MPU Amilton Küster 1 Conceitos, importância, relação com os outros sistemas de organização. 1.1 Visão atual da área. Até o final da década de 1970, prevalecia nas empresas o modelo organizacional vertical e compartimentado, no qual as várias áreas vivenciavam “seu negócio” e se comunicavam através dos canais formais de hierarquia. Na segunda metade do Século XX com a adoção de tecnologias da informação nos processos administrativos e de conceitos de gestão como: just-in-time, qualidade total, produção enxuta e automação na produção, estabeleceu-se o paradigma pós-industrial. Nos anos 1990, com a estruturação das organizações por processos e com a competitividade sendo crítica em função da globalização, eliminaram-se as barreiras internas e os gerentes foram levados a assumir papéis de “donos” do negócio. Os gerentes tiveram seu perfil ajustado a uma nova realidade e a gestão dos recursos humanos de sua área passou a fazer parte de sua rotina de trabalho. Com isso a capacitação gerencial passou a incluir disciplinas ligadas à área do comportamento, condição fundamental para que pudessem se comunicar melhor com os subordinados, compreendendo melhor seus problemas pessoais. É como se entende, hoje, gestão com pessoas. No século XXI, era de economia digital, da Internet e do comércio eletrônico, o relacionamento entre a organização, fornecedores e clientes, o comportamento das pessoas, a gestão do capital intelectual e a gestão do conhecimento fazem surgir novos conceitos que transformam a tradicional administração de recursos humanos. A organização assimila conceitos como sistemas flexíveis e procedimentos adaptativos, ampla delegação no processo de tomada de decisões, múltiplos fluxos de comunicação em todas as direções com base nas tecnologias da informação, recursos humanos de múltiplas habilidades cumprindo tarefas variáveis, auto definidas e quase sempre auto controladas. Esses conceitos inovadores substituem a especialização funcional única, a linha de comando e a comunicação vertical de cima para baixo. Esse novo contexto exige uma gestão de pessoas que leve em conta a existência, na organização, de um acervo intelectual constituído pelas experiências — conhecimento prático — acumuladas pelos trabalhadores. Com os estudos voltados para o conhecimento e a competitividade autores como Prahalad, Hamel, Davenport e Nonaka temas como: princípios de gestão voltados para a aprendizagem organizacional, visão sistêmica e valorização das pessoas são amplamente utilizados e discutidos, fazendo a gestão das pessoas nas organizações ter um caráter estratégico, no qual o emocional, o mental e as competências dos funcionários são igualmente valorizados. A área de Recursos Humanos evoluiu ao longo do tempo passando de um visão meramente burocrática para uma visão estratégica das questões humanas no ambiente organizacional. Gradativamente a Administração de Recursos Humanos incorporou a responsabilidade de estudar os fenômenos colaterais que envolvem a relação dos seres humanos com as organizações, assumindo o papel de fazer a interface com outras áreas do conhecimento como a psicologia e a sociologia. No atual contexto, os funcionários assumiram um papel preponderante na busca de vantagem competitiva, Atualizada 10/08/2010 Gestão de Pessoas o que foi determinante para o surgimento da Gestão Estratégica de Pessoas 1.2 Gestão Estratégica de Pessoas Gestão Estratégica de Pessoas é a união da administração de recursos humanos com metas e objetivos estratégicos para melhorar o desempenho da empresa e para desenvolver culturas organizacionais que encorajam a inovação e a flexibilidade e que, ao mesmo tempo representem um conjunto de políticas e práticas que permitam a conciliação de expectativas entre a organização e as pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo. A função de RH como parceira estratégica da organização inclui a participação dessa área na formulação das estratégias da empresa, e na ativação dessa estratégia por meio da aplicação consistente dos instrumentos de Gestão de Pessoas. A função estratégica da administração de RH é assessorar a cúpula da empresa em questões relacionadas à qualidade dos talentos que compõem a organização, políticas de manutenção do RH, produtividade e qualidade total. Esse novo posicionamento estratégico da Gestão de Pessoas é consequência das mudanças no contexto externo que exigem das empresas uma revisão no seu modo de gerir pessoas, pois agregam novas formas de organização do trabalho, mais flexíveis e ágeis, que demandam pessoas em processo de constante adaptação, comprometidas, atualizadas com as tendências do mercado e em processo contínuo de aprimoramento e aperfeiçoamento. Por conta dessas exigências as pessoas mudam o conjunto de expectativas em relação às organizações e ao seu trabalho e esse novo quadro pressiona as organizações a buscar novas formas de Gestão de Pessoas baseadas na aprendizagem da organização e gestão das pessoas, na reciprocidade, na clareza de visão por parte das organizações e das pessoas, dentre outras. Em decorrência desse processo evolutivo as organizações precisam conhecer o que gera comprometimento das pessoas para fazer uso desse conhecimento em favor de sua estratégia, definindo ações alinhadas com o estilo de comprometimento percebido no seu grupo de colaboradores. Essa estratégia de administração prevê ações que gerem melhor desempenho e confiança mútua entre equipes de trabalho, como maior participação dos funcionários nas tomadas de decisões, redução de níveis hierárquicos, foco no longo prazo e desenvolvimento de carreiras. Além disso, a análise de ambiente externo que afeta diretamente ou indiretamente as relações de trabalho e a análise das capacidades internas das pessoas, baseadas em competências, passam a ter presença nas políticas de RH. 1.3 Princípios de Gestão de Pessoas 1. Os colaboradores precisam ser respeitados como seres humanos 2. As pessoas funcionam como usuários e ativadores dos outros recursos das instituições (máquinas e equipamentos, instalações, tecnologia, clientes, fornecedores). 3. As pessoas são parceiras das organizações Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores MPU Amilton Küster 2. Gestão de pessoas: 2.1 Conceito Gestão de Pessoas abrange um conjunto de atividades organizadas para alcançar a eficácia e a eficiência das empresas através das pessoas, permitindo ao mesmo tempo condições favoráveis para que elas alcancem seus objetivos pessoais. Um sistema de Gestão de Pessoas inclui: Provisão: recrutar, avaliar, selecionar, contratar, integrar. Organização: Desenho e análise de cargos. Avaliação de desempenho. Capacitação: Treinar, desenvolver, Elaborar planos de carreira. Gestão do desempenho: gerenciar desempenhos, dar feedback, orientar. Remuneração e recompensa: remunerar, reconhecer, recompensar. Oferecer benefícios e serviços. Gestão de clima: pesquisar, analisar, adequar. Manutenção: Como manter os colaboradores na instituição: Ambiente favorável, Comunicação ampla. 3. Gestão de pessoas como diferencial competitivo para o negócio. Desde os anos 1970, observa-se uma crise estrutural do capitalismo, revelando um esgotamento do modelo taylorista/fordista de produção em série. A grande quantidade de bens produzidos e serviços disponibilizados em busca de mercado, apresentando similaridades que os transformam em “commodities”, para um mercado consumidor cada vez mais exigente por qualidade, preço e inovação, impõem um novo pensar profissional em busca da agregação de valor aos bens e serviços com redução dos custos de produção e aumento da qualidade. Como consequência, as organizações vêm realizando mudanças em seus procedimentos internos e externos, incorporando inovações continuamente, buscando assim, adaptar-se aos ambientes da globalização que se modificam em velocidade acelerada: Informatização, automatização, downsizing, células de produção, benchmarking, desenvolvimento sustentável, empowerment (empoderamento), terceirização, alianças, organização virtual, e responsabilidade social, entre outras tantas iniciativas caracterizadas como estratégias inovadoras no esforço de sobrevivência das organizações. A gestão estratégica de pessoas evita que se abra um abismo entre ações para o alcance dos objetivos pessoais e organizacionais. Gestão estratégica de pessoas reconhece os impactos do ambiente organizacional externo; reconhece o impacto da competição e da dinâmica do mercado de trabalho; apresenta foco no longo prazo; enfatiza a escolha e a tomada de decisão; considera todas as pessoas da empresa, e não apenas o grupo de executivos ou de empregados operacionais; está Atualizada 10/08/2010 Gestão de Pessoas integrada com a estratégia corporativa e com as demais estratégias funcionais. Peter Drucker afirma, “o mais importante é identificar o que não fazer”. E no caso do RH tradicional, há muitas atividades, principalmente operacionais, que podem ser delegadas, terceirizadas ou simplesmente eliminadas. Tomar essa decisão significa liberar tempo para que os profissionais de Recursos Humanos invistam no seu foco principal, nas pessoas. A forma de gerir os talentos humanos de uma instituição pode ser o seu principal diferencial competitivo desde que tenha capacidade de conseguir, manter e utilizar, de forma eficiente a inteligência dos colaboradores mais competentes. 4. A Administração Pública e a área de Gestão de Pessoas No Brasil a principal referência do processo de descentralização política e administrativa ocorreu com a elaboração de Plano Diretor da Reforma do Estado (PDRAE), criado em 1995. Na área de Gestão de Pessoas esse plano teve dois objetivos principais: • No curto prazo, facilitar o ajuste fiscal, particularmente nos Estados e Municípios que se caracterizavam por excesso no número de servidores. • No médio prazo, tornar mais eficiente e moderna a administração pública, voltando-a para o atendimento dos cidadãos. A reforma gerencial na gestão de pessoas teve duas fases: Primeira fase: Ocorreram cortes nos gastos públicos envolvendo a diminuição ou a paralisação do recrutamento, incentivo às aposentadorias antecipadas e reorganização e/ou privatização das atividades do governo. Segunda fase: Ocorreu a admissão de novos servidores para operarem um modelo mais flexível e descentralizado de administração, com ênfase nos resultados e foco no usuário-cidadão, a partir de um novo perfil de servidor público. As atividades de apoio e auxilio foram terceirizadas e as atividades de serviços sociais e científicos passaram para o terceiro setor. São quatro os elementos básicos da nova gestão de Pessoas: O uso intenso de concursos, a revisão da política de remuneração das carreiras do Estado, a reorganização das carreiras e a política de capacitação. A política de capacitação dos servidores públicos compreende dois tipos de programas: Cursos genéricos com conteúdos uniformes e cursos específicos relativos às áreas de atuação dos servidores. Cursos de educação continuada, para os servidores atingirem um nível alto de qualificação e para oferecerlhes um plano de atualização constante. 