Consórcio UFRPE/UESB Universidade Federal Rural de Pernambuco Reitor: Prof. Valmar Corrêa de Andrade Vice-Reitor: Prof. Reginaldo Barros Pró-Reitor de Administração: Prof. Francisco Fernando Ramos Carvalho Pró-Reitor de Extensão: Prof. Paulo Donizeti Siepierski Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Prof. Fernando José Freire Pró-Reitor de Planejamento: Prof. Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira Pró-Reitora de Ensino de Graduação: Profª. Maria José de Sena Pró-Reitora dos Campi Avançados: Sra. Maria de Souza Cavalcanti (ProTempore) Coordenadora de Ensino a Distância: Profª Marizete Silva Santos Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Reitor: Prof. Abel Rebouças São José Vice-Reitor: Prof. Rui Macedo Pró-Reitor de Administração: Prof. Nadir Blatt Pró-Reitor de Extensão: Prof. Paulo Sergio Calvalcanti Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Profª. Cristiane Leal dos Santos Pró-Reitor de Planejamento: Prof. Roberto Paulo Machado Lopes Pró-Reitora de Ensino de Graduação: Profª. Zoraide Viera Cruz Coordenadora de Ensino a Distância: Profª Maria Silva Barbosa Coordenação Acadêmica: Ivanor Nunes Coordenação Conteúdo: Carlos Batista Coordenação de Ambiente Virtual: Bianca Carneiro Coordenação Pedagógica: Maristela Rossato Coordenação de Infra-Estrutura e Pólos: Maria Esmeralda Campêlo Produção Gráfica e Editorial Capa e Editoração: Rafael Lira e Ana Carolina Revisão Ortográfica: Andréa Macêdo Ilustrações: Arthur Adolpho e Rafael Lira Coordenação de Produção: Marizete Silva Santos Ficha catalográfica Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central – UFRPE S237m Santos, Francisco Luiz dos Matemática básica para física / Francisco Luiz dos Santos – Recife: Ed. da UFRPE, 2006. v. 3 : il. 1. Ensino a distância 2. Matemática – Estudo e ensino 3. Física – Estudo e ensino I. Título CDD 510 2 Sumário Dimensionalidade do espaço.......................................................................... 7 Elementos de Geometria ................................................................................. 9 Geometria Euclidiana ..................................................................................... 9 Posições relativas entre duas retas ............................................................. 13 Posições relativas entre retas e planos....................................................... 15 Posições relativas entre dois planos ........................................................... 16 Perpendicularidade ........................................................................................ 17 Generalidades sobre ângulos e arcos ......................................................... 18 Temas básicos de geometria plana ............................................................. 22 Segmentos proporcionais ............................................................................ 23 Feixe de retas paralelas ............................................................................... 23 Exercícios Propostos ................................................................................... 26 Semelhança de triângulos............................................................................. 29 Exercícios propostos .................................................................................... 33 Relações Métricas no triângulo retângulo .................................................. 34 Exercício proposto........................................................................................ 40 Relações Métricas no triângulo qualquer.................................................... 42 Exercícios propostos .................................................................................... 45 Superfície e volume ....................................................................................... 46 Exercícios propostos .................................................................................... 51 Volume de Sólidos ......................................................................................... 55 Exercícios propostos .................................................................................... 59 Tópico de geometria analítica: distância entre pontos.............................. 60 Exercícios propostos .................................................................................... 62 Problemas resolvidos ................................................................................... 63 Problemas Propostos ................................................................................... 67 Aplicações na física ..................................................................................... 70 3 Onde Estamos Revisamos uma parte da geometria desenvolvida pelos gregos e de grande utilidade em várias áreas do conhecimento que utilizam matemática, a trigonometria. O triângulo é o polígono, figura plana formada por retas, com o menor número de arestas. Em nossa busca de simplificar os problemas para resolvê-los, a habilidade de trabalhar com relações no triângulo retângulo é importante. Vimos que basta ter dois parâmetros do triângulo retângulo para encontrar as outras medidas, incluindo ângulos e lados. Assim se torna muito conveniente tentar mapear problemas que envolvam a determinação de distâncias ou de ângulos com algum triângulo retângulo baseado em pelo menos duas dimensões conhecidas. Fomos mais além, estudando funções trigonométricas que relacionam parâmetros do triângulo retângulo dentro de uma circunferência de raio 1 (hipotenusa = 1) em função do ângulo coincidente com o centro desse círculo. Com o ângulo variando, o raio (hipotenusa) girando como um dos ponteiros de um relógio, chegamos as funções periódicas: seno e cosseno, além de tangente e as outras funções derivadas destas primeiras. Esse tipo de função é fundamental para o estudo matemático de problemas que envolvam oscilações e movimento circulares. Para onde vamos Vamos estudar agora a parte mais geral da geometria. Rever os conceitos fundamentais entre pontos, linhas, figuras planas e um pouco de sólidos geométricos. Faremos uma breve discussão sobre esses conceitos do ponto de vista de espaço de existência das coisas que queremos modelar. Para entendermos melhor alguns conceitos de física é importante diferenciar as representações geométricas dos elementos que estamos usando dependendo da dimensão do espaço no qual eles estão embebidos. Nós estamos embebidos em um espaço de dimensão 3, para isso usamos parâmetros como: comprimento, largura e altura. Quando trabalhamos com figuras de duas dimensões (2), como as figuras planas, ou de uma (1), como uma reta, que diferença isso faz na física das 4 questões que queremos entender? Faz diferenças como, por exemplo, para a dimensão 1, uma linha, temos um exemplo parecido em nosso mundo tridimensional: uma linha de trem. Uma primeira propriedade que podemos observar é que neste caso um trem não pode passar pelo outro, se estão na mesma linha. Se um trem andar devagar, todos terão que andar devagar, pelo menos quando se encontrarem. Portanto, o de menor velocidade determina a velocidade dos demais. Esse processo é conhecido como serial, um atrás do outro, e só ocorre porque não é permitido ultrapassagem. Se acrescentarmos largura à linha, além do comprimento, teremos dimensão 2 e podemos evoluir para uma pista com várias vias (faixas para carros), nosso exemplo mais próximo. Neste caso, um carro pode ultrapassar o outro e o mais lento já não determina a velocidade do “comboio”. Isso pode mudar o comportamento de fenômenos físicos. A revisão das relações geométricas entre várias figuras ajudará a melhorar a habilidade em identificar padrões geométricos em questões de física e lembrar mais rapidamente de propriedades matemáticas para a solução de problemas. 5 Geometria Normalmente não nos damos conta de quanto a geometria influência a física. Desde a mecânica, em que estudamos o movimento dos corpos, sua origem e conseqüências, os parâmetros essenciais são espaço e tempo. Desde criança estamos acostumados a medir e a observar os fenômenos espaciais, objetos ou seres que aumentam de tamanho ou diminuem, se deslocam, se aglomeram ou se dispersam e apresentam formatos diferentes. A ferramenta matemática diretamente ligada a esses fenômenos é a geometria. Uma grande contribuição da teoria da relatividade para física moderna é a afirmação de que não só o espaço é relativo, depende de onde se observa ou de um referencial, mas o tempo também é relativo e isso implica em mudanças na relação espaço-tempo. Esses novos conceitos geométricos de espaço-tempo relativos mudaram a visão de mundo que tínhamos da natureza. A mecânica clássica é estudada com geometria euclidiana enquanto a mecânica relativística pode ser mais adequadamente estudada a partir da não-euclidiana. Mas as implicações geométricas para a física não vêm só da mecânica.Talvez a área da física que mais baseia seus fenômenos em geometria seja a óptica. Vários outros conceitos físicos estudados em eletricidade e magnetismo “escondem” o verdadeiro responsável pelos fenômenos eletromagnéticos, a geometria. Por exemplo, o conceito de propagação de campo e forças que tem como uma das leis mais gerais a de que a radiação de vários tipos normalmente se propaga enfraquecendo à medida que se afasta da fonte com o quadrado da distância. Essa lei é basicamente geométrica de como campos podem preencher o espaço tridimensional se dispersando a partir da fonte. 