BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster I FUNDAMENTOS DE GESTÃO DE PESSOAS: 1. Conceito Gestão de Pessoas abrange um conjunto de atividades organizadas para alcançar a eficácia e a eficiência das empresas através das pessoas, permitindo ao mesmo tempo condições favoráveis para que elas alcancem seus objetivos pessoais. Gestão de Pessoas Apostila Gerencia desempenho, identificação e retenção de talentos; Estabelece políticas que direcionam as relações de trabalho. 1.1. Princípios de Gestão de Pessoas 1. Os colaboradores precisam ser respeitados como seres humanos 2. As pessoas funcionam como usuários e ativadores dos outros recursos das instituições (máquinas e equipamentos, instalações, tecnologia, clientes, fornecedores). 3. As pessoas são parceiras das organizações 1.2 Processos de gestão de pessoas 1.3 Atribuições da área de Pessoas Define necessidades de pessoas em quantidade e qualidade; Organiza estrutura de cargos e salários; Planeja carreira; Estabelece Plano de Formação Profissional; Executa recrutamento, seleção e manutenção; Atualizada 09/12/2009 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster II 2 Principais modelos de administração pública: 2.1 Administração patrimonialista Surgiu na Idade Média e predominou nas monarquias absolutistas do Século XV ao XVIII, confunde patrimônios públicos e privados e é típica dos Estados pré-capitalistas Deixou de ser utilizada no Século XIX por ser incompatível com o capitalismo industrial e com a democracia. No modelo patrimonialista o Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Em conseqüência, a corrupção e o nepotismo são comuns a esse tipo de administração. Quando o capitalismo e a democracia se tornaram dominantes, o mercado e a sociedade civil passaram a se distinguir do Estado, e a administração patrimonialista tornou-se uma inaceitável. 2.1.1 Características da Administração Patrimonialista • A administração é do Estado, mas não é Pública, não visa ao interesse público. • Predomínio de práticas patrimonialistas e clientelistas • Nepotismo: trinômio status-parentesco-favoritismo • O Estado era propriedade do rei. • Os cargos públicos eram propriedade da nobreza. A cultura patrimonialista já não existe no Brasil, mas persiste como prática e não mais como valor. São formas atuais do patrimonialismo: o clientelismo e o fisiologismo, e continuam a existir no país, embora condenados. 2.2 Administração burocrática Surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, como forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista. Seus princípios são: • A profissionalização, • A idéia de carreira, • A hierarquia funcional, • A impessoalidade, • O formalismo. Na administração burocrática parte-se de uma desconfiança prévia nos administradores públicos e nos cidadãos. Por isso, são sempre necessários controles rígidos dos processos: na admissão de pessoal, nas compras e no atendimento a demandas. Por outro lado, o controle - a garantia do poder do Estado - transforma-se na própria razão de ser do funcionário. Em conseqüência, o Estado volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que é servir à sociedade. A qualidade fundamental da administração pública burocrática é a efetividade no controle dos abusos; Seus defeitos são: a ineficiência, a auto-suficiência, a incapacidade de voltar-se para o serviço aos cidadãos vistos como clientes. Esses defeitos, entretanto, não eram graves na época do surgimento da administração pública burocrática porque os serviços do Estado eram muito reduzidos. O Estado limitava-se a manter a ordem e administrar a justiça, a garantir os contratos e a propriedade. Segundo Max Weber, a burocracia tem as seguintes características principais: Caráter legal das normas e regulamentos: As normas e regulamentos tem força de lei, prevalecendo sobre situações particulares. Atualizada 09/12/2009 Gestão de Pessoas Apostila Caráter formal das comunicações: Todas as normas e regulamentos devem ser escritas. Vale sempre o que está escrito. Caráter racional e divisão do trabalho: Determinação precisa das responsabilidades específicas de cada funcionário. Impessoalidade nas relações: Os cargos ocupados são mais importantes que as relações de amizade no trabalho. Hierarquia de autoridade: Esta característica é a essência da burocracia. Cada ocupante de um cargo tem apenas um chefe, o que gera o formato de pirâmide na estrutura hierárquica. Rotinas e procedimentos padronizados: Todas as atividades são claramente definidas e executadas sempre da mesma maneira e não variam de filial para filial. Competência técnica e meritocracia: A escolha do ocupante de um cargo é sempre fundamentada na sua qualificação profissional, comprovada em concursos, provas e testes. Especialização da administração que é separada da propriedade: Os diretores e gerentes são profissionais especializados e não são necessariamente os sócios investidores e proprietários da instituição. Profissionalização dos participantes: Os funcionários também são profissionais especializados, são remunerados pelo seu trabalho, tem atribuições e responsabilidades claramente definidas. Completa previsibilidade do funcionamento: Todas as atividades têm local, data, hora e forma definida e inflexível de execução. 2.2.1 Distorções da Burocracia Como sabemos, no Brasil e no mundo a burocracia virou sinônimo de lentidão e fonte de corrupção. Isso acontece porque as idéias de Max Weber se desviaram dos objetivos originais e em alguns casos foram radicalizadas ao serem executadas. As distorções mais comuns são as seguintes: Despersonalização: Ocupantes de cargos cometem injustiças amparados pela força da hierarquia. Internalização das diretrizes: As normas, mesmo quando ultrapassadas, são perpetuadas e o processo passa a ser mais importante que o objetivo. Uso do poder no processo decisório: A decisão passa a ser prerrogativa apenas do cargo mais alto na hierarquia. Excesso de regras e documentos: Há um quantidade muito grande de normas e instruções, todas escritas, e conflitantes entre si. Ostentação da autoridade e do poder: Os cargos mais elevados passam a ser distinguidos por privilégios: espaços especiais (vagas privativas em estacionamentos, salas confortáveis, uniformes e refeições diferenciadas, entre outros). Aceitação passiva das normas e regulamentos para se manter na estrutura e conservar o emprego. Colocar o cargo acima do cliente: Os clientes passam a ser um incômodo em relação às regras, regulamentos e rotinas burocráticas. Resistência às mudanças: Há uma tendência ao imobilismo e ao conservadorismo para manter a “zona de conforto” gerada pelas normas e regulamentos. 2.3 A criação do DASP No Brasil, o modelo de administração burocrática emerge a partir dos anos 1930. Surge no quadro da aceleração da industrialização brasileira, em que o Estado assume papel decisivo, intervindo pesadamente no setor produtivo de bens e serviços. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster A partir da reforma empreendida no governo Getúlio Vargas a administração pública sofre um processo de racionalização que se traduziu no surgimento das primeiras carreiras burocráticas e na tentativa de adoção do concurso como forma de acesso ao serviço público. Para realizar a modernização administrativa, foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público DASP, em 1936. Na época a administração pública sofreu a influência da teoria da administração científica de Taylor, tendendo à racionalização mediante a simplificação, padronização e aquisição racional de materiais, revisão de estruturas e aplicação de métodos na definição de procedimentos. Nesse período, foi instituída a função orçamentária como atividade formal e permanente vinculada ao planejamento. Na administração dos recursos humanos, o DASP representou a tentativa de formação da burocracia nos moldes weberianos, baseada no princípio do mérito profissional. Embora tenham sido valorizados o concurso público e o treinamento, não se chegou a adotar consistentemente uma política de recursos humanos que respondesse às necessidades do Estado. O patrimonialismo (contra o qual a administração pública burocrática se instalara), embora em processo de transformação, mantinha ainda sua própria força no quadro político brasileiro. O coronelismo dava lugar ao clientelismo e ao fisiologismo. A reforma em 1967 pelo Decreto-Lei nº 200, constitui um marco na tentativa de superação da rigidez burocrática, podendo ser considerada como um primeiro momento da administração gerencial no Brasil. 2.4 Administração Pública Gerencial Surge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais do Estado e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior. A eficiência da administração pública - a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário - torna-se então essencial. A reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. Mas a administração pública gerencial conserva alguns dos princípios fundamentais da burocracia, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, os planos de carreiras, a avaliação constante de desempenho, o treinamento sistemático. A diferença está na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados, e não na rigorosa profissionalização da administração pública, que continua um princípio fundamental. Na administração pública gerencial a estratégia voltase: (1) para a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade; (2) para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que Atualizada 09/12/2009 Gestão de Pessoas Apostila lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos contratados; e (3) para o controle ou cobrança após os resultados alcançados. Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do próprio Estado, pela possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis hierárquicos tornam-se essenciais. Assim, afirma-se que a administração pública deve ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins). Além disso, a partir de 1980 ocorre: • A descentralização política, com a transferência de recursos e atribuições para os níveis gerenciais estaduais e municipais. • Descentralização administrativa, através da delegação de autoridade para os administradores públicos regionais. • Diminuição dos níveis hierárquicos no processo gerencial. • Pressuposto da confiança limitada no lugar da desconfiança ilimitada. • Controle por resultados, no lugar do controle rígido, passo a passo, dos processos administrativos, típicos do modelo Burocrático. • Administração focada no atendimento das expectativas e necessidades do usuário do serviço público. 2.5 A Administração Pública e a área de recursos humanos No Brasil a principal referência do processo de descentralização política e administrativa ocorreu com a elaboração de Plano Diretor da Reforma do Estado (PDRAE), criado na gestão do Ministro Bresser Pereira em 1995. Na área de Gestão de Pessoas esse plano teve dois objetivos principais: • No curto prazo, facilitar o ajuste fiscal, particularmente nos Estados e Municípios que se caracterizavam por excesso no número de servidores. • No médio prazo, tornar mais eficiente e moderna a administração pública, voltando-a para o atendimento dos cidadãos. A reforma gerencial na gestão de pessoas teve duas fases: Primeira fase: Ocorreram cortes nos gastos públicos envolvendo a diminuição ou a paralisação do recrutamento, incentivo às aposentadorias antecipadas e reorganização e/ou privatização das atividades do governo. Segunda fase: Ocorreu a admissão de novos servidores para operarem um modelo mais flexível e descentralizado de administração, com ênfase nos resultados e foco no usuário-cidadão, a partir de um novo perfil de servidor público. As atividades de apoio e auxilio foram terceirizadas e as atividades de serviços sociais e científicos passaram para o terceiro setor. São quatro os elementos básicos da nova gestão de Pessoas: O uso intenso de concursos, a revisão da política de remuneração das carreiras do Estado, a reorganização das carreiras e a política de capacitação. A política de capacitação dos servidores públicos compreende dois tipos de programas: Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster Cursos genéricos com conteúdos uniformes e cursos específicos relativos às áreas de atuação dos servidores. Cursos de educação continuada, para os servidores atingirem um nível alto de qualificação e para oferecerlhes um plano de atualização constante. 3. Recrutamento e seleção. 3. 1 Conceitos de recrutamento. É o processo pelo qual uma organização identifica colaboradores potenciais, que possuam requisitos adequados para realizar um determinado trabalho, atraindo-os em quantidade suficiente, para que seja possível uma posterior seleção em função das exigências do cargo. Conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É um sistema de informação pelo qual a organização divulga e oferece ao mercado de trabalho oportunidades de emprego que pretende preencher. 3.2 Formas de recrutamento • Quanto a procedência INTERNO - atua sobre os candidatos da própria organização, para promovê-los ou transferi-los para outras atividades mais complexas ou mais motivadoras. EXTERNO - atua sobre os candidatos que estão no mercado de recursos humanos • Quanto a quem recruta e seleciona DIRETO - a própria empresa INDIRETO - outras empresas contratadas. Gestão de Pessoas Apostila III 3.2.1 Recrutamento Interno – Vantagens • Aproveita melhor o potencial humano da organização; • Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários; • Incentiva a permanência dos funcionários e a sua fidelidade à organização; • Ideal para situações de estabilidade e pouca mudança ambiental; • Não requer socialização organizacional de novos membros; • Probabilidade de uma melhor seleção, pois os candidatos são conhecidos; • Custa financeiramente menos do que fazer recrutamento externo. 3.2.2 Recrutamento Interno – Desvantagens • Pode bloquear a entrada de novas idéias, experiências e expectativas; • Facilita o conservacionismo e favorece a rotina atual; • Mantém o atual patrimônio humano da organização; • Mantém e conserva a cultura organizacional existente; 3.2.3 Recrutamento externo - Vantagens • Enriquece o patrimônio humano pelo aporte de novos talentos e habilidades; • Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos; • Renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações; • Incentiva a interação da organização com o Mercado; 3.2.4 Recrutamento externo - Desvantagens • Pode Afetar negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização; • Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a estranhos; • Requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externos. Isto significa custos operacionais; • Exige esquemas de socialização organizacional para os novos funcionários; • É mais caro, demorado e incerto que o recrutamento interno. 3.2.5 Técnicas de recrutamento Anúncios em sites, jornais e revistas especializadas Utiliza regras do marketing para anúncios: Chamar a atenção (tamanho, letras) Despertar o interesse (desafio do cargo) Criar o desejo (benefícios do cargo) Provocar ação (informa como encaminhar/ contato) Eficácia: Depende do número de leitores, do perfil do leitor e da localização do anúncio. Outras formas de recrutamento Agências operadas pelo governo: secretarias do trabalho ou entidades relacionadas com o emprego; Agências particulares gratuitas - associações profissionais ou não governamentais; Agências comerciais de recrutamento – Agências de headhunters. Contato com escolas, universidades e entidades de classe: Esquema de contatos contínuos para divulgar as oportunidades oferecidas. • Cartazes ou anúncios em locais visíveis: Indicado para cargos simples; geralmente são colocados nas proximidades da organização. Atualizada 09/12/2009 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster • Apresentação de candidatos por funcionários: Baixo custo, alto rendimento e efeito rápido. • Consulta a bancos de dados: Banco de dados da própria empresa. 3.3 Seleção de pessoas 3.3.1 Conceito Seleção é o processo de escolher o melhor candidato para um determinado cargo. De um lado estão os requisitos do cargo a ser preenchido (requisitos que o cargo exige de seu ocupante) e, de outro lado, as características dos candidatos que se apresentam para disputá-lo. Gestão de Pessoas Apostila ¾ A inclinação da letra, demonstrando a necessidade que o indivíduo tem de entrar em contato com os demais; ¾ A pressão da escrita, que vai demonstrar a vitalidade, a força física e psíquica da pessoa; ¾ A velocidade da escrita, que ditará a inteligência, a rapidez de reflexos e a prontidão para a ação daquela pessoa; ¾ A direção das linhas, que vai exprimir o humor, o estado de ânimo e a vontade daquela pessoa; 3.3.2 Procedimentos Os requisitos são fornecidos pela descrição e análise do cargo, e as características são identificadas pela análise dos documentos apresentados pelos candidatos, em entrevistas, dinâmicas de grupo e aplicação de testes. Os gerentes estão assumindo a responsabilidade de selecionar os futuros membros de suas equipes. E as equipes são consultadas na seleção de seus novos colegas. A entrevista de seleção é o principal procedimento dessa descentralização do processo de seleção . 