5. Motivação 5.1 Conceitos básicos Motivação em um indivíduo é o seu grau de interesse para empregar altos níveis de esforço e dedicação visando alcançar determinados objetivos pessoais ou profissionais. A motivação é um fenômeno individual e consciente que depende tanto do estímulo como da escolha do comportamento empregado. Outra característica da motivação é que ela não pode ser medida diretamente; mede-se o comportamento Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores MPU Amilton Küster motivado: ações e forças internas e externas que influenciam na escolha de uma opção. 5.2 Tipos de motivação no trabalho Motivação Intrínseca: Refere-se à expectativa de recompensas psicológicas: reconhecimento, respeito, status; esse tipo motivacional está ligado a ações individuais dos gerentes em relação aos seus subordinados. Motivação Extrínseca: Quando as causas estão baseadas em recompensas tangíveis: salários, benefícios, promoções; essas variáveis independem do superior imediato, pois geralmente são determinadas pela alta administração. 5.3 Teorias motivacionais No ambiente organizacional, para liderar, manipular ou controlar, administradores e pesquisadores sempre se preocuparam com o comportamento dos trabalhadores. Segundo a visão gerencial fundamentada no estudo do comportamento humano, o administrador precisa conhecer os mecanismos motivacionais para poder dirigir adequadamente as pessoas. Dessa forma, uma parte importante do estudo da administração preocupa-se em detalhar sob que condições as pessoas podem ser motivadas para serem mais eficientes e eficazes no trabalho. Esse processo constitui as teorias motivacionais. Os estudos do comportamento nas organizações foram realizados no transcorrer do Século XX, iniciandose com A Teoria da Motivação de Elton Mayo realizada no final dos anos 1920. Gestão de Pessoas Esses estudos estão agrupados na Escola de Relações Humanas, que analisa a satisfação do funcionário, preocupando-se com suas questões afetivas e pessoais, estudando os aspectos humanos dentro das instituições. Nas teorias de administração conhecidas como “clássica” e “científica’, o enfoque motivacional era baseado na remuneração do funcionário, porém, se observou no decorrer dos estudos, uma maior preocupação por parte de empregado em outros fatores além da remuneração. Isso demonstra que o aspecto salarial é somente um dos fatores motivacionais. 5.4 A Motivação segundo Elton Mayo O estudo da Motivação surgiu entre 1924 e 1939 a partir das experiências do australiano Elton Mayo, que pretendia provar que os trabalhadores não eram motivados apenas pela remuneração, mas também por outros fatores como as condições de trabalho e a consideração dos gerentes. Elton Mayo e sua equipe concluíram após muitas experiências e observações na empresa “Western Eletric”, que o que realmente motivava o pessoal era a atenção que lhes era dada pelos experimentadores e pela alta administração da empresa. A partir dessa experiência ocorreu uma mudança na administração, com o aumento da preocupação com a motivação dos trabalhadores, com a descoberta da necessidade de se compreenderem as relações entre as pessoas e com a importância de ouvir os trabalhadores para melhorar a qualidade e o volume da produção (LACOMBE, 2005). 5.5 A teoria da Hierarquia das Necessidades Abraham Maslow, psicólogo e consultor americano, apresentou uma teoria de motivação segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e de influência. Essa hierarquia das necessidades pode ser visualizada como uma pirâmide. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo as necessidades mais elevadas (as necessidades de auto-realização). As necessidades, conforme Maslow são: - Necessidades Fisiológicas: alimentação, habitação, vestuário. - Necessidades de Segurança: busca de proteção contra ameaças e privações. Mantém as pessoas em estado de dependência seja com a empresa, seja com outras pessoas: estabilidade no emprego, segurança no trabalho. - Necessidades Sociais: relacionadas ao convívio social – amizade, companheirismo, lazer, relacionamento agradável. - Necessidade de Estima: desenvolvimento de sentimentos de autoconfiança e de ser útil e necessário para os outros. Sua frustração produz sentimentos de inferioridade e impotência; - Necessidade de Auto-Realização: possibilidade e interesse em explorar suas potencialidades. Atualizada 10/08/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores MPU Amilton Küster Gestão de Pessoas AUTO-REALIZAÇÃO ESTIMA SOCIAIS SEGURANÇA FISIOLÓGICAS Princípio da Dominância: Segundo os estudos de Maslow havendo um nível inferior de necessidades não satisfeitas, esse nível monopoliza o comportamento consciente da pessoa e é o seu gerador exclusivo de fatores motivacionais. À medida que um determinado nível de necessidades é satisfeito ele vai perdendo a sua capacidade motivacional. Maslow afirma ainda que as pessoas podem subir ou descer nessa hierarquia, dependendo das variações do seu relacionamento com o ambiente onde vivem. A importância principal do estudo de Maslow foi identificar que uma necessidade já satisfeita não é capaz de motivar um determinado comportamento. 5.6 A teoria dos dois fatores ou teoria da Motivação/Higiene Frederick Herzberg formulou a chamada teoria dos dois fatores ou teoria da motivação/higiene para explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Para Herzberg existem dois fatores que orientam o comportamento das pessoas: Fatores motivacionais ou fatores intrínsecos: Estão relacionados com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas que o indivíduo executa e associam-se a sentimentos positivos: como a pessoa se sente em relação ao cargo: o trabalho em si, realização pessoal, reconhecimento, responsabilidades. O funcionário que está motivado tem um incentivador interno e executa a tarefa pôr ela mesma, pela realização, pelo reconhecimento, pela responsabilidade e busca de progresso. Herzberg chama essas condições de fontes de motivação ou de fatores motivadores no trabalho. Fatores higiênicos: são os fatores extrínsecos e são insatisfazíveis; são os fatores que previnem a insatisfação: como a pessoa se sente em relação à empresa, as condições de trabalho, salários, prêmios, benefícios, vida pessoal, status, relacionamentos interpessoais. Esses fatores localizam-se no ambiente, no contexto que cerca a pessoa, abrangendo as condições nas quais ela desempenha seu trabalho. Herzberg classificou esses fatores como fontes de insatisfação de fatores de higiene ou manutenção, porque se referem ao ambiente de trabalho. E na sua Atualizada 10/08/2010 avaliação, manter o ambiente de trabalho em ordem é necessário para evitar descontentamentos que podem afetar o nível aceitável de trabalho. Herzberg alerta que a satisfação e a insatisfação não são extremos opostos de uma mesma dimensão; são duas dimensões independentes. Herzberg considera que os FH são capazes de reduzir ou anular a insatisfação, mas não conseguem conduzir à motivação; têm somente um caráter preventivo. Os FM é que podem conduzir a elevados níveis de satisfação e motivar. Os FM estão relacionados com o conteúdo do trabalho; os FH com o contexto. 5.7 Teoria ERC – Alderfer Desenvolvida pelo psicólogo Clayton Alderfer, a partir da teoria de Maslow e de novas pesquisas, a Teoria ERC concorda que a motivação do trabalhador pode ser medida seguindo uma hierarquia de necessidades, porém diverge da Teoria de Maslow em alguns pontos básicos. Maslow via as pessoas subindo progressivamente dentro da hierarquia das necessidades, já Alderfer percebia que as pessoas subiam e desciam dentro da hierarquia das necessidades. Segundo Alderfer há casos em que as necessidades de nível mais elevado podem surgir sem que as necessidades de nível inferior tenham sido satisfeitas; quando as necessidades de nível superior são frustradas, as necessidades de nível inferior retornam, mesmo já tendo sido satisfeitas. Alderfer propõe apenas três fatores essenciais para motivação: - Necessidades existenciais: equivalem às necessidades básicas ou fisiológicas de Maslow. - Necessidades de relacionamento: o ser humano tem necessidade de relacionamentos interpessoais, de sociabilidade. - Necessidades de crescimento: necessidades que o ser humano tem de criar, dar sugestões, participar, e de desenvolver seu potencial humano. Essa teoria adota o princípio de frustração-regressão: uma necessidade inferior pode ser ativada quando uma necessidade mais elevada não pode ser satisfeita e também salienta que mais de uma necessidade poder ser focalizada de uma única vez. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores MPU Profº: Amilton Kuster 5.8 Teoria das necessidades de David McClelland (ênfase nas necessidades adquiridas) McClelland destacou as necessidades que as pessoas desenvolvem através da sua experiência, ao longo da vida, adquiridas através da socialização à medida que interagem com o seu ambiente. Necessidades de realização: Traduzem-se através do desejo de atingir objetivos que signifiquem desafios. Necessidades de poder: desejo de controlar, influenciar ser responsável pelo desempenho de outros. Necessidades de afiliação: desejo de manter relações pessoais estreitas com grupos sociais (tribos). 5.9 Teoria da Equidade (Stacy Adams) Destaca a percepção pessoal de cada um sobre a razoabilidade ou justiça relativa numa situação de trabalho, comparando o seu desempenho e os correspondentes benefícios com o desempenho e benefícios dos outros em situações semelhantes. A teoria da equidade não renega as teorias das necessidades na explicação da motivação; Ela acrescenta outra perspectiva, ao introduzir a perspectiva da comparação entre desempenhos e benefícios. A teoria da equidade revela-nos como uma pequena iniquidade aos olhos do gestor pode ser muito importante no espírito dos que por ela são afetados. 5.10 Teoria do Reforço (Harvard Skinner) Baseia-se na idéia de que o comportamento humano pode ser explicado em termos de previsão positiva ou negativa das consequências desse mesmo comportamento. O comportamento que é recompensado tende a ser repetido. O comportamento que é punido tende a ser eliminado. Segundo H. Skinner o comportamento pode ser controlado e padronizado, recompensando-se (“reforçando”) os comportamentos desejados e ignorando os indesejáveis. Questões de concursos 1. Segundo os estudos de Maslow: havendo um nível inferior de necessidades não satisfeitas, esse nível monopoliza o comportamento consciente da pessoa e é o seu gerador exclusivo de fatores motivacionais. 2. Escolha a opção incorreta. a) O desempenho na realização de qualquer tipo de trabalho é influenciado por forças chamadas motivos. b) Por motivação se entende o esforço intelectual ou físico aplicado por uma pessoa para obtenção de um resultado. c) O desempenho depende de motivos internos, tais como necessidades, aptidões, interesses, valores, habilidades, frustrações. d) As tarefas a serem realizadas, o clima organizacional e as recompensas recebidas são identificados como fatores externos de motivação. e) O enriquecimento de cargos, autogestão e programa de incentivos estão relacionados a formas usadas para obter melhor desempenho. 