6 Vimos que em física usamos como parâmetros mais básicos tempo e espaço. Outros parâmetros básicos como temperatura e campos, de certa forma, precisam do tempo ou espaço para ter sentido no contexto prático. O preenchimento do espaço por matéria, um objeto, ou mesmo por algo que não vemos, como um campo magnético, é estudado em física através da geometria (parte da matemática que estuda as formas e relações entre elas). Além disso, muitos dos fenômenos físicos que conhecemos são conseqüências da forma como entidades físicas, campo ou matéria, preenchem o espaço. Como estamos sempre procurando simplificar para entender, vamos abordar os elementos geométricos que vamos utilizar no curso de física do ponto de vista da representação do espaço do mais simples para o mais complexo. Dimensionalidade do espaço Normalmente, representamos o espaço rabiscando sobre uma folha de papel os objetos envolvidos no fenômeno ou problema que queremos estudar. A folha de papel é plana e, portanto, muito adequada para representar figuras planas, como um quadrado, triângulo ou círculo. Mas podemos utilizar a folha de papel para representar situações em um espaço com mais ou menos dimensões. Vamos utilizar o número de coordenadas cartesianas necessário para a localização de um ponto como o determinador da dimensionalidade do espaço. D=0 O ponto, por si só, não tem dimensão. Podemos representá-lo por um pequeno círculo, como está na figura 1, quase imperceptível. Também poderíamos representá-lo por uma pequena cruz, “+”, ou “x”. Por definição, ele não tem altura, nem largura, nem comprimento. Portanto, um espaço sem dimensão não existe, mas o ponto é uma entidade geométrica sem dimensão. Neste caso, nenhum objeto poderia existir em um espaço sem dimensão. 7 FIGURA 1 Um ponto em um plano cartesiano. Não é possível desenhar objetos dentro do ponto porque o ponto não tem dimensão, ou D=0. D=1 Em um espaço de dimensionalidade 1, precisamos apenas saber em que posição de uma linha fica o ponto. Só precisamos de uma coordenada, exemplos, x = 2 cm ou x = -9 cm em relação a uma posição de referência. A reta é um objeto de dimensão 1. Podemos dizer que só tem comprimento. Sua largura é imaginária, tão fina quanto a nossa imaginação pode considerar em relação às outras figuras. FIGURA 2 (a) Reta. (b) Linha ou curva de tamanho limitado em -10 e 10, passando pelo ponto central de referência 0. É possível “caminhar” sobre uma linha para trás ou para frente, mas qualquer ponto de impedimento bloqueia totalmente a passagem ao longo dela. Um ponto no espaço bidimensional, localizado pelas suas coordenadas cartesianas x, y. D=2 Com duas coordenadas podemos localizar um ponto em um plano cartesiano. Na prática, esse é o espaço que mais usamos para 8 localização. Os mapas são desenhos bidimensionais, mesmo de objetos tridimensionais, como a Terra, portanto, precisando apenas de duas coordenadas para localização, latitude e longitude. A Localização em uma cidade é determinada por coordenadas FIGURA 3 (a) Figuras geométricas regulares bidimensionais. (b) Um ponto localizado no espaço bidimensional através das coordenadas cartesianas x, y, z. O espaço bidimensional é o que usamos para imprimir texto e desenhar figuras como o dessa folhar que você está lendo. Elementos de Geometria Geometria Euclidiana A geometria euclidiana é a mais básica e conhecida maneira de representar as formas. O nome pomposo está diretamente ligado a grande contribuição dada pelos gregos, especialmente por Euclides, à geometria conhecida por nós desde a escola primária. Pois geometria euclidiana é a geometria mais simples e próxima do senso comum e da maneira como começamos a pensar nas formas desde criança. Por que usar esse nome se é simplesmente a geometria conhecida por nós desde a infância? Por que não chamar simplesmente de geometria? É o que normalmente fazemos como nos referimos simplesmente à geometria. Só usamos esse nome quando queremos fazer distinção de outras maneiras de representação do espaço como, por exemplo, a geometria de Minkowski ou geometria no espaço de Minkowski. No espaço de Minkowski as distâncias são medidas em escalas diferentes dependendo da posição em relação a um referencial central. Um outro tipo de geometria não euclidiana é a geometria fractal. Os fractais são figuras que podem ser 9 vistas em sua geometria com dimensionalidade não inteira. Por exemplo, na geometria euclidiana as formas são embebidas em espaços de dimensões inteiras como 1 (unidimensional), 2 (bidimensional) e 3 (tridimensional). As figuras fractais podem ter dimensões entre 1 e 2, como 1,4, por exemplo. Existem outras propriedades dessas outras geometrias que caracterizam métodos e características próprias de tratar as figuras em seus espaços correspondentes. A física se utiliza de vários tipos de geometria para descrever melhor determinados fenômenos. Esse é mais um motivo para chamarmos a sua atenção para a geometria que você sempre viu de geometria euclidiana. A maior parte da física que conhecemos pode ser explicada através da geometria euclidiana, portanto, esse capítulo tem como foco a revisão dos conceitos e fórmulas dessa geometria. Geometria euclidiana é a geometria sobre linhas, planos e sólidos, tridimensionais, baseados nos postulados de Euclides. Porém, tão importante quanto conhecermos tais postulados, é conhecermos algumas noções primitivas e dominarmos alguns conceitos que fundamentam esta geometria. Nesta seção apresentaremos essas noções e conceitos, utilizando como ponto de partida situações em física. Ponto Em cinemática, geralmente, nós estudamos a Cinemática do ponto material. Mas o que seria um ponto material? A definição nos diz que é um corpo cujas dimensões podem ser desprezadas no estudo de um determinado fenômeno. Isto, sem dúvida, remete à noção geométrica de ponto: uma figura geométrica que não possui dimensão, representação gráfica podemos visualizar na figura 4. FIGURA 4 Um ponto representado por um pequeno círculo 10 cuja Um ponto pode representar um planeta distante, um objeto qualquer, uma carga elétrica, etc. Em física, dizemos que um corpo é um ponto material dependendo do referencial e devemos utilizar também referenciais para localizarmos um ponto. FIGURA 5 Representação do espaço tridimensional com eixos cartesianos x, y, z, utilizados para localizar um ponto P. Para a localização de um ponto P, em relação ao referencial R, é necessário conhecermos as distâncias de P a R. Um modo de se localizar o ponto P é fixar em R um sistema triortogonal. Este é constituído de três eixos perpendiculares dois a dois e com uma origem comum. A posição do ponto P no espaço é definida pelas suas coordenadas cartesianas x, y e z mostradas na figura 5. Em um determinado plano nós utilizamos um sistema de coordenadas, cujo conceito foi formalizado por René Descartes. Fixamos nesse plano dois eixos reais Ox e Oy, no ponto O, onde O é a origem do sistema. Um ponto P do plano, deve ser projetado sobre os dois eixos Ox e Oy e obtemos dois pontos P’ e Q’, respectivamente, que são denominados de projeções ortogonais de P. Ao ponto P’ existe um valor real correspondente, que é a abcissa do ponto P; ao ponto P’’ corresponde também um valor real que é a ordenada do ponto P. Reta Sabemos que um ponto material que se move em relação a um determinado referencial ocupa sucessivamente diversas posições, descrevendo uma curva que recebe o nome de trajetória. Uma trajetória comum no nosso dia-a-dia e que aparece com freqüência nos problemas 11 de física é a retilínia, basta lembrarmos do Movimento Retilíno Uniforme ou Movimento Retilínio Uniformemente Variado. Logo, admitimos o conhecimento intuitivo do que seria uma reta, porém aqui formalizamos esta noção do ponto de vista geométrico, e concluímos que: reta é uma figura geométrica que possui uma única dimensão e deve ser entendida como ilimitada nos dois sentidos. A representação gráfica apresentamos a seguir. FIGURA 6 Reta r. Plano O termo plano é utilizado com freqüência na física, e a noção intuitiva também pode ser aqui utilizada. Conhecemos, na óptica, a primeira lei da reflexão que diz: “o raio incidente, a normal e o raio refletido estão num mesmo plano”. Ora, mesmo sem uma noção formal de plano, um estudante de física consegue visualizar o fenômeno, pois temos diversas imagens físicas do plano em nosso cotidiano por exemplo: um campo de futebol, a superfície de uma parede, o piso de uma sala etc. Plano, assim como o ponto e a reta não pode ser definido, mas temos sua noção primitiva que nos diz que é uma figura geométrica de duas dimensões e é ilimitada em todos os sentido. Na figura 7 temos a representação gráfica do plano. 