3.3.3 Técnicas seletivas. Entrevista de seleção ¾ Dirigida - com roteiro pré-estabelecido; ¾ Livre - sem roteiro definido. Provas de conhecimentos ou de capacidade ¾ Gerais - cultura geral e línguas; ¾ Específicas - conhecimentos técnicos e profissionais. Testes psicométricos Testes de Aptidões - gerais e específicos Testes de personalidades ¾ Expressivos - expressão corporal; ¾ Projetivos - de projeção da personalidade ¾ Inventários - de motivação e de interesse. Técnicas de simulação Técnicas de Dinâmica de Grupo: ¾ Psicodrama - reconstitui no palco o evento que se pretende estudar e analisar; ¾ Dramatização (Role Playing) - o protagonista assume um papel e permanece em um palco circular rodeado por outras pessoas que assistem à sua atuação e podem vir ou não a participar da cena. Outras provas Análise do Curriculum Vitae; Análise Grafológica; Provas Toxicológicas; Comparação de Referências; Exame Físico. Grafologia como instrumento de seleção Através da interpretação e do cruzamento de diversas informações, como tamanho das letras, espaço entre as letras, palavras e linhas, direção das linhas, inclinação das letras, entre outros aspectos, o grafólogo pode projetar quarenta traços de personalidades. Pontos analisados pela grafologia ¾ A ordem do texto, que demonstra a clareza e a lógica das idéias, do raciocínio; ¾ A forma das letras, que significa a adaptação do indivíduo ao mundo; ¾ A dimensão da letra, que é a auto-imagem (extroversão ou a introversão); Atualizada 09/12/2009 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster IV 4. Higiene, segurança e qualidade de vida. 4.1 Higiene do Trabalho Do ponto de vista anatômico, funcional e psíquico, o ser humano entra como causa e efeito do trabalho. O ser humano é tanto o beneficiário do trabalho, como vítima dos males causados pela execução errada da ação de trabalhar. São ações que visam alcançar higiene, saúde e qualidade de vida no trabalho: • Treinamento e orientações específicas para a manipulação de substâncias e materiais. • Monitoramento da concentração de produtos tóxicos no ambiente de trabalho. • Normas claras de combate aos riscos de acidentes de trabalho. A Higiene no Trabalho, também conhecida como Higiene Industrial, tem como principais objetivos: I Eliminar ou reduzir os fatores que causam a ocorrência das doenças profissionais; II Reduzir os efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho; III Prevenir lesões ou deficiências nos trabalhadores. A Medicina do Trabalho é o segmento da Medicina que visa à preservação da saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador, melhorando as condições de sua atividade e corrigindo os seus efeitos sobre o corpo. 4.1.1 Ergonomia no trabalho Ergonomia é a ciência da configuração do trabalho adaptada ao homem, com o objetivo de tornar o trabalho mais leve, mais eficiente e mais produtivo. O estudo dos agentes ergonômicos visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características físicas e psicológicas dos trabalhadores, para proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho. 4.1.2 Riscos ergonômicos: Esforços físicos intensos, Levantamento e transporte manual de peso, Postura corporal inadequada, Controle rígido de produtividade, Imposição de ritmos de trabalho excessivos, Jornada de trabalho prolongada, Monotonia e repetição, Qualquer situação causadora de estresse físico e psíquico. 4.2 Normas de Conduta e Desempenho. As normas de conduta e desempenho referentes à saúde e segurança do trabalho compreendem: • Cumprir a Legislação, Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho, Normas Regulamentadoras (NR’s) para diferentes atividades, cuidados com padrões de saúde e segurança aplicáveis nos ambientes de trabalho. • Fornecer, orientar e monitorar o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) com certificado de aprovação (CA) adequado aos riscos de cada área. • Manter atualizados o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e o PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional) de todos os colaboradores. • Atuar efetivamente na prevenção de riscos e acidentes, desenvolver ações para eliminar e/ou neutralizar condições insalubres e inseguras nas condições e ambientes de trabalho, e manter a CIPA atuante. • Informar os colaboradores e demais interessados sobre os riscos profissionais nos locais de trabalho, meios de prevenir e/ou neutralizar tais riscos e promover ações Atualizada 09/12/2009 Gestão de Pessoas Apostila de orientação de prevenção à saúde, equilíbrio entre trabalho, família e qualidade de vida. 4.3 Conceitos de acidente de trabalho Conceito Legal: Acidente de trabalho é o acidente que atinge o trabalhador no exercício do seu trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que cause a morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Conceito Técnico (prevencionista): Acidente do trabalho é uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores e/ou danos materiais. A execução de atividades profissionais levam as pressões e riscos que podem em muitos casos, acabar se transformando em acidentes. As principais causas de acidente de trabalho são: • Descuido; • Excesso de autoconfiança; • Falta de capacitação em segurança; • Falta de EPIs - Equipamentos de Proteção Individual; • Condições de trabalho perigosas; • Pressa; • Medo; • Coação. Assim, é importante que os trabalhadores e principalmente os gestores conheçam, entendam e utilizem todos os mecanismos de segurança necessários ao desenvolvimento do trabalho, de forma que atinjam seus objetivos, sem comprometer sua própria segurança e, em última análise, sua própria vida. 4.4 Principais Causas de Acidentes de Trabalho As principais causas de acidentes de trabalho estão relacionadas à: Ato Abaixo do Padrão (ou "Ato Inseguro"): O ato abaixo do padrão ocorre quando o trabalhador faz determinada tarefa ou serviço de forma descuidada e/ou errada, fazendo uma operação que não deveria ou atuando contra as normas de segurança. Ex.: Não obedecer a sinais ou instruções de segurança, correr dentro da empresa, distrair os colegas, recusar-se a usar EPI. Condições abaixo do padrão (ou "Condições Inseguras”): As condições abaixo do padrão são aquelas deficiências técnicas que colocam em risco a integridade física e/ou mental e ocorrem quando não são dadas ao trabalhador as condições de ambiente de trabalho corretas à execução de suas tarefas Ex. máquinas sem proteção adequada. Iluminação inadequada, uso de instrumentos ou ferramentas defeituosas. Fatores pessoais e fatores de trabalho inadequados. Fatores Pessoais: • Capacidade física ou mental inadequada; •Tensão física ou mental; • Falta de conhecimento ou habilidade; • Motivação inadequada; Fatores do Trabalho inadequadas: • Supervisão inadequada • Engenharia ou manutenção inadequada; • Materiais inadequados • Procedimentos de trabalho inadequados. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster Existem outros fatores que podem ser comparados ao acidente de trabalho. O artigo 141 do Decreto 611/92 estabelece: Equiparam-se ao acidente de trabalho o acidente sofrido pelo empregado no local e no horário de trabalho, em conseqüência de: • Ato de sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiros, inclusive companheiro de trabalho; • Ofensa física intencional inclusive de terceiros, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; • Ato de imprudência, de negligencia ou de imperícia de terceiro, inclusive companheiro de trabalho; • Ato de pessoa privada do uso da razão; • Desabamento, inundação ou incêndio; • Outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior. ° Nos períodos destinados à refeição ou descanso no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado a serviço da empresa. Também é considerado acidente do trabalho o acidente sofrido pelo empregado fora do local e horário de trabalho: • Na execução de ordens ou realização de serviços sob a autoridade da instituição empregadora. • Na prestação espontânea de qualquer serviço, para evitar prejuízo ou proporcionando proveito à instituição empregadora; • Em viagem a serviço da empregadora seja qual for o meio de locomoção utilizado, inclusive veiculo de propriedade de empregados; • No percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela. Equipara-se ao acidente de trabalho para fins desta lei o acidente que, ligado ao trabalho, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte ou perda ou redução da capacidade para o trabalho. Atualizada 09/12/2009 Gestão de Pessoas Apostila V 5. Plano de carreira e formas de remuneração. 5.1 Conceito de plano de carreira Um Plano de carreira define as várias carreiras disponíveis para os cargos de uma organização, bem como os critérios de ascensão, tanto horizontal (mérito) como vertical (promoção). Categoria funcional: Conjunto de cargos ou empregos de mesma denominação. Nível: Posição dentro da categoria funcional, ou de uma de suas classes, que permite identificar a situação do ocupante na estrutura hierárquica e de remuneração da organização. 5.1.1 Abrangência de um plano de carreira Identificação dos cargos; Levantamento das atribuições; Descrição de cargos; Análise do cargo; Titulação; Agrupamento; Avaliação e Classificação. 5.2 Plano de Carreira no Serviço Público Em 1970 foi criado o plano de cargos em vigor no serviço público brasileiro. O servidor público pode progredir em sua carreira, de três formas: • Progressão horizontal: Significa ganhar referências dentro do mesmo nível, dentro da mesma classe, em uma categoria funcional. • Progressão vertical: Significa, dentro da mesma categoria funcional, passar de um nível ou classe para níveis superiores. • Ascensão funcional: Significa concorrer com outros servidores de uma mesma instituição a uma vaga, passando de um cargo de nível inferior par um de nível superior, desde que preenchidos os requisitos para a investidura no cargo. 