo mais eficaz para uma determinada situação (HERSEY e BLANCHARD, 1986, cap.4, p.117). As principais teorias situacionais são: a escolha dos padrões de liderança, o modelo contingencial e a teoria do caminho - meta. (CHIAVENATO, 1999). - A Escolha dos Padrões de Liderança Tannenbaum e Schmidt (citados por CHIAVENATO, 1999) consideram que o líder deve escolher os padrões de liderança mais adequados para cada situação Prof. Janilson Santos 15 Gestão de Pessoas em que ele se encontra. Para os autores, a liderança é um fenômeno situacional, pois se baseia em três aspectos: . Força no gerente, ou seja, a motivação interna do líder e outras forças que agem sobre ele como seu sistema de valores e convicções pessoais, sua confiança nos subordinados, suas inclinações pessoais a respeito de como liderar, seus sentimentos de segurança em situações incertas, sua tolerância para a ambigüidade e a facilidade de comunicação; . Força nos subordinados, ou seja, a motivação externa fornecida pelo líder e outras forças que agem sobre os subordinados como: necessidade de autonomia ou de orientação superior, disposição de assumir responsabilidade, tolerância para a incerteza, interesse pelo problema ou pelo trabalho, compreensão e identificação do problema, conhecimento e experiência para resolver o problema, desejo e expectativa da participação em decisões; . Força na situação, ou seja, as condições dentro das quais a liderança é exercida como o tipo de empresa, seus valores e tradições, suas políticas e diretrizes, a eficiência e eficácia do grupo de subordinados, a tarefa a ser executada ou a complexidade do trabalho e o tempo disponível para executar determinada tarefa. Diante dessas três forças, o líder pode escolher um padrão de liderança adequado para cada situação, de modo a ajustar suas forças pessoais com as forças dos subordinados e as forças da situação. Trata-se de encontrar a sintonia certa entre essas três forças interativas (CHIAVENATO, 1999). - O Modelo Contingencial de Fiedler O Modelo Contingencial de Liderança desenvolvido por Fred E. Fiedler demonstra que três variáveis situacionais principais parecem determinar se uma dada situação é favorável aos líderes (HERSEY e BLANCHARD, 1986). 1ª - Suas relações pessoais com os membros do grupo (relações líder-membros). O relacionamento interpessoal pode envolver sentimentos de aceitação mútuos, confiança e lealdade que os membros depositam no líder ou sentimentos de desconfiança, reprovação, falta de lealdade e amizade entre as partes. 2ª - O grau de estruturação da tarefa que o grupo deve realizar, ou seja, o grau em que a tarefa dos subordinados é rotineira e programada (em um extremo) ou é vago e indefinível (em outro extremo). 3ª - O poder e a autoridade que sua posição lhe confere (poder de posição) refere-se à influência inerente à posição ocupada pelo líder, ao volume de autoridade formal atribuído ao líder, independentemente de seu poder pessoal. Prof. Janilson Santos 16 Gestão de Pessoas ...os líderes orientados para a tarefa enfatizam a execução satisfatória das tarefas, mesmo que em detrimento das relações interpessoais. Por outro lado, os líderes orientados para a relação, de acordo com Fiedler (citado por WAGNER III e HOLLENBECK, 1999), são permissivos, atenciosos e conseguem manter boas relações interpessoais, mesmo com trabalhadores que não estão contribuindo para a realização do grupo. A análise feita por Fiedler (citado por WAGNER III e HOLLENBECK, 1999) sugeriu que os líderes orientados para a tarefa são mais eficazes em situações que sejam extremamente favoráveis ou extremamente desfavoráveis; líderes orientados para a relação, segundo ele, eram muito bem-sucedidos em situações moderadamente favoráveis. A situação mais favorável para um líder influenciar seu grupo é aquela em que ele é estimado pelos membros (boas relações líder-membros), tem uma posição de grande poder (alto poder de posição) e dirige um trabalho bem definido (alta estruturação da tarefa). Por outro lado, a situação mais desfavorável para um líder é aquela em que ele não é estimado, tem pouco poder de posição e enfrenta uma tarefa não-estruturada (HERSEY e BLANCHARD, 1986). - A Teoria do Caminho - Meta ou Teoria