12 FIGURA 7 Representação de três planos (α, β, γ) limitados e em diferentes ângulos, um em relação ao outro. Posições relativas entre duas retas Em física é freqüente falarmos em paralelismo, como condição existente em algum problema, ou até como regras, exemplo: “Todo raio de luz que incide no espelho paralelamente ao eixo principal de um espelho esférico de Gauss, ao refletir-se, passa pelo foco principal”. Essa é uma propriedade estudada em ótica referente ao espelho esférico de Gauss. Sem dúvida, casos assim remetem à geometria, pois as trajetórias, alguns eixos etc, podem ser vistos como retas, logo é importante o aluno assimilar bem as posições relativas entre duas retas existentes e os critérios que as definem. Consideremos um plano p e uma reta AB desse plano. Se traçarmos uma reta CD que tenha apenas o ponto C no plano P e este ponto não estando sobre a reta AB, podemos concluir que nenhum plano poderá conter ao mesmo tempo as duas retas AB e CD. Do exposto conclui-se que duas retas no espaço podem ter duas posições relativas: a) não estão situadas no mesmo plano: retas reversas 13 FIGURA 8 Retas reversas: AB vertical situada no plano da lateral direita e CD horizontal, entrando na folha de papel, no plano da esquerda. b) estão no mesmo plano: retas complanares, neste caso podem ser concorrentes ou paralelas. Retas paralelas: São retas complanares que não apresentam nenhum ponto em comum ou apresentam todos os seus pontos em comum: FIGURA 9 Retas paralelas (r e s): no mesmo plano, mas separadas por uma distância constante, e retas coincidentes, em que só se ver uma, quando tem duas se sobrepondo. Retas concorrentes: São retas que apresentam um único ponto em comum 14 FIGURA 10 Retas (r e s) concorrentes se encontram no ponto A. Posições relativas entre retas e planos Não tão importante na física quanto as posições relativas entre duas retas, existe o estudo das posições relativas entre retas e planos. Porém, sabemos que um estudante de física deve estar preparado para a resolução de questões que remetem a situações diversas, e a geometria pode auxiliar parte delas. Com isso apresentamos aqui algumas informações geométricas importantes. Quando uma reta tem dois pontos num plano, fica contida nele. Assim equivale a dizer que tem todos os seus pontos no mesmo plano. Resulta daí que uma reta pode ocupar três posições em relação a um plano: c) Tem dois pontos no plano. Neste caso pertence ao plano. FIGURA 11 Quando dois pontos da reta estão no plano, toda a reta está no plano. d) Tem um ponto no plano. Neste caso a reta fura o plano neste ponto que se denomina traço ou pé da reta sobre o plano. 15 FIGURA 12 Plano tocando (interceptando) uma reta em um só ponto (P), neste caso a reta não está completamente no plano, mas apenas toca-o em um ponto. e) Não tem ponto algum no plano. Neste caso diz-se paralela ao plano. FIGURA 13 Quando nenhum ponto da reta toca o plano é porque a reta está paralela ao plano e reserva uma distância para ele. Posições relativas entre dois planos Raras situações ou problemas na física remetem às posições relativas de dois planos, porém é importante um aluno conhecer o teorema que apresentaremos a seguir e as duas posições relativas que dois planos podem ocupar. Teorema: Quando dois planos têm um ponto comum, têm também um reta comum que contém o mesmo ponto. Resulta desse teorema que dois panos podem ocupar as duas posições relativas seguintes: a) Têm uma reta comum. Neste caso são secantes e a reta comum denomina-se intersecção dos dois planos. 16 b) Não têm ponto algum comum ou apresentam todos os pontos em comum. Neste caso dizem-se paralelos, coincidentes ou distintos, dependendo se há pontos comuns ou não. FIGURA 14 Dois planos paralelos. Os pontos de um (α) não coincidem com os do outro (β) nem se encontram, mantendo a mesma distância entre planos. Perpendicularidade Decidimos trabalhar em particular a perpendicularidade devido a freqüência em que essa aparece na física. Diversos problemas em física recorrem à condição de perpendicularidade, desde a mecânica, em que corpos freqüentemente se deslocam perpendicularmente em relação a um referencial ou entre si, até a óptica em que é comum um raio de luz incidir perpendicularmente a uma superfície. Dividimos este tópico em três abordagens: a) Retas perpendiculares a um plano: Duas retas r e s são perpendiculares se e somente se, são concorrentes e forma ângulos retos entre si. FIGURA 15 Retas perpendiculares s e r sobre um plano. b) Reta perpendicular ao plano: Uma reta r secante a um plano π é perpendicular a π se, e somente se, todas as retas do plano π que concorrem com r são perpendiculares a r. 17 FIGURA 16 Reta r perpendicular ao plano π. Para que a reta esteja perpendicular ao plano ela deve ter um ângulo de 90º em qualquer direção que você olhar em qualquer direção. c) Planos perpendiculares: Dois planos são perpendiculares se, e somente se, existe uma reta contida em um deles e perpendicular ao outro. FIGURA 17 Planos perpendiculares Generalidades sobre ângulos e arcos Vejamos dois exemplos: 1. A velocidade angular média de um móvel numa trajetória circular de raio 2 m é 2.5 rad/s. Determine o ângulo descrito pelo móvel em 20 s e o comprimento do arco descrito, nesse intervalo de tempo. 2. Um raio de luz incide em um espelho plano formando um ângulo de 40º com o espelho. Determine o ângulo de incidência, o de reflexão e o ângulo formado pelo raio incidente e o raio refletido. No exemplo 1, necessitamos, para resolver a questão, termos noção de grandezas angulares e a relação entre ângulos centrais e arcos de uma circunferência. Ora, como um aluno de física resolverá a questão se não 18 tiver um conhecimento prévio sobre ângulo e arcos. Já no exemplo 2, a noção de ângulos complementares e suplementares faz-se necessário. É notório em toda a física a necessidade de trabalharmos com ângulo, o que faz deste tópico um dos mais importantes do capítulo. Angulo é a figura formada por duas semi-retas de mesma origem, e determina dois setores angulares, um convexo e outro não, caso as semiretas que o forma não seja opostas. FIGURA 18 Duas semi-retas (A e B) formando um ângulo α entre si. Vamos analisar alguns tópicos importantes referentes à ângulos: d) Angulo de duas retas: É o menor ângulo formado por elas. No caso de retas reversas, é o ângulo formado por duas concorrentes, respectivamente paralelo às duas primeiras. Duas retas são ditas ortogonais quando são reversas e o ângulo por elas formado é reto. Já são ditas perpendiculares quando são concorrentes e formam quatro ângulos congruentes. Qualquer dos ângulos formados pelas retas perpendiculares chama-se ângulo reto. e) Medida de ângulos: Utilizamos mais freqüentemente um sistema sexagemal em que a unidade é o grau. Um grau (1º) mede 1/90 de um ângulo reto e tem como subunidades o minuto (equivalente a 1/60 do grau) e o segundo (equivalente a 1/60 do minuto). Concluímos que um ângulo reto mede 90º. f) Ângulos agudos e obtusos: Um Ângulo agudo é um ângulo de medida menor que 90º. Já um ângulo obtuso é de medida maior que 90º. 19 FIGURA 19 As semi-retas A e B formam um ângulo agudo de 40º. g) Ângulos complementares: São dois ângulos cuja soma das medidas é 90º. FIGURA 20 Os ângulos de 30º e 60º são complementares porque juntos formam um ângulo total de 90º. h) Ângulos suplementares: São dois Ângulos cuja soma das medidas é 180º. FIGURA 21 Os ângulos de 40º e 140º são suplementares porque juntos formam um ângulo total de 180º. i) Ângulos adjacentes: Dois ângulos são adjacentes quando possuem o mesmo vértice e um lado comum. FIGURA 22 Os ângulos entre as semi-retas A e B e entre B e C são adjacentes porque estão lado a lado. 20 j) Ângulos opostos pelo vértice: São dois ângulos cujos lados de um são semi-retas opostas dos lados do outro. FIGURA 23 Os ângulos do lado esquerdo (semi-retas C e D) e direito (A e B) são opostos pelo vértice O. k) Bissetriz: A bissetriz de um ângulo é a semi-reta que o divide em dois outros ângulos congruentes FIGURA 24 A semi-reta C é a bissetriz do ângulo entre A e B, divide o ângulo total entre dois ângulos iguais: entre A e C e entre C e B. l) Ângulo central de uma circuferência: É o ângulo cujo o vértice está no centro da circunferência, e cujos os lados são os raios dessa circunferência. FIGURA 25 Ângulo central de uma circunferência, com vértice coincidente com centro da circunferência O. Vamos tratar agora sobre arcos, cujo conceito básico é solicitado não raramente na física, como por exemplo no estudo da cinemática angular. 