5.3 Administração de cargos e salários Conceitos básicos Conceito de Cargo: É o Conjunto de tarefas atribuídas às pessoas. Compõe um conjunto de funções. Conceito de Função: É o conjunto de atividades que cada indivíduo executa na organização. É singular, isto é, existe uma para cada pessoa Conceito de descrição de Cargo: Processo através do qual se determinam, mediante observação e estudo, os elementos componentes de um trabalho específico, a responsabilidade, capacidade, requisitos físicos e mentais, esforços, riscos e as condições ambientais nas quais ele se desenvolve. Conceito de pesquisa salarial: Consiste no levantamento de dados no mercado, referente aos cargos da empresa. Conceito de Salário-base: É o valor fixo que um assalariado recebe com regularidade na forma de salário mensal ou em forma de retribuição por horas trabalhadas. Conceito de Incentivos e Benefícios Salariais: Programas destinados a recompensar assalariados com alto nível de desempenho; ¾ São vinculados a desempenho e resultados. ¾ Os incentivos podem ocorrer na forma de prêmios, méritos, participação em lucros e outros mais específicos. Conceito de retribuições indiretas: Benefícios concedidos ao assalariado por razões econômicas, fiscais ou motivacionais. As indenizações são: ajuda de custo, diárias e transporte. As gratificações são: retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento e gratificação natalina. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster Vantagens sociais: Vale-transporte, vale-refeição e assistência médica gratuita. Vantagens pecuniárias: Decurso de tempo (dois ou cinco anos), insalubridade, ter dependentes. Atribuições: Conjunto de atividades necessárias à execução de determinado serviço. Categoria funcional: Conjunto de cargos ou empregos de mesma denominação. . Gestão de Pessoas Apostila VI 6. Gestão de desempenho Conceito. Gestão de Desempenho abrange as ações voltadas para a orientação e direcionamento de pessoas levando-as a alcançar objetivos organizacionais, profissionais e pessoais As principais ações são: Fixação de objetivos claros, factíveis, estimulantes; Estabelecimento de um sistema de recompensas ligado ao desempenho e produtividade; Dotar a organização de estruturas mais simples e de pessoas competentes. 6.1 Conceitos de Avaliação de Desempenho Avaliação de desempenho é a apreciação frequente e organizada do desempenho de cada pessoa em relação às atividades desempenhadas, aos meios e resultados a serem alcançados e ao seu potencial de desenvolvimento (Chiavenato). A avaliação é um processo que busca determinar os objetivos alcançados, fazendo uma comparação entre os dados de desempenho e os objetivos previamente estabelecidos. A avaliação de desempenho: “é um método que visa estabelecer um contrato com os funcionários referente aos resultados desejados pela organização, acompanhar os desafios propostos, corrigindo os rumos (quando necessário) e avaliar os resultados conseguidos.” (PONTES, 1999) A finalidade principal da avaliação de desempenho é “medir o grau de contribuição de cada empregado para a consecução dos objetivos da empresa, procurando, a partir daí, melhorar os seus resultados” (LOBOS, 1979; A avaliação de desempenho envolve: ¾ Resultados alcançados tendo como referência os padrões de desempenho definidos antecipadamente, tais como: qualidade, prazo, quantidade, custo e contribuições à evolução da empresa; ¾ Comportamentos relacionados à presteza, estilo de liderança e ausências ao trabalho. ¾ Traços - ter uma “boa atitude”, ser “confiável”, ser “cooperativo”, possuir “uma riqueza de experiência”. Esses traços, apesar de não estarem correlacionados diretamente com resultados alcançados, são utilizados como fatores avaliativos. WERTHER & DAVIS, 1983; LUCENA 1995; PONTES, 1996 in KILIMNIK, 1998). • • • • Atualizada 09/12/2009 6.2 Finalidades da avaliação de desempenho Avalia-se desempenhos para: Saber se os objetivos organizacionais estão sendo alcançados, a partir da comparação entre o que é esperado e o que de fato foi realizado pelas pessoas em suas funções; Garantir que os desempenhos individuais e das equipes produzam os resultados esperados, assegurando o alinhamento entre os objetivos estratégicos da organização e o resultado individual e coletivo; Conhecer as contribuições das pessoas, verificando como elas têm desempenhado suas funções; Promover o desenvolvimento das competências necessárias: A partir do desempenho efetivo das pessoas, pode-se identificar as necessidades de desenvolvimento das competências, para promover o desempenho adequado. O desempenho diz respeito à atuação do empregado em face de um cargo ou posição que ele ocupa na organização, tendo em vista as responsabilidades, Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster Gestão de Pessoas Apostila atividades/tarefas e desafios que lhe foram atribuídos para produzir os resultados que dele se espera. Dessa forma, na hora de avaliar o desempenho, cada empresa deverá considerar os seguintes fatores: Avaliador apresenta postura de complacência (extrema tolerância com desempenho ou atitudes abaixo do esperado) ou rigor (nenhuma tolerância com desempenho ou atitudes abaixo do esperado); 1. Definição do que é esperado: Preconceito pessoal O avaliador já formou ideia de desempenho ou características pessoais do avaliado, influenciado por outras pessoas ou situações que excluem a convivência direta com o avaliado. A avaliação pode ser distorcida pelo julgamento pré-concebido; Para que possa ser feita a comparação com o desempenho real, é necessário ter bem definido qual resultado se espera como referência da avaliação. Efeito recenticidade 2. Qualificação do ocupante do cargo: Conhecer o nível de qualificação dos ocupantes dos cargos é adequado para o alcance do desempenho esperado. 3. Características individuais O avaliado leva em consideração apenas os aspectos mais recentes do desempenho do avaliado. Pode não considerar aspectos positivos ou negativos que tenham ocorrido em época mais distante da avaliação. São os atributos necessários para assegurar o desempenho das pessoas frente ao o que se espera delas; 4. Cultura organizacional 6.5 Como reduzir os erros nas avaliações de desempenho O principal mecanismo utilizado pelas organizações para minimizar essas distorções é o treinamento dos avaliadores e avaliados para conscientizá-los sobre os riscos, visando maior qualidade do processo de avaliação. Outra forma de minimizar distorções é a aplicação do modelo 360 graus que é a utilização de fontes múltiplas de avaliação que podem oferecer feedback mais preciso sobre o desempenho e as competências de uma pessoa. Essa forma de aplicar a avaliação, independentemente do método utilizado, consiste em envolver no processo de avaliação o maior número possível de avaliadores que mantêm algum tipo de interação profissional com o avaliado. Veja o esquema da avaliação via 360 graus: Necessidade de identificar os principais fatores da cultura de cada empresa, favoráveis ou desfavoráveis ao processo de avaliação de desempenho como forma de potencializar a boa aplicação da ferramenta; 5. Estilo gerencial Identificar as principais características do estilo dos gerentes que influenciam a forma de avaliar o desempenho; 6. Ambientes (interno/externo) Identificar fatores do ambiente interno e externo que podem influenciar o processo de avaliação de desempenho. 6.3 Metodologias de avaliação de desempenho Para avaliar o desempenho utilizam-se duas metodologias: 1. Métodos focados em características individuais: O modo de ser, conduta profissional, aptidões, nível intelectual, iniciativa, responsabilidade, capacidade de trabalho, de relacionamento, de liderança. 2. Avaliar os resultados alcançados: Avalia a contribuição relativa do indivíduo para o desempenho global da organização. 6.4 Distorções de um processo de avaliação de desempenho: Efeito halo O avaliador generaliza um aspecto positivo ou negativo do comportamento do avaliado: A partir de apenas uma característica se cria a expectativa que suas demais características são semelhantes ao aspecto avaliado inicialmente. Tendência central O avaliador evita posicionar sua avaliação de forma negativa ou positiva. Prefere optar pelas alternativas que classificam o desempenho como mediano, evitando assim maiores conflitos no processo de avaliação; Complacência e rigor Atualizada 09/12/2009 6.6 vantagens da avaliação 360 graus: Credibilidade apoiada em diferentes opiniões, pois o resultado final se apoia em visões múltiplas que confirmam determinado julgamento. • Maior probabilidade de imparcialidade, pois é desenvolvida com informações vindas de diferentes lados; • Confronto de várias avaliações com a auto-avaliação, enriquecendo o feedback para o avaliado e aumentando a possibilidade de confrontação dos fatores positivos e negativos. A aplicação dessa forma de avaliação é mais trabalhosa, porque pode envolver grande número de avaliadores, aumentando a complexidade da condução e o tempo gasto para a operacionalização. Além disso, o desconforto para o avaliado por ser • Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster analisado nas diferentes visões pode gerar “arranjos informais”, que comprometem a qualidade da avaliação. Em síntese, para que o processo de avaliação seja efetivo na empresa, os responsáveis por sua condução devem zelar para que alguns princípios básicos sejam assegurados de forma a minimizar distorções que possam comprometer o resultado esperado. 