voltada para os Objetivos No cerne dessa teoria encontra-se a noção de que o propósito primordial do líder é motivar os seus seguidores, esclarecendo as metas e os melhores caminhos para alcançá-las. Essa abordagem está baseada na teoria da expectativa da motivação, que enfatiza as três variáveis motivacionais que os líderes podem influenciar por seus comportamentos ou estilos de decisão: valências, instrumentalidade e expectativas (fatores já estudados anteriormente) O trabalho do líder, de acordo com a teoria caminho – objetivo é manipular esses três fatores de maneiras desejáveis. Primeiro, os líderes precisam manipular as valências dos seguidores, identificando ou despertando necessidades de resultados que os líderes podem controlar. Segundo, os líderes também são responsáveis pela manipulação das instrumentalidades dos seguidores, certificando-se de que o desempenho elevado gere resultados satisfatórios para os seguidores. Terceiro, os líderes precisam manipular as expectativas dos seguidores por meio da redução de barreiras frustrantes do desempenho (WAGNER III e HOLLENBECK, 1999). A teoria do caminho-objetivo propõe quatro estilos de comportamento que, segundo Robert House (citado por WAGNER III e HOLLENBECK, 1999), podem permitir aos líderes manipularem as três variáveis motivacionais: liderança diretiva, encorajadora, participativa e orientada para a realização, conforme quadro abaixo. Prof. Janilson Santos 17 Gestão de Pessoas Quadro: Os Quatro estilos de Comportamento da Teoria do Caminho-Objetivo (WAGNER III e HOLLENBECK, 1999, cap.9, p.262) O líder é autoritário. Os subordinados sabem exatamente o que é esperado deles, e o líder fornece direções específicas. Os subordinados não participam da tomada de decisões. O líder é amistoso e acessível e demonstra uma preocupação genuína com os subordinados. O líder pede e usa as sugestões dos subordinados, mas ainda toma as decisões. O líder fixa metas desafiadoras para os subordinados e demonstra confiança em que eles atingirão essas metas. Liderança Diretiva Liderança Encorajadora Liderança Participativa Liderança Orientada para a Realização Mencionamos ainda as seguintes teorias: - Modelo Transacional Edward Hollander (citado em WAGNER III e HOLLENBECK, 1999) sugeriu que o processo de liderança é melhor compreendido como a ocorrência de transações mutuamente gratificantes entre líderes e seguidores em um determinado contexto situacional. A liderança no modelo transacional encontra-se na junção desses três vetores: líderes, seguidores e situações. Neste caso, pode-se entender a liderança apenas por meio de uma avaliação das características importantes dessas três forças e dos modos pelos quais se interagem. Segundo Moscovici (2000) e baseado nas teorias exploradas anteriormente, percebe-se que o conhecimento de liderança é amplo e ao mesmo tempo deficiente para uma compreensão completa e utilizável na prática. Muitas teorias têm sido elaboradas a respeito de liderança a partir de um foco de atenção ou abordagem predominante. Moscovici (2000) ressalta que se deve fazer distinção entre “líder” e “estilo de liderança”. Um líder é a pessoa no grupo à qual foi atribuída, formal ou informalmente, uma posição de responsabilidade para dirigir e coordenar as atividades relacionadas à tarefa. Sua maior preocupação prende-se à consecução de algum objetivo específico do grupo. Por outro lado, o “estilo de liderança” é a maneira pela qual uma pessoa, numa posição de líder, influencia as demais pessoas no grupo. Quando o foco principal de atenção é a figura do líder, os estudos foram feitos em torno das características pessoais, procurando-se uma diferenciação de atributos entre “líderes” e “não-líderes”, com o intuito de demonstrar que existem características pessoais que podem facilitar o desempenho do líder em determinadas circunstâncias, e não em outras, e que podem ser desenvolvidas para maior eficácia no seu desempenho. Prof. Janilson Santos 18 Gestão de Pessoas Estudos mais recentes (GOFFEE e JONES, 2001) demonstram que os verdadeiros líderes possuem, além de visão abrangente, energia, autoridade e direção estratégica, quatro outras características, que podem ser descritas como: . Os líderes