3. Tendo em vista aspectos da administração relativos a processo e comportamento organizacional, julgue os itens a seguir. 3.1 Do ponto de vista motivacional, referir-se a condicionamento é equivalente a referir-se ao controle do indivíduo na organização. Atualizada 10/08/2010 Gestão de Pessoas 3.2 No âmbito do controle de desempenho, os padrões de desempenho podem ser utilizados para medir resultados, mas não com fins motivacionais. 6. Liderança 6.1 Conceitos de liderança Liderança em administração compreende os processos interpessoais, pelos quais diretores e gerentes buscam influenciar pessoas para que elas realizem atividades visando atingir objetivos estabelecidos. Ter liderança quer dizer estabelecer um curso de ação e alinhar (organizar e persuadir) pessoas. O líder eficaz leva as pessoas a desejarem se alinhar (Hay-McBer, apud TANURE, 2007). Por conseqüência um líder precisa ter propósitos claros e estar determinado a alcançá-los (TANURE, 2007). Para influenciar o comportamento dos colaboradores de forma eficaz é preciso: Competência. Atualização. Capacidade para tomar decisões. Habilidade para convencer seus colaboradores de que as suas decisões são as mais apropriadas. 6.2 Habilidades de um líder Para ter sucesso o líder precisa investir continuamente na melhoria das seguintes habilidades: 9 Habilidade cognitiva - conhecimentos especializados, técnicas, normas, procedimentos expressos na sua capacitação profissional; 9 Habilidade humana - condições para um perfeito relacionamento interpessoal e intergrupal. 9 Habilidade organizacional e estratégica compreensão da instituição onde atua, sua estrutura organizacional, filosofia, missão e visão. 6.3 Estilos de Liderança A maneira como o líder se comporta para Influenciar seus subordinados define seu estilo de liderança. Estilos mais comuns: Autocrático Democrático Liberal Situacional. 6.3.1 Liderança Autocrática O líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo . O líder determina as técnicas para a execução das tarefas, à medida que se tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo. O líder é dominador e é pessoal nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro da equipe. 6.3.2 Liderança Liberal Há liberdade para as decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder. Tanto a divisão das tarefas como a escolha dos companheiros fica totalmente a cargo do grupo. O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de regular o curso dos acontecimentos. Só faz comentários sobre as atividades dos membros do grupo quando perguntado. 6.3.3 Liderança Democrática As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo. O próprio grupo estabelece as providências e as técnicas Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 3 MPU Profº: Amilton Kuster para atingir o alvo solicitando aconselhamento técnico ao líder quando necessário. A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro tem liberdade de escolher os seus companheiros de trabalho. O líder procura ser um membro normal do grupo, sem encarregar-se muito de tarefas. 6.3.4 Liderança Situacional Os líderes de sucesso não utilizam um único estilo. Eles praticam uma liderança situacional, adaptando o seu estilo a cada situação em particular, principalmente às características culturais de cada grupo. 6.3.5 Qual estilo é o mais eficaz? A eficácia do estilo de liderança é avaliada pelo efeito sobre o desempenho da tarefa e sobre a satisfação do liderado. Se o liderado mostrar-se satisfeito e, ao mesmo tempo, apresentar desempenho satisfatório, o estilo utilizado é eficaz. Questões de concursos 1. A liderança é um processo social complexo, não apenas um atributo da pessoa. Neste processo, interagem variáveis ou componentes que caracterizam a liderança. São consideradas variáveis do processo de liderança, EXCETO: a) A tarefa ou missão. b) A conjuntura ou contexto dentro do qual ocorre a relação entre o líder e os liderados. c) O líder propriamente dito. d) As motivações dos liderados. e) A imposição rígida de normas e regras a serem cumpridas, inibindo o processo de interação entre as pessoas e a comunicação interpessoal. 2. Escolha a opção que corretamente se refere à liderança. a) Todo contato pessoal e por escrito realizado de forma unilateral. b) Conjunto de razões internas que estimulam um comportamento específico. c) Esforço ou ação do indivíduo que influencia seu desempenho. d) Conhecimentos comportamentais presentes na função gerencial. e) Capacidade de influenciar o comportamento das pessoas. 7. Recrutamento e seleção. 7. 1 Conceitos de recrutamento. É o processo pelo qual uma organização identifica colaboradores potenciais, que possuam requisitos adequados para realizar um determinado trabalho, atraindo-os em quantidade suficiente, para que seja possível uma posterior seleção em função das exigências do cargo. Conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É um sistema de informação pelo qual a organização divulga e oferece ao mercado de trabalho oportunidades de emprego que pretende preencher. 7.2 Formas de recrutamento • Quanto a procedência Atualizada 10/08/2010 Gestão de Pessoas INTERNO - atua sobre os candidatos da própria organização, para promovê-los ou transferi-los para outras atividades mais complexas ou mais motivadoras. EXTERNO - atua sobre os candidatos que estão no mercado de recursos humanos • Quanto a quem recruta e seleciona DIRETO - a própria empresa INDIRETO - outras empresas contratadas. 7.2.1 Recrutamento Interno – Vantagens • Aproveita melhor o potencial humano da organização; • Motiva e encoraja o desenvolvimento profissional dos atuais funcionários; • Incentiva a permanência dos funcionários e a sua fidelidade à organização; • Ideal para situações de estabilidade e pouca mudança ambiental; • Não requer socialização organizacional de novos membros; • Probabilidade de uma melhor seleção, pois os candidatos são conhecidos; • Custa financeiramente menos do que fazer recrutamento externo. 7.2.2 Recrutamento Interno – Desvantagens • Pode bloquear a entrada de novas idéias, experiências e expectativas; • Facilita o conservacionismo e favorece a rotina atual; • Mantém o atual patrimônio humano da organização; • Mantém e conserva a cultura organizacional existente; 7.2.3 Recrutamento externo - Vantagens • Enriquece o patrimônio humano pelo aporte de novos talentos e habilidades; • Aumenta o capital intelectual ao incluir novos conhecimentos; • Renova a cultura organizacional e a enriquece com novas aspirações; • Incentiva a interação da organização com o Mercado; 7.2.4 Recrutamento externo - Desvantagens • Pode Afetar negativamente a motivação dos atuais funcionários da organização; • Reduz a fidelidade dos funcionários ao oferecer oportunidades a estranhos; • Requer aplicação de técnicas seletivas para escolha dos candidatos externos. Isto significa custos operacionais; • Exige esquemas de socialização organizacional para os novos funcionários; • É mais caro, demorado e incerto que o recrutamento interno. 7.2.5 Técnicas de recrutamento Anúncios em sites, jornais e revistas especializadas Utiliza regras do marketing para anúncios: Chamar a atenção (tamanho, letras) Despertar o interesse (desafio do cargo) Criar o desejo (benefícios do cargo) Provocar ação (informa como encaminhar/ contato) Eficácia: Depende do número de leitores, do perfil do leitor e da localização do anúncio. Outras formas de recrutamento Agências operadas pelo governo: secretarias do trabalho ou entidades relacionadas com o emprego; Agências particulares gratuitas - associações profissionais ou não governamentais; Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 4 MPU Profº: Amilton Kuster Agências comerciais de recrutamento – Agências de headhunters. Contato com escolas, universidades e entidades de classe: Esquema de contatos contínuos para divulgar as oportunidades oferecidas. • Cartazes ou anúncios em locais visíveis: Indicado para cargos simples; geralmente são colocados nas proximidades da organização. • Apresentação de candidatos por funcionários: Baixo custo, alto rendimento e efeito rápido. • Consulta a bancos de dados: Banco de dados da própria empresa. Questões de Concursos 1. O recrutamento de pessoas é um processo de duas mãos: ele comunica e divulga oportunidades de emprego. A afirmação está: A) incorreta. B) parcialmente correta, pois se o recrutamento apenas comunica e divulga, ele não atinge seus objetivos. O fundamental é que atraia e traga candidatos qualificados para serem selecionados. C) parcialmente correta. Faltou mencionar que o recrutamento é um processo composto de várias etapas ou fases seqüenciais pelas quais passam os candidatos. D) correta. 2. Administração Jr TERMOAÇU/CESGRANRIO 2008 Sabe-se que existem dois tipos puros de recrutamento: interno e externo. Ambos apresentam vantagens e desvantagens. Uma determinada empresa, em suas diretrizes de gestão de pessoas, preconiza o investimento no mercado interno de trabalho. Diante disso, é possível apontar as seguintes vantagens desse tipo de seleção: I - enriquece o patrimônio humano; II - demanda a socialização organizacional; III - favorece a rotina atual; IV- incentiva a fidelidade dos funcionários; V - motiva o desenvolvimento profissional. São verdadeiras APENAS as vantagens (A) I e II (B) I e V (C) II e III (D) III e IV (E) IV e V 3. “O ingresso de empregados no Serviço Público ocorre pelo sistema de seleção pública, realizada através de concurso. Esta oportunidade é oferecida a todos que atendam aos requisitos definidos previamente.” Os processos de recrutamento externo, de um modo geral, têm como vantagem: (A) aumentar a fidelização dos atuais funcionários da organização. (B) enriquecer o capital intelectual da organização. (C) renovar as premissas de compromisso com a organização. (D) reduzir custos e tempo de seleção. (E) trabalhar a adversidade como forma de crescimento da organização. 7.3 Seleção de pessoas 7.3.1 Conceito Seleção é o processo de escolher o melhor candidato para um determinado cargo. De um lado estão os requisitos do cargo a ser preenchido (requisitos que o cargo exige de seu ocupante) e, de outro lado, as Atualizada 10/08/2010 Gestão de Pessoas características dos candidatos que se apresentam para disputá-lo. 7.3.2 Procedimentos Os requisitos são fornecidos pela descrição e análise do cargo, e as características são identificadas pela análise dos documentos apresentados pelos candidatos, em entrevistas, dinâmicas de grupo e aplicação de testes. Os gerentes estão assumindo a responsabilidade de selecionar os futuros membros de suas equipes. E as equipes são consultadas na seleção de seus novos colegas. A entrevista de seleção é o principal procedimento dessa descentralização do processo de seleção . 