6.7 Feedback Feedback é o processo de devolução de uma avaliação. Ao proceder a avaliação o avaliador devolve ao avaliado a sua visão sobre a avaliação. Assim pode-se dizer que a boa avaliação é aquela que se faz em mão dupla: vai e vem! O feedback é muito importante porque leva o avaliado a refletir sobre sua atuação na organização e na vida como um todo. Muitos gerentes têm dificuldades em avaliar seus funcionários por três motivos. Primeiro: alguns gerentes não se sentem à vontade para discutir deficiências de desempenho com os funcionários. Segundo: muitos funcionários tendem a ficar na defensiva quando suas deficiências são apontadas. Terceiro: os funcionários tendem a fazer uma imagem melhor de seu próprio desempenho. A solução é treinar os gerentes para que realizem sessões de feedback construtivo: saber comunicar o retorno de situações percebidas de forma que os funcionários entendam os resultados e procurem melhorar seu desempenho. 6.7.1 Feedback (como fazer) 1- Deve ser específico e focar comportamentos que podem ser modificados. 2- Deve descrever a situação e não criticar ou julgar o receptor. 3- Deve levar em consideração as necessidades do avaliado. 4- Deve assegurar uma comunicação clara e direta; 5- Deve ser realizado em local adequado. 6- Assegurar ao receptor a oportunidade de falar, ouça. 7- Assegurar de que o receptor compreendeu sua mensagem de acordo com o significado que você pretendeu dar a ele. Gestão de Pessoas Apostila O ser humano, por ser gregário, necessita de participação em grupos sociais, seja para atender a necessidades de aprovação, status ou ajuda, que não possam ser satisfeitas individualmente, seja para definir padrões de identificação. No ambiente profissional as vantagens são: trabalho cooperativo. Apoio da equipe para crises pessoais. Idéias compartilhadas. União em situações de ameaça profissional. Apoio para destaque profissional de seus integrantes. Clima de companheirismo e bom humor. 6.8.3 Tipos de equipes Solucionadoras de problemas: Tem foco na busca de soluções e buscam autonomia para implantação. Autogerenciadas: Equipes com capacidade de assumir sua própria supervisão: atuam em ações de planejamento e escalonamento do trabalho, tomada de decisão, seleção dos membros, etc.. Equipes com funcionalidade cruzada: Profissionais de nível hierárquico equivalente, porém de áreas de trabalho diferentes que se juntam para realizar uma tarefa. 6.8.4 Facilidades do trabalho em equipes. Ter “múltiplos olhares”. Maior abertura a idéias. Mais criatividade. Maior flexibilidade 6.8.5 Dificuldades do trabalho em equipes Características culturas de seus integrantes. Resistências individuais. Desvantagens da diversidade. Ambiguidade. Complexidade. Confusão. Dificuldades de comunicação. Dificuldades de acordo. 6.8.6 Papéis-chave em equipes Conector - Coordena, integra. Conselheiro – Orienta, aconselha, instrui. Mantenedor - Capta recursos para a equipe. Garante a sua sobrevivência. Controlador – Estabelece, cria, divulga e cobra regras e regulamentos. Organizador – Estrutura, organiza. Assessor – Apóia, propõe caminhos. Inovador. – Inova, cria, propõe novas alternativas. 6.7.2 Feedback (como receber). • Ser especifico na descrição do comportamento sobre o qual se deseja feedback. • Tentar não agir defensivamente ou racionalizar o comportamento em questão. • Compartilhar a opinião e sentimentos sobre o feedback. • Registrar o feedback e refletir sobre o seu conteúdo. • Entender o que a pessoa está transmitindo, o que a levou a ter a percepção ou sentimentos sobre seu comportamento. • Decidir se deve ou não mudar. 6.8 Elementos que favorecem desempenho de equipes. 6.8.1 Conceito de equipe Equipe é um tipo de grupo no qual o esforço coletivo resulta em um nível de desempenho mais elevado do que a soma das participações individuais. 6.8.2 Vantagens do trabalho em equipe Atualizada 09/12/2009 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster VII 7. Gestão por competências 7.1 Conceito de competência Competência é um agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes que afeta parte considerável da atividade de alguém, que se relaciona com seu desempenho, que pode ser medido segundo padrões pré-estabelecidos, e que podem ser melhorados por meio de treinamento e desenvolvimento. C = conhecimentos = saber = o que sabemos, mas não necessariamente colocamos em prática. H = habilidades = saber fazer = o que praticamos, temos experiência e domínio sobre uma determinada especialidade profissional ou social. A = atitudes = querer fazer = as características pessoais, que nos levam a praticar, ou não, o que conhecemos e sabemos. 7.2 Abrangência da Gestão por competências Ao colocarmos organização e pessoas lado a lado, podemos verificar um processo contínuo de troca de competências. A organização transfere seu patrimônio de conhecimentos para as pessoas, enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar novas situações profissionais e pessoais, quer na organização, quer fora dela. As pessoas, ao desenvolverem sua capacidade individual, transferem para a organização seu aprendizado, capacitando a organização para enfrentar novos desafios. Esse processo, que é natural em qualquer comunidade, pode ser gerenciado e potencializado com efeitos benéficos para a organização e para as pessoas. Os trabalhadores da atualidade precisam possuir uma visão de cultura sistêmica, pois, em um mercado caracterizado por objetivos incertos e não definidos, a novidade é valorizada e o trabalho requer flexibilidade, análise coletiva, convivência com as tecnologias da informação e rodadas de negociação. A gestão do capital intelectual das pessoas passa a ser um diferencial para o sucesso organizacional. Os novos paradigmas são: • Organizações enxutas e flexíveis; (menos hierarquizadas). • Era do conhecimento; (a qualificação passa a ser mental). • Rápida obsolescência do conhecimento: (Necessidade de aprendizado contínuo). • Condição de Empregabilidade: Os empregadores oferecem aprendizagem e desenvolvimento de habilidades no lugar de estabilidade. • A educação é global e permanente e ocorre por meio de um processo contínuo de aprendizagem, desenvolvendo os conhecimentos e as habilidades que trazem vantagem competitiva aos negócios. A educação corporativa trabalha a favor dessas mudanças. As organizações e as pessoas demonstram uma troca contínua de experiências. A área de gestão de pessoas deve oferecer ferramentas que permitam à pessoa desenvolver-se por si mesma, para entregar o que lhe é solicitado, pela organização ou pelo ambiente profissional. A Gestão por Competências surgiu para responder a essas questões particulares do cenário empresarial. Seu foco principal está orientado para o desenvolvimento de competências e novos conhecimentos, fontes por excelência para a conquista de vantagem competitiva sustentável. Atualizada 09/12/2009 Gestão de Pessoas Apostila O modelo pressupõe que a posse de recursos raros, valiosos e de difícil imitação confere à organização vantagem competitiva. Tais recursos, por sua vez, são representados, sobretudo pelos conhecimentos e pelas competências das pessoas que trabalham na organização. Pode-se, então, definir a gestão por competências como uma metodologia de orientação empresarial para o mercado e para o cliente, voltada para o desenvolvimento sistemático das competências profissionais das equipes e dos funcionários. A proposta da Gestão por Competências é compreender quais são as competências organizacionais críticas para o sucesso empresarial, desdobrá-las em termos de competências profissionais e desenvolvê-las junto ao quadro de funcionários internos. 7.3 Tipos de competências • Competências organizacionais: São as competências necessárias para que a organização e as equipes de trabalho realizem seus objetivos • Competências profissionais: São as competências necessárias para o exercício de cada cargo, função ou profissão • Competências pessoais: São as competências que os funcionários detêm 7.4 Gestão por competências – mapeamento e avaliação. O registro da competência torna-se mais útil e preciso quanto mais ele se aproxima do foco do trabalho, do negócio e dos resultados desejados pela organização. São consideradas dimensões de mensuração das competências profissionais: • Conhecimentos em torno da profissão (certificados e não certificados). • Experiências Profissionais (comprovadas). • Habilidades básicas, gerenciais e técnicas (atestadas por avaliação laboral) Um sistema de avaliação objetivo da competência busca conhecer o que o funcionário domina sobre conhecimentos e habilidades que estão correlacionados aos negócios e atividades da empresa ou de um projeto. Esse sistema de avaliação exige um mapeamento que cataloga conhecimentos, experiências e habilidades dos funcionários, determinantes para a competente realização dos trabalhos. Inclui os conhecimentos auto-adquiridos, fruto de autodesenvolvimento, registrados em escala pré-definida pela empresa (conhecimento básico, intermediário ou avançado, por exemplo). E