21 Arco é um subconjunto de pontos da circunferência. Os pontos A e B e os pontos da circunferência que estão no interior do Ângulo AÔB, formam o arco menor AB. Os pontos A e B e os pontos da circunferência que estão no exterior de AÔB forma o arco maior AMB. Nesta nomeclatura consideramos um terceiro ponto, na figura, o ponto M. FIGURA 26 Ângulo central de uma circunferência e o arco maior (externo) e menor (interno). A medida de um arco é a medida do ângulo central correspondente, ou seja um arco cujo ângulo central correspondente vale 30º é um arco de 30º. Porém é comum usarmos como medida de arcos uma unidade denominada radiano (rd), em que 1 rd é a medida de um arco de comprimento igual à medida do raio da circunferência que o contém. Sabemos que o comprimento de uma circunferência de raio R é igual a 2πR, logo uma circunferência contém 2π vezes o seu raio e a medida em radianos de um arco correspondente a uma circunferência completa é igual a 2π radianos. Devemos ressaltar que para convertemos a medida do arco de radianos para graus considera-se que 2π radianos equivale a 360º. Temas básicos de geometria plana Na seção anterior revisamos alguns conceitos e informações que servem de base para o estudo da geometria plana e para a geometria espacial. Nessa seção vamos nos dedicar à geometria plana, cujo o conhecimento é requerido para o melhor entendimento de diversas situações estudas pela física, ou para possibilitar a resolução de questões. 22 Segmentos proporcionais Quatro segmentos AB, CD, EF e GH, nessa ordem, são chamados proporcionais quando suas medidas tomadas na mesma unidade formam uma proporção: AB EF = CD GH Exemplo 1: Um segmento de tamanho 40 foi dividido em duas partes diretamente proporcionais a 3 e a 5. Quais as medidas de cada um dessas x 3 = e x + y = 40 y 5 x = 40 − y 3y x= 5 3y = 40 − y 5 3 y = 200 − 5 y 8 y = 200 y = 25 x = 40 − y = 15 partes? Feixe de retas paralelas Três ou mais retas coplanares e paralelas entre si formam o que chamamos de feixe de retas paralelas ou simplesmente feixe de paralelas. Qualquer reta que corte as retas de um feixe de paralelas é denominada reta transversal ao feixe. Analisemos agora algumas propriedades de um feixe de paralelas cortadas por uma transversal. 1ª Propriedade: Seu um feixe de paralelas determina segmentos congruentes sobre uma transversal, também determina segmentos congruentes sobre qualquer outra transversal. Ou seja se AB ≡ BC então DE ≡ EF. 23 FIGURA 27 Retas paralelas cortadas por uma transversal. 1ª propriedade: se AB = BC então DE = EF. Ou 2ª Propriedade (Teorema de Tales): Um feixe de paralelas determina, em duas transversais quaisquer, segmentos proporcionais, na seguinte forma: FIGURA 28 Teorema de Tales: proporcionalidades entre segmentos transversais. AB MN = BC NP Exemplo 2: Calcule x sabendo que MN // BC. 24 FIGURA 29 2ª propriedade (Teorema de Tales) na solução de problema do triângulo retângulo: encontrar o valor de x dadas as outras dimensões. 4 2 = x 3 2 x = 12 12 2 x=6 x= 3ª Propriedade (Teorema da bissetriz interna): A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo determina sobre o lado oposto segmentos proporcionais aos lados pertencentes ao ângulo considerado. FIGURA 30 3ª propriedade (Teorema da bissetriz interna): a bissetriz AD foi traçada no centro do ângulo entre AB e AC, dividindo o ângulo total em dois iguais. BD AB = DC AC 25 Exemplo 3: Calcule as medida dos segmentos indicados por letras na figura a seguir. FIGURA 31 Aplicação da 3ª propriedade para encontrar os lados x e x+2 do triângulo ABC, dividindo-o em dois triângulos menores, ABD e ADC, pela bissetriz AD. x+2 6 = x 5 5 x + 10 = 6 x x = 10 Exercícios Propostos 1. Um segmento AB = 40 cm foi dividido em duas partes diretamente proporcionais aos números 3 e 5. Quais as medidas de cada uma dessas partes? 2. Calcule x sabendo que MN//BC. a) FIGURA 32 Triângulo do exercício proposto 2a. 26 b) FIGURA 33 Triângulo do exercício proposto 2b. 3. Na figura temos AB//PQ e BC//QR. Além disso, temos AR = 1, 4. PC = 10, CQ = 12 e QA =2. Calcule x e y. FIGURA 33 Triângulo do exercício proposto 3. 4. Uma reta paralela ao lado AB de um triângulo ABC determina sobre o lado AC segmentos de 3 cm e 5 cm. Calcule as medidas dos segmentos que essa reta determina sobre o lado BC = 16 cm. 5. Os lados de um retângulo de área 12 m² estão na razão 1/3. Qual o perímetro desse retângulo 6. Aplicando o teorema da bissetriz interna calcule as medidas dos segmentos indicadas por letras nas figuras a seguir: a) AD é bissetriz de A 27 FIGURA 34 Triângulo ABC com bissetriz AD para o exercício proposto 6a. b) AD é bissetriz de A FIGURA 35 Triângulo ABC com bissetriz AD para o exercício proposto 6b. c) CD é bissetriz de C FIGURA 36 Triângulo ABC com bissetriz CD para o exercício proposto 6c. d) BD é bissetriz de B 28 FIGURA 37 Triângulo ABC com bissetriz BD para o exercício proposto 6d. 7. Num triângulo ABC os lados AB e AC medem, respectivamente, 15 cm e 20 cm. A bissetriz do ângulo interno A determina sobre o lado o oposto BC os segmentos BD e DC tais que BD = (x - 4) cm e DC = x cm. Calcule BD e DC. 8. Os lados de um triângulo medem 5 m , 6 m e 3 m. Calcule os segmentos que a bissetriz interna do maior ângulo determina no lado oposto. Semelhança de triângulos Dois triângulos que têm os três ângulos respectivamente congruentes são chamados de triângulos semelhantes. Em dois triângulos semelhantes os ângulos congruentes são chamados correspondentes e os lados opostos aos dois triângulos correspondentes são chamados de lados homólogos. Propriedades fundamentais da semelhança: 1ª Propriedade: toda paralela a um dos lados de um triângulo que intercepta os outros dois lados forma com estes um triângulo semelhante ao primeiro. ∆APQ ~ ∆ABC 29 FIGURA 38 Triângulos semelhantes: ABC e APQ. 2ª Propriedade: se dois triângulos são semelhantes, então seus lados homólogos são proporcionais. FIGURA 39 Triângulos semelhantes: lados proporcionais. Logo se ∆ABC ~ ∆DEF, então: AB AC BC = = DE DF EF FIGURA 40 Triângulos semelhantes: ABC e BED 30 Exemplo 4: Calcule os valores pedidos na figura abaixo. 3 4 = 9 x 3 x = 36 36 x= 3 x = 12 e 3 y = 9 6 9 y = 18 18 y= 9 y=2 Para garantir que dois triângulos são semelhantes, é suficiente que neles observemos um dos casos seguintes: 1º Caso: ângulo, ângulo (AA): Para que dois triângulos sejam semelhantes, é suficiente que eles tenham dois ângulos respectivamente congruentes. FIGURA 41 Triângulos semelhantes (ABC e AQ’R’) com os ângulos congruentes; 1º caso do exemplo 4. 2º Caso: Lado, lado, lado (LLL): Para que dois triângulos sejam semelhantes, é suficiente que eles tenham os lados respectivamente proporcionais. 31 FIGURA 42 Triângulos semelhantes (ABC e AQ’R’) pela proporcionalidade dos lados; 2º caso do exemplo 4. 3º Caso: Lado, ângulo, lado 9 (LAL): Para que dois triângulos sejam semelhantes, é suficiente que eles tenham dois lados respectivamente proporcionais e os ângulos compreendidos entre esses lados congruentes. FIGURA 43 Triângulos semelhantes (ABC e AQ’R’) pela proporcionalidade de dois lados e congruência de um ângulo; 3º caso do exemplo 4. Exemplo 5: Calcule os valores pedidos nas figuras: a) FIGURA 44 Figura do exemplo 5ª. Qual o valor de x? 32 b) FIGURA 45 Figura do exemplo 5b. Quais os valores de x e y? Exercícios propostos 1 – Calcule os valores desconhecidos em cada figura. a) FIGURA 46 Figura do exercício proposto 1a: encontrar x para os valores dados dos ângulos e dos lados. b) FIGURA 47 Figura do exercício proposto 1b: encontrar x e y para os valores dados dos ângulos e dos lados. 33 c) FIGURA 48 Figura do exercício proposto 1c: encontrar x para os valores dados dos ângulos e dos lados. d) FIGURA 49 Figura do exercício proposto 1d: encontrar x e y para os valores dados dos ângulos e dos lados. 2- Os lados de um triângulo retângulo medem, respectivamente, 4 cm, 7 cm e 8 cm. Quais as medidas dos lados de um triângulo a esse semelhante, sabendo-se que o lado homólogo ao de medida 4 cm tem medida 24 cm? 3- Os lados de um triângulo têm medida 4 cm, 5 cm e 9 cm. Quais as medidas de um triângulo, semelhante a esse, cujo perímetro é 57 cm? Relações Métricas no triângulo retângulo Já sabemos que triângulo retângulo é todo triângulo que possui um ângulo reto. A figura abaixo nos mostra um triângulo, ABC, reto Â, cujos principais elementos destacamos a seguir. 