mostram seus “pontos fracos”, mas de maneira seletiva. Ao deixar transparecer certa vulnerabilidade, admitem que são acessíveis e humanos; . Líderes “confiam em sua intuição” para detectar o momento ideal e o curso mais adequado para suas ações. Sua capacidade de coletar e interpretar dados percebidos de forma não-racional (dados “soft”) ajuda-os a saber quando e como agir; . Os líderes possuem “empatia sem concessões” por seus subordinados. Líderes influentes realmente sentem forte empatia pelas pessoas e se interessam verdadeiramente pelo trabalho de seus subordinados; . Líderes “mostram suas diferenças”, costumam capitalizar aquilo que têm de especial, usando e enfatizando essas diferenças de forma positiva. Porém, quando o estudo é focado nos estilos de liderança, o objetivo principal passa a ser a relação, o comportamento interpessoal entre líderes e liderados, entre a pessoa que influencia e as pessoas que são influenciadas. Portanto, esse aspecto dual indica a característica dinâmica da liderança, pois sem liderados não há líderes, enfatizando o ponto principal do problema, a relação entre as pessoas. - Modelo Transformacional (Burns) O líder transformacional apela à consciência dos liderados no sentido de alcançarem elevados ideais e valores, induz os liderados a ultrapassarem os seus interesses particulares em favor dos interesses do grupo ou da organização. - A Teoria de Ritter A teoria do autor citado se refere aos talentos do líder. Segundo ele o líder eficaz deve combinar quatro talentos: o cognitivo, o social e político, intrapsíquico e ético. O talento cognitivo abrange a capacidade do líder de interpretar o mundo para entender os objetivos da empresa onde atua. O talento social e político envolve a capacidade entender a empresa como um sistema social. O talento intrapsíquico está vinculado a capacidade de perceber sua importância como líder, seu poder e os perigos ocasionados pelas suas paixões e ambições e o telento ético se refere à capacidade de discernir o certo do errado visando o sucesso da organização. Prof. Janilson Santos 19 Gestão de Pessoas - A Teoria de Richard W. Wallen Esta teoria estabelece três tipos de personalidade dos líderes nas organizações: o Batalhador, o Auxiliador e o Crítico. § Caracterísitcas do Batalhador: usa de intimidação, ênfase no poder, é carente de afeto e teme pela dependência. § Características do Auxiliador: ênfase na afetividade, é compreensivo, teme a rejeição, falta-lhe mais firmeza. § Características do Crítico: ênfase na aptidão dos liderados, uso da argumentação, teme pelas emoções e necessita de conscientização dos sentimentos. TESTES 1) (ANA) O reflexo do exercício da Liderança é o resultado alcançado pelo líder em relação às pessoas que influencia. Para o Líder que ocupa uma posição formal dentro da organização, é um desafio identificar o estilo de liderança que deve aplicar a cada uma das circunstâncias que vivencia no cotidiano. Considerando o contexto de liderança, selecione a opção correta. a) Na divisão do trabalho, o líder autocrático determina a tarefa de cada um e cada qual escolhe seu companheiro de trabalho. Na liderança democrática, o grupo decide sobre a divisão de trabalho e sobre o parceiro de cada um. b) Na programação dos trabalhos, tanto o líder democrático como o liberal não interferem de nenhuma forma nas decisões do grupo. c) As características comportamentais predominantes dos subordinados do líder liberal e do líder democrático são similares quanto à escolha do que fazer e quando fazer. d) O volume dos resultados produzidos pelo exercício da liderança autocrática é maior, porém a frustração e agressividade também. e) Grupos submetidos às lideranças liberais e democráticas tendem ao individualismo e a ignorar o líder com o passar do tempo. 2) (ARQUIVO NACIONAL) Blake e Mouton, uma dupla de pesquisadores estudiosos do tema “liderança”, desenvolveram a idéia da “grade gerencial”, segundo a qual o líder pode dar muita ou pouca ênfase para a tarefa e, ao mesmo tempo, muita ou pouca ênfase para as pessoas. O “líder-tarefa”, orientado para a produção, posiciona-se na referida grade gerencial como: a) (1,1) b) (1,9) c) (5,5) d) (5,9) e) (9,1) Prof. Janilson Santos 20