os conhecimentos adquiridos em eventos oficiais e certificados, tais como treinamentos empresariais, cursos de formação, certificações de idiomas e outras certificações de conhecimentos existentes no mercado. Com essas informações podem-se definir áreas críticas em que a organização deva incentivar a capacitação e o desenvolvimento, ou mesmo estruturar planos de transferência de conhecimentos entre funcionários e equipes. Experiências Profissionais – Esta dimensão tem por finalidade registrar a experiência e a trajetória profissional do funcionário. Índice de profundidade nos cargos ocupados (aprofundamento vertical na profissão) Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster Índice de visão sistêmica (horizontalidade na atuação profissional) Índice de senioridade (tempo de exercício na função/cargo) Tipos de competências exercidas nas profissões/cargos. Habilidades dos funcionários - Esta dimensão preocupa-se em conhecer as habilidades fundamentadoras dos processos da organização. Trata-se da mais importante informação sobre a competência do funcionário no processo de trabalho. É a partir desta informação que a empresa passa, de um lado, a conhecer o quanto os funcionários dominam as habilidades críticas para o sucesso dos projetos e do negócio, e de outro, a acompanhar o seu desenvolvimento e a sua transferência entre funcionários e equipes. As habilidades dos funcionários podem ser divididas em três dimensões: a) Habilidades básicas – são habilidades vinculadas aos valores maiores da organização, negócio ou projeto, que a empresa espera que estejam presentes nas atitudes e no comportamento cotidiano de todos os funcionários. b) Habilidades gerenciais – valores, atitudes e comportamentos desejados do segmento gerencial da organização. c) Habilidades técnicas ou específicas – habilidades diretamente vinculadas aos processos de trabalho Produção - o quarto banco de dados diz respeito à produção do funcionário. Este banco de dados é quantitativo e reúne as informações referentes ao desempenho alcançado pelas equipes de trabalho e funcionários, frutos de um acordo de trabalho e metas previamente estabelecido. Indicadores que este banco de dados pode oferecer: Índice de produção individual e por equipe Índice de produtividade individual e por equipe 8 comunicação organizacional, 8.1 Conceito e importância Comunicação é o processo de transmissão de informações e do retorno (feedback) de uma ou mais pessoas. A comunicação realiza uma ponte de significados entre duas ou mais pessoas. Comunicar não é somente transmitir uma mensagem. É principalmente fazer a mensagem ser compreendida pela outra pessoa. 8.2. Processo de comunicação Para que a comunicação se estabeleça é preciso haver um propósito, um objetivo. O resultado de um processo de comunicação é a transferência de um significado ou conceito, de uma pessoa para outra. Para dirigir, o administrador precisa dar ordens ou instruções. A ordem se refere ao que fazer e quando, enquanto a instrução se refere ao como fazer alguma tarefa ou atividade. Enquanto a ordem é um imperativo de fazer algo, a instrução é uma orientação sobre a maneira de fazer algo. 8.2.1. Componentes de um processo de comunicação Fonte: É o local de origem da transmissão de uma mensagem. Atualizada 09/12/2009 Gestão de Pessoas Apostila Mensagem: É o conteúdo da informação. A mensagem tem um caminho, um fluxo que vai da fonte, ou do emissor, para o receptor. A mensagem pode ser a verbalização, a escrita, um desenho, uma música ou um gesto. Codificação: para a mensagem ser transmitida precisa ser codificada, o que quer dizer que seus símbolos devem ser traduzidos de uma forma que possa ser entendido, através do meio ou canal. Canal: é o meio, ou o veículo através do qual a mensagem é passada ao receptor. Quem escolhe o canal é o emissor da mensagem. Exemplo de canais: um documento escrito; um meio eletrônico como o celular, a linguagem de sinais para conversarmos com pessoas surdas. É necessário que o receptor e o emissor dominem o uso do canal escolhido para a transmissão da informação. Decodificação: para a mensagem ser recebida e entendida é necessário que seus símbolos sejam traduzidos pelo receptor. Esta tradução se faz no nível mental; forma-se uma idéia na mente do receptor a partir da mensagem recebida. As habilidades de receber as informações devem ser correlatas entre o emissor e o receptor, (quem fala deve se comunicar com quem escuta). A cultura, as vivências pessoais e os conhecimentos influenciam a emissão e recepção das mensagens. Feedback: é o processo de devolução da mensagem. Ao receber a mensagem o receptor a decodifica e devolve ao emissor uma nova mensagem. Assim pode-se dizer que a boa comunicação é aquela que se faz em mão dupla: vai e vem! Para isso é necessário que sejam superadas as barreiras organizacionais da comunicação, procurando identificar e compreende-las, no sentido de minimizálas. As organizações devem buscar uma comunicação clara e legítima em que haja compreensão e respeito pelas diferenças, desenvolvendo assim uma melhoria nos relacionamentos. Uma comunicação mais efetiva auxilia na resolução de problemas e na tomada de decisões nas organizações. Comunicação informal: É a comunicação desenvolvida espontaneamente através da estrutura informal das instituições e fora dos canais de comunicação estabelecidos pelo organograma da empresa. 8.3 Interferências na comunicação Quando a comunicação não se estabelece, ou se estabelece de forma incompleta ou ainda não se realiza entre pessoas que estão juntas, ou entre grupos, dizemos que há filtragens, bloqueios e ruídos na comunicação. 8.3.1. Filtragem Ocorre quando, no percurso entre o emissor e o receptor, parte da mensagem é suprimida. Isso pode ocorrer por ação de terceiros ou do próprio receptor que desconsidera ou não valoriza trechos da mensagem. 8.3.2 Bloqueio O bloqueio acontece quando a mensagem não é captada e a comunicação interrompida. Qualquer que seja a duração de um bloqueio de comunicação, ele distorce as percepções pessoas e, em conseqüência, altera atitudes e comportamentos. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster 8.3.3 Ruído Denomina-se ruído à mensagem quando ela é distorcida ou mal interpretada. Os bloqueios, as filtragens e os ruídos provocam ressentimentos, conflitos e inimizades. Um problema básico em comunicação é que o significado que se capta de uma mensagem pode não ser exatamente aquele que o emissor quis transmitir. Nossos valores tendem a formatar o que vemos e ouvimos, a enaltecer algumas pessoas e a diminuir outras. As mensagens que não desejamos aceitar são reprimidas. Outras são aplicadas, engrandecidas e comentadas. Outra situação é que “ignoramos as comunicações que entram em conflito com o que já conhecemos’”. 8.4 Itens que interferem na comunicação decorrente do emissor • - Falta de clareza de idéias. • - Comunicação múltipla. • - Problemas de codificação. • - Bloqueio emocional. • - Suposição errada acerca do receptor. 8.5 Itens que interferem na comunicação decorrente do receptor • Existência de audição seletiva. • Desinteresse. • Avaliação prematura. • Preocupação com a resposta. • Reação ao emissor, preconceitos e estereótipos. • Comportamento defensivo. 8.6 Níveis da comunicação • Intrapessoal • Interpessoal • Corporativo Os três níveis influenciam-se entre si porque comunicação é um processo contínuo de realimentação. A comunicação intrapessoal é o diálogo único, pessoal e intransferível que travamos conosco. A comunicação intrapessoal reflete e alimenta nossas crenças, cultura, valores, hábitos, virtudes, defeitos e outros condicionamentos responsáveis pela nossa dificuldade em mudar muitas coisas que gostaríamos de mudar em nossas vidas; se a comunicação intrapessoal não abre espaço para estas mudanças, elas não ocorrem! Um bom comunicador deve ter discernimento e controle sobre a sua comunicação intrapessoal consciente. Caso contrário, pensamentos, ordens, e condicionamentos estarão atuando à nossa revelia e nós nem estaremos nos dando conta deles. A comunicação interpessoal é um complexo sistema onde interagem duas ou mais comunicações intrapessoais com exteriorizações pelos canais verbais e não verbais no nível interpessoal. A comunicação corporativa reflete as comunicações intrapessoais e interpessoais no ambiente profissional onde, na maioria das vezes, a tônica é o estresse e a pressão. Vivemos em uma época em que a comunicação interpessoal é considerada uma competência básica para um profissional alcançar sucesso. Atualizada 09/12/2009 Gestão de Pessoas Apostila VIII 9. Liderança em Administração Liderança em administração compreende os processos interpessoais, pelos quais diretores e gerentes buscam influenciar pessoas para que elas realizem atividades visando atingir objetivos estabelecidos. Ter liderança quer dizer estabelecer um curso de ação e alinhar (organizar e persuadir) pessoas. O líder eficaz leva as pessoas a desejarem se alinhar (Hay-McBer, apud TANURE, 2007). Para influenciar o comportamento dos colaboradores de forma eficaz é preciso: Competência. Atualização. Capacidade para tomar decisões. Habilidade para convencer seus colaboradores de que as suas decisões são as mais apropriadas. 