34 FIGURA 50 Triângulo retângulo (ABC) com a hipotenusa para baixo e seu ângulo reto caracterizador para cima. O lado BC (oposto ao ângulo reto) é chamado hipotenusa, cuja medida indicaremos pela letra a. Os lados AC e AB são chamados catetos, cujas medidas indicaremos por b e c, respectivamente. Na figura seguinte, você observa que a altura traçada a partir do vértice do ângulo reto determina sobre a hipotenusa BC dois segmentos: BH (de medida m) e HC (de medida n). BH é chamado projeção do cateto de medida c sobre a hipotenusa e HC é chamado projeção do cateto de medida b sobre a hipotenusa. FIGURA 51 Um triângulo retângulo (ABC) representa a sua altura (AH). e a linha que A altura traçada a partir do vértice do ângulo reto  divide o triângulo ABC em dois outros triângulos também retângulos. FIGURA 52 35 Um triângulo retângulo (ABC) dividido em outros dois triângulos retângulos menores (ABH e AHC). O triângulo ABC é semelhante a AHB e AHC, pois apresenta dois ângulos comuns a cada um. Logo concluímos que AHB é semelhante a AHC. A partir das semelhanças apresentadas, podemos obter as chamadas relações métricas no triângulo retângulo. FIGURA 53 1ª Relação: Num triângulo retângulo, o quadrado da medida de um cateto é igual ao produto das medidas da hipotenusa e da projeção desse cateto sobre a hipotenusa. Comprovando: Se ∆ABC ~∆AHB, então: BC AB a c = ⇒ = ⇒ c2 = a ⋅ m AB BH c m Se ∆ABC ~∆AHC, então: BC AC a b = ⇒ = ⇒ b2 = a ⋅ n AC HC b n Exemplo 6 – Calcule as medidas desconhecidas: FIGURA 54 36 Figura do exemplo 6a: calcular b a partir das dimensões dadas. b2 = a ⋅ n b 2 = 10 ⋅ 5 = 50 b = 50 b) FIGURA 55 Figura do exemplo 10a: calcular c a partir das dimensões dadas nesta figura. c2 = a ⋅ m (2 6 ) 2 = a ⋅ 3 = 50 24 = 3 ⋅ a a= 24 =8 3 2ª Relação: Num triângulo retângulo o produto da medida da hipotenusa pela medida da altura relativa a ela é igual ao produto das medidas dos catetos. Comprovando: Se ∆ABC ~∆AHB, então: BC AC a b = ⇒ = ⇒ a⋅h = b⋅c AB AH c h Exemplo 7 – No triângulo retângulo abaixo determine a medida h da altura relativa à hipotenusa. 37 FIGURA 56 Figura do exemplo 7: calcular h a partir das dimensões dadas. a⋅h = b⋅c 10 ⋅ h = 6 ⋅ 8 48 h= = 4,8 10 3ª Relação: Num triângulo retângulo, o quadrado da medida da altura relativa à hipotenusa é igual ao produto das medidas dos segmentos que ela determina sobre a hipotenusa. Comprovando: Se ∆AHB~∆ABC, então: AH BH h m = ⇒ = ⇒ h2 = m ⋅ n HC AH n h Exemplo 8 – No triângulo retângulo abaixo determine a medida h da altura relativa à hipotenusa. FIGURA 57 Figura do exemplo 8: calcular h a partir das dimensões dadas. 38 h2 = m ⋅ n h 2 = 2 ⋅ 6 = 12 h = 12 4ª Relação (Teorema de Pitágoras): Num triângulo retângulo, o quadrado da medida da hipotenusa é igual à soma dos quadrados das medidas dos catetos. Comprovando: Da primeira relação sabemos que b² = a ⋅ n e c² = a ⋅ m . Adicionando membro a membro as igualdades, temos: b 2 + c 2 = an + am ⇒ b 2 + c 2 = a(n + m) ⇒ b 2 + c 2 = a 2 ou a = b2 + c 2 2 Exemplo 9 – Qual a medida da diagonal do retângulo representado abaixo? FIGURA 58 Figura do exemplo 9: calcular a diagonal deste retângulo a partir das dimensões dadas. ( Diagonal ) 2 = 16 2 + 12 2 ( Diagonal ) 2 = 256 + 144 ( Diagonal ) 2 = 400 Diagonal = 400 = 20 Exemplo: Deseja-se construir uma ponte, em linha reta, que ligue os pontos A e B das margens opostas de um lago. Para descobrir qual deve ser o comprimento da ponte, uma pessoa finca uma estaca no ponto C, de 39 forma que ângulo B meça 90°, e mede as distâncias AC e BC, encontrando, respectivamente, 250 m e 150 m. Qual o comprimento da ponte a ser construída? FIGURA 59 Figura do exemplo da ponte sobre um lago: calcular o tamanho da ponte AB sobre o lago ilustrado nesta figura. Exercício proposto 1- Aplicando as relações métricas, calcule as medidas desconhecidas. a) FIGURA 60 Figura do exercício proposto 1a: calcular m a partir das dimensões dadas nesta figura. 40 b) FIGURA 61 Figura do exercício proposto 1b: calcular a a partir das dimensões dadas nesta figura. 2) Num triângulo retângulo as projeções dos catetos sobre a hipotenusa medem, respectivamente, x cm e (x+ 2) cm. Calcule a medida da hipotenusa sabendo que a altura a ela relativa mede 3 cm . 3) Calcule as medidas desconhecidas na figura FIGURA 62 Figura do exercício proposto 3: calcular h, n e m. 4) Em um triângulo retângulo, a altura relativa à hipotenusa determina sobre esta dois segmentos que medem 9,6 cm e 5,4 cm, respectivamente. Qual o perímetro desse triângulo? 5) Qual a medida da diagonal de um quadrado de 8 cm de lado? 6) Qual a medida da altura de um triângulo eqüilátero de 5 de lado. 7) Qual a medida do lado de um triângulo eqüilátero cuja altura mede 3 cm? 2 41 8) A diagonal de um quadrado mede 10 2 cm. Qual o perímetro desse quadrado? 9) Um quadrado e um triângulo eqüilátero têm perímetros iguais. Se a diagonal do quadrado mede 3 2 cm, quanto mede a altura do triângulo? 10) O perímetro de um retângulo é 18 cm e a medida de sua diagonal é 3 5 . Quais são as dimensões desse retângulo? Relações Métricas no triângulo qualquer FIGURA 63 Um triângulo não retângulo subdividido em dois triângulos retângulos através da linha que representa a sua altura, tendo como base a hipotenusa. Na figura abaixo,  é um ângulo agudo e “a” é a medida do lado oposto a esse ângulo. Provando: b2 = m2 + h2 ⇒ h2 = b2 − m2 a2 = n2 + h2 ⇒ h2 = a2 − n2 Então : a 2 − n 2 = b 2 − m 2 Mas m + n = c ⇒ n = c − m Logo : a 2 = b 2 − m 2 + (c − m) 2 a 2 = b 2 − m 2 + c 2 − 2cm + m 2 Finalmente : a 2 = b 2 + c 2 − 2cm 42 Vamos agora analisar as relações métrica em um triângulo obtuso. Na figura abaixo,  é um ângulo obtuso e “a” é a medida do lado oposto a esse ângulo. Temos: FIGURA 64 Triângulo obtuso. Temos : a 2 = b 2 + c 2 + 2mc Provando: b2 = m2 + h2 ⇒ h2 = b2 − m2 a 2 = n2 + h2 ⇒ h2 = a 2 − n2 Então : a 2 − n 2 = b 2 − m 2 Mas n = m + c Logo : a 2 = b 2 − m 2 + (m + c) 2 a 2 = b 2 − m 2 + c 2 + 2cm + m 2 Finalmente : a 2 = b 2 + c 2 + 2cm Exemplo 10: Calcule as medidas desconhecidas em cada triângulo: 43 a) FIGURA 65 Figura do exemplo 10a: calcular c a partir das dimensões dadas nesta figura. c 2 = a 2 + b 2 − 2am c 2 = 10 2 + (6 2 ) 2 − 2 ⋅ 10 ⋅ 6 c 2 = 100 + 72 − 120 = 52 c = 52 b) FIGURA 66 Figura do exemplo 10b: calcular a a partir das dimensões dadas nesta figura. a2 = b2 + c2 + 2 ⋅ b ⋅ m a 2 = 6 2 + 32 − 2 ⋅ 6 ⋅ 3 = 63 2 a = 63 44 Exercícios propostos 1-Calcule as medidas desconhecidas em cada triângulo a) FIGURA 67 Figura do exercício proposto 1a: calcular n. b) FIGURA 68 Figura do exercício proposto 1b: calcular m. c) FIGURA 69 Figura do exercício proposto 1c: calcular b. 45 d) FIGURA 70 Figura do exercício proposto 1d: calcular b. 2- Os lados de um triângulo medem AB = 9 cm, BC = 34 cm e AC = 5 cm. Calcule a altura desse triângulo relativa ao lado AB. 3- Um triângulo ABC, tem-se AB = 15 cm. BC = 199 cm e AC = 8 cm. Calcule a altura desse triângulo relativa ao lado AB. 4- Dado o triângulo ABC, com AB = 15 cm, BC = 14 cm e AC = 13 cm, calcule a distância do vértice C ao pé da altura relativa ao lado BC. 5- A base de um triângulo tem 11 m e os outros dois lados, 20 m e 13 m. Calcule a projeção do maior lado sobre a base. 6- Os lados de um triângulo ABC têm por medidas AB =15 dm, BC = 7 dm e AC = 12 dm. Calcule a projeção de BC sobre AC. Superfície e volume Da cinemática temos uma propriedade: “No gráfico da velocidade escalar em função do tempo, a área A da região delimitada pela curva e pelo eixo das abcissas é numericamente igual à variação de espaço (∆s) do móvel nesse intervalo de tempo” . Da hidrostática temos um teorema: Um corpo imerso, parcial ou totalmente, num fluido em equilíbrio sofre a ação de uma força cuja intensidade é igual a do peso do volume de fluído deslocado, que é igual ao volume do corpo submerso. Transcrevemos uma propriedade e um teorema bem conhecidos na física, valiosíssimos para o entendimento de determinados assuntos ou 46 para a resolução de algumas questões. Porém perguntamos: poderíamos resolver algum problema de cinemática utilizando a propriedade citada se não dominarmos bem o cálculo de áreas de figuras geométricas? Poderíamos calcular a intensidade da força exercida pelo fluido sobre um corpo se não soubermos calcular o volume do corpo? Neste tópico trataremos do cálculo da área de figuras geométricas planas e do cálculo do volume de sólidos, dados muitas vezes decisivos para as resposta de problemas em física. Área dos principais polígonos A reunião de um polígono com o seu interior é chamado superfície do polígono. Quando medimos a superfície de um polígono, vamos encontrar um número real positivo que denominamos área da região delimitada pelo polígono. A unidade quadrada é a superfície de um quadrado cujo lado mede 1 unidade. FIGURA 71 Quadrado de 1 unidade x 1 unidade = 1 unidade², ou seja, um quadrado de área 1, se a unidade for centímetro (cm), por exemplo, seria de 1 cm². A área de um polígono é o número de unidades quadradas contidas em sua superfície. Observe os exemplos a seguir: 47 FIGURA 72 A área de uma figura em ‘L’ é o número de quadrados que cabem nessa figura: neste caso são 20 quadrados ou 20 unidades². FIGURA 73 Área de um triângulo representada por áreas quadradas de um unidade de lado: o triângulo possui 6 quadrados + 4 metades de quadrados, ou seja, 6 + 2 = 8 unidades quadradas, ou ainda, 8 unidades². Quadrado: FIGURA 74 Quadrado de lado qualquer representado por l, cuja área pode ser representada por A = l x l = l². 48 Área do quadrado = l 2 Retângulo: FIGURA 75 Retângulos de lados h e b, cuja área é A = b x h. Área do retângulo = b ⋅ h Triângulo: FIGURA 76 Triângulo de base b e altura h, cuja área é A = (b x h)/2. Área do triângulo = b⋅h 2 Paralelogramo: FIGURA 77 49 Paralelogramo de base b e altura h, cuja área é A = b x h. Área do parale log rama = b ⋅ h Losango: FIGURA 78 Losângulo de diagonais d e D, cuja área é A = (d x D)/2. Área do losango = d ⋅D 2 Trapézio: FIGURA 79 Trapézio de base, ou lado maior, B, lado menor b e altura h, cuja área é A = (b x B)/2h. Área do trapézio = (b + B) ⋅h 2 Círculo: 50 FIGURA 80 Círculo de raio R, cuja área é A = πR². Área do círculo = πR 2 Exercícios propostos 1- Nas figuras abaixo, calcular as áreas das partes coloridas (supondose que os dados numéricos estejam em cm). a) FIGURA 81 Figura do exercício proposto 1a. b) FIGURA 82 Figura do exercício proposto 1b. 51 c) FIGURA 83 Figura do exercício proposto 1c. d) FIGURA 84 Figura do exercício proposto 1d. e) FIGURA 85 Figura do exercício proposto 1e. 52 Áreas de figuras planas f) FIGURA 86 Figura do exercício proposto 1f. g) FIGURA 87 Figura do exercício proposto 1g. h) FIGURA 88 Figura do exercício proposto 1h. 53 i) FIGURA 89 Figura do exercício proposto 1i. j) FIGURA 90 Figura do exercício proposto 1j. 2- Calcular as áreas das seguintes figuras planas: a) Quadrado de lado igual a 8 cm. b) Retângulo de dimensões 6 e 10 cm. c) Triângulo de base 8 cm e altura 3 cm. d) Paralelogramo de base 12 cm e altura 4 cm. e) Losango de diagonais 3 e 4 dm. f) Trapézio de bases 4 e 6 cm e altura 3 cm. h) Círculo de raio igual a 4 cm. i) Quadrado de perímetro igual a 20 dm. 54 j) Retângulo de perímetro igual a 20 cm e altura 4 cm. 1) Triângulo de base 12 cm e altura igual à terça parte da base. m) Quadrado inscrito numa circunferência de raio 10 cm. n) Losango de lado 13 cm e cuja diagonal menor mede 10 cm. o) Losango de perímetro igual a 20 cm e cuja diagonal maior mede 8 cm. Volume de Sólidos Prisma: FIGURA 91 Prisma de altura h e bases ABCDE, no plano inferior α, e A’B’C’D’E’, no plano superior β, alinhado com o eixo r. Elementos do prisma: Os polígonos ABCDE e A’B’C’D’E’ são as bases. Os lados AB, BC, CD, DE, EA, AB, BC, CD, DE, EA das bases, são as arestas das bases. 55 Os paralelogramos AA’BB’, BB’CC’,CC’DD’,DD’EE’,EE’AA’ são as faces laterais. A área total de um prisma é a soma da área lateral com as áreas das bases : ST = S L + 2 ⋅ S B O volume de um prisma é obtido pelo produto da área da base e a medida da altura do prisma : V = SB ⋅ h Os segmentos AA’, BB’,CC’,DD’,EE’, paralelos a r são as arestas laterais. A distância entre o plano α e o plano β, é a altura. Pirâmide: FIGURA 92 Pirâmide de altura h, base ABCDE e vértice em V. Elementos da pirâmide: O ponto V é o vértice O polígono ABCDE é a base DE, EA das bases, são as arestas das bases. Os lados AB, BC, CD, DE, EA da base são as arestas da base. Os triângulos AVB, BVC, CVD, DVE, EVA são as faces laterais. Os segmentos AV, BV, CV, DV, e EV são as arestas laterais. A distância entre o vértice e o plano da base é a altura (h) 56 A área total de uma pirâmide é a soma da área lateral com as áreas das bases : ST = S L + S B O volume de uma pirâmide é obtido pelo produto da área da base e a medida da altura da pirâmide dividido por três : V= SB ⋅ h 3 Cilindro: FIGURA 93 Cilindro inclinado, em relação aos planos a e b, de altura h alinhado com o eixo t. Elementos do cilindro: Os círculos de centro O e O’ e raio r são as bases Os segmentos paralelos a t com extremos nas circunferências das bases são as geratrizes. A distância entre α e β, planos das bases, é a altura(h). Cone: 57 FIGURA 94 Cone inclinado de altura h, raio da base r e vértice V. Elementos do cone: O ponto é o vértice O círculo de centro O e raio r é a base. Os segmentos com uma extremidade na circunferência da base e a outra no ponto V são as geratrizes (g). A distância entre o vértice e o plano da base é a altura(h). A área total de um cone é obtida por meio da expressão : ST = π ⋅ r ⋅ g O volume de um cone é obtido por meio da expressão : V= SB ⋅ h π ⋅ r 2 ⋅ h = 3 3 A reta que passa por O e V é o eixo. Esfera: FIGURA 95 Esfera de raio R, apresentando um hemisfério inferior pintado, um superior não pintado. 58 A área total de uma esfera é obtida por meio da expressão : ST = 4 ⋅ πR 2 O volume de uma esfera é obtido por meio da expressão : V= 4π ⋅ r 3 3 Exercícios propostos 1- Qual é a área da base, a área lateral, a área total e o volume de um prisma reto de altura igual a 8 cm e cuja base é um triângulo retângulo de catetos 3 cm e 4 cm? 2- A altura de um prisma triangular regular é igual a 10 cm. Calcule a área lateral, a área total e o volume desse prisma sabendo-se que o perímetro da base é igual a 18 cm. 3- Calcule a área total e o volume de um prisma regular hexagonal de altura igual a 6 3 cm e perímetro da base igual a 24 cm. 4- Calcule a diagonal, a área total e o volume de um paralelepípedo retangular de dimensões 2 cm, 4 cm e 6 cm. 5- Calcule a diagonal, a área total e o volume de um cubo de aresta igual a 4 cm. 6- A base de um paralelepípedo reto-retângulo é um quadrado de área 16 cm². Calcule a diagonal, a área total e o volume desse paralelepípedo sabendo-se que sua altura é igual a 6 cm. 7- Uma pirâmide hexagonal regular tem a área da base igual a 12 m² e altura 10 m. Calcule o seu volume. 8 - Calcule o volume de uma pirâmide triangular regular que tem uma aresta da base igual a 6 cm e altura igual a 8 cm. 9- Numa pirâmide quadrangular regular, as arestas da base medem 10 cm e a altura 12 cm. Calcule o apótema da base e o apótema da pirâmide. Determine a área total e o volume de um cilindro reto de altura 3 m e diâmetro da base 2 m. 59 10- Calcule a área da base, a área lateral, a área total e o volume de um cilindro equilátero (h = 2r) cujo raio da base é igual a 5 dm. 11- Se a área da base de um cilindro reto é AB = 50, 26 cm², calcule o raio da base desse cilindro. 12- Calcule a área da base, a área lateral, a área total e o volume de um cone reto de altura 12 cm e o raio da base 5 cm. 13- Determine a área total e o volume de um cone reto de geratriz igual a 15 m e altura igual a 9 m. 14- Determine o volume de um cone equilátero cuja geratriz mede 8 cm. 15- Calcule o volume de uma esfera de raio 2 cm. 16- Determine o volume e a área de uma superfície esférica cujo raio da esfera mede 3 m. 17- A área de uma superfície esférica mede 314 cm2. Quanto mede o volume dessa esfera? 18- Calcule a área de uma secção plana feita a 8 cm do centro de uma esfera de raio 10 cm. Tópico de geometria analítica: distância entre pontos A geometria analítica foi concebida por René Descartes. Aliando a álgebra à geometria, ela possibilita o estudo das figuras geométricas, associando-as a um sistema de coordenadas. Desse modo as figuras podem ser representadas através de pares ordenados, equações ou inequações. Consideremos no eixo Ox dois pontos A e B com abcissas 3 e 7, respectivamente: 60 FIGURA 96 Segmento de reta na horizontal AB sobre o eixo x com 4 unidades (u) de distância entre A (3 em relação à origem) e B (7 em relação à origem). Quatro unidades u separam os pontos A e B. Por isso dizemos que a distância entre A e B é 4 ou que o comprimento do segmento AB é 4. Essa distância pode ser calculada como o módulo da diferença entre as abscissas de A e B, isto é, |7 — 3| ou |3 — 7|. Analogamente, para pontos que pertencerem ao eixo Oy: FIGURA 97 Segmento de reta na vertical CD sobre o eixo y com 5 unidades de distância entre C (-2 em relação à origem) e D (3 em relação à origem). A distância entre C e D é |3 - (-2)| = 5 ou|-2 - 3| = 5. O teorema a seguir generaliza o conceito de distância entre dois pontos quaisquer do plano cartesiano, não necessariamente pertencentes a um dos eixos. Teorema: A distância dAB entre dois pontos A(xA, yA) e B(xB, y g) é dada por: d AB = ( x B − x A ) 2 + ( y B − y A ) 2 61 A distância dAB é também denominada comprimento do segmento AB e pode ser indicada simplesmente por AB. Demonstração: o segmento AB não é paralelo dos eixos coordenados. FIGURA 98 Segmento AB não paralelo aos eixos cartesianos x e y. Neste caso a distância entre A e B é medida pelo teorema de Pitágoras para o triângulo retângulo ABC. O triângulo ABC, com A(xA, yA), B(xB, yB) e retângulo em C. AC é paralelo ao eixo Ox. Assim, o comprimento AC é igual ao comprimento da projeção ortogonal de AC sobre o eixo Ox, ou seja, AC = |xb — xa.| Analogamente, CB é paralelo ao eixo Oy; logo CB = | y B − y A | . Pelo teorema de Pitágoras: ( AB) 2 = ( AC ) 2 + (CB ) 2 ⇒ ( AB) 2 =| x B − x A | 2 + | y B − y A | 2 ( AB) 2 = ( x B − x A ) 2 + ( y B − y A ) 2 AB = ± ( x B − x A ) 2 + ( y B − y A ) 2 Como o comprimento de um segmento não pode ser negativo, temos que AB = ( x B − x A ) 2 + ( y B − y A ) 2 Exercícios propostos 1- Calcule a distância entre os seguintes pares de pontos: a) A(2, 3) e B(2, 5) d) A(6, 3) e B(2, 7) b) A(2, 1) e B(-2, 4) e) A(4, 3) e B(0, 0) 62 c) A(0, 6) e B(l, 5) f) A(-l, -1) e B(l, 1) 2 - Determine a distância do ponto A(-6, 8) à origem do sistema cartesiano. 3 - Calcule o perímetro do triângulo de vértices A(1, 1), B(2, 4) e C(3, 3). 4 - Calcule o perímetro do quadrilátero de vértices A(3, 2), B(4, 3), C(-3, 5) e D(-l, 3). 5- A distância entre os pontos A(-l, 5), B(0, y) 5 . Determine a ordenada do ponto B. Problemas resolvidos 1- Um prédio projeta uma sombra de 15 metros no mesmo instante em que uma árvore de 6 metros de altura projeta uma sombra de 2 metros. Qual a altura do prédio? FIGURA 99 Figura do problema resolvido 1 – determinação da altura de um prédio através do tamanho de sua sobra e da altura e da sombra conhecidas de uma árvore ao lado desse prédio. 63 Altura do prédio Sombra do prédio = Altura da árvore Sombra da árvore Altura do prédio 15 m = 6m 2m 6 ⋅ 15 2 Altura do prédio = 45 m Altura do prédio = 2- Um pedaço de arame de 24 cm de comprimento foi dobrado na forma de um triângulo retângulo cuja medida da hipotenusa é 10 cm. Quais as medidas dos catetos desse triângulo? Chamando a hipotenusa de z, um cateto de y e o outro de x, temos: x + y + z = 24 x + y + 10 = 24 x + y = 14 Porém, a partir do teorema de Pitágoras temos: x² + y² = z² x² + y² = 10² x² + y² = 100 Podemos então formar o sistema: 64 x + y = 14 2 2 x + y = 100 y = 14 − x x 2 + (14 − x) 2 = 100 x 2 + 196 − 28 x + x 2 = 100 2 x 2 − 28 x + 96 = 0 Resolvendo a equação do segundo grau, descobrimo s : x' = 6 x' ' = 8 Considerando x = 6, temos. y = 14 − 6 = 8 Logo, os catetos medem 6 cm e 8 cm. 3- Na figura temos a planta de uma sala. Qual a área dessa sala? (Dois segmentos que se tocam formam sempre ângulos retos.) FIGURA 100 Figura do exercício proposto 3 – determinação da área desta figura. Resolução: Se tomarmos um retângulo maior conforme abaixo, podemos calcular a área desse retângulo facilmente e apenas retirar a área que não pertence à sala: 65 FIGURA 101 Solução do exercício proposto 3 – determinação da área desta figura através de um retângulo que abarque os extremos da figura plana e dos descontos com os pequenos retângulos que não preencherem o maior. Área do retângulo maior = (7 + 4) × (8) = 88 Área de um dos retângulos que nao pertence à sala = 4 × 3 = 12 Área do outro retângulo que nao pertence à sala = 1 × 3 = 3 Área da sala = 88 − 12 − 3 = 73 A área da sala mede 73m 2 Área do retângulo maior = (7 + 4) × (8) = 88 Área de um dos retângulos que nao pertence à sala = 4 × 3 = 12 Área do outro retângulo que nao pertence à sala = 1 × 3 = 3 Área da sala = 88 − 12 − 3 = 73 A área da sala mede 73m 2 6– Um tanque, em forma de paralelepípedo, tem por base um retângulo de lados 0,5 m e 1,2 m. Uma pedra, ao afundar completamente no tanque, faz o nível da água subir 0,01 m. Calcule o volume da pedra, em decímetros cúbicos. Cálculo da área da base : Ab = 0,5 × 1,2 = 0,6m 2 Como o volume da pedra é igual ao volume de água deslocado, achamos o volume da pedra multiplicando a área da base pela a elevação do nível da água(h) : Volume da pedra = Ab × h = 0,6 × 0,01 = 0,006m 3 = 6dm 3 7– Um produto é embalado em recipiente com formato de cilindros retos. O cilindro A tem altura 20 cm e raio da base 5 cm. O cilindro B te 66 altura 10 cm e raio da base 10 cm. Em qual das duas embalagens se gasta menos material? Para determinarmos qual gasta mais material devemos calcular a área de cada cilindro, o que tiver maior área, obviamente gastará mais material. Calculando a área do cilindro A : AA = Ab + Al = πr 2 + 2πr × h = 3,14 ⋅ 5 2 + 2 ⋅ 3,14 ⋅ 5 × 20 = 78,5 + 628 = 706,5cm 2 AB = Ab + Al = πr 2 + 2πr × h = 3,14 ⋅ 10 2 + 2 ⋅ 3,14 ⋅ 5 × 10 = 314 + 314 = 628cm 2 Concluímos que o cilindro A gasta mais material. Problemas Propostos 1 -Três terrenos têm frente para a rua A e para a rua B,conforme a figura abaixo. As divisas laterais são perpendiculares à rua A. Qual a medida de frente para a rua B de cada lote, sabendo-se que a frente total para essa rua é de 180 m? FIGURA 102 Figura do problema proposto 1 – três terrenos trapezoidais entre as ruas A e B. 2 - Para medir a largura de um lago, foram tomadas algumas medidas que resultaram no modelo matemático da figura. Qual a largura do lago? 67 FIGURA 103 Figura o problema proposto 2 – medida da largura de um lago através das distâncias aos pontos apresentados nesta figura. 3 - Um poste de 5 metros de altura dista 27 m de um prédio conforme mostra a figura. Desejando-se calcular a altura do prédio, observou-se que o poste projetava no solo uma sombra de 3 m de comprimento. Calcule a altura do prédio. FIGURA 104 Figura do problema proposto 3 - cálculo da altura de um prédio através de medidas da sombra do prédio e de um poste. 4 - Uma escada de 25 dm de comprimento se apoia num muro do qual seu pé desta 7 dm. Se o pé da escada for afastado mais 8 dm do muro, qual o deslocamento verificado na extremidade superior da escada? 68 5 - Quantos metros de fio serão necessários para ligar o ponto A, que fica na ponta de um poste de 9 m de altura, com o ponto B, situado a 3 m de altura em uma caixa de luz que dista 8 m do poste? FIGURA 105 Figura do problema proposto 5 – fio ligando a ponta do poste A com a caixa de luz B. 14 – Numa cozinha de 3m de comprimento, 2 m de largura e 2,80 m de altura, as portas e janelas ocupam uma área de 4 m². Para colocar azulejos as quatro paredes, o pedreiro aconselha a compra de 10% a mais da metragem a ladrilhar. Quanto é a metragem de ladrilhos a comprar? 15 – A área da superfície da terra é estimada em 510.000.000 km². Por outro lado, estima-se que, se todo vapor de água da atmosfera terrestre fosse condensado, o volume de líquido resultante seria 13.0000 km². Imaginando que toda essa água fosse colocada no interior de um paralelepípedo retângulo, cuja área da base fosse a mesma da superfície da terra, qual a altura que o nível da água alcançaria? 16 – Uma lata, cuja capacidade é igual a 300 ml, contém água e 60 bolas de gude iguais e perfeitamente esféricas com diâmetro de 2 cm cada. Sabendo que a lata está completamente cheia, determine o volume de água, em ml. 17- Utilizando-se uma torneira cuja vazão é de 10 litros por minuto, qual o tempo necessário para encher completamente um reservatório cilíndrico de 70 cm de altura e 2 m de diâmetro? 18– Deseja-se construir um galpão em forma de um hemisfério, para uma exposição. Se, para o revestimento total do piso, utilizaram-se 78,5m² de lona, quantos metros quadrados de lona se utilizariam na cobertura completa do galpão? 69 Aplicações na física 1- Um raio de luz incide em um espelho plano, formando um ângulo de 40° com o espelho, como indica a figura. FIGURA 106 Raio de luz incidindo em um espelho plano com um ângulo de 40º. Determine: a) o ângulo de incidência; b) o ângulo de reflexão; c) o ângulo formado entre o raio refletido e o espelho; d) o ângulo formado entre o raio incidente e o raio refletido. (Dica: Lembre que o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão) 2- Na figura, E representa um espelho plano perpendicular ao plano da figura. Um raio de luz passa pelo ponto A, atinge o espelho em P, refletese e passa pelo ponto B. (Dica: Use semelhança de triângulos) FIGURA 107 70 Um raio de luz A incide sobre um espelho plano, no ponto P, e é refletido como um raio B. a) Calcule a distância x assinalada na figura. b) Determine o ângulo formado entre o raio incidente e o espelho. 3- A figura abaixo representa dois espelhos planos, E1 e E 2 , perpendiculares entre si e perpendiculares ao plano da figura. Um raio de luz x, contido no plano da figura, incide no espelho E1 , formando com este um ângulo θ, tal que 0 < θ < 90°. O raio x é refletido, formando-se o raio y, o qual, por sua vez, é refletido em E 2 , formando-se o raio z. Mostre que x e z são paralelos. (Dica: Lembre que a soma dos ângulos internos de um triângulo é 180º e prove que são paralelos mostrando que os raios formam o mesmo ângulo com a horizontal) FIGURA 108 Um raio de luz x incide sobre um espelho plano E1, na vertical, é refletido como raio y que atinge o espelho plano E2, na horizontal, e é novamente refletido como z na mesma direção original de x, mas em sentido contrário. 4 - Um edifício projeta no solo uma sombra de 30 metros. No mesmo instante, um observador toma uma haste vertical de 0,70 m e nota que sua sombra mede 0,50 m. Qual a altura do edifício? 71 FIGURA 109 Determinação da altura de um edifício pela sombra do mesmo e pelas dimensões de altura de sombra de uma haste vertical ficada no chão. 5- Um objeto linear está situado a 20 cm de uma câmara escura de orifício, de comprimento 30 cm. Sabendo que a altura da imagem projetada é de 6,0 cm, determine a altura do objeto. FIGURA 120 Triângulos formados pelos raios de luz que saem da cabeça e da calda de uma seta, entram numa câmara escura atingindo o fundo da câmera formando uma imagem inversa, de cabeça para baixo. 6 - O movimento de um ponto material é variável e sua aceleração escalar em função do tempo está representada no diagrama abaixo 72 FIGURA 121 Gráfico da variação da aceleração no tempo. A velocidade escalar inicial (t = 0) do móvel era v0 = 20 m/s. Determine a variação da velocidade escalar no intervalo de tempo [0;15 s] (Dica: lembre que a variação de velocidade é numericamente igual à área abaixo do gráfico); 7 - Calcule a variação de espaço entre os instantes t, = 2,0 s e t2 = 5,0 s do móvel cuja velocidade escalar é dada no gráfico horário abaixo. (Dica: lembre que a variação de espaço é numericamente igual à área abaixo do gráfico. FIGURA 122 Gráfico do comportamento da velocidade com o tempo entre os instantes de 0 a 5,0 s. 8- Um corpo sólido cilíndrico, cujo raio da base é 2,0 cm e cuja altura é 5,0 cm, está totalmente imerso num fluido de densidade 2,0g/cm³. Sendo a aceleração da gravidade g = 10 m/s², determine a intensidade do empuxo com que o fluido age sobre ele. (Dica: lembre que o volume de fluido deslocado é igual a do corpo submerso e que calculamos o empuxo através da fórmula E = d f ⋅ Vf ⋅ g , onde E é o empuxo, d f é densidade do fluido, V f é o volume do fluido deslocado e g é a gravidade). 73 9- Um cubo de aresta 2,0 cm está totalmente imerso num fluido de densidade 0,80 g/cm3. Determine a intensidade do empuxo que o fluido exerce no cubo. Adote g = 10 m/s² 10– Uma esfera de raio 0,50 m e densidade 5,0 x 102 kg/m3 está totalmente imersa num líquido de densidade 2,0 x 103 kg/m3. Sendo a aceleração da gravidade g = 10 m/s2, determine a intensidade do empuxo com que o líquido age sobre o corpo. 74 Resumo Um objeto em dimensionalidade zero (D=0) não tem comprimento, largura nem altura, e muitas vezes o representamos um pequeno circulo um “x”, um “+”. Um objeto de dimensionalidade um (D=1) tem apenas comprimento. Pode ser representado por uma reta, por exemplo. Num sistema de coordenadas cartesiano de dimensão 1, precisa apenas de uma coordenada para localizar um ponto. Por exemplo, para encontrar uma casa numa rua, você só precisa saber qual é o número. Um objeto de dimensionalidade dois (D=2) tem comprimento e largura. Podemos dizer que todas as figuras desenhadas sobre uma folha de papel são bidimensionais. O mapa de uma cidade é bidimensional. Para se localizar um ponto num plano bidimensional precisamos de dois números, por exemplo, para localizar um ponto sobre a Terra precisamos apenas de dois números: longitude e latitude. Um objeto de dimensionalidade três (D=3) tem comprimento, largura e altura, é a dimensão de nossa existência. Para localizarmos um ponto num espaço tridimensional precisamos de três coordenadas. Por exemplo, para se encontrar uma pessoa que mora em um edifício numa determinada rua você precisa do número do edifício, do andar e do número do apartamento. Duas retas podem estar num mesmo plano (retas coplanares) ou não (retas reversas). No caso de duas retas coplanares, elas podem ter um ponto em comum (retas concorrentes) nenhum ponto em comum (retas paralelas), ou todos os pontos em comum (retas coincidentes). Duas retas são ditas perpendiculares se forem concorrentes e formarem quatro ângulos retos. 75 Em relação à um plano, uma reta pode estar totalmente contida num plano, pode ter apenas um ponto no plano, ou não conter nenhum ponto no plano (reta paralela ao plano). Uma reta é perpendicular à um plano se ela tocar o plano em apenas um ponto, e todas as retas que passarem por esse ponto forem perpendiculares à ela. Dois planos tem três posições relativas entre eles: Paralelos, não têm nenhum plano em comum; Secantes, case se cruzem, tendo apenas uma reta em comum; e Coincidentes se todos os pontos forem comuns aos dois planos. Dois planos são ditos perpendiculares se forem secantes e formarem quatro ângulos congruentes. Angulo é a figura formada por duas semi-retas de mesma origem e determina dois setores angulares, um convexo e outro não. Ângulo de duas retas é o menor ângulo formado por elas. Uma das medidas mais freqüentes para se quantificar ângulos é o grau. 1 grau, que pode ser representado como 1º, equivale a 1/90 parte de um ângulo reto. Um ângulo é reto se sua medida for de 90º. Um ângulo é agudo se sua medida for menor que 90º. Um ângulo é obtuso se sua medida for maior que 90º. Dois ângulos são complementares se a sua soma resultar em 90º. Dois ângulos são suplementares se a sua soma resultar em 180º. Dois ângulos são adjacentes se possuírem um vértice e um lado em comum. Bissetriz é a semi-reta que divide um ângulo em dois ângulos de mesma medida. 76 Ângulo central de uma circuferência: É o ângulo cujo vértice está no centro da circunferência, e cujos os lados são os raios dessa circunferência. Quatro segmentos AB, CD, EF e GH, nessa ordem, são chamados proporcionais quando suas medidas tomadas na mesma unidade formam uma proporção: AB EF = CD GH Temos um feixe de retas paralelas quando temos três ou mais retas paralelas e coplanares entre si. O teorema de Tales diz que os segmentos que um feixe de retas paralelas determina ao cortar duas retas transversais são proporcionais. O teorema da bissetriz interna de um triângulo determina sobre o lado oposto segmentos proporcionais aos lados pertencentes ao ângulo considerado. Dois ângulos são semelhantes se os ângulos de um forem iguais aos ângulos do outro. Triangulo retângulo é todo triangulo que tem um ângulo reto. As quatro relações métricas de um triangulo retângulo são: Num triângulo retângulo, o quadrado da medida de um cateto é igual ao produto das medidas da hipotenusa e da projeção desse cateto sobre a hipotenusa. Num triângulo retângulo o produto da medida da hipotenusa pela medida da altura relativa a ela é igual ao produto das medidas dos catetos. Num triângulo retângulo, o quadrado da medida da altura relativa à hipotenusa é igual ao produto das medidas dos segmentos que ela determina sobre a hipotenusa. Teorema de Pitágoras: Num triângulo retângulo, o quadrado da medida da hipotenusa é igual à soma dos quadrados das medidas dos catetos. 77 A unidade quadrada é a superfície de um quadrado cujo lado mede 1 unidade. A área de um quadrado é o seu lado elevado ao quadrado. A área de um retângulo é o produto da base pela altura. A área de um triangulo é a metade do produto da base pela sua altura. A área de um paralelogramo é o produto da base pela altura. A área de um losango é a metade do produto das suas diagonais. A área de um trapézio é a metade do produto da altura pela soma das bases superiores e inferiores. A área do círculo é o produto do raio ao quadrado pelo número pi , onde π ≅ 3,14159265... . Prisma é um corpo com duas bases poligonais e paralelogramos por lados. A área total de um prisma é a soma da área lateral com as áreas das bases. O volume de um prisma é obtido pelo produto da área da base e a medida da altura do prisma. Esfera é a figura geométrica tridimensional com a propriedade de que todos os pontos de sua superfície sejam eqüidistantes de um ponto fixo chamado centro. A área de uma esfera o produto de quatro por π pelo quadrado do raio. O volume de uma esfera é o produto de quatro terços por π e pelo cubo do raio. Geometria analítica é a geometria que se submete a um tratamento analítico valendo-se de sistemas de coordenadas. 78 Dados dois pontos X = ( x A , x B ) e Y = ( y A , y B ) , a distância d AB entre eles é dada pela equação d AB = ( x B − x A ) 2 + ( y B − y A ) 2 . 79 Auto-avaliação Uma reta é formada por infinitos pontos. Podemos dizer que um objeto de uma dimensão pode ser formado por infinitos objetos de dimensão zero? Suponha que tenhamos uma circunferência desenhada numa folha de papel e coloquemos a ponta do lápis dentro dela. Seria possível você retirar a ponta do lápis de dentro da circunferência sem tirar o lápis do papel e sem tocar a circunferência? Sabemos que não, sabemos que a única maneira de se tirar a ponta do lápis de dentro da circunferência sem toca-la é pulando a circunferência, em outras palavras, usando uma dimensão a mais, pois no momento que você retira a ponta do lápis do papel, você está saindo de um plano bidimensional utilizando um espaço tridimensional. Usando o mesmo artifício, suponhamos que agora você estivesse dentro de uma esfera, como você sairia de dentro dela sem atravessar suas paredes? Podemos ter três retas perpendiculares entre si? E quatro? Podemos ter três planos perpendiculares entre si? E quatro? Podemos definir duas retas coincidentes como duas retas que formam um ângulo de 0º entre elas? De que forma poderíamos ter dois ângulos adjacentes com dois lados em comum? Sabemos que 10 = 3.33333... , ou seja, uma dízima periódica. Significa 3 que teríamos dificuldade em dividir uma reta de 10 cm em três partes iguais usando uma régua milimetrada. Como podemos usar o teorema de Tales para resolver esse problema? Como poderíamos utilizar da semelhança entre triângulos para medir altura de edifícios? 80 Quantos ângulos obtuso podemos ter, no máximo, num triangulo? E quantos ângulos agudos? E quantos ângulos retos? Observando a semelhança entre a fórmula utilizada para medir a área de uma pirâmide e de um cone, podemos considerar que um cone é uma pirâmide cuja base é formada por um polígono de infinitos lados, e todos os lados com valores tão pequenos quanto se possa imaginar? Suponha que você tem uma espera e um cubo de mesmo volumes. Qual dos dois tem menos área superficial? De que forma poderíamos medir a distância entre dois pontos no espaço tridimensional? 81