7.3.3 Técnicas seletivas. Entrevista de seleção ¾ Dirigida - com roteiro pré-estabelecido; ¾ Livre - sem roteiro definido. Provas de conhecimentos ou de capacidade ¾ Gerais - cultura geral e línguas; ¾ Específicas - conhecimentos técnicos e profissionais. Testes psicométricos Testes de Aptidões - gerais e específicos Testes de personalidades ¾ Expressivos - expressão corporal; ¾ Projetivos - de projeção da personalidade ¾ Inventários - de motivação e de interesse. Técnicas de simulação Técnicas de Dinâmica de Grupo: ¾ Psicodrama - reconstitui no palco o evento que se pretende estudar e analisar; ¾ Dramatização (Role Playing) - o protagonista assume um papel e permanece em um palco circular rodeado por outras pessoas que assistem à sua atuação e podem vir ou não a participar da cena. Outras provas Análise do Curriculum Vitae; Provas Toxicológicas; Comparação de Referências; Exame Físico. Questões de Concursos 1. Identifique com (V) verdadeiras e (F) falsas as afirmativas sobre entrevista de seleção e anote. ( ) Entrevista é a técnica seletiva mais utilizada em seleção de pessoas. ( ) Uma das desvantagens (contras) da entrevista é ser uma técnica altamente subjetiva e que possibilita grande margem de erro e variação. ( ) A entrevista tem, dentre seus aspectos positivos, a possibilidade de avaliar como o candidato se comporta e como reage em um contato face a face. ( ) A função da entrevista de seleção é avaliar em que medida os candidatos a uma determinada posição reúnem as competências por ela demandadas e que, portanto, contribuirão para o sucesso da empresa. ( ) A entrevista de seleção pode ser dirigida (com roteiro), ideal para entrevistadores iniciantes, e não dirigida (sem roteiro ou livre), para entrevistadores experientes e que conhecem profundamente os cargos e/ou as competências essenciais exigidos pelo negócio da empresa. A seqüência correta é: A) F, F, V, V, V. B) V, F, F, V, V. C) V, V, V, V, V. D) V, F, V, F, F. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 5 MPU Profº: Amilton Kuster 2. Após a obtenção das informações básicas a respeito do cargo a preencher ou das competências desejadas pela organização, é necessário recolher informações a respeito dos candidatos que se apresentam. Para tanto, existem algumas técnicas de seleção; a entrevista de seleção é uma delas. Dentre as vantagens desse tipo de seleção citam-se: I - permite contato face a face com o candidato; II - proporciona interação direta com o candidato; III - facilita a comparação de diversos candidatos entre si; IV - dispensa o treinamento do entrevistador. São corretas APENAS as vantagens (A) I e II (B) I e III (C) I e IV (D) II e III (E) III e IV 3. É sabido que cada decisão a respeito da escolha entre diversos candidatos envolve o indivíduo em um tipo de resolução a ser tomada, um tratamento. De acordo com o tratamento, é possível identificar qual o modelo de decisão adotado em uma determinada situação. O modelo em que há um só candidato e uma só vaga a ser preenchida por aquele candidato, que não inclui a alternativa de rejeição e em que candidato apresentado deve ser admitido, sem sofrer qualquer rejeição, é denominado: (A) seleção (B) colocação (C) comparação (D) classificação (E) categorização 4. Em um processo de seleção de candidatos, as provas aplicadas por meio da execução de um trabalho ou tarefa, de maneira uniforme e com tempo determinado, são classificadas como provas: A) escritas; B) de realização; C) objetivas; D) tradicionais; E) específicas. 8. Gestão de desempenho Conceito. Gestão de Desempenho abrange as ações voltadas para a orientação e direcionamento de pessoas levando-as a alcançar objetivos organizacionais, profissionais e pessoais As principais ações são: Fixação de objetivos claros, factíveis, estimulantes; Estabelecimento de um sistema de recompensas ligado ao desempenho e produtividade; Dotar a organização de estruturas mais simples e de pessoas competentes. 8.1 Conceito de Desempenho A palavra desempenho significa ação, atuação, comportamento. O melhor desempenho está relacionado à situação de se fazer o que tem que ser feito (Eficiência) e alcançar o resultado esperado (Eficácia) (BERGAMINI, 2007). A eficácia é mensurada pela chamada “avaliação por objetivos”. Atualizada 10/08/2010 Gestão de Pessoas O profissional eficiente preocupa-se em fazer as coisas bem feitas, obedecendo ao sentido de perfeição e correção no exercício de uma atividade. O profissional eficaz busca fazer o que tem que ser feito, apresentando conseqüentemente o resultado esperado. 8.2 Indicadores de um bom desempenho O profissional competitivo, com perfil de colaborador contributivo, comprometido, gerador de resultados, plenamente consciente das exigências do perfil de competência (Stephen Rhinesmith, 1993, apud Vergara, 2007), atua com base em um conjunto de indicadores: Flexibilidade e abertura a terceiros: o quanto se predispõe a ouvir os outros e aceitar suas idéias, sem reações ou barreiras; Nível de ceticismo e inconformismo: nível de contestação ou discussão de idéias que não permita a caracterização da acomodação influindo no desempenho; Capacidade criativa: competência para gerar novas idéias ou sugestões que possam agregar valor ao negócio ou rotina; Contribuição produtiva: qualidade da contribuição individual, capaz de trazer algo possível de ser incorporado à realidade de forma eficaz; Originalidade das idéias propostas: capacidade de surpreender, no sentido de gerar opção de ação ou proposta ainda não pensada ou prevista; Autoconfiança: capacidade de acreditar em si mesmo, seus valores, e princípios de ação e pensamento; Capacidade de operacionalizar idéias: competência para passar da palavra à ação, sem perder substância; Persistência: predisposição para perseguir objetivos, com tenacidade senso crítico suficientes para estabelecer ritmo e consistência adequados; Auto-avaliação constante: capacidade de estar de forma constante revendo seus princípios, formas de ação e ritmo para o alcance ou mesmo superação dos objetivos. Capacidade de buscar as informações: necessárias para a resolução de problemas e consecução de objetivos. Capacidade de interagir com equipes, nas quais subsistem culturas diferentes e divergentes, e necessitadas de uma integração com a cultura institucional vigente a partir de um processo sinérgico de geração de resultados; Capacidade de agir em cenários de incertezas, com flexibilidade suficiente para rever planos e projetos, atualizando-os e tornando-os compatíveis com a realidade vigente e transformadora; Capacidade de conviver com a mudança, no papel de agente determinante – gerador da mudança, agente de transformação – influenciador do processo de mudança ou de agente de mudança – provocando a operacionalização da mudança, em relação a si ou aos membros de sua equipe; Capacidade de viver em estado de aprendizagem permanente acumulando experiências capazes de estimular a superação de desafios e contribuindo para o enriquecimento de processos e sistemas produtivos pelos quais é responsável, pela ação, ou pela influência. 8.3 Gestão de Desempenho Gestão do desempenho é um processo ou um conjunto de processos que visam estabelecer uma compreensão partilhada dos objetivos, bem como motivar os indivíduos, Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 6 MPU Profº: Amilton Kuster na perspectiva de aumentar as possibilidades de se alcançar os objetivos. A gestão do desempenho individual e da equipe fundamenta-se na análise de resultados, em comparação com os objetivos estabelecidos e alcançados. Um dos fatores a ser avaliado para se identificar uma equipe é a existência de valores e objetivos compartilhados. As equipes, por sua vez, precisam estar conscientes da função que exercem para poderem determinar o nível de esforço, envolvimento e comprometimento com suas responsabilidades — processos, métodos de trabalho e resultados e o impacto dessas variáveis no resultado final da organização: A finalidade principal da avaliação de desempenho é “medir o grau de contribuição de cada empregado para a consecução dos objetivos da empresa, procurando, a partir daí, melhorar os seus resultados” (LOBOS, 1979; A avaliação de desempenho envolve: ¾ Resultados alcançados tendo como referência os padrões de desempenho definidos antecipadamente, tais como: qualidade, prazo, quantidade, custo e contribuições à evolução da empresa; ¾ Comportamentos relacionados à presteza, estilo de liderança e ausências ao trabalho. ¾ Traços - ter uma “boa atitude”, ser “confiável”, ser “cooperativo”, possuir “uma riqueza de experiência”. Esses traços, apesar de não estarem correlacionados diretamente com resultados alcançados, são utilizados como fatores avaliativos. WERTHER & DAVIS, 1983; LUCENA 1995; PONTES, 1996 in KILIMNIK, 1998). 8.4 Métodos de Avaliação de Desempenho São três os métodos de avaliação de desempenho mais utilizados: Avaliação Direta. Avaliação Conjunta. Auto-avaliação. • 8.4.2 Avaliação Direta Na avaliação Direta o profissional é avaliado pelo seu superior hierárquico imediato. • Vantagens do Método: O superior imediato conhece seus subordinados pelo convívio profissional diário. O superior imediato conhece melhor os padrões de desempenho esperados de seus subordinados. Avaliando de forma objetiva e justa seus subordinados, o superior imediato reafirma sua liderança sobre seus liderados. 3.4.3 Avaliação Conjunta No método de Avaliação Conjunta avaliador e avaliado realizam juntos o processo de avaliação. Esse método exige alto grau de maturidade profissional de avaliador e avaliado. 3.4.4 Auto-avaliação A utilização de auto-avaliação em processos avaliação tem como principal vantagem a oportunidade concedida ao avaliado para que ele possa formalizar uma visão pessoal sobre o seu desempenho. Esse ângulo da avaliação enriquece muito a base de informações para uma análise da evolução profissional do avaliado. A implantação da auto-avaliação como rotina exige, no entanto, um minucioso trabalho de conscientização e preparação técnica dos profissionais que irão utilizar essa técnica, visando principalmente o estabelecimento de parâmetros claros. 8.1 Conceitos de Avaliação de Desempenho Avaliação de desempenho é a apreciação frequente e organizada do desempenho de cada pessoa em relação às atividades desempenhadas, aos meios e resultados a serem alcançados e ao seu potencial de desenvolvimento (Chiavenato). A avaliação é um processo que busca determinar os objetivos alcançados, fazendo uma comparação entre os dados de desempenho e os objetivos previamente estabelecidos. A avaliação de desempenho: “é um método que visa estabelecer um contrato com os funcionários referente aos resultados desejados pela organização, acompanhar os desafios propostos, corrigindo os rumos (quando necessário) e avaliar os resultados conseguidos.” (PONTES, 1999) Atualizada 10/08/2010 Gestão de Pessoas • • 8.2 Finalidades da avaliação de desempenho Avalia-se desempenhos para: Saber se os objetivos organizacionais estão sendo alcançados, a partir da comparação entre o que é esperado e o que de fato foi realizado pelas pessoas em suas funções; Garantir que os desempenhos individuais e das equipes produzam os resultados esperados, assegurando o alinhamento entre os objetivos estratégicos da organização e o resultado individual e coletivo; Conhecer as contribuições das pessoas, verificando como elas têm desempenhado suas funções; Promover o desenvolvimento das competências necessárias: A partir do desempenho efetivo das pessoas, pode-se identificar as necessidades de desenvolvimento das competências, para promover o desempenho adequado. O desempenho diz respeito à atuação do empregado em face de um cargo ou posição que ele ocupa na organização, tendo em vista as responsabilidades, atividades/tarefas e desafios que lhe foram atribuídos para produzir os resultados que dele se espera. Dessa forma, na hora de avaliar o desempenho, cada empresa deverá considerar os seguintes fatores: 1. Definição do que é esperado: Para que possa ser feita a comparação com o desempenho real, é necessário ter bem definido qual resultado se espera como referência da avaliação. 