9.1 Habilidades de um líder Para ter sucesso o líder precisa investir continuamente na melhoria das seguintes habilidades: 9 Habilidade cognitiva - conhecimentos especializados, técnicas, normas, procedimentos expressos na sua capacitação profissional; 9 Habilidade humana - condições para um perfeito relacionamento interpessoal e intergrupal. 9 Habilidade organizacional e estratégica compreensão da instituição onde atua, sua estrutura organizacional, filosofia, missão e visão. 9.2 Estilos de Liderança A maneira como o líder se comporta para Influenciar seus subordinados define seu estilo de liderança. Estilos mais comuns: Autocrático Democrático Liberal Situacional. 9.2.1 Liderança Autocrática O líder fixa diretrizes sem qualquer participação do grupo. O líder determina as técnicas para a execução das tarefas, à medida que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo. O líder é dominador e é pessoal nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro da equipe. 9.2.2 Liderança Liberal Há liberdade para as decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder. Tanto a divisão das tarefas como a escolha dos companheiros fica totalmente a cargo do grupo. O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de regular o curso dos acontecimentos. Só faz comentários sobre as atividades dos membros do grupo quando perguntado. 9.2.3 Liderança Democrática As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo. O próprio grupo estabelece as providências e as técnicas para atingir o alvo solicitando aconselhamento técnico ao líder quando necessário. A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro tem liberdade de escolher os seus companheiros de trabalho. O líder procura ser um membro normal do grupo, sem encarregar-se muito de tarefas. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster 9.2.4 Liderança Situacional Os líderes de sucesso não utilizam um único estilo. Eles praticam uma liderança situacional, adaptando o seu estilo a cada situação em particular, principalmente às características culturais de cada grupo. 9.2.5 Qual estilo é o mais eficaz? A eficácia do estilo de liderança é avaliada pelo efeito sobre o desempenho da tarefa e sobre a satisfação do liderado. Se o liderado mostrar-se satisfeito e, ao mesmo tempo, apresentar desempenho satisfatório, o estilo utilizado é eficaz. 9.2.6 Bases Motivacionais da Liderança Sob o enfoque motivacional um líder pode ser: • Carismático • Transacional. 9.2.7 Liderança carismática ou transformadora • Lider inspirador. • Lider transformador. • Lider revolucionário. • Agente de mudanças. • Líder renovador. O liderado busca: • Satisfação e oportunidade de crescimento pessoal. • Satisfação por integrar uma equipe de prestígio. 9.2.8 Liderança transacional • Líder negociador. • Liderança fundamentada na promessa de recompensas. • Liderança manipulativa. O liderado busca: • Promoções na carreira. Aumentos salariais. Prêmios por desempenho. Patrocínio de programas de treinamento. 9.2.9 Habilidades do líder Para ter sucesso o líder precisa investir continuamente na melhoria das seguintes habilidades: Habilidade cognitiva - conhecimentos especializados, técnicas, normas, procedimentos expressos na sua capacitação profissional; Habilidade humana - condições para um perfeito relacionamento interpessoal e intergrupal. Habilidade organizacional e estratégica - compreensão da instituição onde atua, sua estrutura organizacional, filosofia, missão e visão. 9.3 Fatores-chave do desenvolvimento de equipes COMPROMISSO Os membros de equipe se vêem como parte de uma equipe e não como indivíduos que trabalham de maneira autônoma. Acima e além de seus objetivos pessoais está o compromisso com os objetivos do grupo. CONFIANÇA Existe uma confiança mútua entre os membros de equipe no sentido de honrarem seus compromissos, trocarem confidências, apoiarem uns aos outros, e geralmente se comportarem de modo coerente e supostamente aceitável. PROPÓSITO A equipe tem consciência de como se encaixa no cenário geral de negócios da empresa. Os membros de equipe conhecem seus papéis, têm um sentido de propriedade e conseguem ver como se distinguem. Atualizada 09/12/2009 Gestão de Pessoas Apostila COMUNICAÇÃO A comunicação se refere ao estilo e ao grau de interação entre os membros e entre membros e aqueles que estão fora da equipe. Refere-se também à maneira como os membros lidam com o conflito, a tomada de decisões e as interações cotidianas. ENVOLVIMENTO Todos têm um papel na equipe. Apesar das diferenças, os membros de equipe devem ter um sentido de parceira mútua. As contribuições são respeitadas e solicitadas, e é estabelecido um verdadeiro consenso antes do engajamento da equipe em uma ação. ORIENTAÇÃO DO PROCESSO Uma vez que a equipe tenha um propósito definido (por que está junta e para onde está indo), ela deverá ter um processo ou meio para chegar lá. O processo deve incluir ferramentas para solução de problemas, técnicas de planejamento, reuniões regulares, agendas e atas de reuniões e formas aceitáveis de lidar com os problemas. Finalmente, quanto à liderança prevêem-se mudanças no atual quadro de comando centralizado e controle vertical, no qual o chefe é a autoridade suprema que decide de forma independente e se dedica aos jogos de poder, cultivando imagem distante e desvinculada de seu pessoal. Tal figura será substituída por colaboradores tidos como agregadores de valor e como elementos centrais para o contínuo processo de inovação na organização empresarial. O desenvolvimento das pessoas passará a ser questão central do novo líder, que deve estimular a participação e a criatividade dos empregados no processo decisório. O novo líder surge como visionário, integrador, agente de mudanças, motivador, facilitador, comunicador, capacitador e desenvolvedor de pessoal, além de guardião dos valores centrais da organização. Questões de concursos. 1. Dos estudos sobre liderança, assinale a opção correta. a) Os diferentes níveis de capacidade e interesse dos funcionários para fazer trabalhos com qualidade são um exemplo de situação de aplicação da liderança situacional. b) Poder é a habilidade de influenciar outras pessoas. A respeito das fontes de poder, é correto afirmar que poder de referência resulta do direito ou autoridade sobre os subordinados. c) Liderança não pode ser imposta pela organização, pois se trata de um atributo que depende apenas das características do líder. d) O estilo de liderança liberal, por suas características, pode ser corretamente empregado em qualquer situação na organização. 2. A liderança é um processo social complexo, não apenas um atributo da pessoa. Neste processo, interagem variáveis ou componentes que caracterizam a liderança. São consideradas variáveis do processo de liderança, EXCETO: a) A tarefa ou missão. b) A conjuntura ou contexto dentro do qual ocorre a relação entre o líder e os liderados. c) O líder propriamente dito. d) As motivações dos liderados. e) A imposição rígida de normas e regras a serem cumpridas, inibindo o processo de interação entre as pessoas e a comunicação interpessoal. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster 3. Escolha a opção que corretamente se refere à liderança. a) Todo contato pessoal e por escrito realizado de forma unilateral. b) Conjunto de razões internas que estimulam um comportamento específico. c) Esforço ou ação do indivíduo que influencia seu desempenho. d) Conhecimentos comportamentais presentes na função gerencial. e) Capacidade de influenciar o comportamento das pessoas. GABARITO 1. Letra C; 2. Letra E; 3. Letra E. 10. Educação corporativa. O papel das organizações no aprendizado de seus funcionários amplia-se continuamente. A educação corporativa foca o desenvolvimento do quadro de pessoas visando ampliar continuamente os resultados empresariais. É um modelo diferente do treinamento tradicional – feito para transmitir conhecimentos específicos em temas que uma pessoa apresenta deficiências – por trazer uma visão mais ampla e de longo prazo. A educação corporativa é estimulada por um ambiente inquieto, curioso e revolucionário, provocado por fatores externos – globalização, desenvolvimento tecnológico, competitividade, mudanças rápidas e descontínuas – que causam impactos na administração das organizações. Trata-se de incentivar a aprendizagem contínua para desenvolver atitudes, formas de pensamentos e hábitos, competências e uma visão de negócio, que possam dotar as pessoas de mentes que aperfeiçoem seu trabalho. As empresas que buscam a educação corporativa criaram suas universidades próprias: as universidades corporativas. Seu objetivo é treinar profissionais, de forma contínua e superar as deficiências de formação prática e específica de seus profissionais A criação de uma cultura de aprendizagem nas organizações é fundamental para dar respostas a um ambiente exigente, complexo e dinâmico. A existência dessa cultura depende dos vínculos estabelecidos entre as pessoas e a organização. As culturas centradas no comprometimento mútuo, entre pessoas e organização, na gestão participativa e na busca de renovação contínua terão mais chances de sucesso por estarem alinhadas com os valores que vêm sendo consolidados em nossa sociedade. Para SENGE (1990), o processo de aprendizagem na organização ocorre quando se oferece condições concretas para que as pessoas aprendam a criar sua própria realidade, auxiliando-as a compreender o contexto em que vivem e a com ele interagir por elas próprias. Gestão de Pessoas Apostila 11.2 operacionalização e rotinas. 