Processos de Transferência e Transporte 2007/08 Licª Engª Biomédica Folha 2 – Trabalho, Calor e Primeiro Princípio 1. Calcule o trabalho realizado pelas forças de pressão atmosférica, à pressão de 1 atm, quando 10 kg de água se convertem em vapor passando a ocupar um volume de 16,7 m3. R: -1,69 x 106 J. 2. a) Mostre que o trabalho infinitesimal realizado sobre um gás num processo quaseestático arbitrário se pode exprimir por δW = - P V β dT + P V kT dP b) Utilizando o resultado anterior, determine o trabalho realizado sobre 1 mole de um gás ideal que é comprimido quase-estática e isotermicamente, à temperatura de 25ºC, desde 1 atm até 100 atm. R: b) 1,14 x 104 J. 3. Sobre o êmbolo de um cilindro, que é mantido fixo, coloca-se uma pedra de 5 kg de massa. O cilindro tem raio 0,5 m e altura 1 m. O ar no interior do cilindro encontra-se inicialmente à pressão atmosférica de 1 atm. Sabendo que as paredes do cilindro são diatérmicas e supondo que o ar se comporta como um gás ideal, calcule o trabalho realizado sobre o ar do cilindro quando o êmbolo é largado e até que atinja nova posição de equilíbrio. O processo é quase-estático? R: 49 J, Não. 4. Uma certa quantidade de gás ideal e um bloco de cobre têm volumes iguais a 0,5 m3 a 300 K e à pressão de 1 atm. A pressão em ambos é aumentada reversível e isotermicamente para 5 atm. a) Explique, com a ajuda de um diagrama P-V, porque é que o trabalho não é o mesmo nos dois processos. b) Calcule o trabalho realizado sobre cada um dos sistemas, sabendo que o coeficiente de compressibilidade isotérmica do cobre é 0,7 x 10-6 atm-1. c) Calcule a variação de volume em cada caso. R: b) 8,15 x 104 J e 0,425 J; c) -0,4 m3 e -1,4 x 10-6 m3. 5. Uma mole de um gás obedece à equação de estado a P + 2 (v − b ) = RT v e a sua energia interna molar é dada por a u = cT − v Nestas equações, v é o volume molar e a, b, c e R são constantes. Calcule as capacidades caloríficas molares cV e cP do gás. a )R 2 v R: cV = c; c P = c + a 2a ( P + 2 ) − 3 (v − b) v v (P + 6. Um cilindro horizontal termicamente isolado, fechado em ambas as extremidades, está equipado com um pistão condutor de calor e sem atrito que divide o volume em duas partes desiguais. Inicialmente o pistão está imobilizado, de maneira que o volume à sua esquerda é V0 e o volume à sua direita é 3V0. O volume da esquerda contém um gás perfeito monoatómico à temperatura T0 e à pressão 2P0. O volume da direita contém o mesmo gás à temperatura T0 e à pressão P0. O pistão é então largado. a) Quais são a temperatura e a pressão finais em cada um dos lados? b) Quais são os volumes finais? R: a) Tf = T0, Pf = 5P0/4; b) 8V0/5 e 12V0/5. 7. Demonstre que o calor transferido durante um processo infinitesimal quase-estático de um gás perfeito pode ser escrito CV C VdP + P PdV . nR nR Aplicando esta equação a um processo adiabático, demonstre que PV = const. δQ = 8. Um cilindro horizontal termicamente isolado contém um pistão não condutor de calor sem atrito. De cada lado do pistão estão 54 litros de um gás perfeito monoatómico à pressão de 1 atm e a 273K. É fornecido calor ao gás do lado esquerdo do pistão, lentamente, levando o pistão a comprimir o gás do lado direito até 7,59 atm. a) Que quantidade de trabalho é realizada sobre o gás do lado direito? b) Qual a temperatura final do gás do lado direito? c) Qual a temperatura final do gás do lado esquerdo? d) Que quantidade de calor é fornecida ao gás do lado esquerdo? R: a) 1,025 x 104 J; b) 614 K; c) 3530 K; d) 10,814 x 104 J. 9. A temperatura de um gás ideal, ocupando o volume inicial V1 à pressão P1, é aumentada a volume constante até que a pressão duplique. O gás é então expandido isotermicamente até que a pressão regresse ao valor inicial e, finalmente, é comprimido a pressão constante até que o volume retome o valor inicial. a) Represente estes processos no plano P-V e no plano P-T. b) Calcule o trabalho em cada processo e o trabalho total realizado no ciclo, supondo que n = 2 kmol, P1 = 2 atm e V1 = 4 m3. R: Wa = 0, Wb = -11,2 x 105 J, Wc = 8,10 x 105 J, Wabca = -3,10 x 105 J. 10. Quando um sistema é levado de um estado a para um estado b pela trajectória a-c-b representada no diagrama da Figura 1, fluem 80 J de calor para o sistema e este realiza 30 J de trabalho. P a) Que calor flui para o sistema ao longo de a-d-b se o trabalho realizado for de -10 J? b) O sistema regressa do estado b para o estado a através do caminho curvo. O trabalho realizado sobre o sistema é de 20 J. O sistema absorve ou liberta calor? Quanto? c) Se Ua = 0 e Ud = 40 J, determine o calor absorvido nos processos a-d e d–b. c a b d V R: a) 60 J; b) -70 J; c) Qad = 50 J, Qdb = 10 J. 11. A capacidade térmica molar, cP, da maior parte das substâncias (excepto a temperaturas muito baixas) pode ser expressa pela fórmula empírica cP = a + 2bT – cT-2 onde a, b e c são constantes e T é a temperatura absoluta. a) Determine, em função de a, b e c, o calor necessário para elevar de T1 a T2 a temperatura de n moles de uma substância, a pressão constante. b) Determine a capacidade térmica molar média entre T1 e T2. c) Para o magnésio, os valores numéricos das constantes são a = 25,7, b = 3,13 x 10-3 e c = 3,27x105 quando cP é dado em J mol-1K-1. Determine a capacidade térmica molar do magnésio a 300 K e a capacidade térmica molar média entre 300 K e 500 K. R: a) n[a(T2 - T1) + b(T22 – T12 ) + c(1/T2 – 1/T1)] ; b) a+b(T2 +T1)-c/T1T2; c) 24 e 26 J mol-1K-1.