2. Qualificação do ocupante do cargo: Conhecer o nível de qualificação dos ocupantes dos cargos é adequado para o alcance do desempenho esperado. 3. Características individuais São os atributos necessários para assegurar o desempenho das pessoas frente ao o que se espera delas; 4. Cultura organizacional Necessidade de identificar os principais fatores da cultura de cada empresa, favoráveis ou desfavoráveis ao processo de avaliação de desempenho como forma de potencializar a boa aplicação da ferramenta; 5. Estilo gerencial Identificar as principais características do estilo dos gerentes que influenciam a forma de avaliar o desempenho; Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 7 MPU Profº: Amilton Kuster 6. Ambientes (interno/externo) Gestão de Pessoas envolver no processo de avaliação o maior número possível de avaliadores que mantêm algum tipo de interação profissional com o avaliado. Veja o esquema da avaliação via 360 graus: Identificar fatores do ambiente interno e externo que podem influenciar o processo de avaliação de desempenho. 8.3 Metodologias de avaliação de desempenho Para avaliar o desempenho utilizam-se duas metodologias: 1. Métodos focados em características individuais: O modo de ser, conduta profissional, aptidões, nível intelectual, iniciativa, responsabilidade, capacidade de trabalho, de relacionamento, de liderança. 2. Avaliar os resultados alcançados: Avalia a contribuição relativa do indivíduo para o desempenho global da organização. 8.4 Distorções de um processo de avaliação de desempenho: Efeito halo O avaliador generaliza um aspecto positivo ou negativo do comportamento do avaliado: A partir de apenas uma característica se cria a expectativa que suas demais características são semelhantes ao aspecto avaliado inicialmente. Tendência central O avaliador evita posicionar sua avaliação de forma negativa ou positiva. Prefere optar pelas alternativas que classificam o desempenho como mediano, evitando assim maiores conflitos no processo de avaliação; Complacência e rigor Avaliador apresenta postura de complacência (extrema tolerância com desempenho ou atitudes abaixo do esperado) ou rigor (nenhuma tolerância com desempenho ou atitudes abaixo do esperado); Preconceito pessoal O avaliador já formou ideia de desempenho ou características pessoais do avaliado, influenciado por outras pessoas ou situações que excluem a convivência direta com o avaliado. A avaliação pode ser distorcida pelo julgamento pré-concebido; Efeito recenticidade O avaliado leva em consideração apenas os aspectos mais recentes do desempenho do avaliado. Pode não considerar aspectos positivos ou negativos que tenham ocorrido em época mais distante da avaliação. 8.5 Como reduzir os erros nas avaliações de desempenho O principal mecanismo utilizado pelas organizações para minimizar essas distorções é o treinamento dos avaliadores e avaliados para conscientizá-los sobre os riscos, visando maior qualidade do processo de avaliação. Outra forma de minimizar distorções é a aplicação do modelo 360 graus que é a utilização de fontes múltiplas de avaliação que podem oferecer feedback mais preciso sobre o desempenho e as competências de uma pessoa. Essa forma de aplicar a avaliação, independentemente do método utilizado, consiste em Atualizada 10/08/2010 8.6 vantagens da avaliação 360 graus: Credibilidade apoiada em diferentes opiniões, pois o resultado final se apoia em visões múltiplas que confirmam determinado julgamento. • Maior probabilidade de imparcialidade, pois é desenvolvida com informações vindas de diferentes lados; • Confronto de várias avaliações com a auto-avaliação, enriquecendo o feedback para o avaliado e aumentando a possibilidade de confrontação dos fatores positivos e negativos. A aplicação dessa forma de avaliação é mais trabalhosa, porque pode envolver grande número de avaliadores, aumentando a complexidade da condução e o tempo gasto para a operacionalização. Além disso, o desconforto para o avaliado por ser analisado nas diferentes visões pode gerar “arranjos informais”, que comprometem a qualidade da avaliação. Em síntese, para que o processo de avaliação seja efetivo na empresa, os responsáveis por sua condução devem zelar para que alguns princípios básicos sejam assegurados de forma a minimizar distorções que possam comprometer o resultado esperado. • 8.7 Feedback Feedback é o processo de devolução de uma avaliação. Ao proceder a avaliação o avaliador devolve ao avaliado a sua visão sobre a avaliação. Assim pode-se dizer que a boa avaliação é aquela que se faz em mão dupla: vai e vem! O feedback é muito importante porque leva o avaliado a refletir sobre sua atuação na organização e na vida como um todo. Muitos gerentes têm dificuldades em avaliar seus funcionários por três motivos. Primeiro: alguns gerentes não se sentem à vontade para discutir deficiências de desempenho com os funcionários. Segundo: muitos funcionários tendem a ficar na defensiva quando suas deficiências são apontadas. Terceiro: os funcionários tendem a fazer uma imagem melhor de seu próprio desempenho. A solução é treinar os gerentes para que realizem sessões de feedback construtivo: saber comunicar o retorno de situações percebidas de forma que os funcionários entendam os resultados e procurem melhorar seu desempenho. 8.7.1 Feedback (como fazer) Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 8 MPU Profº: Amilton Kuster Gestão de Pessoas 1- Deve ser específico e focar comportamentos que podem ser modificados. 2- Deve descrever a situação e não criticar ou julgar o receptor. 3- Deve levar em consideração as necessidades do avaliado. 4- Deve assegurar uma comunicação clara e direta; 5- Deve ser realizado em local adequado. 6- Assegurar ao receptor a oportunidade de falar, ouça. 7- Assegurar de que o receptor compreendeu sua mensagem de acordo com o significado que você pretendeu dar a ele. atualizando-os e tornando-os compatíveis com a realidade vigente e transformadora; Capacidade de conviver com a mudança, no papel de agente determinante – gerador da mudança, agente de transformação – influenciador do processo de mudança ou de agente de mudança – provocando a operacionalização da mudança, em relação a si ou aos membros de sua equipe; Capacidade de viver em estado de aprendizagem permanente acumulando experiências capazes de estimular a superação de desafios e contribuindo para o enriquecimento de processos e sistemas produtivos pelos quais é responsável, pela ação, ou pela influência. 8.7.2 Feedback (como receber). • Ser especifico na descrição do comportamento sobre o qual se deseja feedback. • Tentar não agir defensivamente ou racionalizar o comportamento em questão. • Compartilhar a opinião e sentimentos sobre o feedback. • Registrar o feedback e refletir sobre o seu conteúdo. • Entender o que a pessoa está transmitindo, o que a levou a ter a percepção ou sentimentos sobre seu comportamento. • Decidir se deve ou não mudar. 8.8 Indicadores de um bom desempenho O profissional competitivo, com perfil de colaborador contributivo, comprometido, gerador de resultados, plenamente consciente das exigências do perfil de competência atua com base em um conjunto de indicadores: Flexibilidade e abertura a terceiros: o quanto se predispõe a ouvir os outros e aceitar suas idéias, sem reações ou barreiras; Nível de ceticismo e inconformismo: nível de contestação ou discussão de idéias que não permita a caracterização da acomodação influindo no desempenho; Capacidade criativa: competência para gerar novas idéias ou sugestões que possam agregar valor ao negócio ou rotina; Contribuição produtiva: qualidade da contribuição individual, capaz de trazer algo possível de ser incorporado à realidade de forma eficaz; Originalidade das idéias propostas: capacidade de surpreender, no sentido de gerar opção de ação ou proposta ainda não pensada ou prevista; Autoconfiança: capacidade de acreditar em si mesmo, seus valores, e princípios de ação e pensamento; Capacidade de operacionalizar idéias: competência para passar da palavra à ação, sem perder substância; Persistência: predisposição para perseguir objetivos, com tenacidade senso crítico suficientes para estabelecer ritmo e consistência adequados; Auto-avaliação constante: capacidade de estar de forma constante revendo seus princípios, formas de ação e ritmo para o alcance ou mesmo superação dos objetivos. Capacidade de buscar as informações: necessárias para a resolução de problemas e consecução de objetivos. Capacidade de interagir com equipes, nas quais subsistem culturas diferentes e divergentes, e necessitadas de uma integração com a cultura institucional vigente a partir de um processo sinérgico de geração de resultados; Capacidade de agir em cenários de incertezas, com flexibilidade suficiente para rever planos e projetos, 8.9 Métodos de Avaliação de Desempenho Os quatro principais métodos de avaliação desempenho são: Avaliação Direta. Avaliação Conjunta. Auto-avaliação. Avaliação 360 graus Atualizada 10/08/2010 de 8.9.1 Avaliação Direta Na avaliação Direta o profissional é avaliado pelo seu superior hierárquico imediato. Vantagens do Método: O superior imediato conhece seus subordinados pelo convívio profissional diário. O superior imediato conhece melhor os padrões de desempenho esperados de seus subordinados. Avaliando de forma objetiva e justa seus subordinados, o superior imediato reafirma sua liderança sobre seus liderados. 8.9.2 Avaliação Conjunta No método de Avaliação Conjunta avaliador e avaliado realizam juntos o processo de avaliação. Esse método exige alto grau de maturidade profissional de avaliador e avaliado. 8.9.3 Auto-avaliação A utilização de auto-avaliação em processos avaliação tem como principal vantagem a oportunidade concedida ao avaliado para que ele possa formalizar uma visão pessoal sobre o seu desempenho. Esse ângulo da avaliação enriquece muito a base de informações para uma análise da evolução profissional do avaliado. A implantação da auto-avaliação como rotina exige, no entanto, um minucioso trabalho de conscientização e preparação técnica dos profissionais que irão utilizar essa técnica, visando principalmente o estabelecimento de parâmetros claros. 8.9.4 Avaliação 360 graus Vantagens da avaliação 360 graus: • Credibilidade apoiada em diferentes opiniões, pois o resultado final se apoia em visões múltiplas que confirmam determinado julgamento. Maior probabilidade de imparcialidade, pois é desenvolvida com informações vindas de diferentes lados; • Confronto de várias avaliações com a auto-avaliação, enriquecendo o feedback para o avaliado e aumentando a possibilidade de confrontação dos fatores positivos e negativos. Desvantagens da avaliação 360 graus: A aplicação dessa forma de avaliação é mais trabalhosa, porque pode envolver grande número de avaliadores, aumentando a complexidade da condução e o tempo gasto para a operacionalização. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 9 MPU Profº: Amilton Kuster Além disso, o desconforto para o avaliado por ser analisado nas diferentes visões pode gerar “arranjos informais”, que comprometem a qualidade da avaliação. Em síntese, para que o processo de avaliação seja efetivo na empresa, os responsáveis por sua condução devem zelar para que alguns princípios básicos sejam assegurados de forma a minimizar distorções que possam comprometer o resultado esperado. 9 Cultura e Clima Organizacional, 9.1 Conceitos de cultura O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são produtos de uma herança cultural. (LAROIA, 1986). Or outro prisma, o individuo no contexto social tem três necessidades primárias básicas: (1) inclusão e identidade, (2) controle, poder e influência e (3) aceitação e intimidade. Cultura é um padrão de pressupostos básicos inventados, descobertos ou desenvolvidos por um determinado grupo, à medida que esse grupo aprende a lidar com seus problemas de adaptação externa e integração interna, e que inclui o que funcionou bem o suficiente para ser considerado válido e ser ensinado a novos membros, como uma forma correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas. O ambiente funciona inicialmente como um condicionador na formação da cultura; à medida que ela se sedimenta, é a cultura que irá condicionar o que é percebido no ambiente. Representa um conjunto de valores e crenças compartilhadas que influenciam a vida organizacional e sua maneira de ser. Determina todas as formas de interações internas e grande parte do comportamento organizacional em relação às interações com o meio ambiente. Devido ao fato de que uma Cultura Organizacional é o resultado de um processo longo de existência de uma organização, quanto mais antiga a organização mais forte é sua cultura. 9.2 Cultura organizacional nas empresas Uma das funções da cultura organizacional é filtrar o ambiente externo, provendo um foco sobre os itens relevantes e oferecendo soluções pré-definidas, de forma a controlar a ansiedade dos indivíduos no grupo quanto às ameaças exteriores. A possibilidade de mudança cultural depende da idade da organização, o estágio em que está, seu ambiente, seu tamanho e complexidade, e a visão dos gerentes atuais sobre a situação Gestão de Pessoas aspirações profissionais e atinjam reconhecimento apropriado e recompensas. Este ambiente tem as seguintes características: existe absoluta integridade e honestidade em tudo o que todos dizem e fazem; há comunicação ampla em toda a organização em todos os sentidos; os superiores estão realmente interessados em ouvir o ponto de vista dos outros, especialmente dos subordinados; existe um real interesse em esclarecer os problemas e em resolvê-los; todos trabalham dedicadamente em equipes. Se o clima organizacional é bom, as pessoas tendem a ser proativas, partilhar conhecimentos, confiar nos chefes, colegas e subordinados, buscar inovações, ter iniciativas e agir com forte sentimento de “pertencimento”. Se o clima é ruim, tendem a fazer o mínimo indispensável para se manter no emprego, ou, às vezes, nem isso, agindo com descrença e revolta, aumentando a rotatividade e o absenteísmo. 10. Treinamento, Desenvolvimento e Educação 10.1 Conceitos e importância, Conceitualmente há uma diferença entre treinamento e desenvolvimento de pessoas. Embora seus métodos sejam similares, a sua perspectiva de tempo é diferente. O treinamento é orientado para o presente, focalizando o cargo atual e buscando melhorar as habilidades e capacidades relacionadas com o desempenho imediato do cargo. O desenvolvimento de pessoas é focalizado geralmente na organização e as novas habilidades e capacidades que serão requeridas. Ambos, treinamento e desenvolvimento, (T&D), constituem processos de aprendizagem. 10.2 operacionalização e rotinas. 10.2.1 Processos de treinamento O treinamento é um processo cíclico e continuo composto de quatro etapas: 1. Diagnóstico: É o levantamento das necessidades de treinamento a serem satisfeitas. Essas necessidades podem ser passadas, presentes ou futuras. 2. Desenho: É a elaboração do programa de treinamento para atender às necessidades diagnosticadas. 3. Implementação: é a aplicação e condução do programa de treinamento 4. Avaliação: é a verificação dos resultados do treinamento. 10.2.2 Finalidades do treinamento 9.3 Clima organizacional O clima organizacional reflete o grau de satisfação das pessoas com o ambiente interno da empresa. Reflete a qualidade do ambiente de trabalho percebida pelas pessoas da empresa. Ele é fortemente influenciado pela cultura da empresa. Está vinculado à motivação, à lealdade, e a identificação com a empresa, à colaboração entre as pessoas, ao interesse no trabalho, à facilidade das comunicações internas, aos relacionamentos entre as pessoas, aos sentimentos e emoções, à integração da equipe e outras variáveis intervenientes. É possível criar um ambiente na organização no qual as pessoas trabalhem de forma eficaz num esforço comum, desenvolvam suas competências, realizem suas Atualizada 10/08/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 10 MPU Profº: Amilton Kuster Gestão de Pessoas Essa análise pode ser feita de diferentes maneiras. Os grupos informais de profissionais de RH periodicamente fazem exercícios dessa natureza, e esses dados podem ser utilizados como subsídios para a instituição se situar em seu contexto de mercado de trabalho e as pressões ambientais que certamente deverá sofrer. 2º PASSO: ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO DE RH Fazer uma cuidadosa análise do ambiente organizacional interno que terá influência no alcance dos objetivos fixados durante o ciclo de planejamento. Essa análise costuma ser feita através de diagnósticos de problemas internos, usando-se pesquisas de clima organizacional, ou através de reuniões com os funcionários nos diversos níveis hierárquicos, ou ainda através de "feed-backs" de programas de treinamento. 11. Planejamento de RH O planejamento de recursos humanos é o processo de decisão a respeito dos recursos humanos necessários para atingir os objetivos organizacionais, em um determinado período de tempo. Trata-se de antecipar qual a força de trabalho e os talentos humanos necessários para a realização da ação organizacional futura. De modo geral, o planejamento de RH depende de: a. Necessidades da organização quanto a pessoas. b. Situação do mercado de recursos humanos; c. Rotatividade de pessoal; 11.1 Modelos de planejamento de RH 1. Modelo baseado na procura estimada do produto ou serviço: relaciona o número de pessoas com o volume de procura do produto ou serviço; 2. Modelo baseado em segmentos de cargos: projeta os níveis futuros de mão-de-obra para cada área funcional, correlacionando-os com o fator estratégico correspondente; 3. Modelo de substituição de postos-chave: projeta as futuras substituições em função do status dos candidatos internos – probabilidade de promoção e desempenho atual; 4. Modelo baseado no fluxo do pessoal: baseado nas informações passadas de pessoas que deixam a organização e que são promovidas, permitindo predizer quantas pessoas deverão ser admitidas, para manter a estabilidade; 5. Modelo de planejamento integrado: leva em consideração o volume de produção planejado, mudanças tecnológicas, condições de oferta e procura no mercado, planejamento de carreiras. 11.2 Etapas de um planejamento de RH O conhecimento teórico é de indispensável para fundamentar os diversos aspectos da Administração de Recursos Humanos, porém essa teoria precisa ser contextualizada para que possa ser facilmente aplicada. As etapas de uma operacionalização são as seguintes: 1º PASSO: ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO DE RH Fazer uma análise ambiental sobre os problemas que possivelmente ocorrerão durante o ciclo de planejamento, no meio ambiente externo da instituição. Atualizada 10/08/2010 3º PASSO: NECESSIDADES ORGANIZACIONAIS QUE ENVOLVEM RH É necessário estudar cada item do plano estratégico que direta ou indiretamente envolve os recursos humanos da empresa, tais como: • Alterações tecnológicas; • Novos empreendimentos; • Lançamento de novos produtos e/ou serviços; • quisição de novas empresas; • Mudanças organizacionais; É de suma importância que o planejamento de RH seja feito de conformidade com os objetivos organizacionais. Daí a necessidade de se saber o que acontecerá com a instituição a curto, médio e longo prazo para se poder planejar no campo dos recursos humanos coerentes com seus objetivos. 4º PASSO: CARACTERÍSTICAS DOS CARGOS Analisar as características dos cargos que terão seu perfil modificado em função do Plano Estratégico. A estratégia da instituição define uma série de prioridades e pontos que merecerão maior concentração de esforços por parte dos funcionários, muitas vezes alterando os perfis de alguns cargos. No PRH é necessário que fique evidenciado quais os cargos que serão modificados e que tipo de tratamento terá que ser dispensado. Daí a necessidade de se ter uma idéia muito clara do perfil de cada grupo, principalmente, os mais importantes, considerados "chaves", para poder se comparar às exigências dos cargos com o que realmente seus ocupantes apresentam. É importante que a empresa defina seus "cargoschaves", que deverão ser ocupados por profissionais com alto nível de qualificação. Fazem parte desse conjunto de cargos: • Os cargos que mais contribuem para os resultados da empresa; • Os cargos onde se verifica um grande uso de recursos (humanos, financeiros e materiais); • Cargos em que um mau desempenho representa um sério risco para o negócio e um impacto negativo considerável nos resultados ou imagem da empresa; • Cargos em que um desempenho abaixo do esperado representa perda de tempo irrecuperável em determinados planos ou projetos. 5º PASSO: INVENTÁRIO DE RH Para que se possa elaborar um planejamento de recursos humanos, há necessidade de se conhecer Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 11 MPU Profº: Amilton Kuster profundamente os indivíduos a disposição da instituição e confrontá-los com as exigências dos cargos que eles ocupam, considerando-se, não só o perfil atual do cargo, mas principalmente o que ele será no futuro. Nesse inventário dos talentos da organização, alguns pontos importantes devem ser observados: 1. CADASTRO: Através dele toma-se conhecimento da escolaridade, formação técnica e experiência dos profissionais. 2. DESEMPENHO/POTENCIAL: Analisar o desempenho e o potencial dos profissionais As ações de desenvolvimento de pessoal e a elaboração dos mapas de sucessão estão organizados a partir da análise da composição dos recursos humanos existentes na empresa, tendo em vista os objetivos organizacionais futuros. Visando aprimorar o dimensionamento das condições desse recursos, os avaliadores informarão os seguintes dados: a) avaliação de seus subordinados em relação ao desempenho no cargo atual; b) grau de potencial dos indivíduos dentro da organização. Desempenho: Analisa-se a constância de desempenho nos últimos 2 anos, procurando, dessa forma, evitar que apenas fatos recentes, positivos ou negativos, influenciem na escolha da alternativa. Os avaliadores poderão utilizar-se do formulário de "Avaliação de Desempenho" para ajudá-los a refletir sobre o melhor posicionamento do avaliado. Potencial: Para a indicação do grau de potencial de cada subordinado, na organização, os avaliadores deverão considerar suas observações em relação às tendências de seus funcionários para os diversos cargos. Essas tendências podem ser para cargos colaterais com maior conteúdo, imediatamente superiores ou de duas posições acima. Para determinar essas tendências, os avaliadores classificarão seus subordinados em uma das três categorias abaixo discriminadas: Potencial "A" : Categoria pertencente aos funcionários que foram indicados com condições de ocuparem cargos colaterais, com maior conteúdo ou imediatamente superiores, em prazo de 2 anos; ou em condições de ocuparem cargos de 2 níveis acima do atual, em prazo de 5 anos. Potencial "B" : Categoria pertencente aos funcionários que foram indicados com condições de ocuparem cargos colaterais, com maior conteúdo ou imediatamente superiores, em um prazo de 2 a 5 anos. Potencial "C": Sem perspectiva atual de promoção, porém, com condições no longo prazo de ocupar cargo colateral de maior conteúdo. 3. ENTREVISTA DE EXPECTATIVA DE CARREIRA Entrevistar os funcionários para verificar suas expectativas individuais de carreira na empresa, para que se possa projetar suas carreiras de forma a conciliar os interesses da empresa com os dos indivíduos que nela trabalham. 4. INDICAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL Indicar o desenvolvimento profissional dos funcionários, em primeiro lugar para o cargo que ocupam atualmente e logo a seguir para os possíveis cargos que poderão ocupar em função de seu potencial. Atualizada 10/08/2010 Gestão de Pessoas 5. PROGRAMA INDIVIDUAL DE DESENVOLVIMENTO Estabelecer para cada profissional suas necessidades de desenvolvimento, um programa de treinamento e as ações de acompanhamento. 6. PROGRAMA DE SUCESSÃO Dispondo dessas informações, é importante relacionar num único quadro os "cargos-chave", seus ocupantes e os prováveis substitutos. 6º PASSO: PLANO DE AÇÃO Dispondo de informações anteriores, torna-se muito mais fácil elaborar os planos de ação de RH para atender às necessidades do Plano Estratégico. Cada plano de RH deve ser detalhadamente elaborado e verificada sua coerência com os objetivos estratégicos da corporação. Esses planos devem conter: • Políticas de RH; • Planos de treinamento/desenvolvimento; • Planos de: recrutamento e seleção, integração, mudança cultural da empresa, alterações estruturais, alterações no processo decisório, definição de estilos de liderança, revisão dos benefícios concedidos, revisão das faixas salariais e outros. 12. Gestão por competências; 12.1 Conceito de competência Competência é um agrupamento de conhecimentos, habilidades e atitudes que afeta parte considerável da atividade de alguém, que se relaciona com seu desempenho, que pode ser medido segundo padrões pré-estabelecidos, e que podem ser melhorados por meio de treinamento e desenvolvimento. C = conhecimentos = saber = o que sabemos, mas não necessariamente colocamos em prática. H = habilidades = saber fazer = o que praticamos, temos experiência e domínio sobre uma determinada especialidade profissional ou social. A = atitudes = querer fazer = as características pessoais, que nos levam a praticar, ou não, o que conhecemos e sabemos. 12.2 Bases para a Gestão por competências A Gestão por Competências surgiu para responder a questões particulares do cenário empresarial. Essa metodologia de gestão é resultado de diversas tentativas de respostas para questões inéditas e inesperadas que surgem a cada dia no contexto organizacional. Respostas para: a necessidade de superação da concorrência num mercado globalizado; as exigências por agilidade, diferenciação e inovação contínua; as demandas de aprendizagem e de criação do conhecimento. Seu foco principal está orientado para o desenvolvimento de competências e novos conhecimentos, fontes por excelência para a conquista de vantagem competitiva sustentável. O modelo pressupõe que a posse de recursos raros, valiosos e de difícil imitação confere à organização vantagem competitiva. Tais recursos, por sua vez, são representados, sobretudo pelos conhecimentos e pelas competências das pessoas que trabalham na organização. Pode-se, então, definir a gestão por competências como uma metodologia de orientação empresarial para o Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 12 MPU Profº: Amilton Kuster mercado e para o cliente, voltada para o desenvolvimento sistemático das competências profissionais das equipes e dos funcionários. A gestão por competência representa um importante sistema de informação estratégica que orienta as ações de desenvolvimento profissional e organizacional na direção correta. A proposta da Gestão por Competências é compreender quais são as competências organizacionais críticas para o sucesso empresarial, desdobrá-las em termos de competências profissionais e desenvolvê-las junto ao quadro de funcionários internos. 12.3 Abrangência da Gestão por competências Ao se colocar organização e pessoas lado a lado, pode-se verificar um processo contínuo de troca de competências. A organização transfere seu patrimônio de conhecimentos para as pessoas, enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar novas situações profissionais e pessoais, quer na organização, quer fora dela. As pessoas, ao desenvolverem sua capacidade individual, transferem para a organização seu aprendizado, capacitando a organização para enfrentar novos desafios. Esse processo, que é natural em qualquer comunidade, pode ser gerenciado e potencializado com efeitos benéficos para a organização e para as pessoas. Os trabalhadores da atualidade precisam possuir uma visão de cultura sistêmica, pois, em um mercado caracterizado por objetivos incertos e não definidos, a novidade é valorizada e o trabalho requer flexibilidade, análise coletiva, convivência com as tecnologias da informação e rodadas de negociação. A gestão do capital intelectual das pessoas passa a ser um diferencial para o sucesso organizacional. Os novos paradigmas são: • Organizações enxutas e flexíveis; (menos hierarquizadas). • Era do conhecimento; (a qualificação passa a ser mental). • Rápida obsolescência do conhecimento: (Necessidade de aprendizado contínuo). • Condição de Empregabilidade: Os empregadores oferecem aprendizagem e desenvolvimento de habilidades no lugar de estabilidade. • A educação é global e permanente e ocorre por meio de um processo contínuo de aprendizagem, desenvolvendo os conhecimentos e as habilidades que trazem vantagem competitiva aos negócios. A educação corporativa trabalha a favor dessas mudanças. As organizações e as pessoas demonstram uma troca contínua de experiências. A área de gestão de pessoas deve oferecer ferramentas que permitam à pessoa desenvolver-se por si mesma, para entregar o que lhe é solicitado, pela organização ou pelo ambiente profissional. A Gestão por Competências surgiu para responder a essas questões particulares do cenário empresarial. 12.4 Tipos de competências • Competências organizacionais: São as competências necessárias para que a organização e as equipes de trabalho realizem seus objetivos • Competências profissionais: São as competências necessárias para o exercício de cada cargo, função ou profissão Atualizada 10/08/2010 Gestão de Pessoas • Competências pessoais: São as competências que os funcionários detêm 12.5 Gestão por competências – mapeamento e avaliação. O registro da competência torna-se mais útil e preciso quanto mais ele se aproxima do foco do trabalho, do negócio e dos resultados desejados pela organização. São consideradas dimensões de mensuração das competências profissionais: • Conhecimentos em torno da profissão • Experiências Profissionais comprovadas. • Habilidades básicas, gerenciais e técnicas comprovadas. Um sistema de avaliação objetivo da competência busca conhecer o que o funcionário domina sobre conhecimentos e habilidades que estão correlacionados aos negócios e atividades da empresa ou de um projeto. Esse sistema de avaliação exige um mapeamento que cataloga conhecimentos, experiências e habilidades dos funcionários, determinantes para a competente realização dos trabalhos. Inclui os conhecimentos auto-adquiridos, resultados de auto-desenvolvimento, registrados em escala prédefinida pela empresa (conhecimento básico, intermediário ou avançado, por exemplo). E os conhecimentos adquiridos em eventos oficiais e certificados, tais como treinamentos empresariais, cursos de formação, certificações de idiomas e outras certificações de conhecimentos existentes no mercado. Com essas informações podem-se definir áreas críticas em que a organização deva incentivar a capacitação e o desenvolvimento, ou mesmo estruturar planos de transferência de conhecimentos entre funcionários e equipes. Experiências Profissionais – Esta dimensão tem por finalidade registrar a experiência e a trajetória profissional do funcionário. Índice de profundidade nos cargos ocupados (aprofundamento vertical na profissão) Índice de visão sistêmica (horizontalidade na atuação profissional) Índice de senioridade (tempo de exercício na função/cargo) Tipos de competências exercidas nas profissões/cargos. Habilidades dos funcionários - Esta dimensão preocupa-se em conhecer as habilidades fundamentadoras dos processos da organização. Trata-se da mais importante informação sobre a competência do funcionário no processo de trabalho. É a partir desta informação que a empresa passa, de um lado, a conhecer o quanto os funcionários dominam as habilidades críticas para o sucesso dos projetos e do negócio, e de outro, a acompanhar o seu desenvolvimento e a sua transferência entre funcionários e equipes. As habilidades dos funcionários podem ser divididas em três dimensões: a) Habilidades básicas – são habilidades vinculadas aos valores maiores da organização, negócio ou projeto, que a empresa espera que estejam presentes nas atitudes e no comportamento cotidiano de todos os funcionários. b) Habilidades gerenciais – valores, atitudes e comportamentos desejados do segmento gerencial da organização. c) Habilidades técnicas ou específicas – habilidades diretamente vinculadas aos processos de trabalho Produção - o quarto banco de dados registra a produção do funcionário. Este banco de dados é quantitativo e reúne as informações referentes ao desempenho Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 13 MPU Profº: Amilton Kuster alcançado pelas equipes de trabalho e funcionários, frutos de um acordo de trabalho e metas previamente estabelecido. Indicadores que este banco de dados pode oferecer: Índice de produção individual e por equipe Índice de produtividade individual e por equipe 13 Gerenciamento de conflitos 13.1 Conceitos de conflito Conflito é uma interferência ativa ou passiva, porém deliberada, para impor um bloqueio sobre a tentativa de outra parte de alcançar os seus objetivos. Visão tradicional – Convicção de que todo conflito é danoso e deve ser evitado; Visão de relações humanas – Convicção de que o conflito é uma consequência natural e inevitável em qualquer grupo; Visão interacionista– Convicção de que o conflito é uma força positiva em um grupo e necessário para que o desempenho seja eficaz. Conflito funcional – Conflito que apóia os objetivos do grupo e melhora seu desempenho. Conflito disfuncional – Conflito que atrapalha o desempenho do grupo. Conflito interno ou conflito externo. O conflito interno (intrapessoal) envolve dilemas de ordem pessoal. O conflito externo envolve vários níveis: interpessoal, intra-grupal, intergrupal, intra-organizacional e interorganizacional. 13.2 Tipos de conflitos no ambiente organizacional Conflito de tarefa – Conflito relacionado ao conteúdo e aos objetivos do trabalho. Conflito de relacionamento – Conflito baseado nas relações interpessoais. Conflito de processo – Conflito sobre como o trabalho é realizado. 13.3 Níveis de conflitos O conflito pode ocorrer em três níveis de gravidade: 1. Conflito percebido ou latente: ocorre quando as partes percebem e compreendem que o conflito existe porque sentem que seus objetivos são diferentes dos objetivos dos outros e que existem oportunidades para interferência ou bloqueio. 2. Conflito sentido: quando o conflito provoca sentimentos de hostilidade, raiva, medo, descrédito entre uma parte e outra. É chamado conflito velado, quando é dissimulado oculto e não externalizado com clareza. 3. Conflito aberto: quando o conflito é manifestado sem dissimulação através de interferências ativas ou passivas por pelo menos uma das partes. 13.4 Antecedentes dos conflitos São quatro as situações que antecedem aos conflitos: Ambigüidade de papel: quando as expectativas pouco claras e confusas, além de outras incertezas, aumentam a probabilidade de fazer com que as pessoas sintam que estão trabalhando para propósitos com os quais não concordam. Objetivos diferentes: Decorrente do crescimento da organização cada grupo define seus objetivos. Por força da especialização, os grupos passam a realizar tarefas diferentes, relacionam-se com diferentes partes do ambiente e desenvolvem maneiras diferentes de pensar e agir: têm a sua própria linguagem, modo de pensar e de trabalhar e objetivos diferentes a atingir. Atualizada 10/08/2010 Gestão de Pessoas Recursos compartilhados: A limitação de recursos precisa ser distribuída e alocada entre os grupos da organização, como capital de giro, valores orçamentários, salários, créditos, espaço, pessoas, máquinas e equipamentos. Se um grupo quer aumentar sua quantidade de recursos outro grupo terá de perder ou abrir mão de uma parcela dos seus. Isso provoca a percepção de objetivos e interesses diferentes e incompatíveis e incongruentes. 13.5 O gerenciamento de conflitos A responsabilidade maior de resolução de conflitos cabe ao líder do grupo, mas não exclusivamente. Cada membro de grupo é também responsável pelo rumo que as divergências podem tomar, contribuindo intencionalmente ou não para a evolução e conseqüências construtivas ou destrutivas do conflito. Essa responsabilidade (do líder ou dos membros do grupo), exige uma habilidade para se administrar conflitos. Para se adquirir essa habilidade é necessário estabelecer um processo de conhecimento do conflito, incluindo seus conceitos, processos, identificação dos estágios do conflito, e técnicas para a resolução desse tipo de problema. 13.6 Dimensões das intenções para a administração de conflitos As intenções frente a uma situação de conflito podem ser: Competir – desejo da pessoa em satisfazer seus próprios interesses, independentemente do impacto sobre a outra parte em conflito. Colaborar – situação em que as partes conflitantes pretendem satisfazer os interesses de todos os envolvidos. Evitar – desejo de fugir de um conflito ou tentar suprimilo. Acomodar-se – disposição de uma das partes em conflito de colocar os interesses do oponente antes dos seus próprios. Conceder – situação na qual cada uma das partes de um conflito está disposta a abrir mão de alguma coisa. 13.7 Como gerenciar conflitos A abordagem de um conflito exige a análise de vários fatores: a natureza do conflito, suas razões subjacentes, o grau de sua extensão, a intensidade ou importância quanto a conseqüências, contexto grupal e organizacional, motivação dos oponentes. Schmidt e Tannenbaum (1972), Moscovici (2003) propõem quatro métodos de abordagens que podem ser utilizadas: 1. Evitar o conflito: Procurar compor grupos mais homogêneos, com maior afinidade de pontos de vista, valores, métodos, metas etc. Geralmente essa situação ocorre quando o superior (executivo, gerente, chefe, coordenador) escolhe seu grupo de trabalho. O risco, nesses casos, é a redução e até a extinção da criatividade, porque novas idéias vão aparecendo menos freqüentemente, as velhas práticas continuam, uma vez que é considerado inadequado discordar por ferir normas de solidariedade grupal (corporativismo). 2. Reprimir o conflito Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 14 MPU Profº: Amilton Kuster Gestão de Pessoas O líder pode também controlar mais ativamente as situações, desenvolvendo uma atmosfera de repressão através de recompensas e punições. Pode recompensar, consistentemente, a concordância e a cooperação, representadas por normas vigentes, e punir, de várias formas, material ou psicologicamente, a discordância ou a expressão de idéias não conformistas pelos quais ousam romper a harmonia do grupo ou da organização. As vantagens dessa abordagem são mais claras quando se tem objetivos a curto prazo, e por isso sem muito tempo para resolução de diferenças individuais. A repressão, no entanto, sempre custa alguma coisa em termos psicológicos, porque manifestar as diferenças sempre é importante para as pessoas envolvidas em qualquer grupo ou tarefa. Os benefícios são medidos pela qualidade em atender necessidades básicas dos trabalhadores, oferecendo condição digna de vida e trabalho. 3. Aguçar as divergências em conflito Nessa abordagem, o líder reconhece e aceita as divergências e procura criar uma situação para a expressão aberta do conflito, para que possa ser visto como tal. Essa abordagem é vantajosa quando permite esclarecimento e aprendizagem. Em geral, as pessoas não param para examinar as suas premissas e posições nem as dos outros. Se isso ocorre, é alcançada a aprendizagem sobre a natureza do conflito, as possibilidades para sua resolução e também quais são os seus “custos” pessoais e grupais. Os riscos de fomentar as diferenças para a eclosão do conflito são muito grandes e os custos psicológicos potenciais também são elevados. 14.3 Educação A educação é fundamental para o desenvolvimento dos profissionais. É também uma ação social relevante, na medida em que capacita as pessoas para a empresa, para o mercado de trabalho e para a sociedade. Também aqui um aspecto importante é a inclusão, ou seja, qual é a população abrangida pela ação da empresa. Quanto maior seu alcance, maior a condição dela sustentar seu nível de competitividade e maior a contribuição da empresa para a sociedade. 4. Transformar as diferenças em resolução de problemas Se a abordagem das divergências for feita de uma forma enriquecedora, ao invés da competição por “certoerrado”, as situações conflitivas passarão a ser problemas que poderão ser resolvidos cooperativa e criativamente. A utilização dessa abordagem não é simples nem fácil. Demanda mais tempo e habilidade especial do líder e dos membros do grupo, habilidade que precisa ser desenvolvida e sistematicamente praticada. 14. Indicadores em Gestão de Pessoas São indicadores em gestão de Pessoas remuneração/benefícios, carreira, educação, saúde, integridade e responsabilidade social e ambiental. 14.1 Remuneração e Benefícios A remuneração expressa a valorização atribuída aos empregados e a qualidade da empresa na estratégia em gestão de pessoas. Uma remuneração acima da média do mercado só pode ser sustentada em um ambiente extremamente competitivo e se a empresa possuir e conseguir manter desempenhos acima da média. Se praticada em um ambiente de baixo desempenho, torna a empresa pouco competitiva e os salários não serão sustentados no tempo. Essas empresas fatalmente terão que demitir os empregados caros e admitir outros mais baratos. As empresas, entretanto, que pagam salários acima da média para empregados em contínuo desenvolvimento e que estão gerando resultados vão sustentar sua folha de pagamentos. Os benefícios refletem a preocupação da empresa com o bem-estar de seus trabalhadores em um país onde o Estado está ausente. Atualizada 10/08/2010 14.2 Carreira Profissional O aspecto mais valorizado pelas pessoas é a perspectiva de crescimento profissional. Para isso, as ações da empresa se referem tanto ao estímulo quanto ao suporte para que a pessoa cresça. Um aspecto importante da carreira é o processo de inclusão, ou seja, todas as pessoas que mantêm uma relação de trabalho com a empresa são objetos dessa preocupação. Esse será cada vez mais o fator determinante de diferenciação da empresa no mercado. 14.4 Responsabilidade Social e Ambiental Uma empresa que se destaca como um bom ambiente de trabalho deve ser cidadã. Essa questão, além de ser cada vez mais exigida pela sociedade, tem grande impacto na construção do orgulho de pertencer por parte dos trabalhadores. 14.5 Integridade Física, Psíquica e Social . A integridade da pessoa não está reduzida só ao aspecto físico, se estende também ao psicológico e social. Para se desenvolver, as pessoas devem se sentir valorizadas em relação ao seu trabalho e seguras quanto a sua importância para a empresa e para as pessoas ao seu redor. 14.6 Saúde A questão da saúde envolve aspectos educacionais e preocupações com a integridade da pessoa. A inclusão é essencial. As preocupações com saúde não devem estar ligadas somente aos cargos mais estratégicos, mas com todos os trabalhadores. A questão da saúde também é um item de benefício para o trabalhador, principalmente no que tange à sua família. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 15