11.2.1 Processos de treinamento O treinamento é um processo cíclico e continuo composto de quatro etapas: 1. Diagnóstico: É o levantamento das necessidades de treinamento a serem satisfeitas. Essas necessidades podem ser passadas, presentes ou futuras. 2. Desenho: É a elaboração do programa de treinamento para atender às necessidades diagnosticadas. 3. Implementação: é a aplicação e condução do programa de treinamento 4. Avaliação: é a verificação dos resultados do treinamento. 11.2.2 Finalidades do treinamento 11. Treinamento, Desenvolvimento e Educação: 11.1 conceitos e importância, Conceitualmente há uma diferença entre treinamento e desenvolvimento de pessoas. Embora seus métodos sejam similares, a sua perspectiva de tempo é diferente. O treinamento é orientado para o presente, focalizando o cargo atual e buscando melhorar as habilidades e capacidades relacionadas com o desempenho imediato do cargo. O desenvolvimento de pessoas é focalizado geralmente na organização e as novas habilidades e capacidades que serão requeridas. Ambos, treinamento e desenvolvimento, (T&D), constituem processos de aprendizagem. Atualizada 09/12/2009 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster IX 12. Benefícios e serviços. 12.1 Conceito de Benefícios. Benefícios são os ganhos além do salário, monetários ou não, concedidos pelas empresas aos seus funcionários. A remuneração de um funcionário é a soma de tudo o que é periodicamente pago por serviços prestados: salários, gratificações, adicionais (periculosidade, insalubridade, tempo de serviço, trabalho noturno, e horas extras) e todos os benefícios financeiros (prêmios por produtividade, participação nos resultados, opção de compras de ações entre outros). Além disso, existem os benefícios proporcionados pelo status, pelo reconhecimento, pelo conforto, nas condições de trabalho. 12.2 Tipos de benefícios 12.2.1 Encargos Sociais Encargos sociais são benefícios legais (obrigatórios) concedidos aos funcionários: décimo terceiro salário; férias remuneradas; abono de férias; repouso semanal remunerado; contribuição para a previdência oficial; para o SESI, SENAC, SENAI, SEBRAE, INCRA, salário família, maternidade e educação, seguro de acidentes do trabalho, vale-transporte, despesas rescisórias, entre outras. 12.2.2 Benefícios não obrigatórios Os benefícios não obrigatórios são concedidos por liberalidade da empresa, por acordo sindical ou para atrair os melhores funcionários do mercado. São eles: licença remunerada, seguros privados, plano de assistência médica, hospitalar e odontológica, alimentação, bolsas de estudo, aluguel de casa, empréstimos subsidiados, estacionamento, creches, e outros. 13. Comportamento organizacional Conceito e abrangência Comportamento organizacional é o estudo da dinâmica das organizações e como os grupos e indivíduos se comportam dentro delas (Chiavenato, 2002). 13.1 Clima organizacional O clima organizacional reflete o grau de satisfação do pessoal com o ambiente interno da empresa. O clima organizacional reflete a qualidade do ambiente de trabalho percebida pelas pessoas da empresa. Ele é fortemente influenciado pela cultura da empresa. Está vinculado à motivação, à lealdade, e a identificação com a empresa, à colaboração entre as pessoas, ao interesse no trabalho, à facilidade das comunicações internas, aos relacionamentos entre as pessoas, aos sentimentos e emoções, à integração da equipe e outras variáveis intervenientes, conforme define Likert. É possível criar um ambiente na organização no qual as pessoas trabalhem de forma eficaz num esforço comum, desenvolvam suas competências, realizem suas aspirações profissionais e atinjam reconhecimento apropriado e recompensas. Este ambiente tem as seguintes características: existe absoluta integridade e honestidade em tudo o que todos dizem e fazem; há comunicação ampla em toda a organização em todos os sentidos; os superiores estão realmente interessados em ouvir o ponto de vista dos outros, especialmente dos subordinados; existe um real interesse em trazer à tona os problemas e em resolvê-los; todos trabalham dedicadamente em equipes. Atualizada 09/12/2009 Gestão de Pessoas Apostila Se o clima organizacional é bom, as pessoas tendem a ser proativas, partilhar conhecimentos, confiar nos chefes, colegas e subordinados, procurar inovar, ter iniciativas e agir com forte sentimento de “pertencimento” ou “pertença”. Se o clima é ruim, tendem a fazer o mínimo indispensável para se manter no emprego, ou, às vezes, nem isso, agindo com descrença e revolta, aumentando a rotatividade e o absenteísmo. 13.2 Cultura organizacional, 13.2.1 Conceitos de cultura Cultura refere-se a um processo cumulativo no qual o ser humano aprende com seus semelhantes por meio de mecanismos como a comunicação, que é em si um processo cultural, constituindo-se em uma lente pela qual o ser humano vê o mundo. O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural. (LAROIA, 1986). Segundo Edgar H. Schein: Cultura é um padrão de pressupostos básicos inventados, descobertos ou desenvolvidos por um determinado grupo, à medida que esse grupo aprende a lidar com seus problemas de adaptação externa e integração interna, e que inclui o que funcionou bem o suficiente para ser considerado válido e ser ensinado a novos membros, como uma forma correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas. O autor indica que o ambiente funciona inicialmente como um condicionador na formação da cultura, mas que, à medida que ela se sedimenta, é a cultura que irá condicionar o que é percebido no ambiente. 13.2.2 Cultura organizacional nas empresas Uma das funções da cultura organizacional é filtrar o ambiente externo, provendo um foco sobre os itens relevantes e oferecendo soluções pré-definidas, de forma a controlar a ansiedade dos indivíduos no grupo quanto as ameaças exteriores. Para o autor, o individuo no contexto social tem três necessidades primárias básicas: (1) inclusão e identidade, (2) controle, poder e influência e (3) aceitação e intimidade. Schein indica ainda outros fatores para a formação de cultura no grupo, tais como: estilos de aproximação individuais e graus de conflito em torno de questões emocionais. O autor analisa ainda as questões de dinâmica social no grupo, tais como: trabalho e emotividade, crescimento do grupo em estágios de confrontação, e incidentes críticos e marcantes em comum. O autor faz uma análise então da teoria de liderança e os estilos de relacionamentos superior/subordinado, como fatores altamente condicionantes da formação da cultura. Schein analisa também a teoria do aprendizado e da resolução de problemas. O autor analisa ainda os tipos de ansiedade que são transferidos do grupo para o indivíduo. Dessa forma, ele busca concluir que a cultura é o produto do aprendizado do grupo em determinadas circunstâncias. O autor aponta uma série de mecanismos primários de formação e reforço cultural: (1) o que é medido pelos líderes e no que prestam a atenção, (2) a reação dos líderes em situações críticas, (3) modelagem deliberada de papéis, via treinamento e ensinamentos dos líderes, (4) critérios de atribuição de recompensas e status, (5) Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores BACEN - TÉCNICO Prof. Amilton Küster Gestão de Pessoas Apostila critérios de recrutamento, seleção, promoção e aposentadoria. Schein apresenta ainda mecanismos de reforço e articulação secundária: (1) estrutura organizacional, (2) sistemas e procedimentos organizacionais, (3) projeto do espaço físico e seu uso, (4) estórias, mitos, lendas e parábolas sobre determinados eventos ou pessoas, e (5) definições formais de credos e filosofia da organização. Schein parte do argumento de que a cultura irá influenciar em vários aspectos da organização: sua estratégia estrutura, processos, sistema de controle e recompensa, e ainda em sua rotina diária. Ao final, Schein indica que a questão da mudança cultural depende da idade da organização, o estágio em que está, seu ambiente, seu tamanho e complexidade, e a visão dos gerentes atuais sobre a situação Referências AMBONI, N.; ANDRADE, R. O. A. TGA Teoria Geral da Administração. São Paulo: M. Brooks do Brasil, 2006. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. DAVENPORT, Thomas O. Capital Humano. São Paulo: Nobel, 2001. FREITAS, M. E. Cultura organizacional. São Paulo: Thomson Pioneira, 2007. LACOMBE, Francisco J. M Recursos Humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2005. MAXIMIANO, A. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2004. Atualizada 09/12/2009 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores